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AATLÂNTIDATLÂNTIDAESTEFFERSON “DARKCHET”TORRES

UM JOGO DE INTERPRETAÇÃO DE HORROR E MISTICISMO PRÉ-HISTÓRICO

VERSÃO DEMO – REVISÃO 19061ª EDIÇÃO

EMAIL: [email protected] TWITTER: @DARKCHET

SITES: HTTP://WWW.DARKCHET.COM FACEBOOK: FACEBOOK.COM/PERGAMINHOSDODARKCHET

HTTP://WWW.DAEMON.COM.BR SCRIBD: SCRIBD.COM/DARKCHET

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AATLÂNTIDATLÂNTIDADesenvolvimento: Estefferson “Darkchet” Torres, membrosdo Fórum Daemon e grupo Trevas RPG no Facebook.Criação: Estefferson “Darkchet” TorresRevisão: Estefferson “Darkchet” TorresCapa: DianaeArte: DianaeProgramação Visual: Estefferson “Darkchet” TorresDiagramação: Estefferson “Darkchet” Torres

AGRADECIMENTOS

- Ao que chamo de Deus.- À minha mãe, pois mesmo não entendendo RPG sempre meajudou em tudo.- A Marcelo Del Debbio, Antônio Augusto “Shaftiel” e todos osescritores da Daemon por terem criado o cenário tão rico que éo Mundo de Trevas e o Sistema Daemon.- À Platão e a todos os outros autores ao longo do tempo quetrouxeram o mito de Atlântida até nós.- Aos autores teosóficos, por terem reelaborado Atlântida deuma maneira surpreendentemente diferente.- À equipe Ensemble Studios, por terem criado o Age ofMythology, um magnífico jogo do qual sou fã e de onde tireivárias idéias para este netbook. Por favor, não me processempor isso! Eu não tenho dinheiro!- Ao pessoal que desenvolveu o excelente rpg “Atlântida: Umaviagem aos mundos da imaginação”, que usei como uma dasbases para este netbook. Este e outros RPGs poderiam serencontrados neste site:http://rpg_ficcao.sites.uol.com.br/index.htm . Infelizmente o sitesaiu do ar há alguns anos.- Aos usuários do fórum da Daemon e todos os outros que meajudaram na elaboração deste netbook.

AVISOS

Este ebook encontra-se em Versão Demo, pois ainda não foicompletado, mas já pode ser utilizado em campanhas deRPG para testar. Caso queira ajudar no desenvolvimento domesmo, entre em contato pelos sites/e-mails informados.

DESACONSELHÁVEL PARA MENORES DE 18 ANOS

Esta é uma obra de ficção. Apesar dos fatos citados neste livro poderem ter sido extraídos de lendas, religiões, culturas ehistórias reais de diversos povos, a magia e os rituais aqui descritos não devem ser utilizados, podendo ferir os participantes.Toda ordem secreta, seita, demais organizações e seres sobrenaturais aqui citados aqui são tratados de forma ficcional. Este éapenas um jogo. A realidade é muito pior.

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SUMÁRIOAtlântida.................................................................3

Introdução.............................................................4

Capítulo I: História de Atlântida...............5

Capítulo II: A Civilização Atlante...........24

Capítulo III: O Mundo Atlante....................38

Capítulo IV: Os Magos Atlantes................49

Capítulo V: O Mundo Pré-Diluviano.......59

Capítulo VI: Criação de Personagens....69

Capítulo VII: Recursos de Campanha.....83

Capítulo VIII: Personagens Históricos. .88

Considerações Finais......................................89

Referências...........................................................92

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IINTRODUÇÃONTRODUÇÃOMitos de países e civilizações perdidos fascinaram muitos estudiosos ao longo do tempo. O mais

conhecido destes mitos, o de Atlântida, trazido até nós primeiramente por Platão e em seguida por váriosoutros autores ao longo do tempo, é o tema deste netbook. Ele abordará os aspectos da civilização deAtlântida, desde sua criação até os dias atuais, filtrando tudo isso pelas lentes do Mundo de Trevas.Primeiramente a idéia era escrever um netbook apenas sobre os Magos Atlantes, mas depois de jogar Age ofMythology: The Titans Expansion, que trás a civilização atlante, pensei porque não englobar também ocontinente perdido e sua civilização.

Outra fonte de inspitação foi o RPG “Atlântida: Uma Viagem aos Mundos da Imaginação”. É umcenário sensacional, no qual o criador pegou vários mitos de civilizações perdidas e mesclou e colocou tudo emum sistema solar próprio, diferente mas parecido com nossa Terra em muitos aspectos, inclusive no mapa.Infelizmente o site que o hospedava está offline, mas eu encontrei algo melhor ainda. O cenário foitransformado pelo autor no romance “Crônicas de Atlântida: O tabuleiro dos deuses”. Vale a pena daruma googlada no assunto.

Além da descrição de Atlântida, veremos também uma brevíssima descrição do rico Mundo de TrevasPré-Diluviano, nos quais a raça humana emerge das cavernas em meio a um mundo selvagem e ameaçador, eno qual os deuses e demônios apenas ensaiam o domínio das almas dos homens e se preparam para o XadrezCelestial.

Antes que eu me esqueça, decidi aproveitar algumas menções do netbook “Dragões: Reis Caídos”,desenvolvido pela galera da Iniciativa Daemon. Eles mencionam a convivência dos Atlantes com os Dragões eoutras raças no Éon anterior, e não sei se foi telepatia, mas eles tiveram idéias semelhantes às minhas comrelação à origem dos atlantes. Os atlantes, me lembro disso já ter sido colocado pelo MDD, tiveram suaorigem no Éon anterior como uma raça muito avançada, e alguns conseguiram sobreviver ao Giro e ressurgirno Éon atual. No entanto, esta origem não se encaixa com a lenda de Atlântida tal como descrita em Critiase Timeu, de Platão, na qual Atlântida era criada por Poseidôn e dominada por seus filhos com a mortalClito. Para conciliar as duas teorias, fiz com que Poseidôn na verdade não criasse Atlântida, erguendo-a domar, mas restaurasse o que havia restado da ilha, que eram um arquipélago de ilhas pedregosas e inférteis. Araça atlante do Éon anterior continuava lá, mas viriam a se miscigenar com os descendentes dos filhos dePoseidôn e Clito, formando uma nova raça, ou etnia atlante. A partir daí, surge a Atlântida dos mitos dePlatão. O restante dessa história vocês encontrarão no texto.

Uma nota, o Atlas mencionado aqui NÃO é o Atlas da mitologia grega que segura os céus. O Atlas quesegura os céus é um Titã casado com Dione. O Atlas mencionado neste netbook é o filho primogênito dePoseidôn com a mortal Clito. São duas personagens distintas, e estou citando isso porque é um erro comumconfundir os dois.

No mais, o netbook segue o estilo de outros suplementos mais recentes e dos melhores netbooks sobre oMundo de Trevas: trás poucas regras e muito cenário.

Darkchet

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CCAPÍTULOAPÍTULO I: H I: H ISTÓRIAISTÓRIA DEDE A ATLÂNTIDATLÂNTIDAA ANTIGA ATLÂNTIDAAntes da destruição que acompanhou o giro da Roda dos Mundos e deu origem aos mundos e

criaturas da era atual, houveram outras eras perdidas onde viveram várias espécies inteligentes, entre elesos ancestrais dos humanos no Mundo de Trevas. Esta espécie de hominídeos que antecederam aosatuais humanos, é chamada de Atlantes por muitos sábios da própria ordem dos Magos Atlantes eoutras ordens místicas.

Que fique claro, estes não são os atlantes como descritos em Trevas, aqueles atlantes narrados porPlatão e cuja nação-ilha-continente submergiu durante o Dilúvio. Estes atlantes são os atlantes originais,que são chamados pelos atlantes da era atual de “Antiga Raça” ou “Antigo Povo”, como também oschamaremos daqui em diante. A Antiga Raça já se encontrava nas ilhas que restaram do cataclismoprovocado pelo giro da Roda dos Mundos. Foram eles que conviveram com os dragões no Éon anteriorao nosso, juntamente a outras raças descritas em DRAGÕES: REIS CAÍDOS, como as Aves Celestiais eos Artródiros. Especula-se que existiram também outras raças de origem alienígena, como os tenebrososEntes Antigos, que se instalaram no que é atualmente Antártida, bem como criaturas do então aindanão-morto plano de Tenebras, como Ctulhu. Estes últimos, entretanto, não passam de meraespeculação, e inclusive existem teorias que os colocam no Éon anterior àquele dos Dragões e AvesCelestiais, mas, mais uma vez, tudo não passa de especulação.

Origem dos AtlantesA origem da Antiga Raça, Paleo-Atlantes, Quarta Raça ou apenas Atlantes foi traçada pelos sábios

das ordens até uma era anterior à nossa, chamada de Éon dos Dragões Elementais pela raça dracônica,de Éon da Luz pelos habitantes de Ark-a-nun ou simplesmente de Segunda Era pelos estudiosos dassociedades secretas. Naquele tempo, a Terra se encontrava na posição hoje ocupada por Paradísia, e Ark-a-nun se encontrava na posição hoje ocupada pela Terra. Naquela época os habitantes de Ark-a-nunentraram num período de expansão e evolução, onde reinos e impérios esplendorosos surgiramgovernados por reis-sábios que buscavam compreender os mais avançados conceitos místicos ecientíficos, além dos mais poderosos rituais já vistos. Os iniciados das sociedades secretas se referem àraça que habitava Ark-a-nun nessa era como a “Terceira Raça” ou Lemurianos. Naquele período oshabitantes de Ark-a-nun eram mais parecidos com os humanos de hoje que com os criaturas deaparência bestial que conhecemos como demônios.

Seja como for, durante o Éon da Luz muitos Lemurianos tentaram adentrar o plano superior daTerra, ainda dominado pelos Dragões Elementais. É dito que eles vislumbraram a decadência de seuplano e dos outros da Roda dos Mundos através de uso indiscriminado de magia, e enquanto muitosqueriam apenas fugir para escapar da avassaladora devastação, outros tiveram a intenção mais nobre detentar avisar os habitantes da Terra sobre o uso demasiado da magia. Após muito esforço algumas dessascriaturas conseguiram emergir na Terra no grande continente de Lemúria, que naquela época era um sócom o que hoje é a África. Os Lemurianos migraram pelo mundo, construindo vilas e cidades, tentandodialogar com os Dragões e quaisquer raças inteligentes que encontrassem, mas os dracônicos foramorgulhosos demais para ouvir instruções sobre os mistérios cósmicos de seres que julgavam tãoinferiores.

Mas os Lemurianos não se deram por vencidos e decidiram trabalhar para construir uma novacivilização baseada em ideais mais iluminados. A expansão dos Lemurianos se deu lentamente pois eles

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tinham dificuldades em se adaptar àquele plano, mas ao migrarem oeste para o que hoje é a África eencontrarem uma raça de primatas inteligentes com quem mantinham semelhanças físicas e mentais, osLemurianos se miscigenaram com eles. Os descendentes dessa união formaram a sétima e última sub-raça dos Lemurianos e migrariam por todo o continente da África, convivendo com os Lemurianosoriginais (da sexta sub-raça) em estado semisselvagem por milhares de anos, até evoluírem e formarem a“Quarta Raça” que mais tarde foram denominados de Atlantes.

Expansão AtlanteDe seu continente original a Quarta Raça se espalhou pelo do plano da Terra e armados dos

conhecimentos que aprenderam de sua raça-mãe, eles iam evoluindo cada vez mais seu domínio deciência e magia. Gradualmente os Atlantes foram fundando vilas que com o tempo se transformaramem cidades, sendo que as primeiras surgiram no continente que preenchia grande parte do queatualmente é o Oceano Atlântico, chamado pelos sábios de “Grande Atlântida”. Existe muitadiscordância entre os estudiosos de nossa era sobre qual foi a primeira cidade a ser fundada, poisenquanto uns falam em Atarxé, outros sábios alegam que Atarxé foi apenas a que iniciou o processo deexpansão e dominação do continente. Não se sabe exatamente qual grupo fundou as cidades, sendogeralmente aceito que os Rmoahal e Tlavatli foram os primeiros a habitar aquela região, com as Tlavatlicrescendo em números e assimilando ou expulsando os Rmoahal de volta para a África.

As cidades de Atlantis e Atarxé continuariam se expandindo e eventualmente formaram doisgrandes reinos governados por dinastias Tlavatli: o Reino de Rutá ao norte, com capital em Atlantis; e oReino de Daitya no sul, com capital em Atarxé. Estes dois reinos foram eventualmente unificados, dandoorigem ao Império Atlante. Por boa parte da Segunda Era a capital do Império Atlante se situava emDaitya, em Atarxé, a Cidade dos Portões de Ouro, sendo uma metrópole imensa, várias vezes maior emárea e população que a cidade construída pelos descendentes de Poseidon.

Por muito tempo os Tlavatli dominaram o Império Atlante e suas dinastias reinaram como chefesde estado simbólicos com autoridade limitada, sendo o estado na verdade governado por Conselhos deAnciões. Isso mudaria com a chegada de invasores Toltecas vindos do oeste, que conquistariam oImpério Atlante e se estabeleceriam como monarcas absolutos. Sob o governo Tolteca, o ImpérioAtlante se expandiu enormemente, chegando ao auge do poder e riqueza.

Durante o reinado Tolteca a ciência, tecnologia e magia também progrediram enormemente, coma criação de dispositivos tecnomágicos que nem mesmo o Dragões poderiam conceber. Entre as maispoderosas invenções do Império Atlantes estão grande cruzadores de guerra anfíbios que podiam flutuarno ar e submergir na água com grande facilidade. O aparato tecnomágico atlante se mostraria essencialnas batalhas contra os Dragões Elementais.

Mas além do Império Atlante outros grande estados da Quarta Raça emergiram durante aSegunda Era, entre os quais se destacam Lemúria, Mu, o Império Tlavatli, os Reinos Toltecas, Hiperbóreae mais tarde o Império Acaio e o Império de Agartha.

O mais antigo de todos os impérios humanos, Lemúria foi fundada ainda pela sexta sub-raçaLemuriana, que deu origem aos Rmoahal, a primeira sub-raça Atlante. Antes de desapareceremassimilados pelos Rmoahal os Lemurianos originais ergueram as portentosas cidades de pedra queserviriam como capitais de Lemúria por muitos milênios. Apesar de não serem a mais avançadacivilização da raça Atlante, o Império Lemuriano resistiu aos Dragões e outros invasores usando magia,chegando inclusive a desenvolver rituais que controlavam os Dragões mais jovens.

Além da África, os Lemurianos originais e a sub-raça dos Rmoahal também se expandiram para oleste, passando pelo que hoje é a Austrália e chegando até o grande continente de Mu. Se multiplicarame formaram inúmeras tribos que lá viveram por milênios tentando repelir qualquer ataque dracônico, atéque os deuses obscuros de Tenebras fizeram contato com os feiticeiros das tribos. Logo os cultos à

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deuses como Dagon e Cthulhu foram estabelecidos e cresceram rapidamente, com os sacerdotes muanosabrindo portais para que os servos de Infernun e do Abismo adentrassem o plano da Terra. Não tardoupara que uma guerra se iniciasse em múltiplas frentes de batalha: os Dragões Aquamarine combateriamos servos abismais no oceano, mesmo que muitos deles tenha sido corrompidos e cooptados para servirao Abismo; em terra os exércitos de Lemúria a dos muanos livres combatiam as criaturas; e os própriosDragões, mesmo no auge de sua guerra civil, organizaram ataques contra as forças tenebritas.

O Império Tlavatli era inicialmente uma confederação de tribos que compreendia boa parte docontinente americano. Sendo outrora apenas um grande número de aldeias ligados por laços sociais eculturais, não possuíam uma organização política centralizada. Seguindo o exemplo de seus parentes doImpério Atlante eles eventualmente se unificaram numa monarquia com um Imperador como chefe deestado, sendo o governo exercido por um Conselho de Anciãos, formado pelos líderes tribais, feiticeirose guerreiros mais sábios e experientes entre as tribos. Eles tornaram-se grandes especialistas no que hojeé caminho da Metamagia, permitindo-os proteger suas cidades dos ataques dracônicos meramenteescondendo-as através de poderosos feitiços.

Os Reinos Toltecas formavam um aglomerado de reinos com dinastias Toltecas que se estendiamsobre o que hoje é a América Central, chegando inclusive a se estabelecer na Grande Atlântida. Váriosdesses reinos foram absorvidos pelo Império Atlante quando este foi tomado pelos Toltecas, masdurante a Crise dos Dois Imperadores, muitos deles se aproveitaram da situação caótica e se tornaramindependentes do poder central. Além disso, por se expandirem no território inicialmente habitadopelos Tlavatli, as duas etnias competiram pelo domínio das Américas e da metade oeste da GrandeAtlântida por grande parte da Segunda Era, com as etnias se sucedendo no controle. A maisproeminente cidade Tolteca foi Tula, onde hoje fica o Vale do México.

Juntamente a estes reinos, outros surgiram também, como a setentrional Hiperbórea, umarquipélago de inúmeras ilhas de variados tamanhos situado no extremo norte. Os habitantes desselugar tornaram-se grande manipuladores de tecnomagia, modificando seus próprios corpos através deengenharia genética e magia, tornando-se fisicamente superiores ao atlante comum e utilizando outrasinvenções para varrer seu território dos dragões e outras criaturas que lá habitavam. Seu domínio foiselado com a conquista e destruição da grande fortaleza dos dracônicos na região, definitivamenteexpulsando os últimos dragões e construindo sobre as ruínas sua nova capital: Thulsgar. A civilizaçãohiperbórea nunca chegou a unificar-se politicamente, muito embora mantivessem um acordo de defesamútua devido ao temor de ameaças externas, exacerbado pela noção de superioridade dos Hiperbóreos,alegadamente mais xenófobos que qualquer outra povo da Segunda Era. Eles se organizaram em váriosreinos menores governados por um monarca absoluto.

Quando os Toltecas haviam entrado em decadência em Atlântida, a sub-raça dos Acadianos haviaconstruído um novo poderio no leste: o Império Acádio. De sua terra natal no Mediterrâneo ocidentaleles se expandiram para o oriente, chegando até o Oriente Médio, lá fundando sua capital, Acaia. Nãose sabe exatamente onde a cidade era situada, pois enquanto alguns estudiosos apontam a região doEgito outros apontam para a Mesopotâmia. Seja como for, o Império se expandiu a partir de Acaia,conquistando reinos semitas e tribos turanianas pelo caminho, se expandindo tanto para o leste quantopara o oeste. Com o passar dos séculos as diferenças entre os Acadianos do leste e do oeste havia setornado tão grande que o império se fragmentou, com a porção ocidental dando origem a vários reinosmenores. Um destes reinos situava-se no que hoje é a Península Ibérica, e após uma sangrenta guerracontra os monarcas Semitas de Atlântida, os Acadianos conquistaram a capital e estabeleceram suadinastia. Eles tratariam de reerguer a decadente civilização atlante, desgastada por séculos de guerrascivis, restabelecendo a ordem e fazendo o país prosperar novamente.

O último dos grandes estados Atlantes a emergir foi o Império de Agartha, fundado pormembros da sub-raça Acadiana centrando-se em Shamballa, a Cidade Branca ou Cidade das Pontes. Eragovernado por um Imperador de caráter divino, denominado Manu, e foi marcado pela intensa seleção

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étnica, com a segregação entre aqueles de pele mais clara e pele mais escura. Até aquele momento nahistória a grande maioria dos Atlantes possuíam pele morena ou morena clara, com os Acadianospossuindo um tom de pele bronzeado.

Guerras DracônicasNão tardou para que os Dragões notassem o progresso a expansão daqueles primatas que vinha se

aproximando cada vez mais dos reinos dracônicos. Vendo esta ameaça muitos Dragões começaram arealizar incursões nos territórios Atlantes, especialmente os dragões Aquamarine, iniciando conflitos quedurariam por toda a Segunda Era. Além desses conflitos, existem lendas e especulações sobre os atlantesoriginais que afirmam que não apenas resistiram às invasões dracônicas, como também seus reinos seexpandiam de forma gradativa, apoiados em sua tecnologia, magia e na constante reinvenção de suacultura. Ainda segundo essas lendas, os atlantes eventualmente se tornariam a raça dominante sobre aTerra, não fosse o giro da Roda dos Mundos. Sobrepujariam os Dragões, as Aves do Paraíso e osArtródiros, restando apenas a ameaça de Ctulhu e dos Entes Antigos.

É claro que as histórias contadas pelos Dragões em suas sociedades secretas rechaçam essa versãosistematicamente, afirmando que a única razão pela qual os humanos, descendentes dos atlantes,dominam a Terra no atual Éon se foi o giro da Roda dos Mundos, que devastou o plano e extinguiumuitas espécies no processo. Os atlantes eram vistos como um incômodo, um persistente e prejudicial,mas ainda assim um incômodo que se livrariam no tempo apropriado.

No entanto, outros Dragões mais sábios não são tão apressados em afirmar a superioridadeabsoluta da raça e a inevitabilidade da conquista ou destruição dos atlantes. Para eles, há no mínimo umexagero em chamar a Era passada de Éon dos Dragões, e a posição dos atlantes como coadjuvantes eladrões de conhecimento dos Dragões é distorcida, na melhor da hipóteses. Para eles, os atlantes eramuma civilização em franca ascensão por mérito próprio, e o fato de aproveitarem o conhecimentodracônico e de outros raças apenas mostrava sua perspicácia.

Estes dragões formularam algumas teorias que apresentam uma explicação plausível para esseeventual domínio dos atlantes sobre a Terra. Uma delas diz que a força deles estava em seus números ediversidade. Enquanto os Dragões amontavam em centenas de milhares e as Aves do Paraíso estavamentrando em declínio, os humanos existiam em centenas de milhões. Já os Artródiros, apesar de seremnumerosos, possuíam uma cultura extremamente uniforme e pouca iniciativa própria, o que resultavaem pouca inovação e progresso em todos os campos de sua sociedade.

Seja como for, quando o giro ocorreu, todos os territórios habitáveis do planeta haviam sidoocupados por atlantes, fundando reinos ou colônias em dois terços do planeta. Essa afirmação, claro, ébastante disputada, pois havia uma guerra em andamento entre os dragões, cujas civilizações eram tidascomo mais poderosas que os frágeis atlantes. Alguns teóricos dracônicos acreditam que um terço já fosseuma proporção mais realista. Em todo caso, estes mesmos sábios acreditam que a Era dos Dragões e dasoutras raças inteligentes que habitavam a Terra estava por acabar, e que a Era dos Atlantes estava porvir. Neste ponto, os sinais cataclísmicos do giro da Roda dos Mundos já vinham se realizando e o finalveio com a queda de um meteoro, que devastou praticamente todas as civilizações restantes e selou amudança de Era.

UM MUNDO DEVASTADOQuando os cataclismos que acompanharam o ciclo da Rodas dos Mundos cessaram, a Terra

permaneceu sob um cobertor de poeira por mais de mil anos, criando um efeito semelhante a uminverno nuclear, efetivamente baixando as temperaturas e criando uma Era do Gelo. As últimas geleirasjá haviam derretido por volta de 10000 A.C. e o gelo se restringiu aos pólos. Aos poucos a natureza se

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recuperou, e muito embora não chegasse aos pés do esplendor de outrora, era um mundo onde sepoderia viver. Quanto aos mortais que habitavam o plano, aqueles que não haviam perecido durante ocataclisma tiveram suas mentes afetadas pelo poder entrópico das forças que acompanharam oapocalíptico giro da Roda dos Mundos, dando origem à espécie denominada mais tarde como Homemde Neanderthal.

No entanto, alguns raros locais haviam resistido à destruição, e muito embora devastados, ospovos reconstruíam a civilização. Era esse o caso daquela de seria a ilha Atlântida, que havia sidodeformada em um arquipélago de ilhas pedregosas com algumas raras construções em pé, habitada poruma raça remanescente de uma antiga espécie Atlante, que dominara boa parte do plano da Terradurante o Éon anterior, jutamente a outras raças (ver DRAGÕES: REIS CAÍDOS). Essa raça foi maistarde denominada pelos sábios de Atlântida como a Antiga Raça.

O (RE)NASCIMENTO DE ATLÂNTIDAPor volta de 8000 A.C, Poseidôn se envolveu com uma mortal de nome Clito e com ela teve cinco

pares de filhos gêmeos. O mais velho era Atlas e seu irmão Gades ou Gaderius. Poseidôn colocou Atlascomo rei da ilha, e seus irmãos se tornaram reis secundários ou príncipes. O segundo par de gêmeoseram Ampheres e Evaernon; o terceiro, Mneseus e Autochthon; o quarto par de gêmeos, Elasipo e Mestor; eo quinto, Azaes e Diaprepes.

Como um presente para sua amante, Poseidon fez com que as terras submersas que formavam oArquipélago de Atlântida emergissem do fundo do mar, para formar um único grande bloco de terrafirme. O deus pôs Clito, seus dez filhos e suas famílias na ilha e lhes deu poderes para governá-la. OSenhor dos Mares batizou a ilha de Atlântida em homenagem a seu primogênito com Clito. Atlas que setornou rei de Atlântida, com seus irmãos governando as mais diversas partes do continente, formando asprovíncias, e seus descendentes foram governantes de numerosas ilhas em mar aberto. Estes dez filhos dePoseidon deram origem às dez famílias ou clãs de Atlântida. Da família de Atlas descendem todos os reisde Atlântida.

PERÍODO ARCAICO – 8000 A.C-7101 A.CO senhor dos mares havia abençoado Atlântida com toda sorte de recursos naturais, de maneira

que seus filhos e as famílias deles vivessem como se estivessem num paraíso. A ilha era rica em árvoresfrutíferas, com animais para caça em abundância, além de metais que brotavam à flor da terra, entre eleso lendário oricalco. E Poseidôn também havia instruído Atlas e seus irmãos em diversos conhecimentosque o restante da humanidade desconhecia: a agricultura, a metalurgia, a navegação, a matemática e osmistérios da magia. Rapidamente a ciência tornou-se algo constante na vida dos habitantes, quepossuíam muito tempo livre, pois não necessitavam trabalhar tanto, dado que era preciso apenasestender a mão e tomar o que comer. Durante os primeiros séculos os filhos de Poseidon e suas famíliasse multiplicaram, povoando a ilha conforme Poseidôn havia-os orientado e dando origem ao que sechama de raça atlante. Durante esse processo, entraram em contato com a chamada Antiga Raça, que jávivia na ilha desde antes dos Filhos de Poseidon. Os historiadores atlantes chamam este Período deArcaico. A partir de sua segunda metade ocorrem ciclos que intercalam períodos de guerra e paz, dosquais se destacam as Guerras de Conquista e as Guerras de Unificação.

Guerras de Conquista (7500-7150 A.C)Os novos habitantes da terra conviveram com os antigos em relativa paz, inclusive miscigenando-

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se com eles e os mestiços de selvagens. No entanto, com o crescimento da população e expansão deterras os descendentes dos Dez entraram em conflitos com a Antiga Raça, que acabaram descambandopara uma série de Guerras de Conquista de todo o território de Atlântida a partir do século 75 a.C.Estas guerras não foram contínuas, intercalando períodos de paz e conflitos por cerca de três séculos emeio.

Guerras de Unificação (7143-7101 A.C)Foi apenas com o domínio completo do território pelos clãs descendentes dos Dez Filhos, já após

quase um milênio desde sua fundação, que Atlântida pode desenvolver-se em uma verdadeiracivilização, aprimorando os conhecimentos dados por Poseidôn e aqueles adquiridos da Antiga Raça,desenvolvendo conhecimentos e técnicas que só apareceriam milênios mais tarde para o restante daespécie humana. O sistema de escrita atlante, o Isiacum, foi criado nessa época por sábios de clã deMneseus, baseando-se em parte na escrita da Antiga Raça e em parte no sistema de escrita celestial dosReinos Marinhos de Paradísia. Por causa disso o clã de Mneseus passaria a ser conhecido por ter osmaiores cientistas e sábios de Atlântida, pois foram também os sábios da família de Mneseus quecomeçaram o estudo dos ramos da Árvore da Vida. O estudo das ciências e da magia levou os habitantesa descobertas que trouxeram mais conforto e mais sofisticação à vida, possibilitando o surgimento dosexcedentes alimentares através da agricultura, a construção de edificações grandiosas, a navegação e apesca em alto-mar, a forja dos abundantes metais da ilha em armas e vários tipos de utensílios, o álcoolpara bebidas e outros usos, compostos químicos de usos variados, entre muitas outras descobertas. Àmedida que essas técnicas foram sendo consolidadas e adicionadas ao dia-a-dia dos habitantes da ilha, avida foi se tornando mais e mais confortável, elevando os atlantes acima da barbárie em que seencontrava a maioria dos povos da Terra naquele tempo.

Com o conforto, a população cresceu mais ainda e as propriedades comunais onde os ancestraisfilhos de Poseidôn haviam se instalado vários séculos antes se tornaram vilas e cidades de centenas e atéde milhares de habitantes. A crescente população teve de ser acompanhada pelo que se pode chamarEstado, formado pelos dez reis-príncipes e os descendentes restantes dos Dez. Até aquela época, cadapríncipe resolvia os problemas do seu clã pessoalmente, mas isso não era mais possível, necessitando acriação de uma camada burocrática formada pelos nobres de cada clã, que passaram a exercer a funçãode escribas, ministros, juízes etc, apesar da pessoa do Atlas já existia a alguns séculos, muito embora suaautoridade fosse praticamente nominal.

O processo que fez Atlântida passar de um grande conjunto de clãs familiares a umaConfederação de Reinos foi demorado e conflituoso. As camadas mais baixas da províncias nãodesejavam se unir em um estado unificado, pois acreditavam que com isto perderiam privilégios, o quede fato aconteceu. Foi então que o Atlas Erastos I decidiu que era necessário unificar os reinos pelaforça. No entanto, apenas Atlântida não poderia sozinha conquistar as outras províncias. Serianecessário o apoio de outras províncias e seus clãs para que o exército de Erastos pudesse fazer frente àsoutras províncias. Diaprepes e Azaés foram os primeiros a se juntarem a Erastos.

Até então, o poder político na pessoa do Atlas era apenas formal, mas Erastos e seus descendentesmudariam isto. As leis continuariam sendo reguladas pelos decretos de Poseidôn e pela tradição, masforam efetuadas diversas reformas a fim de reorganizar, estabilizar e unificar o nascente Estado atlante.Para que isso se cumprisse completamente seria necessário unificar as províncias, originando maisconflitos armados, no que ficou conhecido como as Guerras de Unificação. O reino central conseguiu oapoio de Azaés e de Diaprepes, partindo para a unificação de toda a Atlântida. Após décadas de batalhase mortes, iniciadas no reinado de Erastos I, passando por seu filho Ariston I e chegando até reinado deseu filho e sucessor, Vaimon I, que completou a unificação submetendo a província de Authocton noano de 7101 a.C. Por causa disso, Vaimon I é considerado o primeiro Atlas da agora unificada

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Atlântida, sendo chamado de Vaimon, O Unificador. Seu reinado seria bastante curto, pois devido aferidas de batalha, pouco mais de um ano depois, Vaimon morre e é sucedido por seu filho, Ariston II,conhecido como o Reformador.

Durante seu longo reinado de 7098 A.C. e 7039 A.C., foram realizadas as Grandes Reformas deAriston, estabelecendo as Leis (mortais e divinas) e todo os detalhes do governo, transformandoAtlântida em um Estado centralizado governado pelo Atlas a nível federal e pelos Príncipes nasprovíncias, além de unificar as casas principescas e lideranças dos clãs numa nobreza unificada. Suasações puseram fim ao período arcaico da história de Atlântida. Começava uma nova era, na qual aConfederação se converteria na nação imperialista que surgiria anos depois e subjugaria os povos da pré-história.

PERÍODO IMPERIAL – 7101 A.C.-6192 A.C.Com uma duração de quase mil e duzentos anos, é o segundo período mais longo da história

atlante, sendo uma época de expansionismo imperialista crescente nos primeiros séculos, culminandocom um frenesi colonizador e contatos cada vez mais hostis com os selvagens das terras conquistadas.Com o apogeu e contato com civilizações mais avançadas, o estado atlante entra em guerra com duaspoderosas civilizações do mundo pré-diluviano, perdendo ambas as guerras.

As Grandes NavegaçõesAo fim das Grandes Reformas, o sistema econômico, político e social estavam amadurecidos e

após esse período, o Atlas Arion II e seu conselho formaram uma expedição que deveria inventariar todoo patrimônio da terra, fosse natural ou construído pelas mãos do homem. Foram reunidos os maioressábios e escribas, de forma que a expedição partiu e retornou dois anos depois à capital com anotações,desenhos e mapas de toda a Atlântida. O método de desenhar a terra com o uso de mapas foidesenvolvido especialmente para a dita expedição, mas depois passaria a ter uso mais importante nanavegação, onde seria aplicado como parte das complexas e completas cartas náuticas atlantes.

A respeito da navegação, barcos de pescadores partiam todos os dias para pescar em alto mar etrazer toneladas de peixes para abastecer a capital Atlântida, que agora tinha uma população de quasecem mil habitantes. Muitas vezes, para encontrar peixes diferentes, em especial o bacalhau, os barcos sedistanciavam muito e acabaram chegando a outras ilhas e mais tarde à costa oeste da Península Ibérica.As notícias de terras além mar soaram muito bem nos ouvidos dos reis, que logo tiveram curiosidadepara saber se aquelas terras eram habitadas e que tipo de riquezas elas continham. Com esse objetivoforam organizadas algumas expedições à costa ibérica. Logo os exploradores descobriram que as terraseram habitadas por humanos que viviam de forma primitiva, desconhecendo vários dos confortos que osatlantes tinham em sua terra. Os primeiros contatos foram relativamente amistosos, de forma que osexploradores tentaram conversar com os nativos, embora sem muito sucesso. O retorno da primeiraexpedição foi recebido com curiosidade por parte de uns e indiferença por outros.

