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DESTAQUES TOQUE DE SAÍDA Director Alfredo Lopes Chefe de Redacção Soledade Santos Externato Cooperativo da Benedita Rua do Externato Cooperativo Apartado 197 2476-901 Benedita [email protected] externatobenedita.net Trianual - Março de 2009 Ano 4 - Número 10 - 1,00 € EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE Projecto Crescer Página 4 TALVEZ POSSAMOS VOLTAR A ESSE TRILHO O primeiro Café Literário Página 5 BULLYING NAS ESCOLAS Página 7 VOAR ATRAVÉS DOS LIVROS Página 10 O QUE HÁ DE COMUM ENTRE O HCT E O ECB Página 12 ENTREVISTA A JOÃO PEDRO SIMÕES Página 13 PROFESSOR PAULO COELHO Um percurso de excelência Página 19 UM ESPECTÁCULO POR CIMA DE NÓS A coruja-das-torres Página 19 Em Abril de 2008, foi assina- do um protocolo de colaboração entre o Museu da Electricidade e a nossa escola, válido até De- zembro do mesmo ano. A ideia nasceu de uma visita de estudo, realizada em Fevereiro de 2008, ao referido Museu, e de uma análise rápida do olhar atento com que os alunos observaram e ouviram, não só todo o fun- cionamento da Central Térmica, mas também a explicação dos conteúdos leccionados em aula, apresentados de forma simples e com material acessível. Hoje em dia, os alunos co- nhecem a função de um equi- pamento, mas não sabem como é desempenhada essa função, nem conhecem o interior dos equipamentos. Para eles, tudo isso é muito hermético, muito “industrial”. Para colmatar esta dificuldade, e com o intuito de recuperar algumas peças anti- gas existentes na nossa esco- la, muito mais didácticas do que as adquiridas recentemente, o Externato estabeleceu este pro- tocolo que permitiu a todos os professores de Física e Química a construção, em oficina, de pe- quenos protótipos didácticos. MUSEU DA ELECTRICIDADE E O ECB PROTOCOLO DE COLABORAÇÃO SABER FAZER, PARA MELHOR EXPLICAR (Continua na página 3) (Continua na página 3) Entre os dias treze e deza- nove de Fevereiro, decorreram na nossa escola actividades culturais promovidas pelas professoras de Português, de Francês e de Inglês/Alemão. Começou-se pelo lança- mento do nº II dos Cadernos do ECB, edição que inclui a par- ticipação do Professor Doutor Bagão Félix, o qual e proferiu uma palestra aberta à comuni- dade, recordando que a escola deverá reavaliar a sua actuação e função, pautando-se por va- lores que é urgente recuperar, tais como os da Decência, da Mansidão, da Exemplaridade e do Orgulho de Pertença. Para além do orador, foram também convidados a Professora Amé- lia Pinto Pais, igualmente co- laboradora neste número dos Cadernos, e o Dr. Vítor Vieira, da Equipa de Apoio às Escolas do Oeste (EAOE). A SEMANA DAS LÍNGUAS NO ECB

Toque de Saída Nº10

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Page 1: Toque de Saída Nº10

DESTAQUES

TOQUE DE SAÍDA

DirectorAlfredo Lopes

Chefe de RedacçãoSoledade Santos

Externato Cooperativo da BeneditaRua do Externato CooperativoApartado 197 2476-901 [email protected]

externatobenedita.net

Trianual - Março de 2009Ano 4 - Número 10 - 1,00 €

EDUCAÇÃO PARA A SAÚDEProjecto CrescerPágina 4

TALVEZ POSSAMOS VOLTAR A ESSE TRILHOO primeiro Café LiterárioPágina 5

BULLYING NAS ESCOLASPágina 7

VOAR ATRAVÉS DOS LIVROSPágina 10

O QUE HÁ DE COMUM ENTRE O HCT E O ECB Página 12

ENTREVISTA A JOÃO PEDRO SIMÕESPágina 13

PROFESSOR PAULO COELHO Um percurso de excelênciaPágina 19

UM ESPECTÁCULO POR CIMA DE NÓSA coruja-das-torresPágina 19

Em Abril de 2008, foi assina-do um protocolo de colaboração entre o Museu da Electricidade e a nossa escola, válido até De-zembro do mesmo ano. A ideia nasceu de uma visita de estudo, realizada em Fevereiro de 2008, ao referido Museu, e de uma análise rápida do olhar atento com que os alunos observaram e ouviram, não só todo o fun-

cionamento da Central Térmica, mas também a explicação dos conteúdos leccionados em aula, apresentados de forma simples e com material acessível.

