Tolerância Geométrica - Apresentaçao

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Tolerncia Geomtrica Forma e Posio.

Unisal Campinas, 2011

Introduomuito difcil executar peas com as medidas rigorosamente exatas porque todo processo de fabricao est sujeito a imprecises. Sempre acontecem variaes ou desvios das cotas indicadas no desenho. Entretanto, necessrio que peas semelhantes, tomadas ao acaso, sejam intercambiveis, isto , possam ser substitudas entre si, sem que haja necessidade de reparos e ajustes. A prtica tem demonstrado que as medidas das peas podem variar, dentro de certos limites , para mais ou para menos, sem que isto prejudique a qualidade. Esses desvios aceitveis nas medidas das peas caracterizam o que chamamos de tolerncia dimensional, que o assunto que vamos abordar, nessa rpida apresentao.

As tolerncias vm indicadas, nos desenhos tcnicos, por valores e smbo- los apropriados. Por isso, voc deve identificar essa simbologia e tambm ser capaz de interpretar os grficos e as tabelas correspondentes. As peas, em geral, no funcionam isoladamente. Elas trabalham associadas a outras peas, formando conjuntos mecnicos conjuntos mecnicos que desempenham funes determinadas. Ou seja, num conjunto, as peas se ajustam, isto , se encaixam umas nas outras de diferentes maneiras e voc tambm vai aprender a reconhecer os tipos de ajustes possveis entre peas de conjuntos mecnicos. No Brasil, o sistema de tolerncias recomendado pela ABNT segue as normas internacionais ISO (International Organization For Standardization ). A observncia dessas normas, tanto no planejamento do projeto como na execuo da pea, essencial para aumentar a produtividade da indstria nacional e para tornar o produto brasileiro competitivo em comparao com seus similares estrangeiros.

Tolerncia geomtrica de formaConceito de erro de forma Um erro de forma corresponde diferena entre a superfcie real da pea e a forma geomtrica terica. A forma de um elemento ser correta quando cada um dos seus pontos for igual ou inferior ao valor da tolerncia dada. Elemento pode ser um ponto, uma reta ou um plano. A diferena de forma deve ser medida perpendicularmente forma geomtrica terica, tomando-se cuidado para que a pea esteja apoiada corretamente no dispositivo de inspeo, para no se obter um falso valor. Causas Os erros de forma so ocasionados por vibraes, imperfeies na geometria da mquina, defeito nos mancais e nas rvores etc. Tais erros podem ser detectados e medidos com instrumentos convencionais e de verificao, tais como rguas, micrmetros, comparadores ou aparelhos especficos para quantificar esses desvios

Conceitos bsicos Definies, conforme NBR 6405/1988. Superfcie real: superfcie que separa o corpo do ambiente. Superfcie geomtrica: superfcie ideal prescrita nos desenhos e isenta de erros. Exemplos: superfcies plana, cilndrica, esfrica. Superfcie efetiva: superfcie levantada pelo instrumento de medio. a superfcie real, deformada pelo instrumento. Com instrumentos, no possvel o exame de toda uma superfcie de uma s vez. Por isso, examina-se um corte dessa superfcie de cada vez. Assim, definimos: Perfil real: corte da superfcie real. Perfil geomtrico: corte da superfcie geomtrica. Perfil efetivo: corte da superfcie efetiva.

Erros macrogeomtricosDetectveis por instrumentos convencionais. Exemplos: ondulaes acentuadas, conicidade, ovalizao etc

Erros microgeomtricosDetectveis somente por rugosmetros, perfiloscpios etc. So tambm definidos como rugosidade

Tabela de simbologias de tolerncias

Retilineidade Smbolo: a condio pela qual cada linha deve estar limitada dentro do valor de tolerncia especificada. Se o valor da tolerncia (t) for precedido pelo smbolo , o campo de tolerncia ser limitado por um cilindro t, conforme figura.