Alguns exploradores fundaram pequenas feitorias nesses locais, onde extraíam os produtos da terrae realizavam um comércio de escambo com os nativos. Plantas e animais antes desconhecidos chegaramao país dos atlantes e foram preferidos por serem exóticos e trazerem novos sabores e utilidades.

Nesse processo sua presença fatalmente atraiu a ira dos nativos, que passaram a não se contentarcom a presença de estrangeiros em suas terras e extraindo suas riquezas, iniciando-se guerras entre eles eos atlantes. Com sua tecnologia superior, os filhos de Poseidon conseguiam vencer facilmente asprimitivas tribos nativas, e a guerra, até então desconhecida pelos atlantes, tornar-se-ia uma constante.Satisfeitos com o poder os dez reis de Atlântida continuaram apoiando a expansão colonial. As primeirascolônias foram fundadas na península Ibérica e no Caribe, regiões mais próximas. Em seguida foi

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explorada a costa americana, de norte a sul, com a criação de colônias na Flórida, em Bimini (Bahamas)e na península de Yucatan.

Conforme conquistavam as terras os atlantes também passaram a escravizar seus habitantes,utilizando-os para erigir fortes e feitorias. Com o tempo muitos escravos foram levados para Atlântida epostos para trabalhar na construção de portentosas edificações, como o Grande Templo, o PalácioImperial, assim como as muralhas e pontes que interconectavam os anéis. Acredita-se que no apogeu daescravidão, um em cinco habitantes da ilha-continente de Atlântida eram escravos.

Primeira Guerra Atlante-AtenienseAs ambições dos reis de Atlântida os levaram a uma guerra contra a Civilização de Bronze da

Grécia, que haviam formado um império marítimo com base na cidade-estado de Atenas. Naquelaépoca, os Homens de Bronze já possuíam diversas cidades-estado nos mesmos locais que seriamrefundadas após o Dilúvio. O império dos Homens de Bronze representava uma ameaça aos interessesde expansão atlante, pois dominavam todo o Mediterrâneo oriental, o qual os atlantes queriamcontrolar para estabelecer sua hegemonia marítima na Europa. Assim iniciaram uma expansão a partirda Espanha, Mediterrâneo adentro, penetrando pelo norte da África e chegando até o Egito, ondefundaram uma colônia no que futuramente seria a cidade de Sais, no delta do Nilo. Em seguidavoltaram seus olhos para a Grécia, pois corriam rumores que um império quase tão poderoso quantoAtlântida havia se formado sob o comando da chamada “Raça de Bronze”. Sua política de conquista oslevou a uma guerra contra aqueles e pela primeira vez, o exército atlante encontrou um adversário aaltura, composto por guerreiros fisicamente superiores e mais resistentes.

Tomando Sais como base e sob o comando do general Arkantos, os atlantes avançaram até olitoral oeste de Creta e começaram a explorar as possessões atenienses na ilha, mas sempre da forma maisdiscreta possível. Após alguns meses construíram uma fortaleza na faixa litorânea onde haviampenetrado, relativamente distante de Knossos, onde os atenienses fundaram uma colônia havia séculos.Ao descobrirem a existência da fortaleza, os gregos classificaram tal ato como uma agressão, poisconsideravam toda a ilha como sua possessão. Arkantos recusou a retirar-se e os gregos atacaram afortaleza atlante. Embora com um excelente exército, os gregos não puderam ultrapassar as muralhas depedra revestidas com chapas de bronze por dentro e por fora, e protegidas por arqueiros, lanceiros e amais mortífera arma atlante: o Cano Incendiário. Estavam começando as guerras contra Atenas e osHomens da Raça de Bronze, que durariam quase uma década e levaria os dois impérios à quaseexaustão.

A investida atlante contra Atenas levou a uma crise entre os deuses, pois Athena era padroeira deAtenas e exigia que Poseidôn ordenasse que seus súditos se retirassem do Mediterrâneo o quanto antes.Poseidon se negou e uma crise entre Olympus e os Reinos Marinhos se iniciou.

Depois do confronto na em Creta, Arkantos iniciou uma ofensiva contra os gregos, obtendosucesso a principio, estabelecendo controle sobre boa parte do oeste de Creta. Arkantos, apesar de serum grande estrategista era por demais orgulhoso e por vezes subestimava o inimigo. Resolveu atacardiretamente o centro grego em Knossos, acreditando poder acabar com o centro de comando e assimneutralizar a influência prateada. O ataque foi um grandioso sucesso, e por alguns dias Arkantosacreditou ter derrotado Teriodonte, mas foi apenas por alguns dias, pois os gregos preparavam umgrande exército que navegou até o oeste de Creta e atacou a Fortaleza de Bronze, protegida por algunsAgulheiros e Arponeiros, pois Arkantos havia movido quase todo o exército para Knossos. Depois defacilmente conquistar a fortaleza, Teriodonte avançou discretamente até chegar a Knossos, atacando erendendo os soldados atlantes, e Arkantos só conseguiu escapar porque estava explorando a ilha. Aoretornar, descobriu a captura de Knossos e da Fortaleza de Bronze retornou à Sais, onde voltou aplanejar novos ataques.

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Dois anos depois, Arkantos elaborou um plano ambicioso, que se completaria em duas etapas: Aprimeira consistia destruir a frota grega para neutralizar a resistência marítima. No mar os birremesatlantes levariam a melhor e destruiriam quase toda a frota de navios gregos. Depois, sem ter comonavegar, os gregos ficariam presos na Grécia, e o exército atlante atacaria com todo seu efetivo, cerca de50 mil homens.

A primeira parte do plano de Arkantos funcionou perfeitamente, com os trirremes gregos sendoaniquilados pelos birremes atlantes, que eram superiores tecnologicamente. Mas a segunda partefrustrou o general, pois em terra a força, vigor e organização das falanfes, bem como o desconhecimentodo terreno escarpado da Grécia pelos atlantes foram fatores decisivos para que contribuíram para que oscardumes de Murmilos fossem dizimados pelas falanges de Hoplitas.

Novas investidas por parte dos atlantes foram infrutíferas, sendo que na última, conhecida comoo “Massacre do Meio Dia”, os gregos surpreenderam os atlantes e massacraram seu exército,desmoralizando-os de tal forma que estes desistiram da Grécia. A tensão entre os devotos de Poseidon eAthena só não descambou para um conflito bélico real porque os atenienses conseguiram vencer aguerra e expulsar os atlantes. No entanto, este episódio deixou sua marca, pois tanto Athena quanto osenhor dos mares mantiveram-se afastados, e seus encontros eram tensos, para dizer o mínimo.

Primeira Guerra MuanaEnquanto a guerra contra Atenas rugia no Mediterrâneo, os atlantes voltaram seus olhos para o

oeste, nas terras que atualmente formam a América Central. Exploradores atlantes que partiam da ilhade Khari para explorar as terras do continente relatavam encontros hostis com homens diferentes dosnativos da região, que falavam uma língua estranha. Estes homens eram sempre comandados porfeiticeiros que eram capazes de conjurar abomináveis criaturas metade homem e metade peixeo dofundo do oceano para lutar por eles, e ao fim do combate, ofereciam os inimigos sobreviventes emsacrifícios a estas criaturas e seus deuses negros. Depois os atlantes descobriram que estes feiticeirosnegros e seus seguidores provinham do grande continente, Mu, no Oceano Pacífica, que era povoadopor uma cultura ligada às forças de Tenebras.

Parte dos muanos eram comandados por uma classe de feiticeiros-sacerdotes de entidades negras,sendo as duas mais poderosas conhecidas como Dagon e Cthulhu, dois deuses exilados de Tenebras, oplano morto. Os feiticeiros de Mu realizaram pactos de sacrifícios para a entidade em troca de poder eimortalidade. Em certo momento, as vítimas de sacrifício começaram a escassear e os muanos iniciaramexpedições para capturar mais vítimas. Numa dessas expedições foi atacada uma colônia atlante nolitoral oeste de Yucatán e a partir de então se iniciaram as hostilidades entre os dois povos. Inicialmenteos atlantes atacaram as colônias de Mu diretamente, mas foram rechaçados por criaturas abissaismonstruosas resultando em muitas perdas de barcos e soldados atlantes. Mais tarde com o reforço dosCavaleiros de Poseidon e dos Tritões, enviados pelo senhor dos mares, os atlantes equilibraram a batalhae após alguns anos de combate, a balança da vitória pendeu definitivamente para Atlântida, quando oúltimo feiticeiro de Mu em Yucatán foi destruído.

A guerra havia durado quase dez anos, mas, para os sacerdotes em Atlântida a guerra não haviaterminado, pois cultos de criaturas tão profanas como Ctulhu não poderiam permanecer sobre a Terra.O Atlas então ordenou que as forças atlantes atacassem o próprio continente de Mu e o conquistassem.Grandes estaleiros foram construídos em Atlântida para criar grandes barcos de guerra e transporte, evárias bases foram estabelecidas na costa oeste da América do Sul. A conscrição forçada para o Marinhafoi instituída, dobrando o tamanho das forças atlantes em poucos meses. Após reunir barcos de guerra etropas por meses na costa do atual Chile, uma gigantesca frota atlante com algumas dezenas de milharesde soldados, a maioria com pouco treinamento e experiência em batalha de verdade partiu em direaçãoa Mu, desembarcando no litoral sudeste, numa península denominada pelos Magos Atlantes como

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Península de R’lyeh. Lá os atlantes construíram fortes com cercas de madeira reforçados com chapas deoricalco trazidas de Atlântida, e começaram a avançar sobre o território.

Durante as primeiras semanas encontraram pequenas vilas que ofereceram pouca ou nenhumaresistência, e então pareceu que a guerra poderia ser vencida devido a superioridade tecnológica atlante.Mas então encontraram o primeiro grande enclave de cultistas, que numeravam em milhares, eesgueirando-se no território inimigo os atlantes desceram de surpresa sobre os muanos, na primeira realbatalha da invasão. Centenas de cultistas caíram nos primeiros minutos sob as armas atlantes devido aoataque surpresa, mas após meia hora de batalha os muanos haviam se organizado e passaram a atacarfuriosamente os atlantes, que até então conseguiram manter a linha de combate, resistindo ao ataquedos cultistas. Mas por mais cultistas que matassem, mais deles apareciam, pois os sacerdotes negros nãohesitavam em sacrificar quantas vidas fossem necessárias para vencerem a batalha. A selvageria dosinimigos provocaram terror nos inexperientes soldados atlantes, fazendo com que muitos fugissem efossem mortos por maças e flechas enquanto corriam. Após mais de duas horas de matança, a batalhahavia acabado com a vitória dos atlantes. Entretanto, apesar de vencerem a batalha matando todos oscultistas, as forças atlantes perderam muitos homens, com estimativas chegando a três atlantes para cadacultista morto. Várias batalhas semelhantes seguiram-se nos meses seguintes, fazendo os números caíremrapidamente, chegando a tal ponto que os atlantes não possuíam mais números para conseguir avançar,passando a recuar para o litoral.

As notícias dessa campanha desastrosa chegaram a Atlântida, e muitas vezes diversos setores dapopulação pediram o fim da guerra, mas o Atlas, convencido pelos sacerdotes e parte da nobreza,permaneceu surdos aos apelos populares. As mãos dos Filhos de Poseidon eram sentidas por trás de cadadecisão do monarca, pois influência da ordem vinha crescendo a cada década, cuidando para queAtlântida fosse derrotada, pois isso avançaria seus planos de domínio.

O último general atlante caiu em 6198 A.C., tentando defender o último forte com guerreirosmais experientes para que o restantes tropas pudessem evacuar para os barcos. Todos os homens sob seucomando foram massacrados, mas permitiram que algumas centenas de homens pudessem fugir. Depoisdisso, o governo atlante finalmente chamou o que restou de sua Marinha e decretou o fim da guerracontra Mu logo em seguida. Após quase um século e meio de conflitos o resultado foram várias dezenasde milhares de mortos e escassez de recursos em todas as províncias.

PERÍODO INTERMEDIÁRIO - 6191 A.C-5320 A.CExaurido pelas guerras, o Império Atlante se encontrava sem condições de manter seu império

intacto. Este estado das coisas, combinado a uma série de fatores, levaria a um golpe de estado quemuito embora não houvesse derrubado a monarquia, transformaria o Atlas num governante simbólico einstalaria um regime teocrático, xenófobo e nacionalista.

Revoltas TalassocráticasDentre os maiores descontentes estavam os talassocratas, que muito embora tenham lucrado com

as guerras contra os povos selvagens e com a exploração dos territórios dos conquistados, as guerrascontra os Homens de Bronze e as guerra contra Mu geraram prejuízo atrás de prejuízo. Com o golpeque depôs o governo imperial e transformou o Atlas num monarca simbólico, o que restou do ImpérioAtlante passou a ser governado por um grupo de nobres e por sacerdotes de Poseidon.

Este novo governo assumiu uma postura autoritária, prendendo, exilando e executando aquelesque se opusessem ao regime. Os únicos capazes de oferecer uma resistência concreta ao novo regimeforam os próprios talassocratas, que se opuseram desde o primeiro dia. Diversas revoltas acontecerampor todo o país iniciadas e financiadas por talassocratas, e demoraram várias décadas até que fossem

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completamente suprimidas.Apesar de derrotados, vários talassocratas conseguiram escapar de Atlântida e viera a se

estabeleceram nas antigas colônias atlantes como como reis-piratas, dominando os selvagens locais eutilizando os recursos locais para manterem frotas de navios. Estes navios passaram a abordar e saquearnavios mercantes de outras colônias atlantes e realizariam até mesmo ataques na costa atlante parasaquear cidades e fortalezas. Isto continuaria durante todo o Período Intermediário e inclusive durantegrande parte do Período Clássico, quando várias expedições destruiriam as frotas e fortalezas piratas,mas nunca os derrotando de forma permanente. As últimas companhias piratas só desapareceriamcompletamente durante o Dilúvio, engolfados por terremotos, maremotos e tempestades.

Governo DivinoA grande expansão do império atlante havia trazido à ilha enorme influência cultural externa

devido ao contato com outros povos, havendo a chegada de cultos de deuses como Ares e dos velhosdeuses Uranus e Chronos. Embora seus patronos estivessem trancafiados no Tártato, os últimos fiéis dostitãs na Terra encontraram na próspera e relativamente livre Atlântida um lugar onde expandir seuscultos. No entanto, tudo mudou com a derrocada do impérios dos irmãos de Atlas.

Descontentes com o crescimento dos cultos estrangeiros, os Reinos Marinhos aproveitam o estadode fraqueza da sociedade e infiltram em massa o que restou da elite da sociedade atlante, fazendo comque os conservadores atribuíssem o fracasso nas guerras à falta de obediência à tradição, costumes eespecialmente às leis divinas. Esses setores são liderados pela camada sacerdotal, infestada por Tritõesfanáticos a Poseidon. O tritão Nesper chega ao cargo de Sumo Sacedote, iniciando uma série demedidas visando a restaurar a estrita adoração a Poseidon. Nesper faz discursos ensandecidos,proclamando que apenas a adoração a Poseidon e o respeito à suas leis permitirá que a glória sejarestaurada. Começa uma série de Decretos Divinos, que conclamam o purificar de Atlântida de tudoaquilo que não foi instituído por Poseidon.

Os primeiros decretos incluíam uma reforma religiosa, com a destruição de todos as imagens deoutros deuses e sua substituição por ícones de Poseidon. Enquanto multidões enlouquecidas defanáticos destroem templos de Ares e Hermes, os decretos seguintes ordenam que seis sacerdotesescolhidos pelo Alto Sacerdote tornem-se conselheiros vitalícios do Atlas. A esse ponto, as reformasteocráticas já possuíam o total apoio dos Filhos de Poseidon, cujos vários membros posicionados entreos mais altos degraus da Armada atlante, garantem apoio do exército a Nesper.

Com o poder de fato em suas mãos, Nesper decreta que toda a câmara de Conselheiros do Atlassejam substituídos por nobres e sacerdotes apontados por ele, e mais à frente, fará o mesmo com osConselheiros dos príncipes provinciais. Com o tempo, Nesper começa a chamar atenção por nãoenvelhecer, e temendo que sua natureza fosse descoberta, ele engendra mais um decreto que permitiria oclero continuasse a governar Atlântida: ele institui em 6191 A.C., uma noite antes de “morrer”misteriosamente, o Câmara do Tridente, um gabinete de ministros formado por altos sacerdotes quegovernariam a ilha para que o Atlas se dedicasse à adoração de Poseidon. Na verdade, o que ocorre é umgolpe de estado no qual os teocratas passaram a exercer o poder executivo de fato, deixando o Atlas e osdez Príncipes como figuras com poder simbólico, para não parecer que subverteram a ordem. Iniciam-seassim os Estados Teocráticos, período que perdurará até 5320 A.C, durante o qual vários indivíduos dosReinos Marinhos passariam a governar Atlântida.

O ExpurgoVisando acabar com toda e qualquer oposição às reformas religiosas e políticas, os Teocratas,

como foram chamados, instituíram o Expurgo em 6180 A.C., uma organização encarregada de

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supervisionar a pureza cultural da população e secretamente caçar a punir os transgressores do regime.Seus membros eram chamados de Ministros, e tinham o poder de polícia política, podendo capturar econdenar qualquer possível inimigo do regime Teocrata.

Durante o Expurgo, os Filhos de Poseidon aproveitaram para caçar todos os membros restantesdos Shemshou-Herou e as facções opositores dos Neshmaur, que embora fossem numerosos, foramcondenados. Os métodos dos Ministros do Expurgo incluíam uma rede de informantes e iam desdetortura com espinhos de ouriços que causavam uma dor excruciante até à morte por peixes carnívoros.

Decl ínio e Guerra CivilA princípio, o controle dos Teocratas agradou às massas, em parte porque os recursos eram gastos

apenas na ilha de Atlântida, e não mais enviado às colônias, que ficaram em abandono. A estritaadoração a Poseidon e a administração teocrática funcionou bem por alguns séculos, mas no final doséculo 57 a.C. a autoridade exercida pelos Teocratas já havia se transformado num regime ditatorial eservil, transformando os cidadãos atlantes em meros servos do Estado. As Leis de Servilismo, implantadasa partir de 5649 A.C., obrigaram os cidadãos a pagarem uma quantia absurda de tributos que variavacom a tamanho da família. A cada novo membro nascido, essa quantia aumentava geometricamente, atéchegar um ponto que o imposto pago se tornava tão alto que as famílias trabalhavam apenas para pagá-lo, e muitas vezes ficavam devendo.

Com o tempo, a produção das camadas baixas tornou-se incapaz de manter as exigências doestado, que a partir do século LVIV A.C. começaram a implementar a recolonização de Tartessos e ascolônias da América Central, que passariam a atuar como válvula de escape. Com a maioria dos recursosvoltados à colônias, as províncias ficaram em segundo plano, e as províncias mais rurais e afastadassofriam mais. Nas décadas, seguintes, a situação piora, até que Authocthon corta relações com ogoverno central em 5231 A.C. A resposta dos Teocratas foi imediata, enviando tropas para reganhar ocontrole da região e massacrar a oposição sem piedade. Sem poder passar pelas Montanhas do Norte, oprimeiro alvo do exército legalista foi o porto litorâneo de Nagios, a porta marítima para a província.Desprotegida, a vila anexa ao porto foi massacrada pelo exército, perecendo mais de mil e duzentaspessoas, sem incluir mulheres, crianças e idosos.

Esse ato desencadeou uma gerra civil que duraria décadas, começando nas províncias deAuthocthon e Elasipo, espalhando-se por Mneseus e derrotando as guarnições e postos de governosnessas províncias. Durante as décadas seguintes, os Exércitos do Império se equilibram com as forçasrebeldes. Em 5220, liderados por Faedos, um Homem-Tritão, as cavalarias de Authocthon e Elasipoatacam a capital, rompendo os portões da cidade com aríetes equipados em Elefantes de Guerra. Umabatalha homem a homem se sucede na capital, tingindo de sangue os outrora límpidos canais deAtlântida. Dias depois, após um sítio ao Templo Maior, Faedos invade o local e executa metade daCâmara do Tridente, aprisionando o restante nos calabouços do Palácio de Atlas.

PERÍODO CLÁSSICO/TARDIO – 5320 A.C-4000 A.CMuitos historiadores atlantes costumam denominar este período de Segundo Império, mas a

definição não se encaixa. A alegação é de que o título “império” evoca uma grande extensão de terra,com um exército poderoso e expansionismo, e Atlântida estava longe disso. Muito embora a ilhadesfrutasse de fartura de alimentos, relativa estabilidade política e seus intelectuais produzissemconhecimento como nunca, não havia condições materiais, e há quem diga, políticas e sociais, para umacampanha militar permanente. As duas denominações mais utilizadas são Tardio ou Clássico. É operíodo mais longo da história de Atlântida, e a maior parte dos documentos históricos vem dele, o quefaz com que seja a época melhor conhecida da história da ilha perdida.

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Restauração DinásticaFaedos busca recolocar o Atlas e os príncipes novamente no poder como antes, mas com a

estrutura política que governara o país despedaçada por quase nove séculos, diversos grupos políticoscomeçam a competir para ganhar o poder durante a restauração dinástica. Com o Atlas Eshiar I incapazde governar por possuir apenas sete anos, Faedos, que estava próximo do poder, se faz ser nomeado pelanova câmara de sacerdotes como Regente de Atlântida e Tutor do Atlas até que o infante atinja amaioridade, a fim de tentar equilibrar as disputas políticas.

Com o tempo, as tensões entre as facções foram arrefecendo, especialmente por conta de Faedos,que governava com firmeza e sabedoria, com uma política de retenção de danos e unificação política,com uma série de reformas. Primeiro, baixou decretos dissolvendo quaisquer facções políticas e pena demorte a quem se opusesse ao governo central. Por outro lado, convocou os membros das facções parauma câmara de representantes que ajudariam a governar enquanto o Atlas atingisse a maioridade.Faedos também cortou o contato com as colônias, até mesmo Tartessos. Os príncipes receberamautoridade sobre suas províncias e enviavam tributos à capital na forma de recursos e soldados, e Faedosfez questão de estipular que estes tributos não tivessem um valor absurdo para as províncias, que aindase recuperavam da Guerra Civil.

Quando Eshiar atingiu a maioridade, Faedos continuou a seu lado até sua morte, com quase umséculo de vida. Em sua memória foi erguida uma estátua de bronze dentro do palácio real. Eshiar haviaaprendido muito com Faedos, e continuou com a mesma política. Os Atlas após Eshiar continuaramcom uma política semelhante, a Atlântida experimentou um período de prosperidade nos séculosseguintes.

RenascimentoFaedos havia buscado colocar o Atlas e os príncipes novamente no poder como antes, mas

Atlântida havia mudado. A estrutura política que governara o país durante o Período Imperial jazia empedaços, pois os Teocratas haviam transformado o Atlas em uma autoridade com caráter cerimonial,fazendo com que a sociedade em geral houvesse perdido a crença em um líder absoluto que levariaAtlântida à glória. Apenas o próprio Eshiar, que fora discípulo de Faedos e por causa de seusensinamentos, conseguiu manter o poder do Atlas, mas após ele os monarcas foram gradativamenteperdendo seus poderes.

Após a morte de Eshiar, nobres, comandantes militares e grandes comerciantes se reuniram a fimde dar novos rumos ao país, formando a Grande Assembléia, que por vários meses discutiram umconjuntos de leis para o país. Entre outras coisas, o monarca perdeu seu poder absoluto e foiestabelecido o cargo de Sublime Príncipe, que atuaria como primeiro-ministro do Atlas. Formalmente,o Atlas ainda era o governante da nação, mas na prática seu papel ficou reduzido ao de Chefe de Estado,cabendo-lhe a indicação do Sublime Príncipe, o comando do Exército e a assinatura em decretosoficiais. Dessa maneira na prática o Sublime Príncipe era o Chefe de Governo, responsável pelaadministração geral de Atlântida, e devia ser de origem nobre. A religião oficial continuava sendo oculto à Poseidon, com um novo conjunto de leis religiosas mais brandas, entre elas a nulificação dopoder político dos sacerdotes. Assim, muito embora Estado e religião continuassem juntos, quaisquercasos envolvendo leis religiosas seriam tratados por funcionários civis sob a autoridade estatal.

A Assembleia do Tridente também passou a ser a instituição criadora e modificadora de leis,possuindo a autoridade de anular decisões do Atlas e do Sublime Príncipe após uma votação. Osmembros da Assembleia, ou assembleianos, eram formados por dois tipos de membros: os Permanentese os Impermanentes. Os Permanentes eram todos representantes da nobreza, e possuíam mandato

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vitalício e hereditário. Já os Impermanentes possuíam mandatos limitados de dez anos, e poderiam sermembros da nobreza ou comerciantes muito ricos. Haviam sete assembleianos escolhidos dentremilitares de alta patente. Já os comerciantes compravam seu mandato com linguotes de oricalco, o quepoucos conseguiam arcar, fazendo com que o número de não-nobres na Assembleia fosse muitoreduzido. Algumas mulheres chegaram a fazer parte da Grande Assembleia, o que não era algo raro, mastambém não era comum.

Nessa época o contato com as antigas colônias foi reaberto, reiniciado-se o comércio com oMediterrâneo e com as Américas. No lado político, no entanto, houveram conflitos na tentativa derecolonização de territórios como Tartessos. Algumas batalhas foram travadas, mas a outrora podersosamáquina de guerra atlante não conseguiu reafirmar seu domínio sobre Tartessos, resultando em umacordo que daria à antiga colônia status de província ultramarina.

As outras colônias foram recuperadas com sucesso relativo. O reino de Kari foi recolonizadomediante conflitos armados, enquanto as feitorias na costa do continente americano, abandonadas hámuito tempo, foram simplesmente reabitadas. Já o reino de Khemos mostrou-se mais complicado pararecolonizar, pois era distante demais de Atlântida, de forma que linhas de suprimento para umaeventual invasão representavam um custo com o qual a coroa não poderia arcar. Então Khemos tornou-se um reino independente e com estabelecimento de relações diplomáticas amigáveis e comércio.

A prosperidade gradativamente retornou a Atlântida, agora mais pacifista. A liberdade de cultopermitiu que membros os Artífices retornassem ao país, estabelecendo templos por todo o país. Seuretorno e livre atuação teve influência na proliferação de grupos de estudo científico e magísticofinanciados por comerciantes e pelo Estado. Os uso de cristais como fonte de energia e armazenamentorecebeu um grande salto nesta época, sendo utilizados em muitas das cidades e vilas mais importantescomo iluminação. Cristais também foram utilizados para armazenamento de documentos importantes,por serem mais resistentes que pergaminhos. Além dos cristais, muitos estudos em habilidades psíquicasaconteceram nessa época, fazendo aparecerem muitos telepatas entre a população atlante.

Apesar de todas essas evoluções, Atlântida ainda possuía muitos problemas internos, como asegregação de sub-etnias como os Tlavatli e os Toltecas, que ainda não eram considerados cidadãos. Oreino Khari continuava sob administração direta do poder central, representado por um governador denobreza atlante. E dentro da própria Atlântida havia sempre presente ameaça de grupos conservadores efanáticos, visando a retomar o imperialismo de outrora.

Novo ExpansionismoConforme o novo sistema político se estabilizava, a ciência atlante trazia novos avanços

tecnológicos, que foram adaptados e incorporados na produção de novos bens de consumo produzidosem oficinas de manufatura em vários pontos do país. Atlântida presenciou o surgimento de uma classeburguesa que vinham enriquecendo com a venda desses produtos por todo a ilha e seus domíniosultramarinos. Essa nova burguesia foi ganhando cada vez influência na polícia atlante, conseguindo queo Estado lhes concedessem cada vez mais concessões. Eles passaram a integrar uma nova geração deCompanhias Marítimas, visto que fabricavam produtos ao invés de apenas extraí-los e transportá-loscomo as antigas companhias.

Eventualmente o mundo atlante foi sendo saturado de mercadorias, enquanto a nova talassocraciaburguesa desejava expandir cada vez mais seus mercados e demandavam cada vez mais recursos. Issolevou ao Império Atlante entrar numa nova onda expansionista para reconquistar os territórios perdidosdurante o Período Intermediário. Várias campanhas foram executadas para reconquistar especialmenteas antigas colônias da região do Mediterrâneo e Norte da África.

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Segunda Guerra Atlante-AtenienseAs campanhas empreendidas pelo Império Atlante durante a nova onda de expansionismo

permitiram ao império retomar sua posição como potência durante a época pré-diluviana da história daTerra. Com as campanhas da Tirrênia e de Khemos, os atlantes restabeleceram o controle duas de suascolônias mais importantes na Península Itálica e no Egito. Os atlantes fizeram essas colôniasprosperarem novamente sob seu domínio, e acabaram utilizando seus habitantes para construir novas emais portentosos palácios e templos, além de um grande porto no Mar de Khemos. Esse porto serviriacomo ponto de partida para que os atlantes pudessem por fim aos Homens de Bronze de Atenas, que hámuitos séculos haviam derrotado o grande Império Atlante.

Os atlantes estavam dispostos a não cometer os mesmos erros de dois milênios atrás, quandobatalharam simultaneamente contra Atenas e Mu. Agoras eles se concentrariam em lutar contra apenasum adversário e concentrar todos as suas tropas e recursos na derrota deste inimigo. Dessa forma, ao fimdo quinto milênio a.C., poucos anos antes do Dilúvio, os atlantes declararam guerra à Atenas e a toda araça dos Homens de Bronze.

Esta segunda guerra foi considerada pelos cronistas atlantes mais brutal que a primeira, visto queos atlantes haviam aperfeiçoado sua tecnologia militar, como a adição de embarcações movidas pelaenergia de cristais que dispensavam velas. Com esta tecnologia as birremes atlantes conseguiammanobrar com grande rapidez e eficiência, destroçando as lentas trirremes gregas.

Mas enquanto as birremes atlantes se chocavam com os trirremes gregos no mar, em terra oscardumes de Murmilos atlantes se chocavam com as falanges de Hoplitas. Mas não eram apenas homensque lutavam nos campos de batalha, pois os Tanques-Incendiários jorravam línguas de fogo a dezenasde metros nos soldados inimigos. Muito embora os soldados gregos fossem superiores fisicamente,capazes de lutar com a força de vários homens, parecia que o poderio tecnológico atlantes finalmente osconcederia a vitória nessa guerra.

Entretanto, Atenas e as cidades-estado pré-diluvianas da Grécia não estavam dispostas a render-se.Foi por isso que o general Sólon liderou os gregos num plano de reunir todas as tribos dos territóriosatlantes dominados e fazerem-nas se rebelar contra seus governantes atlantes. O objetivo era fazer comque parte do exército atlante recuasse para ajudar a debelar as rebeliões nas colônias. O plano de Sólonfuncionou e enquanto uma parte considerável dos soldados atlantes foram chamados às colônias paracombater os rebeldes, Sólon tomou o que restou da esquadra grega e atacou a capital de Khemos,tomando domínio da cidade. Os gregos então permaneceram guardando Khemos e restaurando suasdefesas, além de utilizarem os recursos locais para reporem os navios de sua esquadra.

Enquanto seus compatriotas na Grécia empurravam os exércitos atlantes na direção do mar, efazendo-os fugirem para seu posto avançado em Creta. Ao avistarem diversos birremes enquanto seaproximavam da ilha, os atlantes acreditaram ser o restante do exército que havia retornado dascolônias, mas ao chegarem mais perto viram que soldados da raça de Bronze ocupavam os navios. Osatlantes ainda tentaram retornar, mas já era tarde demais e em pouco tempos seus navios estavamlotados de guerreiros inimigos.

Segunda Guerra contra MuNa mesma época da Segunda Guerra Atlante-Ateniense, muitas feitorias haviam sido estabelecidas

na costa oeste do México a fim de explorar o Pacífico foram atacadas por exércitos do continente deMu. Iniciava-se a Segunda Guerra Muana, que causaria grandes reverberações na própria estrutura doplano da Terra. Assaltados constantemente pelos muanos, que vinham acompanhados de criaturassobrenaturais das profundezas do oceano, as forças abandonaram feitoria após feitoria, desde as feitoriasna costa oeste da América do Sul até as da América Central. Por décadas as hordas inimigas cortaram

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caminho por terra e mar, cruzado o istmo do Panamá e chegando a contornar a América do Sul nadireção sul até a Terra do Fogo e subindo para norte, percorrendo a costa brasileira, atacando cadafeitoria e colônia que encontrassem pela frente.

Os exércitos atlantes, embora mais bem treinados e equipados, não puderam conter o inimigodevido aos seus maiores números. Eventualmente, a batalha chegou às águas de Atlântida, com batalhassangrentas ocorrendo em diversas partes do litoral. Enquanto mortais batalhavam na superfície sob achuva torrencial do Dilúvio, Tritões servos de Poseidon batalhavam no fundo do oceano contramilhares de criaturas abismais que emergiam de mais a mais fendas interdimensionais que se abriam nofundo do Atlântico, exatamente na Dorsal Mesoatlântica. As centenas de fendas abertas jorravammagma superaquecido que entrava em contato com a água criando cortinas subaquáticas de gasesvenenosos. A abertura de tantas fendas provocou instabilidades na cordilheira submarina e nas placastectônicas, ocasionando terremotos submarinos e maremotos na superfície. Várias cidades em Atlântidasentiram os abalos, mas os danos foram moderados.

Dilúvio, Cataclismo e DestruiçãoO apogeu da guerra com os muanos se deu por volta de 4000 A.C., com o Dilúvio em pleno

curso, quando o ser conhecido como o Grande Ipupiara, uma entidade menor de Tenebras e serva deCthulhu, cruzou a barreira entre o Abismo e a Terra, emergindo por uma fenda no coração deAtlântida. Era um final de tarde quando a crosta rompeu-se, formando-se um grande vulcão naprovíncia de Mneseus, expelindo lava e provocando terremotos que devastaram todas as vilas próximas.A onda de choque se propagou em todas as direções, derrubando e partindo montanhas ao meio,enquanto as lavas ejetadas do vulcão eram atiradas a quilômetros de distância e nuvens negras de fumaçaprovocavam tempestades elétricas pelo caminho. A criatura começou a percorrer o território em direçãoà capital, onde foi confrontada pelo próprio Poseidon. A batalha entre os dois seres se arrastou desde acapital por milhares de quilômetros em mar aberto, até que próximo ao litoral do nordeste brasileiro odeus paradisiano conseguiu neutralizar Ipupiara, abrindo uma fenda no chão do oceano e utilizando seutriedente para arremessar tenebrita e aprisioná-lo nas profundezas do mar utilizando de seus poderesdivinos.