Hoje em dia, os alunos co-nhecem a função de um equi-pamento, mas não sabem como é desempenhada essa função, nem conhecem o interior dos equipamentos. Para eles, tudo

isso é muito hermético, muito “industrial”. Para colmatar esta dificuldade, e com o intuito de recuperar algumas peças anti-gas existentes na nossa esco-la, muito mais didácticas do que as adquiridas recentemente, o Externato estabeleceu este pro-tocolo que permitiu a todos os professores de Física e Química a construção, em oficina, de pe-quenos protótipos didácticos.

MUSEU DA ELECTRICIDADE E O ECB

PROTOCOLO DE COLABORAÇÃO

SABER FAZER, PARA MELHOR EXPLICAR

(Continua na página 3)

(Continua na página 3)

Entre os dias treze e deza-nove de Fevereiro, decorreram na nossa escola actividades culturais promovidas pelas professoras de Português, de Francês e de Inglês/Alemão.

Começou-se pelo lança-mento do nº II dos Cadernos do ECB, edição que inclui a par-ticipação do Professor Doutor Bagão Félix, o qual e proferiu uma palestra aberta à comuni-dade, recordando que a escola deverá reavaliar a sua actuação

e função, pautando-se por va-lores que é urgente recuperar, tais como os da Decência, da Mansidão, da Exemplaridade e do Orgulho de Pertença. Para além do orador, foram também convidados a Professora Amé-lia Pinto Pais, igualmente co-laboradora neste número dos Cadernos, e o Dr. Vítor Vieira, da Equipa de Apoio às Escolas do Oeste (EAOE).

A SEMANA DAS LÍNGUAS NO ECB

Page 2: Toque de Saída Nº10

ANO 4 - Nº 10TOQUE DE SAÍDA

2 ESCOLA VIVA

EDITORIAL SUMÁRIOEscola vivaMuseu da Electricidade e ECB - Protocolo 1

Semana das Línguas no ECB 1

Educação para a saúde - Projecto Crescer 4

Matemática em debate 4

ECO-Escola: ECB premiado 4

Talvez possamos voltar a esse trilho 5

... lutar pelo futuro 5

Associação de Estudantes 5

Química - uma aula diferente 6

O dia do Francês 6

Os professores também aprendem 6

AJE - O que acontece por estas bandas 7

Bullying nas escolas 7

A relação dos alunos com os professores 7

Intercâmbio escolar 8

Pela rota das aldeias históricas 8

Moinhos de vento, moinhos sem tempo 8

Olhar CircundanteA tua primeira vez vai ser inesquecível 9

ECB no parlamento os jovens 9

XVI Rally Paper do ECB 9

O que há em comum entre o HCT e o ECB 12

Entrevista a João Pedro Simões 13

Pena de morte 14

Barack Obama - solução ou ilusão 16

O conflito Israelo-Palestiano 17

Avelino Honório da Silva - homenagem 17

Fonte da Senhora 24

Arte e CulturaVoar através dos livros 10

Entre livros 10

O primeiro romance de Inês Silva 10

A Raposa Amarela - um conto infantil 11

Um novo livro de Vanda Marques 11

A Viagem do Elefante - sugestão de leitura 11

Artistas da nossa terra - António Sales 16

Ciência, Tecnologia e AmbienteGalopim de Carvalho 18

O alcoolismo e os jovens 18

Olimpíada de Química Junior e Química + 18

A poluição 18

Um espectáculo por cima de nós 19

Um percurso de excelência 19

Extinções em massa do Período Pérmico 20

Jovens repórteres para o ambiente 20

Onde está escrita a História? 21

O meu gosto por computadores 21

Energias renováveis 24

O Lugar da Memória 14

Recriar o Mundo 15

Mente Sã em Corpo SãoA caminho dos talentos 4

Escola de Triatlo ECB 21

A Uva 22

As receitas da Isabel 22

Torneio distrital de judo 22

Passatempos e Curiosidades 23

TOP 101º- O Cavaleiro da Dinamarca Sophia de Mello Breyner Andresen

2º - Queimada VivaSouad

3º - Levado Pelo MarNora Roberts

4º O Velho e o MarErnest Hemingway

5º - Eragon Christopher Paolini

6º - Tempo de SolidãoManuel da Fonseca

7º - Uma Escolha Por AmorNicholas Sparks

8º As Intermitências da MorteJosé Saramago

9º - O Segredo Rhonda Byrne

10º - Desesperadamente GiuliaSveva Casati Modignani

Os livros mais requisitados na Biblioteca do ECB nos meses de Setembro a Dezembro de 2008.

