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Todos Precisamos Considerar como Estamos Edificando a Igreja; Precisamos Ser Os que Edificam com a Trindade Divina como os Materiais Preciosos e Transformados Todos precisamos considerar como estamos edificando a igreja; devemos ser os que estão edificando com a Trindade Divina como os materiais preciosos e transformados (vv. 8, 10, 12-13). — R. K. 236 EXTRATOS DAS MENSAGENS O EDIFÍCIO DE DEUS A Realização da Edificação Divina (Mensagem 10) Leitura Bíblica: 1 Tm 3:15; 1 Co 3:16-17; Ef 1:22-23; 2:21-22; 4:12, 16 I. A realização da edificação divina é a igreja em muitas localidades como casa de Deus para ser a habitação de Deus, o santuário santo no Senhor (1 Tm 3:15; Ef 2:21-22; 1 Co 1:2; 3:16-17): A. A edificação divina tem um aspecto universal e um aspecto local (Ef 2:21-22): 1. A expressão todo o edifício em Efésios 2:21 denota a edifica- ção universal, a edificação da igreja em todo o universo: a. Em Cristo, todo o edifício é bem ajustado e cresce para tornar-se um santuário dedicado no Senhor. b. Como o edifício é vivo (1 Pe 2:5), ele cresce; a verda- deira edificação da igreja como a casa de Deus ocorre pelo crescimento em vida dos crentes (Ef 4:15-16). c. Ao falar da edificação universal, devemos distinguir essa edificação de organização; as igrejas serão edifi- cadas juntas universalmente, mas não serão universal- mente organizadas (2:21). 2. As palavras também vós em Efésios 2:22 indicam que o edifício, no versículo 21, é universal, mas a edificação, no versículo 22, é local: a. Universalmente, a igreja é somente uma e cresce, para santuário dedicado ao Senhor; localmente, a igreja em determinada localidade também é uma só, e os santos locais são edificados juntos, tornando-se habitação de Deus na cidade onde vivem. b. A edificação universal é realizada somente por meio da edificação local (1 Co 14:4-5, 12). B. O edifício de Deus não é um edifício comum; é o santuário do Deus santo, o templo no qual habita o Espírito de Deus (3:16-17):

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Todos Precisamos Considerarcomo Estamos Edificando a Igreja;

Precisamos Ser Os que Edificam com a Trindade Divinacomo os Materiais Preciosos e Transformados

Todos precisamos considerar como estamos edificando a igreja;devemos ser os que estão edificando com a Trindade Divina como osmateriais preciosos e transformados (vv. 8, 10, 12-13). — R. K.

236 EXTRATOS DAS MENSAGENS

O EDIFÍCIO DE DEUS

A Realização da Edificação Divina(Mensagem 10)

Leitura Bíblica: 1 Tm 3:15; 1 Co 3:16-17; Ef 1:22-23; 2:21-22; 4:12, 16

I. A realização da edificação divina é a igreja em muitas localidadescomo casa de Deus para ser a habitação de Deus, o santuáriosanto no Senhor (1 Tm 3:15; Ef 2:21-22; 1 Co 1:2; 3:16-17):

A. A edificação divina tem um aspecto universal e um aspectolocal (Ef 2:21-22):

1. A expressão todo o edifício em Efésios 2:21 denota a edifica-ção universal, a edificação da igreja em todo o universo:

a. Em Cristo, todo o edifício é bem ajustado e crescepara tornar-se um santuário dedicado no Senhor.

b. Como o edifício é vivo (1 Pe 2:5), ele cresce; a verda-deira edificação da igreja como a casa de Deus ocorrepelo crescimento em vida dos crentes (Ef 4:15-16).

c. Ao falar da edificação universal, devemos distinguiressa edificação de organização; as igrejas serão edifi-cadas juntas universalmente, mas não serão universal-mente organizadas (2:21).

2. As palavras também vós em Efésios 2:22 indicam que oedifício, no versículo 21, é universal, mas a edificação, noversículo 22, é local:

a. Universalmente, a igreja é somente uma e cresce, parasantuário dedicado ao Senhor; localmente, a igreja emdeterminada localidade também é uma só, e os santoslocais são edificados juntos, tornando-se habitação deDeus na cidade onde vivem.

b. A edificação universal é realizada somente por meio daedificação local (1 Co 14:4-5, 12).

B. O edifício de Deus não é um edifício comum; é o santuáriodo Deus santo, o templo no qual habita o Espírito de Deus(3:16-17):

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1. O único santuário espiritual de Deus no universo tem suaexpressão em muitas cidades sobre a terra; cada expressãoé o santuário de Deus naquela cidade (1:2; 3:16).

2. O santuário de Deus no versículo 16 refere-se aos crentescoletivamente em determinada localidade (1:2).

3. O santuário de Deus em 3:17 refere-se a todos os crentesuniversalmente (Ef 2:21).

C. O quanto de edificação temos universal e localmente dependede quanto percebemos que Cristo é tudo na economia deDeus (Cl 3:10-11):

1. Cristo é o Todo-inclusivo, e não retemos nada além Dele(1:18; 2:19; 1 Co 1:30; 3:11).

2. Se retemos Cristo como tudo para nós, experimentamos agenuína edificação, localmente, e então universalmente(Ef 3:8; 1:22-23; 2:21-22).

II. A realização da edificação divina é o Corpo de Cristo em todo ouniverso como expressão de Cristo (1:23):

A. A restauração do Senhor é para a edificação do Corpo deCristo (4:16):

1. Todas as igrejas são um só Corpo, e os cooperadoresdevem realizar não uma obra regional, e, sim, uma obrauniversal para o Corpo universal (vv. 11-12).

2. Tudo o que os cooperadores e presbíteros fazem local ouuniversalmente deve ser feito com a plena percepção deque estão edificando o Corpo de Cristo; assim, devemmanter sempre uma visão do Corpo (v. 16):

a. Todos os problemas da igreja hoje se devem à falta deconhecimento acerca do Corpo de Cristo (1:17-23;1 Co 12:24b-27).

b. Sempre que fazemos algo, devemos ter uma conside-ração adequada pelo Corpo (Rm 12:4-5, 15).

3. Na verdade, todos os crentes em Cristo foram batizadosem um só Corpo pelo Espírito; na prática, todos os cren-tes devem ser edificados juntos no Corpo de Cristo pelosedificadores da edificação divina ao longo de toda a erado Novo Testamento (1 Co 12:13; Ef 4:11-12).

B. Nossa obra é a obra da restauração do Senhor para a edifica-ção do Corpo de Cristo (1 Co 15:58; 16:10; Ef 4:12):

238 EXTRATOS DAS MENSAGENS

1. O Corpo de Cristo é orgânico, e não é edificado pormétodos naturais nem obras humanas (vv. 15-16).

2. “Sempre que os filhos de Deus virem a unidade doCorpo, também verão a unidade da obra e serão liberta-dos da obra individualista e introduzidos na obra doCorpo” (The Collected Works of Watchman Nee (ObrasReunidas de Watchman Nee), vol. 37, p. 244).

C. Como o Corpo é universalmente um, as igrejas locais nãodevem ser isoladas umas das outras (Cl 4:14-16; Ap 1:11; 2:1,7a; 22:16a):1. O isolamento é contrário à verdade concernente à uni-

dade do Corpo; como cada igreja local faz parte do Corpouniversalmente, nenhuma igreja deve estar isolada dasoutras (1 Co 1:2; 12:12-13, 27; Ef 4:4).

2. Visto que o Corpo está recebendo uma transfusão contí-nua, estar isolado é estar excluído tanto da transfusãocomo da circulação da vida no Corpo; isso transgride a leido Corpo (1:22-23; 1 Co 10:16-17).

D. O Corpo de Cristo é o alvo da economia de Deus, e as igre-jas locais são o procedimento adotado por Deus para realizara edificação do Corpo de Cristo (Mt 16:18; 18:17; 1 Co12:12-13; 1:2; Rm 12:4-5; 16:1, 3-5, 16b):1. Precisamos estar nas igrejas locais para que sejamos

introduzidos na realidade do Corpo de Cristo (1 Co 1:2;12:12-13, 27).

2. Devemos dar mais atenção ao Corpo de Cristo do que àsigrejas locais (Ef 1:22-23; 2:21-22; 4:4, 12, 16).

3. Na restauração do Senhor estamos edificando as igre-jas locais para a edificação do Corpo de Cristo, o queculminará na Nova Jerusalém (1 Co 14:4-5, 12; 12:27; Ef2:21-22; 4:16; Ap 21:2).

4. Para a edificação do Corpo de Cristo, todas as igrejas locaisdevem se entremesclar tanto quanto possível em termospráticos, sem limitações de estados ou nações (1 Co 12:27).

E. O Senhor Jesus tem uma necessidade urgente de que o Corposeja expressado nas igrejas locais; a menos que haja umaexpressão substancial do Corpo de Cristo na terra, o SenhorJesus não retornará (Mt 16:18, 27; Ef 5:23, 27; Ap 19:7).

A REALIZAÇÃO DA EDIFICAÇÃO DIVINA 239

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MENSAGEM DEZ

A REALIZAÇÃO DA EDIFICAÇÃO DIVINA

A obra de Deus é a obra da edificação, que culmina em uma reali-zação. Essa realização é a edificação das igrejas locais em muitaslocalidades, e também a edificação do Corpo universal de Cristo. Osdois pontos principais desta mensagem são preciosos, e precisamosprestar muita atenção a eles. Precisamos voltar a esses dois itensvez após outra a fim de reexaminarmos nossa prática atual e sermosnovamente ajustados.

O primeiro ponto é que a realização da edificação divina é a edifi-cação da igreja nas muitas localidades como casa de Deus para ser ahabitação de Deus, o santuário dedicado ao Senhor. A intenção deDeus é edificar as igrejas locais em muitos locais diferentes. Deus nãotem intenção de que sejamos cristãos individuais ou que sejamos edifi-cados de maneira etérea nos céus. Em vez disso, Ele nos colocou emmuitas localidades diferentes para que fôssemos edificados de maneiraprática com os irmãos em nossa localidade a fim de sermos o testemu-nho da única igreja em todo o universo. O segundo ponto é que arealização da edificação divina é o Corpo de Cristo em todo o universocomo a expressão de Cristo. Deus está realizando uma única obra, aobra de edificação do Corpo de Cristo como a expressão de Cristo.

Deus não está realizando duas obras de edificação, uma localmentee outra universalmente. Deus tem apenas uma obra, uma única edifi-cação. Em The Basis for the Building Work of God (A Base da Obra deEdificação de Deus), o irmão Lee enfatiza que a Nova Jerusalém não éuma cidade física. Uma prova disso é que Deus não tem duas obras deedificação — edificando, por um lado, as igrejas locais, conforme Efé-sios 4, e, por outro, edificando um tipo de cidade santa nos céus. Nesselivro, o irmão Lee diz: “Se hoje Deus está edificando a igreja na terra, eao mesmo tempo, edificando a cidade santa nos céus, então, no final,quando as duas estiverem concluídas, qual Ele escolherá? É possívelque na eternidade haja uma cidade santa e também uma igreja? Sabe-mos que haverá somente uma cidade santa na eternidade. Portanto,

podemos concluir com ousadia que hoje Deus não tem duas edifica-ções; Ele tem somente uma. A edificação da cidade santa realizada porDeus é a edificação da igreja, e a edificação da igreja é Ele edificando acidade santa” (p. 84). A única obra de edificação de Deus se manifestalocalmente como igrejas locais, e é expressa universalmente como oCorpo de Cristo. As igrejas locais são de natureza prática, mas o Corpouniversal de Cristo visa à Sua plena expressão.