No entanto, a destruição não havia parado, pois os terremotos que se seguiram destruíram asmaiores cidades, derrubando a grande maioria dos palácios, templos e grandes edifícios, dizimandoquase metade da população da ilha-continente. Já era o começo da madrugada, e a instabilidade entre asplacas tectônicas foi amplificada pelas emanações advindas das fendas interdimensionais no fundo domar, provocando ondas de choque secundárias e terciárias, causando maremotos, inundações eterremotos cada vez mais intensos até que um último tremor de proporções titânicas engolfou o querestava de Atlântida para o fundo do Oceano Atlântico. Era o fim de Atlântida. Pouquíssimos daquelesque estavam na ilha durante o cataclismo conseguiram sobreviver, e mesmo os navios foramestraçalhados pelas ondas enormes que assolaram os mares naquele dia, sendo dragados pelo mar. Pelamanhã do dia seguinte já não restava mais nada da ilha, a não ser o mar revolto pelas tempestadesdiluvianas e algumas ilhas aqui e ali, mas nenhuma edificação da outrora poderosa civilização deAtlântida.

Depois do Catacl ismoApós a destruição de Atlântida, os sobreviventes ao cataclismo estavam espalhados pelas Colônias,

assolados pelas chuvas torrenciais do Dilúvio e sem uma pátria a qual recorrerem, teriam que sobreviverpor conta própria.

Na América Central restaram pouquíssimos iniciados após a guerra com Mu, e aqueles que

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restaram não conseguiram manter as tradições por muito tempo, dissolvendo-se entre as culturas queemergiram após o Dilúvio e seus novos deuses de Ark-a-nun. Na América do Norte a situação erasemelhante. Já na América do Sul, especialmente no litoral brasileiro, foram encontrados vestígios maisduradouros, pois algumas embarcações com sobreviventes foram carregadas pelas correntes do Atlânticoe acabaram encontrando as praias do Brasil. Aqui estabeleceram algumas pequenas colônias quechegaram a perdurar vários séculos, mas estas também eventualmente desapareceram.

Apenas na Europa a situação era um pouco melhor, pois a grande colônia de Tartessos haviasobrevivido relativamente intacta à destruição de Atlântida, pois já não dependia da mesma há séculos.Já no Egito, os iniciados dos Artífices Sagrados tiveram de lidar com os Ekimmu, vampiros bebedoresde sangue que haviam tomado o governo da região. Muitos atlantes encontraram refúgio nas ilhasgregas, onde puderam continuar sua devoção à Poseidôn.

Mas Atlântida não foi a única afetada pela destruição, pois os continentes de Mu, Lemúria eHiperbórea também foram estraçalhados e tragados pelo oceano. Apenas ilhas restaram em seu lugar.Outras mudanças geográficas importantes também aconteceram quando as águas do Dilúvio baixaram.Área inundadas como a Planície Amazônica e uma porção sul do Mar Mediterrâneo secaram, com aúltima dando origem ao norte da África. O Mar de Gobi secou completamente, tornando emersa acordilheira do Himalaia. E parte da ilha de Caraíba também submergiu no Mar do Caribe, sedesconectando de Yucatã e da Flórida, transformando o Mar do México em Golfo do México.

ANTIGUIDADETartessosCom a destruição de Atlântida pelos terremotos e maremotos, as colônias atlantes se viram

sozinhas no mundo, e sua cultura foi-se dissolvendo entre os povos ao redor, muito numerosos. A maiorcolônia atlante sempre foi Tartessos, onde milênios mais tarde foi fundada a cidade Gades pelosfenícios. Foi ela que exerceu o papel de novo centro da cultura atlante, ou pelo menos o que restou deAtlântida. Séculos depois a chegada dos fenícios e seu estabelecimento em Gades (atual Cádis),estimularam o seu imperialismo sobre as terras e cidades ao seu redor, com a intensificação daexportação das minas de cobre e prata, convertendo-se nos principais provedores de bronze e prata doMediterrâneo.

AmazonomaquiasAs Amazonomaquias foram uma série de conflitos travados entre os Tartéssios e as Amazonas,

antes e depois do Dilúvio. Antes do Dilúvio havia na porção ocidental norte da África um imenso mar,formado pela reentrância do Mar Mediterrâneo no continente africano. Neste mar, chamado Tritonis,havia a ilha de Hesperia, próximo à localização da futura Cartago. Ali os atlantes criaram uma feitoria,que evoluiu para uma vila e depois em uma cidade. Após a retração do Império durante os EstadosTeocráticos, Tartessos assumiu o controle da ilha, até que as temidas guerreiras Amazonas encontraramo local e entraram em guerra com Tartessos pela posse da região. Eventualmente as Amazonas vencerame adquiriram o controle do lugar.

Após o Dilúvio, a ilha havia sido destruída, o lago secou e em seu lugar passou a existir o desertodo Sahara. Sem sua cidade as guerreiras sobreviventes, lideradas pela Rainha Mirina, migraram emdireção ao que hoje é o estreiro de Gibraltar, penetrando no território dos Tartéssios. Os Tartéssiosaceitariam as Amazonas com a condição que Mirina e suas guerreiras abandonassem suas armas,passassem a trabalhar na agricultura e fossem assimiladas pela cultura local, mas a rainha, insultada pelanoção de ser governada por homens, se negou e declarou guerra. As Amazonas venceram a guerra contra

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os Tartéssios, forçando-os a fornecerem mantimentos e animais. Após a guerra, as Amazonas saíram dodomínio dos Tartéssios e rumaram para o oriente, atravessando o Mediterrâneo e chegando às ilhasgregas e à Ásia Menor. Também é dito que outro grupo de Amazonas atravessou o Oceano Atlântico ede alguma maneira chegaram à Amazônia, mas não se sabe como isto aconteceu.

Irmandade de HórusA região do Egito havia sido colonizada pelos atlantes durante parte do Período Imperial e houve

um ensaio de recolonização durante o período tardio. Como uma das colônias mais distantes da capitaldo Império Atlante, Khemos, como foi denominada, recebia pouca supervisão estatal, e tal fato foiaproveitado por grupos interessados em fugir dos olhos do Atlas. O mais proeminente destes gruposforam os Artífices da Torre Oculta, que migraram em quantidade para Khemos. Lá eles prosperaram,avançando sua escola de magia e construindo magníficos templos na forma de pirâmides. De fato, astrês grandes pirâmides de Gizé foram construídas pelos Artífices e apesar de sofrerem danos severos,sobreviveram ao Dilúvio.

Nos séculos que se seguiram ao Dilúvio, os membros dos Artífices que conseguirem se salvarcontinuaram no Egito a fim de reconstruírem os templos e ajudar reerguer a ex-colônia de Khemoscomo um novo reino livre da então inexistente Atlântida. No entanto, os vampiros Ekimmu surgiramno Egito e passaram a governá-lo por muitos séculos, até que os deuses da Cidade Dourada de Rápassassem a influenciar a região. A filosofia dos Artífices planejava livrar a espécie humana das amarrasde criaturas sobrenaturais, e muito embora os deuses paradisianos também prendessem a alma humana,dos dois males este seria o menor. Portanto, os Artífices mesclaram-se aos cultos dos novos deuses eressurgiram como a Irmandade de Hórus, ou os Shemshou-Heru. Auxiliaram no processo de remoçãodos Ekimmu do poder e instruíram na reforma dos templos-pirâmides, em parte disfarçados comograndes tumbas para os Faraós.

No entanto, nem todos os iniciados cultuavam os deuses egípcios com toda fé, pois muitospossuíam uma perspectiva altamente secular do mundo. Acreditavam que a humanidade devia livre dainfluência de criaturas sobrenaturais, e acabaram fundando escolas de mistério que foram o embrião doque um dia serão os Iluminados.

Expedições AtlânticasA partir do Egito, a Irmandade de Hórus procurou outras cabalas de magos da tradição atlantes

espalhados pelo mundo, mas o sucesso foi limitado. Algumas poucas cabalas foram encontradas naGrécia e na Ibéria, havendo contato de tempos em tempos, com o troca de pergaminhos e todo oconhecimento que as cabalas pudessem trocar entre si. Infiltrados entre as potências navais da época,como a Fenícia e Cartago, as ordens conseguiram se inserir em expedições para o Oceano Atlântico epara os locais de antigas colônias atlantes no continente americano, a fim de encontrar algum vestígio deAtlântida. Tais expedições tiveram graus de sucesso variados, mas este foram suficientes para estimular oenvio de mais expedições. No entanto as navegações foram pouco a pouco interrompidas devido a crisese guerras. Primeiro, a queda de Tiro em 350 A.C., e em seguida a conquista de Cartago pelos romanosem 147 A.C. Estes eventos levaram à drásticas de diminuição das expedições ao Atlântico e à América,forçando o confinamento dos esforços atlantes ao Velho Mundo.

GréciaEnquanto no Egito a sabedoria atlante sobreviveu na forma da Irmandade de Hórus, os espíritos

dos nephalins de Atlântida continuavam encarnando em locais diversos, até que uma conjunção

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astrológica levou três deles a reencarnarem na Grécia, entre os séculos VI e V A.C. Em suas últimasencarnações em Atlântida eles foram a Princesa Seyfried, filha do Atlas Arion XV; Galesh, um famosotrovador e amante de Seyfried; e Jarr, um sacerdote de Poseidon. Juntos eles fundaram uma sociedadesecreta na Grécia a fim de reunir os atlantes mais uma vez. Denominaram sua sociedade de Ordem doTridente, que se tornou o embrião que daria origem aos Magos Atlantes propriamente ditos algunsséculos mais tarde, em Roma.

YameshA criar.

RomaA criar.

IDADE DAS TREVASA criar.

InquisiçãoA criar.

As Grandes NavegaçõesA criar.

Retorno às AméricasA criar.

O Brasi lA criar.

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CCAPÍTULOAPÍTULO II: A C II: A C IVILIZAÇÃOIVILIZAÇÃO A ATLANTETLANTE

O POVO ATLANTEOrigem: Atlântida antes de AtlântidaMuitos estudiosos dos Magos Atlantes já se debruçaram sobre textos históricos acerca de

Atlântida, tentando compreender melhor a origem de sua civilização. Mas naquela época havia umagrande dificuldade em ter acesso a quaisquer fontes de informação sobre o tema, especialmente aquelasfontes que se desviavam da versão contada pelo Estado. Aquelas que não foram destruídas durante oExpurgo se perderam durante o Dilúvio. Nos dias atuais, no entanto, o Atlas já não impera e o Expurgoé apenas uma memória. Dessa forma, os Magos Atlantes puderam pesquisar livremente, primeiramenteem fragmentos de textos escritos e reescritos várias vezes, e atualmente utilizando da ciência e tecnologiamoderna.

Suas descobertas os levam a crer que o povo atlante descende de uma outra raça, uma raçaancestral cuja origem pode ser traçada para muito antes do primeiro templo a Poseidon ser construído,muito antes do primeiro par de filhos de Poseidon e Clito nascerem e muito antes de qualquercivilização surgir na Terra. Os textos chamam essa raça de “Paleo-Atlantes”, e afirma que viveram hádezenas de milhares de anos atrás, em uma Era na qual a Terra era mais bela, mais esplendorosa, em umtempo que alguns chamam de “Éon dos Dragões”, pois naquele tempo, o controle do mundo eradividido entre várias raças inteligentes, sendo os Dragões a mais proeminente e poderosa dessas raças.Além dos Dragões haviam também os Artródiros e as Aves do Paraíso, bem como os Paleo-Atlantes.

Os escritos também informam que os Paleo-Atlantes habitavam todas as partes do globo terrestre,não se limitando apenas à região onde Atlântida um dia existiu. Inicialmente eram bem primitivos,estando organizados em tribos e submetidos ao domínio das outras raças, especialmente os Dragões.Mas com o tempo sua civilização se desenvolveu e eles puderam contrabalançar o poder dracônico.Pelos escritos, o centro de difusão desse desenvolvimento teria sido um continente justamente na regiãoaproximada de Atlântida. Este antigo continente e sua civilização de Paleo-Atlantes foram denominadospelos estudiosos da era atual de Paleo-Atlântida.

Com relação aos Dragões, os piores dentre eles eram os chamados Aquamarine, que invandiramas águas que os atlantes já haviam desbravado a séculos, e tentaram impor um controle sobre asoperações de extração dos cristais que abasteciam a civilização atlante com energia. Os Paleo-Atlantes serecusaram a serem dominados e uma guerra se iniciou após os Aquamarine atacarem a capital deAtlântida de surpresa, sendo repelidos pela. Nesse ponto da história, os Dragões haviam se voltando unscontra os outros, caindo em uma guerra civil que devastou grande parte do globo, arrastando todas ascivilizações com eles. Muitos reinos atlantes foram conquistados e seus habitantes escravizados, maseventualmente, seguindo o exemplo de Atlântida, se libertaram e passaram a combater os Dragões.Quando a guerra estava chegando ao fim com a derrota dos Dragões, sobreveio um cataclismo queatingiu todo o mundo, com maremotos, terremotos e erupções vulcânicas devastando toda a planeta ecriando uma nuvem de poeira que bloqueou o Sol por séculos. Da noite para o dia, o continente queabrigava Atlântida afundou no oceano, levando consigo toda sua grandiosa civilização. Para os rarosatlantes que sobreviveram, quase nada restou a não se o que puderam levar consigo mesmos.

A partir de então a história continua como foi conhecida oficialmente pela maior parte do povode Atlântida: Poseidon trás a ilha do fundo do oceano, seus filhos a povoam e o império é estabelecido.No entanto há uma grande lacuna do que aconteceu na região de Atlântida logo após o cataclismo e a

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intervenção divina de Poseidôn. Existem fragmentos de textos de autores do Período Tardio que falamsobre esse período, mas acredita-se que tenham sido reescritos e adaptados a partir de fontes maisantigas do Período Tardio inicial, que por sua vez foram reescritas de fontes mais antigas, e assim pordiante. Do que se pode extrair destes fragmentos, após o cataclismo, os remanescentes dos Paleo-Atlantes e dos involuídos pictos tentaram reconstruir sua civilização, mas não se sabe a extensão de seuêxito, como qual seu nível de tecnologia e magia, se construíram cidades ou viveram em vilas, ou seconseguiram expandir sua civilização para terras próximas ou se permaneceram isolados. O que se sabecom certeza é que em algum ponto da Idade Arcaica, as famílias dos descendentes dos filhos dePoseidôn e Clito haviam se multiplicado e começaram a dominar a ilha, eventualmente tomando-a dosremanescentes Paleo-Atlantes e absorvendo sua cultura.

Origem: Antigo Povo e Novo PovoO que podemos chamar de “raça atlante” é uma mistura de diversos raças, subespécies, povos e

etnias ao longo do tempo. Inicialmente, antes do continente ter sido trazido do fundo do oceano porPoseidon, a região era formada por muitas ilhas tamanhos variados. Nessas ilhas habitavamremanescentes da espécie dos Paleo-Atlantes do éon passado e de Pictos, que eram Paleo-Atlantes quehaviam sofrido involução. As duas espécies se misturaram e em alguns milênios deram origem aosAtlantes do éon atual, ou Homo sapiens atlantensis. Na história atlante, esta raça é referida como AntigoPovo.

O cenário mudou com a chegada dos filhos de Poseidon e Clito por volta de 8.000 A.C., elaprópria fazendo parte do Antigo Povo. Conhecidos como os Dez Príncipes Fundadores, eles se casaramcom mulheres do Antigo Povo e seus descendentes se multiplicaram. Esses descendentes, com apoio dosReinos Marinhos, engendraram guerras para conquistar a ilha da Antiga Raça, o que ocorreu cerca deum milênio depois. Com a conquista do Antigo Povo, sua cultura desapareceu rapidamente, dandolugar ao Novo Povo, que foram aqueles que ficaram conhecidos como atlantes no mundo atual.

CULTURAAlimentaçãoExistem duas palavras que podem definir a alimentação entre os atlantes: farta e variada. Quer o

alimento viesse da terra ou do mar, quer fosse cultivado, colhido ou caçado, e durante a maior parte dahistória dos atlantes havia alimento em abundância para todos. Toda a população se alimentava bem etodos comiam de tudo, mas os nobres consumiam iguarias especiais preparadas com ingredientes vindosdas colônias, sendo os mais apreciados os das colônias americanas. A alimentação atlante tem muitassemelhanças com a saudável alimentação mediterrânea, e os Magos Atlantes de hoje afirmam que atradição alimentar do Mediterrâneo é baseada na de Atlântida.

As famílias faziam de quatro a cinco refeições por dia. Todos os membros da família se sentavam àmesa, sendo que os mais jovens eram responsáveis por servirem os adultos, comendo depois que estesúltimos terminavam a refeição. Refeições menores, como as do meio da manhã e da tarde poderiam serfeitas nos cômodos individuais de cada família menor.

A refeição matinal constava de cereais (trigo, ), amêdoas (castanhas, ) frutas (maças, ), leite,queijo, azeite e até vinho de frutas. Pela metade da manhã fazia-se outra refeição, geralmente compostapor frutas ou caldo com pedaços de carne, geralmente de búfalo. Na metade do dia se comiam peixescozidos, secos ou grelhados, bem como alguma carne selvagem, além de pães, frutas e mais vinho oucerveja vermelha. Na metade da tarde tomava-se mais cerveja para refrescar-se, juntamente com carnesdefumadas, pão de aveia e alguma fruta. No começo da noite, um caldo espesso de consistência

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cremosa, composto por queijo e manteiga de búfala, carne, vegetais e azeite. Nas regiões litorâneas acarne de búfalo era substituída por pedaços de carne de peixes e outros frutos do mar. Era muitocomum o preparo de bolos, feitos com massa de aveia como base e podendo levar ovos de peru, frutassecas, cerveja, vinho e leite de búfala.

O solo de Atlântida era muito fértil, e se poderia dizer que “em se plantando tudo dá”. Aagricultura foi descoberta logo nos primeiros séculos, apesar da abundância de alimentos silvestres.Observando as sementes que caíam acidentalmente na terra brotavam em poucos dias os habitantescomeçaram a plantar, obtendo as plantas e os alimentos desejados. Dessa forma, Atlântida passou a termuito mais alimentos, e séculos mais tarde desenvolveu uma técnica seleção para encontrar espéciesmais resistentes às raras pragas que apareciam nas plantações. Entre as plantas cultivadas estão inúmerasespécies de aveia, uma das quais usadas para fazer pão, cuja farinha tinha uma consistência epropriedades muito semelhantes ao trigo e outra que possuía maior teor de açúcar, sendo levementedoce e usada no preparo de mingaus; uma espécie de soja nativa e uma ampla gama de verduras. A ilhatambém possuía extensos pomares com grande variedade de frutas, muitas delas conhecidas por nós. Asbatatas, o tomate, o milho, o feijão e outras culturas americanas foram trazidos mais tarde das colôniasda América tropical.

Quanto à carne, esta poderia ser caçada de cervos, búfalos, javalis e animais menores, comocoelhos e aves selvagens. Como mais um mérito, os atlantes foram os primeiros a conseguir domesticaralgum tipo de animal, selecionando os búfalos nativos da ilha mais dóceis com o passar dos séculos paraauxiliá-los na lavoura e na obtenção de leite, carne e couro. Ancestrais dos perus e lhamas foram trazidosda América, sendo que as lhamas eram usadas pot sua carne e lã, já que em Atlântida não existiamovelhas.

Mesmo dispondo de tanta comida, o hábito de conservar os alimentos era muito difundido, mastinha como principal objetivo modificar o sabor e a consistência de carnes e peixes, obtendo assimnovos tipos de alimentos. A conservação poderia feita através do sal, colhido nas salinas costeiras, sendousado especialmente na conservação de carnes e peixes; ou com “geladeiras” de pedra escavadas no solo,onde a temperatura chegava por vezes a congelar as bebidas; também se praticava a defumação de carnese peixes e fermentação de bebidas em tonéis de madeira.

Em termos de bebidas, os atlantes consomem chás de ervas e cogumelos, sucos de frutas e umacerta variedade de bebidas alcoólicas fermentadas a partir de mel (extraído de abelhas sem ferrão), frutase cereais. Uma das preferidas é a cerveja vermelha, preparada a partir da fermentação de uma mistura defrutas, mel e cereais, variando de acordo com o tipo de cerveja que se quer fazer, mais amarga ou maisdoce. Também há vinho feito a partir de uvas e frutas.

FestividadesExistiam festividades de todo tipo em Atlântida. O Festival dos Parentes, celebrado no quinto mês

do ano, que é considerado o mês em que Clito e Poseidôn conceberam Atlas e Gaderius. Nesse mêspessoas de toda as regiões da ilha viajam à capital para tomar parte nas comemorações, compostas visitasao santuário de Poseidôn e Clito dentro da Cidadela e das famosas Touradas.

Existem vários tipos de tourada. Uma delas consiste em soltar um grande touro nos campos,caçá-lo e após abatido, os participantes tomam seu sangue. Outra consiste em colocar um touroenfurecido em uma arena, enquanto os participante se desviam do animal fazendo acrobacias.

Outro festival de grande importância é a Oferta dos Cavalos, onde cavalos são afogados emsacrifício a Poseidôn. Por toda a Atlântida, cada família sacrifica um cavalo afogando-o em água do marcomo uma oferta ao patrono da ilha. Acredita-se que os cavalos sacrificados renascerão nos ReinosMarinhos de Poseidôn como Hipocampos.

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Idioma

História do SenzarO idioma atlante, o Senzar, sofreu muitas mudanças ao longo tempo e do lugar, dando origem a

vários dialetos. Era uma língua essencialmente aglutinante, cuja base era formada pelo próprio idiomada Antiga Raça somado ao idioma falado pelos filhos de Poseidon. Este último lembrava uma versãobem arcaica de grego, possuindo similaridades com o idioma falando em Olympus.

As primeiras formas do atlanteano foram denominadas pelos historiadores dos Magos Atlantes noséculo XIX como “proto-senzar”. A primeira forma que se tem conhecimento do proto-senzar, ochamado proto-senzar I, era um conjunto de dialetos originários do idioma falado pelos atlantesoriginais, a Antiga Raça. Entretanto, os filólogos da ordem afirmam jocosamente que há tanta relaçãoentre o Atlanteano original e PS I quanto entre o farsi e o inglês. Os dialetos do tipo PS I eram faladospor volta de 10000 a.C. nas ilhas que formavam o que restou da Atlântida original. Infelizmente, nãoexistem documentos escritos dessa época que tenham sobrevivido ou cuja veracidade possa serconfirmada.

A próxima fase seria o proto-senzar II, o conjunto de línguas da qual fazia parte o dialeto faladopelas primeiras gerações dos descendentes dos filhos com Poseidon com a mortal Clito. Os dialetosdesse tipo representam uma fusão das características dos dialetos do tipo PS I com uma versão doidioma Olimpiano que havia sido aprendido por Clito e seus filhos. A primeira tábua de ouro com asleis de Atlântida foram escritas em um dialeto de PS II, sendo oficialmente o primeiro documentoescrito de Atlântida.

O proto-senzar II foi falado durante o período arcaico e foi sofrendo mudanças gradativas, até setransformar na forma mais antiga do Senzar que se conhece. Por ordem de Erastos, primeiro Atlas daAtlântida unificada, esse primeira forma de Senzar, falado na capital e nas vilas próximas a Atlantis, foidecretado como idioma oficial do Estado. Apesar de esforços para impor um Senzar padronizado,passaram-se décadas até que todos os reinos o utilizassem em todos os documentos oficiais, e mesmoassim cada províncias falava dialetos próprios e em alguns lugares o senzar nunca chegou a dominar.

Com a expansão do Império Atlante pelas Américas, Europa e África, o senzar levado peloscolonos atlantes foi se misturando com a linguagem dos povos locais e com o passar do tempo com osidiomas de povos migrantes e invasores, criando dialetos distintos. Esses dialetos serviram como basepara muitos idiomas ao redor do mundo, dentre os quais figuram: egípcio, fenício, etrusco, basco,aruaque, tupi-guarani, entre outros.

EscritaApesar de ter passado por inúmeras reformas compulsórias e mudanças influenciadas pelas forças

culturais, o Senzar possui duas formas de escrita. A primeira é o Isiacum, um sistema hieroglífico de usohierático, pouco usado e conhecido pela população em geral. Era utilizado com frequência porsacerdotes de Poseidon, nobres e iniciados de sociedades secretas para rituais. A grande maioria dosrituais, textos religiosos e magísticos produzidos em Atlântida são escritos com Isiacum. A segundaforma de escrita do Senzar era uma versão simplificada do Isiacum, cujos caracteres possuíam traçosmais simples, sendo destinada à documentos da população civil em geral. Os documentos oficiais doEstado era sempre escritos usando as duas formas.

ExemplosA criar.

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ReligiãoEm quase todas as sociedades a religião desempenhava um papel importante na vida das pessoas, e

em Atlântida não é diferente. Os atlantes acreditavam serem descendentes de seu deus patrono,Poseidôn, e possuíam muito orgulho disso. Dura mais da metade de sua história, consideravam quetodas as leis e costumes que possuíam tivessem sido passados pelo Senhor dos Mares ou sob suainspiração.

De maneira geral, existiam dois tipos de culto, sendo que o primeiro era ao patrono de Atlântida esenhor dos mares e dos cavalos, Poseidon. Este culto era realizado por sacerdotes do deus em templosespalhados pelas vilas e cidades da ilha.

O segundo tipo e quase tão importante quanto o primeiro eram o culto aos antepassados,realizado a nível familiar nas casas. Cada família possuía um altar onde uma placa com os nomes de seusantepassados eram gravados. O culto aos antepassados perdeu importância gradual durante os séculosfinais do Período Imperial e desapareceu durante o Período Tardio. O culto a Poseidôn, por outro lado,cresceu enormemente e ainda se mostrava forte mesmo durante o Período Tardio.

Além de Poseidôn, os atlantes também chegaram a cultuar outros deuses. Ares e Apolo eram doisdeuses olímpicos com maior número de templos na ilha. Já Gaia e Urano eram cultuados em templosremotos na província de Authocton.

ArtesNão era apenas de guerra e religião que vivia Atlântida, sua cultura era das muito rica, passando

por uma grande diversificação durante a época das grandes navegações, quando o contato com povosdistantes trouxe ao país uma variedade enorme de elementos culturais.

MúsicaA criar.

TeatroA criar.

DançaA criar.

PinturaA criar.

EsculturaA criar.

ArquiteturaPara quem vivia na capital de Atlântida, também com o mesmo nome, maravilhava-se todos os

dias com os majestosos e deslumbrantes edifícios, jardins e canais da cidade. Alguns prédios antigos já

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estavam lá logo depois que Poseidon ergueu as terras de Atlântida, legado da Antiga Raça. A maioriadestes prédios eram ruínas, cujas pedras os descendentes de Poseidôn e Clito utilizaram para construirnovas edificações. Na colina onde estava a moradia onde Poseidon e Clito foi erguido um palácio parahospedar o Atlas e seus irmãos. Esse palácio seria o primeiro de uma série de palácios que seriamconstruidos para a abrigar a realeza de Atlântida.

Seus filhos aperfeiçoaram tudo, começando pelo Templo Maior e se estendendo a cada uma dasfaixas de terra circundantes, projetando e construindo cada edifício, jardim e estátua que se viu até seufim. A arquitetura atlante influenciou as de vários outros povos, em especial a dos egípcios e a dos povosda América Central.

LiteraturaA criar.

C IÊNCIA E TECNOLOGIAAlquimiaA abundância dos metais e a facilidade de extraí-los, pois eram encontrados na flor da terra,

permitiu aos atlantes evoluírem rapidamente a tornarem-se uma das civilizações mais desenvolvidas daera antediluviana.

CristaisO povo de Atlântida utilizava cristais de duas maneiras básicas: para geração de energia e

armazenamento de informações, ambos se utilizando de magia para acontecer. Esse conhecimento éremanescente da Antiga Raça, havendo sido preservado pelos Arquitetos da Torre Oculta. Tanto é assimque alguns cristais criados pela Antiga Raça foram adquiridos pelos atlantes, seja através de expedições,barganha e à força. Estes cristais são chamados de Cristais-Matriz, e em geral cabiam na palma na mão.Seu pequeno tamanho fazia com que fossem fáceis de perder ou serem danificados, então os iniciados dasociedades atlantes os colocavam dentro de outros itens maiores, até mesmo outros cristais.

GuerraUm dos últimos aspectos da civilização atlante a se desenvolver foi a Guerra, pois como a guerra é

movida quase sempre por interesses econômicos e os cidadãos dispunham de tudo o que precisavam naprópria ilha, não houve necessidade de explorar outras partes do mundo nos primeiros séculos e,portanto não houve conflitos com outros povos. Com o desenvolvimento da navegação, os atlantesestabeleceram colônias em vários pontos do Atlântico e do Mediterrâneo. Fatalmente os conflitoscomeçaram, e os atlantes confrontaram os selvagens humanos, pobres tecnologicamente, mas ferozesguerreiros que queriam defender suas terras dos invasores a qualquer custo. Rapidamente os atlantespassaram a usar suas armas que eram anteriormente usadas na caça e trabalhos domésticos para finsbélicos. Os exércitos atlantes se baseavam não em táticas ou número, mas na tecnologia e na habilidadeindividual de cada soldado.

O básico do exército era formado por uma infantaria leve armada com espadas curtas de ferro outridentes e protegidos por um escudo e armadura leves de bronze ou ferro, eram os Murmilos. Haviatambém um grupo de Arqueiros armados com flechas que podem ser de pedra, osso, bronze, ferro ouoricalco, os Agulheiros. Havia também um grupo arqueiros de elite, os Arponeiros, que usavam uma

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arma chamada Arpão-de-Mão, uma espécie de besta mais pesada e destinada a perfurar escudos earmaduras mais grossos. Entretanto o grupo de elite mais apto do exército de Atlântida eram osHomens-Tritão, treinados no ataque surpresa, armadilhas e no combate subaquático.

As técnicas de defesa incluíam a construção de Fortalezas pelos excelentes Sapadores atlantes, queusavam os materiais do local e depois forravam os muros e muralhas com chapas de bronze, paraaumentar a resistência das mesmas. Arqueiros ajudavam na defesa e também se fazia o uso de um lança-chamas chamado Cano de Incêndio, que espirrava uma mistura superaquecida de óleo e poção alquímicade cima dos fortes para queimar os inimigos.

MedicinaA criar.

MetalurgiaA abundância dos metais e a facilidade de extraí-los, pois eram encontrados na flor da terra,

permitiu aos atlantes desenvolverem a metalurgia. Tanto era a abundância de metais que a maioria dasfamílias, mesmo as de menor condição social, possuíam algumas jóias de ouro e prata.

Os altantes também possuíam um metal encontrado apenas em Atlântida: o oricalco, o metalsagrado. Na forma como era naturalmente encontrado em Atlântida, se apresentava como um minériode cor dourada, dureza moderada e às vezes quebradiço. Nesta forma o oricalco é um tanto instávelpodendo reagir fortemente com água, e por este motivo a oricalcita recebia uma camada de uma ceravegetal. Depois de transportado para as forjas, a oricalcita passava por um processo químico para separaro oricalco dos demais elementos. Este passo era extremamente delicado, devido a reatividade daoricalcita.

Também desenvolveram um aço resistente à oxidação que possuía uma leve coloração azul-esverdeada. Esta coloração surgia durante o processo de produção do aço, e se devia a uma substânciamineral que só os artífices atlantes sabiam sintetizar. Como o processo de criação deste aço eraconhecido apenas por alguns poucos artífices, armas e outros objetos feitos com ele eram muito caros, egeralmente pagos em oricalco.

Navegação e TransportesO cavalo foi o primeiro e também o mais usado meio de transporte durante toda a existência de

Atlântida. Domesticado com facilidade pelos Encantadores, os cavalos eram animais sagrados paraPoseidon e a lei permitia usá-los para transporte, mas nunca para carga. Para cargas leves eram usados osbúfalos puxando carros de madeira e elefantes para arrastar blocos de pedra para grandes construções.

Mesmo que o transporte marítimo e fluvial fosse bem mais rápido, existiam regiões onde nãoexistiam rios navegáveis, e para torná-las acessíveis foram construídas largas estradas calçadas com pedraou cascalho compactado. A mais longa e importante dessas vias era a Estrada do Mar, que se estendiadesde Mestor até Azaés, passando pela capital. A Lança Hípica é uma estrada reta que ligava Elasippos aMestor, e é usada para escoar as criações de cavalos e elefantes. Uma estrada menor, a Via Montanhosa,se encontrava com a Estrada do Mar a sul das Montanhas do Oeste e seguia rumo ao norte, espremidaentre as montanhas e o litoral até chegar a Castelo Alto, a fortaleza mais remota de Evaimon. Já aPassagem dos Príncipes é uma estrada sinuosa, com relevo recortado, cheio de altos e baixos, além de serperigosa, já que passa pelo territórios dos bárbaros, e foi por muitos séculos usada como um atalho entreEvaimon e Atlântida, usada para todo tipo de transportes, sendo chamada de Passagem Sinuosa. Masisso foi antes do alongamento da Via Montanhosa, mais protegida e mais nivelada. A partir de então

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passou a ser utilizada apenas por comitivas do Atlas em direção a Evaernon. E por fim, há a remota einacessível Estrada Branca, que é chamada assim por causa das neves em que está enterrada por mais dametade do ano. É o único caminho por terra para a província de Autoctonos, e apenas guias experientestentam cruzá-la durante a temporada das neves.

