126
Universidade Eduardo Mondlane Faculdade de Ciências Departamento de Matemática e Informática Trabalho de Licenciatura USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE (Estudo de Caso: Descobrimentos Lda.) Autor: Vali Jafar Issufo

TL Vali Issufo

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: TL Vali Issufo

Universidade Eduardo Mondlane Faculdade de Ciências

Departamento de Matemática e Informática

Trabalho de Licenciatura

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM

MOÇAMBIQUE (Estudo de Caso: Descobrimentos Lda.)

Autor: Vali Jafar Issufo

Page 2: TL Vali Issufo

Universidade Eduardo Mondlane Faculdade de Ciências

Departamento de Matemática e Informática

Trabalho de Licenciatura

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM

MOÇAMBIQUE (Estudo de Caso: Descobrimentos Lda.)

Autor: Vali Jafar Issufo Supervisor: Prof. Doutor Emílio Mosse

Maputo, Novembro de 2010

Page 3: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

I

I. Dedicatória

À minha mãe, Jamila Issufo, à minha esposa, Joaria Aly, e ao meu querido filho.

Page 4: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

II

II. Agradecimentos

Quando elogiaram Sir Isaac Newton chamando-lhe “grande”, ele exclamou: “Grande, eu! Grandes são os gigantes sobre os quais eu me apoiei!” Expresso, portanto, o meu profundo agradecimento a todos aqueles que directa ou indirectamente, consciente ou inconscientemente, contribuíram para a concretização deste trabalho. Em especial, ao meu supervisor e mentor, Prof. Doutor Emílio Mosse, pela proficiência das suas orientações, pela paciência e disponibilidade nos meus momentos de fraqueza. Ao falecido Prof. Doutor. Yuri Petrossiuk, pelo paternalismo demonstrado em vida e por ter acreditado em mim. À minha família, pela paciência e tolerância nas minhas muitas ausências e pela solidariedade e incentivo prestados nos momentos mais difíceis. Aos meus companheiros de batalha, nomeadamente: Pedro Vilanculo, Karl Couto, Ivan Mutacate, Julieta Sitole, Neide Botelho e Azarias Cossa. Pela mão sempre disposta a ajudar e por tudo aquilo que jamais poderia conseguir enumerar. O meu agradecimento, também, a todos os meus colegas de turma, pelo respeito e companheirismo demonstrados ao longo do curso, bem como aos colegas de trabalho da Faculdade de Engenharia da UEM, pelo apoio moral indispensável para o meu sucesso. Aos inqueridos e entrevistados, pela atenção e boa vontade. Por último, não menos importante, o meu agradecimento a todos os docentes e funcionários do Departamento de Matemática e Informática, pelo apoio prestado.

Page 5: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

III

III. Declaração de Honra

Declaro por minha honra que o presente Trabalho de Licenciatura é resultado da minha investigação e que o mesmo foi concebido para ser submetido apenas para a obtenção do grau de

Licenciatura em Informática, na Faculdade de Ciências da Universidade Eduardo Mondlane.

Maputo, Novembro de 2010

____________________________________ (Vali Jafar Issufo)

Page 6: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

IV

IV. Resumo

Com o contínuo crescimento de usuários de internet no país, as empresas e organizações tendem a

valorizar cada vez mais o uso da internet como um meio viável de projectarem-se à escala global, sem

incorrer em custos avultados e isto vem estimular a procura de serviços de desenvolvimento de

websites.

Os desenvolvedores de websites, por sua vez, vendo-se confrontados com o aumento da procura de

seus serviços, tanto em quantidade como em qualidade, procuram encontrar soluções que lhes

permitam responder à demanda, com rapidez e de forma dinâmica.

O presente estudo analisa aquela que tem-se mostrado ser a solução mais viável para a criação e

gestão de websites: os Sistemas de Gestão de Conteúdos ou CMS como são trivialmente conhecidos

(do inglês: Content Managment System), no caso particular, em Moçambique.

O estudo procura avaliar se as ferramentas CMS constituem uma solução viável para atender à

demanda dos websites, em Moçambique, e se estas ferramentas estão sendo devidamente aproveitas

pelos profissionais da área de concepção e gestão de websites.

Para a materialização do estudo, fez-se uma análise sistemática de um conjunto de características em

100 websites. Estes, foram seleccionados com base num estudo publicado pela reputada empresa de

consultoria, denominada KPMG Peat Marwick Auditores e Consultores SARL, contendo um Ranking

das 100 maiores empresas de Moçambique, em 2007. Após a “visitação” dos websites identificou-se

os seus desenvolvedores e administrou-se um inquérito junto destes. O inquérito serviu para avaliar a

percepção e capacidade de resposta dos desenvolvedores de websites em relação as ferramentas CMS.

Depois de apresentados e discutidos os dados colhidos, tanto pela observação sistemática dos 100

websites mencionados como pelo inquérito, concluiu-se que as ferramentas CMS são uma solução

viável para a concepção e gestão de websites, em Moçambique, e que grandes passos já foram dados

pelos desenvolvedores de websites, no sentido de um melhor aproveitamento destas ferramentas, mas

que, no entanto, há ainda um longo caminho a percorrer, sobretudo no que se refere à adequação das

ferramentas CMS às características da organização (cliente), bem como a exploração de recursos que

permitem gerir os websites de forma mais dinâmica, dando mais espaço aos proprietários do website,

na concepção e gestão dos conteúdos do website.

Page 7: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

V

1. Capítulo – Introdução .............................................................................................................. 1

1.1. Contextualização .............................................................................................................. 2

1.2. Definição do Problema ..................................................................................................... 4

1.3. Objectivos ........................................................................................................................ 5

1.4. Metodologia ..................................................................................................................... 7

1.5. Processamento e Análise dos Dados Colhidos pelo inquérito ............................................ 8

1.6. Estudo comparativo .......................................................................................................... 9

1.7. Desenvolvimento do website .......................................................................................... 10

1.8. Estrutura do Trabalho ..................................................................................................... 14

2. Capítulo - Revisão de Literatura ............................................................................................ 16

2.1. Conteúdos....................................................................................................................... 16

2.2. Gestão de Conteúdos ...................................................................................................... 16

2.3. Sistemas de Gestão de Conteúdos (CMS) ....................................................................... 21

2.4. Modelo Tradicional versus Modelo CMS........................................................................ 23

2.5. Vantagens do uso de ferramentas CMS ........................................................................... 25

2.6. Desvantagens do uso de ferramentas CMS ...................................................................... 26

2.7. Tipos de ferramentas CMS e sua aplicação ..................................................................... 27

2.8. Critérios para a escolha de um CMS ............................................................................... 30

2.9. Síntese ............................................................................................................................ 32

3. Capítulo - Uso de ferramentas CMS em Moçambique ........................................................... 34

3.1. Características observadas .............................................................................................. 36

3.2. Desenvolvedores de websites .......................................................................................... 55

3.3. Apresentação do estudo feito nas empresas de Web Design, em Moçambique ................ 56

3.4. Síntese ............................................................................................................................ 63

V. ÍNDICE

Page 8: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

VI

4. Capítulo - Protótipo do website ............................................................................................. 65

4.1. Escolha do CMS ............................................................................................................. 65

4.2 A empresa ...................................................................................................................... 65

4.3 Desenvolvimento do protótipo ........................................................................................ 66

4.4. Síntese ............................................................................................................................ 90

5. Capítulo – Conclusões & Recomendações ............................................................................. 92

5.1. Conclusões ..................................................................................................................... 92

5.2. Recomendações .............................................................................................................. 95

5.3. Perspectivas de Continuidade.......................................................................................... 96

6. Referências Bibliográficas .................................................................................................... 97

7. Anexos .................................................................................................................................. 99

Page 9: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

VII

Figura 1 Processo de Obtenção da Amostra .................................................................................... 8

Figura 2 Matriz de Comparação de ferramentas CMS ..................................................................... 9

Figura 3 Fases da Agile Web Development ................................................................................... 11

Figura 4Actividades da Gestão de Conteúdos................................................................................ 17

Figura 5 Modelo Tradicional de Gestão de conteúdos ................................................................... 18

Figura 6 Falhas de Interpretação na Gestão de Conteúdos ............................................................. 19

Figura 7 Duplicação do Trabalho Durante o Processo de Gestão de Conteúdos ............................. 20

Figura 8Geração dinâmica de Conteúdos na Abordagem CMS...................................................... 22

Figura 9 Modelo de Gestão de Conteúdos com Recurso a Ferramentas CMS ................................ 23

Figura 10 Comparação entre o modelo tradicional e o modelo baseado em CMS .......................... 24

Figura 11 etapas da apresentação do estudo .................................................................................. 34

Figura 12 Exemplo de um mapa de site ......................................................................................... 39

Figura 13 Exemplo de inspecção do código fonte.......................................................................... 52

Figura 14 Importância das características observadas, nos websites, para as empresas .................. 54

Figura 15 Distribuição das ferramentas CMS pelas empresas inqueridas ....................................... 58

Figura 16 Módulo de administração do CMS Joomla .................................................................... 60

Figura 17 Módulo de administração do eZ Publish ........................................................................ 61

Figura 18 Visão Geral do Protótipo ............................................................................................... 67

Figura 19 Protótipo, Mapa do Site................................................................................................. 68

Figura 20 Protótipo, Motor de Busca ............................................................................................ 69

Figura 21 Protótipo Selecção de Língua (português e inglês) ........................................................ 69

Figura 22 Protótipo, Tradução online de conteúdos ....................................................................... 70

Figura 23 Protótipo, Exemplo de Tradução online de conteúdos ................................................... 70

Figura 24 Protótipo, Cadastro de Utilizador .................................................................................. 71

Figura 25 Protótipo, Formulário de entrada para utilizadores registados ........................................ 72

Figura 26 Protótipo, Registo para novidades ................................................................................. 73

VI. Lista de Ilustrações

Page 10: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

VIII

Figura 27 Protótipo, Pré-visualização de Registo para novidades .................................................. 74

Figura 28 Listagem de Contactos .................................................................................................. 75

Figura 29 Protótipo, formulário para envio de mensagem, comentário ou sugestão ....................... 76

Figura 30 Fórum de Debate com diversos tópicos ......................................................................... 77

Figura 31 Protótipo, espaço para perguntas e respostas ................................................................. 78

Figura 32 Protótipo, Chat online ................................................................................................... 79

Figura 33 Protótipo, Formulário para manifestação na contratação de serviços ............................. 80

Figura 34 Protótipo, Formulário para candidatura a vaga na empresa ............................................ 80

Figura 35 Protótipo, Formulário para manifestação para parceria .................................................. 81

Figura 36 Protótipo, Formulário para acesso a consultoria gratuita ................................................ 82

Figura 37 Protótipo, Eventos ......................................................................................................... 83

Figura 38 Protótipo, Visualização de eventos a ocorrer em data próxima ...................................... 83

Figura 39 Protótipo, Pesquisa de eventos ...................................................................................... 83

Figura 40 Módulo de usuário avançado ......................................................................................... 84

Figura 41 Protótipo, criação de conteúdo ...................................................................................... 85

Figura 42 Protótipo, agendamento e configuração de níveis de acesso de novos conteúdos ........... 86

Figura 43 Protótipo, Gestão de Eventos ........................................................................................ 87

Figura 44 Criação de novo evento ................................................................................................. 88

Tabela 1 Crescimento de utilizadores de Internet em Moçambique ................................................. 3

Tabela 2 Caracterização dos diferentes tipos de websites .............................................................. 29

Tabela 3 Distribuição das ferramentas CMS pelos Desenvolvedores de websites identificados ..... 55

Tabela 4 Áreas de actuação das empresas inqueridas .................................................................... 57

Tabela 5 Uso do Joomla pelas empresas inqueridas ....................................................................... 60

Tabela 6 Uso do eZ Publish pelas empresas inqueridas ................................................................. 61

Page 11: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

IX

Gráfico 1 Utilizadores de Internet em Moçambique ........................................................................ 2

Gráfico 2 Proporcionalidade inversa entre a generalidade das ferramentas CMS e a facilidade de sua

configuração ................................................................................................................................... 4

Gráfico 3 Websites Pesquisados .................................................................................................... 36

Gráfico 4 Distribuição das empresas visitadas por Sector de Negócio ........................................... 37

Gráfico 5 Distribuição Sectorial das Empresas Consideradas Válidas ........................................... 38

Gráfico 6 Uso do Mapa do Site por sector ..................................................................................... 39

Gráfico 7 Uso do Motor de Busca por sector ................................................................................. 40

Gráfico 8 Disponibilidade de mais de uma língua nos websites ..................................................... 41

Gráfico 9 Resumo das características ligadas a Navegabilidade e Usabilidade dos websites .......... 41

Gráfico 10 Recolha de Dados dos visitantes .................................................................................. 43

Gráfico 11 Registo para novidades e NewsLetters ......................................................................... 44

Gráfico 12 Espaço para Comentários e Sugestões ......................................................................... 45

Gráfico 13 Uso de Inquérito online ............................................................................................... 46

Gráfico 14 resumo sobre melhoramento dos serviços prestados .................................................... 47

Gráfico 15 Suporte Técnico Online ............................................................................................... 49

Gráfico 16 Uso do website como veículo para facilitar as contratações ......................................... 50

Gráfico 17 Prestação de Serviços online ....................................................................................... 51

Gráfico 18 Resumo sobre o uso de Recursos online ...................................................................... 51

Gráfico 19 Distribuição dos CMS pelos websites visitados ........................................................... 53

Page 12: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

X

VII. Lista de Abreviaturas e Acrónimos

CMS- Content Managment Sistem

CSCL - Computer Supported Collaborative Learning

E-MAIL - Electronic Mail

HTML - Hyper Text Markup Language

HTTP - Hyper Text Transfer Protocol

MySQL - My Structured Query Language

PHP – Hyper Text Pre Processor

RSS- Rich Site Summary

TCP/IP - Transmission Control Protocol/Internet Protocol

TIC - Tecnologias de Informação e Comunicação

UML - Unified Modeling language

URL - Universal Resource Locators

WWW (Web) - World Wide Web

Page 13: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

XI

Blog Corruptela de weblog que é um Serviço desenvolvido pelo norte-americano Evan Williams, proprietário da Pyra Labs. Baseia-se num software chamado blogger, que permite transformar um site num diário digital, para o registo de relatos do quotidiano de seu proprietário.

Branding É um trabalho de construção de uma marca junto ao mercado. Cria-se uma imagem que possa ser reconhecida por todo o mercado, de forma que o produto que seja rotulado por aquela marca transmita confiança ao consumidor, fazendo-o preferir o produto de “marca” do que outro produto idêntico sem marca.

Browser (navegador) Programa utilizado para visualizar, na tela, as páginas da World Wide Web. Framework Biblioteca ou conjunto de componentes extensíveis que uma aplicação utiliza, para estender funcionalidades já pré-definidas.

HTTP (HyperText Transfer Protocol) É o protocolo de comunicação que viabiliza a transferência de dados pela Internet. Hardware Parte física do computador e seus periféricos. RSS (Rich Site Summary ) Técnica que permite compartilhar informações entre diferentes sites, através do formato Rich Site Summary (RSS), um formato padronizado para a troca de notícias.

Script Lista de comandos que contêm instruções para serem executadas por um programa específico. Spam Mensagens de propaganda enviadas sem autorização. Software Termo usado por analogia a hardware. Conjunto de instruções, programas e dados a eles associados, empregados durante a utilização do computador. O mesmo que programa ou aplicativo. Web Serviço da Internet que contém documentos em formato de hipermédia, uma combinação de

VIII. Glossário de Termos

Page 14: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

XII

hipertexto com multimédia.

WSIWYG Ing. Sigla para [What You See Is Whatt You Get] (O Que Você Vê É o Que Você Obtém). Forma genérica de referir-se aos editores de linguagem HTML, surgidos a partir de 1996, que permitem, ao usuário, à medida que vai criando uma página, visualizá-la como será exibida no navegador.

Page 15: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

1

1.

Capítulo 1 Introdução

Page 16: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

2

Capítulo – Introdução Neste capítulo far-se-á o enquadramento do tema dentro da situação actual, descrevendo o “estado

de arte” do tópico em questão, bem como fazendo uma descrição sucinta do problema que motiva a

realização deste estudo.

1.1. Contextualização Vive-se hoje um ambiente de negócios frenético e em constante mutação, em toda a esfera. A

concorrência no mercado torna-se mais intensa, a cada dia, e a busca por vantagens competitivas

está entre as mais importantes actividades para a preservação e crescimento do negócio.

Os gestores/estrategas notam que uma poderosa ferramenta pode ser usada para projectar o

empreendimento/empresa à escala global por um custo modesto: a Internet.

A produção de multimédia, prestação de serviços online, entre outros poderosos recursos, vêm

potenciar o alcance do negócio, abrindo novos horizontes para as empresas, de modo a aproximar o

cliente do provedor de serviços.

Moçambique não constitui excepção, com cerca de 22.532 sites hospedados, em 2008, e

aproximadamente 200 mil usuários de internet é o 126° país no ranking oficial da Central

Inteligency Agency (CIA, 2008).

Pode se considerar o ano 2006 como o grande momento do uso da internet, em Moçambique,

quando o número de utilizadores triplicou e, desde então, a corrida para o seu uso é uma constante,

conforme demonstrado no gráfico seguinte e na tabela 1:

Gráfico 1 Utilizadores de Internet em Moçambique, fonte (CIA, 2008)

Page 17: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

3

Dentro do cenário apresentado, e com o franco crescimento do sector privado, no país, e a enorme

adesão às TIC, como meio de flexibilizar os processos de negócio (Raposo, et al., 2008), vemos

crescer, exponencialmente, o uso da internet para a divulgação de produtos e serviços do

heterogéneo tecido empresarial moçambicano.