Ao abordar esses dois pontos principais, há três questões quevamos considerar. A primeira questão é: “Já que somos pela edificaçãodo Corpo de Cristo, podemos dizer que podemos ignorar a igreja localem nossa própria localidade?”

A segunda questão é: “Podemos dizer que a intenção de Deus nestaera é meramente edificar as igrejas locais nas várias localidades e nadamais?” Quanto ao tumulto mais recente na restauração do Senhor, oirmão Lee diz: “Um dos líderes dessa rebelião tomou o ensinamentoerrado de G. H. Lang em seu livro The Churches of God (As Igrejas deDeus). Nesse livro, Lang enfatizou a autonomia de cada igreja local.Esse foi um ensinamento errôneo dos Irmãos Unidos. Já conhecíamosisso. Sim, nós enfatizamos as igrejas locais, mas não nos posiciona-mos pela autonomia delas” (Pontos Práticos sobre o Entremesclar, p. 26).Devemos ser equilibrados em nossa abordagem da Bíblia. A Bíblia nãomostra que a igreja aparece como igrejas locais em diversos lugares.Contudo, no Novo Testamento, e principalmente nas epístolas, a maiorparte do falar acerca da igreja está relacionada com a única igreja deDeus. A primeira menção da igreja está em Mateus 16:18, onde oSenhor diz: “Edificarei a Minha igreja”. Ele não está se referindo àigreja em Anaheim ou à igreja em Jerusalém, mas à igreja de Deus.Dizer que nos posicionamos pelo testemunho da igreja em Anaheimsignifica que nos posicionamos pelo testemunho da única igreja uni-versal naquela cidade. Nós somos a igreja, isto é, a igreja universal, quepor acaso está em Anaheim. Não dizemos que somos a igreja de Ana-heim, mas a igreja universal em Anaheim. Até mesmo quando falamos“da igreja em Anaheim”, essa igreja não é, estritamente falando, a igrejalocal. Nós somos a igreja, isto é, a igreja universal, que por acaso estáem Anaheim.

A terceira questão é: “A ênfase na edificação universal do Corpode Cristo é algo que levará à edificação de uma organização?” Posterior-mente faremos essa pergunta e consideraremos o que é uma organiza-ção e o que não é.

A REALIZAÇÃO DA EDIFICAÇÃO DIVINA 241

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A REALIZAÇÃO DA EDIFICAÇÃO DIVINA

É A IGREJA EM MUITAS LOCALIDADES COMO CASA DE DEUS PARA

SER A HABITAÇÃO DE DEUS,

O SANTUÁRIO DEDICADO AO SENHOR

A realização da edificação divina é a igreja nas muitas localidadescomo casa de Deus para ser a habitação de Deus, o santuário dedicadoao Senhor (1 Tm 3:15; Ef 2:21-22; 1 Co 1:2; 3:16-17). Para este ponto,precisamos considerar duas passagens, Efésios 2:21-22 e 1 Coríntios3:16-17. Efésios 2:21 diz: “No qual todo o edifício, bem ajustado, crescepara santuário dedicado ao Senhor.” Esse versículo se refere ao corpoúnico, universal. Esse edifício é vivo, e sua edificação se dá por meio docrescimento em vida dos crentes. Quando a Bíblia fala de edificação,significa uma edificação orgânica. A edificação na Bíblia não é como afabricação inorgânica de uma mesa, mas como a edificação orgânica deum corpo. Quando alguém cresce, é edificado; seu crescimento é suaedificação. De modo semelhante, a edificação da igreja como a casa deDeus ocorre por meio do crescimento em vida dos crentes. O quantode vida existe depende de quanto crescemos em vida.

A Edificação Divina Tem um Aspecto Universale um Aspecto Local

A Expressão “Todo o Edifício” em Efésios 2:21Denota a Edificação Universal,

a Edificação da Igreja em Todo o Universo

A edificação divina tem tanto um aspecto universal quanto umaspecto local (vv. 21-22). A expressão “todo o edifício” em Efésios 2:21denota a edificação universal, a edificação da igreja em todo o uni-verso. Em Cristo, todo o edifício é ajustado e cresce como santuáriodedicado ao Senhor. Como a edificação é viva (1 Pe 2:5), está cres-cendo; a edificação real da igreja como a casa de Deus ocorre por meiodo crescimento em vida dos crentes (Ef 4:15-16). Ao falar da edificaçãouniversal, devemos fazer distinção entre edificação e organização; asigrejas serão edificadas em conjunto universalmente, mas não serãouniversalmente organizadas (2:21).

Com o passar dos anos, alguns têm nos criticado, dizendo quesempre que falamos de unidade ou enfatizamos o Corpo de Cristo,falamos de organização. Na verdade, são duas coisas diferentes. Essaspessoas que nos criticam dizem que a organização é algo errado, e nós

242 EXTRATOS DAS MENSAGENS

concordamos. No entanto, falamos sobre algo mais, algo orgânico eintrínseco, que não é a organização.

As Palavras “também vós” em Efésios 2:22Indicam que o Edifício, no Versículo 21, é Universal,

mas a Edificação, no Versículo 22, É Local

As palavras “também vós” em Efésios 2:22 indicam que o edifíciono versículo 21 é universal, mas a edificação no versículo 22 é local. Oversículo 22 diz: “No qual também vós juntamente estais sendo edifi-cados para habitação de Deus no Espírito.” Embora a obra de edifica-ção esteja ocorrendo em todo o universo, nós, como indivíduos,precisamos ser edificado em uma igreja local. Se não formos edificadosem uma igreja local, não seremos edificados de maneira nenhuma.

Universalmente, a Igreja É Unicamente Umae Cresce para Santuário Dedicado ao Senhor;

Localmente, a Igreja em Determinada Cidade Também É Uma,e os Santos Locais São Edificados Juntos,

Tornando-se Habitação de Deus na Cidade onde Vivem

Universalmente, a igreja é unicamente uma e cresce para santuáriodedicado ao Senhor; localmente, a igreja em determinada cidadetambém é uma, e os santos locais são edificados juntos, tornando-sehabitação de Deus na cidade onde vivem. Devemos dizer: “Louvadoseja o Senhor pelo Corpo de Cristo” e também: “Louvado seja o Senhorpela minha igreja.” Deve haver um local que possamos chamar de“minha igreja.” Para que sejamos pelo Corpo de Cristo, devemos per-tencer a determinada igreja local. Sempre consideramos que o CorpoUniversal de Cristo é maravilhoso, mas parece que as igrejas locaisjamais são maravilhosas. Nenhuma igreja é perfeita ou sem reclama-ções. Contudo, as igrejas locais são maravilhosas também, pois sãopráticas. Se tivermos uma igreja que não possamos ver ou tocar, algoestará faltando. Graças ao Senhor pela existência das igrejas locais nosEstados Unidos; em muitas cidades, podemos visitar uma igreja.Porém, não devemos simplesmente visitar as igrejas; devemos perma-necer em um lugar e ser edificados nesse lugar. Todas as lições deedificação são aprendidas na localidade. Quando nos damos aos pres-bíteros, aos irmãos, e à coordenação de nossa localidade, o eu érestringido. Então, podemos experimentar a cruz, e nossa disposiçãonatural será tratada; isso nos ajuda a crescer em vida.

A REALIZAÇÃO DA EDIFICAÇÃO DIVINA 243

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A Edificação Universal É Realizada Somente por meio daEdificação Local

A edificação universal só pode ser realizada por meio da edificaçãolocal (1 Co 14:4-5, 12). Talvez uma irmão não goste das reuniões daigreja e prefira freqüentar as “sete festas” todos os anos. Ele gosta deouvir as pessoas falarem, mas não gosta de profetizar. Primeira Corín-tios 14:4 diz: “O que profetiza edifica a igreja.” Se não profetizarmos,não podemos edificar a igreja. Não é suficiente fazer parte da comu-nhão universal do Corpo de Cristo. Devemos participar da edificaçãolocal.

Primeira Coríntios 3:16 diz: “Não sabeis que sois santuário de Deuse que o Espírito de Deus habita em vós?” Essa é a edificação local. Oversículo 17 diz: “Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o des-truirá; porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado.” Essa é aedificação universal.

O Edifício de DeusNão É um Edifício Comum;

É o Santuário do Deus Santo,o Templo no qual o Espírito de Deus habita

O Único Santuário Espiritual de Deus no UniversoTem Sua Expressão em Muitas Cidades sobre a Terra;

Cada Expressão É o Santuário de Deus naquela Cidade

O edifício de Deus não é um edifício comum; é o santuário doDeus santo, o templo no qual o Espírito de Deus habita (vv. 16-17). Oúnico templo espiritual de Deus no universo tem sua expressão emmuitas cidades na terra; cada expressão é o templo de Deus nessacidade (1:2; 3:16). Amamos as igrejas locais porque é nelas que a igrejauniversal é expressada. Em 1958, o irmão Lee visitou T. Austin-Sparksna Inglaterra. Como esse irmão falava muito sobre a edificação, oirmão Lee foi ver se lá havia alguma edificação prática. Depois de per-manecer com o irmão Austin-Sparks um mês inteiro, o irmão Lee nãoviu nenhuma expressão prática de edificação. Na última noite da visitado irmão Lee, o irmão Austin-Sparks lhe deu a palavra. O irmão Leefalou sobre Apocalipse 1, dizendo: “Mesmo que o ministério de alguémseja bom, espiritual e elevado, ainda assim ele deve ser pelas igrejaslocais” (The History of the Church and the Local Churches (A História daIgreja e as Igrejas Locais), p. 104). A edificação universal deve ser

244 EXTRATOS DAS MENSAGENS

expressada na prática em muitas localidades sobre a terra. Embora

essas expressões locais estejam em lugares diferentes, ainda assim são a

expressão do único santuário de Deus. Todas as expressões devem ser a

mesma, a expressão da única edificação universal.

O Santuário de Deus no Versículo 16 Refere-seaos Crentes Coletivamente em Determinada Localidade

O santuário de Deus no versículo 16 refere-se aos crentes coletiva-

mente em determinada localidade (1 Co 1:2). Amamos os santos em

nosso grupo vital ou bairro; são eles que estão em nossa localidade, de

modo pratico.

O Santuário de Deus em 3:17Refere-se a Todos os Crentes Universalmente

O santuário de Deus em 3:17 refere-se a todos os crentes universal-

mente (Ef 2:21). Há uma dimensão que vai além de amar os santos em

nossa localidade, que é a dimensão do santuário universal de Deus.

O Quanto de Edificação TemosUniversal e Localmente

Depende de Quanto Percebemosque Cristo É Tudo na Economia de Deus

O quanto de edificação temos universal e localmente depende de

quanto percebemos que Cristo é tudo na economia de Deus (Cl

3:10-11). O quanto de edificação temos depende do nosso conteúdo.

Estarmos na unidade ou estarmos divididos não determina se somos

uma organização; o que determina se somos uma organização é se

temos vida ou não. Depende se tomamos Cristo como nosso tudo ou

não. Se temos Cristo como tudo, temos o Corpo vivo. Sem Cristo como

tudo, temos a organização.

