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DOCENTE: CÉLIO MARCOS PEDRAÇA ANDRÉIA AUGUSTO LACERDA CARDOSO EDUARDO ABEL ROHLING ROSIMAR CRISTINA SEZE TOMBAMENTO DE PATRIMONIOS HISTÓRICO

Tombamento Histórico

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Projeto de Tombamento Histórico das primeiras casas do INCRA em Carlinda

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DOCENTE: CÉLIO MARCOS PEDRAÇA

ANDRÉIA AUGUSTO LACERDA CARDOSOEDUARDO ABEL ROHLINGROSIMAR CRISTINA SEZE

TOMBAMENTO DE PATRIMONIOS HISTÓRICO

CARLINDA-MT

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ABRIL/2008TOMBAMENTO HISTÓRICO

O tombamento é um ato administrativo realizado pelo Poder Público com o objetivo de preservar, por intermédio da aplicação de legislação específica, bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo para a população, impedindo que venham a ser destruídos ou descaracterizados. Podem ser aplicados aos bens móveis e imóveis, de interesse cultural ou ambiental, quais sejam: fotografias, livros, mobiliários, utensílios, obras de arte, edifícios, ruas, praças, cidades, regiões, florestas, cascatas etc. Somente é aplicado aos bens materiais de interesse para a preservação da memória coletiva. O Tombamento pode ser feito pela União, por intermédio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, pelo Governo Estadual, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado ou pelas administrações municipais, utilizando leis específicas ou a legislação federal.

O Tombamento não altera a propriedade de um bem, apenas proíbe que venha a ser destruído ou descaracterizado. Logo, um bem tombado não necessita ser desapropriado. Um bem tombado pode ser alugado ou vendido Desde que o bem continue sendo preservado. Não existe qualquer impedimento para a venda, aluguel ou herança de um bem tombado. No caso de venda, deve ser feita uma comunicação prévia à instituição que efetuou o tombamento, para que esta manifeste seu interesse na compra do mesmo.

O Tombamento é a primeira ação a ser tomada para a preservação dos bens culturais, na medida em que impede legalmente a sua destruição. No caso de bens culturais, preservar não é só a memória coletiva, mas todos os esforços e recursos já investidos para sua construção. A preservação somente se torna visível para todos quando um bem cultural se encontra em bom estado de conservação, propiciando sua plena utilização. Compete ao órgão que efetuou o Tombamento estabelecer os limites e as diretrizes para as intervenções, nas áreas de entorno de bens tombados. Ou seja, a área de projeção localizada na vizinhança dos imóveis tombados, que é delimitada com objetivo de preservar a sua ambiência e impedir que novos elementos obstruam ou reduzam sua visibilidade.

A proteção do patrimônio ambiental urbano está diretamente vinculada à melhoria da qualidade de vida da população, pois a preservação da memória é uma demanda social tão importante quanto qualquer outra atendida pelo serviço público. O Tombamento não tem por objetivo "congelar" a cidade. De acordo com a Constituição Federal, tombar não significa cristalizar ou perpetuar edifícios ou áreas, inviabilizando toda e qualquer obra que venha contribuir para a melhoria da cidade. Preservação e revitalização são ações que se complementam e, juntas, podem valorizar bens que se encontram deteriorados.

O tombamento não é um ato autoritário! Em primeiro lugar o Tombamento, como qualquer outra Lei Federal, Estadual ou Municipal, estabelece limites aos direitos individuais com o objetivo de resguardar e garantir direitos e interesses de conjunto da sociedade. Não é autoritário porque sua aplicação é executada por representantes da sociedade civil e de órgãos públicos, com poderes estabelecidos pela legislação. Qualquer pessoa física ou jurídica pode solicitar, aos órgãos responsáveis pela preservação, o tombamento de bens culturais e naturais. O Tombamento é uma ação administrativa do Poder Executivo, que começa pelo pedido de abertura de processo, por iniciativa de qualquer cidadão ou instituição pública. Este processo, após avaliação técnica preliminar, é submetido à deliberação dos órgãos responsáveis pela preservação. Caso seja aprovada a intenção de proteger um bem cultural ou natural, é expedida uma

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Notificação ao seu proprietário. A partir desta Notificação o bem já se encontra protegido legalmente, contra destruições ou descaracterizações, até que seja tomada a decisão final. O processo termina com a inscrição no Livro Tombo e comunicação formal aos proprietários.

