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Toninho Evangelista - ENAC · não era necessário agir com violência e sim recuperar a mulher através de uma atitude misericordiosa. Toninho Evangelista 13 3. NOVO TESTAMENTO:

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Toninho Evangelista - ENAC

JULGAR

Toninho Evangelista - ENAC

Mártires da

Caminhada

MOTIVAÇÕES BÍBLICA

JULGAR:

1. SAGRADA ESCRITURA

2. ANTIGO TSTAMENTO: A COMUNHÃO ROMPIDA PELO PECADO

2.1 NAS ORIGENS

2.2 O MAL SE ESPEALHA

2.3 A LEI DE TALIÃO E O DECÁLOGO

3. NOVO TESTAMENTO: JESUS ANUNCIA O EVANGELHO DA RECONCILIAÇÃO E DA PAZ

3.1 A VIOLÊNCIA BROTA DO CORAÇÃO DO HOMEM

4. O FILHO VENCE A VIOLÊNCIA PELO AMOROSO DOM DE SI

5. A IGREJA CONVIDA A PROMOVER A CULTURA DO DIÁLOGO

6. O DECÁLOGO DE ASSIS PARA A PAZ

Toninho [email protected]

Toninho Evangelista 5

A violência é um tema abundante na SagradaEscritura, sobretudo no Antigo Testamento. Nelaencontram-se fortes denúncias dos danosprovocados pela violência, proibições de atosviolentos e condenação de pessoas por atitudesviolentas.

O amadurecimento dessa problemática percorre todoo trajeto da revelação e precisa ser entendido naprogressividade da revelação onde uma leiturasuperficial poderia comprometer até a imagem deDeus dentro do Cristianismo.

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2. ANTIGO TESTAMENTO: A COMUNHÃO ROMPIDA PELO PECADO

Muitas passagens que insinuam uma personalidade violentade Deus, tais como convocação para guerras, cânticos devitória, pena de morte, raiva que se converte em vingança etc.

A presença da violência na história da humanidade é sinal deausência de amor e fraternidade.

(irmão sol, irmã lua, irmão lobo etc.) mesmo osacontecimentos (irmã morte) e isto o sensibilizaespecialmente pelo ser humano, fazendo-ocontemplar a realidade: que todos são irmãos.

São Francisco X Contemplação

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2.1 Nas origensO texto sagrado que indica o caminho das origens de todo ouniverso, ficamos admirados com a harmonia das relações: “E Deusviu que tudo era bom” (Gn 1,25).

No princípio, não existe divisão, desamor, violência, masacolhimento, reverência, pertença fraterna. A violência vem depois.Nasce do esquecimento das origens, da vocação do ser humano: oamor.

O primeiro ato de violência apresentado na Sagrada Escritura é orompimento da relação do homem com Deus no paraíso. O homemrejeita a convivência amorosa e livre. O rompimento conduz a umaconvivência violenta manifestada no assassinato de Abel pelo seuirmão Caim (Gn 4,1-16).

É importante lembrar que não se trata de uma disputa entre os doisirmãos, cada um faz sua oferta.

A Sagrada Escritura não afirma, mas indica o pecado como o elementoque leva à maquinação do ato violento de Caim.

2.2 O MAL SE ESPALHA

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A resposta interrogativa de Caim demonstra sua indiferença: “Acaso sou oguarda do meu irmão?” (Gn 4,9). Rompeu-se a relação fraterna.

O crescimento da maldade entre os homens deixará consequências em toda acriação que sofrerá o dilúvio como uma tentativa de reinício da criação.

As consequências do pecado e da violência deixadas na criação e nahumanidade são comparáveis aos efeitos radioativos deixados por bombasnucleares: a explosão provoca um mal que se prolonga no tempo e espaçocomprometendo a vida e as gerações futuras.

A aliança realizada após o diluvio põe em destaque a responsabilidade dohomem sobre a vida de seu semelhante:

A violência é consequência do pecado do que leva o homem a desfigurar suaidentidade e, por isso, não compreendendo sua vocação, não se reconhece emseu semelhante.

A violência só pode ser superada pela reconciliação do homem com Deus...

2.3 A LEI DE TALIÃO E DO DECÁLOGO

Na tentativa de conter os atos violentos, surgem leis que proíbem o assassinato(Ex 20,13; Dt 5,17), a cobiça da mulher e dos pertences alheios (Ex 20,14.17; Dt5,18.21) e exige o compromisso com a verdade (Ex 20,16; Dt 5,20).