Cristo É o Todo-Inclusivo,e Não Retemos Nada Além Dele

Cristo é o Todo-inclusivo, e não retemos nada além Dele (1:18;

2:19; 1 Cor. 1:30; 3:11). Colossenses 2:19 diz: “Não retendo a cabeça.”

Precisamos reter a cabeça. Se não retivermos a cabeça, teremos uma

organização, algo feito pelo homem e não algo vivo.

A REALIZAÇÃO DA EDIFICAÇÃO DIVINA 245

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Se Retemos Cristo como Tudo para Nós,Experimentamos a Genuína Edificação,

Localmente e, então, Universalmente

Se retemos Cristo como tudo para nós, experimentamos a genuínaedificação, localmente e, então, universalmente (Ef 3:8; 1:22-23;2:21-22). Se somos edificados, nós o somos tanto local quanto univer-salmente. São dois aspectos da mesma edificação.

O ministério é equilibrado; fala do aspecto local da edificação, mastambém do aspecto universal. Alguns dizem que enfatizamos tanto oCorpo que não conseguimos edificar a igreja local. Isso não é verdade;somos pela edificação da igreja local em todos os lugares. Não importaonde estejamos, devemos edificar nesse lugar. Não devemos reclamardos presbíteros; nenhuma localidade é perfeita. No livro The SatanicChaos in the Old Creation and the Divine Economy for the New Creation(O Caos Satânico na Velha Criação e a Economia Divina para a NovaCriação), o irmão Lee diz:

O caos existe... até mesmo na vida da igreja. Algunspodem dizer que a vida da igreja é um paraíso. Sim, emcerto sentido a vida da igreja pode ser um tipo de paraíso,mas isso não significa que não haja tumulto na igreja. Paraque todos sejamos confortados, tenho o encargo de enfati-zar o registro bíblico do caos satânico na velha criação e aeconomia divina para a nova criação. (pp. 42-43)

Mesmo que nossa localidade esteja no caos satânico, ainda assim preci-samos vencer no meio desse caos satânico.

Em The Building Work of God (A Obra de Edificação de Deus), oirmão Lee diz:

Em Sua edificação da igreja, o Senhor pretende edificartodos os Seus crentes juntos cidade por cidade. Quando oscrentes em uma localidade são edificados, eles se tornam aigreja nessa cidade. Por exemplo, nos primeiros dias,quando os crentes em Jerusalém foram edificados, eles setornaram a igreja em Jerusalém. Ocorreu também omesmo em todos os lugares da Judéia, Galiléia e Samaria.Mais tarde, em Antioquia, um grupo de crentes foi edifi-cado juntamente para ser a igreja em Antioquia. Portanto,em Atos 9:31 temos um versículo precioso que nos diz queas igrejas em toda a Judéia, Galiléia e Samaria tinham paz,

246 EXTRATOS DAS MENSAGENS

sendo edificadas, e que prosseguindo no temor do Senhor,tinham se multiplicado. Isso nos mostra claramente que aintenção do Senhor é edificar Sua igreja de cidade emcidade (...).

Portanto, a revelação divina no Novo Testamentorevela claramente que hoje, na era da igreja, antes da mani-festação da Nova Jerusalém como a habitação eterna deDeus e o homem, Deus quer edificar as igrejas locais, umapor uma nas diversas cidades. Ele quer que cada igreja localseja Sua casa em pequena escala, em cada cidade, e umaminiatura da Nova Jerusalém. A Nova Jerusalém pode seassemelhar a uma grande galinha, ao passo que as igrejaslocais nos diversos lugares podem se assemelhar a pinti-nhos. Elas podem ter tamanho diferente, mas são asmesmas em natureza, princípio e conteúdo. A natureza,princípio e conteúdo da Nova Jerusalém são também anatureza, princípio e conteúdo das igrejas locais. (pp.125-127)

A igreja universal é uma grande galinha, ao passo que as igrejas locaisnos diversos lugares podem se assemelhar a pintinhos. Devemos amara galinha, mas não devemos matar os pintinhos; eles são importantes.Sem os pintinhos, não podemos ter a grande galinha. Eles são diferen-tes, mas não em natureza, princípio e conteúdo. Tudo o que as igrejaslocais são deve ser um ref lexo na Nova Jerusalém. Mas sem as igrejaslocais, a Nova Jerusalém não tem nenhuma manifestação. O irmão Leecontinua, dizendo:

Essa é a razão por que temos considerado as caracterís-ticas específicas da Nova Jerusalém. A condição da NovaJerusalém deve ser a condição das igrejas edificadas emtodas as localidades. Embora a plenitude da era ainda nãotenha chegado, o plano final de Deus não tenha sido reali-zado ainda e a Nova Jerusalém não tenha sido plenamentemanifestada, Deus deseja que na era da igreja haja igrejasem várias cidades, manifestando a condição da Nova Jeru-salém. O desejo de Deus é que, cidade após cidade, asigrejas locais se tornem miniaturas da casa de Deus, a fimde que Ele possa ter um lugar de descanso onde possa fazerSua vontade livremente e, desse modo, expressar a Si pró-prio. Por favor, lembrem-se de que é isso o que Deus

A REALIZAÇÃO DA EDIFICAÇÃO DIVINA 247

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pretende fazer na era da igreja. A intenção de Deus hoje éedificar todos os crentes juntos em cada localidade em SeuFilho, para serem a expressão local da igreja em cadacidade. (p. 127)

Precisamos nos lembrar de que o que Deus pretende fazer na era daigreja é edificar as igrejas locais.

Devido à confusão atual, não é fácil os cristãos terem odiscernimento adequado sobre a igreja. Portanto, algunscristãos simplesmente se recusam a falar sobre a questão daigreja. Preferem simplesmente falar sobre espiritualidadeespiritual. Essa não é uma atitude adequada. Não devemosser cristãos errantes. Ouvi alguém dizer que fulano de tal éum crente “guerrilheiro”. Ele não pertence a esta “igreja”ou àquela “igreja”. Como ele não pertence a nenhuma“igreja”, ele pode se reunir em qualquer “igreja”. Assim, eleé um crente “guerrilheiro”. Fiquei surpreso quando ouviisso. Essa invenção é realmente nova. Não existe algo assimna Bíblia. Nem uma situação divisiva nem crentes “guerri-lheiros” podem ser encontrados nas Escrituras.

Uma vez, outra pessoa me disse: “Sou ‘transdenomina-cional’”. Ela queria dizer que era transcendente e que nãopertencia a nenhuma denominação ou facção. Contudo, oscristãos não existem sem a igreja. Não devemos ser cristãosf lutuantes; devemos estar firmemente estabelecidos naigreja.

Como filhos de Deus, devemos permitir que Ele nosabra os olhos para ver que, na era da igreja, a edificaçãoque Deus deseja é a edificação de Sua igreja em cadacidade.

O que devemos fazer agora é fixar-nos em uma cidadepara que possamos ser edificados juntos com os irmãos ali.Você está em Kaohsiung? Então, você deve ser edificadojunto com os que, de coração puro, amam o Senhor emKaohsiung. Você está em Tainan? Então, você precisa seredificado junto com os que seguem ao Senhor em Tainan.Onde estiver, você deve ser edificado junto com os crentesque buscam ao Senhor ali. (pp. 128-130)

Não devemos ser cristãos guerrilheiros nem cristãos oscilantes. Precisa-mos ser edificados com os outros crentes em nossa cidade. Onde

248 EXTRATOS DAS MENSAGENS

estivermos, não devemos considerar a condição da igreja; em vez defazer isso, devemos nos dar à igreja nesse lugar, mesmo que hajatumulto.

Hoje, contudo, como não temos recebido tratamentossuficientes do Senhor, essa condição na qual os crentesestão sendo edificados juntos não é tão clara. Pelo contrá-rio, há algumas situações anormais. Por exemplo, háalguém em Taipé que quer ser edificado com os que estãoem Kaohsiung. Ele diz: “Não consigo me dar bem comcertos irmãos de Taipé, mas se eu for para Kaohsiung,poderei ser edificado junto com os irmãos ali”. Gostaria dedizer que se você é edificado em Taipé, você não será edifi-cado quando for para Kaohsiung. Se você tem problemascom os irmãos em certa localidade, não importa aondevocê vá, também terá problemas lá. Queridos irmãos, pre-cisamos conhecer a soberania do Senhor (…). Vocêsprecisam aceitar a soberania de Deus. Qualquer que seja olocal que o Senhor preparou para vocês, é necessário quevocês aprendam a ser edificados junto com os irmãos ali.Eu gosto das palavras na Bíblia com relação a Priscila eÁqüila. Quando estavam em Roma, eles estavam na igrejaem Roma; quando foram para Éfeso, estavam na igreja emÉfeso. Aonde fossem, estavam coordenados e edificadosjuntos com os irmãos naquela cidade.

Portanto, devemos ver que Deus não está edificandoSeus santos de maneira universal. Toda a edificação deDeus é local. Os irmãos em Kaohsiung devem ser edifica-dos juntos em Kaohsiung, enquanto os irmãos em NovaYork têm de ser edificados juntos em Nova York. A edifica-ção de Deus é sempre local. Isso põe a nossa carne à prova ea põe fim à nossa disposição. Os relaxados e negligentessempre acham que a igreja na cidade deles é muito rígida.Os alegres e despreocupados acham a igreja em sua cidademuito fria. Todos esses arranjos são para sermos provadose tratados. Só podemos ser edificados juntos quando tiver-mos sido quebrados por Deus (…).

Precisamos ver que mudar para outro lugar não é asolução. Se tivermos um problema com os irmãos na igreja,a única solução é sermos quebrados. Jamais devemos

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considerar uma transferência, nem devemos pensar emfugir. Precisamos confiar no arranjo de Deus. Como Deuspreparou que estivéssemos em certo lugar, devemos per-manecer em submissão nesse lugar e lá aprender a serquebrados. Não pensem: “Não consigo ser edificado aqui,mas se eu for para outro lugar, vou conseguir”. Isso nãoexiste. A soberania e o arranjo de Deus não podem estarerrados. Você não pode viver escolhendo ou estar semprepulando do leste para o oeste ou do norte para o sul. Vocêprecisa se aquietar e ser estável. Como Deus preparou paraque sua casa, seu trabalho e você mesmo estivessem nesselugar, então você deve se estabelecer aqui, de todo o cora-ção, segundo o arranjo de Deus. Como a intenção de Deusé estabelecer Sua igreja em todas as cidades, e Ele preparoupara que você estivesse aqui, então você precisa estar entreos irmãos e ser edificado junto com eles. Se você não con-segue ser edificado adequadamente com os santos em certacidade, não há maneira de você ser edificado, não importaaonde você vá.

Mas, lamentavelmente, quase todos entre nós têm umaenfermidade comum, ou seja, preferimos outras cidades ànossa própria cidade (…).