Entretanto, o meio de transporte mais usado em Atlântida por sua rapidez era o barco. A capitalera rodeada por canais de águas sempre limpas usadas por canoas para transporte de pessoas emercadorias de forma rápida. Outros canais ligavam a capital às vilas próximas, que por sua vez tinhamligações com rios e canais menores, formando uma rede fluvial que abrangia boa parte da terra.

Muitos atlantes acreditavam que seu conhecimento sobre barcos e navegação naturalmente vinhade Poseidon, Senhor dos Mares. Entre os materiais usados na construção dos barcos estavam: madeira,proveniente de uma árvore endêmica de Atlântida, usada por sua resistência e leveza no casco e naestrutura; e oricalco, usado na blindagem de alguns navios. A orientação era feita inicialmente através decartas náuticas, elaboradas através da observação das estrelas, lua, ventos e marés. Depois foi inventada abússola, por Sestário, em 9032 A.C. O conhecimento deste invento foi perdido quando do cataclismo,sendo redescoberto independentemente pelos chineses milênios depois.

Por volta de 9000 A.C., engenheiros atlantes começaram a construir grandes barcos que podiamcaber até 100 pessoas e comportavam mantimentos suficientes para toda a tripulação durante váriosmeses. Estes gigantes eram lentos, mas com o uso de cristais mágicos para fazer com que hélices demadeira girassem e impulsionassem o barco, as viagens ficaram incrivelmente mais rápidas. Mas este nãofoi o maior invento nessa área, e sim o Veleiro de Guerra, usado durante as Guerras Decanárias, quepossuía uma aerodinâmica tão perfeita que até hoje não foi superado por nenhum outro veleiro. Com asbirremes os atlantes se tornaram senhores absolutos do mundo marítimo antediluviano.

Todos a frota marítima atlante necessitava de grandes portos para permitir o transporte eescoamento de mercadorias. Haviam quatro grandes portos em todo o país, sendo o maior de todos o daprópria capital. Em seguida vinha o Porto de Gaderius, que recebia o fluxo de navios vindos dascolônias mediterrâneas; Porto de Diaprepes, que sustentava o tráfego marítimo do Caribe e da Américado Norte; e o Porto de Azaes, responsável pelo fluxo marítimo da América do Sul. Haviam portos nasoutras províncias, mas eles eram de menor porte.

SOCIEDADEO aspecto social da civilização atlante possuía em emaranhado complexo de relações sociais que

muito embora tenham se baseado nas mesmas ideias por milhares de anos, foram mudando e sealterando com o passar do tempo, sendo moldados por guerras, revoluções e mudanças gradativas pelocurso da história.

Uma das ideias que moldou as relações sociais em Atlântida era a crença que os atlantes eramsuperiores a todos os outros seres humanos que os rodeavam. Essa questão da superioridade atlante vemjustamente da crença fundamental de que os atlantes são uma linhagem de origem semidivina queencontra seu começo nos Dez Reis-Patriarcas, filhos de deus Poseidon, o Senhor dos Mares, e de Clito,Alta Sacerdotisa da Antiga Raça. Por causa disso os atlantes se julgavam superiores a todos os outrosseres humanos que encontravam, que viam como selvagens e bárbaros apenas um degrau acima deanimais. Foi essa crença na superioridade atlante que os levou a conquistar e escravizar os povosprimitivos da época pré-diluviana.

Esse mesmo princípio de superioridade também os levou a classificar e segregar membros de suaprópria sociedade. Assim como muitas outras sociedades, os atlantes possuíam uma hierarquia social queseparava as elites do restante da população de acordo com sua pureza racial, e muito embora osesquisotéricos de plantão afirmem que os atlantes eram uma sociedade evoluída com uma forma deutopia comunista onde todos eram iguais, nada poderia ser mais longe da verdade. Mesmo assim a

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sociedade atlante não foi completamente a mesma e chegou a ver alguns avanços em determinadospontos de sua história.

Hierarquia Social

Período ArcaicoApesar da hierarquia da sociedade atlante ter mudado ao longo do tempo, sempre houve uma

distinção clara entre aqueles eram verdadeiros atlantes e aqueles que não eram. Essa distinção começou ase forma ainda no Período Arcaico, quando haviam basicamente quatro grupos sociais, divididos deacordo com a miscigenação entre raças: os atlantes, os sábios, os mestiços e os selvagens. Os atlanteseram compostos por descendentes de Atlas e seus irmãos que acabaram se casando com mulheres dachamada raça dos sábios ou mesmo com a raça dos mestiços. Já os sábios eram como os atlanteschamavam os últimos remanescentes da raça que habitava a ilha antes da chegada de Atlas e seus irmãos.Os selvagens eram homens tidos pelos atlantes como incivilizados e conviviam com os sábios antes dachagada dos atlantes. A miscigenação entre os selvagens e os sábios deram origem aos mestiços, que aofim do período Arcaico representavam a maior parte da população da ilha.

Nesse período os Atlantes estavam no topo da hierarquia juntamente com os últimos membros daraça dos Sábios ou Antiga Raça, que viam como uma espécie de “raça-mãe”, o que fazia todo o sentidovisto que a “mãe” de todos os atlantes, Clito, vinha desta raça. Em contrapartida os Sábios viam osAtlantes como crianças que deveriam ser guiadas para um melhor entendimento do mundo e datecnologia que possuíam. Por causa disso os Sábios frequentemente serviam conselheiros dos monarcasatlantes, muito embora continuassem sendo governantes de várias partes da ilha. Segundo a lenda quasetodos os filhos de Poseidon tomaram esposas entre mulheres da Antiga Raça, com exceção de Gaderius eAutoctonos. Durante as guerras de conquista que marcaram o final deste período os últimosgovernantes da Antiga Raça foram derrotados pelos Atlantes e seus domínios conquistados, virtualmenteextinguindo a sua linhagem.

Abaixo de ambos estavam os da Nova Raça, como eram chamados os mestiços resultado dorelacionamento entre membros da Antiga Raça e os Humanos que habitavam a ilha. Eles eram vistoscomo crianças pela Antiga Raça, e eram considerados um pouco inferiores pelos Atlantes, muito emborapara os Atlantes eles ainda estivessem acima dos humanos selvagens e dos pictos por terem sangue daAntiga Raça. Por isso os Atlantes se miscigenaram com eles e os descendentes dessa miscigenação seriamconsiderados atlantes, muito embora de “estirpe” ligeiramente inferior àqueles que se miscigenaram comaqueles da Antiga Raça. Muito embora sua população tenha sido continuamente assimilada pelosAtlantes, ainda existiam mestiços sem sangue atlante vivendo nas regiões mais afastadas, como emAutoctonos e Mneseus.

Na base da sociedade no período Arcaico estavam os Humanos propriamente ditos e os Pictos,que viviam num estado semi-civilizado e serviam como trabalho braçal para a Antiga Raça e para osAtlantes. Infelizmente os Pictos acabaram desaparecendo muito cedo e em 6.000 a.C. a raça já estavaextinta há vários séculos. Apesar de raramente cruzarem com os pictos, era muito comum que osAtlantes o fizessem com humanos, eram considerados mestiços e não atlantes completos, muito emborafossem criados como servos pela famílias de seus pais atlantes.

Outro fato importante é que foi também nesse período que começaram a surgir as bases danobreza atlante, que era baseada no parentesco de sangue e na distância de gerações em relação aofundador de cada clã. Fala-se em clã porque é a melhor aproximação que os estudiosos atlantesencontraram para descrever a organização política do período. É dito que cada um dos irmãos de Atlasrecebeu uma vasta extensão de terra na grande ilha, e poderia governá-las e utilizá-las conforme lhe

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conviessem, mas teriam que pagar tributo e obedecer ao irmão conforme lhes fosse requisitado. Os DezReis-Patriarcas concederam a seus filhos parcelas das terras que receberam de Atlas, e cada geração essasterras eram novamente divididas entre os herdeiros, que com o tempo formou uma hierarquia de donosde terras dentro ligados por sangue, efetivamente formando dez grandes clãs e dezenas ou centenas declã menores, numa relação de vassalagem dentro de uma família estendida. Em tempos de guerra, os clãsmenores deveriam atender ao chamado de seu clã sênior e lutar por ele.

Período ImperialA hierarquia atlante mudou um tanto durante o período Imperial, muito embora continuasse

fundamentada na “pureza” da linhagem do indivíduo. Com o desaparecimento dos sábios da AntigaRaça e dos Picots, assim como a quase extinção dos mestiços da Nova Raça, restavam apenas os Atlantesde linhagem “pura” (aqueles que se miscigenaram com sábios), os Atlantes de linhagem “inferior” (aquelesque se miscigenaram com membros da Nova Raça), os Humanos e os Mestiços entre Atlantes eHumanos.

NobrezaOs Atlantes de linhagem pura eram a minoria, mas formaram a Nobreza da sociedade atlante.

Possuíam a maior quantidade de privilégios e prerrogativas, eram os únicos que poderiam alcançarcargos de alto escalão no governo, no exército e no culto a Poseidon.

ComunsOs verdadeiros cidadãos eram os que pertenciam a alguma das dez famílias e estão divididos em

um sistema de classes bastante móvel. Apesar de nem todos os cidadãos receberem a mesma atenção doestado, pelo menos nos melhores períodos da história de Atlântida havia um distribuição de riquezasaproximadamente igualitária.

As divisões em classes funcionavam mais como títulos pela importância da função do indivíduona sociedade do que mesmo um sistema de classes ou castas. Um aspecto interessante é que o filho deum homem de certa classe não herda a posição social do pai, tendo que começar de um certo níveldependendo das suas capacidades. Mas na prática o filho de um nobre tem mais chances de ser umnobre do que o filho de um camponês, exatamente por causa das condições de vida em que cada umnasceu, pois o filho de um nobre é educado por ótimos mestres, indo às escolas reservadas aos filhos danobreza.

Cada um dos títulos reflete tanto a importância do trabalho do indivíduo quanto a suaproximidade sanguínea dos primeiros monarcas de Atlântida. Seria mentira dizer que o indivíduo comum título inferior recebe menos privilégios, mas como já foi dito antes, a sociedade atlante é um tantojusta.

Mestiços e EstrangeirosConforme os exércitos atlantes conquistavam os povos primitivos das Américas, Europa e África,

foi tornando-se muito comum a miscigenação entre atlantes e os povos conquistados, gerando o que sechamavam de sub-raças do povo atlante, como foram classificadas depois. Os filhos dessas uniões eramchamados de Mestiços e não eram aceitos como cidadãos atlantes, permanecendo como eternosestrangeiros e recebendo os direitos que lhes cabiam como tais. Em geral, todo mestiço era algum tipode bastardo: quando não eram concebidos fora do casamento por pais e mães atlantes, nasciam da uniãoentre atlantes e bárbaros das terras conquistadas. De ambas as maneiras eram considerados bastardos.Um mestiço não poderia possuir terras, mesmo que fosse rico, o que não era tão raro entre eles. Assim,

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poderiam possuir quaisquer bens que pudessem levar consigo, e muitos tornavam-se comerciantes,curandeiros e até donos de frotas de navios mercantes, possuindo até mesmo cidadãos comoempregados. Mestiços também não podiam se casar, mesmo entre eles, mas mesmo assim realizavamcerimônias privadas que marcavam a união entre homem e mulher. A lenda da origem dos mestiçosconta que quando Gaderius voltou à Atlântida com uma mulher selvagem e um filho bastardo, seuirmão Atlas rejeitou a mulher e seu filho, dizendo que eles não possuíam o sangue puro de Poseidôn nasveias. Gaderius respondeu que Clito, a mãe de todos os príncipes de Atlântida, não possuía sangue dePoseidôn, e mesmo assim nunca fora rejeitada. Atlas, furioso, disse que sua mãe havia sido escolhida porum deus, e decretou que o filho de Gaderius não era filho daquela terra e nunca poderia possuir nada deAtlântida.

Escravos e ServosA criar.

Famíl iaComo descrito anteriormente, cada uma das dez famílias receberam uma parte da ilha, e cada um

dos príncipes distribuiu um lote de terra aos seus descendentes. Essas primeiras famílias receberamextensos lotes de terra, que com o tempo foram sendo novamente divididos entre seus descendentes,repetindo a divisão pelas gerações subsequentes. Com o tempo o tamanho dos lotes foi diminuindodevido a contínua divisão, a ponto de provocar brigas entre os membros de uma mesma família. O AtlasAsteros I então ordenou a reorganização dos lotes, fazendo com que as famílias de parentesco maispróximo se reunissem em uma grade propriedade, que seria trabalhada em conjunto por todas asfamílias menores.

Foi exatamente nessa época que começaram a serem construídas grandes casas de madeira, pedra eargamassa, que chegavam a ter dois ou até três andares, para abrigar todas as famílias. Essas casas eramdivididas de tal forma que cada família pudesse ter sua independência e privacidade, mas que tambémpreservasse a proximidade familiar.

Contando com isso, a unidade familiar era composta por uma grande família, que integravadiversas famílias menores. Uma família menor é composta por um casal e seus filhos, além de algunsparentes ou agregados, incluindo-se aí os pais idosos de ambos os conjugues. A grande família erachefiada pelo casal mais antigo da casa, o patriarca e a matriarca. Isso por que quando uma pessoa atingecerta idade, ela é levada a uma espécie de aposentadoria compulsória. Apesar de soar ruim, a“aposentadoria” é benéfica para o ancião, já que entre os atlantes os ancestrais merecem lugar de honra equando chega certa idade os mais jovens tratam de cuidar muito bem deles.

A propriedade de terra é coletiva a nível familiar, pertencendo a todos os familiares, de forma quetodos os membros com capacidade de trabalhar realizam alguma atividade. Os homens adultos sãoencarregados da semeadura e do cultivo, bem como da caça e trabalhos pesados, como reformas econstrução de novos cômodos. As mulheres adultas são responsáveis pela conservação da casa, dapreparação dos alimentos e da coleta de frutos e produtos cultivados, esta última tarefa tambémrealizada pelos homens. As crianças realizam pequenos trabalhos a partir de certa idade, além de sereminstruídas nos costumes e tradições familiares, bem como todo o resto da educação, que éresponsabilidade da família. À medida que vão crescendo, aprendem todos os outros serviços que irãoexecutar quando atingirem a idade adulta.

A boa convivência entre os membros de uma família é extremamente importante. Então quandohá um algum desentendimento, o patriarca e a matriarca da grande família tratam logo de chamarambos os lados para que exponham a situação, tentando uma conciliação entre as partes.

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CasamentoOs casamentos ocorriam sempre entre um homem e uma mulher, e eram em sua grande maioria,

arranjados. O pai e a mãe escolhiam os pretendentes dos filhos e arranjavam o casamento, muitas vezesdesde a infância. Não era comum que crianças com cinco ou seis anos de idade fossem prometidas, masem geral o casamento era arranjado quando a criança se aproximava da puberdade.

A maioridade para casar ocorria aos 14 anos para os meninos e um ano após a primeiramenstruação para as meninas. Chegada a época, os noivos passavam a morar juntos na casa de cada umdos pais, passando um ano em cada. Após dois anos, caso houvesse compatibilidade entre ambos,esperava-se mais um ano, e então era realizada a cerimônia definitiva. Durante este ano, duranteo operíodo Arcaico, o noivo deveria fazer uma jornada pelo país, enquanto a menina deveria viajar até acapital, e lá esperar pelo noivo enquanto passeava pela cidade. Essa tradição foi sendo abandonadadurante a segunda metade do período Imperial, e durante os Estados Teocráticos já não mais existia.Neste período foi substituída por uma peregrinação a algum templo de Poseidon.

O casal poderia então escolher dentre morar com um dos pais ou morarem sozinhos.

POLÍTICA E LEIS

GovernoO sistema político de Atlântida evoluiu de uma confederação de clãs semi-tribais no Período

Arcaico, para algo semelhante a um feudalismo centralizado durante as Guerras de Unificação echegando até um estado unitário governado por uma monarquia absolutista durante o PeríodoImperial, passando por uma breve experiência parlamentarista com tendência à federalização ao fimdeste período. Em seguida tornou-se novamente um estado unitário, dessa vez governado por umaditadura teocrático-oligárquica durante os Estados Teocráticos, retornando para monarquia absolutistano começo do Período Tardio. Ao longo deste último período da história atlante, o país evoluiu paraalgo semelhante a uma federação de reinos governada por uma monarquia constitucionalparlamentarista, permanecendo assim até sua destruição.

Período ArcaicoNo período Arcaico o país se organizou segundo as Família dos Dez Filhos, mas não sem conflitos

com os habitantes originais e posteriores disputas entre as Famílias por terras. Nesse período seformaram os Dez Reinos que passaram a compor Atlântida pelo restante de sua história, e cada reino eragovernado por um descendente em linha direta de cada um dos Dez Filhos. Cada rei tinha umaautoridade limitada, já que o regime se aparentava com uma sociedade Tribos ou Clãs familiares, ondecada família menor cedia recursos e impostos para proteger os cidadão e as bordas dos reinos. Muitoembora a figura do Atlas já existisse há séculos, havia uma dificuldade constante de unir as tribos após asguerras de conquista.

Período ImperialDurante todo o Período Imperial e boa parte do Período Tardio o chefe de Estado e Governo de

Atlântida era o Atlas, que possuía poderes semelhantes aos de um Imperador, sendo inclusive ocomandante supremo do Exército Atlante. Atlas de todas as índoles se alternaram no poder, algunspodem ser considerados benevolentes, outros cruéis, outros pouco de dignos de nota e outros ainda tãofracos que foram removidos do poder. Apesar de ter o poder absoluto, o Atlas delegava a administração

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geral do Império ao Tridente de Atlas, um homem escolhido por ele, quase sempre da nobreza. OTridente, como era muitas vezes chamado, tinha funções muito similares às de um Primeiro-Ministro.

Período TardioA restauração do poder imperial fez voltar a monarquia absoluta e centralizada em Atlântida, ao

menos em nome e mesmo assim apenas no começo. A Assembleia do Tridente foi restabelecido com umaforma bem semelhante àquela do Período Imperial e passou a ter cada vez mais influência nagovernança do país. Eventualmente, o Atlas teve que ceder à criação de uma carta constitucional, daqual participaram nobres e comuns.

Na carta ficou estabelecido que o poder em Atlântida continuaria sendo exercido pelo Atlas, masnão era mais absoluto, devendo obedecer os limites impostos pela lei. Assim, o Atlas continuava tantocomo chefe de Estado quanto como chefe de Governo, mas a Constituição o obrigava a delegar parte deseus poderes à nova Assembleia do Tridente.

A Assembleia do Tridente era uma parlamento tricameral, incialmente não-eletivo. A primeira dascasas era a Câmara dos Nobres, formada por três nobres de cada um dos reinos de Atlântida mais oPríncipe Herdeiro. Possuíam a mais alta prerrogativa e poderiam vetar quaisquer decisões aprovadaspelas outras câmaras. A segunda câmara era a Câmara dos Talassocratas, formada pelos líderes de cadauma das Companhias Talassocráticas. Geralmente entravam em acordo (às vezes através de suborno)com a Câmara dos Nobres para que estes aprovassem as leis criadas por eles. Por último havia a Câmarados Cidadãos, composta por cidadãos atlantes sem nobreza e não-filiados à nenhuma companhiatalassocrática. Seus membros eram escolhidos entre donos de terras, membros de corporações de ofício etambém através de indicação dos príncipes da cada reino.

Como dito, o Atlas delegava a administração diária do país ao parlamento ao nomear umprimeiro-ministro, cuja denominação passou de Tridente de Atlas para Sublime Príncipe. Este primeiro-ministro tinha status de um príncipe de Atlântida enquanto durasse seu mandato, que não tinhaduração fixa e poderia ser demitido pelo Atlas a qualquer momento. O primeiro-ministro entãoescolheria vários outros homens para formar a Câmara do Tridente, que era o gabinete de ministros quegovernaria o país durante o mandato daquele ministro. Além dos membros escolhidos por peloprimeiro-ministro cada uma das câmaras indicaria um membro, que passariam a integrar o Câmara doTridente e teriam a função de avaliar a administração atual. Caso achassem que o primeiro-ministrohouvesse cometido alguma irregularidade, fosse um mau administrador ou cometesse qualquer erro queseus opositores no parlamento pudessem usar para derrubá-lo, eles o reportariam ao parlamento. Umamoção de desconfiança era então apresentada ao Atlas, que poderia dar ouvidas a ela ou não.

Propriedade e TerrasA divisão das terras da ilha criada por Poseidon. ocorreu da forma descrita a seguir. Atlas e seus

descendentes permaneceram na cidade de Atlântida, no centro da ilha, onde construíram todos ostemplos e edifícios que durariam até sua destruição. Gaderius recebeu uma região de planície litorânea aoeste. Ampheres recebeu uma região de campos e pradaria a oeste de Atlântida e seu irmão Evaemonrecebeu um território mais ao sul de seu gêmeo, uma estreita mas longa faixa espremida entre asmontanhas e o mar. Mneseus recebeu as terras no centro, de relevo recortado e com vales de riosestreitos e rápidos. Seu gêmeo Autochthon foi para o extremo norte, nas terras mais rústicas da ilha, umplanalto elevado e de clima temperado. Elasipo ficou com os Campos Hípicos, planícies de vegetaçãorasteira limitadas entre as terras de Autochthon e as de Mestor. Mestor ganhou um quadrilátero deterras baixas e férteis, cortadas pelo caudaloso e lento Rio Mestor. Azaes e seu clã foram para o extremoSul, formado por florestas tropicais, onde mais tarde fundariam a cidade portuária de Azaes. Diaprepes e

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seu clã receberam a região entre Atlântida e Azaes, dividida ao meio pela Cordilheira Atlântica, ondeconstruíram um grande porto.

TalassocraciaA criar.

Símbolos NacionaisAssim como qualquer outra cultura, os atlantes possuem símbolos relacionados ao poder político,

e sem dúvida o mais conhecido e importante é o Tridente de Atlas. Reza a lenda que este Tridente foidado por Poseidon a seu filho Atlas como símbolo de poder sobre todas as terras que o deus dos mareshavia trazido do oceano. De Atlas o tridente foi passado de monarca para monarca de Atlântida, até oúltimo Atlas que morreu no Dilúvio. Este Tridente representa para os atlantes aquilo que uma coroarepresenta para outros povos, e nenhum monarca atlante jamais foi coroado sem ele. Existe também aCoroa, que pode mudar a cada dinastia ou monarca, sendo de menor importância e tendo uma funçãomais religiosa do que política. De forma simples, enquanto o Tridente representa o poder político, aCoroa representa o poder espiritual.

Ainda a nível imperial, existe o Brasão Imperial, formado pela ponta de Tridente dourado emfundo azul-esverdeado. O Brasão de Atlântida é bem parecido com o Imperial, com a adição de 10pontas douradas costuradas próximas ao mastro.

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CCAPÍTULOAPÍTULO III: O M III: O MUNDOUNDO A ATLANTETLANTEApesar de Atlântida ser uma ilha de dimensões continentais, com o passar do tempo, esta

civilizaçõies criou um grande Império, chegando a possuir sob seu controle quase todo o OceanoAtlântico e todas as massas de terra nele contidas. Em sua máxima expansão, dominavam desdeterritórios próximos ao litoral oeste do México, passando pela então grande ilha de Caraíbas, entrandono Mediterrâneo pelo Estreito de Gibraltar, até a Ilha de Creta a leste. Também estabeleceram colôniasdesde as Ilhas Britânicas ao norte, seguindo na direção sul, com colônias no litoral do Brasil e da África.Assim, neste capítulo estudaremos todas as dependências do outrora poderoso Império Atlante, desde ailha-continente e sua províncias, até suas colônias e postos avançados mais remotos.

A ILHA DE ATLÂNTIDAA ilha-continente de Atlântida está situada no meio do Oceano Atlântico, com as Américas a

oeste e a Europa e África ao leste. Por estar situada sobre uma linha de convergência entre placastectônicas, há uma grande cadeia montanhosa, Cordilheira Atlântica, que corta boa parte do país nadireção norte-sul. Essa cordilheira se alarga no centro do país, se estendendo centenas de quilômetros nadireção leste. É nessa região onde está o ponto mais alto de Atlântida, o Monte Atlas. A partecontinental é cercada por inúmeras ilhas de mais variados tamanhos, muitas das quais estiveram sobre ocontrole dos atlantes em algum momento de sua história.

Na região ao sul do Monte Atlas está a grande Planície de Atlântida, alimentada por muitos riosque nascem na Cordilheira Atlântica a norte e a oeste. Essa planície de clima mediterrâneo possui umsolo bastante fértil, sendo intensamente cultivada através de canais artificiais que ligam os cursos d’águade forma a prover um suprimento constante de água para agricultura e pecuária. Na região centro-lesteencontra-se a Planície de Eumelos, também de clima mediterrâneo composta tanto por florestas comocampos ideais para a pecuária e criação de cavalos. Esta planície se estende na direção norte até setransformar nas Terras Baixas de Mestor, uma região pântanosa de clima temperado utilizada paraagricultura e criação de búfalos d’água. Mais ao norte a altura se eleva novamente, formando vastoscampos e colinas suaves também utilizados para criação de animais, especialmente cavalos. Indo mais aonorte a elevação continua aumentando até encontrar-se novamente a Cordilheira Atlântica.

Atravessando a cordilheira na direção oeste encontram-se as Terras Altas, de clima variando entretemperado e subártico repletas de colinas, escarpas, rios e lagos cobertas com florestas e regiões devegetação rasteira utilizadas primariamente para a pecuária. Indo para o sul passa-se pela Bahia doHipocampo e pela ilha de mesmo nome.

Continuando na direção sul encontra-se a Península de Amferes, composta uma planície costeirade clima temperado que se eleva gradualmente conforme se ruma leste na direção da CordilheiraAtlântica. O clima aqui é temperado. Ao sul da península encontra-se o começo de uma estreita e longafaixa de terra espremida entre o Oceano Atlântico de um lado e as Cordilheira Atlântica de outro. Estafaixa se estende quase até o sul do cotinente, passando sobre a Península Meridional. Continuando-separa o sul tem-se a pequena Planície de Azaés, de clima semiárido.

A C IDADE DE ATLÂNTIDAA ilha-continente de Atlântida tem como capital a cidade de mesmo nome, que inspirou

inúmeras hipóteses sobre sua existência, aparência e tamanho, sendo que dos escritos mundanos aquele

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que chegou mais próximo de descrevê-la com exatidão foi o filósofo grego Platão em seu texto Critias.Mas é claro que Platão descreveu a cidade sem muitos detalhes, inclusive cometendo alguns equívocos,muito provavelmente de forma proposital, já que o mesmo era um grande iniciado da Casa de Chronos.

AcrópoleConforme descreveu o filósofo, a cidade era formada por cinco anéis, três de terra e dois de água,

no centro dos quais localizava a ilha circular de Posidonis, cujo diâmetro era de pouco menos de umquilômetro. No centro de Posidonis havia uma colina chamada pelos atlantes de “Colina dos Patriarcas”,numa referência aos dez primeiros reis semidivinos de Atlântida, filhos de Poseidôn e Clito. Nessacolina foi construído um complexo de construções que foi pela maior parte da história atlante o centroadministrativo e religioso do império, e passou a ser referido como Acrópole Imperial ou simplesmente“A Acrópole”. Na Acrópole estavam situados o Grande Templo de Poseidôn e a Cidadela Imperial, além deoutras edificações importantes.

Grande Templo de PoseidonInicialmente Poseidôn construiu nessa colina um edifício que serviu simultaneamente como

palácio e templo durante os primeiros séculos de Atlântida. O deus havia utilizado na construção dopalácio-templo uma espécie de mármore endêmico da ilha, com um belíssimo padrão tricolor debranco, negro e vermelho que cintilava à luz do Sol. É dito que Atlas e seus irmãos moraram nestepalácio-templo por muitos anos, até que seus descendentes construíram um templo e um paláciomaiores sobre o antigo palácio-templo, que sofreram algumas reformas e ampliações durante o períodoArcaico.

No começo do período Imperial foram iniciadas grandes reformas nas quais foram construídasmuitas novas e maiores estruturas, sendo a mais importante delas o Grande Templo de Poseidôn,construído no centro da Acrópole em formato piramidal utilizando o mármore atlante, fazendo-ocintilar à distância. A área do templo era cercada por uma grande cerca cujas barras eram tridentesdourados, contendo grandes portões de ferro também revestidas de ouro. O templo-pirâmide eraladeado por quatro escadarias de 180 metros de altura, ao fim das quais chegava-se ao topo, ondeestavam as portas para o átrio coberto, que se estendia pelos quatro lados da pirâmide e era decorado emmármore tricolor e altos-relevos de temas religiosos em ouro e prata.

Atravessando as portas do átrio chega-se à parte interna do templo, onde se encontravam grandesestátuas de ouro dos Dez Patriarcas e também primeiros reis de Atlântida, representados ao lado de suasmulheres. Também haviam muitas outras estátuas menores dos grandes Atlas, reis-príncipes e outrosgrandes políticos e aristocratas atlantes. Nessa área havia uma altar situado à frente da Câmara dePoseidôn, onde os Altos Sacerdotes realizavam os cultos ao patrono de Atlântida, que frequentementeincluíam o sacrifício de touros. Até o Período Tardio apenas a nobreza e funcionários de alto escalãofrequentavam os ofícios religiosos no grande templo, sendo raro que cidadãos comuns pudessem entrarno templo. Uma concessão passou a ser feita durante o Período Imperial para os comandantes dasCompanhias Marítimas, que haviam se tornado uma das grandes forças políticas do império.

No centro do templo se encontrava compartimento dedicado ao patrono de Atlântida, a Câmarade Poseidon, com 180 metros de comprimento e 90 metros de largura, cujas paredes eram revestidas porprata e as pontas com ouro maciço. Na parte interna dessa câmara se encontrava a grande estátua dePoseidôn, que tocava no teto do templo, feito de marfim, ouro, prata e oricalco, ao passo que as paredesinternas da câmara eram revestidas com oricalco. Já a estátua de Poseidôn era toda em ouro,representando o deus em pé numa carruagem marinha segurando o Tridente com uma das mãos e asrédeas dos hipocampos que puxavam a carruagem com a outra. Além das estátuas dos hipocampos,

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também haviam aos pés do deus uma centena de estátuas de Nereidas montadas em golfinhos, todas deouro. Além dessas haviam muitas outras estátuas de Tritões, Sereias e outras figuras da religião atlanteque foram sendo oferecidos por devotos ao longo do tempo.

Cidadela ImperialAlém do templo e ao longo do reinado de vários Atlas também foram sendo construídas várias

edificações ao redor, todas tão próximas umas das outras que se tornaram praticamente uma grandeconstrução, de forma que todo este complexo era comumente chamado de Cidadela Imperial. Estecomplexo era muito maior que os palácios anteriores e seus edifícios seguiam o mesmo estilo do GrandeTemplo, sendo construídos no mesmo estilo arquitetônico e com o mesmo mármore tricolor.

Dentre as dezenas de construções dessa área, algumas se destacam, como os dez grandes solaresconstruídos para as famílias nobres de cada um dos dez reinos. O maior e mais suntuoso destes era oPalácio Imperial, que ficava ao lado do Grande Templo e no qual residia o Atlas reinante, sua esposa efilhos. Dentro do palácio haviam salões, armazéns, adegas, dormitórios, quartéis, estábulos, banhospúblicos e variados edifícios para atender às necessidades da família imperial.

Neste palácio também havia a Câmara do Tridente, um grande salão no meio do qual ficava oTrono de Atlas, no qual o monarca de Atlântida sentava durante reuniões públicas e decretos. Atrás dotrono haviam duas grandes estátuas representando Poseidôn e Clito, além de cinco estátuas de cada ladodo trono representando os dez patriarcas de Atlântida, todas completamente de ouro. O trono era todoconstruído em feito de mármore tricolor polido e decorado com altos-relevos de oricalco de temasmitológicos e os rostos de Poseidôn e Clito, um de cada lado do trono, também em oricalco.

Próximo ao palácio também se situava o grande Solar dos Príncipes, que funcionava comoresidência do Sublime Príncipe, o primeiro-ministro de Atlântida, que também funcionava como seulocal de trabalho para despachar decretos em nome do Atlas. Ao lado do solar haviam outros nos quaisos outros ministros do monarca executavam suas tarefas administrativas.

Outro edifício de nota é o Templo dos Irmãos, situado atrás do Palácio Imperial, sendo ladeadopor uma cerca de tridentes dourados e acessível somente ao Atlas e os outros nove reis-príncipes deAtlântida. É utilizado por eles nas reuniões que realizam a cada cinco ou seis anos, alternadamente.Nessas reuniões eles reafirmam-se como irmãos e realizam um ritual para contatar Poseidon.

Por fim, entremeando todo este complexo de construções estava as árvores do Bosque Sagrado dePoseidon. Além das magníficas árvore entre as quais estavam carvalhos e sequoias gigantes, o boques erapontilhado por jardins, praças e fontes de água tanto frias quanto quentes que jorravam do alto dacolina e foram encanadas para serem usadas por todas edificações desta área.

SubterrâneoÉ importante notar que tanto o Palácio Imperial quanto o Grande Templo foram construídos

sobre o segundo conjunto de edifícios, que por sua vez foram construídos sobre o palácio-templooriginal habitado por Clito e seus pais Evenor e Leucipa. Essas edificações antigas continuaramexistindo até a época do Dilúvio, mas haviam sido transformado em catacumbas onde é dito que foramenterrados todos os monarcas de Atlântida desde a época de Atlas até o Dilúvio. Segunda se contava,essas catacumbas estavam ligadas ao sistema água e esgoto que corria por baixo da cidade, sendo possívelencontrar passagens e túneis secretos que levariam para fora da cidade, permitindo à família imperialfugir em caso de rebelião, desastre ou invasão. Se especula também que existam outras passagens quelevem a níveis ainda mais baixos, onde salões e câmaras ocultas jaziam inexploradas por séculos.