Ano Usuários de

Internet

Rank Percentagem de

Mudança

Data da Colheita

da Informação

2003 22500 134 2000

2004 50000 137 122.22% 2002

2005 50000 138 0.00% 2002

2006 138000 129 176.00% 2005

2007 138000 130 0.00% 2005

2008 200000 126 44.93% 2007

2009 200000 126 0.0% 2007

Tabela 1 Crescimento de utilizadores de Internet em Moçambique, fonte (CIA, 2008)1

Para atender a esta demanda, vem surgindo, nos últimos anos, um crescente número de empresas

e/ou indivíduos especializados na concepção de páginas Web e, com o aumento da informação

contida na internet, tanto em diversidade como em complexidade (diferentes formatos e padrões)

(Pereira, et al., 2002), torna-se cada vez mais difícil, para as empresas e/ou indivíduos encarregues

de conceber as páginas Web, de assimilar todas as constantes transformações da grande rede bem

como de efectuar a manutenção das páginas Web por si concebidas (Batista, 2007). Daí que surge a

necessidade do uso de ferramentas que tornem a tarefa de concepção e manutenção de páginas Web

mais flexível e dinâmica, é aqui que entram em cena os Sistemas de Gestão de Conteúdos, em

inglês Content Managment System, ou simplesmente CMS.

O presente trabalho pretende avaliar o impacto do uso do CMS, como uma solução tecnológica

viável, de modo a que melhor se perceba o que são as ferramentas CMS, que potencialidades estas

1: Estes dados incluem, desde usuários que acedem a internet, várias vezes por semana, até aqueles que acedem uma única vez, em vários meses.

Page 18: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

4

ferramentas trazem consigo e se estas potencialidades estão sendo exploradas da melhor forma, no

nosso país.

1.2. Definição do Problema Existem, actualmente, centenas de ferramentas desenhadas com o fito de criar e gerir páginas Web.

Estas ferramentas diferem, tanto em características, bem como em funcionalidades e aplicação

(Batista, 2007) e, de um modo geral, nenhum fornecedor de ferramenta CMS oferece uma solução

universal, completa, que integre, de forma consistente, todas as funcionalidades requeridas para

cada organização (Bax, 2003).

A escolha e o uso da ferramenta CMS inapropriada para as características da organização alvo pode

trazer consequências dramáticas para a mesma (Batista, 2007) e, quanto mais genérica for a solução

(i.é. responder a um grande número de necessidades), mais difícil se torna a parametrização e/ou

configuração da mesma para atender a necessidades específicas (Bax, 2003), conforme ilustrado no

gráfico 2:

Gráfico 2Proporcionalidade inversa entre a generalidade das ferramentas CMS e a facilidade de sua configuração

Uma vez que a administração, uso e armazenamento de informação electrónica, independentemente

da origem, localização, formato e tempo, é um dos maiores desafios da nossa geração

(Kampffmeyer, 2006), urge a necessidade de se perceber o impacto causado pelas ferramentas

usadas para o efeito, neste caso particular, os sistemas de gestão de conteúdo em Moçambique, de

modo a poder se descortinar os benefícios e eventuais prejuízos ou entraves do seu uso, no país,

bem como para tentar prover um guia mais claro para a escolha do CMS apropriado para cada

organização.

Page 19: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

5

De salientar que as ferramentas CMS podem ser usadas em diversos domínios, tais como educação,

sociedades virtuais, etc. (Miranda, et al., 2007), no entanto, este estudo dará especial enfoque ao uso

destas ferramentas no ambiente empresarial, uma vez que este tem sido o maior consumidor dos

serviços de internet, no nosso país (Raposo, et al., 2008)).

Hipóteses

Para atender-se aos objectivos previamente traçados, foi necessário formular uma hipótese básica

(Lakatos, et al., 1992) que norteou o estudo:

Existe uma grande tendência de as empresas fornecedoras de serviços de desenvolvimento de

páginas web aderirem ao uso de ferramentas CMS, para atenderem à crescente demanda do

mercado.

Para consubstanciar a hipótese básica, foram aventadas algumas hipóteses secundárias, a saber:

1. O CMS mais utilizado, em Moçambique, é o Mambo/Joomla;

2. Este CMS é o mais utilizado devido à facilidade de parametrização de que dispõe;

3. Os desenvolvedores de websites não estão familiarizados ou simplesmente não conhecem

algum outro CMS, além do Mambo/Joomla.

4. Ao usar este CMS não se toma em conta as características específicas (área de actuação,

objectivos, etc.) da organização à que este se destina (Batista, 2007);

1.3. Objectivos

Gerais

O objectivo geral deste trabalho é efectuar a avaliação do impacto causado pela crescente adesão ao

uso dos sistemas de gestão de conteúdos (CMS), como uma solução para a concepção e manutenção

de páginas web, em Moçambique, e prover um guia básico para a selecção do CMS apropriado para

as especificidades de cada organização.

Específicos

O trabalho tem como objectivos específicos:

I. Explorar as vantagens e desvantagens do uso de CMS;

II. Identificar as ferramentas CMS mais usadas, em Moçambique;

Page 20: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

6

III. Avaliar o nível de aderência das ferramentas CMS, em Moçambique;

IV. Efectuar um estudo comparativo entre os CMS identificados no ponto anterior;

V. Prover algumas regras básicas para a selecção de um CMS adequado às características de

cada organização;

VI. Conceber um portal Web fazendo uso da ferramenta CMS mais apropriada, segundo o

estudo comparativo previamente mencionado.

Page 21: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

7

1.4. Metodologia Para apurar a coerência das hipóteses aventadas, foram usadas duas abordagens, conforme sugere

(Cologna, et al., 2000): a observação e o inquérito:

Observação

Foram visitados websites de 100 empresas que actuam em Moçambique, com o objectivo de traçar

um padrão de características dos mesmos, em relação ao design e funcionalidades.

Inquérito

O inquérito é uma técnica de investigação que permite a recolha de informação directamente de um

interveniente na investigação, através de um conjunto de questões organizadas, segundo uma

determinada ordem. Estas podem ser apresentadas, ao respondente, de forma escrita ou oral. É uma

das técnicas mais utilizadas, pois permite obter informação sobre determinado fenómeno, através da

formulação de questões que reflectem atitudes, opiniões, percepções, interesses e comportamentos

de um conjunto de indivíduos (Tuckman, 2000). Foi elaborado um inquérito (ver anexo) dirigido a

empresas que se dedicam à concepção de páginas Web. O inquérito, dividido em 3 secções, procura

validar as hipóteses levantadas, preocupando-se, também, em captar o ambiente das empresas

inqueridas, na tentativa de encontrar algum padrão que as relacione.

Obtenção da Amostra

Uma vez que se pretendia inferir sobre um grupo alvo restrito e bem definido (empresas que se

dedicam a concepção de páginas web), optou-se pelo procedimento amostral não probabilístico

sistemático (Lakatos, et al., 1992). Não se recorreu a uma amostra aleatória, mas sim a um conjunto

de empresas filtradas a partir das 100 maiores empresas de Moçambique do ranking da KPMG de

2007.

A KPMG é a mais antiga firma de Auditoria e Consultoria a operar no mercado moçambicano, foi

estabelecida no país, em Junho de 1990, ao abrigo de um acordo envolvendo o Governo

Moçambicano e a KPMG Internacional, ostentando a designação KPMG Peat Marwick Auditores e

Consultores SARL, a qual se assume como membro de pleno direito da KPMG Internacional. A

KPMG é uma rede global de firmas de Auditoria, Consultoria e Contabilidade que opera em 148

países e tem mais de 113.000 profissionais, pelo mundo fora.

A pesquisa da KPMG 2007, publicada em 2008, abrangeu cerca de 129 empresas operando nos

Page 22: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

8

diversos sectores económicos do país, tendo sido submetidos cerca de 1200 questionários e

analisados vários dados financeiros e económicos específicos de cada sector (KPMG, 2008).

Foram, portanto, visitadas as páginas Web das100 maiores empresas de Moçambique, segundo o

Ranking 2007 da KPMG, e procurou-se observar quais as empresas responsáveis pela concepção

das suas páginas Web.

Figura 1 Processo de Obtenção da Amostra

Uma vez identificadas as empresas prestadoras de serviço de desenho e/ou concepção de páginas

Web, foi-lhes submetido o inquérito anteriormente mencionado, para que este fosse respondido num

prazo de cinco dias úteis.

1.5. Processamento e Análise dos Dados Colhidos pelo inquérito Os dados colhidos pelo inquérito foram processados digitalmente, fazendo-se uso do pacote

estatístico SPSS. Depois de processados, os dados foram analisados e expressos em forma de

medidas de posição (média, mediana, moda, etc.) que serviram para inferir sobre as hipóteses

aventadas.

Por fim, foram validadas as hipóteses previstas, antes da implementação dos inquéritos, de modo a

que se pudesse tirar as conclusões apresentadas no último capítulo deste estudo.

Page 23: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

9

1.6. Estudo comparativo Segundo (Batista, 2007), a crescente utilização de ferramentas CMS, no cenário académico e

empresarial, revela a necessidade da realização de um estudo para subsidiar os

consumidores/projectistas na escolha da ferramenta ideal para os seus projectos. O fraco

conhecimento técnico dos consumidores/projectistas para adopção de um sistema para gerir o

conteúdo de uma organização motiva, ainda mais, a realização de estudos comparativos entre os

CMS existentes.

Por esta razão, foi efectuado um estudo comparativo entre as ferramentas CMS eleitas, através de

um inquérito, onde a comparação pretendia avaliar se o país está em harmonia com o resto da rede

global, no que concerne ao uso de ferramentas CMS.

Foi usado como principal instrumento de comparação a matriz de comparação online fornecida pelo

website especializado cmsmatrix, ilustrado na figura 2:

Figura 2 Matriz de Comparação de ferramentas CMS, fonte (cmsmatrix 2009)

Page 24: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

10

O cmsmatrix é um website que pode ser acedido em www.cmsmatrix.org, administrado e mantido

por uma vasta comunidade de desenvolvedores e utilizadores de ferramentas CMS, onde estes

contribuem fornecendo informações detalhadas sobre os diversos CMS existentes. Este website

conta, actualmente, com cerca de 1094 ferramentas CMS disponíveis para comparação, bem como

uma comunidade com mais de 3000 membros entre desenvolvedores e utilizadores de ferramentas

CMS.

Dentre as características comparadas podem-se encontrar: requisitos do sistema, segurança, suporte

técnico, facilidade de uso, performance, gestão, interoperabilidade, flexibilidade, aplicações

incluídas, e funcionalidades de comércio electrónico (cmsmatrix, 2009).

1.7. Desenvolvimento do website

Metodologia de desenvolvimento

Para o desenvolvimento do website, foi usada a metodologia Agile Web Development, que deriva de

um conceito similar ao Agile Sofware Development, mas restrito ao desenvolvimento de websites.

Esta metodologia foi seleccionada porque ela valoriza bastante a comunicação face - a- face e inclui

o cliente como parte integrante do grupo de trabalho produzindo, um produto de qualidade, com

rapidez e custo reduzido (Thomas, et al., 2007).

Devido ao envolvimento regular e feedback do cliente, a aplicação (website) tende a ser mais livre

de erros, mais orientada aos requisitos e ter interfaces mais amigáveis para os usuários.

As tarefas como planificação, desenvolvimento, desenho, codificação, teste, etc., são efectuadas em

simultâneo, conduzidas pelas vontades do cliente.

Esta metodologia de desenvolvimento pode ser apresentada em 5 passos como se segue:

Page 25: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

11

Figura 3 Fases da Agile Web Development, fonte (pepedesign, 2009)

Page 26: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

12

Concepção

A venda de produtos e serviços é a meta de cada negócio, por esse motivo, nesta importante fase,

procura-se compreender os seus objectivos e o mercado onde o seu negócio está inserido. Isto é

feito respondendo às perguntas:

• Qual é o seu público-alvo?

• Quais são os objectivos de marketing da sua empresa?

• Quais os objectivos do seu site?

• Qual a mensagem que a sua empresa pretende transmitir?

• Quais os padrões onde o seu negócio está inserido?

Depois de analisados todos estes aspectos, apresenta-se a estratégia e estrutura inicial do website.

Planeamento

Nesta fase, começa o processo criativo. Cria-se um interface original, de fácil navegação, e com um

design que irá assegurar uma máxima funcionalidade do site. Durante este processo criativo, tem-se

em conta alguns conteúdos práticos:

• Criação do mapa do site, navegação e estrutura principal organizada;

• Análise de conteúdos;

• Estudo das melhores ferramentas a utilizar no seu projecto.

Desenvolvimento

Nesta etapa, o papel mais importante é, sem dúvida, o do designer. É ele quem deverá dar o toque

de sofisticação e bom senso ao projecto. Não basta um site ter toda a tecnologia de programação se

o seu aspecto gráfico for mal elaborado. É necessária a junção de ambos, para que o projecto

assuma um carácter arrojado, facilitando o acesso ao seu conteúdo.

Implantação

Na quarta fase, passa-se à implementação dos estudos realizados nas fases anteriores, onde inicia-se

o processo de validação e optimização do website, atendendo ao seguinte:

• Optimização da arquitectura da navegação;

• Cumprimento dos padrões W3C;

• Interfaces intuitivos de manutenção;

Page 27: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

13

• Optimização para os principais motores de busca;

• Alojamento do website em um servidor Web.

Manutenção

Por fim, deve-se manter o website actualizado, integrando novos módulos e funcionalidades,

aderindo aos novos padrões que vão sendo estabelecidos e actualizações relacionadas com a

plataforma de desenvolvimento.

A empresa

O Website desenvolvido teve como alvo a Descobrimentos Lda., que é uma jovem empresa,

fundada em 2004, com a missão declarada de “Desenvolver e promover sistemas inovadores para o

processo de ensino com elevados padrões de qualidade e tornar o processo de ensino orientado para futuro

e assente nas actuais tecnologias de Informação”.

Foram efectuadas entrevistas não estruturadas com os gestores seniores da empresa, com o

objectivo de apurarem-se os requisitos do website.

Page 28: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

14

1.8. Estrutura do Trabalho

Este trabalho está organizado em 5 capítulos a saber: o Capítulo 1 abarca a introdução, onde dá-se a

conhecer o estado da arte e faz-se, também, o enquadramento contextual do tema. Integram-se,

também, neste capítulo, os objectivos do estudo, as hipóteses consideradas e a metodologia usada

para a materialização do estudo. O Capítulo 2 faz a apresentação do arcabouço teórico, de modo a

correlacionar a pesquisa com o universo teórico. Aqui são fornecidas as definições essenciais para a

consubstanciação do estudo, é feita uma revisão bibliográfica sobre os principais temas de fundo

tais como: conteúdos, gestão de conteúdos e seus desafios, sistemas de gestão de conteúdos CMS,

entre outros, e, por fim, é efectuada a síntese das ideias contidas neste capítulo. O Capítulo 3

apresenta a análise dos dados, colhidos tanto pela observação sistemática de 100 sítios Web, como

pelo inquérito, de modo a situar o país em termos de uso de ferramentas CMS.O Capítulo 4 ilustra o

funcionamento do website desenvolvido, recorrendo a uma ferramenta CMS seleccionada,

baseando-se nos princípios fornecidos nos capítulos anteriores, apresentando os seus principais

requisitos e funcionalidades. Por último, o Capítulo 5 apresenta as conclusões advindas do estudo,

são apresentadas, também, algumas recomendações, fornecendo-se alguns princípios básicos para a

selecção de uma ferramenta CMS adequada às características específicas de cada organização.

Page 29: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

15

Capítulo 2 Revisão de Literatura

Page 30: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

16

2. Capítulo - Revisão de Literatura Este capítulo pretende fazer o enquadramento teórico que irá alicerçar o estudo, abrangendo desde

conceitos adjacentes até ao escopo central trabalho, os sistemas de gestão de conteúdos.

Antes de mais, serão fornecidos alguns conceitos que servirão de matéria-prima para a

consubstanciação do arcabouço teórico aqui apresentado.

2.1. Conteúdos Em 1989, Tim Berners-Lee apresentou um conceito que vinha revolucionar o mundo da

computação e TIC, a Web, que é um conjunto de páginas formatadas através de uma linguagem de

formatação apropriada, HTML, com o fito de disponibilizar textos, gráficos, som, imagens, etc.,

através da internet, de modo que utilizadores geograficamente dispersos pudessem visualizar ou até

editar a informação disponibilizada na Web (Pereira, et al., 2002).

Por conteúdo, podemos, pois, compreender qualquer tipo ou unidade de informação digital que é

utilizada nas páginas dos sítios Web, susceptível de ser publicada em uma intra, inter ou extranet

(ContentManagment, 2001).

(Silva, 2006) é mais generalista, ao afirmar que conteúdo é uma unidade de dados com alguma

informação extra anexada a ela. Esse dado poderia ser, por exemplo, uma página Web, informação

sobre um evento, um documento de texto, uma imagem, um vídeo, ou qualquer outro dado que

tenha utilidade para uma organização.

Geralmente, estes dados e/ou informações estão sujeitas a constantes transformações advindas da

sua natureza dinâmica, de tal modo que, por exemplo, um texto sobre um evento pode, naturalmente

precisar de actualização, ou até mesmo estar em desuso e, consequentemente, ser removido da Web.

Esta característica leva-nos a outro conceito fundamental: a gestão de conteúdos.

2.2. Gestão de Conteúdos No início da década 90, era usado o termo homepage, que eram páginas em formato Hyper Texto

(HTML) usadas essencialmente por pessoas (na sua maioria pesquisadores, em Universidades), para

disponibilizar conteúdos com fins pessoais (Pereira, et al., 2002). Com o passar dos anos, e

sobretudo com a evolução dos conteúdos, não só em quantidade, bem como em complexidade, as

homepages evoluíram para sítios Web (websites) que é um conjunto diversificado de páginas Web,

Page 31: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

17

cuja orientação deixou de ser pessoal e passou a adquirir proporções comerciais. As empresas e

organizações aderiram em massa à grande rede, com o objectivo de divulgar e promover os seus

empreendimentos. Isto trouxe à luz uma enorme diversidade de conteúdos, que precisam ser

criados, actualizados ou removidos.

Segundo (Terra, et al., 2002), o processo de gestão de conteúdo engloba as seguintes etapas:

1. Criação de conteúdos;

2. Revisão de conteúdos;

3. Indexação e controle de qualidade;

4. Publicação de conteúdo;

5. Revisão periódica;

6. Arquivamento ou eliminação de conteúdos.

A figura 4 ilustra o fluxo das actividades envolvidas na gestão de conteúdos:

Figura 4Actividades da Gestão de Conteúdos, fonte (Terra & Gordon, 2002)

Geralmente, a Criação, Revisão, a Indexação e Controle de qualidade e a Revisão periódica de

conteúdos devem ser efectuadas por um indivíduo capacitado na área de actuação da organização.