Todas essas leis desempenharam um papel importante no momento históricodo qual fizeram parte, embora não fossem suficientes para evitar ou conter aviolência.

Dentre as prescrições da Torah, três se destacam de forma especial:

“Não oprimas o estrangeiro; vós sabeis o que é ser estrangeiro, pois fostesestrangeiros no Egito” (Ex 23,9),

“Não guardes no coração ódio contra teu irmão. Repreende teu próximopara não te tornares culpado de pecado por causa dele” (Lv 19,17),

“Não procures vingança nem guardes rancor aos teus compatriotas.Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor” (Lv 19,18).

2.3 A LEI DE TALIÃO E DO DECÁLOGO

Foi com os profetas que a reflexão sobre a violência, suas causas e seuseventuais remédios se desenvolveu. Os profetas foram perseguidos efeitos objetos de intimidação, alvos de diversos tipos de violência. O casomais conhecido é o de Jeremias que as autoridades religiosas quiserammatar (Jr 26) e mantiveram prisioneiro em uma cisterna (Jr 37-38), Eliasteve que fugir para o deserto (1Rs 19,2) e Amós foi expulso do santuário deBetel (Am 7,10-17) etc.

Os livros sapienciais apresentam um pensamento mais maduro sobre asuperação da violência. Em seus ensinamentos, excluem qualquer uso deviolência, bem como qualquer tipo de cumplicidade com aqueles que delase utilizam.

“Não trames o mal contra o amigo, quando ele vive contigo cheio deconfiança. Não abras processo contra alguém sem motivo, se não te fezmal algum! Não invejes a pessoa injusta e não imites nenhuma de suasatitudes, pois o Senhor detesta o perverso” (Pr 3,29-32);

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3. NOVO TESTAMENTO: JESUS ANUNCIA O EVANGELHO DA RECONCILIAÇÃO E DA PAZ

O centro do NT é Jesus que é por excelência uma pessoa nãoviolenta. Por isso, não se encontra nenhum tipo de incentivo àviolência em suas páginas.

Não é para impressionar que a parte mais antiga e mais desenvolvidado NT seja o relato da paixão de Jesus, um evento violento e injustoque se inicia com a prisão, passa pela flagelação até o seu ocaso nacrucificação.

Se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis?Os publicanos não fazem a mesma coisa? E se saudais somente osvossos irmãos, o que fazeis de extraordinário? Os pagãos não fazem amesma coisa? Sede, portanto, perfeitos como o vosso Pai celeste éperfeito" (Mt 5,43-48).

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3. NOVO TESTAMENTO: JESUS ANUNCIA O EVANGELHO DA RECONCILIAÇÃO E DA PAZ

Como anunciado pelo profeta Isaías, para vencer o mal, o Cristo nãoprecisará de guerras porque basta a força de sua palavra (Is 11,4).Embora em alguns passos do Evangelho Jesus seja apresentadocomo protagonista de cenas que a grosso modo poderiam ser vistascomo agressivas, isto se dá devido ao gênero literário profético eapocalíptico que se servem de cenas de força.

O novo equilíbrio entre fazer justiça e a superação da violência éapresentado sobretudo no episódio onde os fariseus apresentam aJesus uma mulher surpreendida em adultério (Jo 8,3-11). Jesus,antes de se dirigir a mulher, ajuda os presentes a tomaremconsciência dos próprios pecados revelando que para este pecadonão era necessário agir com violência e sim recuperar a mulheratravés de uma atitude misericordiosa.

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3. NOVO TESTAMENTO: JESUS ANUNCIA O EVANGELHO DA RECONCILIAÇÃO E DA PAZ

Nas bem-aventuranças, Jesus declara que aqueles quepromovem a paz serão chamados filhos de Deus (Mt 5,9). Apromoção da paz se torna um ministério de todo cristão, umapaz deixada por Jesus: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz.