Planeza Smbolo: a condio pela qual toda superfcie deve estar limitada pela zona de tolerncia t, compreendida entre dois planos paralelos, distantes de t.

Tolerncia dimensional e planeza - Quando, no desenho do produto, no se especifica a tolerncia de planeza, admite-se que ela possa variar, desde que no ultrapasse a tolerncia dimensional. As tolerncias admissveis de planeza mais aceitas so: Torneamento: 0,01 a 0,03mm Fresamento: 0,02 a 0,05mm Retfica: 0,005 a 0,01mm

Circularidade Smbolo a condio pela qual qualquer crculo deve estar dentro de uma faixa definida por dois crculos concntricos, distantes no valor da tolerncia especificada. O campo de tolerncia em qualquer seo transversal limitado por dois crculos concntricos e distantes 0,5mm. Circularidade: mtodos de medio - O erro de circularidade verificado na produo com um dispositivo de medio entre centros. Se a pea no puder ser medida entre centros, essa tolerncia ser difcil de ser verificada, devido infinita variedade de erros de forma que podem ocorrer em virtude da dificuldade de se estabelecer uma superfcie padro, com a qual a superfcie pudesse ser comparada. Em geral, adota-se um prisma em V e um relgio comparador, ou um relgio comparador que possa fazer medidas em trs pontos.

Cilindricidade Smbolo: a condio pela qual a zona de tolerncia especificada a distncia radial entre dois cilindros coaxiais. A superfcie considerada deve estar compreendida entre dois cilindros coaxiais, cujos raios diferem 0,2mm.

A circularidade um caso particular de cilindricidade, quando se considera uma seo do cilindro perpendicular sua geratriz.

Forma de uma linha qualquer Smbolo: O campo de tolerncia limitado por duas linhas envolvendo crculos cujos dimetros sejam iguais tolerncia especificada e cujos centros estejam situados sobre o perfil geomtrico correto da linha. Em cada seo paralela ao plano de projeo, o perfil deve estar compreendido entre duas linhas envolvendo crculos de 0,4 mm de dimetro, centrados sobre o perfil geomtrico correto.

Forma de uma superfcie qualquer Smbolo: O campo de tolerncia limitado por duas superfcies envolvendo esferas de dimetro igual tolerncia especificada e cujos centros esto situados sobre uma superfcie que tem a forma geomtrica correta. A superfcie considerada deve estar compreendida entre duas superfcies envolvendo esferas de 0,2 mm de dimetro, centradas sobre o perfil geomtrico correto.

Tolerncia de posioA tolerncia de posio estuda a relao entre dois ou mais elementos. Essa tolerncia estabelece o valor permissvel de variao de um elemento da pea em relao sua posio terica, estabelecida no desenho do produto. No estudo das diferenas de posio ser suposto que as diferenas de forma dos elementos associados so desprezveis em relao suas diferenas de posio. Se isso no acontecer, ser necessria uma separao entre o tipo de medio, para que se faa a deteco de um ou outro desvio. As diferenas de posio, de acordo com a norma ISO R1101, so classificadas em orientao para dois elementos associados e posio dos elementos associados. As tolerncias de posio por orientao esto resumidas na tabela abaixo:

Paralelismo Smbolo: // Paralelismo a condio de uma linha ou superfcie ser equidistante em todos os seus pontos de um eixo ou plano de referncia. O eixo superior deve estar compreendido em uma zona cilndrica de 0,03mm de dimetro, paralelo ao eixo inferior A, se o valor da tolerncia for precedido pelo smbolo .

Perpendicularidade Simbolo : a condio pela qual o elemento deve estar dentro do desvio angular, tomado como referncia o ngulo reto entre uma superfcie, ou uma reta, e tendo como elemento de referncia uma superfcie ou uma reta, respectivamente. Assim, podemse considerar os seguintes casos de perpendicularidade: Tolerncia de perpendicularidade entre duas retas - O campo de tolerncia limitado por dois planos paralelos, distantes no valor especificado t, e perpendiculares reta de referncia.