Por exemplo, um artigo sobre equações diferenciais deve ser tratado por um indivíduo com

conhecimentos matemáticos, assim como um artigo que pretende promover a imagem da

organização deve ser tratado por alguém que tenha conhecimentos de marketing.

No entanto, estes indivíduos, apesar de serem experts na sua área de actuação (matemática,

marketing, etc.), geralmente, não estão familiarizados com aspectos técnicos ligados a formatação

dos conteúdos por si concebidos, de modo a que estes possam ser difundidos na Web de forma

harmoniosa e coerente, com a correcta disposição dos itens relacionados (cabeçalhos, gráficos,

imagens, sons, etc.). Em outras palavras, os criadores de conteúdos não estão familiarizados com as

linguagens de marcação tal como HTM ou metadados, XML, entre outros. Torna-se, pois,

necessária a intervenção de um indivíduo capaz de lidar com estas especificidades: o Webmaster.

Page 32: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

18

Com a crescente diversidade e complexidade de conteúdos, esta abordagem torna-se bastante

penosa para o webmaster, pois o volume de informação não se coaduna com o tempo de execução

das tarefas, ou seja, existem muitas actividades (actualização, configuração, remoção, etc.) que

devem ser efectuadas em um curto espaço de tempo, pelo webmaster, e, provavelmente, os

conteúdos sofrerão novas alterações, antes mesmo que o webmaster tenha acabado de realizar as

anteriores, conforme ilustra a figura:

Figura 5 Modelo Tradicional de Gestão de conteúdos

Assim, a gestão de conteúdo em websites torna-se uma tarefa bastante desgastante e complexa,

sendo que podem se destacar os seguintes principais desafios:

Falhas de interpretação

A produção manual de documentos HTML pelo webmaster, que não conhece todos os aspectos dos

ofícios ligados ao conteúdo, aumenta os riscos de erros. Da mesma maneira que, numa empresa, a

divulgação de um relatório não validado, ou validado por pessoas não habilitadas pode conduzir a

consequências negativas (Bax, 2003), conforme ilustra da figura 6:

Page 33: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

19

Figura 6 Falhas de Interpretação na Gestão de Conteúdos

Tradicionalmente, um webmaster fica responsável pela tarefa de editar, actualizar e gerir conteúdos

criados por uma pessoa que detém o conhecimento específico de cada tipo de conteúdo. Com a

expansão e maior abrangência de conteúdos, ocorre uma sobrecarga de tarefas sobre este

webmaster, aumentando a dificuldade de gerir um website (Coelho, 2004).

Duplicação do Trabalho Efectuado

Quando o criador de conteúdo realiza a sua tarefa, naturalmente, efectua a harmonização dos itens

que compõem os conteúdos, destacando os títulos, os cabeçalhos, inserindo as imagens, gráficos e

vídeos nos seus lugares apropriados, de modo que o documento ou artigo seja entregue ao

webmaster, na sua formatação definitiva, e cabe, portanto, ao webmaster reproduzir a disposição

dos conteúdos na respectiva página Web, recorrendo, é claro, a linguagens de formatação HTML,

metadados XML, folhas de estilo CSS, etc., com todos os detalhes técnicos necessários, para que os

conteúdos sejam correctamente visualizados no navegador, lembrando que isto deve ser feito

reproduzindo fielmente, a formatação previamente efectuada pelo criador de conteúdos.

A figura 7 demonstra os dois caminhos possíveis na criação de conteúdos: o modelo tradicional e a

situação desejável.

Page 34: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

20

Figura 7 Duplicação do Trabalho Durante o Processo de Gestão de Conteúdos

Tempo de execução

Actualmente, os websites necessitam de ser actualizados com grande frequência, alguns

semanalmente (ex: periódicos), outros diariamente (ex: blogs) e alguns, até, a cada hora ou minuto

(ex: websites de relacionamentos ou mercados online).

Sendo assim, aliado à sobrecarga do webmaster, está o facto de, normalmente, a manutenção de um

website ficar limitada a um determinado computador, onde o software utilizado para o gerir (ex:

Dreamwaver ou Web Expretion), está instalado e configurado com as senhas de acesso, licenças de

uso, dentre outros, que resultam na desactualização do website, fracassando, deste modo, os

objectivos dos proprietários do mesmo (Batista, 2007).

Padrões w3c

Com a crescente expansão da Internet, surgiu a necessidade de se estabelecerem regras ou padrões

que devem ser respeitados pelos desenvolvedores de websites. Estes padrões têm como principal

objectivo harmonizar os diversos desenvolvedores de aplicações baseadas na Web (web based

aplications) e os desenvolvedores de websites.

W3C é um acrónimo para World Wide Web Consortium, uma associação internacional de

Page 35: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

21

companhias cuja meta é estabelecer normas e desenvolver padrões para a Web. Criado em 1994,a

missão declarada do W3C é de guiar a world wide web, ampliando seu potencial através do

desenvolvimento de protocolos e padrões que assegurem compatibilidade, acessibilidade e um

crescimento organizado do meio (w3c, 2008).

O W3C desenvolve padrões para a criação e interpretação dos conteúdos para a Web. Sites

desenvolvidos segundo esses padrões podem ser acessados e visualizados por qualquer pessoa ou

tecnologia, independentemente de hardware ou software utilizados, como celulares, PDAs,

electrodomésticos, de maneira rápida e compatível com os novos padrões e tecnologias que possam

surgir com a evolução da internet.

Ao respeitar estes padrões, os webmasters têm a garantia de que as páginas Web por eles

concebidas serão correctamente interpretadas pelas diversas aplicações que interagem na Web,

como por exemplo, os navegadores ou Web Browsers.

Concluindo, os webmasters têm uma tarefa acrescida, ou seja, enquanto se preocupam em gerir os

conteúdos das páginas Web, eles devem, em simultâneo, garantir que as mesmas estejam dentro dos

padrões previamente citados, incorrendo, em caso de não cumprimento, no risco de terem-se

consumidores finais da informação insatisfeitos, prejudicando, desta forma, a imagem da

organização proprietária do website.

2.3. Sistemas de Gestão de Conteúdos (CMS)

Conforme foi visto, gerir conteúdos é uma tarefa que envolve um vasto leque de actividades e exige

grande esforço, por parte dos envolvidos, daí que houve necessidade de conceber-se um modelo que

permitisse descentralizar a gestão de conteúdos de páginas Web, aliviando a carga sobre o

webmaster e oferecendo o protagonismo aos criadores de conteúdos, que são, em última instância,

as pessoas mais indicadas para a tarefa. As ferramentas CMS entram em cena justamente para suprir

esta necessidade.

Segundo (Pereira, et al., 2002), a ideia básica por trás de um CMS é a de separar gestão do conteúdo

do design gráfico das páginas que apresentam o conteúdo. O design das páginas que apresentam os

conteúdos são colocados em arquivos chamados moldes (templates), enquanto o conteúdo é

armazenado em um banco de dados ou em arquivos separados, conforme ilustrado na figura 8.

O CMS pode também ser visto como um website pré-programado, com recursos básicos de

administração e manutenção já disponíveis, onde o desenvolvedor do website, não necessariamente

Page 36: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

22

um webmaster ou um técnico especializado em concepção de páginas Web, efectua a

parametrização do website, de modo a ajustá-lo a identidade da organização, focando aspectos tais

como cores e logótipos, estrutura do website (mapa do site), categorias de usuários, etc.

Um sistema de gestão de conteúdos é, geralmente, composto por módulos que fornecem

funcionalidades básicas, sobre as quais se desenvolvem as aplicações mais próximas do usuário

final (Bax, 2003). Desenvolver um website recorrendo a uma ferramenta CMS resume-se a definir

quais as peças do quebra-cabeças, ou módulos, serão necessárias para que o website atinja o

objectivo da organização.

Figura 8Geração dinâmica de Conteúdos na Abordagem CMS

As páginas são geradas através da combinação das partes, no momento em que o usuário solicita a

mesma.

Neste modelo, o webmaster deixa de ser a peça central, passando a preocupar-se, apenas, com a

estética do website, através da manipulação de templates e, também, com os aspectos técnicos

necessários para que o website funcione, como, por exemplo, gerir configurações, manter a base de

dados, etc.

Na abordagem CMS, existem vários níveis de acesso de usuários, sendo que os criadores de

conteúdos tem privilégios que lhe permitem criar e formatar os seus conteúdos em uma interface

amigável, sem que este necessite de se preocupar com detalhes técnicos do website (Oakes, 2008).

Isto confere autonomia a cada um dos intervenientes, de modo a que estes possam encarregar-se das

Page 37: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

23

suas tarefas, conforme a sua disponibilidade, independentemente do espaço ou tempo, bastando

apenas que estes disponham de uma conexão com a internet e um navegador (Web browser).

Figura 9 Modelo de Gestão de Conteúdos com Recurso a Ferramentas CMS

Desta forma, um CMS apoia a gestão de conteúdos, focando na captação, ajuste e distribuição de

conteúdos, para agilizar o processo de negócios de uma organização (Batista, 2007).

2.4. Modelo Tradicional versus Modelo CMS Podemos diferenciar estes dois modelos incidindo sobre 4 aspectos:

Descentralização de actividades

Enquanto no modelo tradicional, todas as actividades estão dependentes da intervenção do

webmaster, na abordagem CMS, os utilizadores não necessitam de ter contacto com o webmaster,

para executarem as suas actividades, de modo que cada utilizador cuida dos seus próprios

interesses, obtendo-se, com isto, ganhos não só em tempo de resposta, bem como na redução de

erros advindos da eventual má interpretação dos conteúdos, por parte do webmaster (ver fig.5).

Page 38: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

24

Fluxo de Actividades

No modelo tradicional, os criadores de conteúdos trabalham fora do ambiente do website e somente

depois de terminada a criação ou edição dos conteúdos é que estes podem ser implementados pelo

webmaster. Já na abordagem CMS, os criadores de conteúdos actuam directamente sobre o website,

sem necessidade da intervenção do webmaster, tomando, desta forma, um atalho no fluxo de

actividades (figura 10). Com isto ganha-se bastante em tempo de resposta e evita-se a duplicação do

trabalho efectuado (ver fig.6).

Figura 10 Comparação entre o modelo tradicional e o modelo baseado em CMS fonte (Batista, 2007)

Grupos de Interesses

Na abordagem tradicional, os indivíduos que trabalham sobre a mesma natureza de conteúdos

devem encontrar-se fisicamente ou usarem uma tecnologia alternativa (por exemplo e-mail ou fax)

para colaborarem na criação e edição de conteúdos. No entanto, na abordagem CMS, é possível a

criação de grupos de interesses que tenham os mesmos privilégios de acesso e estejam

harmonizados, conforme a natureza do conteúdo, de modo a que estes indivíduos possam colaborar

na criação e edição de conteúdos, conservando a sua autonomia e disponibilidade.

Para (Bax, 2003), o potencial de um sistema de gestão de conteúdos (CMS) é tal que os diferentes

membros intervenientes em um projecto ou actividade intelectual, para serem produtivos, não

precisam se encontrar fisicamente ou nem mesmo se conhecerem pessoalmente.

Page 39: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

25

Adesão aos padrões internacionais

Tradicionalmente, os aspectos ligados aos padrões internacionais devem ser geridos pelo

webmaster, durante o desenvolvimento do website, e se atendermos ao crescente número de

requisitos desta natureza, tornou-se simplesmente inviável, para o webmaster, preencher todos eles,

incorrendo, claro, na desvalorização do website. Se olharmos os CMS da perspectiva de um website

pré-programado, que necessita apenas de ser devidamente configurado ou personalizado, notamos

que os fornecedores de ferramentas CMS já encarregam-se, a priori de atender a todos os padrões

internacionais, de modo que o webmaster não tenha que se preocupar com este aspecto, bastando

apenas que este fique atento às mudanças na Web, para fazer a devida actualização do seu CMS,

que, geralmente, é disponibilizada pelo fornecedor do CMS.

Em suma, o modelo tradicional de administrar conteúdos na Web se mostra inferior às soluções

CMS. Estas, por sua vez, facilitam, de maneira radical, o processo de criação, armazenamento e

publicação de conteúdo para a Web (Batista, 2007).

2.5. Vantagens do uso de ferramentas CMS Ainda segundo (Batista, 2007), um factor crítico, para o sucesso de qualquer site, é a qualidade da

informação nele disponível e a usabilidade de sua interface com o usuário. O seu conteúdo deve ser

preciso, actualizado, intuitivo, e bem organizado, para ser utilizado pelo público-alvo. Manter um

site dentro dessas especificações é uma tarefa muito complexa.

Podemos, para além da vantagens já mencionadas, listar ainda algumas características propostas por

(Bax, 2003) que tornam o CMS na solução mais adequada, para enfrentar os desafios da gestão de

conteúdos:

ü Gestão de usuários e de seus direitos (autenticação, autorização, auditoria);

­ Permite cadastrar usuários, definindo os seus privilégios de acesso, manter um

espaço dedicado ao usuário, onde este tem a liberdade para configurar o seu perfil e

preferências. Isto possibilita, também, a gestão da propriedade intelectual dos

usuários.

ü Criação, edição e armazenamento de conteúdos em formatos diversos (doc, html, pdf, etc);

­ Permite a criação e edição de conteúdos atendendo aos diversos formatos de

ficheiros existentes na actualidade, conferindo, ao usuário, maleabilidade para

consumir, livremente, a informação contida no website.

ü Uso intensivo de metadados, ou seja, propriedades que descrevem o conteúdo;

Page 40: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

26

­ Os metadados descrevem características essenciais do conteúdo como: descrição,

autor, linguagem, formato, data de criação e revisão, dentre outras informações. São

úteis para aprimorar a precisão na busca por um texto completo, permitindo, aos

usuários, especificar atributos adicionais.

ü Controle da qualidade de informação, com fluxo ou trâmite de documentos;

­ Facilita o controlo do ciclo de vida do conteúdo, permitindo ao usuário decidir

quando o mesmo poderá ser publicado. Permite, também, criar hierarquia de

usuários, sendo que somente alguns podem aprovar a publicação ou não de um

determinado conteúdo.

ü Classificação, indexação e busca de conteúdo (recuperação da informação com mecanismos

de busca);

­ Uma vez que os conteúdos estão dissociados do design da página e encontram-se

armazenados em base de dados, as ferramentas CMS fornecem mecanismos de busca

bastante acurados, permitindo aos usuários efectuar buscas complexas, dentro do

website.

ü Sindicalização, ou seja, disponibilização da informação em formatos XML, visando seu

agrupamento ou agregação de diferentes fontes;

­ Como consequência da adesão aos padrões w3s, as ferramentas CMS tem interfaces

bastante interoperáveis, permitindo que outras aplicações ou websites consumam ou

partilhem dados com o website baseado em CMS. Um exemplo bastante popular é o

Rich Site Summary (RSS).

ü Gestão de versões;

­ Em caso de modificações acidentais, permite o retorno a versão anterior. Permite

ainda a comparação entre duas versões e o reaproveitamento de conteúdos,

facilitando a actualização dos conteúdos dentro do website.

2.6. Desvantagens do uso de ferramentas CMS Embora as ferramentas CMS apresentem um vasto repertório de vantagens, deve-se ter consciência

de que estes, naturalmente, têm as suas desvantagens. De entre elas podemos destacar:

Adequação da solução às características específicas da organização

Embora existam, actualmente, diversas ferramentas CMS, não existe uma solução que possa

responder a todas as especificidades da organização.

Page 41: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

27

(Bax, 2003) afirma que, frequentemente, as soluções são especializadas apenas em certos aspectos,

tornando-se necessário, na maioria das vezes, integrar ou associar produtos. Desta forma, a

instância de decisão de implementação na organização alvo acaba, quase sempre, cumprindo o

papel de integradora.

Como em todo Framework, trabalhar com um “modelo” pré-concebido implica aceitar algumas

características, restrições ou limitações desse “modelo”.

Apresentação (Design) do website

A aparência do site, apesar da relativa facilidade de configuração, também fica de certa forma

limitada pelo sistema de templates do CMS. O webmaster fica limitado aos templates

disponibilizados pelo fornecedor do CMS, pois empreender na criação de um novo template é uma

tarefa que exige conhecimentos avançados dos aspectos técnicos do CMS (linguagem de

programação, arquitectura, base de dados, etc.) e também um grande dispêndio de tempo.

Este factor pode comprometer a identidade da organização, no que diz respeito aos seus hábitos de

marketing, por exemplo, o branding.

Segurança

Por se tratar de uma solução genérica, o CMS pode ser vulnerável a ataques de intrusos que tenham

conhecimentos profundos sobre o funcionamento do CMS (Boiko, 2005). É comum, em certos

CMS, haver difusão de spam, devido ao fácil acesso dos spammers.

2.7. Tipos de ferramentas CMS e sua aplicação A tipificação das ferramentas CMS é, sem sobra de dúvidas, um tema que levanta ainda muita

controvérsia. Várias sugestões são fornecidas pelos diversos especialistas, no entanto, pode-se

afirmar, com absoluta segurança, que a tipificação das ferramentas CMS é decorrente das diferentes

categorias de website. Vamos, antes, portanto, procurar traçar algumas linhas gerais que nos

permitam chegar aos tipos de ferramentas CMS, cuja definição goza de algum consenso entre os

especialistas.

(Powel, 2002) propõe a categorização dos websites atendendo ao propósito de sua utilização,

podendo estes ser: comerciais, informativos, portais, comunidades e pessoais, conforme detalha a

tabela seguinte:

Page 42: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

28

Tipo de Website Características

Comunidades

Facilidade de interacção e comunicação entre os usuários.

Edição colaborativa de conteúdo.

Servir como um ponto de encontro entre os usuários

Disponibilizar informações sobre o tema da comunidade.

Vários colaboradores.

Informativos

Divulgação de informações (governamentais, noticiários, institucionais).

Forma de contacto entre a organização e os visitantes do website

O conteúdo precisa passar por uma revisão.

Um criador, colaborador. Ou vários criadores, colaboradores

Comerciais

Apoio aos negócios de uma organização. Propaganda, marketing.

Comércio electrónico de produtos e serviços.