Assisti, no dia de 13 de Fevereiro, na Fa-culdade de Psicologia e Ciências da Educa-ção da Universidade de Lisboa, a uma re-flexão do Professor João Barroso acerca da escola enquanto organização e local de tra-balho, cujo conteúdo gostaria de partilhar.

A ORDEM OCULTA DA PEDAGOGIA

A escola, a partir do séc. XVII, organizou-se para massificar o acesso ao grau elemen-tar ou primário da maior parte da população, passando do ensino individualizado praticado até então, e que pressupunha a interacção privilegiada entre o mestre e o aluno, para o ensino múltiplo, em que um mestre instruía em simultâneo um grande número de indiví-duos. Durante o séc. XIX, surge aquilo que J. Feliciano Castilho designa por ensino si-multâneo: organizar os alunos em grupos e dirigir o ensino para “a força média das crian-ças no conjunto das matérias de ensino”. Os estabelecimentos de ensino passam então a organizar os espaços, os tempos e os sabe-res para serem administrados a “classes” de crianças em segmentos considerados homo-géneos. A escola incorpora a padronização e a segmentação de tempos e tarefas do mun-do do trabalho, desenvolvendo tecnologias e operacionalizando os saberes. Das transfor-mações sociais e económicas, emerge assim uma pedagogia colectiva de classe.

Hoje, as reformas realizadas em quase to-dos os países nas últimas décadas têm abun-dantemente introduzido mudanças parcelares cujo principal resultado parece ser aumentar as dificuldades e o mal-estar nas organiza-ções escolares, nos agentes educativos e nos alunos. Chegámos, assim, ao paradoxo actual: pedir o sucesso nas aprendizagens individuais a instâncias desenvolvidas para grupos homogéneos, administrando saberes padronizados, assentes na impessoalidade das regras e na concentração e hierarquiza-ção do poder.

Foi este processo social historicamente construído que nos trouxe ao actual mal-es-tar nas escolas.

Hoje, sabemos que precisaremos de nos adaptar e de aprender ao longo da vida. Mas aprender o quê? Onde? Porquê? Com quem?

O mundo pulou e avançou. Há mais opor-tunidades, há mais desafios que são sentidos muitas vezes como ameaças. Sabemos que a educação humaniza. Uma boa educação de base, que abra a criança aos outros, ao mun-do, ao saber, que lhe permita compreender o mundo e a sociedade que a rodeia. Mas é preciso mais: reflectir acerca do que faze-mos, ousar pensar diferente, explorar outros caminhos. Porque a diversidade nos torna viáveis, sustentáveis, logo, a longo prazo, mais capazes de sobreviver. Mas teremos de transformar a escola para abarcar a comple-xidade e a diversidade – a organização esco-lar precisa de ser profundamente alterada.

Professora Ana Luísa Quitério

Director do Jornal: Alfredo LopesRedacção: Deolinda CastelhanoLuísa CoutoSoledade Santos (Chefe de redacção)Teresa AgostinhoMarketing e vendas:Maria José JorgeComposição gráfica:Nuno RosaPaulo Valentim Samuel BrancoEquipa de Reportagem:Acácio CastelhanoAna DuarteAna Luísa QuitérioClara PeraltaEstela SantanaFátima FelicianoGraça SilvaJosé CavadasMaria de Lurdes GoulãoRicardo MiguelSérgio TeixeiraValter BoitaImpressão: Relgráfica, LdaTiragem: 500 exemplaresPreço avulso: 1,00 €

CONDOLêNCIASA equipa do jornal Toque de Saída apre-

senta os seus sentidos pêsames à Chefe de redacção, professora Soledade Santos, pelo falecimento de seu pai, ocorrido no passado mês de Fevereiro.