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Muralha e PontesToda a Acrópole era rodeada por grandes muralhas de pedra revestidas de oricalco, o que as

faziam estar queimando à distância. As muralhas eram completamente circundadas por um fosso d’águacircular de 180 metros de largura, tornando a ilha central inacessível pela água. Existiam apenas duasentradas para a Acrópole, uma ao norte e outra ao sul, sendo que cada uma era acessível unicamente poruma ponte de 30 metros de largura, que ligava a ilha da Acrópole ao anel imediatamente adjacente.

As entradas eram guardadas por grandes portões de ferro revestidos oricalco, com cada lado doportão possuindo um torre com arqueiros, arponeiros e sifoneiros dos soldados de elite da guardaimperial, os Dragões Marinhos, responsáveis por defender a Acrópole e toda a família imperial, servindotambém como seus guarda-costas.

Anel InternoSaindo da Acrópole atravessando o fosse por uma das duas pontes chega-se ao Anel Interno. Aqui

foram construídas residência para funcionários alto escalão do governo, servidas pelas fontes d’água queforam canalizadas a partir da Acrópole. Também foram construídos vários templos de deusessecundários, além de jardins, ginásios e estábulos.

Também foram construídos quartéis para os Dragões Marinhos, que guardavam os edifícios e asentradas para a ilha da Acrópole. Além disso também guardavam todo o perímetro deste anel, tantointerno quanto externo, que era protegido por muralhas de pedra revestidas de estanho fundido. Aspontes que saíam da Acrópole se estendiam até este anel, onde davam acesso a um porto para birremesconstruído para controlar o trânsito de e para a Acrópole.

Anel ExternoA

Grande AtlântidaA

AS PROVÍNCIASA ilha-continente de Atlântida é dividida em dez províncias, uma para cada filho de Poseidon e

Clito. Os descendentes de cada um dos Dez Reis-Patriarcas reinaram sob cada uma das províncias até adestruição de Atlântida durante o Dilúvio.

AtlântidaCapital: AtlântidaVilas importantes: a criarSituada no centro da ilha, a província de Atlântida é a maior em território e também a que possui

a maior quantidade de rios e canais artificiais, além de abrigar a capital Atlântida, que é a sede dogoverno. É formada pela Bacia Central, uma confluência de rios de diversas dimensões que tem suasorigens na Cadeia Atlas e desembocam todos na capital, de onde seguem pelo Grande Canal para o mar.A Cadeia Atlas é encontrada ao norte e a oeste estendendo-se até o Sul no limite com Diaprepes,atingindo o cume no Monte Atlas com mais de 6 mil metros de altura. O Lago do Tritão situa-se no

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sopé da Cadeia Atlas com a ilha do Tritão ocupando um quinto de sua área.A província consegue prover a maior parte dos alimentos que precisa através de grandes

propriedades familiares que tributam à coroa anualmente, dispostos na planície irrigada que forma amaior parte do território. Essas propriedades são centradas em grandes solares familiares, que foramcrescendo com a construção de solares menores, casas e outras edificações, como celeiros e estábulos.Em determinado pontos muitas dessas propriedades tornaram-se verdadeiras vilas rodeadas peloscampos cultivados e pastos de animais. As vilas mais próximas da capital acabaram conurbando com acidade conforme ela crescia, formando uma região metropolitana que em seu auge abrigou milhões depessoas.

Além dessas vilas, minas ao longo das montanhas Atlas fornecem um suprimento de metais,incluindo cobre, estanho, ferro, ouro, prata e oricalco. O porto de Atlântida, o maior da ilha, vibra comnavios pesqueiros e mercantes de todas as províncias e colônias, servindo como fonte de tributos. Asrotas comerciais do norte e do sul se encontram na capital, suplementando os já gordos rendimentosprovinciais.

AmferesCapital: NumarVilas importantes: a criarAo norte da Cadeia Atlas está Amferes, limitada a sudoeste pela Cadeia Atlas e a nordeste pelo Rio

Daena e a Floresta do Golfo. O enclave situado entre estes limites é composto por campos e pradariasverdejantes com grama e arbustos, excelentes para os numerosos rebanhos de caprinos, búfalos e lhamasque abundam por toda a província. Minas na cadeia Atlas também são exploradas, bem como érealizado comércio com Mneseus, Elasippo e Mestor.

A produção é escoada pelo porto de Rio Daena, um rio estreito mas de correnteza rápida e curvastraiçoeiras. O Daena nasce como um dos braços do Rio Mestor, desemboca numa cachoeiradenominada Lágrimas de Daena, seguindo para o oceano. A cachoeira recebe esse nome pela filha deum antigo príncipe de Amferes, que chorou a morte dos irmãos e dos pais. Agulheiroce que Daena eraconsiderada a mais bela jovem de Atlântida em seu tempo, de pequena estatura, mas muito bela, ealguns dizem que sua beleza chegava a rivalizar com a de Seyfried. Com cabelos prateados e grandesolhos azuis-verdes que mudavam de cor o tempo conforme se olhava para eles. Certa vez, o pai deDaena convocou um banquete para escolher um marido adequado para sua filha, que havia se tornadoum moça a pouco tempo. Pretendentes vieram de todas as partes de Atlântida a fim de cortejar a belaDaena, e dizem que inclusive tritões apareceram na corte, disfarçados em forma humana. Um dessestritões, ao ver a moça, foi tomado de um ardente desejo de possuí-la, e a pediu como esposa, masmediante a recusa do príncipe, ficou furioso e rasgou a garganta do príncipe, matando-o ali mesmo. Osfilhos do príncipe correram para vingar a morte de seu pai, mas o tritão fugira. Na noite seguinte otritão retornara, subindo o palácio até encontrar os aposentos de Daena. Lá ele tentou seduzí-la, como jáhavia feito com incontáveis donzelas, mas o moça, virtuosa como era, resistiu a seu encanto, e ele,furioso, decidiu forçá-la. Nisso, os gritos de socorro de Daena atraíram seus irmãos para seus aposentos.A vingança dos irmãos pela morte do pai não é completa, pois o tritão mata o irmão mais velho, agorapríncipe, fugindo em seguida. Nas noites seguintes, o tritão retornava para possuir Daena, mas eraimpedido pelo irmãos, e a cada noite o tritão matava um dos irmãos de Daena. Quando último irmãofora morto, os arponeiros do palácio perfuraram o corpo do tritão, matando-o. A virgem, pesarosa comtanta desgraça, chorou por toda a noite e as noites a seguir. Poseidôn, ao ver o sofrimento da jovem secompadeceu e transformou suas lágrimas no Rio Daena. Dizem que a noite até hoje é possível ouvir aságuas em prantos, como se a voz de uma jovem ecoasse das cachoeiras.

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AzaésCapital: AzaésVilas importantes: a criarAzaés possui dois tipos de ambientes. O primeiro, que domina dois terços da terra e abriga por

volta de um décimo da população é coberto por uma floresta tropical de altitude que se elevagradualmente a partir do nível do mar até atingir a Cordilheira Atlântica. A Floresta de Azaés épercorrida pelo Rio Dáscenes e desemboca ao sul da ilha. Feitorias e vilas são estabelecidas ao longo dorio, onde seus habitantes coletam os bens da floresta e os escoam através em balsas até chegar a vila deDáscenes do Sul, ou Vila do Canal, de onde são levados através do Canal Lodoso até Azaés. Apesar deextensa, a Floresta de Azaés não é completamente natural, tendo recebido plantas e animais nativos dascolônias americanas: jaguares, cobras e quetzals são vistas comuns nesta parte da província.

O segundo ambiente é formado por uma planície litorânea de clima semi-árido e vegetaçãorasteira, contendo o restante da população, distribuída em vilas ao redor de Azaés e seu porto, o segundomaior porto do país. Quase toda a economia de Azaés gira em torno do porto, e é dito que se não fosseele, os príncipes de Azaés dependeriam de ajuda de Atlântida, como durante o Período Arcaico, quandoainda não existia o porto. Todos os navios comerciais que transitam entre as colônias americanas e acapital devem passar pelo Porto de Azaés para a fim de serem fiscalizados pelo Tesouro Imperial epagarem as taxas e impostos devidos.

AutoctonosCapital: NagiosVilas importantes: a criarTrês quartos do perímetro litorâneo são dominados por montanhas, sendo que o Manto Branco

domina a leste e sudeste e as Escarpas Altas ficam a norte e oeste. A única saída para o mar encontra-sena Baía de Nagios a sudoeste. O interior do território é composta pelo Planalto Autóctone, que se elevaa seiscentos metros de altura.

Os picos do Manto Branco são todos mais baixos que o monte Atlas, mas são mais altos que amaioria dos picos da Cadeia do Atlas. Isso, combinado a uma série de outros fatores climáticos, faz comque o Manto Branco fique coberto de neve quase que o ano todo, com apenas alguns meses onde atravessia pode ser feita.

O planalto central possui um clima geral frio e rios navegáveis apenas por canoas. Esses pequeosrios são abastecidos pelo degelo das montanhas e abastecem o Útero da Mãe, um lago onde se situa omaior santuário a Gaia existente em Atlântida. Há outro lago ao norte, o Tromba Cinza, devido a suaforma alongada e suas águas cinzentas.

É o menos populoso de todos os reinos, e existem apenas dois aglomerados urbanos: a capitalAutoctonos e a vila-porto de Nagios. O restante da população encontra-se disperso no território,organizados em aldeias dominadas por um mansão de madeira e pedra.

Com exceção da exportação de Elefantes e Cavalos, a economia é basicamente de subsistência, oque faz de Autoctonos a província mais pobre da ilha.

DiaprepesCapitais: Yleos e Vila do OricalcoVilas importantes: a criarMais de três quartos da superfície de Diaprepes é formada pelas Terras Altas, um planalto rico em

jazidas metálicas, que produziram a maior parte do ouro, prata que abasteciam a ilha, além do metal

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sagrado, o oricalco. Até o começo do Período Clássico o escoamento da produção de metais era feitapelo Rio Diaprepes, o único rio navegável do reino, da Vila do Oricalco até a capital Yleos, sendotransportado de barco até o grande porto de Azaes e de lá transportado novamente para a capital eoutras províncias.

O reino também é conhecido por ter fornecido alguns dos políticos e estrategistas militares maisbrilhantes da história de Atlântida. Acredita-se que isso seja um reflexo da própria nobreza deDiaprepes, cujos nobres em geral sempre exigiram de seus familiares em serem os melhores em seuscampos de atuação. Os próprios reis sempre possuíram características marcantes em seus reinados, sendocomo estadistas perspicazes, governantes implacáveis ou mesmo como maníacos torturadores. De fato,vários reis e príncipes de Diaprepes reinaram com uma severidade que beirava a opressão.

ElasipposCapital: NomeVilas importantes: a criarAo viajar pela Lança Hípica é possível acompanhar a prazerosa paisagem de Elasippos: da

fronteira com Mestor até a capital predominam campos e pradarias verdes onde grandes criatórios decavalos geram os mais fortes e resistentes corcéis de Atlântida. Essa paisagem ocupa cerca de quatroquintos do reino. Esses são os Campos Hípicos, ou simplesmente Campos, ideais para que a criação decavalos. No entanto, à medida que se sobe a estrada branca, o relevo torna-se cada vez mais recortado eo clima torna-se mais temperado. Essas são as Terras Altas.

Dois portos flanqueiam a província, um em cada fronteira com o oceano, ambos exportam osvaliosos corcéis elasipanos criados nos campos, a base da economia provincial. Como a maior parte daspropriedades representam criatórios, boa parte dos alimentos é trazida pela Lança das fazendas deMestor ou rebanhos pela Estrada Verde até chegarem à Lança.

EumelosCapital: GadirosVilas importantes: a criarEumelos ocupa boa parte da costa oriental de Atlântida, sendo composto pela Planície

Setentrional ao norte, pela Planície do Eumelos no centro e pelo Planície de Atlântida a oeste e noextremo sul. A oeste também se encontra as partes mais baixas da Cadeia Atlas.

Tanto as terras banhadas pelo Eumelos e seus afluentes, quanto as planícies de Atlântida sãoextremamente férteis, o que torna o reino auto-suficiente em alimentos. Além disso o Porto de Gadirose suas manufaturas, bem como as rotas comerciais que passam pelo reino fazem com que sua economiauma mais movimentada dos reinos, perdendo apenas para Atlântida. O Porto de Gadiros é o terceiromaior da ilha e aquele com maior movimentação de estrangeiros, mestiços e dizem que até mesmocorsários das colônias fazem negócios lá.

EvaernonCapital: Castelo do Mar, 100.000 habitantesVilas importantes: a criarEvaimon é uma esteira faixa de terra na direção norte-sul espremida entre as Montanhas Atlas a

leste e o litoral a oeste. A distância entre as montanhas e o litoral varia de 20 a 120 quilômetros. Asmontanhas agem como uma barreira contra as moções vindas do Mar do Caribe, impedindo quepenetrem no continente, mas caindo sobre Evaimon.

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A economia está dividida entre a pesca e a mineração, havendo pouquíssimo espaço paraagricultura. A grande maioria dos grãos e vegetais são trazidos de Atlântida pela Via Montanhosa. Osmetais explorados na Cadeia Atlas também são escoados pela Via Montanhosa durante o inverno oupela Passagem do Príncipe durante o verão. Cabe dizer que a não ser por algumas colinas mais baixas asudoeste, toda a operação mineira pára durante o inverno devido ao frio e às neves que caem nos montesa leste. Assim, a produção fica reduzida e menos de um décimo da produção de verão.

Por causa das moções e das neves invernais, foram construídos diversos fortes ao longo da faixaterritorial para abrigar os cidadãos e seus bens. Durante o verão as fortalezas são habitadas pelospescadores a fim de se proteger das moções, e durante o inverno pelos mineradores, para se abrigaramdo frio. As fortalezas de Evaimon são constituídas por duas camadas: uma muralha circular externa paraproteger dos ventos das moções; uma pirâmide de pedra com cantos arredondados e um farol no topo,internamente constituída por vários andares isolados termicamente do exterior, onde estão centenas decâmaras de habitação.

MestorCapital: Nome, 100.000 habitantesVilas importantes: a criarMestor se situa em no amplo Vale do lento e largo Rio Mestor, que ocupa mais de dois terços da

província e em muitos pontos está abaixo do nível do mar. Combinando-se a baixa altitude com osvários rios da Bacia do Mestor, houve a formação de charcos por boa parte da província, de formasemelhante à Planície de Atlantis.

A economia é baseada completamente na agricultura e pecuária, com solos férteis e pastosabundantes. As propriedades mestorianas são divididas em pequenos lotes de poucos hectares e nãohereditários, pertencendo ao estado para este dispor como bem entender. Mestorianos só podemnegociar seus produtos na capital e em feiras específicas no interior e fiscalizadas pelo estado para coletartributos. Cidadãos que forem encontrados vendendo produtos fora das feiras são despojados dasfazendas e passam a trabalhar nas fazendas do estado por um período.

Também é o mais religioso, onde são situados quatro dos maiores templos e santuários dedicadosa fé dos Reinos Marinhos. Todas as propriedades possuem um pequeno santuário a Poseidôn, esacerdotes viajantes passam por elas pregando a devoção a Poseidôn, enquanto que templos comsacerdotes fixos podem ser encontrados a menos de um dia de caminhada de qualquer mansão.

MneseusCapital: Nome, 100.000 habitantesVilas importantes: a criarUma paisagem recortada por colinas, escarpas, planaltos e pelo Vale do Alto Mestor, virtualmente

isolando, quando não tornando difícil o acesso entre as diversas regiões do reino, torna Mneseus umreino não muito atraente de se viver.

Devida ao isolamento entre suas regiões, tornou-se um reino com administração descentralizada,quase feudal, de forma que a capital apenas recolhe tributos e deixa a cargo da nobreza local a execuçãodas leis e distribuição de terras. A economia é baseada na mineração na cadeia do Atlas e na agriculturano vale do Alto Mestor e seus afluentes. O minério é escoado por balsas rio abaixo até atingir a Vila dasGarças, de onde pode continuar a seguir por canal até atingir o Eumelos, ou seguir o Mestor até aEstrada do Mar ou ainda subir o Rio Daena até chegar à Niúmar, capital de Amferes.

Devido ao isolamento, Mneseus foi por muito tempo uma das províncias menos populosas, mascom a expansão de Atlântida e vinda de estrangeiros, muitos migrantes subiram o Alto Mestor para

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explorarem as minas. Eles trabalhavam para as famílias donas dos lotes nas montanhas e recebiam aterça parte dos lucros obtido com a exploração dos metais. Nos séculos finais de Atlântida, a populaçãode Mneseus era composta em grande parte por migrantes.

Na capital de Mneseus também está presente o complexo de bibliotecas e templos, conhecidacomo a Biblioteca de Pedra, onde reza a lenda que Mneseus armazenou todo o conhecimento domundo após sacrificar sua liberdade para um deus estrangeiro. O Compêndio é um grande conjunto deprédios construídos em pedra, onde templos, escolas e bibliotecas se revezam em grande labirinto.

COLÔNIASNa América as duas principais colônias foram fundadas em Bimini e na península de Yucatan.

Em Bimini os atlantes construíram uma fonte da juventude usando os poderes dos cristais místicos e naFlórida encontraram um rio cujas águas podem curar. Na península de Yucatan, os conhecimentosatlantes puderam ser difundidos entre os primitivos antecessores dos Maias. Alguns navegadores atlanteschegaram até a costa leste do Canadá e fundaram algumas feitorias tanto para o norte quanto para o Sul,mas nada permanente como Bimini. Também atingiram a costa da Escandinávia e chagaram a colonizarThule, uma ilha rica em metais o suficiente para estabelecer um assentamento permanente. Na Europafoi fundada uma grande colônia na Península Ibérica, cujos remanescentes deram origem ao povo dosTartéssios. Também foram fundadas colônias na Ilha de Creta e no Egito. Alguns sábios atlantesafirmam que outros assentamentos podem ter sido criados na Irlanda e no norte da África.

CretaAssentamentos: Forte de Creta

FlóridaAssentamentos: BiminiA criar.

SenegalAssentamentos: desconhecidosA criar.

KhariAssentamentos: desconhecidosNaquela época, em boa parte do que hoje é o Caribe, ao invés das ilhas atuais existia uma grande

ilha de chamada Caraíba, referida pelos atlantes de Khari, que englobava as ilhas de Cuba, Hispaniola etodas as demais antilhas ao sul, chegando próximo à costa do que hoje é a Venezuela. Khari também seconectava a oeste com a atual Península de Yucatan e ao norte tocava a Flórida, quase fechando o Golfodo México e na prática transformando-o em um mar intra-continental.

Khari foi uma das primeiras regiões exploradas pelos atlantes, e já encontraram a ilha habitada pordiversas tribos. Muitas plantas e animais desconhecidos em Atlântida foram trazidos dessa colônia, quecontinuaria como provedora desses produtos durante todo o Período Imperial. A colônia também serviucomo ponto de partida para a exploração do interior do continente, estendendo a influência atlante parao litoral do Pacífico por um período.

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EgitoAssentamentos: SaisA criar.

Brasi lAssentamentos: desconhecidosQuandos os atlantes chegaram ao litoral brasileiro, encontraram alguns povos primitivos que não

ofereceram muita resistência, o que os permitiu fundarem diversos postos avançados na costa, desde olitoral norte na foz do Rio Amazonas descendo pelo litoral até chegar ao Rio de Janeiro. No entanto,quando foram organizadas expedições para o interior do continente, se depararam com a civilização deEldorado, que eram descendentes dos Homens de Ouro criados Urano.

TartessosAssentamentos: TársisA maior colônia Atlante e também a primeira delas foi fundada ao sul da península Ibérica, por

volta do ano 8050 A.C., na época das Grandes Navegações. Foi visitada pela primeira vez cerca de cincoanos antes por Sestarius, aclamado navegador, inventor e nobre atlante, descendente direto de Gaderius,batizou a região de “Terra de Gades”, mas a chamaremos Tartessos. Uma lenda atlante conta quePoseidôn havia prometido as terras interiores ao “Mar do Meio” ao seu filho Gaderius. Lenda ou não, aconcessão de exploração e povoamento foi concedida aos nobres da família de Gaderius, que a princípiose interessaram pouco pela Ibéria, sendo enviados para lá cidadãos simples, que organizaramcomunidades de pescadores e também aventureiros à procura de terras e riquezas fora de Atlântida.

Em 8013 A.C. foi descoberto prata na região de Gades, causando um grande êxodo de nobres doclã de Gaderius para tomar posse de suas terras e explorar o tão valorizado metal. Mesmo que emAtlântida houvesse prata em abundância, este não era tão acessível aos mais pobres, e Tartessos tornou-se a alternativa para enriquecimento rápido.

A partir de então a colônia progrediu depressa. Um porto foi construído e a antiga vila depescadores recebeu calçamento de pedras e edifícios de médio porte, como o Mercado do Rio, situadovizinho ao Porto de Gades; o Palácio do Governador da colônia, que era um sobrado feito com tijolosde pedra, possuindo dois andares, sendo que mais tarde foi adicionado um terceiro; e um quartel para astropas que protegiam a cidade e o porto. A cidade também recebeu muralhas de pedra reforçadas comchapas de bronze para assegurar a defesa contra os bárbaros. Houve também grande migração deatlantes de todas as profissões: mercadores, artesãos, escribas, sacerdotes e nobres do clã de Gaderiusprocuraram se estabelecer na próspera colônia.

O porto de Gades tornou-se parada obrigatória para quaisquer navios que se dirigissem de ou paraAtlântida, entrando ou saindo do Mediterrâneo. Todas as especiarias que vinham da Europa, Ásia eÁfrica passavam por Gades, que cobrava pedágio da passagem pelo estreito de Gibraltar e uma taxa paraos navios que quisessem atracar no porto para comerciar ou reabastecer-se de suprimentos. A maioriados navios que passavam por Gades, iam ou vinham de Azaes, o maior porto do mundo atlante, com ode Tartessos sendo o segundo. Os pedágios e taxas cobrados no porto enriqueceram a burocracia local,dinheiro usado para recrutar uma milícia para proteger a cidade e porto, inclusive uma esquadra parainterceptar navios que tentassem passar pelo estreito sem pagar pedágio.

A riqueza e independência da colônia chegou a tal ponto que em 8443 A.C. o Atlas baixou umdecreto afirmando que navios que pagassem pedágio em Tartessos não precisam fazer o mesmo em

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Azaes. Os nobres de Azaes, que eram beneficiados pelas taxas de todos os navios protestaram, e o que seseguiu foi uma disputa política entre o reino de Azaes e a colônia de Tartessos. Depois de muitasjogadas de ambos os lados, saiu vitorioso o reino de Azes: todos os navios que passassem por Tartessoscontinuariam a pagar as taxas, mas metade de todas as taxas seriam remetidas a Azaes, através de umfiscal nomeado pelo governador da dita província. A reação de Tartessos veio na forma de um ultimato:“Se o grande Atlas não for justo, então não nos cabe alternativa a não fazer a justiça de Poseidôn nósmesmos”

O plano da Companhia, grupo composto pelos comerciantes que administravam o porto, eradeclarar independência temporariamente, para fazer com que Tartessos voltasse a ter os privilégiosanteriores. Eles acreditavam que a metrópole responderia com uma rodada de negociações, mas o que ostartéssios avistaram dias depois não era o que queriam: dezenas de birremes e barcaças de transportecom tropas passaram pelo estreito e forçaram a entrada no porto de Gades. Aquela visão assustou apopulação da colônia, que nunca viram o Atlas usar de força contra seus habitantes. O governador e seugabinete foram depostos e presos, enquanto os comerciantes tiveram de entregar toda a riqueza quepossuíam para o comandante das tropas, nomeado governador provisório da colônia. O episódio ficouconhecido como a Rebelião de Gades. Daí em diante o governador de Tartessos ficaria subordinadodiretamente ao Atlas, e não mais à Companhia Geral das Colônias.

Norte da ÁfricaAssentamentos: desconhecidosA criar.

YucatanAssentamentos: desconhecidosA criar.

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CCAPÍTULOAPÍTULO IV: O IV: OSS M MAGOSAGOS A ATLANTESTLANTESA criar.

H ISTÓRIA DA ORDEMDesde cedo, haviam iniciados nas artes místicas em Atlântida, que com o passar do tempo se

organizaram em diversas sociedades devido a teorias, práticas e objetivos em comum, não havendoportanto uma única ordem conhecida como os Magos Atlantes. Apesar disso, muitos iniciados faziamparte de mais de uma ordem e essas ordens mantinham relações de naturezas variadas.

TEORIA E PRÁTICA MAGÍSTICAExistiam duas tradições místicas, uma mais ligada a Poseidôn e à Cabala Hermética, e a tradição

dos Sábios que habitaram a ilha antes dos filhos de Poseidôn. A primeira tradição era mais amplamente praticada e consistia numa combinação de magia

divina, cabalismo e também Geometria Sagrada, sendo que este último conhecimento foi adquirido dosdiscípulos que formatam os Estudiosos das Formas Sagradas. Esta segunda tradição que continuou napessoa dos Estudiosos das Formas Sagradas, era manifestada na manipulação dos cristais e na construçãode edificações majestosas projetadas segundo a Geometria Sagrada.

Textos IniciáticosCom o afundamento de Atlântida, a grande maioria dos textos e documentos se perdeu,

excluindo-se alguns que conseguiram se salvar e de cópias arquivadas em colônias distantes. A maioriados textos foram escritos durante o Período Tardio, pois muitos pergaminhos e cristais foram destruídosdurante os Estados Teocráticos. Existem, no entanto, vários textos do Período Imperial, sendo a maioriatextos religiosos, documentos técnicos e crônicas históricas.

Com isso, os discípulos da tradição mística e científica de Atlântida se reuniam em grupos paraconservar o saber que restava da antiga pátria. Os dois maiores estavam em duas da mais ricas colôniasatlantes, o primeiro se situava em Tartessos, e era um grupo variado, formado por sacerdotes dePoseidôn, membros de várias sociedades atlantes e alguns Artífices Sagrados. O outro, em Saís, eraformado essencialmente por Artífices Sagrados.

Do grupo de Tartessos são retirados os textos mais “puros”, sem quase nenhuma influência deoutras tradições dos povos ao redor. Dentre esse podemos citar os Manuscritos de Telas, contendo umrelato minucioso da estrutura da cidadela de Atlântida, escrito pelo sacerdote Telas no Período Tardio;os Documentos de Azaes, fragmentos de escritos do escriba Adamus, contendo registros movimentação demercadoria em Azaés. Estes documentos estão atualmente em posse de uma junta formada porIluminados, Templários e Magos Atlantes, guardados em uma base militar na costa leste dos EstadosUnidos. Além disso, os Decretos de Poseidôn e o Livro das Tempestades, um grimório de rituaisenvolvendo tempestades, estão em posse dos atlantes somente.

Do segundo grupo, temos a Coletânea de Sais e a Coletânea de Tebas, duas grandes coleções detextos escritos ao longo dos séculos por vários iniciados atlantes de antes e depois do Dilúvio,compilados e organizados pelos Artífices Sagrados. Os textos contêm fragmentos de crônicas sobre osArtífices transmitidos oralmente desde o Período Imperial, contendo crônicas históricas, tratadosmísticos sobre cristais e sua utilização como objetos mágicos, com uma coleção de rituais envolvendo

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encantamento de cristais.

Magia da ÁguaA criar.

CristaisA criar.

Geometria SagradaA criar.

Tecnomagia AtlanteA criar.

SÁBIOS: OS NEPHALINS ATLANTESMuitos jogadores podem ficar confusos com a existência de Nephalins em Atlântida, já que

Nephalins são uma raça de híbridos paradisianos resultam da união entre anjos da Cidade de Prata emortais humanos. Na verdade Atlântida realmente possuía muitos filhos entre seres dos ReinosMarinhos e humanas, mas como são aparentados com Olympus, espera-se que gerassem híbridosparecidos com os Semideuses e Heróis da Mitologia Grega, que não possuem lembranças de vidaspassadas. E deveriam ser a princípio, mas na verdade os Nephalins atlantes, que são chamados deSábios, existiram antes mesmo daqueles gerados pelos anjos da Segunda Rebelião através de umamaldição semelhante. Alguma coisa relacionada à ilha fez com que os híbridos atlantes fossemdiferentes.

Uma hipótese discutida pelos estudiosos da ordem diz que a ilha deve possuir algumencantamento espiritual ou algum outro campo místico de natureza exótica, que faz com que asimpressões de vidas passadas permaneçam nos espíritos em seu ciclo de reencarnações. Esta hipótese sefundamenta na abundância de linhas de Ley que cruzavam a ilha de norte a sul e leste a oeste e queainda permanecem hoje naquela região do Oceano Atlântico, hoje conhecidos como o Triângulo dasBermudas e Mar de Sargaços.

Uma segunda hipótese afirma que as energias entrópicas emanadas durante a destruição deAtlântida se chocaram com as energias da linhas de Ley, provocando grandes emanações energéticas nosespíritos dos habitantes de Atlântida. Estas energias espirituais podem ter sido moldadas pelos desejosdos habitantes desencarnados em Spiritum de terem seu lar de volta. A forma-pensamento deve teralterado os espíritos de híbridos desencarnados, tornando-os recipientes do desejo dos atlantes mortosde reconstruir sua civilização. O porquê de apenas os híbridos e não o restante da população ter sidoafetado é motivo de discussão.

Outra hipótese ainda credita a existência de Nephalins ao cruzamento entre a Antiga Raça e osfilhos de Poseidon. É uma das explicações mais discutidas dentro da ordem, aprovada por uns erejeitada por outros.

Por fim existem aqueles estudiosos que pensam que todas as hipóteses tenham um quê decorretas, cada uma contribuindo com um fator para a existência dos Sábios. Independente disto, oshíbridos atlantes têm essa característica em comum com os Nephalins angelicais, que é de relembrar

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encarnações passadas, e isto torna ambos os grupos indistinguíveis na prática. Tanto é assim que osSábios receberam de muitas das sociedades secretas o mesmo título dos híbridos angelicais, Naphalins.

Papel na OrdemOs Sábios ocupam posições de liderança dentro da ordem, visto que possuem conexões com

conhecimentos da Antiga Atlântida. Como são capazes de se relembrar de suas vidas passadas, elespodem recordar documentos, rituais e artefatos com os quais tenham entrado em contato durante vidaspassadas. Alguns dos mais poderosos, segundo dizem, podem até mesmo acessar as memórias de suaúltima reencarnação em Atlântida antes da destruição.

Entretanto, nem tudo são flores, pois Sábios reencarnam seguindo o mesmo ciclo das outrasalmas, de forma que um Sábio desencarnado durante o Cataclismo pode reencarnar como um nômadede tribos remotas da Sibéria e nunca entrar em contato com qualquer outro mago atlante por toda suavida e passar por séculos de reencarnações desencontradas. Entretanto, o passar dos séculos ensinou aosmembros da ordem a capacidade de prever quando um Sábio reencarnará próximo deles. É o ritual doOráculo da Alma Perdida, que permite prever quando uma criança com a alma de um Sábio reencarnaráao alcance da cabala que faz este ritual. O ritual é extremamente complicado, requerendo determinadasconjunções astrológicas, uso de cristais energéticos para manter o ritual e a participação de magoshabilidosos para manter a concentração das energias. São necessários décadas e às vezes alguns séculospara encontrar as condições necessárias para o ritual.

Quando um Sábio nasce, os magos o encontram e o acompanham até que a criança apresentesinais definitivos de que é um antigo Sábio. Isto ocorre por volta da puberdade, quando eles começam ater sonhos com o mar e muitas vezes pesadelos com afogamentos, morte e destruição. Estes são ecos deAtlântida tentando emergir na sua mente mundana. Mas a maioria das crianças já começa a apresentarsinais de afinidade com o mar e o oceano desde muito cedo.

Quando um híbrido atinge a idade adulta, ele ou ela é imediatamente levado para a tutoria daescola, sendo ensinado tudo sobre Atlântida e aprendendo tudo sobre a ordem e a magia que praticam.Sua natureza singular, como seu conhecimento de vidas passadas, faz com Sábios subam rapidamente nahierarquia dos Magos Atlantes, atingindo os mais altos graus e eventualmente passando a comandar acabala local.

INICIAÇÃO E GRAUSCabe aqui uma descrição um pouco mais detalhada dos graus dos Magos Atlantes, bem como a

simbologia por trás de alguns dos graus. Alguns graus estão relacionados a elementos da AntigaAtlântida, enquanto outros são uma demonstração do sincretismo com as culturas nas quais os magosestavam inseridos.

IniciaçãoA criar.

Primeiro CírculoNo Primeiro Círculo os iniciados começam a aprender sobre os mistério atlantes e conforme

sobem de grau vão realizando mais missões e participando cada vez mais da política da ordem. Demaneira geral, apenas os Mestres conhecem o panorama geral dos planos da ordem como um todo,como por exemplo o Projeto Nova Atlântida. Enquanto isso o restante apenas estuda e obedecem os

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mestres de sua cabala.

NeófitoNeste grau, o iniciado não sabe praticamente nada sobre os verdadeiros mistérios de Atlântida,

muito menos sobre a magia em si, e sua presença na ordem é quase que apenas uma formalidade, poisnão participa dos ofícios de seu Círculo e raramente fará parte de missões. A vida do Neófito ébasicamente estudar e praticar magia com seu mestre imediato, mas receberá pouca informação concretasobre os mistérios atlantes. A passagem de grau demora de dois a seis meses, e requer um domíniomínimo do Caminho da Água e conhecimento de Cristais mágicos.

AprendizSemelhante ao grau anterior, mas com a diferença que o iniciado pode atender às reuniões de sua

Cabala e será sutilmente apresentado aos verdadeiros mistérios e objetivos da Escola Atlântida, como aoconceito de Nova Atlântida. Apesar de não ser tão comum enviar um Aprendiz em missões, isto podeacontecer para os mais avançados. O Aprendiz também pode auxiliar nos ofícios do Templo e participardas reuniões de sua Cabala. A passagem para o próximo grau requer o conhecimento de diversos rituaisum pouco mais avançados, ser capaz de realizar pelo menos uma magia espontânea do segundo círculoalém de testes de lealdade à ordem, o que pode demorar de seis meses a dois anos.