Divulgação de informações e oferecer suporte aos clientes sobre os

produtos e serviços oferecidos pela organização.

Relações públicas e de investimentos. Forma de contacto entre a

organização e seus clientes, ou fornecedores.

Um criador, colaborador. Ou vários criadores, colaboradores.

Pessoais

Divulgar informações pessoais sobre o criador do website.

Um diário online, ou um blog.

Um criador, colaborador.

Agregação de vários conteúdos e/ou serviços

Page 43: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

29

Portais Pode englobar todos os tipos de websites acima citado

Vários criadores, colaboradores

Tabela 2 Caracterização dos diferentes tipos de websites, Fonte: (Powell 2002)

Uma vez que os sistemas de gestão de conteúdos foram idealizados para flexibilizar a gestão de

conteúdos de websites, estes sistemas foram, naturalmente, orientados a solucionar problemas

característicos das diferentes categorias de website. Podemos, por conseguinte destacar 4 tipos de

ferramentas CMS que reúnem algum consenso entre diversas literaturas:

CMS Empresarial (ECMS)

Para (Kampffmeyer, 2006), um ECMS é o conjunto de tecnologias, ferramentas e métodos usados

para capturar, gerir, armazenar, preservar e disponibilizar conteúdos em uma empresa.

Podemos, portanto, afirmar que um CMS empresarial concentra-se em conteúdos, documentos,

detalhes e dados relacionados com os processos organizacionais da empresa. O seu propósito é,

essencialmente, gerir a informação organizacional, considerando toda a sua diversidade, formatos e

localização.

O ECMS é melhor aplicado em portais e websites comerciais.

Web CMS (WCMS)

Também conhecido como WCM, o Web CMS é um sistema de gestão de conteúdos orientado para

a criação e gestão de conteúdos em formato Hipertexto (HTML). É usado para gerir e controlar

grandes colecções de material dinâmico (documentos HTML associados a imagens, vídeos e outros

tipos de multimédia). O WCM é apropriado para websites informativos, pessoais e comunidades.

Sistema de Gestão de Documentos (DMS)

Pode, também, ser considerado como uma parte do ECMS, o DMS é usado para localizar e

armazenar documentos electrónicos, sejam eles textos, imagens, etc.

O DMS é uma excelente alternativa para quem pretende usar uma ferramenta CMS relativamente

menos complexa, pois este oferece interfaces simplificadas que permitem, aos usuários,

localizarem, filtrarem, controlarem versões, publicarem e manipular conteúdos de forma

consistente.

Mobile Content Management Systems (MCMS)

Estas ferramentas CMS são relativamente recentes e vêm responder à actual febre da mobilidade.

Page 44: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

30

São capazes de armazenar e disponibilizar conteúdos e serviços para dispositivos móveis, tais

como: celulares, smart phones e PDAs. Os MCMSs vieram acrescentar valor ao comércio

electrónico (e-commerce) e ao negócio electrónico (e-Business), pois, com a propagação de

dispositivos móveis, é possível, através do MCMS, aproximar o negócio dos clientes, gestores,

empregados e colaboradores, provendo informação em tempo real aos seus usuários,

independentemente da sua localização geográfica. Os MCMSs assemelham-se aos portais e aos

websites comerciais.

2.8. Critérios para a escolha de um CMS Conforme tem sido enfatizado, a escolha da ferramenta CMS é um factor determinante para a

implantação bem sucedida de uma solução Web de gestão de conteúdos. Cabe ao desenvolvedor do

website, efectuar uma análise minuciosa dos requisitos propostos pelas regras de negócio do cliente.

Nessa linha, (Oakes, 2008) propõe meia dúzia de questões que podem apoiar o desenvolvedor na

selecção da ferramenta CMS que se ajuste às especificidades do cliente:

• Quem é a audiência do website e qual informação será partilhada com ela?

o Websites meramente informativos exigem ferramentas diferentes daqueles onde

haverá muita colaboração.

• Quantas pessoas participarão na gestão do website?

o Se o website tiver apenas um gestor de conteúdos, então não há necessidade de

ferramentas com funcionalidades avançadas de controlo de fluxo de documentos,

equipes mais alargada podem fazer melhor aproveitamento deste tipo de ferramentas.

• Que tipo de interacção é comum na organização alvo?

o Em organizações onde os colaboradores estão habituados a processos formais,

haverá maior aceitação para ferramentas com estruturas rigorosas de fluxo de

trabalho (workflow). Em organizações menos formais, tentar impor este tipo de

CMS pode resultar em desastre (ver figura 4).

• Será necessária a integração do website com outras aplicações existentes na organização?

o Caso haja a necessidade de integração em algum sistema já implantado na

organização, então deve-se tomar em conta ferramentas CMS que possam inter-

operar com este, considerando aspectos como integração dos sistemas de gestão de

base de dados, plataforma de desenvolvimento, etc.

• Qual a sua capacidade de dar suporte técnico ao CMS?

o Deve-se escolher uma ferramenta CMS que está ao seu alcance bem como ao

Page 45: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

31

alcance dos seus parceiros, considerando, também, a disponibilidade de material de

referência (artigos, livros, etc.).

• Existe uma comunidade activa?

o Ferramentas CMS prosperam quando existe uma comunidade activa desenvolvendo

os conteúdos e respondendo às questões uns dos outros. Não seleccione uma

ferramenta CMS sem que esteja confortável com as suas funcionalidades de suporte

a comunidades.

Vale notar que a abordagem aqui feita inicia com pessoas e conteúdos e não com tecnologia. A

escolha de uma ferramenta CMS deve estar focada, primeiro, na audiência e na informação a

partilhar e, só depois, é que deve partir para a selecção do CMS a usar.

Page 46: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

32

2.9. Síntese Depois de visitado o referencial teórico ligado ao tema deste estudo, podemos, em última análise, resumir as ideias mais importantes da seguinte forma: Por conteúdo, podemos compreender qualquer tipo ou unidade de informação digital que é utilizada

nas páginas dos sítios Web. Eles podem ser textos, imagens, gráficos, vídeos, som ou, em outras

palavras, tudo o que é susceptível de ser publicado em uma intra, inter ou extranet.

Devido ao crescente aumento de conteúdos, na grande rede, tanto em quantidade como em

complexidade, urge a necessidade de geri-los. A gestão de conteúdos é uma tarefa bastante

complexa, daí que surgiu a necessidade de se criarem sistemas de gestão de conteúdos. Estes

sistemas foram idealizados de forma a separar os conteúdos dos aspectos técnicos (ex: design,

linguagens de programação, base de dados, etc.), de modo a que os criadores de conteúdos

pudessem gerir conteúdos, sem precisarem de se preocupar com estes aspectos.

As ferramentas CMS trouxeram grandes vantagens, tais como: redução do tempo de resposta,

redução dos erros de interpretação do webmaster e, principalmente, permitiram a descentralização

das actividades envolvidas na gestão de conteúdos. Contudo, estas ferramentas levantaram,

também, novas questões e desafios, tais como a necessidade de adequação da ferramenta às

características específicas de cada organização e aspectos ligados a segurança dos websites.

A selecção efectiva de uma ferramenta CMS deve dar maior ênfase, primeiramente à audiência e à

informação a partilhar e, só depois, na tecnologia a usar, isto é, Framework, Sistema de Gestão de

Base de Dados, etc.

Pode-se, de uma forma geral, afirmar que as ferramentas CMS são a solução mais viável para a

problemática da gestão de conteúdos, sendo, contudo, necessário que os responsáveis pela

concepção de páginas Web tenham a capacidade de seleccionar o CMS adequado e refiná-lo às

especificidades de cada organização.

Page 47: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

33

Capítulo 3 Uso de ferramentas

CMS em Moçambique

Page 48: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

34

3. Capítulo - Uso de ferramentas CMS em Moçambique Este capítulo é apresentado em três partes, sendo a primeira parte composta pela apresentação de

dados estatísticos colhidos através da observação sistemática de algumas características nos

websites das empresas do ranking das 100 maiores da KPMG 2007. De seguida, uma breve

discussão sobre as empresas que efectuaram a concepção dos referidos website. Estas empresas

foram, por último, inqueridas (ver inquérito em anexo) e o resultado dos inquéritos serão

apresentados na terceira e última parte deste capítulo, conforme ilustrado no diagrama seguinte:

Figura 11 etapas da apresentação do estudo

Motor de busca, motor de pesquisa ou mecanismo de busca na internet pode ser definido como um

sistema de software projectado para encontrar informações armazenadas em um sistema

computacional, a partir de palavras-chave indicadas pelo utilizador, reduzindo o tempo necessário

para encontrar informações, ou, simplesmente um programa feito para auxiliar a procura de

informações armazenadas na internet (WWW), dentro de uma rede corporativa ou de um

computador pessoal (Busby, 2004).

Existe, actualmente, uma enorme variedade de motores de busca que podem ser usados

gratuitamente, no entanto, alguns destacam-se pela abrangência dos resultados, eficiência no tempo

da pesquisa, facilidade de uso, entre outros aspectos. Dentre os mecanismos de busca que mais se

Page 49: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

35

destacam, actualmente, estão:

ü Google da Google Inc. pode ser acedido em www.google.com

ü Bing da MicrsoftCorp. pode ser acedido em www.bing.com

ü Yahoo Search da Yahoo! Inc. pode ser acedido em www.yahoo.com

Recorrendo a estes mecanismos de busca, foram localizados e visitados um total de 100 websites

listados no ranking das 100 maiores empresas de 2007 operando no país, publicado pela prestigiada

empresa de consultoria KPMG Moçambique.

Usou-se como fonte primária os resultados obtidos num motor de busca nacional, as páginas

amarelas (pode ser acedido em www.paginasamarelas.co.mz), nos casos de insuficiência nos

resultados, recorreu-se a motores de busca mais abrangentes, por ordem de preferência do

pesquisador, sendo que a Google foi usada como fonte secundária, de seguida o Bing e, por último,

o Yahoo Search.

Da pesquisa apurou-se que dos 100 websites visitados, 37 não retornaram algum resultado válido,

ou seja, não foi possível identificar a presença das respectivas empresas na internet, daí que

somente 68 empresas foram localizadas. No entanto, na data em que foi efectuada a pesquisa, 5

websites estavam inacessíveis, sobrando, desta forma, 58 websites. É interessante frisar que, dos 58

websites considerados na pesquisa, 12 pertencem a multinacionais que na sua maioria indicam

apenas o endereço da sua delegação, em Moçambique, sendo, por conseguinte, o número de

websites pertencentes a empresas nacionais 46, e estas foram as empresas consideradas válidas para

o este estudo, conforme ilustra o gráfico 3:

Page 50: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

36

Gráfico 3 Websites Pesquisados

3.1. Características observadas A internet é, hoje, um poderoso recurso para projectar a organização à escala global sem incorrer

em custos avultados e está, cada vez mais, sendo usada como um meio de aproximar os serviços

prestados aos clientes, criando, deste modo, melhor tempo de resposta e, em grande medida, mais

comodidade para os mesmos. Desta feita, procurou-se observar, nos websites visitados, um

conjunto de características que foram consideradas chave, para o melhor aproveitamento deste

poderoso recurso, quer sob o ponto de vista das tecnologias usadas, bem como dos resultados

obtidos, com vista a melhor servir os clientes.

O negócio praticado pela empresa dita o lugar ocupado pelas tecnologias de informação e

comunicação, na mesma, por isso, aproveitando-se da estratificação feita no estudo que serviu de

base para a definição da amostra (o ranking das 100 maiores empresas da KPMG), procurou-se

efectuar uma avaliação das características observadas em agrupamentos de sector de negócio das

empresas cujos websites foram visitados, conforme mostra o gráfico 4:

Page 51: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

37

Gráfico 4 Distribuição das empresas visitadas por Sector de Negócio "adaptado de (KPMG, 2008)”

Na distribuição sectorial apresentada no gráfico acima, somente 9 sectores retornaram resultados

válidos, que possibilitem alguma inferência estatística, perfazendo um total de 46 websites. Cinco

sectores serão desprezados pelo estudo, quer por pertencerem a empresas multinacionais ou por

estarem inacessíveis, etc., sendo que, em particular, o sector de Construção, embora tenha retornado

resultados válidos, será também desprezado, pois este apresenta somente um website válido e

considerou-se este número inadequado para qualquer comparação ou inferência dentro do sector,

conforme ilustrado no gráfico 5:

Page 52: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

38

Gráfico 5 Distribuição Sectorial das Empresas Consideradas Válidas

Navegabilidade & Usabilidade

Estas características preocupam-se em providenciar mecanismos que visam facilitar o acesso a

informação, tanto em rapidez de resposta como em disponibilizar estruturas mais intuitivas para a

busca e utilização de conteúdos, entre eles, destacamos os mais comuns:

Mapa do site

O mapa do site, geralmente apresentado numa estrutura em forma de árvore, permite que o visitante

localize, rapidamente, uma secção ou página específica. Desta forma, visitantes que saibam

exactamente o que procuram, no website, aproveitam ao máximo o seu tempo de navegação,

seguindo, directamente, através da consulta do mapa do site, para a secção ou página do seu

interesse.

Page 53: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

39

Figura 12 Exemplo de um mapa de site

Constatou-se que o mapa do site tem bastante aceitação, nos websites visitados, com especial

destaque para a Banca e Leasing, com 70% dos websites apresentando o mapa do site, seguido pelo

sector de Comunicações, com 67%, conforme ilustra o gráfico 6:

Gráfico 6 Uso do Mapa do Site por sector

Page 54: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

40

Motor de busca interno

Se imaginarmos o motor de busca como um excelente meio de o cliente/visitante localizar

conteúdos relacionados com a ajuda ao consumidor (vulgo Costumer Care), pode-se facilmente

notar porque o Sector de Comunicações, com 83%, tem o melhor número de observações nesta

característica, seguido da Banca e Leaseing, com 71%. No entanto, a estatística torna-se bastante

discrepante em relação ao sector do Comércio, onde somente 29% dos sítios visitados atenderam ao

motor de busca, conforme ilustra o gráfico a seguir:

Gráfico 7 Uso do Motor de Busca por sector

Multilíngua

Quando uma empresa aposta em marcar presença na internet, esta desvenda uma infinidade de

possibilidades de negócio, uma vez que o seu negócio pode ser conhecido por qualquer interessado,

independentemente da sua localização geográfica e, obviamente, do idioma do mesmo, sendo assim,

as empresas têm mostrado algum esforço em disponibilizar os seus conteúdos em mais de uma

língua, no entanto, no universo das empresas visitadas, os resultados obtidos não são bastante

encorajadores, sendo que todos os sectores apresentam observações abaixo dos 50%, exceptuando o

sector de serviços, com 67%. Os melhores índices são, a seguir, ocupados pela Banca e Leasing e

sector do Comércio, com 43%, conforme se pode ver no gráfico 8.

Page 55: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

41

Gráfico 8 Disponibilidade de mais de uma língua nos websites

Pode-se, em síntese, considerar que as características ligadas à navegabilidade e usabilidade dos

websites são levadas em consideração pelos desenvolvedores dos websites visitados, se

ponderarmos que, dos 46 sítios Web considerados válidos para o estudo, 31 apresentam Motor de

Busca, 22 Mapa do Site e 18 disponibilizam os seus conteúdos em mais de uma língua, sendo para

esta última característica, o Inglês, na maioria dos casos, a segunda língua.

Gráfico 9 Resumo das características ligadas a Navegabilidade e Usabilidade dos websites

Page 56: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

42

Melhoramento dos serviços prestados

Um website é um excelente meio de as empresas auscultarem as necessidades e sugestões dos

clientes, de modo contínuo e eficaz, pois este é:

Ø Atemporal — o cliente pode oferecer a sua contribuição, quando lhe for conveniente,

diferentemente do atendimento presencial que restringe-se, apenas, ao horário de

atendimento estabelecido pela entidade;

Ø Assíncrono — não é compulsivo que os intervenientes (cliente e empresa) encontrem-se

disponíveis, em simultâneo;

Ø Quantificável — pode-se, facilmente, através de um website, mensurar as visitas efectuadas,

quer em termos quantitativos, através de contadores de acessos, bem como em termos

qualitativos, através da obtenção de estatísticas das páginas mais visitadas, dos produtos

mais procurados ou ainda das reclamações e dúvidas mais frequentes;

Ø Personalizável — à medida que o cliente interage com o website, pode-se, gradualmente,

criar um padrão das necessidades específicas de cada cliente, de modo que, a cada acesso

que o cliente fizer ao website, possa ter uma experiência melhor do que a anterior. Por

exemplo, num website dedicado a informações noticiosas, após a recolha dos dados do

visitante, este poderá passar a receber novidades específicas do seu interesse, por exemplo

sobre economia ou literatura.

Procurou-se, portanto, verificar, nos websites visitados, algumas características que visem criar

aproximação entre a empresa e seus clientes.

Recolha de Dados do Visitantes

O primeiro passo que deve ser dado, para a empresa aproximar-se do cliente, é procurar-se obter

informação acerca do mesmo, de modo que se possa ajustar os serviços prestados às necessidades

e/ou preferências do cliente.

Dos 46 sítios Web pesquisados, somente 7 deram atenção à recolha dos dados dos visitantes, sendo

o melhor desempenho para o sector de Serviços onde, de 3 empresas, somente 1 não observou esta

característica (isto corresponde a 67%, no referido sector). Sectores que poderiam fazer um enorme

aproveitamento da recolha de dados dos visitantes, tais como a Banca e Leasing, Comunicação e

Comércio retornaram índices extremamente baixos, conforme o gráfico 10:

Page 57: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

43

Gráfico 10 Recolha de Dados dos visitantes

Registo para Novidades e Boletim Informativo

Boletim informativo (Newsletter em inglês) é um tipo de publicação de distribuição regular a

assinantes e que aborda, geralmente, um determinado assunto. Esta pode ser uma excelente forma

de manter contacto com os clientes e maximizar as oportunidades de negócio.