Inclinao Smbolo : Pela variao angular, especificando o ngulo mximo e o ngulo mnimo. A indicao 75 1 significa que entre as duas superfcies, em nenhuma medio angular, deve-se achar um ngulo menor que 74 ou maior que 76. Pela indicao de tolerncia de orientao, especificando o elemento que ser medido e sua referncia. Tolerncia de inclinao de uma linha em relao a uma reta de referncia - O campo de tolerncia limitado por duas retas paralelas, cuja distncia a tolerncia, e inclinadas em relao reta de referncia do ngulo especificado. O eixo do furo deve estar compreendido entre duas retas paralelas com distncia de 0,09 mm e inclinao de 60 em relao ao eixo de referncia A.

As tolerncias de posio para elementos associados esto resumidas na tabela abaixo.

Posio de um elemento Smbolo: A tolerncia de posio pode ser definida, de modo geral, como desvio tolerado de um determinado elemento (ponto, reta, plano) em relao a sua posio terica. importante a aplicao dessa tolerncia de posio para especificar as posies relativas, por exemplo, de furos em uma carcaa para que ela possa ser montada sem nenhuma necessidade de ajuste. Vamos considerar as seguintes tolerncias de posio de um elemento: Tolerncia de posio do ponto - a tolerncia determinada por uma superfcie esfrica ou um crculo, cujo dimetro mede a tolerncia especificada. O centro do crculo deve coincidir com a posio terica do ponto considerado (medidas nominais). O ponto de interseco deve estar contido em um crculo de 0,3mm de dimetro, cujo centro coincide com a posio terica do ponto considerado.

Tolerncia de posio da retaA tolerncia de posio de uma reta determinada por um cilindro com dimetro "t", cuja linha de centro a reta na sua posio nominal, no caso de sua indicao numrica ser precedida pelo smbolo .

Tolerncia de posio de um planoA tolerncia de posio de um plano determinada por dois planos paralelos distanciados, de tolerncia especificada e dispostos simetricamente em relao ao plano considerado normal. A superfcie inclinada deve estar contida entre dois planos paralelos, distantes 0,05 mm, dispostos simetricamente em relao posio terica especificada do plano considerado, com relao ao plano de referncia A e ao eixo de referncia B.

Concentricidade Smbolo: Define-se concentricidade como a condio segundo a qual os eixos de duas ou mais figuras geomtricas, tais como cilindros, cones etc., so coincidentes. Na realidade no existe essa coincidncia terica. H sempre uma variao do eixo de simetria de uma das figuras em relao a um outro eixo tomado como referncia, caracterizando uma excentricidade. Pode-se definir como tolerncia de concentricidade a excentricidade te considerada em um plano perpendicular ao eixo tomado como referncia. Nesse plano, tem-se dois pontos que so a interseco do eixo de referncia e do eixo que se quer saber a excentricidade. O segundo ponto dever estar contido em crculo de raio te.

Coaxialidade Smbolo: A tolerncia de coaxialidade de uma reta em relao a outra, tomada como referncia, definida por um cilindro de raio tc, tendo como geratriz a reta de referncia, dentro do qual dever se encontrar a outra reta. A tolerncia de coaxialidade deve sempre estar referida a um comprimento de referncia. O desvio de coaxialidade pode ser verificado pela medio do desvio de concentricidade em alguns pontos. O eixo do dimetro central deve estar contido em uma zona cilndrica de 0,08mm de dimetro, coaxial ao eixo de referncia AB.

Simetria Smbolo: A tolerncia de simetria semelhante de posio de um elemento, porm utilizada em condio independente, isto , no se leva em conta a grandeza do elemento. O campo de tolerncia limitado por duas retas paralelas, ou por dois planos paralelos, distantes no valor especificado e dispostos simetricamente em relao ao eixo (ou plano) de referncia. O eixo do furo deve estar compreendido entre dois planos paralelos, distantes 0,08 mm, e dispostos simetricamente em relao ao plano de referncia AB.