A equipa do Toque de Saída

Page 3: Toque de Saída Nº10

ANO 4 - Nº 10 TOQUE DE SAÍDA

ESCOLA VIVA 3

Foi uma experiência muito enriquecedora que contou com a preciosa ajuda de dois funcionários do Museu, o Sr. Banza e o Sr. Barros. Os professo-res de Física e Química do ECB gostariam de agrade-cer publicamente a todos os que permitiram o es-tabelecimento desta par-ceria, mas, de uma forma especial, a estes dois fun-cionários do Museu pelo profissionalismo, a dispo-nibilidade e por todos os ensinamentos técnicos e práticos, e ainda pelas sugestões dadas sempre de bom grado e que muito contribuíram para o êxito deste projecto.

As peças recupera-das e/ou reconstruídas são agora objecto de es-tudo dos nossos alunos, quando o tema da aula é Electricidade; e, algumas delas, já puderam ser vis-

tas pelo público, no ano lectivo anterior, na activi-dade “Laboratório Aberto” e também no Fórum da Juventude.

É também importante realçar que a continuidade do protocolo seria muito vantajosa, não só para o ECB, que poderia desen-volver projectos inovado-res susceptíveis de pren-der a atenção dos alunos, recuperar peças didácti-cas antigas e realizar, de forma pedagógica, a ma-nutenção do material de laboratório, mas também para o Museu da Electrici-dade, dado que a nossa é uma escola dinâmica que participa em muitos even-tos, pelo que pode levar o Museu às camadas mais jovens, recorrendo a pro-jectos simples e educati-vos.

Professora Isabel Carreira

MUSEU DA ELECTRICIDADE E O ECBPROTOCOLO DE COLABORAÇÃO

(continuação da página 1)

7º Ano

Maria Ana Bernardo AlmeidaAlice Coelho VicenteJosé Luís Alexandre MateusAna Paula Jorge CruzCarolina Gonçalves GuerraEduardo Manuel Santos F. Aivado

7ºB7ºC7ºC7ºE7ºE7ºG

8º Ano

Catarina Lourenço Silva Cláudia Sofia Coito e SilvaAna Carolina F. P. Sousa PontesSara Cristina F. M. MendesJoão Marcos Machado Crisóstomo

8ºB8ºB8ºD8ºD8ºG

9º Ano

Andreia Dias LopesSofia Ribeiro CoutoCarolina Perista SerrazinaJuliana Serrazina PedroMaria Serrazina CarvalhoTiago Costa Mateus

9ºA9ºA9ºC9ºC9ºC9ºH

10º Ano

Nídia Quitério FerreiraAntónio Serrenho do CarmoPatrícia Bispo PimentaRicardo Nazaré SerrazinaRita Isabel Moreira DinisCristina Isabel Ferreira TomásRosa Margarida Santos RoxoBeatriz Mateus TiagoDiana Isabel Pereira TomásRafael Bernardo Santos

10º A10ºB10ºB10ºB10ºB10ºD10ºF10ºG10ºI10ºJ

11º Ano

Cláudia Paciência SantosLaura Catarino GonçalvesMónica Daniela Santos FialhoPaulo Miguel Vicente Baptista Ana Luísa Marques PereiraArlete Sofia Mendes SineiroDavid Marques VicenteFilipa Isabel Mendes M. SerrazinaJosé Carlos Barreiro MateusMiguel Machado LopesTatiana Marques LadeiraCidália Margarida Machado Tomás Susana Isabel Vicente do CoitoTânia da Conceição QuitérioVanessa Marques FialhoJuliana Vieira BeloMaria do Carmo Ferreira GuerraBeatriz Perista Serrazina

11ºA11ºA11ºA11ºA11ºB11ºB11ºC11ºC11ºC11ºC11ºC11ºD11ºD11ºD11ºD11ºE11ºE11ºF

12º Ano

Adriana Domingos PolicarpoInês Lourenço CastelhanoJoão Carlos M. Vinagre Ferreira Marta da Conceição V. SantosRicardo Radamanto RodriguesAlexandre Cardoso Coelho Joana Maria Nicolau Marquês Miguel Cardoso Vicente Diogo Alexandre R.FelicianoDiogo Cipriano VicenteJoão Luís Filipe Santos João Miguel Ramalho ConstantinoLúcia Isabel Ventura Maçãs Rafael Luís Machado BentoCarla Colaço SerralheiroMarisa Moreira Costa Natacha Firme AlmeidaRita Marques FerreiraSofia Silva Lopes CavadasTiago Luís Ribeiro Pires SantosBeatriz Severes LopesFrancisca Maria Marquês RebeloRaquel Alexandra P. InácioAna Sofia da Silva CastelhanoAndreia Sofia Ferreira PestanaCristina Sofia Rodrigues SantosJoana Felizardo FranciscoJoana Filipa Aguiar Lopes