Os melhores candidatos para explorar este recurso são, pela natureza do seu negócio, os sectores de

Comércio, Serviços e Alimentação e Bebidas. Todos estes sectores mencionados apresentam baixos

índices, nesta característica, com apenas 1 website, para o sector de Comércio, e 0 (zero), para os

restantes. Os resultados são desencorajadores para todos os outros sectores, conforme mostra o

gráfico 11:

Page 58: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

44

Gráfico 11 Registo para novidades e NewsLetters

Espaço para Comentários e Sugestões

No conjunto de características em análise nesta secção, esta é sem dúvida a que melhor aceitação

tem entre os desenvolvedores (ver gráfico 12), pois, das 46 empresas consideradas na pesquisa, 26

preocuparam-se em incluir o espaço para comentários e sugestões, isto significa uma percentagem

acima de 50% em todos os sectores, exceptuando o sector de Seguros e o de Transportes, onde é

geralmente disponibilizada em uma hiperligação (link) denominada “Contacte-nos” ou “Contactos”.

Page 59: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

45

Gráfico 12 Espaço para Comentários e Sugestões

Inquérito Online

O uso do inquérito é bastante frequente como meio de as empresas tomarem decisões sobre os

serviços prestados, quer em termos de melhoramento dos mesmos, quer para a prospecção de novos

produtos/serviços. O website é um meio bastante eficaz de realizar inquéritos, claro que, quando

devidamente divulgado para o público-alvo, para além de não ser dispendioso, o que permite que os

inqueridos participem dos inquéritos, independentemente da sua localização geográfica, sem afectar

o cronograma do estudo em causa. Paralelamente tem ainda a enorme vantagem de os dados

recolhidos pelo inquérito já estarem digitalizados, imediatamente após o término do período de

realização do inquérito, facilitando, desta forma, o processamento informático dos dados recolhidos

para fins estatísticos.

No conjunto de características em análise, o inquérito online mostrou ser o recurso menos utilizado

pelos websites visitados, sendo que, do total de 46 empresas, somente 4 fazem uso do mesmo,

conforme ilustra o gráfico 13:

Page 60: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

46

Gráfico 13 Uso de Inquérito online

Através dos dados ora expostos, pode-se, facilmente, depreender que, no que diz respeito ao

melhoramento dos serviços prestados, os sítios Web pesquisados não mostram, ainda, grande

interesse em explorar recursos, com vista a obter informação que lhes possibilitem saber que

melhorias podem ser efectuadas nos serviços prestados pelas respectivas empresas, exceptuando a

exploração do mecanismo que permite, ao visitante do website, entrar em contacto com as

empresas, aqui denominado “Espaço para Comentários e Sugestões”, onde verificou-se que 57%

dos websites, isto é, mais de metade dos website visitados, exploram este recurso, no entanto, não

se nota grande esforço em relação aos recursos cujo objectivo é estreitar a relação entre a empresa e

o cliente, como ilustra o gráfico resumo 14:

Page 61: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

47

Gráfico 14 resumo sobre melhoramento dos serviços prestados

Recursos on-line

O website, quando devidamente aproveitado, pode ser uma excelente forma de descentralizar as

actividades da empresa. Isto materializa-se através da disponibilização, no website, de recursos que

permitem que os visitantes, muito em particular os clientes, realizem algumas operações, que de

outro modo, seria necessária a sua deslocação até à representação física da empresa. Um exemplo

bastante trivial, nos nossos dias, é o serviço online disponibilizado pelo sector da Banca e Leasing,

que permite que os clientes realizem quase todas as operações bancárias, sem terem de se preocupar

com a sua localização geográfica ou com o horário de atendimento do Banco.

A incorporação desta casta de recursos, nos websites, pode reduzir, em grande medida, o fluxo de

clientes que se dirigem ao atendimento presencial, nas instalações da empresa. Tomando,

novamente, o exemplo da Banca e Leasing, a possibilidade de efectuarem-se transferências

interbancárias ou até o pagamento de serviços, vai sem dúvida minimizar o número de clientes que

se dirigem aos balcões do banco. O mesmo é válido para qualquer outro sector de negócio, como

veremos a seguir.

Page 62: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

48

Suporte Técnico Online

Uma necessidade imediata e contínua das empresas é a de prestar suporte técnico aos seus clientes.

Este suporte técnico implicará, provavelmente, a deslocação de um técnico qualificado ao domicílio

do cliente. Pode-se facilmente deduzir que o número de técnicos e a sobrecarga diária destes será

directamente proporcional ao número de clientes que a respectiva empresa tiver, no entanto, para

muitas áreas de negócio, as necessidades de suporte são repetitivas e, em muitos casos, podem ser

resolvidas simplesmente instruindo o cliente sobre os procedimentos a tomar para a resolução do

respectivo problema. Isto pode ser efectuado através do website, usando-se recursos como linha de

voz online (VOIP), página de perguntas frequentes (FAQ- Frequently Asked Questions), linhas de

conversação em tempo real (chat) ou Fóruns de discussão e ajuda online, onde os clientes trocam

experiências.

O uso destes recursos permite minimizar os custos de alocação de técnicos e maximizar a satisfação

dos clientes, uma vez que estes vêem o tempo e/ou custo de reposta às suas necessidades como um

factor que joga a seu favor.

De um modo geral, o suporte técnico online não está sendo aproveitado por todos os websites

visitados, considerando-se, sobretudo, inquietantes alguns sectores que seriam potenciais

utilizadores deste recurso, tais como o Sector de Serviços, Comunicações e a Banca e Leasing,

conforme pode-se verificar no gráfico15:

Page 63: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

49

Gráfico 15 Suporte Técnico Online

Contratações online

Aqui, procurou-se verificar dois tipos de contratação:

1. Contrato entre cliente e empresa – em algumas áreas de negócio, é possível efectuar a

celebração de contratos, ou pelo menos iniciar as tramitações contratuais, entre o potencial

cliente e a empresa usando o website. Isto traz maior celeridade no processo de contratação

e, consequentemente, permitiria a empresa responder a um maior número de contratos em

menor tempo, trazendo mais comodidade para ambas partes (cliente e empresa).

2. Contrato entre empresa e colaboradores – o website pode ser um excelente instrumento para

a captação de novos colaboradores para a empresa isto é possível, através da implementação

de um sistema de submissão (online) de candidaturas.

O primeiro tipo de contratação (cliente e empresa) seria de grade utilidade, para sectores tais como

o de Serviços, Transportes, Hotelaria e Turismo (para reservas por exemplo) e a Banca e Leasing,

no entanto, não se verificou em nenhum dos websites visitados, correspondentes às empresas dos

sectores mencionados, a utilização de formulários para a contratação online.

Embora em número muito distante do satisfatório, o segundo tipo de contratação é o predominante,

nos websites visitados, sendo que somente um website, pertencente a uma empresa do sector de

Energia e Recursos Minerais, permite a submissão do Curriculum Vitae directamente no website.

Page 64: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

50

Gráfico 16 Uso do website como veículo para facilitar as contratações

Serviços online

Verificou-se nesta secção, por último, se as empresas visitadas aproveitam os websites para a

prestação de qualquer outro serviço e pode-se verificar, com alguma satisfação, que:

ü Algumas empresas do sector de transportes disponibilizam, nos seus websites, serviços que

permitem, aos seus clientes, consultarem horários de viagem ou custos de transporte de

carga;

ü Algumas empresas do sector da Banca e Leasing permitem, aos clientes, a execução de

algumas operações bancárias, tais como a transferência de dinheiro e consulta de saldos;

ü No sector de Comunicações, pelo menos uma empresa criou uma versão digital dos seus

serviços, que pode ser facilmente acedido pelos seus clientes.

Page 65: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

51

Gráfico 17 Prestação de Serviços online

Pode-se considerar que foram dados passos enormes, no que diz respeito à utilização de recursos

online, no entanto, no cômputo geral, há ainda muito a fazer, as empresas deveriam procurar

valorizar mais este tipo de recursos, pois eles garantem inúmeros benefícios e, sobretudo, a custos

bastante reduzidos. Dos 46 Websites considerados na pesquisa, nenhum reúne, em simultâneo, as

três características observadas nesta secção, sendo a sua distribuição feita conforme indicado no

gráfico 18:

Gráfico 18 Resumo sobre o uso de Recursos online

Page 66: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

52

CMS usado

Metadados ou Metainformação são dados que descrevem outros dados. Um item de um metadado

pode dizer do que se trata naquele dado, geralmente uma informação inteligível por um computador

(Williams, 2006).

O último item desta fase da pesquisa consistiu em observar, nos websites visitados, qual a

ferramenta CMS usada para a sua concepção. Isto foi possível inspeccionando o código fonte

(HTML) das páginas visititas, com o fito de localizar, nos metadados, qualquer indício que

conduzisse à identificação do CMS usado para a geração da página, conforme exemplificado na

figura 13:

Figura 13 Exemplo de inspecção do código fonte

A inspecção do código fonte das páginas visitadas revelou 3 categorias de websites:

a) Websites que foram desenvolvidos recorrendo a uma ferramenta CMS, correspondentes a

44% dos websites:

o Foram identificados 3 CMS, a saber: o Mambo/Joomla, eZ Publish e Berílio. Alguns

destes serão descritos, de forma mais detalhada, adiante;

b) Websites que foram desenvolvidos sem o recurso de ferramentas CMS

o Estes foram concebidos usando ferramentas integradas de desenvolvimento (IDEs)

Page 67: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

53

tais como o Dream Weaver, FrontPage, NetBeans etc. 17% dos websites visitados

enquadram-se nesta categoria

c) Por último, estão aqueles websites onde não foi possível identificar (serão identificados pela

abreviatura N.I.), através da leitura dos metadados do código fonte, a ferramenta usada para

o seu desenvolvimento.

O gráfico 19 ilustra a distribuição das ferramentas CMS pelos websites visitados:

Gráfico 19 Distribuição dos CMS pelos websites visitados

Como se pode ver, as características observadas, até aqui, versam, essencialmente, sobre os

mecanismos que as empresas podem usar para envolver o cliente, através do respectivo website,

numa plataforma dinâmica onde todos os elementos concorrem para o mesmo fim: servir, o melhor

possível, o cliente, minimizando custos e tempo para a empresa.

O esquema apresentado na figura 14 ilustra o ciclo de benefícios que se podem alcançar, através da

implantação, nos websites, das características observadas neste capítulo:

Page 68: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

54

Figura 14 Importância das características observadas, nos websites, para as empresas

Os recursos postos em análise, quando devidamente implementados, permitem, à empresa, atrair

visitantes, convertê-los em clientes, retê-los e melhorar, continuamente, os serviços prestados,

garantindo, deste modo, a continuidade do negócio e tudo isto feito com a maior comodidade, uma

vez que todas as características mencionadas estão disponíveis na maioria das ferramentas CMS,

cabendo, apenas, ao desenvolvedor do website, a tarefa de parametrizá-los em conformidade com as

características da empresa.

Page 69: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

55

3.2. Desenvolvedores de websites Ainda recorrendo à inspecção dos metadados, no código fonte das páginas Web visitadas, foi

possível identificar os desenvolvedores dos websites.

Cerca de 52% dos websites visitados foram concebidos pela própria empresa a que estes pertencem,

ora recorrendo a uma ferramenta CMS, ora recorrendo a ferramentas integradas de desenvolvimento

(IDE), sendo, esta última, a opção mais frequente.

O percentual remanescente (48%) reparte-se entre websites desenvolvidos por terceiros (que não

sejam a empresa a que pertence o website em causa), sendo 2% por empresas estrangeiras, e 46%,

por empresas nacionais, estas últimas consideradas relevantes para a pesquisa.

No que se refere as ferramentas CMS usadas pelos desenvolvedores, notou-se que existe uma

tendência peculiar de os desenvolvedores de websites devotarem-se a apenas uma ferramenta CMS,

pese embora o facto de estes lidarem, naturalmente, com empresas de diversos sectores de negócio.

A tabela seguinte ilustra a associação efectuada entre as ferramentas CMS e os desenvolvedores de

websites:

Desenvolvedores X CMS eZ Publish Joomla Berilio Nenhum CMS

N.I. Total

Desenvolvedor A 9 0 0 0 0 9 Desenvolvedor B 0 8 0 1 0 9 Desenvolvedor C 0 0 1 0 0 1 Desenvolvedor D 0 0 0 1 0 1 Desenvolvedor E (Estrangeira) 0 0 0 0 1 1 Desenvolvedor F (Estrangeira) 0 0 0 0 1 1 Soluções internas 0 2 0 8 14 24 Total 9 10 2 10 15 46 Tabela 3 Distribuição das ferramentas CMS pelos Desenvolvedores de websites identificados2

2 Por questões de sigilo profissional os nomes das empresas não serão revelados

Page 70: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

56

3.3. Apresentação do estudo feito nas empresas de Web Design, em Moçambique A última etapa desta pesquisa consistiu em ministrar um inquérito aos desenvolvedores de websites

previamente mencionados. O grupo alvo foi, basicamente, o conjunto de empresas que

desenvolvem websites para as empresas constantes no ranking das 100 maiores empresas da KMPG

2007. Foram desprezadas as empresas desenvolvedoras de websites, radicadas no estrangeiro, pois

estas estão fora do escopo da pesquisa. De igual modo, foram excluídas do grupo de empresas

inquiridas aquelas que desenvolvem os seus websites fazendo uso de recursos próprios, isto é, não

contratam terceiros para a concepção e/ou gestão do seu website. Sobram, portanto, 4 empresas

onde será ministrado o inquérito (indicados pelas letras A, B, C e D na tabela anterior).

Breve Descrição do conteúdo e objectivos do inquérito efectuado

O inquérito, dividido em 3 secções, tem como principal objectivo auscultar os desenvolvedores de

sítios Web e confrontar, em certa medida, os dados obtidos, a partir do inquérito, com os dados

resultantes da primeira parte desta pesquisa, ou seja, a visitação e observação sistemática dos

websites das empresas do ranking das 100 maiores da KPMG 2007.

A primeira secção do inquérito versa sobre as características das empresas inqueridas e foca

aspectos ligados, essencialmente, à experiência da empresa inquerida e respectivas áreas chave de

actuação, onde figura, obviamente, a concepção de websites que é o móbil do inquérito.

A segunda secção, intitulada “Conhecimentos sobre ferramentas CMS”, pretende apurar qual o

nível de preparação da empresa inquerida, no que se refere à utilização de ferramentas CMS, para a

concepção e gestão de páginas Web.

A terceira e última secção, com 7 questões, debruça-se sobre os resultados obtidos, pelas empresas,

advindos do uso de ferramentas CMS, bem como a identificação das respectivas ferramentas e as

motivações que levaram à sua selecção.

Apresentação e discussão dos dados colhidos

O inquérito foi ministrado, com sucesso, em três empresas, as empresas A, B e C. No que diz

respeito à empresa D, não foi possível localizar as suas instalações, uma vez que esta não indica o

seu endereço físico nem dispõe de um website (não foi possível localizá-lo em nenhum motor de

busca) e não consta nas listas telefónicas, foi apenas possível obter o seu correio electrónico, mas

este resultou, também, em uma tentativa frustrada de contacto.

Page 71: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

57

Características das empresas inqueridas

As empresas A e B operam no mercado, entre 5 a 10 anos, entretanto, a empresa C tem mais de 20

anos de existência. No tocante ao número de colaboradores envolvidos na concepção de páginas

Web, todas empresas apresentam menos de 10 indivíduos.

Estas empresas são especializadas em diversas áreas da prestação de serviços informáticos, sendo os

seus pontos fortes, respectivamente:

Pontos Fortes X Empresa A B C

Análise e Desenho de Sistemas ü ü

Programação ü ü

Desenho de Páginas Web ü ü

Redes de Computadores ü

Auditoria Informática

Consultoria Informática ü ü ü

Segurança Informática ü

Tabela 4 Áreas de actuação das empresas inqueridas

Na tabela anterior, é interessante fazer notar que a empresa C, embora tenha mais tempo de

existência, não aponta a concepção de páginas Web como um ponto forte do seu leque de serviços

prestados. Vale, também, notar que a empresa B dedica-se a áreas bastante diferentes entre si (por

exemplo, Desenho de páginas Web e Redes de Computadores), enquanto as empresas A e C

apresentam uma estrutura de prestação de serviços mais homogénea. Veremos, mais adiante, como

estas características estão relacionadas com a qualidade e a percepção da utilização de ferramentas

CMS, em cada uma delas.

Conhecimento sobre ferramentas CMS

As empresas A e B afirmam ter tido os seus primeiros contactos com ferramentas CMS há pelo

menos entre 2 a 6 anos e a empresa C, provavelmente por ser a mais antiga no mercado, indica entre

6 a 8 anos. Somente a empresa B nunca teve alguma formação específica sobre a adopção de

ferramentas CMS.

Questionadas sobre quais os requisitos básicos para se trabalhar com ferramentas CMS, as empresas

Page 72: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

58

que afirmaram, anteriormente, ter passado por alguma formação sobre o assunto (empresas A e C)

responderam, em conformidade com o visto no referencial teórico que dá suporte a este estudo, que

basta apenas, ao utilizador, ter noções básicas sobre o uso de um browser de internet e estar

familiarizado com a internet, enquanto a empresa B acredita que, para se trabalhar com ferramentas

CMS, é necessário que o utilizador tenha bons conhecimentos de programação e muita experiência

na concepção de páginas Web, o que é absolutamente contrário à ideia principal por detrás das

ferramentas CMS.

Sobre o uso de ferramentas CMS

Foram identificados 4 CMS diferentes, distribuídos pelas empresas, conforme o diagrama seguinte:

Figura 15 Distribuição das ferramentas CMS pelas empresas inqueridas

Como se pode notar, as ferramentas CMS de maior destaque são o Joomla e o eZ Publish, com

maior frequência de utilização e maior tempo de uso entre as empresas inquiridas.

Vejamos, por conseguinte, em mais detalhe estas duas ferramentas:

Mambo/Joomla

O Joomla, descendente do seu precursor Mambo, é um CMS totalmente baseado na linguagem de

Page 73: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

59

programação PHP e pode ser executado no servidor Web Apache ou IIS e base de dados MySql.