Na igreja também sentimos que outras cidades sãomelhores do que a nossa. Os que estão em Tainan pensamque Taipé é melhor, enquanto os de Taipei pensam queTaichung é melhor. Quase todos são assim. Isso prova quenem nossa carne nem nossa disposição foram tratadas. Setivermos sido quebrados e edificados por Deus em umacidade, estaremos satisfeitos com o arranjo de Deus.Quando Deus o coloca em Taipé, você será edificado emTaipé. Quando Deus o coloca em Tainan, você estará unidoem coordenação com os irmãos em Tainan. (pp. 130-133)

É um fenômeno comum queremos ser edificados com os santosque moram muito longe de nós. Parece que eles não têm problemas. Osúnicos que têm problemas são os que estão perto de nós. Quando ossantos dizem: “Damos as boas-vindas aos cooperadores mesclados”,isso é bom, mas e os irmãos da localidade? Se não estamos felizes comos irmãos que estão bem próximos de nós, talvez sejamos cristãos que“vivem pulando de um lugar para outro”. Entre os cristãos hoje, se um

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crente não está satisfeito com um grupo, ele simplesmente “pula” paraoutro. Se a seu ver, uma igreja não é boa, ele escolhe outra e vai para lá.Mas na igreja local, não temos escolha; devemos nos reunir com aigreja em nossa cidade. Se pularmos de uma igreja para outra, perdere-mos a oportunidade de ter nossa carne tratada e nossa disposiçãoquebrada. Sempre achamos que a igreja em nossa cidade é exatamenteo oposto do que somos em nossa disposição. Em The Overcomers (OsVencedores), o irmão Lee diz: “Há uma porta estreita em frente à vidada igreja, mas assim que fazemos a escolha de entrar na vida da igreja,não existem ‘portas dos fundos’ nem ‘saídas de emergência’” (p. 44).Precisamos confiar no arranjo de Deus. Em The Building Work of God,o irmão Lee continua:

Por isso, precisamos ver que Deus quer que sejamosedificados em cada localidade. A localidade é uma restriçãoassim como uma proteção. Ao mesmo tempo, também éum teste que expõe nossa verdadeira situação. Nós temospreferência? Temos escolha? A localidade é uma prova difí-cil. Se verdadeiramente fomos quebrados, nada teremos adizer onde estivermos, e conseguiremos aceitar o arranjode Deus. Conseqüentemente, conseguiremos ser edificadospor Deus nas igrejas locais. (p. 134)

Sabemos que em cada cidade só deve haver uma igreja. Entretanto,mesmo hoje em dia há lugares com duas, três, quatro e ate cinco reu-niões. Sabemos que isso não é adequado. Não podemos simplesmenteexercitar nossa preferência e nos reunir com quem gostamos. Precisa-mos ser absolutos ao tomar a palavra de Deus. Se estamos na cidade deLos Angeles, precisamos nos reunir na igreja em Los Angeles. Nãoexiste uma desculpa aceitável para nenhuma outra coisa.

OITO DEFINIÇÕES DA RELAÇÃOENTRE A IGREJA LOCAL E A IGREJA UNIVERSAL

As oito definições a seguir sobre a relação entre a igreja local e aigreja universal foram extraídas do capítulo 14 do livro Lessons for NewBelievers (Lições para Novos Crentes), composto de mensagens dadaspelo irmão Lee em Taipé em 1959.

Todas as Igrejas Locais São a Expressãoda Igreja Universal Naquela Cidade

Todas as igrejas locais são a expressão da igreja universal naquela

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cidade. A palavra-chave aqui é expressão. A igreja em Anaheim é aexpressão da igreja universal na cidade de Anaheim.

O Total das Igrejas LocaisÉ a Igreja Universal

O total das igrejas locais é a igreja universal. Em outras palavras, aigreja universal não é uma entidade separada de todas as igrejas locais.Quando colocamos as igrejas locais juntas, temos a igreja universal.

As Igrejas LocaisSão Miniaturas da Igreja Universal

As igrejas locais são miniaturas da igreja universal. A palavra minia-tura indica que tudo o que a igreja universal tem, a igreja local deve ter.

As Igrejas LocaisSão a Natureza Prática da Igreja Universal

As igrejas locais são a natureza prática da igreja universal. Semigreja local, a igreja universal não tem natureza prática.

A Administração das Igrejas LocaisÉ Local e Independente — a Administração Local

A administração das igrejas locais é local e independente — aadministração local. Não seguimos o padrão da Igreja CatólicaRomana, na qual o papa controla tudo e nomeia bispos para cadaregião. Não controlamos o que ocorre nas igrejas na China ou na Amé-rica do Sul. A administração local dessas igrejas é independente.

A Comunhão entre Todas as Igrejas LocaisÉ Universal e Única — a Comunhão do Corpo

A comunhão entre todas as igrejas locais é universal e única — acomunhão do Corpo. Essa comunhão é como a circulação do sangueno corpo; é única e universal. Chama-se a comunhão do Corpo.

Todas as Igrejas Locais Vivem Diretamente diante do Senhor

Todas as igrejas locais vivem diretamente diante do Senhor. Elas sereportam diretamente a Cristo, a Cabeça. Não existem igrejas de nívelelevado ou de nível inferior; todas as igrejas locais são iguais perante oSenhor.

252 EXTRATOS DAS MENSAGENS

Todas as Igrejas LocaisSão a Mesma Coisa em Suas Ações

Todas as igrejas locais são a mesma coisa em suas ações. O testemu-nho das igrejas é único, singular. Só há uma ação, ou mover, no Corpode Cristo, assim como só existe um só Deus e uma só Bíblia. Em FiveEmphases in the Lord’s Recovery (Cinco Ênfases na Restauração doSenhor), o irmão Lee diz:

“Todas as igrejas expressam a mesma pessoa — Cristo.As igrejas locais devem expressar Cristo universalmente,não apenas localmente. Se a igreja em uma cidade expressasomente sua cidade, isso é terrível. Isso a torna uma facçãolocal, uma divisão local. Eles são uma igreja local, mas nãoexpressam um Cristo “local”. Cristo não é um Cristo“local”. Deus, Cristo, o Espírito e a Bíblia não são locais.Alguns tornam a Bíblia local, tornam Deus local, tornamCristo local e tornam o Espírito local. Eles tornam tudolocal. Nesse caso, eles se tornaram divisões locais, facçõeslocais. (pp. 51-52)

Da mesma maneira, não existe algo como comunhão local ou açãolocal. Uma igreja não deve dizer que é única e se orgulhar por ser dife-rente, pois todas as igrejas locais devem ter a mesma expressão. A únicalua é vista em muitos lugares; embora vejamos a lua em diferentes cida-des, ela tem sempre a mesma aparência. Da mesma forma, a expressãode uma igreja local deve ser a expressão da igreja universal.

OITO METÁFORAS QUE DESCREVEM A RELAÇÃOENTRE A IGREJA UNIVERSAL E AS IGREJAS LOCAIS

Há pelo menos oito metáforas que o irmão Lee usou para descrevera relação entre a igreja universal e as igrejas locais.

Um Pai e Seus Filhos

A primeira metáfora que descreve a relação entre a igreja universale as igrejas locais é a de um pai e seus filhos. A igreja universal pode seassemelhar a um pai, e as igrejas locais podem se assemelhar a seusfilhos. O irmão Lee diz:

Precisamos ver o benefício do Corpo para as igrejaslocais e o benefício das igrejas locais para o Corpo. Pode-mos usar a família para ilustrar isso. Por um lado, o pai épara os membros da família, e, por outro, os membros da

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família são para o pai. Se não temos pai, somos órfãos. Umórfão não recebe o benefício do pai, por isso sofre muito.Mas um homem que não tem filho também sofre. Essa éuma boa ilustração de como o Corpo de Cristo é a fontedas igrejas locais. Esse Corpo universal é como o pai paratodas as igrejas, e todas as igrejas são como os filhos para opai. (The Problems Causing the Turmoils in the Church Life(Os Problemas que Provocam Tumultos na Vida da Igreja),p. 33)

Precisamos ver se a fonte são as igrejas locais ou o Corpo de Cristo.Com certeza, os filhos não são a fonte do pai. O pai é a fonte dos filhos.Primeiro existe o pai, e depois, os filhos. É pelo fato de Cristo ter umCorpo que existe a necessidade de expressões locais. A igreja mencio-nada na expressão a base da igreja é a igreja universal. Os presbiterianostomam o presbiterado como sua base, e os batistas, o batismo porimersão como a sua. Mas nós tomamos a igreja como nossa base.

O irmão Lee continua, dizendo:

Agora consideremos o benefício do Corpo de Cristopara uma igreja local. Na verdade, muitos membros deuma igreja local talvez não sejam salvos diretamente poressa igreja. Em vez disso, são salvos em outro lugar e vêmde outras cidades. Esse é o benefício do Corpo para essaigreja local. Esse é o benefício do “pai” para seu “filho”.Alguns dentre nós desfrutaram a herança do Corpo, masdepois desistiram do Corpo e não se preocuparam comEle. Eles provocaram divisões, e divisões fazem parte docristianismo degradado. (p. 33)

Se as igrejas locais se excluírem da comunhão do Corpo, serão muitopobres. A razão da existência das igrejas locais é que o Corpo as suprecom os membros. Os santos em uma igreja local são membros doCorpo de toda a terra, os quais foram supridos àquela igreja local. Opai supre os filhos com todo o benefício.

Um Diamante em uma Caixa

A metáfora seguinte que descreve a relação entre a igreja universal eas igrejas locais é a de um diamante dentro de uma caixa. O Corpo deCristo pode se assemelhar a um diamante, e as igrejas locais podem seassemelhar à caixa que contém o diamante. Em The High Peak of the

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Vision and the Reality of the Body of Christ (O Ápice da Visão e a Reali-dade do Corpo de Cristo), o irmão Lee diz:

Quando temos o Cristo pneumático, o Deus Triúnoconsumado, a ressurreição, somos a natureza prática doCorpo de Cristo. Sem isso, nem a igreja local nem os pres-bíteros e cooperadores são o Corpo de Cristo. A igreja locale os presbíteros e cooperadores são usados pelo Senhorpara conduzir os filhos de Deus que ainda vivem na carne,o corpo físico.

(…) Precisamos dos presbíteros e dos cooperadores.Mas eles não são o diamante propriamente dito; são sim-plesmente a embalagem do diamante. Além disso, odiamante precisa de uma caixa para contê-lo. Por isso, nasigrejas locais, todos os presbíteros e cooperadores e todasas práticas são apenas a embalagem externa e a caixa; elesnão podem ser introduzidos na Nova Jerusalém. Não pre-cisamos argumentar sobre questões como a autonomia daigreja local e o limite da localidade. Embora as igrejaslocais sejam independentes umas das outras nas questõescomerciais, todas elas são uma na questão do tesouro. (p.43)

Por um lado, a embalagem sem o diamante não é atraente. Por outro, odiamante precisa de uma boa embalagem. Não devemos descartar aembalagem, mas ela não é tudo. Quando nos mesclamos com os santosde outras cidades e países, não nos reunimos como representantes denossa cidade ou país. Quando nos reunimos, esquecemos de ondesomos. Estamos aqui pelo diamante, mas ainda assim precisamos dacaixa e sua embalagem.

Uma Macieira e as Maçãs

Uma terceira e maravilhosa ilustração é a de uma macieira e asmaçãs. No livro The Issue of the Dispensing of the Processed Trinity andthe Transmitting of the Transcending Christ, (A Questão do Dispensarda Trindade Processada e a Transmissão do Cristo Transcendente), oirmão Lee diz:

Qual é a diferença entre a igreja e o Corpo? Precisamosver que a igreja de Deus é a estrutura, e o Corpo de Cristo éo organismo. Podemos usar uma macieira para ilustrarisso. A árvore é a estrutura, e as maçãs são a própria

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essência orgânica dessa árvore. Se você tem somente aárvore, isso não significa muita coisa. A árvore é para asmaçãs. Não comemos a árvore; comemos as maçãs. Asmaçãs vêm da árvore. A igreja é a estrutura, como a maci-eira, e o Corpo de Cristo é a própria essência orgânica daigreja, assim como as maçãs são a própria essência orgânicada macieira. As duas são uma só. (p. 91)

A essência orgânica da igreja é o Corpo. Remover o Corpo é remover aessência orgânica. Assim como a árvore é para as maçãs, e não as maçãspara a árvore, da mesma maneira as igrejas locais são para o Corpo, enão o Corpo para as igrejas. Ter as igrejas locais sem o Corpo pode sersemelhante a ter uma árvore sem frutos.