CompanheiroNeste grau o iniciado começara a entender e praticar magia de verdade, e poderá realmente ser

chamado de mago. Passar deste grau requer um esforço bem maior, pois além de conhecimento exigirálealdade e devem ser bem sucedido nas missões das quais participar. Ambos são essenciais para aascensão do mago. Um teste de lealdade é o requisito final para passagem de grau: o Companheiro serátentado de alguma forma a trair a ordem, seja revelando um segredo que lhe foi confiado ou furtandoum cristal mágico em troca de alguma recompensa mística ou mundana. Se falhar, o iniciado ésumariamente expulso. Caso passe, poderá pleitear a passagem para o grau de mestre. Para tal, deveráapresentar um amplo domínio de rituais mais complexos, como Conversar com o Lago. Em geral apassagem de grau demora de 2 a 5 anos, muitas vezes mais.

MestreQuando finalmente ascende ao grau de Mestre, o inciado recebe o comando de alguma cabala ou

local ou pode ser designado para comandar um templo em outra cidade. Pode acontecer também de sercolocado na chefia de algum grupo de pesquisa em alto-mar ou outro tipo de expedição.

Além disso, neste grau o iniciado vê sua liberdade e responsabilidade crescerem igualmente e emproporção geométrica. Ao mesmo tempo que tem acesso a uma biblioteca bem maior de rituais e textosiniciáticos originais de Atlântida e dos grandes mestres da ordem ao longo da história, também devemanter-se constantemente atento sobre os discípulos de sua Cabala, além de receber missões doSegundo Círculo e cuidar para que ela sejam levadas a cabo da melhor forma possível. A passagem degrau requer de 5 a 8 anos de estudo, prática e muita dedicação à Escola Atlântida.

Segundo CírculoOs graus do segundo círculo são destinados ao aprofundamentos nos conhecimentos dos

membros, de forma que os membros deste círculo passam boa parte do tempo estudando sobre

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Atlântida e aprofundando seus conhecimentos magísticos.

ArquitetoDepois que um Mestre passa ano estudando os mistério de Atlântida quando os mistério místicos,

quando aprende a dominar o Caminho da Água e Spiritum até no mínimo o Terceiro Círculo assimcomo muitos rituais mais avançados e a realização de diversas missões bem sucedidas para a ordem,provando sua capacidade e lealdade, ele pode realizar sua subida para o Segundo Círculo da ordem,chegando ao grau de Arquiteto.

O título deste grau se refere aos grandes Arquitetos que projetaram templos e palácios deAtlântida, utilizando seus conhecimentos de Geometria Sagrada para maximizar o poder de conjunçõesastrológicas e o fluxo de energia mística de Nodes e Teiches. Assim, imitando os arquitetos atlantes, osmembros deste grau estudam Geometria Sagrada para que esta seja aplicada na construção dos templosda ordem. Dessa maneira, quando um templo menor é construído um membro deste grau é enviadopara construí-lo e consagrá-lo. A passagem de grau requer de 6 a 8 anos de estudo e também que oArquiteto tenha construído e consagrado pelo menos um templo.

Sábio das IlhasEste grau faz referência à Antiga Raça, os Sábios que habitavam as ilhas que formavam o

arquipélago atlante antes de Poseidon restaurar estas ilhas, trazendo as terras submersas do fundo dooceano e criando o continente de Atlântida. Assim como essa raça de sábios, os membros deste grau sãograndes estudiosos dos mistérios envolvendo Atlântida, com ênfase em cristais mágicos e outros aspectosda tecnomagia atlante.

Filósofo de ThebasA criar.

Sublime PríncipeSublime Príncipe era o título dado ao chefe de governo durante o Período Tardio de Atlântida.

Os iniciados deste grau são responsáveis pela administração de todos os templos em grandes regiões deum país.

Terceiro CírculoNo Terceiro Círculo são revelados a maioria dos planos que a ordem dos atlantes tem, como o

Projeto Nova Atlântida.

Intérprete dos HieróglifosA criar.

Arquiteto da Torre MisteriosaNo grande complexo de escolas e bibliotecas situado no reino Mneseus havia uma grande torre

que não possuía nenhuma entrada ou saída, ao menos nenhum que fosse visível aos olhos treinados. Atorre também não possuía nenhuma janela ou abertura para o exterior. Essa construção era feitatotalmente de um material pétreo acinzentado, liso e fosco. Era designada pela maioria como a “Torre

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Misteriosa”. Na verdade a tal Torre Misteriosa era o templo central dos Arquitetos das Formas Sagradas,que utilizavam itens mágicos que permitiam abrir portas secretas para adentrar a torre.

Iniciados deste grau são confiados com a maioria dos planos secretos da ordem e aprendem amanipular o caminho da Metamagia, sendo capazes de realizar poderosos rituais de deformação dotempo-espaço. Por causa disso e seus conhecimentos avançados em Geometria Sagrada são responsáveispor projetar os templos mais secretos dos Magos Atlantes.

Pontífice do Sagrado Tempo de PoseidonEssa designação vem dos títulos dos sacerdotes do Grande Templo de Poseidon, que

representavam o penúltimo grau na hierarquia do culto ao Senhor dos Mares, existindo um Pontíficepara cada uma das províncias de Atlântida. Entre os Magos Atlantes são responsáveis por administrartemplos países inteiros, fazendo com que todos os planos da ordem para aquele país ou região estejamsendo cumpridos segundo os desígnios do Círculo Interno.

Pontífice MagisterO Pontífice Magister, em uma tradução livre do título original era o sumo-sacerdote de Atlântida,

indicado pelo Atlas entre os membros da Câmara dos Pontífices. Ele era o último responsável por todosos afazeres, decretos e questões religiosas, possuía assento vitalício no Conselho e status de Ministrodurante o período Imperial.

Os membros deste grau são magos experientes e muito poderosos, sendo em sua maiorianephalins antigos, possuindo vastas redes de contatos, além de tesouros místicos e mundanos queadquiriram com o passar das reencarnações. São responsáveis pelas cabalas de países inteiros e possuemcomunicação direta com o Círculo Interno.

Círculo InternoComposto por Pontífices Magisters que demonstraram grande poder e conhecimento, quase

todos os membros do Círculo Interno são nephalins, espíritos dos maiores e mais poderosos mestre dassociedades da ilha que testemunharam de perto sua destruição e tem as memórias mais vívidas doperíodo antes do Dilúvio. Sua capacidade de relembrar memórias de vidas passadas é grande e por issotem acesso à vastas redes de contatos com magos e anjos e tesouros místicos. São os cabeças por trás doProjeto Nova Atlântida, conhecendo todos os planos a ele relacionados. É muito raro um PontíficeMagister que não seja um nephalin atlante conseguir ascender ao Círculo Interno.

GRUPOS E FACÇÕESPara um observador, externo, a ordem dos Magos Atlantes, segundo muitos de seus membros, é

uma escola relativamente coesa, mas isso não é verdade, especialmente após a Idade das Trevas. Suasdiferenças são principalmente religiosas, e muito embora todas apoiem o Nova Atlântida de uma formaou de outra, seus objetivos e compreensão dele variam.

Esses grupos não são, a priori, divisões oficiais da ordem, mas é uma divisão aceita com certanaturalidade pela maioria dos membros.

Filhos de PoseidonOs Filhos de Poseidon são a facção mais tradicionalista, sendo a reencarnação espiritual de seu

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homônimo da época pré-diluviana. Eles apoiam o Nova Atlântida e acreditam que a ilha seráfisicamente reconstruída. Mas assim como seus antepassados, acreditam na supremacia Atlântida e sãofiéis à idéia de “Atlântida para os Atlantes”. Esse lema significa que a Nova Atlântida deve ser ocupadasomente por aqueles que possuem sangue de Poseidon e nephalins atlantes reencarnados. Duranteséculos, suas fileiras eram diminutas e sua eventual presença no Círculo Interno era diluída pelaoposição, que era maioria absoluta. Com a proximidade do século XXI e a possibilidade de Atlântida seruma realidade, eles reapareceram das trevas e começaram a arrebanhar seguidores como nunca antes.

A doutrina e os objetivos do grupo recebem reações misturadas: a maioria dos magos jovens reageem forma de chacota, pois a idéia de pessoas com mais do que meros vestígios do sangue de Atlântida éridícula. Entre aqueles que sabem da ausência do Poseidon original e entendem ele e Netuno como doisseres diferentes, uns se mostram indiferentes, acreditando que os Filhos de Poseidon tem pouca ounenhuma influência na ordem como um todo para atingirem os objetivos de sua ideologia anacrônica.Já outros, especialmente nephalins de alto grau, vêem com preocupação a recente ascensão deste grupo,pois conhecem seu fanatismo e sabem que o resultado de sua possível ascensão ao poder será no mínimocruel para toda a ordem.

Filhos de NetunoApós a mudança dos deuses olimpanos para Arcádia, muitos cultistas acabaram se redirecionando,

quase todos sem saber, sua fé aos novos deuses. Com os Filhos de Netuno não foi diferente,

NeoatlantesA criar.

ArtíficesA criar.

Novo ImpérioOs adeptos dessa corrente

ÁREAS DE ATUAÇÃOExistem três grupos principais que dividem a cultura interna dos Atlantes, segundo sua localição

geográfica. O primeiro grupo se situou na Península Ibérica, o segundo se instalou na Grécia e oterceiro se acultorou no Egito.

Península IbéricaA criar.

GréciaA criar.

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EgitoA criar.

América do NorteA criar.

América do SulA criar.

RELAÇÕES EXTERNASA criar.

Arkanun ArcanorumGeralmente os Atlantes mantêm uma boa relação com o Arcanorum, mas quando alguma ordem

adversária domina o Selo da Cidade, fazem o possível para depô-las. Em cidades com presençasignificativa de Atlantes a ordem sempre consegue colocar pelo menos um Diácono no Conselho, masexistem exceções, claro.

Ordem de DagonInimigos jurados dos cultistas de Dagon, os nephalins mais antigos e os magos mais sábios dos

Atlantes conhecem sobre a Guerra que foi travada a milênios entre os cultistas e servos abismais deDagon e Ctulhu em Mu e o povo de Atlântida, e fazem todo o possível para acabar com qualquer célulade cultistas ou cabala de magos dagonitas das quais tenham notícias em suas cidades. É raro que hajauma convivência pacífica entre as duas ordens, e quando muito o que acontece é um trégua para queambas as partes se recuperem das perdas.

Escola de YameshA relação com a Escola de Yamesh vária de local para local, de círculo para círculo e da devoção

do atlante para com Poseidon. Os atlantes do primeiro círculo em geral podem manter um boaconvivência com estes magos, pois conhecem muito pouco sobre a história de Yamesh e sua traição àPoseidon. Já os magos mais devotos ao patrono dos Atlantes não admitem estar na presença de umdeles, um sentimento especialmente forte para aqueles da facção dos Filhos de Poseidon. Mas nos diasde hoje os Filhos de Poseidon são uma minoria, de forma que a maioria dos Magos Atlantes não teminimizade para com os discípulos de Yamesh.

Escola de Luft e Senhores da TempestadeA criar.

Sagrada Ordem dos MagosA criar.

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AGNIA criar.

Templo de Ísis e OsírisA criar.

Magos VermelhosA criar.

Escola de PyrosA criar.

Ordem MármoreA criar.

Magos PetrosA criar.

Sociedade de HassamA criar.

Casa de ChronosA criar.

IluminadosA criar.

Ordem de Salomão/TempláriosA criar.

Magos Austro-HúngarosA criar.

Ordem do DragãoA criar.

Ordem do GraalA criar.

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Wiccas, Bardos e DruidasA criar.

BrujasA criar.

Ordem de LuvithyA criar.

Irmandade de TenebrasA criar.

Magos das SombrasA criar.

Hellfire ClubA criar.

AsimaA criar.

Golden DawnA criar.

Ordem da Rosa e da CruzA criar.

MandarinsA criar.

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CCAPÍTULOAPÍTULO V: O M V: O MUNDOUNDO P PRÉRÉ--DD ILUVIANOILUVIANO

Quem já jogou Trevas está acostumado ao ambiente de horror com sociedades secretas, anjos,demônios e outros seres travando uma luta oculta pelas almas dos seres humanos. O mundo em queAtlântida está inserida não é muito diferente: sociedades secretas contendem pelo controle da ilha,lendas de homens-peixe, sereias e monstros terríveis que habitam a terra e os mares, além de hordasselvagens e exércitos poderosos que ameaçam o domínio atlante sobre o mundo.

Na verdade Atlântida está inserido no Mundo de Trevas, só que em uma época diferente, nachamada Pré-História da Terra. Este período também é conhecido por Antediluviano por compreendera história antes do Dilúvio. Até então a Cidade de Prata havia acabado de experimentar a PrimeiraRebelião e o Inferno nada mais era que o Fosso onde Lúcifer e os anjos caídos foram jogados. O restantedos panteões influenciavam o plano terrestre em graus variados, enquanto arquimagos e demôniosexilados de Ark-a-nun, Infernun e Tenebras compunham panteões em reinos de Mu e Lemúria. Navisão de mundo dos atlantes, o restante da espécie humana vivia na barbárie, utilizando ferramentas depedra e osso e venerando espíritos inferiores e bestas primitivas.

Com um pouco de análise, os jogadores verão que a mecânica do cenário de Atlântida é bemsemelhante ao jogo Arkanun, que também faz parte do Mundo de Trevas, mas na perspectiva daEuropa Medieval. A exemplo de Arkanun e Trevas, há uma separação entre o real e o sobrenatural.Uma pessoa comum, sem conhecimento místico, diria que magia, monstros e criaturas sobrenaturaisexistem, e nunca embora essa pessoa tenha-os visto em carne e osso, ela os teme mesmo assim. EmAtlântida, o medo e o sobrenatural estão sempre espreitando, esperando para cair sobre o personagemda forma mais selvagem e brutal, como convêm a um mundo pré-histórico.

Neste capítulo nós exploraremos de forma breve este mundo pré-histórico além de Atlântida, comsuas Raças, Civilizações, Criaturas Sobrenaturais e outros aspectos necessários para se ambientar umacampanha com atlantes no mundo Pré-Diluviano.

V ISÃO DE MUNDO ATLANTEQuando Poseidon trouxe Atlântida de volta do fundo do Oceano, os sobreviventes da Antiga

Raça Atlante tiveram esperança de reconstruir sua civilização, utilizando seus conhecimentos paraconstruir maravilhas que uniriam tecnologia e magia em uma civilização centrada no ser humano, assimcomo fizeram um dia. Entretanto, não foi isso o que aconteceu, pois os descendentes de Poseidon seimportavam muito com sua herança sagrada e os olhos ciumentos do deus dos mares e seus servosestavam em Atlântida, pois ele não a criou apenas para seus filhos, mas também como um centro deadoração e poder divino na Terra. A história e o conhecimento dos paleo-atlantes, os atllantes originais,foi suprimido dos mundanos e aproveitado pelos sacerdotes e por sociedades secretas tanto contraquanto a favor da antiga cultura.

O resultado foi uma cultura mesclada, que unia o restante do conhecimento tecnomágico daAntiga Raça com o culto aos ancestrais e ao deus dos mares do outro. O próprio fato de pertencerem auma linhagem divina tornou os atlantes bastante orgulhosos, fazendo com que vissem a si mesmoscomo o centro do mundo, o único ponto de civilização em um mundo de selvagens adoradores debestas. É claro que nem todos os membros da sociedade pensavam assim, mas era o senso comum na

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sociedade atlante.Essa ideologia seria testada quando a civilização atlante entrasse em contato com civilizações de

verdade, não apenas selvagens desorganizados. Seu primeiro contato deste tipo ocorreu com a Raça deBronze da Grécia, comandados pelas poderosas cidades de Atenas e Esparta. Uma guerra foi travada pororgulho dos Atlantes, que não conseguiam aceitar a existência de uma outra civilização tão grandiosaquanto a deles. E a guerra também foi perdida por orgulho. Mas existiam outros reinos além dosHomens de Bronze, como o de Mu, um continente pontuado por vários reinos governados porsacerdotes de deuses do Abismo. E também Lemúria, habitada por refugiados de Ark-a-nun quetentavam criar uma civilização baseada na sabedoria. Todas estas civilizações não eram apenas diferentesculturalmente dos atlantes, mas fisicamente também. De fato eles eram subespécies de uma mesma raçahumana, e os habitantes de Atlântida perceberam isso.

Estas experiências apenas serviram para restringir ainda mais a maneira como os atlantes serelacionavam com os outros povos. A perspectiva de que não estavam sozinhos como civilização serviupara tornar os atlantes mais preocupados com seu espaço vital. Se outros resolvessem dominá-los eacabar com toda a grandiosidade de sua civilização? Mas esta visão não era compartilhada apenas pelosmundanos, pois ordens secretas como os Filhos de Poseidon e os Sagrados Herdeiros foram os titereirosde uma reação que canalizaria essa temeridade em racismo, xenofobia e ímpeto expansionista, o quelevou o Império Atlante a expandir-se pelo mundo através de conquista militares, mas em última análiseresultou em uma franca decadência nos séculos finais do 6o milênio a.C. Para lidar com isso, ossentimentos de xenofobia se juntaram ao fanatismo religioso, e sua civilização regrediu mais ainda.Quando o período de fanatismo e perseguição passou, os atlantes começaram a mudar sua visão muitolentamente, muito embora a sociedade como um todo ainda continuasse com sua visão desuperioridade. Essa visão de superioridade eventualmente trouxe o desejo expansionista de volta,fazendo com Atlântida entrasse novamente em guerra contra os Homens de Bronze, fossem envolvidosem querelas com feiticeiros lemurianos que acabariam por atrair a fúria dos deuses negros de Mu e ocataclismo que destruiu Atlântida.

RAÇAS ANTEDILUVIANASApós o giro da Roda dos Mundos que acabou com o Éon dos Dragões e deu origem ao Éon

Atual, alguns dos atlantes originais daquela era, devido a várias razões, sobreviveram pouco ou em quasenada afetados pelas forças entrópicas do giro, sendo sua espécie denominada como Homo atlantensis,que aque serão os chamados de Sábios, Antiga Raça ou Paleo-Atlantes. Eles possuem várias subespéciesque surgiram ao redor do globo, que serão detalhadas mais à frente.

Aqueles Paleo-Atlantes que foram afetados pelas forças entrópicas passaram por um processo“involução”, dando origem ao Homem Moderno ou Homo sapiens e outras subespécies consideradasmais primitivas, como o Homo sapiens idaltu e o Homo neanderthalensis. Esses últimos são chamados dePictos.

Com o cruzamento entre paleo-atlantes, homens modernos, pictos e outras espécies extraplanares esobrenaturais (como arkanitas e paradisanos) se originariam o que muitos ocultistas chamaram de sub-raças da espécie humana. Essas raças e sub-raças, no entanto, desapareceram por genocídio ou forammiscigenadas com o homem moderno. Os estudiosos acreditam que foi um processo rápido, de formaque os últimos paleo-atlantes e pictos já haviam desaparecido antes de 7.000 A.C. Assim de modo geral,restavam apenas as outras subespécies humanas e o próprio homem moderno. O desaparecimento destasoutras subespécies demorou ainda alguns milênios, mas os membros restantes já eram extremamenteraros quando aconteceu o Dilúvio em 4.500 A.C. e foram assimilados através da miscigenação como oHomo sapiens. A seguir serão descritas a adaptação das várias raças antediluvianas para Trevas.

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Paleo-Lemurianos / Lemurianos / Ark-a-Nos / Terceira RaçaArkanus lemures sppA

Paleo-Atlantes / Sábios / Antiga Raça / Quarta RaçaHomo atlantensis sppOs Paleo-Atlantes, Sábios, Antiga Raça, Quarta Raça ou simplesmente Atlantes (com “A”

maiúsculo) eram a raça que habitou a Terra durante o Éon dos Dragões Elementais, também chamadade Segunda Era, quando o plano da Terra ainda se encontrava na posição hoje ocupada por Paradisia.Estes são os verdadeiros Atlantes, os originais, que eram fisicamente bastante parecidos com os humanosatuais, muito embora fossem mais desenvolvidos em vários aspectos. Suas mentes eram mais evoluídas,permitindo-os desenvolver ciência e tecnologia aliadas à magia e ao uso de energia psíquica, construindomaravilhas tecnomágicas que estavam muitos séculos à frente de qualquer coisa que o povo de Atlas eseus irmãos venham a ter criado. Seus corpos também eram mais resistentes, sendo imunes à váriasdoenças e com uma expectativa de vida bem maior que dos atlantes da nossa era ou do homemmoderno.

Os Atlantes tiveram sua origem a partir dos Lemurianos, uma raça de seres humanóides vindos deArk-a-nun durante a Segunda Era. Eles emergiram no continente de Lemúria e se

Enquanto se expandiam pelo globo, os Atlantes iam se alterando com o passar do tempo,evoluindo para se adaptarem às condições das regiões que habitavam. Essas alterações eram basicamentefísicas e pouca influência tinham na capacidade intelectual ou espiritual de cada um. Além disso existeuma grande confusão acerca dessas sub-raças pois vários dos nomes que receberam dos escritoresocultistas de nossa era são os mesmos recebidos por outros povos de nossa era, como será notado aseguir. Apesar disso as esses sub-raças Atlantes e os povos de hoje que tenham o mesmo nome podemguardar variados níveis de características em comum, muitas vezes possuindo nada ou quase nada emcomum.

Apesar da avassaladora maioria desta raça ter morrido ou sofrido involução durante o caraclismoque pôs fim à Segunda Era, ainda restavam alguns poucos centros remanescentes da espécie paleo-atlante no mundo pré-diluviano, sendo o Arquipélago Atlante, Agartha, El Dorado e Hiperbórea osque conseguiram atingir mais proeminência.

RmoahalA primeira e mais antigas dessas raças foram os Rmoahal, que se originaram na África e se

expandiram por todo o mundo, dando origem às diversas sub-raças restantes. Quando os Lemurianosoriginais desapareceram, os Rmoahal e seus descendentes tomaram conta das grandes cidades erguidaspor eles em Lemúria, expandindo-se para o norte em direção à Índia, formando o Segundo ImpérioLemuriano, precursor dos povos dravidianos da Índia. Também se propagaram e permaneceramdominantes no grande continente de Mu, situado em grande parte do que hoje é o Oceano Pacífico. Láformaram centenas de reinos, muito embora uma parte considerável tenha caído sob a influência dosdeuses de Tenebras, em especial Dagon e Cthulhu. Seus mais antigos descendentes ainda podem serencontrados ainda hoje na própria África, sul da Índia, sudeste asiático e Oceania.

TlavatliA segunda sub-raça surgiu numa a oeste do continente atlante, na região aproximada onde hoje é

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o Caribe. De fato os Tlavatli são os remotos ancestrais de grande parte dos povos nativos das Américasdurante a nossa era, sendo que os povos tupis e guaranis estão entre seus descendentes mais próximos.Eles se expandiram por todo o território formado atualmente pelas Américas, permanecendodominantes especialmente na América do Sul numa região aproximadamente correspondente ao Brasil.

Apesar de ocuparem um vasto território os Tlavatli nunca formaram um grande estadocentralizado, em vez disso estando organizados em dezenas ou centenas de tribos e reinos comandadospor feiticeiros e guerreiros. Eventualmente as tribos Tlavatli se organizaram em uma espécie demonarquia federativa cujo chefe de estado era um sábio que recebia o título de Imperador, mas cujaautoridade era apenas simbólica.

ToltecasOs sábios de nossa era deram a essa sub-raça o mesmo nome de um povo que controlou o Vale do

México entre os séculos X e XII d.C. De fato, estes últimos podem traçar sua descendência até osToltecas originais, e muito embora esta seja distante e remota, ela está presente em características comoa cor da pele. Os Toltecas originais também surgiram naquela região, expandindo-se em várias direçõese povoando grande parte do continente atlante.

TuranianosA criar.

SemitasOs Semitas são a denominação da quinta sub-raça atlante, surgindo à nordeste da grande ilha de

Rutá, numa região que hoje seriam as Ilhas Britânicas. Sua sociedade era baseada em clãs semi-nômadesque quando necessário se reuniam para defender suas terras de estrangeiros. Em algum ponto durante adecadência das dinastias Toltecas em Atarxé, invadiram Rutá e dominaram o que restava do ImpérioAtlante. Eles reinaram sobre Rutá e Daitya por séculos até que foram destronados pelos Acadianos.

Acadianos

MongolianosA criar.

Raças HumanasHomo sapiens sppA criar.

AtlantesHomo sapiens atlantensisAntes de Poseidon trazer terra do fundo do oceano com seus poderes divinos para forma o grande

continente de Atlântida, a região era composta por um arquipélago com ilhas de variados tamanhos.Estas ilhas eram habitadas por tribos de paleo-atlantes e pictos que se cruzaram várias vezes, dandoorigem à raça-raiz dos Atlantes. Os Atlantes eram mais altos em média que um humano comum da

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época, possuíam um corpo em geral mais esbelto, muito embora não fosse raro encontrar Atlantes maisbaixos e fortes. Seus cabelos e variavam do castanho escuro ao loiro claro, com olhos que variavam eminúmeros tons de verde.

Esta raça eventualmente sofreu outra alteração por causa da união entre o deus olimpianoPoseidon e da atlante Clito. As combinadação do genoma atlante com o sangue divino criou maisalterações de natureza espiritual do que física, fazendo com que atlantes com dons místicospronunciados passassem a reencarnar de maneira semelhante aos Nephalins filhos dos anjos da Cidadede Prata.

Hiperbóreos ou ThuleHomo sapiens hyperboreiNo continente perdido da Hiperbórea, os Paleo-Atlantes remanescentes fizeram alterações

genéticas em si mesmos para aumentar sua longevidade e vitalidade, mas essa extensa manipulaçãogenética causando a degeneração do DNA dos paleo-atlantes, fazendo com que ficassem deformados eestéreis. Por se considerarem superiores, por muito tempo evitaram o contato com os pictos e humanosque habitavam Hiperbórea, mas mudaram de ideia por volta de 10.000 A.C., quando verificaram que aúnica solução para evitar seu desaparecimento completo seria realizar experimentos com pictos ehumanos, cruzando essas duas espécies consigo mesmos, dando origem à raça-raiz dos Hiperbóreos,também conhecidos como Thule. Os últimos Paleo-Atlantes e pictos da Hiperbórea desapareceram porvolta de 8.000 A.C, e a partir de então o continente hiperbóreo passou a ser controlado exclusivamentepelos Thule.

Incapazes de manter funcionando as máquinas construídas pelos paleo-atlantes para controlar oclima, os Thule foram migrando para o Sul conforme as máquinas foram falhando, a fim de fugir doclima frio. Eventualmente isso os forçou a colonizar o Norte da Europa, onde se miscigenaram com aspopulações locais e mais tarde com os povos Indo-Arianos de pele clara, dando origem às culturasescandinavas e germânicas.

LemurianosHomo sapiens lemuresNativos do continente perdido de Lemúria, são resultado do cruzamento entre paleo-atlantes,

pictos e arkanitas refugiados na Terra após o giro da Roda dos Mundos. Antes do Dilúvio tiveram váriascorrentes migratórias. Uma se deu na direção oeste, passando por Madagáscar e chegando à África, ondese encontraram com outras subespécies e deram origem aos vários povos africanos. Outra foi para onorte, em direção ao subcontinente indiano, onde se miscigenaram aos agarthianos e deram origem àvárias civilizações.

AgarthianosHomo sapiens ariiSe originaram da seleção étnica em Agartha, dando origem à várias castas, sendo que a dos Aryas

deu origem aos arianos propriamente ditos. Eles dominaram o Império de Agartha por muitos séculos,mas com o colapso do mesmo, perderam seu poder e acabaram se espalhando por toda a Ásia e Europa,dando origem à muitas culturas euroasiáticas: persas, semitas, gregos, eslavos, germânicos, celtas, latinos,etc.

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Pictos / HochiganHomo sapiens idaltu, Homo sapiens neanderthalensis e outras subespéciesDescritos na Teosofia como “Nascidos por si mesmos ou Sem Mente”, esta primeira “raça-raiz” é na

verdade um conjunto de subespécies que involuíram a partir do Homo atlantensis devido às emanaçõesentrópicas do cataclismo da passagem de Éon, dando origem a várias subespécies do Homo sapiens.Ocuparam a maior parte do globo terrestre durante os primeiros milênios deste Éon, mas passaram asofrer um rápido declínio após 15.000 A.C. Existem várias teorias que tentam explicar o massivodeclínio dos pictos, mas o fato que muito poucos deles restavam durante a criação de Atlântida em8.000 A.C. e nenhum deles existia quando o Dilúvio caiu sobre a Terra em 4.500 A.C.

Raças de Ouro, Prata e BronzeHomo aurum, Homo argentum, Homo aesA criar.

Sexta e Sétima Raças-RaizA criar.

AS C IVILIZAÇÕES ANTEDILUVIANASCom a gradual estabilização da Terra, os remanescentes Paleo-Atlantes haviam perdido quase

tudo, e em meio a um mundo completamente mudado procuraram reconstruir suas civilizações,recuperando o que pudessem do conhecimento da era passada. Infelizmente a imensa parte desseconhecimento foi perdida, sobrevivendo em raros fragmentos de informação ao redor do mundo. Osassentamentos beneficiados com esses bolsões evoluírem em poderosos impérios, que compuseram apaisagem geopolítica do Período Antediluviano.

AgarthaAgartha, cuja capital era a fantástica Shambala-Manova, foi formado por volta de 9.000 a.C. por

remanescentes da raça atlante que habitara o plano da Terra no Éon passado. Entretanto,diferentemente de Atlântida, sua cultura não foi tão reprimida ou radicalmente modificada pelainfluência de deuses dos planos superiores. O centro político de Agartha se situava na Ásia, maisespecificamente onde hoje é o Tibet. Naquela época, no lugar do Deserto de Gobi havia um marlimitado pela Cordilheira do Himalaia. No centro do então Mar de Gobi, na chamada Ilha Branca,estava a grande capital Shambala, cujas lendas dizem ter demorado mil anos para ficar pronta.

Os agarthianos eram governados por um rei de caráter divino, denominado Manu, pois conta-seque teria sido o Manu original que trouxera o conceito de civilização para o povo de Agartha. Duranteséculos a civilização agarthiana praticou uma cultura de aperfeiçoamento espiritual, expandindo suaesfera de influência com vistas a civilizar o restante do mundo. Diplomatas foram enviados a diversaspartes da Ásia, contatando os povos primitivos que viviam desde o que hoje é o Paquistão no oeste até oarquipélago japonês no leste, e desde a futura Mongólia ao norte até o Sul do subcontinente indiano. Oprocesso de espalhar a civilização teve sucesso moderado nas regiões mais próximas do centro agarthianoe falhou nas regiões mais afastadas. Provavelmente a principal causa foi o contato com os povosbeligerantes de Mu e Lemúria. Mu era um imenso continente em grande parte dominado por cultistasdo Abismo, de deuses como Ctulhu, enquanto Lemúria vivia dividida entre arquimagos de origem

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arkanita e forças dos planos superiores. Sentindo-se acuado por forças estranhas e hostis por vários lados,o outrora pacífico reino de Agartha aos poucos abandonou a diplomacia e passou a pegar em armas paramanter os estados inimigos afastados de seus protetorados.

Assim, aos poucos, os agarthianos deixaram de ser um povo voltado ao aperfeiçoamento espirituale passou a ser um Império com tendências expansionistas. Por isso o Império cresceu através deconquistas militares, atingindo seu apogeu entre 6500 e 5500 a.C. Nesta época, o Império Agarthianoenglobava o Tibet, a China, toda a atual Manchúria e parte do sul da Mongólia. Os domínios tambémse estendiam ao leste até o Japão, indo mais para o Sul e chegando englobar todo o sudeste asiático eIndonésia, chegando até o Norte da Austrália. Intermináveis guerras contra Mu tentavam assegurar odomínio da arquipélago japonês, mas nada definitivo. Já o que hoje é a Índia vivia em disputa entreAgartha e Lemúria, sendo governada ora por reis de origem agarthiana, ora por reis de origemlemuriana.

Acredita-se que o declínio da civilização agarthiana foi provocado por dois principais motivos.Primeiro, a política expansionista provocou uma estratificação radical da sociedade, privilegiando nobrespor seu caráter semidivino e dos guerreiros de caráter heróico. Abaixo deles estavam os comerciantes, emais abaixo os trabalhadores manuais e camponeses, que compunham a grande parcela da população.Em geral estas duas camadas sociais eram composta em grande parte pela miscingenação entre osagarthianos puros e os humanos residentes nas terras conquistadas. Havia ainda uma quinta camadasocial, que eram considerados os mais involuídos e primitivos de todos, que eram os humanos puros,sem quase ou nenhuma gota de sangue agarthiano. Isso evidencia o racismo na autoproclamadailuminada e evoluída civilização de Agartha. Essa seleção étnica e estratificação da sociedade agarthianaresultaram no surgimento de castas como a dos nobres Aryas, de tez clara. Indivíduos que nasciamdentro de uma casta estavam destinados a executar determinadas funções e dificlmente conseguiammudar de casta ou mesmo relacionar-se com alguém de outras casta. A segregação entre as castas e osprivilégios das castas superiores criaram descontentamento entre as castas inferiores.

Em segundo lugar, o Império havia se tornado grande demais, e como os Aryas não desejavamabandonar sua capital em favor das primitivas províncias conquistadas, o poder central não chegava àtodas as províncias, que passaram a se rebelar. Inicialmente o exército conseguia suprimir as rebeliões,mas a vastidão do Império e a numerosidade das castas inferiores toraram cada vez mais difícil manter ocontrole, até o ponto no qual o poder central já não conseguia mais manter o Império unido, resultandona fragmentação política. Apenas as regiões mais próximas foram mantidas sob controle de Shamballa.