Criado em 20053, o Joomla é considerado, por muitos, uma poderosa ferramenta, e já vai,

actualmente, na sua versão 1.5.20, publicada a 18 de Julho do ano corrente e tem como principais

atractivos:

ü É um software livre (licença GPL), ou seja, encontra-se disponível numa versão básica e

gratuita;

ü Sistema simples de fluxo de aprovação de conteúdos;

ü Arquivamento para conteúdos não utilizados (Lixeira);

ü Sistema de publicação para o conteúdo;

ü Busca optimizada (qualquer palavra registada);

ü Frontend já traduzido em várias línguas;

ü Fácil instalação para novos templates, módulos e componentes;

ü A cada dia, vêm surgindo módulos e componentes, tornando a versão básica mais rica e

funcional;

ü Hierarquia para grupos de usuários;

ü Estatísticas básicas de visitantes (existem módulos mais complexos que podem ser

adicionados);

ü Editor de conteúdo WYSIWYG;

ü Compatibilidade com versão anterior.

A figura 16 ilustra o módulo de administração de um website criado com recurso ao Joomla:

3 Note-se a incongruência entre o ano de criação do Mambo/Joomla e o tempo de utilização indicado pela empresa B na figura 15

Page 74: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

60

Figura 16 Módulo de administração do CMS Joomla

A tabela 5 mostra a distribuição das empresas inqueridas em relação ao número de páginas Web

concebidas recorrendo ao uso do Joomla:

Empresa X página Web Menos que 10 Entre 10 a 20 Entre 20 a 30 Mais que 30

A

B ü

C ü

Total estimado (por defeito) 20 a 40

Tabela 5 Uso do Joomla pelas empresas inqueridas

eZ Publish

Esta é uma ferramenta CMS desenvolvida pela empresa Norueguesa eZ Systems, está disponível,

gratuitamente, nos termos da licença GPL, e disponibiliza-se também uma versão comercial. À

semelhança do Joomla, este CMS foi concebido recorrendo à linguagem PHP e pode ser executado

num servidor Web Apache. No que diz respeito à Base de Dados, este CMS tem o diferencial de

permitir que a mesma esteja alojada nos mais comuns sistemas de gestão de base de dados, tais

como MySQL, PostgreSQL, Microsoft SQL Server, e Oracle. Para além dos atractivos constantes

Page 75: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

61

no Joomla, este CMS tem ainda um excelente assistente de instalação, o que facilita bastante na

criação de websites, sobretudo para iniciantes. Entretanto, este CMS apresenta uma estrutura mais

complexa que aumenta os requisitos técnicos do usuário. A figura 17 ilustra o módulo de

administração de um website concebido com recurso ao CMS eZ Publish:

Figura 17 Módulo de administração do eZ Publish

Estima-se que, no mínimo, 40 websites foram concebidos, recorrendo ao eZ Publish, entre as

empresas inqueridas, conforme ilustra a tabela 6:

Empresa X página Web Menos que 10 Entre 10 a 20 Entre 20 a 30 Mais que 30

A ü

B

C ü

Total estimado (por defeito) Mais de 40

Tabela 6 Uso do eZ Publish pelas empresas inqueridas

No que respeita às motivações que levaram à escolha destas ferramentas, as Empresas B e C são

Page 76: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

62

unânimes em afirmar que a escolha baseou-se, fundamentalmente, na facilidade oferecida pelo

CMS escolhido em manipular os aspectos gráficos da página, graças a recursos como Templates,

multimédia, etc. Já a Empresa A indica a facilidade de adesão aos padrões internacionais (ex:

padrão w3c, ver capitulo 2 deste estudo), como sendo o que motivou a escolha do CMS por eles

usado.

Quando interrogadas sobre o feedback dos clientes, todas as empresas mostraram-se bastante

optimistas, ou seja, todas afirmam atingirem excelentes níveis de satisfação, junto dos seus clientes.

Procurou-se apurar, por último, se as empresas inqueridas já tiveram, anteriormente, alguma

experiência com outras ferramentas CMS, que não as previamente mencionadas, e o motivo pelo

qual estas empresas abandonaram o referido CMS.

A empresa A foi peremptória em afirmar jamais ter tentado usar outra ferramenta CMS, vale

recapitular que trata-se de uma empresa com 5 a 10 anos de experiencia, no mercado, e que já

produziu acima de 30 websites com a única ferramenta indicada por esta, nomeadamente o eZ

Publish.

No que diz respeito à empresa B, posta a mesma questão, diz ter tentado interagir com um CMS

denominado wordpress, muito indicado para a criação de blogs e websites pessoais (Batista, 2007),

mas que, no entanto, esta tentativa resultou em fracasso, pois, segundo a Empresa B, o wordpress

tem fraca disponibilidade de componentes e recursos (ex: templates e módulos) para o

enriquecimento da página Web.

Por último, a Empresa C, indicou o Zope/Plone e o Modx como tentativas frustradas de expandir o

seu leque de ferramentas CMS, porque, segundo estes, estas duas ferramentas apresentam uma

curva de aprendizagem elevada, minando aquilo que foi o motivo indicado para a preferência das

ferramentas CMS usadas por esta empresa, conforme mencionando, anteriormente, ou seja, a

facilidade na manipulação dos aspectos gráficos da página.

Page 77: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

63

3.4. Síntese Depois de visitadas as páginas Web das empresas do ranking das 100 maiores da KPMG 2007,

constatou-se que somente 46 destes podiam ser alguma serventia para a pesquisa.

Observadas algumas características, nestes 46 websites, apurou-se que os desenvolvedores de

websites dão alguma relevância aos aspectos ligados à navegabilidade e usabilidade do sítioWeb,

com especial destaque para o mapa do site. Em relação aos recursos que apoiam na melhoria dos

serviços prestados, tais como recolha de dados dos visitantes, registo para novidades, etc.,

constatou-se que há, ainda, um longo caminho a percorrer, pois a única característica que ganha

alguma visibilidade, nesta secção, é o espaço para comentários e sugestões, isto dever-se-á

provavelmente, ao facto de a maior parte das ferramentas CMS apresentarem esta funcionalidade

como um padrão, após a criação do website, ou seja, “by default”.

Embora se tenha provado de grande valor para as empresas, a disponibilização de Recursos Online,

tais como suporte técnico, contratações online, etc., não apresenta resultados estimulantes, ou seja,

nota-se que as empresas ainda não valorizam ou não se aperceberam das enormes potencialidades

que estes recursos podem oferecer, como forma de agregar valor ao negócio. No entanto, os poucos

websites que fazem uso de recursos online, dão algum alento à pesquisa, mostrando-se como bons

indícios de um possível despertar para um aproveitamento mais acurado dos websites, por parte das

empresas.

No que se refere aos CMS mais usados, dois saíram na vanguarda, nomeadamente o Mambo/Joomla

e o eZ Publish, sendo ferramentas bastante parecidas, tanto no “modus operandi” como em termos

de tecnologias usadas, e ganharam a preferência dos desenvolvedores de websites pela sua

versatilidade, custo (gratuito), flexibilidade de manuseio e disponibilidade de recursos.

Inqueridas 3 empresas que se dedicam a diversas áreas de especialização, em informática, dentre

elas a concepção e gestão de páginas Web, apurou-se que, embora as ferramentas CMS sejam de

fácil utilização, as empresas que passaram por alguma formação em relação ao assunto em

destaque, mostram-se muito mais aptas para explorar as ferramentas CMS, em todo o seu potencial.

Um aspecto digno de parênteses é que as empresas afeiçoam-se a apenas uma ferramenta CMS,

usando-a na concepção de qualquer website, independentemente da natureza do negócio e das

especificidades do cliente.

Page 78: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

64

Capítulo 4 Protótipo do website

Page 79: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

65

4. Capítulo - Protótipo do website Ao longo deste capítulo serão apresentados os passos tomados para o desenvolvimento de um

protótipo de website que servirá, entre outras, para demostras a exequibilidade das características

analisadas no capítulo anterior.

4.1. Escolha do CMS

Para o desenvolvimento do protótipo do website foi usada a ferramenta CMS Mambo/Joomla, na

sua versão 1.5.x. A escolha deste CMS baseou-se, primeiro, devido ao facto de o Joomla estar entre

as duas ferramentas CMS mais populares, no universo amostral deste estudo (ver gráfico 19) e

segundo, porque, embora o Joomla não seja o CMS mais popular, em termos quantitativos (ver

tabelas 5 e 6), ele é o “denominador comum” entre os dois grupos de desenvolvedores identificados,

ou seja, websites desenvolvidos por empresas especializadas e os desenvolvidos com recurso a

soluções internas da empresa proprietária do website.

O pacote de instalação, o material de referência, bem como os diversos recursos necessários para o

desenvolvimento do protótipo, foram adquiridos, gratuitamente, junto do fornecedor oficial desta

ferramenta (www.joomla.org).

4.2 A empresa

A Descobrimentos, Lda. é uma empresa que está virada, essencialmente, para a área do ensino com

recurso às Tecnologias de Informação e Comunicação. Ela é pioneira na criação de um Sistema

Informático de Simulação Empresarial baseada na realidade moçambicana. De entre os diversos

serviços prestados por esta empresa, destacam-se:

ü Fornecimento do Sistema de Simulação Empresarial e apoio na montagem e na formação do

corpo docente e técnico;

ü Elaboração de material didáctico, em formato electrónico, de forma interactiva com vídeos,

imagens, hiperligações (links) de instituições científicas de referência, reduzindo, deste

modo, a utilização de papel, fotocópias, dificultando o acesso à informação, aos estudantes,

permitindo, à instituição, constituir a base de dados sobre os conteúdos leccionados nas

disciplinas abaixo custo. Permite também evitar repetições dos conteúdos em diferentes

disciplinas e a identificação da necessidade de actualização da bibliografia e dos programas

temáticos;

Page 80: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

66

ü Prestação de consultoria em Tecnologias de Informação, principalmente de Ensino, desde

sistema de Gestão do Registo Académico, Gestão de Laboratório de Simulação Empresarial,

Gestão da Biblioteca e mais;

ü Planificação de websites para Universidades, Escolas superiores, Escolas Técnicas e

prestação de apoio na actualização e gestão de conteúdos.

4.3 Desenvolvimento do protótipo Conforme mencionado anteriormente, o protótipo foi concebido recorrendo à metodologia Agile

Web Development, por esta valorizar bastante a comunicação face-a-face e incluir o cliente como

parte integrante do grupo de trabalho, produzindo um produto de qualidade com rapidez e custos

reduzidos (Thomas, et al., 2007).

a) Concepção

Na primeira etapa, foi efectuada a abordagem directa ao cliente, através de várias reuniões com o

elenco estratégico da empresa (Briefing e Brainstorming), onde os clientes descreveram, livremente,

a sua empresa e as suas expectativas iniciais, em relação as funcionalidades do website. O

desenvolvedor do protótipo era, também, um elemento activo nestas reuniões, propondo

funcionalidades adicionais e apresentando os benefícios e constrangimentos das aspirações do

cliente.

b) Planeamento e Desenvolvimento

Depois de apuradas as necessidades do cliente, procedeu-se ao levantamento dos módulos

necessários para suprir estas necessidades, tendo o cliente participado, activamente, no processo,

criando os conteúdos que serão expostos no website.

Page 81: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

67

Figura 18 Visão Geral do Protótipo

Pela natureza do próprio negócio da empresa, foi necessário imprimir uma enorme dinâmica ao

website, de modo a capitalizar os serviços prestados pela Descobrimentos, dentre as quais podem

destacar-se:

Navegabilidade e usabilidade

Mapa do Site

A figura 19 ilustra o modo de apresentação do mapa do site. Note-se que os usuários registados têm

acesso às ramificações mais profundas do mapa do site.

Page 82: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

68

Figura 19 Protótipo, Mapa do Site

Motor de Busca Interno

O motor de busca interno, com uma interface bastante amigável, permite que os visitantes busquem,

literalmente, qualquer informação no website, permitindo-lhes ainda a ordenação e a descriminação

dos resultados em diversas categorias, conforme ilustra a figura 20:

Page 83: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

69

Figura 20 Protótipo, Motor de Busca

Multilíngua

A Descobrimentos é uma empresa com uma visão bastante ampla do mercado tem parceiros, a nível

internacional, e pretende despertar o interesse de clientes além-fronteiras, tornando-se indispensável

a apresentação do website em diversas línguas.

Através da funcionalidade apresentada na figura 21, é possível, ao usuário, seleccionar a língua em

que prefere visualizar o website.

Figura 21 Protótipo Selecção de Língua (português e inglês)

A tradução obtida através da funcionalidade apresentada na figura anterior é feita por uma equipe

destacada pela empresa, contudo, após alguma pesquisa foi possível incorporar também um sistema

de tradução online providenciado pelo serviço online “Google Translations” (ver figura 22), que

pode, também, ser acedido em www.translate.google.co.mz.

Page 84: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

70

Figura 22 Protótipo, Tradução online de conteúdos

Este serviço permite disponibilizar os conteúdos do website em cerca de 58 línguas traduzidas em

tempo real (online). A título de exemplo, a figura 23 apresenta a tradução do website para o

mandarim.

Figura 23 Protótipo, Exemplo de Tradução online de conteúdos

Melhoramento dos serviços prestados

Recolha de dados dos Visitantes

Para estreitar os laços entre os visitantes e a empresa, o website disponibiliza uma interface para o

cadastro dos visitantes. Após o cadastro, o visitante passa a ter acesso a mais funcionalidades do

Page 85: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

71

website, tais como a visualização de determinados eventos a serem realizados pela Descobrimentos,

passa a ter permissão para participar nos fóruns de debate disponíveis no website, pode receber

notificações por correio electrónico, etc. A figura 24 ilustra o formulário para a captura dos dados

do visitante:

Figura 24 Protótipo, Cadastro de Utilizador

O módulo de gestão de usuários e controlo de acesso, figura 25, permite, não só o cadastro de novos

usuários, bem como a recuperação dos dados de entrada, em caso de esquecimento, e está dividido

em quatro partes ou níveis de acesso:

1. Público

2. Registado

3. Especial

3.1. Autores

3.2. Revisores

3.3. Editores

4. Administradores

Page 86: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

72

Figura 25 Protótipo, Formulário de entrada para utilizadores registados

Público

Como o próprio nome sugere, estes são aqueles usuários não registados no website, eles podem

aceder a maior parte dos conteúdos do website, entretanto, tem algumas limitações quanto a

algumas funcionalidades avançadas do mesmo.

Registado

Este é o grupo de visitantes que, em princípio públicos, cadastram-se no website, para passarem a

ter acesso a todas as funcionalidades do website.

Especial

A este grupo de usuários correspondem todos aqueles envolvidos na actualização dos conteúdos do

website, sendo que os autores podem apenas criar artigos, enquanto os revisores podem, também,

modificar artigos. Já os editores têm total controlo sobre os conteúdos do website, podendo,

inclusive, remover ou arquivar artigos.

Os usuários pertencentes ao grupo especial são registados pelo administrador do website, ou seja,

estes usuários não podem efectuar o registo espontâneo disponibilizado no formulário de registo

(figuras 24 e25).

Page 87: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

73

Administrador

Por último o administrador do website, que é o usuário com total controlo sobre o sistema, acumula

todas as funcionalidades dos grupos anteriormente descritos e tem, ainda, acesso a funcionalidades

que lhe permitem reestruturar a aparência do site, adicionar ou remover funcionalidades, registar

usuários do grupo especial, efectuar tarefas de manutenção e/ou parametrização ou até parar o

funcionamento do website.

Registo para novidades

A sindicalização é uma técnica que permite compartilhar informações entre diferentes websites

através do formato Rich Site Summary (RSS), um formato padronizado para a troca de notícias. É

semelhante à newsletter, que muitos sites oferecem, como forma de manter seus usuários

actualizados. A grande diferença é que não há necessidade de o usuário fornecer um endereço de e-

mail, diminuindo sua privacidade e fornecendo um canal de comunicação directo com eles (Batista,

2007).

Figura 26 Protótipo, Registo para novidades

Através do ícone realçado na figura 26, os visitantes podem registar-se para que possam receber

novidades sobre a informação actualizada no website sem precisar para tal de fornecer o seu correio

electrónico.

Basta aceder ao ícone “recentes”, o visitante é direccionado à página de pré-visualização (figura

seguinte) onde poderá, de seguida, escolher um dos diversos leitores gratuitos de notícias em

formato RSS.

Click neste ícone

para registar-se

Page 88: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

74

Figura 27 Protótipo, Pré-visualização de Registo para novidades

Espaço para comentários e sugestões

Esta funcionalidade está dividida em duas partes, a saber:

Os Contactos

É possível aos visitantes do website interagirem directamente com os diversos colaboradores da

Descobrimentos, através da secção de contactos que lista todos os dados necessários para se fazer

contacto com a empresa, sendo ainda possível filtrar os contactos listados pelos diversos

departamentos que compõe a Descobrimentos, conforme se pode ver na figura 28.

Page 89: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

75

Figura 28 Listagem de Contactos

Após a selecção de determinado contacto, o visitante poderá enviar uma mensagem que será

direccionada para o correio electrónico do contacto seleccionado. O visitante tem, também, a opção

de salvar os detalhes do contacto, num formato digital muito comum, o vCard, que pode ser

importado por diversas aplicações, tais como gestores de correio electrónico (ex: MS Outlook),

agendas de telefones móveis, entre outros. A figura 29 ilustra a interface que permite o envio de

mensagens diversas, comentários, sugestões, reclamações, etc.

Filtragem por

Departamento

Page 90: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

76

Figura 29 Protótipo, formulário para envio de mensagem, comentário ou sugestão

Fórum de Debate

Um fórum de debate online é um espaço virtual, onde os participantes podem trocar e discutir ideias

em diversas áreas. Os participantes podem adicionar as suas opiniões e ideias (usualmente

chamadas post) e podem comentar opiniões de outros participantes do debate.

A Descobrimentos organiza, regularmente, espaços para reflexão sobre temas como o

empreendedorismo, uso de tecnologias no ensino, etc. A figura 30 ilustra a página de entrada do

fórum de debate, com diversos tópicos, onde o visitante pode participar, destacando apenas que,

para poder fazer um post, o visitante deve registar-se no website.