A Vida e a Estrutura de uma Pessoa

Uma quarta metáfora do Corpo e as igrejas locais é a vida e aestrutura de uma pessoa. O Corpo de Cristo pode se assemelhar àvida, e as igrejas locais podem se assemelhar à estrutura. Em PontosBásicos sobre o Entremesclar, o irmão Lee diz: “Como pessoas, temosuma forma física, que é o nosso corpo. Mas o corpo, em si mesmo, éuma carcaça. Um corpo físico necessita de uma vida interior. Com aigreja ocorre o mesmo. Por um lado, ela tem uma forma, um corpo,mas essa forma não é a natureza, a essência ou o elemento da igreja”(p. 24). Cada um de nós está em uma igreja local, e precisamos ser edi-ficados na igreja local. Mas nós temos a estrutura das igrejas locaispara que possamos desfrutar a vida do Corpo. Essa vida f lui por todasas igrejas locais.

Uma Grande Galinha e os Pintinhos

Uma quinta metáfora que descreve a relação entre o Corpo deCristo, que culmina na Nova Jerusalém, e as igrejas locais, é a de umagrande galinha e os pintinhos (The Building Work of God – “A Obrade Edificação de Deus”, p. 127). As igrejas locais recebem sua natu-reza, princípio e conteúdo do Corpo de Cristo. O Corpo e as igrejaslocais têm tamanhos diferentes, mas têm a mesma natureza, princípio econteúdo.

Um País e Suas Embaixadas

Uma sexta metáfora para o Corpo de Cristo e as igrejas locais é umpaís e suas embaixadas (The Ground of the Church and the Meetings

256 EXTRATOS DAS MENSAGENS

of the Church, p. 13). Os Estados Unidos são uma nação e embora

tenha embaixadas em muitos países, nenhuma delas é independente.

Uma embaixada dos Estados Unidos jamais declararia independência

ou que não teria nada a ver com uma embaixada dos Estados Unidos

em outro país. Se algumas embaixadas americanas decidissem falar

diferentemente, alegando independência, isso provocaria um grande

problema para os Estados Unidos. Sim, os embaixadores são diferen-

tes, mas todos falam a mesma coisa. Eles não representam a si

mesmos; representam a única nação. Desse modo, o Corpo de Cristo

pode se assemelhar a um país, e as igrejas locais podem se assemelhar a

suas embaixadas.

A Lua e Sua Imagem

Uma sétima metáfora do Corpo e as igrejas locais é a lua e sua

imagem, ou aparência (p. 13). O Corpo é ilustrado pela lua, e as igrejas

locais são ilustradas pela imagem da lua.Precisamos ver que a reali-

dade, a lua, é mais importante do que a imagem. A realidade pode

existir sem a imagem, mas a imagem não pode existir sem a realidade.

As igrejas locais precisam do Corpo de Cristo, e as igrejas locais exis-

tem, de fato, para o Corpo de Cristo. Elas são para o testemunho do

Corpo de Cristo. Por essa razão, o irmão Lee diz que as igrejas locais

são o procedimento, não o alvo (Pontos Básicos sobre o Entremesclar,

pp. 22-24). O procedimento é o único meio para se chegar ao alvo. O

alvo das igrejas locais é o Corpo de Cristo. Hoje não estamos mera-

mente edificando as igrejas locais; ao contrário, por meio das igrejas

locais, estamos edificando o Corpo de Cristo.

Sião e Jerusalém

Por fim, as igrejas locais podem ser comparadas a Jerusalém, e o

Corpo de Cristo pode ser comparado a Sião (p. 20). Sem Jerusalém,

não pode haver Sião. No entanto, sem Sião, Jerusalém não tem sen-

tido. A força, a fortaleza e a glória de Jerusalém estão em Sião (Sl

110:2; 2 Sm 5:7; Sl 9:14). Sião é onde o trono de Deus está (Sl 2:6).

Embora haja um lugar tanto para Sião quanto para Jerusalém, Sião é a

prioridade. Precisamos ser edificados nas igrejas locais. Contudo, as

igrejas locais não são para si próprias; elas são para a edificação uni-

versal do Corpo de Cristo.

A REALIZAÇÃO DA EDIFICAÇÃO DIVINA 257

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A REALIZAÇÃO DA EDIFICAÇÃO DIVINA

É O CORPO DE CRISTO EM TODO O UNIVERSO

COMO EXPRESSÃO DE CRISTO

A Restauração do SenhorÉ para a Edificação do Corpo de Cristo

A realização da edificação divina é o Corpo de Cristo em todo ouniverso como expressão de Cristo (Ef 1:23). A restauração do Senhoré para a edificação do Corpo de Cristo (4:16). Todas as igrejas são umCorpo, e os cooperadores devem realizar não uma obra regional, masuma obra para o Corpo universal (vv. 11-12). Tudo o que os coopera-dores e presbíteros fazem local ou universalmente deve ser com totalcompreensão de que estão edificando o Corpo de Cristo; desse modo,eles devem ter sempre o Corpo em vista (v. 16). Todos os problemas daigreja hoje são devidos à falta de conhecimento acerca do Corpo deCristo (1:17-23; 1 Co 12:24b-27). Sempre que fazemos algo, devemoster a consideração adequada pelo Corpo (Rm 12:4-5, 15). Na verdade,todos os crentes em Cristo foram batizados em um único Corpo peloEspírito; de modo prático, todos os crentes devem ser edificados juntono Corpo de Cristo pelos edificadores da edificação divina em toda aera no Novo Testamento (1 Co 12:13; Ef 4:11-12).

Só existe uma única edificação divina no universo. Os cooperado-res devem ser cooperadores universais que realizam uma obra univer-sal, e sua esfera deve ser universal. Alguns irmãos que servem aoSenhor no campus de uma faculdade pode achar que seu trabalho nãotem sentido porque quando os alunos se formam, todos vão paraoutros lugares. Eles podem sentir que estão trabalhando para outrasigrejas. Se nos sentimos assim, isso mostra que não temos a visão doCorpo. Quando trabalhamos com os jovens, devemos trabalhar parao Corpo de Cristo. Não devemos trabalhar meramente para a igreja emnossa cidade. Todos os que servem em cada cidade devem laborar parao Corpo de Cristo.

Em certo sentido, a base da igreja é a base da localidade, mas a baseda unidade genuína é o Corpo, universalmente. O irmão Lee diz:

A base da igreja não deve ser meramente local; tam-bém deve ser universal. Localmente, a base da igreja é abase da localidade; universalmente, a base da igreja é a uni-dade genuína. Cristo tem apenas um Corpo. A unidadedo Corpo de Cristo é a base universal da igreja (…).

258 EXTRATOS DAS MENSAGENS

Localmente, a base da igreja é a base da localidade e, uni-versalmente, a base da igreja é a unidade do Corpouniversal de Cristo. (Vital Factors for the Recovery of theChurch Life (Fatores Vitais para a Restauração da Vida daIgreja), p. 52)

A base da igreja tem um aspecto local, mas também existe a base uni-versal da igreja, que é a unidade do Corpo universal de Cristo.

Nossa Obra é a Obra da Restauração do Senhorpara a Edificação do Corpo de Cristo

Nossa obra é a obra da restauração do Senhor para a edificação doCorpo de Cristo (1 Co 15:58; 16:10; Ef 4:12). O Corpo de Cristo é orgâ-nico e não é edificado por métodos naturais ou obra humana(vv. 15-16). “Sempre que os filhos de Deus virem a unidade do Corpo,verão também a unidade da obra, e serão libertados da obra individua-lista, passando a trabalhar em prol do Corpo”. (The Collected Worksof Watchman Nee – Obras Reunidas de Watchman Nee, vol. 37, p. 244)

De acordo com Efésios 4:8, a Cabeça nos concede algumas pessoascomo dons. O versículo 12 diz que esses dons aperfeiçoam os santos. Oversículo 16 diz que os dons são as juntas de suprimento; eles precisamestar unidos. Além disso, o versículo 16 diz que todas as diferentespartes precisam estar consolidadas. Esses versículos apresentam umafigura maravilhosa de todos os relacionamentos no Corpo. Essa figuranão é um organograma funcional; em vez disso é o f luxo orgânico doCorpo, como a circulação do sangue em nosso corpo físico por meio detodas as veias e artérias.

Alguns afirmam que as igrejas locais são completamente autôno-mas. Eles acham que cada localidade deve ser individual e não sepreocupar com o que dizem os outros. Isso não faz sentido. Ser autô-nomo é interromper a circulação, o f luxo orgânico, do Corpo. Umaigreja separada das outras igrejas é a mesma coisa que uma parte docorpo não estar unida e consolidada com outras partes. Se uma igrejalocal afirmar que os apóstolos não podem tocá-la, dizendo: “Nós nãosomos pelo ministério; somos apenas pela igreja em nossa cidade”, elesestarão interrompendo o f luxo entre os dons e os santos. Quando ummembro se separa do f luxo, ele morre. Se minha mão decidir ser autô-noma, ela morrerá. Essa é uma figura muito clara. Os que enfatizam aautonomia das igrejas locais debilitam e anulam toda a comunhãoorgânica maravilhosa e as relações que temos no Corpo de Cristo.

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Precisamos fortalecer essas relações e não interrompê-las. Precisamosfortalecer a comunhão e o tráfego entre as igrejas. Além disso, precisa-mos fortalecer a comunhão e o tráfego entre as igrejas e o ministério,os obreiros e a própria Cabeça para que haja uma circulação saudávelno Corpo de Cristo.

Como o Corpo é Universalmente Um, as Igrejas LocaisNão Devem se Isolar Umas das Outras

O Corpo é universalmente um; por isso, as igrejas locais não devemisolar-se umas das outras (Cl 4:14-16; Ap 1:11; 2:1, 7a; 22:16a). O isola-mento é contrário à verdade acerca da unidade do Corpo; como cadaigreja local faz parte do Corpo universalmente, nenhuma igreja deveisolar-se das demais (1 Co 1:2; 12:12-13, 27; Ef 4:4). Como o Corpo estárecebendo uma transfusão contínua, isolar-se é separar-se da transfu-são e da circulação da vida no Corpo; isso transgride a lei do Corpo(1:22-23; 1 Co 10:16-17).

O Corpo de Cristo É o Alvo da Economia de Deus,e as Igrejas Locais São o Procedimento Adotado por Deus

para Realizar a Edificação do Corpo de Cristo

O Corpo de Cristo é o alvo da economia de Deus, e as igrejas locaissão o procedimento adotado por Deus para realizar a edificação doCorpo de Cristo (Mt 16:18; 18:17; 1 Co 12:12-13; 1:2; Rm 12:4-5; 16:1,3-5, 16b). Precisamos estar nas igrejas locais para que possamos serintroduzidos na realidade do Corpo de Cristo (1 Co 1:2; 12:12-13, 27).Devemos dar mais atenção ao Corpo de Cristo do que às igrejas locais(Ef 1:22-23; 2:21-22; 4:4, 12, 16). Na restauração do Senhor, estamosedificando as igrejas locais para edificação do Corpo de Cristo, queculminará na Nova Jerusalém (1 Co 14:4-5, 12; 12:27; Ef 2:21-22; 4:16;Ap 21:2). Para a edificação do Corpo de Cristo, deve haver tanto mes-clar de todas as igrejas locais quanto a natureza prática permitir, semlimites de estados ou países (1 Co 12:27).