Quando o Dilúvio aconteceu, os membros sobreviventes da casta dos Aryas migraram para aÍndia e se misturaram com o povo. Alguns descendentes mais puristas da casta mantinham-se separadosda população em geral, e deram origem aos arianos que a história moderna diz terem migrado da Índia erumado para o oeste, chegando até a Europa e lá se misturando aos povos locais, com os quais erammais semelhantes em aparência.

BabelTodas as civilizações antediluvianas deixaram extensos legados para o mundo, seja na forma de

conhecimento, seja na forma de herança genética. No entanto, os cataclismos causados no Dilúvioaniquilaram quase que completamente a maioria delas, virtualmente acabando com sua identidadecultural. Mas este não é o caso da civilização que surgiu na Mesopotâmia, que continuou a existir após oDilúvio na forma dos Sumérios, possuindo inclusive relatos históricos em documentos os Épicos deGilgamesh, Atrahasis e Zizusdra. Outra diferença em relação às outras grandes civilizaçõesantediluvianas está no fato de Babel ter sido fundada não por remanescentes de Paleo-Atlantes, mas porseres humanos comuns.

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Por causa, ao menor em parte, de todas as civilizações, Babel era a menos avançadatecnologicamente falando, apesar de ainda serem mais avançados que muitos dos povos ao redor domundo. De fato, seus feitos de engenharia são impressionantes, especialmente o imenso zigurateconstruído por eles como sua capital, referido por muitos estudiosos atlantes como a Primeira Torre deBabel. Esta construção era tão grande que superaria muitos arranha-céus construídos no século XX,sendo bem mais largo que estes. Esta estrtutura era tão grande que abrigava milhares de pessoas e erapraticamente uma cidade vertical. A partir da cidade-zigurate, os babelenses conquistaram grande partedo Oriente Médio, entrando em contato com os Homens de Bronze nas ilhas gregas e com Atlântida noEgito.

A civilização

HiperbóreaDesconhecida dos atlantes até cerca do século 70 a.C. devido a sua localização remota no extremo

norte do mundo e cercada por um deserto gelado, Hiperbórea era provavelmente o reino mais avançadotecnologicamente do período pré-histórico. Apesar de situar-se em pleno Ártico, suas cidadesdesfrutavam de um clima ameno, semelhante a uma eterna primavera. Tudo graças a uma avançadamistura de magia e tecnologia que controlava o clima. Hiperbórea era habitada por três raças diferentes:os remanescentes dos paleo-atlantes do Éon dos Dragões; os pictos; e os Thule, que eram resultado damanipulação genética entre de paleo-atlantes e pictos. Os hiperbóreos eram em geral altos, de pele clara,cabelos loiros e olhos azuis ou verdes.

Também eram bem mais xenofóbicos que os atlantes, e evitavam o máximo possível o contatocom outros povos até que estivessem prontos para expandir-se pelo globo. Para isso, eles queriam atingirum conceito semelhante ao equivalente moderno do Übermensch, o homem superior.

Especialistas na manipulação do código genético, os hiperbóreos vinham tentando parar adegeneração genética de seus corpos, uma consequência das inúmeras terapias de todos os tipos as quaisse submeteram a fim de parar o envelhecimento, evitar doenças e atingir a imortalidade. Na verdade, adegeneração foi acelerada com a passagem de Éon, o giro da Roda dos Mundos, cujas forças entrópicashaviam involuído e deformados muitos seres. Assim os sobreviventes do cataclisma tiveram se submetera mais terapias, o que apenas adiava a inevitável degradação de seu corpo físico. Para cobrir os defeitos,realizaram experiências tecnomágicas com pictos e homens comuns, extraindo genes e combinando comseus próprios. Estas manipulações conduziram a graves e incontáveis erros, criando falhas que sereplicavam em cascata, fazendo com que uma fração cada vez maior da população adquirissedeformações e defeitos, sendo esterilidade em massa a mais generalizada delas. Alguns sábios previramque a degradação de seus habitantes havia se tornado irreversível, e que ao invés de efetuar remendos naestrutura genética, deviam seguir outro caminho: modificar uma das raças nativas a fim de quepudessem operar suas máquinas e herdar sua cultura.

Combinando parte de seu código genético, dos pictos e dos humanos, deram origem à subespéciedos Thule, uma raça que, segundo acreditaram, seria fisica e mentalmente superior à raça humana,dominante na época. As duas raças conviveram por séculos, mas eventualmente quase todos osHiperbóreos originais morreram, deixando os Thule para habitar e governar seu reino. Entretanto, osThule foram incapazes de continuar a operar as máquinas dos hiperbóreos por alguns séculos, pois afalta de conhecimento sobre os princípios que as regiam fez com que fossem incapazes de recuperá-lasquando falhas começaram a surgir. A medida que os dispositivos paravam de funcionar, o povo eraforçado a migrar para cidades ainda amenas ou sair completamente do país.

Foi nesse ponto que os Thule começaram a se espalhar pelo norte da Europa, começando pelaEscandinávia e gradualmente se expandindo para um sul em ambas as direções, chegando às Ilhas

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Britânicas e região da futura Alemanha. Na Irlanda entraram em contato com os colonos atlantes que jáestavam assentados e ao fim do século 7o a.C.

Homens de MetalAs raças de Metal foram um grupo de humanóides aparentados aos humanos criados pelas várias

gerações dos deuses de Olympus.

Raça de OuroA raça de Ouro foi criada durante o reinado de Uranus entre os deuses gregos. Não se sabe

exatamente quando foram criados, o que se sabe é que Uranus e Gaia os criaram após sua chegada emParadisia, o que aconteceu pouco tempo após 15.000 a.C.

Acredita-se que os Titãs tomaram esta raça e os modificaram para servi-los e adorá-los. OsHomens de Ouro eram dóceis o suficiente para submeterem-se à vontade dos deuses primordiais, ecomo recompensa foram feitos em perfeição, sendo belos, imunes a doenças e sem a necessidade detrabalhar para sobreviverem, existindo em vilarejos criados pelos próprios deuses. Também acredita-seque eram imortais, muito embora alguns sábios afirmem não eram imortais, mas sim possuíam umavida extremamente longeva que se confundia com imortalidade.

Essa civilização acabou quando Chronus castrou Uranus, derrotando-o e tomando o governo deOlympus, o que ocorreu por volta de 10.000 a.C. O novo deus ordenou que os Homens de Ourofossem exilados da Terra para o vilarejo de Eldorado em Paradisia, que possuía um portal para a FlorestaAmazônica, permitindo a esta raça contato com a Terra. Este contato permitiu que os homens de Ouroestabelecessem uma civilização dentro da Amazônia, construindo diversas cidades douradas pelocontinente.

Raça de PrataA raça de Prata foi criada por Chronus pouco depois de 10.000 a.C. A raça dos Homens de Prata

era bastante longeva e possuía um corpo físico menos desenvolvido que o da Raça de Ouro, mas aindabem superior ao do humano comum. Eram naturalmente arrogantes, tornando-se gradualmente maisrebeldes com o passar do tempo, de forma que muitos recusaram-se a prestar orações a Chronus. Comisso, muitos de seus magos mais poderosos, cujos poderes rivalizariam aqueles de seres como Adapa eMerlin, viajaram para planos inferiores, onde estabeleceram cultos e se tornaram deuses.

Quando Zeus e seus irmãos engendraram a Titanomaquia e Chronus foi derrotado, o restante daraça de Prata que ainda lhe prestava adoração se dividiu. De um lado ficaram aqueles que aindaadoravam Chronus e o restante dos Titãs, e de outro aqueles que acolheram Zeus e seus olimpianoscomo o novo panteão. Uma guerra civil eclodiu entre as duas facções, culminando na aniquilação quasetotal de sua espécie. Após assumir o trono de Olympus, Zeus mostrou-se descontente e desconfiado daRaça de Prata devido a sua rebeldia perante a geração de deuses anteriores, e por isso ordenou quefossem caçados e destruídos. Já antes de 8000 a.C., poucos homens de Prata restavam, e a maioriadestes banida da Terra ou destruída, e os que restaram vivos na Terra se misturaram aos humanoscomuns. É teorizado que os descendentes desta linha híbrida sobreviveram até os dias atuais na formados imortais Makrobioi (ver IMORTAL: A CENTELHA).

Raça de BronzeA civilização de Bronze foi criada por Zeus no início de seu reinado para substituir a raça anterior,

de Prata, pouco antes de 8000 a.C. Os Homens de Bronze eram fortes e ainda fisicamente superiores

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tanto aos humanos como aos atlantes de sua época. Aliás, são uma das civilizações contemporâneas aAtlântida no período Antediluviano. Sua civilização se situava nas Ilhas Gregas, tendo construído asgrandes cidades, que foram encarnações antediluvianas de Atenas e Esparta. Belicosos, quando entraramem contato com o Império Atlante nas ilhas do Mediterrâneo, uma guerra foi travada e vencida pelaraça de Bronze.

Esta guerra alimentou a arrogância dessa raça, que se afastou dos deuses, passando a cultuar aspróprias realizações, julgando-se eles próprios superiores aos olimpianos. Irado, Zeus os destruiu nomesmo Dilúvio que também destruiu Atlântida e as outras civilizações daquele período.

LemúriaA criar.

MuA criar.

CRIATURAS SOBRENATURAISA criar.

NinfasE

KrakenA criar.

Sereias e TritõesA criar.

Serpente MarinhaA criar.

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CCAPÍTULOAPÍTULO VI: C VI: CRIAÇÃORIAÇÃO DEDE

PPERSONAGENSERSONAGENSPor estar ambientado no Mundo de Trevas/Arkanun, Atlântida se utiliza do Sistema Daemon

para criação de personagens e na mecânica do jogo em geral. Na maioria dos livros que utilizam oSistema Daemon há um guia completo para auxiliar na criação da personagem e outro com todas asregras necessárias para se jogar neste sistema. No caso de Atlântida, entretanto, não colocaremos asregras, pois as mesmas já estão disponíveis no Módulo Básico – Expandido e Modificado, disponívelpara download gratutitamente no Scribd. Com respeito à criação de personagens e regras, no capítulo“Criação de Personagens” basta escolher a opção “Horror Medieval” e utilizar os valores lá contidos paracriar a personagem. Com relação ao restante das regras, não há nenhum diferença, bastando consultar oMódulo Básico.

K ITS M ÍSTICOSEm Atlântida, assim como no mundo contemporâneo, existiam sociedades secretas, e muito

embora muitas pessoas utilizassem cristais mágicos e possuíssem um ou outro item mágico de menorpoder, a magia não era difundida entre as massas. Apenas algumas sociedades possuíam o verdadeiroconhecimento mágico, que estão listadas aqui.

Culto à GaiaFundação: Província de Autocthon.Base: Charco Alto, Authocthon.Atuação: Norte de Atlântida.Personalidades: Nenhuma.

Background

Os Titãs são antigas e poderosas forças da natureza, e na Antiguidade, mais especificamentedurante a Idade de Ouro, os Titãs reinaram sobre a Raça de Ouro que vivia na Grécia. Com o tempo eo contato entre Olympus e os Reinos Marinhos em Paradisia, e entre os atlantes e os Homens de Ourona Terra, vários cultos de titãs acabaram penetrando Atlântida. O mais importante destes foi o de Gaia,a personificação da Terra, que entrou pela província de Eumelos e passando de província em província,encontrou um terreno fértil para devotos na província de Authocthon.

Características

Os devotos de Gaia celebram a Grande Mãe, como a chamam, através de festivais de fertilidade,onde são efetuadas representações de concepção, encenando a fecundação da Mãe Terra pelo Pai Céu,Urano. Nestas encenações homens e mulheres são escolhidos e fazem parte de uma cerimônia de cunhosexual semelhante a cultos tântricos.

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Graus

Não possuem graus, pois acreditam que a mãe não escolhe a um indivíduo para acençoá-lo com avida, mas a todos.

Devoto de Gaia

Custo: x pts. de Aprimoramento, y pts. de Perícia.Perícias: Armas Brancas (Adaga Cerimonial 20/20), Esportes (Caça 20%), Aprimoramentos: Pontos de Fé 2.Pontos de Fé: 0 + 0 a cada dois níveis.Pontos Heróicos: 0 por nível.Pontos de Magia: 0 por nível.

NeshmaurFundação: Atlântida, 7700 A.C.Base: Sem base definida.Atuação: Todo o mundo atlante.Personalidades: Atelas.

Background

Quando o mar estava revolto e tempestuoso, os marinheiros atlantes temiam por suas vidas, poisera o Senhor dos Mares fazendo despejar sua ira sobre os Oceanos. Alguns magos-sacerdotes queacompanhavam os navios eram tenazes o suficiente e conseguiram adquirir o poder de acalmar a fúria dePoseidôn. Eles foram chamados de Neshmaur, que em Atlanteano significa “Contentores da Fúria”.Dizem que ao conter a fúria de os Aplacadores a levam para dentro de si, correndo o risco de tornarem-se indivíduos irascíveis.

Durante o Expurgo, os Neshmaur permaneceram divididos. Uma grande facção liderada porAtelas aliou-se aos Filhos e auxiliou a destruir as frotas rebeldes em alto mar com tempestades e ondasgigantescas. Mais tarde, quando viram que Atelas era perigoso demais para permanecer entre eles, obaniram para as colônias da América Central. Mesmo após o banimento de Atelas, os Neshmaurcontinuaram com sua missão de proteger as embarcações e pregar devoção à Poseidôn.

Características

Os Neshmaur sempre deixam crescer o cabelo e a barba, nunca cortando-os, e vestem-se comlongas túnicas, que podem ser meros farrapos ou de tecido grosso para suportar a maresia. Possuemfeições rudes e falam sempre com grande seriedade. Dizem que rir no mar serve apenas para enfurecer osenhor dos mares, pois ele considera como uma chacota dos marinheiros perante a si.

Graus

Os Neshmaur possuem apenas três graus, Noviço, Pregador e Profeta.

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Neshmaur

Custo: x pts. de Aprimoramento, y pts. de Perícia.Perícias: A criar.Aprimoramentos: A criar.Caminhos Preferidos: Água, Ar.Pontos de Fé: 0 + 0 a cada dois níveis.Pontos Heróicos: 0 por nível.Pontos de Magia: 0 por nível.

Irmandade dos ArtíficesTambém conhecidos como Shemshou-Heru.Fundação: Atlântida, data desconhecida.Base: Torre Oculta, em Atlântida; posteriormente Sais no Egito.Atuação: Atlântida, Egito, Sul do Mediterrâneo Oriental e litoral do LevantePersonalidades: Sesóstris (não é o faraó) e artífices atlantes.

Background

Muitos sacerdotes estudaram com afinco a Geometria Sagrada em busca das melhores formas decanalizar a energia mística proveniente dos nodos e cristais mágicos de Atlântida. Seus estudosculminaram que a magia deveria ser praticada em templos com forma de uma pirâmide. Desde entãomuitos templos em Atlântida passaram a serem construídos em forma de Pirâmide sob a influênciadesses magos (que nessa época ainda não tinham o nome Shemshou-Hor), maximizando assim osefeitos da magia com grande êxito.

A despeito disso, os tradicionalistas Filhos de Poseidôn se voltaram contra a construção deTemplos-Pirâmide, alegando que não podem existir templos que não sejam de culto a Poseidôn einiciaram uma guerra politica contra a Irmandade dos Artífices. Na verdade, a alegação sobre a falta deveneração ao Senhor dos Mares servia apenas para encobrir que os Filhos de Poseidôn temiam acrescente influência dos Estudiosos entre os nobres atlantes, pois eram os melhores arquitetos de toda ailha. Além disso, também construíram suas guildas sobres nodes poderosos de Atlântida. Muitos sábiosainda afirmam ainda que os Filhos possuíam ainda um terceira razão, que nunca foi descoberta, epermanece misteriosa até hoje. Seja como for, o resultado dessa guerra política foi vitória dos Filhos dePoseidôn, que durante o período dos Estados Teocráticos, fizeram os Artífices das Formas Sagradasmigrarem de Atlântida para fugirem do Expurgo.

Como resultado, a maioria dos Artífices migrou para o longínquo leste, chegando ao Egito, seestabelecendo no colônia de Sais, no delta do Rio Nilo. No Egito, auxiliaram os povos autóctonesensinando os primeiros conceitos de Agricultura, Matemática e Astronomia e a alguns poucosensinaram a Metalurgia do Bronze e do Ferro. Esses homens eram escolhidos a dedo, sendo chamadosMessentiou, e não deviam ensinar sua arte a ninguém mais. Construíram as primeiras pirâmides doEgito por volta de 8000 A.C., e quando os Ekimmu apareceram, travaram uma guerra oculta contraestes vampiros. Com a chegada dos deuses da Cidade Dourada de Rá séculos depois, os Artíficesassimilaram os cultos dos deuses e auxiliaram como puderam na perseguição e destruição dos vampirosEkimmu que reinavam no Egito, e devido a sua devoção, se puseram sob a proteção de Hórus epassaram a servi-lo, recebendo daí em diante o título de Shemshou-Heru, os “Servidores de Hórus” outambém Irmandade de Hórus.

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Com o tempo a tradição atlante foi passada às gerações que vieram e os Shemshou-Herudisseminaram seu conhecimento entre as escolas de Mistério do Egito. Aliás, muitas de suas teorias,práticas, leis e objetivos foram repassadas aos Mestres Artífices que mais tarde formariam os Iluminados.Aos poucos, com o passar dos séculos, a Irmandade foi reconectando com outros iniciados sobreviventesde Atlântida a fim de formarem os Magos Atlantes.

Características

Os Shemshou-Hor costumam vestir-se com os trajes da época e do local em que estão, massempre carregam cristais mágicos e runas Isiacum para realizarem suas magias. Dizem que os magosmais antigos e poderosos possuem rituais e itens mágicos que permitem ampliar os efeitos ou diminuiros custos de uma magia.

Graus

Os Shemshou-Hor estão organizados em guildas compostas por: Aprendiz, Artífice, Mestre eGrande Mestre. Os Grandes Mestres da ordem formam um Conselho Guardião encarregado deconservar os conhecimentos da ordem e distribuir as leis e analisar iniciações.

Artifíce das Formas Sagradas

Custo: 3 pts. de Aprimoramento, 220 pts. de Perícia.Perícias: Artes (Arquitetura 30%), Ciências (Teologia – Atlante 20%), Ciências Proibidas (Astrologia20%, Cristais 40%, Geometria Sagrada 30%, Rituais 40%, Teoria da Magia 50%), Engenharia (Civil30%), Idiomas (Isiacum 20%), Pesquisa 40%, Sobrevivência (Deserto 10%).Aprimoramentos: Itens Mágicos 2, Poderes Mágicos 3.Caminhos Preferidos: Metamagia, Terra, Luz.Pontos de Fé: 0 por nível.Pontos de Magia: 3 + 1 por nível.Pontos Heróicos: 0 por nível.

Filhos de PoseidônFundação: 7300 A.C, Atlântida.Base: Templo Maior de Poseidôn.Atuação: Atlântida.Personalidades: A criar.

Background

A mais poderosa ramificação atlante surgiu ainda na Atlântida. Muito tempo depois de suacriação por Poseidôn, muitos atlantes estavam se distanciando de seu patrono, pois apesar de ainda ovenerarem e o reconhecerem como seu patrono, alguns atlantes queriam mais independência eprocuravam agir por si mesmos, por vezes ignorando a vontade do deus. Essa tendência se tornou muitoforte, a ponto dos sacerdotes mais radicais se desligarem e formarem um culto em separado.

Esse culto ganhou o apoio de muitos membros da nobreza atlante, cuja grande maioria eramdescendentes dos dez filhos de Poseidôn. Por possuírem uma herança sanguínea divina mais forte, eles

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acreditam estarem mais próximos do senhor dos mares, tendo por missão manter o poder de Poseidônfrente a qualquer coisa.

Características

Os filhos se organizam como uma grande sociedade ou clube político, tentando controlar tudoque se refere à Atlântida. Cada Filho de Poseidôn tem dois deveres: primeiro, cuidar para que Atlântidacontinue fiel à seu patrono, Poseidôn, senhor dos mares; segundo, proteger o poder e estabilidade dailha de Atlântida e suas colônias, passando por cima do Atlas, se necessário for. Enquanto os nobresrealizam o trabalho intelectual, os cidadãos comuns realizam o “serviço de campo”.

Graus

Os filhos de Poseidôn estão divididos de acordo com a posição da sociedade atlante: Servo dePoseidôn (para não-nobres), Irmão de Atlas (formado por nobres). O Círculo Interno é formado pelosdez Irmãos de Atlas mais influentes de toda a ordem.

Filhos de Poseidôn

Custo: 3 pts. de Aprimoramento, 500 pts. de Perícia.Perícias: Armas Brancas (Adaga 20/20), Ciências (Direto 30%, História 30%, Teologia 30%), CiênciasProibidas (Paradísia 20%), Etiqueta (Clero 20%, Nobreza 30%), Idiomas (Isiacum 20%), Manipulação(Intimidação 15%, Liderança 25%), Negociação (Burocracia 30%).Aprimoramentos: Contatos e Aliados 3, Influência (Escolha uma área) 1, Recursos e Dinheiro 2, Pontos Heróicos: 1 por nível.

Sagrados HerdeirosFundação: Atlântida, 6500 a.C.Base: Atlântida.Atuação: Atlântida, Hiperbórea e áreas sob sua influência.Personalidades: Nenhuma.

Background

A criar.

Características

A criar.

Graus

A criar.

Sagrados Herdeiros

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Custo: x pts. de Aprimoramento, y pts. de Perícia.Perícias: A criar.Aprimoramentos: A criar.Caminhos Preferidos: Água, Ar.Pontos de Fé: 0 + 0 a cada dois níveis.Pontos Heróicos: 0 por nível.Pontos de Magia: 0 por nível.

Guardiões do TridenteFundação: 8200 A.C., Paradísia.Base: Quartel-General, cidade de AtlântidaAtuação: Oceano Atlântico e Mar Mediterrâneo.Personalidades: A criar.

Background

Além de ser o senhor dos mares, Poseidôn também é o senhor dos Cavalos. Em Atlântida, osCavalos eram abundantes, e viviam de forma selvagem pelos campos. Dentre os cavalos que viviam nailha existia uma espécie criada pelo próprio Poseidôn, considerada sagrada por ele e que não eraqualquer um que poderia montá-los ou mesmo usá-los em batalha, mas apenas um verdadeiro devotoconsagrado a servir o deus.

Para isso existiam os Guardiões dos Tridente, os paladinos do deus Poseidôn que montavam seuscavalos sagrados. Esses cavaleiros não fazem parte do exército de Atlântida, formando uma camada àparte e atuando nas guerras apenas quando requisitados pelos sacerdotes de Poseidôn.

Sua missão secreta é caçar e destruir monstros abissais dos oceanos, servos dos tenebritas Dagon eCtulhu.

Características

Os Guardiões dos Portões são escolhidos dentre soldados e sacerdotes com grande devoção aodeus dos mares. Depois de escolhidos pelos mestres da ordem, são treinados para o combate no mar einstruídos na devoção ao patrono de Atlântida. Os Marinas podem ser facilmente distinguidos pelasarmaduras de escamas com o tridente de Poseidôn inscrito nelas e o elmo ornado com safiras ou águas-azuis. Suas missões sagradas muitas vezes os levam ao mar, cavalgando hipocampos enviados porPoseidôn.

Graus

Os Marinas possuem uma hierarquia monástica rígida e um forte senso de obediência aossuperiores, possuindo 10 graus, representando cada um dos anéis cocêntricos que formam a capitalAtlântida.

Guardião do Tridente

Custo: 3 pts. de Aprimoramento, 400 pts. de Perícia.

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Perícias: Animais (Montaria 40%, Treinamento de Animais 30%), Armas Brancas (Arcos 30%, Arpão30%, Espadas 30/30, Redes 30%, Tridente 30/20) Camuflagem 10%, Ciências (Oceanografia 40%,Teologia – Atlante 30%), Ciências Proibidas (Cristais 20%, Monstros Marinhos 40%), Esportes(Mergulho 50%, Natação 50%, Pesca 50%), Esquiva 20%, Idiomas (Isiacum 10%), Navegação 50%,Restreio (Mares e Oceanos 40%), Sobrevivência (Mares e Oceanos 40%).Aprimoramentos: Pontos Heróicos 3, Pontos de Fé 2.Pontos de Fé: 2 + 1 a cada dois níveis.Pontos Heróicos: 3 por nível.

Prendas de AnfitriteFundação: 8400 A.C., AtlântidaBase: Lago da Beira-mar, província de Mestor.Atuação: Vive em quase clausura, pouco se envolvendo em assuntos externos.Personalidades: Yolete.

Background

A traição de Poseidôn com Cleto deixou sua esposa Anfitrite furiosa, que jurou que matariaquantos filhos bastardos de seu marido pudesse, e então fez com que suas sereias cantassem para osmarinheiros de Atlântida, enfeitiçando-os para que eles sucumbissem aos perigos dos mares enaufragassem, matando todos os tripulantes. Vendo aquilo Poseidôn intercedeu junto a Anfitrite, queconcordou em parar com as mortes mas queria algo em troca: os atlantes deveriam consagrar à deusasuas filhas virgens, pois elas deveriam servir somente a ela, permanecendo como suas eternas devotas.Assim nasceram as Virgens de Anfitrite, uma ordem monástica de sacerdotisas virgens voltadasunicamente a devoção à esposa de Poseidôn. Quando uma virgem morria, era transformada em sereia epassava a servir Anfitrite. Todas os clãs de Atlântida deveriam enviar anualmente uma cota de virgens,mas foi o clã de Mestor encarregado de sediar o monastério das virgens, e sendo assim a maior parte dasvirgens também são dessa tribo.

Na verdade, as virgens eram apenas parte de um plano da deusa que se realizaria em longo prazo:ao transformar os espíritos das falecidas virgens em sereias, estas continuariam cantando e enfeitiçandoos marinheiros pelos séculos por vir. Assim Anfitrite pensava em matar todos os bastardos de Poseidônaos poucos, sendo que os próprios atlantes forneceriam as suas filhas, que no futuro seriam a sua própriadestruição. Os Magos Atlantes dizem que é a partir das Virgens de Anfitrite que surgem as sereias quecantam e enfeitiçam os marujos. Dizem que com o tempo porém, Anfitrite afeiçoou-se a estas servas ecumulou-as de dons, como a magia da cura através da água.

Características

As servas de Anfitrite permanecem num estado de quase-clausura, podendo sair apenas em certasocasiões. Assim que são consagradas, as moças começam a aprender o canto e a arte da cura, e após anosde prática tornam-se a melhores vozes de Atlântida. Durante os cultos, inalam vapores de uma infusãode ervas e uma substância alucinógena extraída de um molusco endêmico das praias de Mestor. Nessasocasiões elas cantam hinos a sua patronesse e dizem que elas chegam a ela durante o transe. Nestesmomentos dizem que a deusa sussurra suas vontades. Vestem-se com túnicas de cores bem claras, azul,verde e branco, usando colares de conchas e pérolas.

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Graus

As Virgens estão divididas em dois graus: Noviça e Prenda. Também há uma some-sacerdotisa,escolhida pela deusa entre as Prendas, com mandato vitalício ou segundo a vontade de Anfitrite.

Prenda de Anfitrite

Custo: 2 pts. de Aprimoramento, 200 pts. de Perícia.Perícias: Artes (Canto 40%, Dança 20%), Ciências (Herbalismo 30%, Teologia 30%), CiênciasProibidas (Alquimia 20%), Escutar 20%, Esportes (Natação 30%), Etiqueta (Clero 30%, Nobreza15%), Manipulação (Empatia 20%, Impressionar 20%, Sedução 10%), Medicina (Primeiros Socorros25%).Aprimoramentos: Poderes Mágicos 2, Pontos de Fé 2.Caminhos Preferidos: Água, Humanos.Pontos de Fé: 2 + 1 a cada dois níveis.Pontos de Magia: 2 + 1 por nível.

Culto à GaiaFundação: Província de Autocthon.Base: Charco de Shelvas, Authocthon.Atuação: Norte de Atlântida.Personalidades: Nenhuma.

Background

Os Titãs são antigas e poderosas forças da natureza, e na Antiguidade, mais especificamentedurante a Idade de Ouro, os Titãs reinaram sobre a Raça de Ouro que vivia na Grécia. Com o tempo eo contato entre Olympus e os Reinos Marinhos em Paradisia, e entre os atlantes e os Homens de Ourona Terra, vários cultos de titãs acabaram penetrando Atlântida. O mais importante destes foi o de Gaia,a personificação da Terra, que entrou pela província de Eumelos e passando de província em província,encontrou um terreno fértil para devotos na província de Authocthon.

Características

Os devotos de Gaia celebram a Grande Mãe, como a chamam, através de festivais de fertilidade,onde são efetuadas representações de concepção, encenando a fecundação da Mãe Terra pelo Pai Céu,Urano. Nestas encenações homens e mulheres são escolhidos e fazem parte de uma cerimônia de cunhosexual semelhante a cultos tântricos.

Graus

Não possuem graus, pois acreditam que a mãe não escolhe a um indivíduo para acençoá-lo com avida, mas a todos.

Devoto de Gaia

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Custo: x pts. de Aprimoramento, y pts. de Perícia.Perícias: A criar.Aprimoramentos: A criar.Caminhos Preferidos: Água, Ar.Pontos de Fé: 0 + 0 a cada dois níveis.Pontos Heróicos: 0 por nível.Pontos de Magia: 0 por nível.

K ITS MUNDANOS

AgulheiroOs atlantes usavam o arco para a caça, mas quando surgiu a necessidade da guerra, logo os arcos

de madeira com pontas de osso, pedra e também metal foram adaptados para a guerra. Os soldados quemanejavam o arco nas batalhas foram chamados de Agulheiro. Os Agulheiros iniciantes começavamusando flechas com pontas de osso e arcos curtos de madeira. Depois de algumas batalhas poderiam usartambém flechas de pedra e arcos longos de madeira. Os melhores e mais experientes passavam a poderusar arcos longos de madeira reforçados com metal e flechas de bronze ou ferro. Mas os melhoresarqueiros de Atlântida, os mestres dos mestres, eram os Oricalcontes, que ostentavam arcos feitos dechifre de um búfalo local, reforçados com titânio e oricalco, e flechas com pontas de uma liga metálicade composta de bronze e titânio. À execeção dos Oricalcontes é o arqueiro que fabrica o próprio arco.

Uma peculiaridade nos Agulheiros é que portavam um pequeno escudo de madeira ou metalcolocada em um ou ambos os antebraços para se defenderem de ataques ocasionais durante as batalhas.

Agulheiro

Custo: 1 pts. de Aprimoramento, 80 pts. de Perícia.Perícias: Armas Brancas (Arcos 40%), Artífice (Arcos e Flechas 20%), Ciências (Anatomia 10%,Balística 10%), Escudo 30%, Escutar 10%.Aprimoramentos: Pontos Heróicos 2.Pontos Heróicos: 2 por nível.

Artesão-do-OricalcoApesar do nome, o Artesão-do-Oricalco não se dedica apenas a moldar obras de arte com o

precioso metal, mas qualquer tipo de objeto feito de oricalco, armas, armaduras, jóias e até as tãodeslumbrantes muralhas da Cidadela Central. Além de forjar eles também costumam pesquisar outraspropriedades do metal, como as de armazenamento de calor, por exemplo. Esses profissionais são osúnicos em toda a Atlântida que podem trabalhar o metal, e os únicos mesmo. Existem punições deprisão para outros que não pertençam a sua classe e ousem trabalhar com o mais sagrado dos metais. Osartesãos-do-oricalco são muito bem pagos e estão numa posição social bastante confortável.

Para se tornar um artesão-do-oricalco, é necessário ter aptidão em metalurgia e então pedir a umprofissional (ativo ou aposentado) que lhe ensine. O seu instrutor pode cobrar pelo ensino ou não. Oaprendizado decorre apenas pela observação já que a lei é bem clara quanto a manipulação de oricalco,

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mesmo àqueles que estão em via de se tornar um profissional. Depois de observar e aprender, o aprendizprocura um templo de Poseidôn e pede aos sacerdotes o direito de ser consagrado como profissional. Osacerdote então cede ao aprendiz uma porção de oricalco para que ele faça uma peça, e se esta foraprovada pelo sacerdote, o aprendiz é consagrado e pode começar a trabalhar livremente com o metal.

Artesão do Oricalco

Custo: 3 pts. de Aprimoramento, 150 pts. de Perícia.Perícias: Armas Brancas (Martelos 20/20), Artes (Escultura 25%, Joalheria 15%), Artífice (Oricalco30%), Avaliação de Objetos (Metais Valiosos 30%), Ciências (Metalografia 40%), Etiqueta (Nobreza10%), Mineração (Metais 10%), Negociação (Barganha 10%).Aprimoramentos: Recursos e Dinheiro 3, Talento (Artífice – Oricalco).Pontos Heróicos: 0 por nível.

ArponeiroOs povos da pré-história não tinham conhecimento da metalurgia, mas devido ao ambiente

inóspito em que viviam, sua ferocidade era notória entre os soldados atlantes, e muitas históriascontadas acerca dos selvagens chegavam em Atlântida e eram modificadas, sempre pintando os humanospré-históricos como criaturas violentas e desprovidas de alma. Uma dessa lendas diz respeito à bárbarosque eram metade feras, e que nada mais eram que homens vestidos com peles de animais. Em algunslugares, esses homens usavam peles de hipopótamo como armadura e cascos de tartarugas marinhascomo escudos. Mesmo os mais bem treinados Agulheiros não conseguiam perfurar essas couraças. Emsubstituição ao arco e flecha, mos Agulheiros começaram a usar arpões semelhantes aos usados nosbarcos de pesca para caçar grandes peixes. Esses arpões eram menores e tinham menor alcance epotência, mas conseguiam perfurar as carapaças de animais. Depois de algum tempo, esses Agulheirosformaram uma divisão a parte, e se tornaram Arponeiros, usados quando era necessário mais poderperfurante.