Page 91: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

77

Figura 30 Fórum de Debate com diversos tópicos

Recursos online

O protótipo apresenta também alguns recursos que visam dinamizar as actividades quotidianas da

empresa:

Suporte técnico online

Usuários registados podem fazer uso do módulo de perguntas e respostas (figura 31), para obter

suporte técnico. Este módulo baseia-se, também, no princípio de colaboração entre os usuários e

funciona do seguinte modo:

1. O usuário necessitado de suporte (devidamente registado) acede à página de suporte (figura

31), selecciona uma categoria que se ajuste à sua necessidade e introduz a sua questão;

2. A equipe de suporte técnico ou qualquer usuário que saiba como solucionar o problema

proposto pode dar o seu contributo;

3. O usuário que colocou a questão escolhe de entre as diversas respostas a que lhe foi útil;

Page 92: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

78

4. Em casos futuros, outros usuários podem beneficiar-se da mesma solução, poupando tempo

ao cliente e/ou a equipe de suporte técnico, pois, através desta ferramenta, pode-se criar um

repositório para suporte aos clientes.

Figura 31 Protótipo, espaço para perguntas e respostas

Uma outra alternativa de suporte técnico para usuários que tenham situações de emergência é o

módulo de conversa em tempo real (chat), onde o cliente pode interagir com a equipe de suporte

técnico, bem como com outros usuários que estejam online. O uso do chat constitui uma excelente

alternativa de suporte técnico, pois esta tem a virtude de minimizar custos em chamadas telefónicas

ou deslocação dos técnicos e, ainda, permite que o cliente disponha de uma linha constantemente

aberta, o que certamente aumenta a confiança do cliente na empresa.

Page 93: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

79

Figura 32 Protótipo, Chat online

Contratações online

O website disponibiliza, também, interfaces que permitem, aos visitantes, manifestarem o seu

interesse:

ü Nos serviços da empresa (figura 33),

ü Em tornarem-se colaboradores, submetendo o seu curriculum vitae e/ou portfólio (figura

34);

ü Em estabelecer parcerias com a Descobrimentos (figura 35).

Page 94: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

80

Figura 33 Protótipo, Formulário para manifestação na contratação de serviços

Figura 34 Protótipo, Formulário para candidatura a vaga na empresa

Page 95: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

81

Figura 35 Protótipo, Formulário para manifestação para parceria

Estes podem ser poderosos recursos para a captação de oportunidades de negócio para a empresa,

pois dão, à empresa, uma postura mais dinâmica e arrojada, o que, certamente será um diferencial,

para cativar a aceitação do mercado.

Serviços online

A Descobrimentos fornece serviços de consultoria gratuita, aos empreendedores, com o fito de

estimular o empreendedorismo e auto-emprego, no país. Para atender a esta necessidade, foi criado

um formulário que permite a submissão de pedidos de consultoria gratuita (figura 36), onde o

interessado faz um breve resumo sobre a sua ideia de negócio e ainda tem a possibilidade de anexar

ao seu pedido um documento com mais detalhes: o plano de negócios. O interessado pode, também,

especificar no formulário as suas necessidades específicas de apoio, como sejam: consultoria

gratuita, ajuda para a localização de parceiros ou aconselhamento sobre financiamentos.

Page 96: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

82

Figura 36 Protótipo, Formulário para acesso a consultoria gratuita

A Descobrimento organiza, regularmente, uma série de ventos tais como palestras, conferências,

formações, entre outros eventos da mesma índole. A empresa apontou a necessidade de veicular

informações sobre estes eventos, de modo a tornar mais dinâmica a convocação dos interessados.

Para suprir esta necessidade, adicionou-se, ao website, um módulo para gestão de eventos, dividido

em 4 partes:

1ª Calendário (figura 37)

Está presente em todas as páginas, indicando a data actual e assinala, com cores diferentes, as datas

em que irão ocorrer diversos eventos organizados pela empresa. Com um clique sobre a data

destacada, o visitante acede aos detalhes sobre o evento.

Page 97: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

83

Figura 37 Protótipo, Eventos

2ª O lembrete (figura 38)

O lembrete recorda aos visitantes sobre os eventos que irão ocorrer, brevemente. Os eventos

publicados no lembrete são, também, enviados para os usuários que se registaram para a recepção

de novidades, via RSS Feeds.

3ª Sistema de pesquisa de eventos (figura 39)

O módulo de gestão de eventos disponibiliza, aos visitantes, um interface maleável para a busca de

eventos, através de palavras-chave e, também da filtragem dos resultados, em intervalos de datas.

Figura 39 Protótipo, Pesquisa de eventos

Figura 38 Protótipo, Visualização de eventos a ocorrer em data próxima

Page 98: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

84

4ª A gestão de eventos (figura 43)

Esta é a zona de administração do módulo de gestão de eventos e será descrita em detalhe na secção

seguinte.

Gestão de Conteúdos

Um dos pontos mais importantes do protótipo ora apresentado é o facto de este aproveitar, ao

máximo, as potencialidades das ferramentas CMS, em particular, o Mambo/Joomla, na

descentralização das tarefas de actualização do website, ou seja, a gestão de conteúdos. Fazendo uso

dos níveis de acesso dos grupos de utilizadores anteriormente descritos, o website permite que os

usuários do grupo especial acedam a funcionalidades que não estão disponíveis para os outros

grupos (figura 40):

Figura 40 Módulo de usuário avançado

Gestão de Artigos

Os usuários especiais podem manipular os diversos artigos do website. De acordo com o seu nível

de acesso, eles podem criar e editar artigos, livremente, sem a necessidade da intervenção do

administrador do website, conforme se pode ver na figura 41.

Page 99: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

85

Figura 41 Protótipo, criação de conteúdo

As potencialidades oferecidas aos usuários do grupo especial são tais que estes podem definir em

que partes do website querem adicionar o novo conteúdo, se este estará visível na página inicial,

agendar a publicação do conteúdo, definir as regras de acesso, de acordo com os níveis de acesso

anteriormente descritos, manipular diversos tipos de conteúdos multimédia ligadas ao artigo entre

outras funcionalidades. A figura 42 ilustra as configurações principais na publicação de um novo

conteúdo:

Page 100: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

86

Figura 42 Protótipo, agendamento e configuração de níveis de acesso de novos conteúdos

Eventos

Enquanto conteúdos, os eventos também podem ser livremente geridos pelos colaboradores da

empresa, sem a intervenção do administrador do website, desde que, para tal, estes colaboradores

estejam registados no grupo de usuários especiais.

A figura 43 ilustra o módulo de gestão de eventos, onde o usuário pode criar alterar ou apagar

eventos.

Page 101: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

87

Figura 43 Protótipo, Gestão de Eventos

Este módulo possibilita, à semelhança do anterior, a configuração das restrições de acesso pois há

eventos que podem ser vistos por todos e outros que dizem respeito, apenas, aos colaboradores da

empresa. Permite, também, a categorização dos eventos, no caso presente, podem-se encontrar

categorias tais como conferências, palestras, reuniões, lazer, etc.

A figura 44 ilustra a criação de um novo evento:

Page 102: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

88

Figura 44 Criação de novo evento

Os eventos podem, também, ser agendados para que ocorram periodicamente, seja diariamente,

semanalmente, mensalmente ou até anualmente.

Níveis de acesso

Categorias

Page 103: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

89

c) Implantação e manutenção do website

A implantação do protótipo far-se-á em três etapas:

1ª Formação dos usuários especiais

Os usuários especiais, isto é, os colaboradores da Descobrimentos que serão responsáveis pela

gestão de conteúdos, deverão passar por uma breve formação sobre os procedimentos a tomar para a

criação, edição ou remoção de artigos e/ou eventos no website.

2ª Teste do protótipo

O protótipo será testado em ambiente restrito, com um grupo de estudantes da disciplina de

simulação empresarial. Os envolvidos no teste deverão participar dos fóruns de debate, usar os

meios de obtenção de suporte técnico, nomeadamente o chat e o espaço colaborativo para perguntas

e respostas. No ambiente de teste, poderão, também, ser exploradas outras funcionalidades como a

submissão de pedidos de consultoria gratuita, parcerias e contratação de serviços entre outras

funcionalidades.

3ª Correcção e hospedagem do website

Após terminado o período de teste do protótipo, que irá ser de cerca de um semestre lectivo, serão

corrigidos todos os eventuais erros detectados ou melhorias propostas pelos participantes do teste.

Feito isto, o sistema poderá ser disponibilizado na internet, recorrendo-se a uma das diversas

empresas que se dedicam à hospedagem de websites, no país, sem esquecer, claro, da reserva do

domínio da empresa junto das instâncias competentes.

A manutenção do website poderá ser efectuada pelo administrador do website, usando a conta de

administrador que tem acesso a todas as funcionalidades de manutenção, conforme foi descrito

anteriormente.

Page 104: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

90

4.4. Síntese Recorrendo à metodologia Agile Web Development, foi desenvolvido, em colaboração estreita com

os usuários finais, um protótipo funcional que responde às necessidades da empresa a que este se

destina.

O protótipo disponibiliza interfaces amigáveis que permitem, aos visitantes, a interacção dinâmica

com a empresa. Estes interfaces possibilitam que se faça desde a recolha dos dados dos visitantes,

disponibilização de serviços e/ou recursos online, como a manifestação de interesse na contratação

de serviços, colaboradores ou ainda em parceria com a empresa, até ao suporte técnico online aos

clientes da empresa sob a forma de um repositório de perguntas e respostas ou ainda a conversação

em tempo real (chat) com a equipe de suporte técnico.

A actualização dos conteúdos do website sejam artigos, eventos ou multimédia, estará a cargo dos

diversos colaboradores da empresa (cada um na sua área de especialização), através de contas com

permissões especiais que lhes darão acesso aos módulos necessários para o efeito.

A implantação do protótipo passará pela formação dos usuários responsáveis pela gestão dos

conteúdos do website (aqui definidos como grupo especial), de seguida, o protótipo será testado em

ambiente simulado por um grupo restrito, que contribuirá, activamente, para a detecção de erros e

melhoria das funcionalidades do protótipo que será, finalmente, hospedado em um servidor, ainda

por seleccionar, entre os diversos disponíveis no país.

Page 105: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

91

Capítulo 5 Conclusões

&

Recomendações

Page 106: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

92

5. Capítulo – Conclusões & Recomendações

5.1. Conclusões Da exposição feita na revisão teórica pode-se, facilmente, depreender que os Sistemas de Gestão de

Conteúdos constituem uma mais-valia para a crescente demanda de websites na Internet e, em

particular, em Moçambique. O contínuo crescimento de conteúdos, tanto em quantidade como em

complexidade, sugerem uma nova abordagem a problemática da gestão de conteúdos, onde o

elemento colaborativo passa a ter um papel preponderante para a manutenção dos websites.

Do estudo ora exposto, pode-se chegar, em conformidade com os objectivos do mesmo, às

seguintes conclusões:

Sobre a Hipótese básica considerada na pesquisa

Enunciado: Existe uma grande tendência de as empresas, fornecedoras de serviços de

desenvolvimento de páginas Web aderirem ao uso de ferramentas CMS, para atenderem à

crescente demanda do mercado.

Os inquéritos realizados validaram a hipótese básica, pois todas as empresas inqueridas mostraram

números consistentes de websites concebidos e geridos com recurso a ferramentas CMS, tendo

ainda como factor determinante o facto de estas mesmas empresas estarem a investir na formação

de seus técnicos, o que pode ser usado como um indicador de que as empresas tendem a dar mais

seriedade ao uso de Gestores de Conteúdos, através da profissionalização do seu uso. Há ainda o

interessante facto de se ter verificado que os Sistemas de Gestão de Conteúdos estão presentes,

também, nas empresas não especializadas na concepção de páginas Web que, entretanto, concebem

os seus Websites usando recursos internos, ou seja, através da sua própria equipa técnica.

Por detrás desta tendência está, certamente, a crescente demanda por websites dinâmicos e com um

visual atractivo, que valorize a imagem dos proprietários dos mesmos. Os especialistas em

desenvolvimento de websites vêem-se confrontados com um mercado cada vez mais exigente, tanto

em quantidade como em qualidade, e, se considerarmos os pontos comuns que a maioria dos

websites têm, sobretudo em funcionalidade genéricas, tais como mecanismos de busca, níveis de

acesso, disponibilização dos conteúdos em mais de uma língua, entre outros, que, sendo repetitivos

e certamente complexos, atraem os desenvolvedores de websites para o uso de CMS, pois estes têm

estas funcionalidades genéricas já implementadas, bastando, ao desenvolvedor, activá-las para que

Page 107: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

93

fiquem disponíveis para o uso dos visitantes do website. Estes factores conjugados apontam para os

Sistemas de Gestão de Conteúdos como uma tecnologia que está e continuará ganhando, cada vez

mais, expressão no mercado Moçambicano, como uma solução viável para a gestão e valorização da

crescente diversidade de conteúdos disponíveis nos diversos websites moçambicanos.

Sobre as Hipóteses secundárias

Enunciado: O CMS mais utilizado em Moçambique é o Mambo/Joomla.

Esta hipótese é falsa, pois, para além do Joomla, junta-se o eZ Publish como as ferramentas CMS de

mais expressão, em Moçambique. No entanto, vale notar que este segundo aparece somente num

ambiente profissional, isto é, junto de empresas que dedicam-se especialmente ao desenvolvimento

de páginas Web, enquanto o Joomla surge, também, no seio de empresas que não se dedicam

especialmente à concepção de páginas Web, mas sim a outras áreas de negócio em que se viu

necessário marcar a presença da empresa, na internet.

Enunciado: Este CMS é o mais utilizado devido a facilidade de parametrização de que dispõe.

Geralmente, todos os inqueridos mostraram especial interesse na facilidade de uso da ferramenta

CMS de sua preferência e existe unanimidade, neste factor, em relação ao Joomla. Um outro factor

relevante é a enorme disponibilidade de recursos gratuitos, na Internet, refere-se aqui a módulos,

templates, extensões e inclusive material de referência e suporte ao desenvolvimento. Por outro

lado, embora o eZ Publish apresente uma curva de aprendizagem mais elevada, este apresenta,

também, maior maleabilidade, para os casos em que o website tem requisitos mais complexos

como, por exemplo, a integração com outros sistemas já existentes na organização ou a

implementação de regras de negócio peculiares à organização.

De um modo geral, Sistemas de Gestão de Conteúdos de fácil uso são os que ganham predilecção,

junto dos desenvolvedores de website, sobretudo devido a rapidez de resposta ao cliente que estes

CMS conferem aos desenvolvedores.

Enunciado: Os desenvolvedores de websites não estão familiarizados ou simplesmente não

conhecem algum outro CMS, além do Mambo/Joomla.

Esta hipótese mostrou-se falsa, pois, tanto a nível das empresas inqueridas, como dos websites

visitados, pôde notar-se a presença de outros CMS que, embora em pequena escala, foram ou são

usados na concepção e gestão de páginas Web, destacando-se entre eles, o Zope/Plone e o

WordPress. Entretanto, para o porte das empresas inqueridas, considera-se, aqui, o número

Page 108: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

94

estimado de websites desenvolvidos por estas, bem como o tempo em que estas operam no

mercado. Nota-se que deveria haver maior diversidade de CMS em uso, se consideramos que não

existe um CMS que apresenta uma solução suficientemente genérica que abarque todas as áreas de

negócio ou necessidades do cliente.

Enunciado: Ao usar este CMS não se toma em conta as características específicas (área de

actuação, objectivos, etc.) da organização a que este se destina (Batista, 2007).

Embora, actualmente, as ferramentas CMS estejam bastante evoluídas e forneçam, cada vez mais,

possibilidade e/ou funcionalidade aos usuários, o sucesso da implantação de uma solução CMS está

intrinsecamente ligada ao ajustamento das ferramentas às características da organização alvo.

Conforme se pode observar, na tabela 3, o estudo mostra que os desenvolvedores de websites

apegam-se a apenas uma ferramenta CMS, como solução para quase todos os seus clientes. Este

comportamento traz evidentes vantagens, tais como a facilidade de suporte técnico e a valorização

da experiência do desenvolvedor, em relação a determinada ferramenta, no entanto, a uniformização

da ferramenta CMS pode constituir um factor de estrangulamento do potencial conferido pelas

ferramentas CMS, na medida em que cada cliente ou grupo de clientes tem necessidades

características do seu negócio, neste caso particular, pode-se considerar a distribuição sectorial das

empresas que participaram na pesquisa (ver gráfico 4).

Soluções dinâmicas não devem ser usadas de modo estático

Os sítios Web não podem ser considerados pelas empresas como “montras” para as habilidades do

Web Designer (Quaresma, et al., 2006).

Das observações feitas nos websites das empresas do Ranking das 100 maiores da KPMG 2007,

notou-se uma super valorização dos aspectos visuais, isto é, a estética do website, em detrimento

das funcionalidades do mesmo (ver gráficos 9, 14 e 18). Isto constitui uma enorme barreira, para a

evolução do novo conceito apresentado pelas ferramentas CMS, pois desvia a atenção, tanto dos

desenvolvedores como dos clientes, daquilo que deve ser a presença de uma empresa, na internet,

isto é, tornar o website como uma extensão, ou um “braço vivo” da empresa na internet, capaz de

aumentar a dinâmica e, consequentemente, a valorização da empresa num mercado cada vez mais

exigente. Os desenvolvedores de websites devem, portanto, dar maior ênfase às funcionalidades das

soluções propostas aos seus clientes, obviamente que sem descurar os aspectos estéticos da mesma

que, sem sombra de dúvida, constituem também uma mais-valia para a imagem do cliente.

Page 109: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

95

5.2. Recomendações

Convergência Tecnológica e Cultural

Os Sistemas de Gestão de Conteúdos trazem, à luz, um novo panorama, em que o cliente passa a ser

a peça central que deve dar vida ao website. Nesta nova abordagem, a valorização dos conteúdos

está sob total responsabilidade do cliente e isto sugere uma profunda mudança na cultura

tecnológica das organizações, onde os colaboradores devem assumir o papel principal na liderança

da transformação tecnológica da organização, pois, de outro modo, a tecnologia CMS não surtirá o

efeito esperado, na organização.

O papel do administrador do Website

É importante que os desenvolvedores do Website compreendam, perfeitamente, e deixem bem

claro, para os clientes o papel do administrador do website.

Trivialmente conhecido como webmaster, o administrador do website, que muitas vezes acumula a

função de designer (aquele que cuida da estética do website), é o responsável pela planificação,

definição e implementação da estrutura básica do website. Na abordagem CMS, o webmaster não

participa na gestão dos conteúdos (ver figura 6), esta função cabe, como foi referido anteriormente,

aos colaboradores da organização alvo, cada um na sua área de excelência.