A paixão e a morte de Jesus mostram que o pecado possuiconsequências violentas, inclusive de morte e eliminação dooutro. Jesus morre, condenado sumariamente comomalfeitor e blasfemo, de uma morte vergonhosa reservadaaos escravos, aos desprezados

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3.1 A VIOLÊNCIA BROTA DO CORAÇÃO DO HOMEM

Nas palavras de Jesus podemos encontrar a fonte da qual nascea violência: “Chamando outra vez a multidão, dizia: “Escutai-me,vós todos, e compreendei! Nada que, de fora, entra na pessoapode torná-la impura. O que sai da pessoa é que a torna impura.

A superação da violência passa necessariamente pelaconversão dos atos do homem que pressupõe umaconversão de seu coração. A espiritualidade é apontadacomo um instrumento necessário para este processo:“Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vosperseguem”

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4. O FILHO VENCE A VIOLÊNCIA PELO AMOROSO DOM DE SI

Para os cristãos, a superação da violência se baseia em suaprofissão de fé, que começa afirmando: “Creio em Deus, Paitodo-poderoso, criador do céu e da terra”. Assim, em seuprincípio, a fé cristã se abre para a fraternidade universal.

A violência, testemunhada desde o fratricídio de Abel por Caim, éassumida por Jesus em seu corpo. Ele transforma a violênciasofrida em amor ofertado. “Quando injuriado, não retribuía asinjúrias;

O evento pascal revela, ao mesmo tempo, toda a crueldadeda violência e a onipotência do amor. A cura definitiva daviolência se derrama do corpo morto do Filho muito amadodo Pai. A paz definitiva brota de sua ressurreição.

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5. A IGREJA CONVIDA A PROMOVER A CULTURA DO DIÁLOGO

A Igreja oferece sua colaboração para a superação da violência,dando orientações, como partilha de sua experiência e de sua fé.

São João XXIII publicou uma encíclica sobre a paz: Pacem in Terris(11 de abril de 1963). Nela denuncia: “A violência só e sempredestrói, nada constrói; só excita paixões, nunca as aplaca; sóacumula ódio e ruínas e não a fraternidade e a reconciliação”

Também o Concílio Vaticano II constata: “Para edificar a paz, épreciso, antes de mais, eliminar as causas das discórdias entre oshomens, que são as que alimentam as guerras, sobretudo asinjustiças. Muitas delas provêm das excessivas desigualdadeseconômicas,

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5. A IGREJA CONVIDA A PROMOVER A CULTURA DO DIÁLOGO

Após o Concílio, as mensagens pontifícias para o Dia Mundial da Paz,instituído pelo Beato Paulo VI, têm retomado e aprofundado diversosaspectos que fazem parte da promoção da paz e, portanto, tambémdo caminho de superação da violência.

Na tarefa educativa se destaca a insubstituível missão da família.“Baseada no amor e aberta ao dom da vida, a família leva em si ofuturo mesmo da sociedade; tarefa sua muito particular, é a decontribuir eficazmente para um futuro de paz”.

O respeito pela dignidade humana e pelos direitos humanos sãopressupostos da paz, sua violação gera a violência. “Uma pazverdadeira não é possível se não se promove, a todos os níveis, oreconhecimento da dignidade da pessoa humana,

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5. A IGREJA CONVIDA A PROMOVER A CULTURA DO DIÁLOGO

Para que uma sociedade seja pacífica, é preciso que seja unida,coerente consigo própria e solidária.

A vitória sobre a violência é conquistada por meio do perdão e dareconciliação. “Na definição da nossa salvação, reconciliação comDeus e nossa paz coincidem, são uma causa da outra. Esta é a obrade Cristo.

“Muito embora a paz deva constituir a preocupação de todos oshomens, a sua construção é uma tarefa que cabe, direta eprincipalmente, aos dirigentes políticos. Sob este ponto de vista, ésempre a nação, enquanto sociedade politicamente organizada, oespaço principal para a edificação da paz.

A violência será superada mediante ações que construam novasrelações: somos todos irmãos e irmãs.

6. O DECÁLOGO DE ASSIS PARA A PAZ

São João Paulo II, por duas vezes, convidou líderes religiosos paraencontrarem-se em Assis em função da paz.

No decálogo estão presentes os grandes temas correlatos àsuperação da violência, à paz, como a justiça, a solidariedade,o perdão, a educação, o diálogo, o respeito, os direitoshumanos, a atenção aos pobres e sofredores, a solidariedadee o perdão.

Nesta Campanha da Fraternidade, atualizemos nossoempenho com esses compromissos:

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