As partes do Corpo serem bem ajustadas e consolidadas acontecepelo entremesclar. Mais entremesclar significa mais circulação, equanto mais circulação um corpo tem, mas saudável será. Não deve-mos bloquear as artérias do Corpo. A circulação de uma igreja paracom outras está quase totalmente bloqueada. Essas igrejas precisam deuma angioplastia espiritual a fim de desobstruir as artérias do tráfego eda comunhão; elas precisam de mais entremesclar. Sinto-me feliz pois

260 EXTRATOS DAS MENSAGENS

recentemente passei uma semana entremesclando-me com os irmãosde outra parte da terra. Depois que desobstruímos as artérias, sentimo--nos como um novo homem. Quando entramos no mesclar, somosrefrescados. O mesclar produz uma atmosfera nova e fresca.

O Senhor Jesus Tem uma Necessidade Urgentede que o Corpo Seja Expressado nas Igrejas Locais;

a menos que Haja uma Expressão Substancialdo Corpo de Cristo na Terra,o Senhor Jesus Não Retornará

O Senhor Jesus tem uma necessidade urgente de que o Corpo sejaexpressado nas igrejas locais; a menos que haja uma expressão substan-cial do Corpo de Cristo na terra, o Senhor Jesus não retornará (Mt16:18, 27; Ef 5:23, 27; Ap 19:7).

A INTENÇÃO DE DEUS NESTA ERA NÃO É MERAMENTEEDIFICAR AS IGREJAS LOCAIS

EM DIVERSAS LOCALIDADES E NADA MAIS

A segunda questão apresentada no início desta mensagem foi:“Podemos dizer que a intenção de Deus nesta era é meramente edificaras igrejas locais nas várias localidades e nada mais?” Podemos ver a res-posta a essa pergunta nos pontos acima e em alguns trechos a seguir,do livro do irmão Nee The Assembly Life (A Vida de Assembléia), queprecedeu A Vida Cristã Normal da Igreja. A Vida Cristã Normal daIgreja é um livro composto de mensagens dadas em 1937, mas TheAssembly Life é composto de mensagens dadas em 1934, foi o primeirolivro na restauração do Senhor a respeito da prática da igreja. O capí-tulo 4 de The Assembly Life trata do limite da igreja, que as igrejas nãosão assembléias independentes em si mesmas, mas pertencem à comu-nhão universal do Corpo de Cristo. O irmão Nee não falou acerca doCorpo universal de Cristo meramente no final de sua vida; ele tambémministrou sobre essa questão no início de seu ministério.

Alguns dizem que o ministério do irmão Nee sobre a igreja é repre-sentado somente por A Vida Cristã Normal da Igreja. Isso não éverdade. Na introdução de A Vida Cristã Normal da Igreja, o irmão Leediz:

O Senhor nos guiou por diversas experiências para queaprendêssemos um pouco do princípio e também do fatoda cruz e da ressurreição, e aprender algo da vida de Cristo,

A REALIZAÇÃO DA EDIFICAÇÃO DIVINA 261

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do senhorio de Jesus, da vida coletiva do Corpo, da base doreino de Deus e de Seu propósito eterno. É natural, por-tanto, que esses itens tenham sido o encargo do nossoministério. Mas o vinho de Deus precisa de um odre paracontê-lo. (pp. 14-15)

Quando o irmão Lee veio pela primeira vez aos Estados Unidos noinício dos anos 60, ele falou muito sobre a base da igreja. Ele fez issoporque em 1955 e 1957, o irmão T. Austin-Sparks visitou Taiwan efalou contra a base da igreja. Para compensar esse falar negativo, oirmão Lee começou a enfatizar a questão da base da igreja. Anterior-mente, nas mensagens dadas entre 1951 e 1954, o irmão Lee não faloumuito sobre a base da igreja. Depois, como essa verdade foi atacada,surgiu uma necessidade especial de compartilhar por diversas vezessobre a base da igreja. Então, posteriormente, quando houve uma rebe-lião na restauração, os rebeldes tomaram o que o irmão Nee haviaescrito em A Vida Cristã Normal da Igreja e o que o irmão Lee haviaministrado sobre a base da igreja como base para o seu ensinamento deque as igrejas fossem autônomas. Mas não é esse o caso. O principalencargo do ministério é o Corpo de Cristo. Não há o encargo de edifi-car assembléias locais independentes. O encargo é edificar o comple-mento de Cristo, a noiva de Cristo, o Corpo de Cristo, que culmina naNova Jerusalém.

A PRÁTICA DA COMUNHÃO

O capítulo 2 de The Assembly Life, intitulado “The Practice ofFellowship” (“A Prática da Comunhão”), começa com “Há ApenasUma Igreja”. Esse capítulo diz:

Há Apenas Uma Igreja

A Bíblia diz que há apenas uma igreja. A igreja na qualPaulo estava é a mesma na qual nós estamos. A igreja naqual estamos é a mesma igreja na qual o apóstolo João,Martinho Lutero, João Calvino e todas as pessoas regenera-das estão. A igreja na Bíblia não é separada pelo tempo,localidade ou raça. Há apenas uma única igreja, que existeem todos os tempos e em todos os lugares. Não há duasigrejas. A Bíblia apenas reconhece o único Corpo de Cristoe nunca reconhece dois, porque há apenas uma únicaCabeça. Embora haja muitos membros na Bíblia, o Corpo é

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singular. Portanto, todos os salvos no passado e no pre-sente, aqui e em outros lugares constituem uma únicaigreja e um único Corpo. Já que é assim, por que há “igre-jas” em diferentes lugares? Como Efésios menciona um sóCorpo, um só Espírito, uma só esperança, um só Senhor,uma só fé, um só batismo, e um só Deus, por que então aBíblia também menciona igrejas [no plural]? Isso não éuma contradição? Porque, por um lado, há um únicoCorpo, mas, por outro lado, há muitas igrejas? Isso nosmostra que há diferentes ângulos na Bíblia com relação aoCorpo de Cristo e às igrejas locais. Estritamente falando, háapenas uma igreja, da mesma forma que há apenas umCorpo de Cristo. Contudo, em cada cidade pode havermuitos crentes, algo como três a cinco mil ou pode haverpoucos como dois ou três, conforme descrito em Mateus18. Desde que haja um grupo de crentes reunindo-se emuma cidade, esse grupo de crentes constitui a igreja nessacidade. Por isso, no idioma original, a Bíblia claramentenos mostra que a igreja é “a igreja em tal lugar”. A palavraem indica que há apenas uma igreja, que está espalhada eperegrinando em diversos lugares. A Bíblia chama a reu-nião dos que se reúnem em determinado lugar de igrejalocal; serve como uma representação em miniatura daúnica igreja.

Estimamos muito as palavras de Romanos 12, que diz:“Nós que somos muitos, somos um Corpo”. “Nós” incluitodos os crentes. Há apenas um pão (...). Materialmentefalando, em todo o mundo pode haver centenas e milharesde pães, mas diante de Deus há apenas um pão, espiritual-mente falando (...). O pão que é partido em todos oslugares e o Corpo de Cristo que ele representa é o mesmopão e o mesmo Corpo de Cristo em todos os lugares. Deustem apenas uma igreja no mundo. Essa única igreja estáespalhada em todas as cidades e povoados. Essas igrejasespalhadas nas cidades e povoados são chamadas de igrejasnessas cidades ou igrejas nesses povoados. Por conveniên-cia, chamamos as igrejas em todas as cidades e povoados deas igrejas de Deus. Na verdade, as igrejas de Deus sãoapenas a igreja de Deus. O Senhor nos encarrega de partir o

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pão todos os domingos para nos lembrar de que as igrejasnas várias localidades não são igrejas independentes, masestão unidas como uma igreja. Essa é a razão de termos osímbolo de um só pão. O único pão nos lembra queembora sejamos muitos crentes em todos os lugares e emtodos os tempos, e apesar de haver muitas igrejas locais,somos ainda um só pão.

(…) As igrejas em miniatura em todos os lugares sãorepresentações de todo o Corpo de Cristo. Quando vemosuma assembléia local com cinqüenta pessoas reunidas,devemos perceber imediatamente que elas representamtodos os crentes em todos os tempos e em todos os lugares(…). É por essa razão que nenhuma igreja pode agir inde-pendentemente. Todos os moveres devem levar em contatoda a igreja. Enquanto está sentado em uma reunião, vocênão deve ver apenas os irmãos próximos a você, mas todo oCorpo de Cristo. O que você está fazendo não afeta apenasas cem ou duzentas pessoas que se reúnem com você; afetatodo o Corpo de Cristo, porque nós temos apenas umúnico Corpo. Embora você seja apenas um membro, o quevocê faz é o que o Corpo de Cristo faz. Um único membropode debilitar todo o Corpo.

(…) Embora vocês sejam uma igreja em miniatura euma comunidade pequena com certo limite, Deus pre-tende que essa igreja em miniatura, essa pequena comu-nidade, expresse a igreja em grande escala, a grandecomunidade. Portanto, o que fazemos nas pequenas igrejaslocais representa e inclui tudo o que o Corpo de Cristo faz.Por essa razão, precisamos estar ligados a outras igrejaslocais e irmãos em outras localidades.

Receber Alguémna Reunião do Partir do Pão

(…) Se você sabe que algo que você está prestes a fazerem sua localidade será considerado inadequado em outraslocalidades, você não deve se preocupar apenas com ospontos de vistas de alguns em sua localidade e, ainda assim,fazê-lo. Se fizer, você não estará discernindo o Corpo deCristo (…). Da mesma forma, se um assunto não passa

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pela aprovação unânime de toda igreja, não é o mover doCorpo, mas um mover individual. Na Bíblia há apenas omover do Corpo; não o mover de indivíduos (…).

(…) Precisamos ser muito cuidadosos no que fazemosa fim de cuidar dos irmãos em outras localidades (pp.55-59).

O que fazemos afeta não apenas os santos em nossa localidade. Nãodevemos dizer que algo está certo contanto que seja certo para a nossaigreja. Devemos considerar o sentimento das outras igrejas. Se quere-mos organizar determinada reunião do evangelho, e soubermos queesse tipo de reunião será um problema para outros lugares, precisamoslevar esse sentimento em consideração.

O irmão Lee continua:

Reconhecimento dos Dons

(…) Sempre que uma assembléia quiser reconhecer umdom, ela precisa ser cuidadosa a fim de que não apenasessa assembléia reconheça este dom, mas que irmãos deoutros lugares possam reconhecê-lo também. Portanto,não devemos apenas nos preocupar conosco mesmos, mascom toda a igreja.