Após a implantação do website, cabe ao webmaster:

ü Efectuar as tarefas básicas de manutenção: Cópia de segurança (backup), gestão de versões,

actualização das tecnologias, etc.

ü Propor e/ou implantar propostas de melhorias no website, tais como o acréscimo de

funcionalidade, correcção de erros que possam ser detectados, etc.;

ü Efectuar a gestão dos níveis de acesso dos usuários especiais (autores, revisores e editores),

criando os usuários e atribuindo os níveis de acesso a cada um deles de acordo com as

instruções do próprio cliente;

ü O administrador do website deve ser um exímio gestor de conteúdos, pois este poderá ser

chamado, a qualquer momento, a prestar suporte técnico aos usuários especiais que serão,

em princípio, indivíduos com baixa experiência no uso de ferramentas CMS;

Page 110: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

96

5.3. Perspectivas de Continuidade Existe a possibilidade de estender este estudo alargando a amostra, de modo a obter mais dados,

sobretudo em relação a organizações não orientadas a fins lucrativos e que, na maior parte das

vezes, têm uma elevada propensão para a produção e gestão de conteúdos e criação de comunidades

virtuais, designadamente, instituições governamentais (ministérios, repartições, etc.) e organizações

não-governamentais operando nas diferentes áreas, tais como saúde, saneamento, educação cívica,

desenvolvimento rural, etc.

Pode-se também fazer uma aproximação aos proprietários dos Websites, para se saber, juntos

destes, sobre o impacto dos mesmos nas respectivas organizações, quer em termos de melhoria dos

processos de gestão da organização, bem como a sua opinião sobre a relação custo-benefício dos

websites.

Page 111: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

97

6. Referências Bibliográficas Batista, André Luiz França. 2007.Proposta de um Sistema para Ranqueamneto de Sistemas

Gerenciadores de Conteúdos Baseado em Análises Comparativas. Minas Gerais : LAVRAS

MINAS GERAIS – BRASIL, 2007.

Bax, Marcello Peixoto. 2003.GESTÃO DA INFORMAÇÃO EM EMPRESAS COM PORTAIS

PLONE. Minas Geráis : UFMG, 2003.

Boiko, B. 2005.Content Management Biblie. 2ª Edição. s.l. : Wiley Publishing Inc., 2005.

Busby, Michael. 2004.Learn Goolgle. Los Rios Boulevard/USA : Wordware Publishing In., 2004.

CIA. 2008. The World Fact Book. [Online] 2008. [Citação: 14 de 10 de 2009.]

htttp://www.ciafactbook.com.

cmsmatrix. 2009. cms matrix. cms mstrix. [Online] 2009. [Citação: 18 de 10 de 2009.]

http://www.cmsmatrix.org.

Coelho, Enilda Alves. 2004.Gestão de Conteúdos na Web com Plone . Belo Horizonte :

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2004.

Cologna, Adauto josé, et al. 2000.A Redacção do Trabalho Científico. São Paulo : Acta Cirurgica

Brasileira, 2000.

ContentManagment. 2001. Content Managment. Content Managment. [Online] 2001. [Citação: 05

de 10 de 2009.] http://www.contentmanager.eu.com.

Gestão de Conteúdos com Software Livres. Bax, Marcelo P. 2003. São Paulo : Escola de Ciência

de Informação-ECI/UFMG, 2003.

Kampffmeyer, Ulrich. 2006.ECM-Enterprise Content Management. Hamburg : PROJECT

CONSULT, 2006.

KPMG. 2008.100 maiores empresas de Moçambique. Maputo : Boom, 2008.

Lakatos, Eva Maria e Marconi, Marina de Andrade. 1992.Metodologia do Trabalho Científico

4ª Edição. São Paulo : Editora Atlas S.A., 1992.

Page 112: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

98

Miranda, Nathalia Teixeira e Zeve, Carlos Mário Dal'col. 2007.Portal de Comunicação para

gestão de Conteúdos. Guaíba : ULBRA, 2007.

Oakes, Graham. 2008. Introduction to Content Management Systems. Free Software Magazine.

2008.

Pereira, Júlio C. L. e Bax, Marcelo P. 2002.Introdução à Gestão de Conteúdos. São Paulo :

Workshop Brasileiro de Inteligência e Gestão do Conhecimento, 2002.

Powel, T. A. 2002.Web Design: The complete Reference. 2ª edição. Berkeley : McGraw-Hill Inc.,

2002.

Quaresma, Rui Filipe, Huertas, Paula Luna e del Castillo, José Carlos Ruiz. 2006. Análise do

Comercio Electrónico em Portugal: Prática de Negócios ou Ficção Comercial? Journal of

information System and Technology. 2006, Vol. 3, pp. 291-314.

Raposo, Celso, Calú, Iolanda e Chilaule, Adelina. 2008. Serviços. KPMG-100 maiores empresas

de Moçambique. 2008.

Silva, A. F. 2006.Web Semântica e Gestão de Conteúdos: um estudo de caso em um departamento

acadêmico. Alagoas : Universidade Federal de Alagoas, 2006.

Terra, J. C. C e Gordon, C. 2002.Portais Corporativos: A Revolução na Gestão do

Conhecimento. São Paulo : Negócio Editora, 2002.

Thomas, Dave, et al. 2007.Agile Web Development with Rails. s.l. : Pragmatic Bookshelf, 2007.

Tuckman, B. 2000.Manual de Investigação em Educação. Lisboa : Fundação Calouste Gulbenkian,

2000.

w3c. 2008. w3c Standards. w3c. [Online] 2008. [Citação: 10 de 10 de 2009.] http://www.w3.org/.

Webb, Amy, Benkoil, Dorian e Glenn, A. Adam. 2007.Choosing the Right Content Managment

System for Your Web Site(s). s.l. : BVG Media Consulting, 2007.

Williams, S. 2006. Content Manger-Types os CMS. contentmanager. [Online] 2006. [Citação: 17

de 08 de 2009.] http://www.contentmanager.eu.com.

Page 113: TL Vali Issufo

USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010

99

7. Anexos

Page 114: TL Vali Issufo
Page 115: TL Vali Issufo
Page 116: TL Vali Issufo
Page 117: TL Vali Issufo
Page 118: TL Vali Issufo
Page 119: TL Vali Issufo
Page 120: TL Vali Issufo

i

Websites Visitados

Ranking KMPG 2007

Sector Empresa Enderço Web CMS usado Data de Consulta

1 Indústria Mozal, SARL Inacessivel 17/Setembro/09 2 Energia e

RecursosMinerais Hidroeléctrica de CahoraBassa, SARL

http://www.hcb.co.mz

eZ Publish 17/Setembro/09

3 Comunicações MoçambiqueCelular, SARL http://www.mcel.co.mz

Joomla 17/Setembro/09

4 Energia e RecursosMinerais

Petromoc- Petróleos de Moçambique, SARL

www.petromoc.co.mz

Joomla 17/Setembro/09

5 Energia e RecursosMinerais

EDM- Electricidade de Moçambique, SARL

http://www.edm.co.mz/

nenhum 17/Setembro/09

6 Alimentação e Bebidas

Cervejas de Moçambique E.P. http://cervejamocambique.blogspot.com/http://www.cervejamocambique.com.br/

nenhum 17/Setembro/09

7 Energia e RecursosMinerais

BP Moçambique, Lda http://www.bp.com

nenhum 17/Setembro/09

8 Banca e Leasing BIM-Banco Internacional de Moçambique, SARL

http://www.millenniumbim.co.mz/

nenhum 17/Setembro/09

9 Energia e RecursosMinerais

Motraco, SARL http://www.motraco.co.mz

Joomla 17/Setembro/09

10 Energia e RecursosMinerais

Sasol Petroleum Temane, Lda http://www.sasol.com

nenhum 17/Setembro/09

Page 121: TL Vali Issufo

ii

11 Comunicações TDM, Telecomunicações de Moçambique, E.P.

http://www.tdm.mz/

nenhum 17/Setembro/09

12 Construção C.M.C. Africa Austral, Lda http://www.cmcafricaaustral.com (Inacessivel)

PHP Nuke 17/Setembro/09

13 Transportes LAM-Linhas Aéreas de Moçambique

http://www.lam.co.mz/

eZ Publish 17/Setembro/09

14 Indústria Cimentos de Moçambique, SARL Nãoencotrado 17/Setembro/09 15 Transportes CFM-Portos e Caminhos de Ferro

de Moçambique E.P. http://www.cfmnet.co.mz/

nenhum 17/Setembro/09

16 Alimentação e Bebidas

Coca-Cola Sabco (Moçambique), SARL

http://www.cocacolasabco.com

nenhum 17/Setembro/09

17 Agricultura Mozambique Leaf Tobacco, Lda Nãoencotrado 17/Setembro/09 18 Transportes Manica Freight Services, SARL Nãoencotrado 17/Setembro/09 19 Banca e Leasing BCI-Banco Comercial e de

Investimentos http://www.bci.co.mz/

nenhum 17/Setembro/09

20 Banca e Leasing Standard Bank, SARL http://www.standardbank.co.mz/

eZ Publish 17/Setembro/09

21 Energia e RecursosMinerais

PetrogalMoçambique, SARL http://www.galpenergia.com/

N.I 10-Apr-2010

22 Transportes Mocargo-Empresa Moçambicana de Cargas, SARL

http://www.mocargo.com

N.I 10-Apr-2010

23 Comércio Toyota de Moçambique, SARL http://www.toyota.co.mz/

N.I 10-Apr-2010

24 Indústria BAT-British American Tobacco Mozambique

http://www.bat.com/

N.I 10-Apr-2010

25 Transportes Cornelder de Moçambique, SA http://www.cornelder.com.mz (inacessivel)

10-Apr-2010

26 Banca e Leasing Barclays Bank Moçambique, SA http://www.bar eZ Publish 10-Apr-2010

Page 122: TL Vali Issufo

iii

clays.co.mz/

27 Seguros Emose, SARL http://www.emose.co.mz/

eZ Publish 10-Apr-2010

28 Construção CETA-Construções e serviços, SARL http://www.ceta.co.mz/

N.I 10-Apr-2010

29 Transportes MPDC-Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo, SARL

http://www.portmaputo.com/

N.I 10-Apr-2010

30 Comércio Entreposto Comercial de moçambique, SARL

Nãoencotrado 10-Apr-2010

31 Comércio KalengaComercial, SARL Nãoencotrado 10-Apr-2010 32 Seguros SIM-Seguradora Internacional de

Moçambique, SARL Nãoencotrado 10-Apr-2010

33 Energia e RecursosMinerais

Petromoc e Sasol, SARL http://www.dotcom.co.mz/petromoc/

Joomla 10-Apr-2010

34 Comércio Construa, Lda Nãoencotrado 10-Apr-2010 35 Comércio GaniComercial, Lda Nãoencotrado 17-Apr-2010

36 Comércio UnicomoMoçambique, Lda Nãoencotrado 17-Apr-2010 37 Transportes CDN-Corredor de desenvolvimento

do Norte, SARL Nãoencotrado 17-Apr-2010

38 Energia e RecursosMinerais

Compania Moçambicana de Hidrocarbonetos, S.A.

http://www.cmh.co.mz/

eZ Publish 17-Apr-2010

39 Comércio Game Discount World Moçambique, Lda

http://www.game.co.za

N.I 17-Apr-2010

40 Transportes Aeroportos de Moçambique http://www.aeroportos.co.mz/

eZ Publish 19-Apr-2010

41 Energia e RecursosMinerais

Intelec Holdings, Lda. http://www.intelecholdings.com/

N.I 19-Apr-2010

Page 123: TL Vali Issufo

iv

42 Seguros Global Aliance CGSM Seguros, SARL

http://www.ga.co.mz

N.I 19-Apr-2010

43 Alimentação e Bebidas

Águas de Moçambique, SARL http://www.aguamoz.co.mz

N.I 19-Apr-2010

44 Pescas Pescamar, Lda http://www.pescamar.co.mz (Inacessivel)

19-Apr-2010

45 Transportes MIPS-Serviço Internacional de Portos de Moçambique, SARL

http://www.mips.co.mz/

N.i 19-Apr-2010

46 Transportes TransportesLalgy, Lda http://www.lalgy.co.mz (Inacessivel)

19-Apr-2010

47 Comércio Ronil, Lda http://ronil-auto.co.mz (Inacessivel)

19-Apr-2010

48 Construção Televisa-Sociedade Técnica de Obras e Projectos, Lda

http://www.grupovisabeira.pt/telecom/televisamoz/

N.I 19-Apr-2010

49 Comércio Mercury, Lda Nãoencotrado 19-Apr-2010 50 Pescas Efripel-Entreposto Frigorífico de

Moçambique, Lda Nãoencotrado 19-Apr-2010

51 Serviços DCC-Consultores de Tecnnologias e Informação, Lda

http://www.dcc.co.mz/

N.I 20-Apr-2010

52 Comunicações TV CABO-Comunicações Multimédia, Lda

http://www.tvcabo.co.mz/

eZ Publish 20-Apr-2010

53 Comércio AgrifocusLda http://www.agrifocus.co.mz

20-Apr-2010

54 Comércio Técnica Industrial, Lda Nãoencotrado 20-Apr-2010 55 Comércio Mega-Distribuição de

Moçambique, Lda Nãoencotrado 20-Apr-2010

Page 124: TL Vali Issufo

v

56 Banca e Leasing BancoProcredit, SA http://www.bancoprocredit.co.mz/

Joomla 20-Apr-2010

57 Indústria AberdareIntelec (Moç), Lda Nãoencotrado 20-Apr-2010 58 Comércio Ferro Moçambique http://www.fer

pinta.pt/mapa.asp?page=35

N.I 20-Apr-2010

59 Comércio Medimoc, SARL http://www.medimoc.co.mz

Joomla 20-Apr-2010

60 Indústria Académica, Lda Nãoencotrado 20-Apr-2010 61 Comércio Bytes and Pieces, Lda http://www.byt

espieces.com/ N.I 20-Apr-2010

62 Indústria HigestMoçambique, Lda Nãoencotrado 20-Apr-2010 63 Transportes MEX-MoçambiqueExpresso, SARL 20-Apr-2010 64 Construção Emocil, Lda Nãoencotrado 20-Apr-2010 65 Hotelaria e Turismo SalvorHotéisMoçambique, SARL Nãoencotrado 20-Apr-2010 66 Seguros HollardSeguros, SARL http://www.holl

ard.co.mz/ N.I 20-Apr-2010

67 Indústria FerpintaMoçambique-IBPS, SARL http://www.ferpinta.pt/mapa.asp?page=73

N.I 21-Apr-2010

68 Indústria TopackMoçambique, SARL Nãoencotrado 21-Apr-2010 69 Comércio Tecnel Service, Lda Nãoencotrado 22-Apr-2010 70 Comunicações TVM-Televisão de Moçambique,

E.P. http://www.tvm.co.mz/

Joomla 22-Apr-2010

71 Hotelaria e Turismo Avis-Moçambique CarRental, Lda http://www.avis.com

26-Apr-2010

72 Construção Sulbrita, Lda Nãoencotrado 26-Apr-2010 73 Banca e Leasing African Banking Corporation

(Mozambique) http://www.africanbankingcorp.com/abc/view/abc/en/page71

26-Apr-2010

Page 125: TL Vali Issufo

vi

74 Indústria Cimbetão-Cimpor Betão Moçambique, SARL

http://www.cimpor.pt

N.I 26-Apr-2010

75 Serviços KPMG Moçambique http://www.kpmg.co.mz/

eZ Publish 26-Apr-2010

76 Comunicações Siemens, Lda Nãoencotrado 26-Apr-2010 77 Comércio Lalgy Truck Sales, Lda Nãoencotrado 26-Apr-2010 78 Comunicações Sociedade do Notícias, SARL http://www.jor

nalnoticias.co.mz

Berilio 26-Apr-2010

79 Comércio A&L Enterprises Nãoencotrado 26-Apr-2010 80 Banca e Leasing Socremo-Sociedade de Crédito de

Moçambique, SARL http://www.socremo.com/

Joomla 26-Apr-2010

81 Indústria Carmoc, Lda Nãoencotrado 26-Apr-2010 82 Alimentação e

Bebidas Lusovinhos, Lda Nãoencotrado 26-Apr-2010

83 Transportes TMP, Transportes Públicos de Maputo, E.P.

Nãoencotrado 26-Apr-2010

84 Hotelaria e Turismo Turvisa-EmpreendimentosTurísticos, Lda

Nãoencotrado 27-Apr-2010

85 Comércio Home Center, Lda http://www.homecenterlda.co.mz/

N.I 27-Apr-2010

86 Comércio Dataserv, Lda http://www.dataserv-mz.com/

N.I 27-Apr-2010

87 Comunicações Listas Telefónicas de Moçambique, Lda

http://www.paginasamarelas.co.mz/

N.I 27-Apr-2010

88 Alimentação e Bebidas

S. E. Ginwala& Filhos, Lda Nãoencotrado 27-Apr-2010

89 Banca e Leasing UCB-União Comercial de Bancos (Moç), SARL

Nãoencotrado 27-Apr-2010

90 Comércio MafuiaComercial, Lda Nãoencotrado 27-Apr-2010

Page 126: TL Vali Issufo

vii

91 Transportes Matola Cargo Termina, SARL http://www.mozspan.co.mz/ (Inacessivel)

27-Apr-2010

92 Indústria AlifQuímica Industrial Nãoencotrado 29-Apr-2010 93 Serviços Austral Cowi, Lda http://www.aus

tralcowi.co.mz/ Joomla 27-Apr-2010

94 Comércio Sodial, lda Nãoencotrado 29-Apr-2010 95 Banca e Leasing Gapi, SARL http://www.gap

i.co.mz Joomla 29-Apr-2010

96 Transportes DHL Moçambique, Lda http://www.dhl.co.mz

N.I 29-Apr-2010

97 Comércio N.B.C. Representações, Lda Nãoencotrado 29-Apr-2010 98 Comércio Tropigalia, Lda http://www.tro

pigalia.co.mz N.I 29-Apr-2010

99 Transportes Mozambique Airport Handling Services

Nãoencotrado 29-Apr-2010

100 Construção Ergogest, Lda Nãoencotrado 29-Apr-2010

Legenda:

N.I. – Não Identifado