12ºA12ºA12ºA12ºA12ºA12ºB12ºB12ºB12ºC12ºC12ºC12ºC12ºC12ºC12ºD12ºD12ºD12ºD12ºD12ºD12ºE12ºE12ºE12ºG12ºG12ºG12ºG12ºG

RECORRENTE

Márcio André Carreira Pedro 11º CT

QUADRO DE MéRITO

A SEMANA DAS LÍNGUAS NO ECB

Na segunda-feira se-guinte, os alunos orga-nizaram uma exposição com frases em alemão alusivas ao tema do amor. No mesmo dia, teve lugar a representação da peça de teatro interactivo, “Fall of the Roman Empire”, destinada a alunos do 7º, 9º e 11º Ano. No dia seguinte, os alunos do 9º Ano assistiram a uma re-presentação do “Auto da Barca do Inferno”, de Gil Vicente.

Concursos de escrita em inglês, francês e por-tuguês, bem como ses-sões de sensibilização acerca das vantagens do estudo de línguas estran-geiras, foram outras acti-vidades dinamizadas.

No dia dezoito, o ro-mance A Casa das Heras, da professora Inês Silva, foi formalmente apre-sentado à comunidade perante uma assistência constituída por alunos, professores, funcionários da escola e encarregados de educação. A apresen-tação do livro esteve a cargo de Isabel Páscoa, professora do ECB, e de Isabel Quitério, professo-ra da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro. Refira-se o facto de am-bas terem sido profes-soras da Inês Silva, no ECB.

(continuação da página 1)

Page 4: Toque de Saída Nº10

ANO 4 - Nº 10TOQUE DE SAÍDA

4 ESCOLA VIVA

Este projecto dá continuidade a um trabalho iniciado em 2003, o qual procurava desenvol-ver nos alunos valores importantes para o seu crescimento e formação enquanto cidadãos. Tratou-se, desde o início, de um projecto inte-grador, que acolhe, chama os outros, respon-sabiliza, procurando fazer crescer a escola e toda a comunidade, lutando insistentemente por uma maior participação dos encarregados de educação nas actividades que promove.

A partir do corrente ano lectivo, o Projec-to Crescer reorganizou-se no sentido de ope-racionalizar as orientações do Ministério da Educação no que respeita à implantação da Educação para a Saúde.

De acordo com as linhas orientadoras do ME, que vêm na linha do que já estávamos a desenvolver, o Projecto tem cinco áreas a privilegiar, embora com objectivos e grau de aprofundamento diferentes, em função do grau de escolaridade: Desenvolvimento Pes-soal e Social (área transversal); Alimentação e Actividade Física; Prevenção do Consumo de Substâncias Psicoactivas; Educação Sexu-al e IST’s; Saúde Mental e Violência em Meio Escolar.

Tem uma equipa multidisciplinar constituí-da por duas professoras coordenadoras, por professores de diferentes áreas, e pela peda-goga em estágio na escola.

No 3º Ciclo, a Formação Cívica/CPV assu-me-se como um espaço privilegiado para po-tenciar o desenvolvimento da Educação para a Cidadania, incluindo a Educação para a Saú-de. Neste sentido, ocupa uma carga horá-ria de 90 minutos por semana, transformando estas aulas num espaço de diálogo e reflexão

sobre experiências vividas e preocupações sentidas pelos alunos, destinando-se também a reforçar a participação do aluno, individual e colectivamente, na vida da turma, da escola e da comunidade. No 9º Ano, há um tempo de 45 minutos semanal para a Formação Cívica.

No Ensino Secundário, a temática da “Edu-cação para a Saúde: Alimentação e Actividade Física” é desenvolvida na disciplina de Educa-ção Física. Prevê-se ainda implementar, para os 12º anos, sessões sobre educação sexual e outras solicitadas pelos directores de turma.