Cooperadores

(…) Um irmão que estava servindo em determinadalocalidade queria convidar outro irmão para servir ali. Eleveio falar comigo e perguntou se deveria fazer o convite. Eulhe disse que não perguntasse a mim, mas que ele deveriaconsiderar se aquele irmão seria ou não recebido caso fosseapresentado às assembléias em Pequim, Xangai ou Nan-quim. Ele temia que aquele irmão não fosse recebido.Então, eu lhe disse: já que é assim, ele também não poderiareceber esse irmão e convidá-lo a servir em sua localidade.Se ele reconhecesse esse irmão como cooperador, ele o esta-ria levando para servir juntamente com os outros coopera-dores. Ele não deve receber uma pessoa em seu nome ouem nome dos poucos que se reúnem em sua assembléialocal; ele deve recebê-lo em nome de todo o Corpo. Se umhomem como o apóstolo Paulo ainda vivesse na terra, elereceberia essa pessoa como cooperador em nome de Paulo,

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Pedro e os outros, e também acrescentaria um cooperadora eles. Se não recebesse dessa maneira, ele estaria agindoindependentemente. Todas as ações independentes nãotêm lugar no Corpo de Cristo e devem ser rejeitadas. Cadaassembléia precisa tomar cuidado para não realizar açõesindependentes, mas aprender a seguir a Deus, para que aação de qualquer assembléia se torne uma responsabilidadeconjunta de todas as assembléias de outros lugares (…).(pp. 69-60)

Nós não temos a liberdade de receber, independentemente, alguém namesa do Senhor, reconhecer os dons ou reconhecer os cooperadores.Precisamos fazer isso de maneira corporativa.

O capítulo continua:

Não Haverá MudançaTransferindo-se para Outra Localidade

(…) Quando tem comunhão conosco, você tem comu-nhão com todos os irmãos que têm tido comunhãoconosco e você não pode escolher mais um lugar para sereunir. Esse é o princípio de comunhão no Corpo. Vocênão pode agir independentemente.

Muitas vezes, pensamos que se pudéssemos escolher,mudaríamos de local de reunião o tempo todo. Mas issonão existe. Nas reuniões temos as maiores bênçãos, mastambém carregamos as maiores responsabilidades e temosas maiores restrições (…). Não pensem que as denomina-ções amarram as pessoas. A nossa comunhão amarra aspessoas ainda mais do que as denominações. O que elastêm é uma organização de acordo com a lei. O que nóstemos é um organismo no Corpo. Temo que nenhumadenominação amarre tanto as pessoas quanto o princípiodo organismo do Corpo, o qual reconhecemos. Nenhummembro do Corpo pode ser mover livremente por um dia.Nem mesmo um dedo pode ter um dia de liberdade. Aservidão que temos é a servidão do Corpo. Assim, nãotemos a nossa liberdade pessoal. Portanto, irmãos, que pos-samos ver realmente o Corpo de Cristo. Se virmos, nãoagiremos independentemente. Após crermos no Senhor,não apenas somos salvos, mas também devemos agir como

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irmãos colocando-nos na posição de um irmão. Nãoapenas devemos ser cristãos, mas entre os irmãos devemosnos comportar como bons irmãos. Somente então amare-mos verdadeiramente os irmãos.

A Responsabilidade de Todos os Irmãos

(…) Muitos apenas vêem os irmãos nas suas própriaslocalidades e não se preocupam com irmãos de outroslugares. Isso não está de acordo com a vontade de Deus.

Deus salva os homens a fim de ganhar pedras vivaspara a edificação da casa espiritual. Se houver apenas indi-víduos, pedras isoladas, não haverá casa espiritual. Nossopartir do pão é a manifestação de todo o Corpo de Cristo.Cada um que parte o pão deve ser responsável perante todoo Corpo de Cristo; ele precisa ver que é responsável portodos aqueles com quem ele tem comunhão. Portanto, cadavez que estamos para receber um irmão em nossa reuniãodo partir do pão, os irmãos responsáveis devem mostrar aele que o partir do pão é para discernir o Corpo (…).

(…) Além disso, ele precisa saber da responsabilidadeque tem como um irmão que participa do pão. Ele é res-ponsável diante de todos os irmãos locais e é responsáveldiante das assembléias em todos os outros lugares. Se umirmão não tem clareza da responsabilidade que deve ter,não devemos rejeitá-lo, mas permitir que ele considere, edevemos lhe mostrar as conseqüências de não ter essa res-ponsabilidade. Ele precisa perceber que o partir do pão nãoé apenas para lembrar-se do Senhor, mas também é umaquestão de responsabilidade perante a comunhão da igreja(…).

A Responsabilidade entre as Assembléias

A Bíblia nos diz que a regra que Deus estabelece parauma assembléia é a mesma para outra assembléia. Se aregra em duas assembléias for diferente, algo deve estarerrado (…). Primeira Coríntios 1:2 nos diz que essa epís-tola foi escrita não apenas para os crentes em Corinto, maspara todos os que em todo lugar invocam o nome do Senhor.Em outras palavras, todas as igrejas devem tomar o mesmo

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caminho; não devem ser diferentes uma das outras (…). Oapóstolo não permitiu que a ação de uma assembléia localfosse diferente de outra. Com isso podemos ver que a nossareunião não pode agir independentemente. Cada assem-bléia deve se preocupar uma com a outra. Antes defazermos qualquer coisa, devemos considerar como nossasações afetarão as outras assembléias.

(…) Devemos aprender humildemente a seguir outrasassembléias. O apóstolo disse: “Com efeito, vos tornastesimitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra,posto que em meio de muita tribulação, com alegria doEspírito Santo” (1 Ts 1:6). E de novo ele diz: “Tanto éassim, irmãos, que vos tornastes imitadores das igrejas deDeus existentes na Judéia em Cristo Jesus…” (1 Ts 2:14).Esse versículo nos diz que a igreja em Tessalônica era imi-tadora das igrejas na Judéia (…). Nenhuma assembléiapode agir independentemente. Não só indivíduos nãodevem agir independentemente, mas tampouco a assem-bléia deve agir independentemente.

Assembléias Independentes

Se alguém quiser estabelecer uma assembléia em umlugar e não quiser ter comunhão ou se comunicar comoutras assembléias, ele não estará firmado na base daigreja. Nenhuma igreja na Bíblia ignorava as outras igrejas(…).

O que É uma Facção?

Temo que alguns crentes indisciplinados se levantarãoentre nós esperando conquistar um nome para si própriosou assumir a autoridade de um presbítero. Se não atingi-rem seu objetivo, eles irão para outros lugares, como umpovoado ou uma ilha a fim de levar algumas pessoas à sal-vação. Talvez eles, por fim, preguem o evangelho demaneira bem sucedida em outro lugar e levem muitos àsalvação. Talvez prossigam ajudando os salvos a ter reu-niões, partir o pão e ter presbíteros e diáconos. Talvezfaçam todas essas coisas de acordo com a Bíblia, todavia,sem comunhão conosco. Ao invés disto, eles apenas se

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preocuparão com as suas próprias reuniões e se apegarãofirmemente ao seu “território”. Talvez pensem que podemnos ignorar e simplesmente seguir o seu caminho. Entre-tanto, pouco percebem que fazendo isso eles se tornarãouma facção; eles não são uma assembléia posicionada nabase da igreja. Conforme é mencionado na Bíblia, eles são,na verdade, uma facção porque a comunhão deles é limi-tada a apenas cem ou duzentas pessoas dentre eles. Mesmoque as reuniões do partir do pão e a ordenação de presbíte-ros e diáconos sejam todas feitas de acordo com asEscrituras, ainda será uma facção se a comunhão deles forrestrita a apenas um lugar. Portanto, no futuro, se houveruma assembléia cuja comunhão é limitada a apenas umalocalidade, sem base no Corpo de Cristo e que não incluatodos os crentes, isso será uma facção.

(…) Qualquer comunhão que inclua apenas algunscrentes locais, mas não inclua todo o corpo de Cristo emtodos os tempos e lugares é uma facção. Se alguém indisci-plinado entre nós sair para estabelecer outra assembléia erestringir a comunhão dos crentes apenas à sua reunião,eles se tornarão uma facção.

(…) Cada facção tem seu traço característico. Sealguém tomar o localismo como traço característico,torna-se uma facção. Ao considerar se uma assembléia é ounão uma facção, não é suficiente ver se a sua prática ébíblica. A questão principal não envolve se a prática dessaassembléia é ou não bíblica, mas se essa assembléia é umafacção. Se for uma facção, devemos abandoná-la. Se umaassembléia não é o Corpo de Cristo ou não é para o Corpode Cristo, ela deve ser abandonada por ser uma facção.Portanto, se quisermos servir a Deus adequadamente deve-remos aprender a não desobedecer aos mandamentos deDeus e a ser restritos pelos irmãos. Não podemos nos preo-cupar apenas com um lugar (…).

O princípio dos Irmãos Abertos é se preocupar apenascom a sua assembléia local, ignorando as assembléias emoutros lugares (…). Em algumas localidades, os irmãos sedividiram em diversas assembléias, e nenhuma assembléiase comunicava com a outra. Ainda assim, eles dizem que

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não brigam! Os que preferem um tipo de prática vão àassembléia que tiver aquele tipo de prática, e outros quepreferem outro tipo de prática vão à assembléia que tiver aprática que eles preferem. Isso não é diferente da maneiradas denominações. A única diferença é que as denomina-ções são facções maiores, ao passo que eles são facçõesmenores. Entretanto, esse não é o caminho ou ensina-mento da Bíblia.

Unidade na Administração

(…) Alguém excomungado de uma assembléia local éexcomungado de todas as assembléias, e quem é acolhidopor uma assembléia é acolhido por todas as assembléias.Não apenas as assembléias que estão posicionadas na baseda igreja têm essa prática; até mesmo as denominações têmessa prática. Todos os que são excomungados pela Presbite-riana de Xangai são excomungados pela Presbiteriana deNanquim. Se as denominações fazem assim, não devería-mos nós, que estamos posicionados na base da igreja e queesperamos que a vida do Corpo de Cristo seja expressada,termos um relacionamento mútuo, mais íntimo e commais unidade do que os que estão nas denominações?

(…) A administração das assembléias é completamentelocal. Xangai não pode anular ou interferir nas decisões deTsinan, e Tsinan não pode anular ou interferir nas decisõesde Xangai. Entretanto, ao tomar decisões, tanto Xangaicomo Tsinan precisam considerar como as suas decisõesafetarão as outras assembléias. Portanto, precisamos sercuidadosos, limitados, por causa das outras assembléias. Aadministração de uma assembléia não pode ser afetadapelas outras assembléias, mas se essa assembléia está bus-cando a vontade de Deus de maneira definitiva, ela nãoagirá presunçosamente usando a desculpa de que a admi-nistração das igrejas é local. Ao invés disso, ela consultaráas outras assembléias esperando andar de acordo com asEscrituras e o desejo do Senhor. Todas as questões estãorelacionadas com o fato de a nossa carne ter sido ou nãotratada e se somos ou não espirituais. Dessa maneira, sere-mos capazes de considerar as outras assembléias (…).

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Portanto, é uma questão de nossa carne ter sido colo-cada na cruz. Até entre as assembléias esse princípio seaplica. Se estivermos errados, teremos que nos submeteraos irmãos. Mas, se nos preocupamos apenas com osnossos propósitos, a situação se tornará impossível e nostornaremos uma facção. Se um irmão pensa que jamaiserrará, ele já se tornou uma facção. Portanto, precisamosjulgar a carne adequadamente e levá-la à morte parapodermos viver no Espírito Santo e lidar com as questõesda igreja de maneira adequada. Se a carne não for julgada ealguém quiser fazer algo enquanto outra pessoa desejarfazer outra, não haverá maneira de levar adiante os assun-tos da igreja. Todos nós precisamos lidar com o nosso ego.Isso acontece entre as pessoas e também entre as assem-bléias. Esse é o ensinamento da Bíblia.