Toda e qualquer obra pode ser reformada, no entanto, deverá ser previamente aprovada pelo órgão que efetuou o tombamento. A aprovação depende do nível de preservação do bem e está sempre vinculada à necessidade de serem mantidas as características que justificaram o tombamento. A maioria dos órgãos de preservação fornece gratuitamente orientação aos interessados em executar obras de conservação, ou restauração em bens tombados.

Atualmente, pela ação do Ministério Público, qualquer cidadão pode impedir a destruição ou descaracterização de um bem de interesse cultural ou natural, solicitando apoio ao Promotor Público local. Ele está instruído a promover a preservação com agilidade, acionando os órgãos responsáveis da União, Estado ou Município.

IMPORTANCIA DO PATRIMONIO HISTÓRICO

Património histórico pode ser um bem móvel, imóvel ou natural, que possua valor significativo para uma sociedade, podendo ser estético, artístico, documental, científico, social, espiritual ou ecológico. A preservação do património histórico teve início como atividades sistemáticas no século XIX, após a Segunda Guerra Mundial e Revolução Industrial, inicialmente para restaurar os Monumentos destruídos na guerra.

Na busca de sua identidade, o homem recorre, inicialmente, ao patrimônio material no qual se inserem os bens edificados e os objetos que tiveram significado na formação de nossa identidade cultural. Num segundo momento, busca-se o resgate do intangível, o patrimônio imaterial, no qual se inserem as festas, as celebrações, os lugares e os saberes que fazem parte de nossa formação cultural e que, de alguma forma, encontram-se latentes no inconsciente coletivo. O resgate dessa história é fundamental. As construções históricas que, no passado, tiveram momentos de glória na vida das cidades e hoje se encontram abandonadas e em avançado processo de deterioração precisam ser recuperadas, resgatando a cultura e preservando traços de uma época.

Porem alguns autores como “Péricles Antônio Mattar de Oliveira” em seu texto “Património histórico – Um bom negocio para todos” afirma que o resgate dessa história é fundamental, porem não só sob o aspecto cultural como por sua função social, permitindo, também, a possibilidade do estabelecimento de novos usos, sejam eles comerciais ou residenciais. Antigos prédios comerciais que, no passado, abrigaram lojas e escritórios, hoje podem ser utilizados como residências para a população de baixa renda cumprindo, assim, uma importante função social e contribuindo para a redução do déficit habitacional. Em todo o Brasil, vários edifícios de estações ferroviárias têm sido restaurados para abrigar cafés culturais, cinemas, locais para exposição, salas de aulas especializadas, bibliotecas, enfim uma gama enorme de possibilidades de uso. A recuperação de praças históricas é outro bom exemplo de restauração, muitas vezes ligada à iniciativa privada e com enorme retorno institucional.

São vários os pontos que torna interessante o Tombamento de um bem, seja móvel ou imóvel, entre eles o mais importante o resgate de toda uma história, seja de desenvolvimento ou de decadência, que devemos preservar para que algum dia alguém possa conhecer a nossa historia, não só por teoria, mas na pratica, vista com os próprios olhos.

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HISTORICO DE CARLINDAO município de Carlinda foi criado através da lei Estadual n.º 6594, de 19 de

dezembro de 1994, de autoria dos deputados Leonildo Menin, Romoaldo Júnior e Jaime Muraro. O primeiro prefeito eleito do município foi o Sr. Geraldo Ribeiro de Souza tendo como vice Luiz Leite. O projeto de assentamento conjunto PAC – Carlinda foi aprovado através do conselho de diretores do INCRA, pela resolução 21, no dia 24 de fevereiro de 1981 e esta situado no município de alta Floresta, á margem esquerda do rio Teles Pires e seus afluentes da margem esquerda. Os colonos seriam trazidos do sul do Brasil, de “áreas sob pressão urbana”. A seleção seria feita dando prioridade a agricultores aptos, com potencial para desenvolver a agricultura com técnica e que ainda não fossem proprietários rurais. Com a vinda de colonos iniciou-se o que foi chamado de 1.º e 2.º fase da distribuição de lotes. As primeiras famílias foram distribuídas em 113 lotes, ao longo da rodovia MT-208, também foi de 113 km a extensão de estradas vicinais. O setor do núcleo da cidade ficou reservado para os comerciantes e profissionais de outras áreas, que não agricultores, salvo aqueles que tivessem seus lotes rurais próximos ao incipiente povoado. O Projeto de Assentamento Conjunto CARLINDA, ocorreu numa parceria entre a Cooperativa Agrícola da Cotia juntamente com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária e aprovado através do conselho de Diretores do INCRA, pela Resolução nº. 21 no dia 24 de fevereiro de 1981.