Desenvolvemos ainda actividades, como: sessões para pais; “Viver+: Nutrição e Exercí-cio Físico”; gabinete de atendimento aos alu-nos, (Espaço AJE); acções de sensibilização com diferentes técnicos; formação de profes-sores; e divulgação de informação relevante em vitrina própria, no circuito interno de tv e na web site do Externato.

O Projecto Crescer desenvolve ainda par-cerias com diferentes entidades, como o Cen-tro de Saúde, a Escola Segura e os Bombeiros Voluntários da Benedita.

Neste ano lectivo, já se realizaram duas sessões com pais, decorre uma acção de for-mação para professores e irão realizar-se duas acções de formação para pais. O ECB irá também participar em dois concursos lan-çados pelo Ministério da Educação no âmbito da Educação para a Saúde: “A Minha Escola pela Não-violência” e a “Minha Escola e a pre-venção do VHI/Sida“.

Professoras Helena Rodrigues e Paula Arraião

PROJECTO CRESCER

EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE

ECO-ESCOLA

ECB PREMIADO PELA RECOLHA SELECTIVA

No âmbito da recolha selectiva levada a cabo no ano lectivo transacto, o Exter-nato Cooperativo da Benedita foi premia-do pela Câmara Municipal de Alcobaça.

Numa cerimónia onde estiveram repre-sentadas as Eco-Escolas concelhias, Ri-cardo Miguel, enquanto Coordenador do Eco-Escolas do ECB, recebeu das mãos do Presidente da Câmara, Dr. Gonçalves Sapinho, o reconhecimento do trabalho realizado no âmbito do Concurso “Novas Embalagens”.

E este ano o desafio continua, sendo a recolha alargada a lâmpadas e rolhas de cortiça. Já estão disponíveis novos pon-tos de recolha na nossa escola.

Professor Ricardo Miguel

ENSINO

MATEMÁTICA EM DEBATE

O Grupo de Matemática do Externato Cooperativo da Benedita organiza um de-bate sobre o ensino da Matemática em Por-tugal. Este debate realiza-se no dia 9 de Maio, pelas 18h, durante a Feira do Livro, no auditório do CCGS. Nele participarão os Professores Doutores António Bivar e Jor-ge Buescu, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e a nossa conter-rânea, Professora Doutora Maria de Lurdes Serrazina, da Escola Superior de Educa-ção de Lisboa. Haverá ainda uma sessão de autógrafos pelo Doutor Jorge Buescu, que é autor de livros de divulgação científi-ca pela editora Gradiva.

Professor Acácio Castelhano

O Projecto “Talentos ECB” já se encontra na 3ª fase de castings. A comissão organi-zadora tem sido surpreendida com os talentos que têm apa-recido, tornando o trabalho de-senvolvido muito gratificante, o que leva a concluir que as expectativas relativas às fases de apuramento têm sido supe-radas.

O processo de selecção tem-se revelado difícil porque existe sempre a hipótese de excluir alunos que, por deter-minada razão, não conseguem demonstrar o seu verdadeiro talento, embora, no momento do casting, muitos deles dei-xem de se sentir apenas como

“alunos do ECB”, e passem a sentir-se como “os Talentos do ECB”. Aquele é o seu momen-to. Em que podem sentir-se especiais. E talentosos!

Mas escolher um Talento é uma grande responsabilidade! Não é apenas avaliar deter-minado desempenho. Há que estar consciente da importân-cia desse acto. A organização espera conseguir apurar com justiça os 12 alunos finalistas e fazer o anúncio dos mesmos no dia 22 de Abril de 2009.

À semelhança do que acon-teceu há 2 anos, a 2ª Gala tem data prevista para o dia 6 de Junho de 2009, no Centro Cul-tural Gonçalves Sapinho, onde

contamos com a presença do vencedor da 1ª Gala, o nosso ex-aluno, Fábio Da Silva.

Parabéns a todos os que têm tido a coragem de se apre-sentar e demonstrar as suas qualidades!

Professora Estela Santana

A CAMINHO DOS “TALENTOS”

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ANO 4 - Nº 10 TOQUE DE SAÍDA

ESCOLA VIVA 5

TALVEZ POSSAMOS VOLTAR A ESSE TRILHO

Depois do já divulgado nasci-mento do projecto Café Literário, teve lugar, no dia 17 de Janeiro de 2009, o primeiro encontro de indivíduos alegadamente dados às leituras (e ao café…).