Arponeiro

Custo: 1 pts. de Aprimoramento, 75 pts. de Perícia.Perícias: Armas Brancas (Arpão 30%), Artífice (Arpão 25%), Escutar 15%.Aprimoramentos: Pontos Heróicos 2.Pontos Heróicos: 2 por nível.

Encantador de FerasPoseidôn não era somente o deus do mar, mas também tinha o domínio sobre os cavalos, sendo

chamado por vezes de Senhor dos Cavalos. Mas seu domínio sobre os cavalos também se estendia atodos os animais selvagens. Entre os atlantes existiam homens e mulheres que foram abençoados pelodeus e nasceram com o dom de encantar os animais, podendo domá-los sem usar de nenhum métodoviolento ou cruel com eles. Essas pessoas foram denominadas Encantadores de Feras, pois sua influênciasobre os animais era tão sutil que parecia que os animais estavam enfeitiçados, ou encantados. Qualqueranimal poderia ser domado pelo encantador, mas os Cavalos e Elefantes eram os que mais os atraíam.Aliás foi usando encantadores no comando de Elefantes que os grandes blocos de pedra pesandotoneladas puderam ser arrastados de sua origem e erguidos através de um sistema de polias e rampas

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para chegar ao topo da construção. Apesar de atlantes de outras tribos terem nascido com esse dom,cerca de 90% dos encantadores são da tribo de Autochton.

Um encantador nunca usa de violência para domar ou capturar um animal, e suas armadilhasnunca podem ter a intenção de ferir. As lendas falam de encantadores que infringiram estas regras eperderam o dom ou foram transformadas por Poseidôn em animais para que fossem caçados e sofressemas mesmas dores dos animais que feriu.

Encantador de Feras

Custo: 3 pts. de Aprimoramento, 200 pts. de Perícia.Perícias: Animais (Treinamento de Animais 30%, Montaria 30%, Doma 40%, Veterinária 30%),Armadilhas 30%, Armas Brancas (Facas 10/30), Camuflagem 20%, Escutar 30%, Esportes (Caça 30%,Natação 30%, Pesca 20%), Furtividade 20%, Rastreio (Escolha um ambiente 25%), Sobrevivência(Escolha um ambiente 25%).Aprimoramentos: Empatia com Animais, Pontos de Fé 1, Pontos Heróicos 2, .Pontos Heróicos: 2 por nível.

DevastadorOs povos selvagens contra os quais os exércitos atlantes lutaram nas guerras de conquista não

tinham armas de ferro, disciplina ou organização, mas eram tão ferozes que opunham estrondosaresistência a qualquer invasor. Esses povos muitas vezes usavam clavas como armas, que não poderiamperfurar armaduras de metal, mas que poderiam matar apenas pelo impacto. Aos poucos essa arma, aclava, considerada primitiva, foi sendo cada vez mais usada por alguns soldados devido à brutalidade daarma, capaz de esmagar cabeças com apenas um golpe. Com o tempo, os generais passaram a organizaresses soldados em companhias separadas, dando origem aos Devastadores, usados quando os Murmilosnão conseguiam dar contas dos selvagens. A ação desses guerreiros combinava a organização dos atlantese a brutalidade das clavas, resultando em centenas de corpos com cabeças esmagadas espalhados pelocampo de batalha.

São numerosos os relatos de Devastadores que durante o combate entravam em um estadofrenético, semelhante ao dos bárbaros das hordas selvagens. Uma vez assim, eles não mais distinguiamaliados de inimigos, e por vezes atingiam outros soldados atlantes no campo de batalha, o que colocavaem dúvida sua eficácia. Mesmo assim, muitos generais ainda defendiam o uso deles por seu poderdestrutivo. Guerreiros de Clava também se tornavam conhecedores dos ambientes selvagens exploradose se tornavam batedores para avaliar o terreno e os efetivos dos inimigos.

Devastador

Custo: 3 pts. de Aprimoramento, 200 pts. de Perícia.Perícias: Armas Brancas (Maças 40/20), Camuflagem 25%, Escutar 25%, Esquiva 30%, Furtividade30%, Rastreio (Escolha um ambiente 20%), Sobrevivência (Escolha um ambiente 20%).Aprimoramentos: Pontos Heróicos 4, Resistência à Dor.Pontos Heróicos: 4 por nível.

Homem-TritãoA elite do exército de Atlântida, os chamados Homens-Tritão, equivaleria hoje em dia aos Seals

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americanos ou aos Mergulhadores de Combate brasileiros. Os Homens-Tritão são assim chamadosporque todas as suas técnicas envolvem a água, tanto que alguns deles desenvolvem membranas nos pésou até mesmo guelras de tanto estarem em contato com a água. Eles são treinados para mergulhardentro d’água e sair dela de repente, surpreendendo o inimigo, e caso seja necessário eles podemcombate de dentro submersos. A origem deste grupo de elite é bem curiosa, e remete aos primeirosGuardiões dos Portões. Para ser um Marina é necessário, acima de tudo, possuir grande devoção aPoseidôn e em segundo lugar, alguma habilidade guerreira. Naquele tempo muitos jovens queriamtambém se tornar um guardião Marina, pois isso significava possuir um status tão alto quanto o de umnobre da família de Atlas. Esses jovens se dedicavam a desenvolver suas habilidades, mas muitos delesnão se tornavam guardiões por não possuírem a fé requerida ao senhor dos mares. Os que nãoconseguiram se tornar Marinas foram absorvidos pelo Exército, e suas “habilidades aquáticas” foram demuita serventia diversas vezes, desde resgate de náufragos até em batalhas à beira-mar. A prática detomar um aspirante a Marina e treiná-lo como um soldado de elite tornou-se uma tradição e persistiuaté hoje. Homens-Tritão são identificáveis facilmente pela tatuagem de um tritão segurando umtridente no braço direito.

Homem-Tritão

Custo: 4 pts. de Aprimoramento, 350 pts. de Perícia.Perícias: Armadilhas 25%, Armas Brancas (Facas 30/30, Espadas 30/30, Tridente 30/20, Arcos 30),Camuflagem 30%, Escutar 35%, Esquiva 30%, Esportes (Caça Submarina 30%, Mergulho 50%,Natação 50%, Pesca 40%), Furtividade 30%, Manipulação (Intimidação 15%), Manobras de Combate(Combate Subaquático 30), Medicina (Primeiros Socorros 25%), Rastreio (Mares e Oceanos 50%),Sobrevivência (Mares e Oceanos 50%)Aprimoramentos: Adaptado à Água 1, Pontos Heróicos 4, Recursos e Dinheiro 2.Pontos Heróicos: 4 por nível.

Murmil loOs Murmillos eram soldados-marinheiros empregados pelas Companhias Talassocratas em suas

expedições com o objetivo de defender e claramente fazer guerra aos povos primitivos das regiõesexploradas. As Academias de Murmillos receberam um boom durante o Período Imperial, formandocerca de metade do contingente de forças atlantes. Eles receberam este nome por causa de seus elmos emforma de peixe, treinavam muito, começando assim que o Sol aparecia no horizonte e terminandoapenas quando o astro se pusesse. O treinamento puxado para o domínio da Lança, do Tridente e daespada curta fazia com que cada soldado adquirisse grande habilidade individual, o que no conjuntotornava os murmilos bem eficientes quando em conjunto. Como defesa utilizavam armadura leve,geralmente um peitoral de couro e aço-marinho e um escudo comprido de madeira e aço-marinho.

Uma das táticas usadas por esses soldados consistia em imitar movimentos de cardumes de peixes,trocando constantemente de posição e ajudados pelo seu grande número. Quando estavam sendo muitoatacados e por todos os lados, os murmilos entravam numa formação mais compacta, mas de modo queos elementos que estavam sendo atacados nas bordas corriam para o centro da formação e os elementosde dentro iam para fora, alternando novamente as posições a cada minuto. Esta tática confundia ashordas selvagens, mas não foi tão eficaz contra exércitos mais disciplinados, como os da Raça de Bronze.

Murmilo

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Custo: 2 pts. de Aprimoramento, 190 pts. de Perícia.Perícias: Armas Brancas (Escolha três 40/40), Escudos 30%, Esquiva 30%, Esportes (Natação 30%),Estratégia de Combate 30%, Manipulação (Intimidação 20%), Navegação 25% Sobrevivência (Mares eOceanos 25%)Aprimoramentos: Pontos Heróicos 3. Pontos Heróicos: 3 por nível.

Mestre de NavegaçãoQuando se fala em singrar os mares não existiu nenhuma civilização melhor que os atlantes: seu

povo era o mais adaptado, pois tinham Poseidôn como patrono; seus navios os mais resistentes, com osmelhores marinheiros e as melhores técnicas de navegação. Havia então muitos e diferentes fatores quetornavam a navegação a melhor possível e também bastante complexa. Para coordenar tudo, havia umhomem no navio, o Mestre de Navegação, um experiente marinheiro e conhecedor de astronomia,matemática, marés, engenharia náutica e todos os aspectos pertinentes à navegação, conhecimentosadquiridos após anos de estudo em Escolas de Navegação espalhadas por toda o país, sendo as deAtlântida e Azaés as mais importantes. Um mestre de navegação era quase sempre o Capitão e tambémpossuía o mais alto posto dentro do navio, acima até do Capitão, que possuía apenas o comando datripulação, enquanto o Mestre era responsável por todo o resto.

Mestre de Navegação

Custo: 3 pts. de Aprimoramento, 200 pts. de Perícia.Perícias: Armas Brancas (Facas 20/30, Tridente 20/20), Ciências (Astronomia 30%), Engenharia(Naval 20%), Esportes (Mergulho 30%, Natação 30%, Pesca 30%), Manipulação (Liderança 25%),Mecânica (Barcos e Navios 40%), Navegação 40%, Negociação (Barganha 20%), Rastreio (Mares eOceanos 30%), Sobrevivência (Mares e Oceanos 30%)Aprimoramentos: Pontos Heróicos 2, Recursos e Dinheiro 2.Pontos Heróicos: 2 por nível.

Operador de Cano de FogoA mais potente arma dos tempos que antecedem ao Dilúvio era com certeza o Cano de Fogo, que

lançava uma língua de óleo incandescente sobre os inimigos. Mas o cano tinha a grande desvantagem deser pesado e necessitar de no mínimo duas pessoas para operá-lo. Os operadores do cano tinham de serfortes para puxar a alavanca do pistão para que este adquirisse força suficiente para o impacto criar alabareda incandescente. Um canoneiro aprende a preparar a mistura de oricalco, óleo mineral e poçãoexplosiva, além de saber consertar e preparar um cano para o combate, seja ele fixo ou móvel.

Operador de Cano de Fogo

Custo: 1 pt. de Aprimoramento, 200 pts. de Perícia.Perícias: Armas de Fogo (Cano de Fogo 30%), Ciências (Química 25%), Ciências Proibidas (Alquimia25%), Engenharia (Química 25%), Medicina (Primeiros Socorros 20%), Mineração (Metais 10%).Aprimoramentos: Armas de Fogo 3.Pontos Heróicos: 0 por nível.

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Cotas VermelhasApesar de originalmente deverem adorar apenas a Poseidôn, outros deuses olímpicos e titânicos

introduziram seus cultos em Atlântida, mas a maioria dos olímpicos possuía poucos devotos, à exceçãode Ares, deus da guerra. Durante o Período Imperial, muitos Murmilos tornaram-se devotos de Ares edesse modo passaram a viver em templos-fortaleza dedicados ao deus da Guerra. Estes Murmilosexibiam mais bravura que o de costume e deixaram de adotar a tática do cardume, passando a atacarindividualmente. No momento da batalha entravam em um estado frenético e causavam grandedestruição, matando cinco homens para cada um que seus companheiros abatiam. Eram conhecidoscomo Cotas Vermelhas devido às cotas cobertas de sangue após as batalhas, mas mais tarde passaram aostentar cotas tingidas de vermelho. Desnecessário dizer que durante o Expurgo foram forçados àconversão ou caçados e condenados.

Toskopos

Custo: 4 pts. de Aprimoramento, 150 pts. de Perícia.Perícias: Armas Brancas (Espada 40/10, Lança Longa 40/10, Escolha mais um 30/10), Briga (40/10),Esquiva 20%, Manipulação (Intimidação 40%).Aprimoramentos: Pontos de Fé 2, Pontos Heróicos 4.Pontos de Fé: 2 + 1 a cada dois níveis.Pontos Heróicos: 4 por nível.

TrovadorExistia em Atlântida um gosto singular por canções e poemas, especialmente aqueles que falavam

das mulheres e da natureza. É fácil entender porque, já que as mulheres atlantes eram admiradas porcausa de seus olhos verdes, dominantes entre a população e pelos cabelos ondulados e a pele bronzeadanaturalmente pela ação do Sol diário. Quanto à natureza, a ilha abrigava todo tipo de belezas naturais,campos cobertos de flores, lagos de águas calmas e espelhadas, cachoeiras límpidas e todo tipo de belezaque a natureza pode oferecer. Os Trovadores eram admirados tanto pelo povo quanto pela nobreza porcausa da profundeza dos poemas, que prendiam a atenção e traziam a sensação de realidade aosouvintes. Um trovador é um andarilho e não cobra nada por seus serviços, contentando-se em comer edormir em qualquer casa que lhe convidam para cantar. O trovador mais famoso de todos os tempos écom certeza Garrel, compositor de muitos poemas famosos até hoje, quando Atlântida já não existe.

Trovador

Custo: 1 pts. de Aprimoramento, 150 pts. de Perícia.Perícias: Artes (Atuação 20%, Canto 30%, Dança 20%, Escolha dois instrumentos musicais 30%,Redação 30%), Escutar 30%, Etiqueta (Nobreza 15%), Manipulação (Empatia 30%, Impressionar20%, Lábia 20%, Sedução 15%).Aprimoramentos: Contatos e Aliados 1, Fama 1, Talento (Canto e um instrumento musical à escolha).Pontos Heróicos: 0 por nível.

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CCAPÍTULOAPÍTULO VII: R VII: RECURSOSECURSOS DEDE C CAMPANHAAMPANHAAPRIMORAMENTOSUma lsita de aprimoramentos para os nativos de Atlântida, os modernos Magos Atlantes e para

outros personagens de fora da ilha.

Artesão do Oricalco1 ponto: O personagem passou no teste e agora pode trabalhar com oricalco e estudá-lo.

Empatia com Animais1 ponto: os animais não vêem ameaça algum no personagem, chegando até a verem-no como um

semelhante. Sua presença não afugenta animais selvagens e sua aproximação não os fará atacá-lo (amenos que estejam sendo controlados).

Homem de Metal3 pontos: O homem da raça de bronze (Homo sapiens aes) tem a aparência do Homo sapiens

mas vive muito tempo, podendo chegar a quase 200 anos de vida. Todos os atributos do homem debronze possuem 4D, começando com 120 pontos de atributos para distribuir entre os oito atributos.

4 pontos: O homem da raça de ouro (Homo sapiens argentum) tem a aparência do Homosapiens, mas vive muito tempo, podendo chegar a quase 400 anos de vida. Todos os atributos dohomem de ouro são em 4D, começando com 120 pontos de atributos para distribuir entre os oitoatributos.

5 pontos: O homem da raça de ouro (Homo sapiens aureus) tem a aparência do Homo sapiens,mas vive muito tempo, podendo chegar a quase mil anos de vida. Todos os atributos do homem deouro são em 4D, começando com 120 pontos de atributos para distribuir entre os oito atributos.

ITENS MÁGICOSNeste seção são listados itens mágicos que podem ser usados por personagens atlantes. Os itens na

lista a seguir são encontrados no GUIA DE ITENS MÁGICOS, da Daemon Editora.

Guia de Itens MágicosAnel Congelante (pág. 15)Anel de Ark-a-nun (pág. 17)Brincos de Atlântida (pág. 57)Cristais de Aprisionamento (pág. 78)Livro de Magia: Doctor Faustus Grosser und Gewaltiger MeergeistObjeto Inteligente (pág. 172): os atlantes tem um cristal que fala e funciona como um

computador que utiliza o cristal para armazenar e processar informaçõesRurig (pág. 217)

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Anel das Línguas Antedi luvianasX pontos de item mágicoEm meio a uma miríade de povos selvagens e civilizações desconhecidas, com idiomas primitivos

e exóticos, os magos atlantes desenvolveram um anel mágico que os permitia se comunicarem com ospovos de sua época. O portador do anel conseguia entender desde os idiomas primitivos dos povosbárbaros, passando pela versão degenerada do olímpico falado pelos Homens de Bronze até o AltoAgarthiano falado pelos nobres de Agartha. Em termos de jogo, este anel permite ao portador entendere falar com um falante de um idioma falado durante o Período Antediluviano sem precisar do subgruponecessário da perícia Idiomas.

AutômatoX pontos de item mágicoA criar.

Nome do itemX pontos de item mágicoA criar.

Nome do itemX pontos de item mágicoA criar.

Nome do itemX pontos de item mágicoA criar.

Cristais do ConhecimentoCusto: VariávelNunca houve nenhuma civilização com tanto conhecimento sobre cristais e suas funções. Na

verdade, os atantes eram capazes de armazenar conhecimento em cristais assim como é possívelarmazenar dados em unidades de material em estado sólido, que são também, sem erro de definição,cristais. A diferença é que os atlantes usavam magia para gravar e ler informações nos cristais. Muitoscristais deste tipo foram criados, contendo os mais diversos tipos e quantidade de informação.

Cada cristal possui de 3 a 5 cm de comprimento, composto das mais diversas formas, e podearmazenar informação semelhante a uma pendrive, disco ótico ou qualquer outro dispositivo dearmazenamento de dados. A informação deve ser gravada ou lida através do ritual Cristal doConhecimento,

Funciona como um repositório de perícias, possuindo uma certa capacidade em pontos de períciaque pode suportar. Quando se chega ao limite, é necessário apagar alguns pontos de outra perícia paraarmazenar mais informação.

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Pts. de Item Mágico Pts. de Perícia

1 100

2 200

3 400

4 800

5 1600

Em termos de jogo, quando for utilizar o conhecimento das perícias armazenadas no cristal ovalor da perícia escolhida pode ser testado como se o personagem possuísse aquela perícia. Note que esteitem tem uma função parecida ao aprimoramento Biblioteca, com a diferença de que pode sertransportada pelo mago.

EQUIPAMENTOS E ARMASA princípio, confinados à sua ilha paradisíaca, apetrechos de guerra eram um tanto desconhecidos

aos atlantes. Eles possuíam instrumentos facas e pequenas espadas.

Agulha-MarinhaDano: 1d6Iniciativa: -2Os atlantes nunca foram fãs de espadas longas, preferindo arcos, lanças, tridentes ou espadas de

tamanho médio. Mas a Agulha-Marinha é uma feliz exceção. A espada é composta por uma lâmina finae reta, cortante em ambos os lados, feita para golpes rápidos e voltados mais à perfurar a pele do quepropriamente cortá-la. Em geral, uma Agulha possui um metro de comprimento, composta por duasligas metálicas: a mais interna é flexível e permite que a espada se curve sem quebrar. Uma liga maisdura a reveste, formando sua lâmina e ponta. A ponta de uma agulha é tão fina que é preciso poucomenos que uma libra de pressão para perfurar a pele humana.

A lenda conta que a Agulha foi criada por Azaés enquanto observava uma espécie de peixesemelhante ao peixe-agulha. Ele possuía um nariz longo e fino, que usava para dar golpes repetidos emoutros animais marinhos, perfurando seus corpos e fazendo-os sangrar até a morte. Foi então que Azaésforjou a primeira Agulha-Marinha e criou todo um estilo de luta baseado no movimento do peixe-agulha.

Cano de FogoDano: 3d6 (móvel), 5d6 (fixo)Alcance: 7 metros (móvel), 15+ metros (fixo)Consiste de um lança-chamas usado na defesa das muralhas e navios atlantes. O fogo era expelido

por um canal e criado mediante a injeção de óleo mineral sobre uma chama produzida por um pistãoque batia em uma mistura de oricalco e uma poção alquímica. Os alquimistas atlantes descobriram queo oricalco armazena grandes quantidades de energia térmica, podendo esta ser liberada através doimpacto de algum objeto sobre a oricalcita, o minério de oricalco. Esse impacto, porém, libera apenaspequenas quantidades calor, mas com o uso de uma certa poção alquímica junto com a oricalcita, aliberação de calor aumenta estrondosamente, dando origem a uma chama forte. O fogo assim criado,alquimicamente, é quase incandescente, sendo difícil de ser extinto. Os sifões eram compostos de um

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tanque com um pistão dentro, que era acionado por uma alavanca. A alavanca movimentava o pistãofazendo-o bater sobre a mistura de oricalcita e óleo alquímico, formando uma labareda que eraconduzida junto com o oléto por um cano ou mangueira e despejado sobre o alvo. Essas máquinas eramposicionadas nas muralhas e barcos de forma que as línguas de fogo atingissem os inimigos abaixo. Cadacano necessitava de duas a três pessoas para operar. Depois de algum tempo, foi projetada uma versãomóvel do cano para o campo de batalha, que era conduzida sobre rodas, também operado por duas atrês pessoas, mas se mostrou ineficaz devido ao peso e à demora para operação. Após vários anos depesquisas, um novo modelo de cano móvel apareceu, ainda sobre rodas, porém com a necessidade deapenas um operador. O cano foi novamente aperfeiçoado, tornando-se leve a ponto de ser levado nascostas do operador como uma mochila.

BESTIÁRIO

Búfalo d’ÁguaBison lacusO búfalo d’água era um dos animais

Caravela-portuguesa gigantePhysalia gigasA criar.

Cavalos atlantesEquus ferus atlantis e Euus ferus posidonisÉ dito que as duas raças de cavalo atlante foram criadas por Poseidon como um presente para seus

filhos e seus descendentes. Ambas as raças eram muito resistentes e rápidos, sendo capazes de correrquilômetros e quilômetros sem precisar descansar, mas o Cavalo de Poseidon era bem mais resistente,mais raro e possuía uma característica extra, pois era o único dos dois que conseguia viajar em barcospelo mar sem entrar em pânico, enquanto o Cavalo Atlante temia chegar perto do mar e ainda maisviajar em barcos sobre ele. Isto é comprovado pelos vários relatos de cavalos que entravam em pânicodentro dos barcos e acabavam matando pessoas, provocando rachaduras no casco do navio e muitofrequentemente se afogando ao pularem dentro do mar no desespero de fugirem para terra firme.

A explicação para isso é que o Cavalo de Poseidon era considerado tão sagrados pelos atlantes quenão poderia ser sacrificado. Os Atlantes selecionavam apenas os mais forte, resistentes e dóceis dessaraça, que se acredita serem os ancestrais da raça portuguesa Sorraia, que por sua vez deu origem aocavalo Andaluz espanhol.

Mas a restrição com relação ao sacrifício não existia com relação à raça Atlante, que poderia serafoogada em cerimônias a Poseidon. Acontece que os atlantes sacrificavam apenas os cavalos maisdóceis, aqueles que aceitassem entrar na água para que pudessem realizar o ritual sem maioresproblemas. Com isso os cavalos mais hidrófobos acabaram se tornando maioria dentro da raça atlante, oque impedia que eles fossem transportados pelo mar, que é a causa de não haverem cavalos nas colônias.Existem documentos antigos recuperados pelos historiadores atlantes durante o século XVIII na regiãode Tartessos que dão a entender que uma barco com cavalos posidônicos desembarcou na colôniafugindo da destruição de Atlântida, e esses cavalos acabaram se misturando com os cavalos locais,tornando-se os ancestrais da raça Anduluz.

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CRIATURAS SOBRENATURAIS

HipocampoEquus hippocampipocampiA criar.

NereidaNymphae thalassiA criar.

KrakenA criar.

CetusA criar.

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CCAPÍTULOAPÍTULO VIII: P VIII: PERSONAGENSERSONAGENS H H ISTÓRICOSISTÓRICOSOs personagens descritos a seguir fazem parte dos indivíduos mais importantes de toda a história

de Atlântida.

NomeOcupação: DescriçãoNascimento: X A.C., LocalA criar.

AntogeusOcupação: ExploradorNascimento: ~6980 A.C., Antogéia, Província de AtlântidaA criar.

ArkantosOcupação: GeneralNascimento: ~6400 A.C., AzaésA criar.

GarrelOcupação: BardoNascimento: X A.C., LocalA criar.

SeyfriedOcupação: PrincesaNascimento: X A.C., LocalA criar.

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CCONSIDERAÇÕESONSIDERAÇÕES F F INAISINAISAntes de encerrar a leitura do livro, gostaria de incluir algumas palavras finais que podem vir a

melhorar a utilização deste material na mesa de jogo.

As AtlântidasUma das primeiras coisas a mencionar seria como as diversas versões do mito de Atlântida foi

adaptado para o Mundo de Trevas. As duas mais conhecidas são a Atlântida de Platão e a Atlântida daTeosofia. Enquanto ambas compartilham os mesmo temas, a versão de Platão parece ser mais umaadaptação de algum acontecimento (ou mais de um) histórico real cuja interpretação deu origem à lendade Atlântida. Já na versão teosófica temos uma Atlântida mais mística, cujos habitantes são uma versãomais evoluída do Homo sapiens e dotados de conhecimentos e poderes psíquicos como telepatia.

Minha adaptação de Atlântida misturou as duas interpretações, e ainda acrescentei outroselementos que tornasse a civilização atlantes mais parecida com uma civilização real, como uma espéciede “Idade das Trevas”, onde cresce o fanatismo a Poseidon. Ainda assim, há uma separação das duasAtlântidas temporalmente falando. A Atlântida de Platão, mais mitológica, expansionista e religiosa sedá durante o Período Imperial, e já a Atlântida mais utópica e mística ocorreu no Éon anterior, ochamado Éon dos Dragões. Esta Atlântida mais mística ensaia um ressurgimento durante o PeríodoTardio.

Esta versão mais mística e utópica faz parte de um processo que começou no Período Arcaico, etem suas origens na sabedoria da raça atlante original, que são os remanescentes não-involuídos quesobreviveram ao giro da Roda dos Mundos. Estes atlantes originais ou o “Antigo Povo”, como foramchamados pelos filhos de Poseidon, faziam parte da espécie dominante na Terra quando esta aindaocupava a posição hoje ocupada por Paradísia na orbe de Satânia. Eram muito avançados, maisavançados em muitos aspectos que nossa atual civilização global, dominando igualmente magia etecnologia, mas também muitos dos quais eram possuidores de poderes psiônicos. Quando aconteceu ogiro da Roda dos Mundos, aqueles que sobreviveram ao cataclismo continuaram no que restou de suaantiga ilha-continente, tentando reconstruir sua civilização como possível por dez mil anos após oevento. Nesse ponto, Poseidon restaurou a ilha e seus filhos a colonizaram, de forma que seusdescendentes eventualmente empreenderam guerras contra os habitantes originais, absorvendo a culturado Antigo Povo e se misturando com eles no processo. Da cultura absorvida faziam parte váriosconhecimentos mundanos e místicos, sendo os mais conhecidos deles os cristais e a manipulação dospoderes da mente. Apesar de passados adiante, estes conhecimentos nunca puderam se desenvolver aomáximo devido à crescente religiosidade da sociedade de Atlântida. Com o tempo e especialmentedurante e após o Período Imperial Seus praticantes se tornaram iniciados em guildas e sociedadessecretas. Estes conhecimentos reemergem com força no Período Tardio, passando a sair da esfera dassociedades secretas e se disseminando entre o povo. Este processo foi abruptamente interrompido peloDilúvio, no entanto.

Ainda com relação à Atlântida da Teosofia, o leitor pode querer saber porque não apliquei aquiuma cronologia semelhante à teosófica, pois nesta a ilha teve várias fases, sendo que a última, que é anarrada por Platão, terminou por volta 9.564 a.C, e neste livro a primeira fase de Atlântida, que foitambém baseada por mim na narrativa de Platão, começou mais ou menos na mesma época. Comosanar estas discrepâncias?

Primeiro, por um motivo básico, tenho que concordar em algum grau com o cenário de Trevas,que afirma que Atlântida foi criada por Poseidon há “cerca de dez mil anos atrás” (Trevas, pág. 10) e que

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“a destruição de Atlântida aconteceu em conjunto ao grande Dilúvio” (Trevas, pág. 12). E por fim:

“Segundo as lendas, todas as mitologias da Terra tem histórias semelhantes paraexplicar o Dilúvio. Zeus também ordenou um dilúvio, assim como Elil, Vishna,Hei e outros deuses. De acordo com muitos sábios, a única entidade com podersuficientemente grande para coordenar todas estas ações e reações (feitas por deuses)para que todas acontecessem ao mesmo tempo (aproximadamente 4.000 AC),resultando no que seria conhecido como Dilúvio, foi o Ancião do Tempo.” (Anjos:A Cidade de Prata, pág. 14)

Pelas contas, Atlântida deveria ter sido criada por volta de 8000 a.C., mas resolvi brincar (emuito) com o significado de “cerca” e acrescentei mais dois mil anos para trás, para dar mais tempo dedesenolver a história da ilha (porque 4 mil anos não suficientes, não é?). E o Dilúvio ocorreu em 4000a.C.

Segundo, podemos dizer que o tempo foi afetado pelo Ancião dos Tempos, fazendo com que ahistória se atrasasse em alguns milênios para que Atlântida fosse destruída no Dilúvio. E assim se explica(com reviravoltas épicas) porque a cronologia Teosófica foi alterada.

Construção do CenárioDurante o desenvolvimento do cenário procurei baseá-lo o máximo possível em referências

mitolóogicas e místicas reais, sempre levando em consideração as referências dos próprios livros doMundo de Trevas. Eu tomei essas referências e fui elaborando plots em cima delas, mas como sempreaparecem equívocos e lacunas, tive que alterá-los da melhor maneira que achei possível.

Um exemplo de equívoco aparente diz respeito a um referência do Trevas 3.5, página 12:

“.. a verdadeira causa da destruição de Atlântida, mas uma guerra entre algunspoderosos feiticeiros da Atlântida e do Continente Negro de Um, que originou oDilúvio.”

Mas que “Continente Negro de Um” seria esse? Não encontrei nenhuma referência mitológica aisso, no entanto existem várias referências ao continente de Mu. Mu era um continente que teriaexistido no Oceano Pacífico e afundou em algum momento do passado. Se ele existiu em Trevas, muitoprovavelmente afundou durante o Dilúvio, na mesma época que Atlântida. Outra pista que fazimaginar se tratar de Mu é o termo “negro”, que muito provavelmente se refere a algum tipo de relaçãocom forças demoníacas ou mesmo abismais. E como Mu se situava no Pacífico, se estendendo da Ilhade Páscoa até próximo ao Japão, podemos supor que pode se tratar de demônios de Tenebras, comoCtulhu, que dorme no fundo daquele oceano. Então é bastante provável que os feiticeiros atlantesentraram em combate com os feiticeiros de Mu pois estes adoravam criaturas negras, seres abismais etenebritas como Ctulhu. Tudo parece bater, especialmente pela inimizade existente entre as ordens deDagon e dos Magos Atlantes. Então aparentemente, “Um” na verdade pode ser um erro de digitação, ea palavra correta seria “Mu”.

GLOSSÁRIOVou colocar aqui alguns termos que usei no netbook e em outros netbooks do Mundo de Trevas

para facilitar as coisas.

AtlantesEm um contexto amplo, indica aquilo que é próprio de Atlântida, seja pessoa, animal, objeto, etc.

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Antiga Raça/Antigo PovoSignifica tanto o povo que habitava Atlântida antes dos filhos Poseidon como a subespécie

humana resultante do cruzamento entre paleo-atlantes do Arquipélago Atlante, pictos e dos filhos dePoseidon com Clito. São classificados como Homo sapiens atlantis.

Arquipélago AtlanteIlhas que existiram na mesma região que mais tarde seria criado o continente de Atlântida, trazido

do fundo do oceano por Poseidon.

Éon AtualÉ a Era atual, na qual a Terra é o plano do meio e Demiurge tenta monopolizar a adoração dos

mortais.

Éon dos DragõesRefere-se à Era anterior a atual, na qual a Terra estava uma posição acima na orbe e haviam várias

espécies inteligentes neste plano, como os Atlantes, os Dragões, os Artródiros e as Aves do Paraíso.

Éon dos AntigosA Era antes do Éon dos Dragões, na qual a Terra estava na posição atualmente ocupada por

Edhen. Nessa era houve uma guerra entre os colonizadores do Solarium e nativos iluminados de umlado e os deuses obscuros que sobreviveram à queda de seu plano da Orbe de Vênus e sua ascensão naOrbe de Satânia. O próprio plano rejeitava as criaturas obscuras, e as baniu para os planos inferiores.

Éon Pós-Apocal ípticoA Era que vem depois do Éon Atual, onde a Terra decairá e ficará na posição atualmente ocupada

por Ark-a-nun.

Paleo-Atlantes/Paleo-AtlantesA espécie hominídea que ensaiou seu domínio sobre o plano Terra nos últimos séculos do Éon

dos Dragões. São classificados como Homo atlanticus ou Homo atlantis.

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RREFERÊNCIASEFERÊNCIASLivrosBerlitz, Charles. O Mistério da Atlânida.Carnac, Pierre. A Atlântida de Cristóvão Colombo.Del Debbio, Marcelo. Trevas 3,5. Ed. Daemon.Del Debbio, Marcelo. Anjos: A Cidade de Prata 1ªEdição. Ed. Daemon.Elliot, William Scott. The Story of Atlantis and the Lost Lemuria. The Project Gutenberg eBook.Platão, Critias.Schwenagen, Ludwig. Brasil Pré-Colombiano, Trechos da obra Antiga História do Brasil

(Organizado por Estefferson Torres).Spence, Lewis. The History of Altantis.

EbooksDragões: Reis Caídos. 2012, Iniciativa Daemon.

FilmesAtlântida, Continente Desaparecido. 1961.Atlantis: The Lost Empire. 2001, Walt Disney.

JogosAge of Mythology: The Titans. 2003, Microsoft/Ensemble Studios.

SeriadosTítulo, Ano de Estreia.

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