Perguntas

(…) O que significa estar “posicionado na base daigreja”? Duas coisas são muito cruciais:

1) Não podemos ser uma facção. Qual a diferençaentre uma facção e a igreja? A igreja inclui todos os cren-tes, ao passo que uma facção inclui uma parte de todos oscrentes…

2) Para estar na base da igreja, é necessário expressar oCorpo. Se encontrarmos determinado grupo que não tenhaum nome, credo ou rol de membros, que pratiquem outrascoisas de acordo com as Escrituras e sejam iguais a nós,ainda assim devemos perguntar (embora não sejam umafacção) se eles estão ou não expressando a vida do Corpo.Nem todo grupo que não seja uma facção está posicionadona base da igreja. Se um grupo não é uma facção do ladonegativo, isso não necessariamente quer dizer que conheçao Corpo de Cristo e a igreja de Deus do lado positivo…

Além disso, mesmo que uma assembléia tenha assu-mido a responsabilidade de ser a igreja local naquelacidade, ainda é necessário investigar se ela não assumiu aatitude do “localismo”, na qual ela se preocupa apenas comsua própria localidade. Essa assembléia reconhece que aigreja de Deus é universal e que precisa ter comunhão com

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outras assembléias que estão posicionados na base daigreja? Se ela não quer ter comunhão com outras assem-bléias locais e assumir a responsabilidade de seguir osmesmos passos das outras, ela ainda não está posicionadana base da igreja. (pp. 60-81)

Se não considerarmos o Corpo, não temos a base da igreja. Há aproxi-madamente dez anos, um grupo de certa cidade disse: “Nós somos aigreja aqui porque nos posicionamos como uma igreja em uma cidade.Concordamos com tudo o que Watchman Nee diz. Apenas não temoscomunhão com outra determinada igreja local. Nós interrompemos orelacionamento.” Dizer isso os transformou em uma igreja local quenão era mais adequada pois, de acordo com a definição do irmãoNee acima, a fim de nos posicionarmos na base da igreja, devemosexpressar o Corpo.

O capítulo 2 de The Assembly Life conclui:Pergunta: Se a reunião do partir do pão se dispõe a rece-

ber todos os filhos de Deus, poderíamos então dizer que essareunião está firmada na base da igreja?

Resposta: A primeira coisa que precisamos estabelecer éo significado de estarmos posicionado na base da igreja.Sabemos que para estar na base da igreja não podemos seruma facção. Todavia, isso é apenas do lado negativo. Dolado positivo, precisamos expressar a vida do Corpo deCristo. Isso significa que não podemos agir independente-mente e precisamos estar dispostos a avançar juntos comtodos os irmãos que não estão em uma facção (…). Precisa-mos tomar o mesmo caminho juntos com os que não estãoem uma facção. Somente então podemos dizer que estamosfirmados na base da igreja (…).

(…) Se alguém pensa não estar em uma facção, masnão quer cooperar na obra e na comunhão com outros quenão estão em uma facção, e, em vez disso, age independen-temente, essa pessoa não está na base da igreja, mesmo quereceba todos os filhos de Deus. Ela ainda não conhece oCorpo de Cristo. E, como tal, aquela mesa ainda não é amesa do Senhor porque aquele pão não pode representartodos os crentes.

(…) Se há irmãos que não estão em uma facção emdeterminado lugar, que não têm comunhão com os que

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também não estão em uma facção em outro lugar, eles sãoiguais às denominações, que não estão posicionadas nabase da igreja. Na verdade, eles são outra facção e nãopodemos partir o pão com eles. (pp. 82-83)

Precisamos das igrejas locais e precisamos do Corpo de Cristo. Isso éclaramente revelado na Bíblia e no ministério.

A ÊNFASE DA EDIFICAÇÃO UNIVERSALDO CORPO DE CRISTO

NÃO LEVA À EDIFICAÇÃODE UMA ORGANIZAÇÃO

No início desta mensagem a terceira pergunta foi apresentada: “Aênfase na edificação universal do Corpo de Cristo é algo que levará àedificação de uma organização?” O trecho a seguir responde essa per-gunta. O irmão Nee diz que a questão não é se algo é uma organizaçãoou não, mas se vemos o Corpo. Se não vemos o Corpo, é uma organiza-ção. Ele disse que a Igreja Católica está certa em afirmar que todas asigrejas precisam ser uma, mas que ela aplica essa verdade de maneiraerrada. No último tumulto pelo qual passamos as pessoas falavammuito de localismo e autonomia da igreja. O irmão Lee tentou resolverisso falando vez após outra sobre o Corpo de Cristo. Em outras pala-vras, ele não deu base para os que diziam que todas as igrejas eramindependentes. Por um lado, a organização é algo errado; por outro, adivisão também é. A edificação orgânica do Corpo de Cristo está entreos dois extremos da organização e da divisão. Foi isso o que o irmãoLee ministrou naquela época. Não somos pela organização nem peladivisão. Somos pela unidade do Corpo de Cristo. O trecho abaixo foitirado de um capítulo intitulado “A Obra de Restauração de Deus”, novolume 77 de The Collected Works of Watchman Nee:

VER A VIDA DO CORPO

O Espírito Santo É o Ponto de Partida da Obra

Irmão Chu-en: Será que a igreja em Jerusalém e a igrejaem Antioquia se tornaram um tipo de igreja “central” ouigreja “matriz”?

Irmão Nee: Nossa obra hoje não começou em Antio-quia. Nem em Jerusalém. Nossa obra hoje começa noEspírito Santo. A questão básica é o ponto de partida denossa obra (…).

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Viver a Realidade da Vida do Corpo

Devemos ver a vida do Corpo, antes de considerarmosa questão da igreja em Antioquia. Primeiramente, há a vidado Corpo. Então, temos a igreja em Antioquia. Por essarazão, precisamos aprender algumas lições, antes de discu-tirmos a questão de Antioquia. Se a realidade do EspíritoSanto estiver presente na igreja, a questão de controle cen-tral não mais existirá. Entretanto, se houver apenas aprova-ção através de votos, planejamentos e resoluções na nossaobra, ao invés da realidade do Espírito Santo, nada teremosalém de uma organização central; será o CatolicismoRomano.

Os católicos dizem que há apenas uma igreja, que osseus sacerdotes são o único tipo de pessoas que podementender a Bíblia, e que a igreja deles é a única verdadeiraigreja. É verdade que há apenas uma igreja. Mas a maneirade os católicos romanos interpretarem a Bíblia não é cor-reta. Como pode algo correto estar errado nas mãos doscatólicos? Precisamos perceber que é correto a igreja seruma, mas na Igreja Católica, há organizações, idéias emétodos humanos. Como resultado, o que é certo se tornaerrado (…).

Antioquia não foi um centro, porque não foi produtode uma organização, mas produto do Espírito Santo. Comoa igreja se separa do Espírito Santo e perde sua realidadeespiritual, ela se torna a Igreja Católica Romana. É possívelencontrar o catolicismo entre nós. A questão básica hojenão é o método de Antioquia, mas que tipo de pessoassomos. Somos pessoas que vivem a realidade espiritual?Essa é a questão básica. Se uma igreja local se torna ou nãouma igreja central depende basicamente se essa igreja é ounão espiritual. Essa é a questão mais importante (…).

O Ponto de Partida da ObraÉ a Unidade do Corpo

O ponto de partida da obra em Antioquia foi enviardois ou três homens. Entretanto, se os obreiros são envia-dos pela obra, surge a questão da organização. Em nossas

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reuniões nesses dias, irmãos de diferentes localidades têmsurgido com uma unanimidade própria. Esse tipo de reu-nião não é produto de organização, ensinamento ou dou-trinas. É um produto da necessidade do Corpo. Hásomente um Corpo. O que é manifestado em todos os luga-res é a mesma vida. Essa vida é a realidade do Corpo. Aobra é produzida a partir dessa realidade. Esse é o padrãodo Senhor. Se compararmos nossa obra com o padrão doSenhor, veremos que certamente estamos aquém. O Senhornos tem mostrado hoje que obras individuais nuncapodem chegar ao padrão do Corpo. Se não virmos isso,mas insistirmos em nossa obra individual, vamos depararcom um muro de pedras. Todas as obras que não são resul-tado da vida do Corpo, mais cedo ou mais tarde, encontra-rão um muro de pedras. O Senhor nos guiará até o pontoonde precisaremos tomar o caminho do Corpo. Ele nosguiará aonde não seremos capazes de prosseguir ou mesmoviver se não tomarmos o caminho do Corpo. Se umhomem cair em um rio, certamente gritará por socorro. Damesma forma, o Senhor nos forçará a gritar por socorropara sermos resgatados de nossas obras individuais. Esse éo ponto de partida da obra. O ponto de partida da obra é aunidade do Corpo.

A eletricidade que vem da usina hidrelétrica é uma só;todavia, os lugares onde ela brilha são muitos. Emborabrilhe em muitos lugares, a eletricidade nesses diversoslugares está sob o controle da mesma usina hidrelétrica.Hoje, as obras em todas as localidades devem estar sob acomunhão de um só Corpo. Nenhum lugar deve estabele-cer o seu próprio abrigo ou linha de defesa. Hoje devemosexpressar a vida do Corpo nas diferentes localidades. Sefizermos das igrejas nas nossas localidades pequenos reinose territórios limitados pelos seus próprios territórios,estaremos errados (…).

A Organização É o Resultado de Falta de Vida

A razão por que há quartéis-generais é devido à falta devida. Quando falta vida, a organização aparece. No Corpode Cristo, a organização é o fardo mais pesado. Quando

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alguém é saudável, não sente o peso de seu corpo. Quandoalguém está enfermo, sente o peso de seu corpo. Quanto maisenfermo alguém está, mais pesado é o seu corpo para ela.Quando alguém morre, seu corpo se torna mais pesado. Elese torna tão pesado que precisa ser levantado pelos outros.Quando há vida, o corpo é um corpo. Quando a vida se vai,o corpo se torna um cadáver. No mesmo princípio, semvida, surge o quartel-general. Quando a vida se vai, hánecessidade do surgimento de uma organização para pôrtudo em ordem. Desde que haja vida no Corpo de Cristo,não haverá problemas, mesmo que esse corpo se tornemuito grande. Isso é como dizer que desde que haja vidano corpo humano, alguém não sentirá o peso de seu corpo,não importa quão pesado ou grande ele se torne. Mas tãologo o seu corpo se torne um cadáver, será muito difícillevantá-lo.

As Igrejas Locais Não se Tornam um Método

Hoje não podemos tornar a verdade sobre a igreja localum método. Se fizermos dela um método, ela se tornaráverdadeiramente morta. A questão não é o catolicismo ouas igrejas locais. A questão é se a igreja está na doutrina ouna vida. Eu temo o método tanto quanto temo o catoli-cismo. As igrejas locais não podem se tornar um método.Quando se tornam um método, elas se tornam muito,muito pesadas. Esse é o nosso problema básico hoje.

Não podemos dizer que a Igreja Católica esteja total-mente errada. Se a Igreja Católica removesse os seus ídolos,a unidade que ela prega estaria correta. (pp. 69, 73-77)

— A. Y.

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