POSSÍVEL PATRIMONIO A SER TOMBADO NO MUNICIPIO DE CARLINDA

“As três casas construídas para os funcionários do órgão federal INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) responsável para fazer a distribuição das terras no assentamento conjunto PAC – Carlinda, provendo assim a reforma agrária.”

Com o inicio da colonização do município de Carlinda tornou-se necessário construir moradias para os funcionários do INCRA na região.

O INCRA contava com onze funcionários, mas alguns já moravam nas casas no fundo do escritório que funcionava na MT-208, outros construíram por conta, portanto, só alguns precisavam de moradia.

Entrevistamos um dos funcionários do INCRA que já trabalhava na época, o Sr. Geraldo Ribeiro de Souza, primeiro prefeito de Carlinda Gestão 1996-2000 e 2000-2004 que esclareceu alguns detalhes da construção dessas casas.

Bom, a principio o INCRA havia doado cinco lotes para que fossem construídas as casas para os funcionários. Essas casas seriam construídas no perímetro central da cidade, onde hoje se localiza o mercado Londrina, a auto-escola Efatá, a casa do Sergio, a casa da professora Margarida e outro lote ao lado, porem na época com a construção das escolas tornava-se necessário construir casas para abrigar os professores, e essas casas acabaram ficando pra eles.O INCRA em acordo com a Cooperativa Agrícola cotia conseguiu três lotes na Avenida Arapongas para construir as casas para seus funcionários.A construção das três casas em 1985 atendia os servidores do INCRA, João Pereira da Silva, Mário Braz, e Rômulo Degodoy Damaceno com suas respectivas famílias. Depois de alguns anos, as casas já estavam velhas o Rômulo ao invés de reformar algo que não era seu, preferiu se mudar, eu fiz

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uma reforma e mudei para a casa onde morei por seis anos com minha família. Quando sai, a casa passou a funcionar como escritório que até então se localizava na MT-208 fora da cidade.Após a construção da cede própria do INCRA com recurso dos próprios cidadãos carlindenses a casa ficou vazia e logo depois o Cuiabano se mudou para lá, onde esta até hoje.

A casa 03 (Anexo pág.09) passou por vários moradores, Rômulo Degodoy Damaceno, Geraldo Ribeiro de Souza, funcionou como escritório e depois pelo Antonio Carlos Borges Pacheco (Cuiabano) isso me levou a questionar, depois de tantos anos quem era os proprietários dessas casas?

Esses lotes na verdade pertenciam a Cotia, uma vez que os lotes do INCRA foram cedidos aos professores, portanto não são nem documentados, após a falência da empresa Cotia, ficou tudo por isso mesmo. Os moradores das casas hoje podem se considerar donos da propriedade em que moram.

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JUSTIFICATIVA

O INCRA foi de fundamental importância para o processo de colonização do município de Carlinda, bem como o corte e distribuição de lotes, nesse período tornou-se necessário construir moradias para os funcionários no local, para evitar o cansaço das viagens, o perigo das estradas e até mesmo para agilizar o trabalho.Por tanto a construção dessas casas fazem parte de nossa historia, relata todo um processo de colonização e crescimento de um município que devemos preservar para que não caia no esquecimento.

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ANEXOS

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As Três casas construídas para os funcionários do INCRA

Vista de lado

Vista de frente

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CASA 01 – Morador – João Pereira da Silva

CASA 02 – Morador – Mário Bráz

CASA 03 - Morador – Antonio Carlos Borges Pacheco (Cuiabano)

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Entrevista ao primeiro prefeito de Carlinda Gestão 1996-2000 e 2000-2004 e funcionário do órgão federal INCRA “Geraldo Ribeiro de Souza”

1. Em que ano foram construídas? E qual o objetivo da construção dessas casas?

2. Qual a função do órgão federal INCRA?

3. Quando essas casas foram construídas já existiam moradores na região do futuro

município de Carlinda?

4. Quantos funcionários trabalhavam para o INCRA nessa região e quais deles

chegaram a morar nessas casas?

5. O Sr. tem algum documento que comprove o porquê da construção dessas casas?

Ou fotos da época?

6. O que o Sr. acha de um possível tombamento dessas casas como patrimônio

histórico de Carlinda?

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BIBLIOGRAFIA

CASTRO, Sueli. Pereira et al. A Colonização oficial em Mato Grosso: “A nata e a

borra da sociedade”. Cuiabá Ed. UFMT, 2002.

Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA

Péricles Antônio Mattar de Oliveira - PATRIMÔNIO HISTÓRICO - UM BOM NEGÓCIO

PARA TODOS

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL-MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIOINSTITUNO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRASUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE MATO GROSSO - SR(13)

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