Externato Cooperativo da Be-nedita, Biblioteca, 17:00 de um sábado cinzento; “As Horas”, do escritor norte-americano Michael Cunningham, como ponto de par-tida e chegada, de divergência e convergência dos pensamentos,

raciocínios e opiniões lançados à conversa. Conversa informal, des-comprometida, despretensiosa… tímida, de início, pelo inusitado da situação, mas tornando-se, pouco a pouco, viva, empenhada, acalo-rada.

Ali se encontraram pessoas com diferentes idades, profis-sões, proveniências, interesses, vidas. Algumas conheciam-se, outras só de vista, outras ainda nem isso. Sabiam, no entanto,

que tinham algo em comum: “As Horas”. Não só a sua represen-tação material, o livro, o pedaço de matéria que permite o acesso à intimidade de personagens e ao interior dos seus universos, mas também a tentativa de abordagem a esses “mundos”, ainda que ne-cessariamente diferente de leitor para leitor.

Abrir um livro e lê-lo é fazê-lo existir, dar-lhe vida, reescrevê-lo com a caneta da nossa criativida-de, ilustrá-lo com o traço da nossa experiência de vida, colori-lo com a aguarela da nossa sensibilida-de. É um espaço conquistado de liberdade individual em que tudo podemos. Discuti-lo é expor pen-samentos, sentimentos, emoções desencadeados pela apropriação de uma realidade que, no folhear cadenciado de cada página, nos fez diferentes. Difícil, como qual-quer partilha. É um pouco da alma do leitor, assim mostrada sem rede, sem protecção, sem másca-ra.

Na minha opinião, esta foi, en-

tre outras, uma das notas positi-vas da primeira sessão do Café Literário: a possibilidade de pro-var que esta arte de ler, de inter-pretar, de exprimir pensamentos e emoções, dúvidas e perplexi-dades, de tornar públicas convic-ções privadas não se extinguiu nem está, quero acreditar, em vias de extinção. Ela é tão importante como as bem-amadas tecnologias e as respeitadíssimas ciências, e indispensável para a harmonia e equilíbrio dos seres humanos, na sua vertente potenciadora de diá-logo interior e com o outro.

E, em plena idade da videosfe-ra, surpreendentemente, durante duas horas, experimentaram-se e partilharam-se uns poucochi-nhos e tímidos passos em direc-ção à produção de enunciados culturalmente significativos, num dos locais em que historicamente eles sempre foram produzidos – a Escola. Talvez possamos voltar a esse trilho!

Professora Emília Barroso

“Tudo o que não podemos partilhar com alguém acaba por desfazer-se em pó.”

Virginia Woolf, in “Mrs Dalloway”

Este texto, diário, desabafo… foi escrito pela Daniela:

“Bem, a minha vida está uma desgraça... como de costume! A vida é injusta e ninguém me tira isso da cabeça! Continuo a dizer que a vida é injusta e não vou mudar de ideias. O que é que ha-vemos de fazer? Temos de saber viver, aprender e errar porque ninguém nasce ensinado, e errar é humano. Temos de saber apro-veitar e aceitar a vida tal qual ela é. Às vezes é difícil enfrentar os problemas, mas temos de lutar e de saber viver os momentos agradáveis e importantes que também temos. E só de pensar que tenho amigos, fico feliz!

Nem tudo é maravilhoso como gostariamos que fosse. Às vezes cometemos erros que nem sem-pre são fáceis de resolver, às vezes choramos, outras vezes sorrimos. Só de pensar na minha vida, começo a chorar, não sou

de ferro, e tenho sentimentos do-lorosos.

Às vezes sinto que não consi-go lutar, mas depois ganho força. Nunca sabemos o que vai ser o futuro, nunca adivinhamos o que vai acontecer amanhã, nunca adivinhamos nada, portanto te-mos é que lutar pela vida e, se cometermos erros, aprendermos com eles! É por isso que somos humanos, com dignidade e sen-timentos.

Mas a vida é injusta e temos de aceitar a nossa realidade.

(Janeiro, 2009)

E nós, adultos ou adolescen-tes, alunos ou professores, pais ou filhos aprendemos muito com o exemplo dos outros, com a cora-gem que mostram quando conse-guem vislumbrar uma minúscula estrelinha brilhante na imensida-de escura e nublada da vida. Às vezes, essa estrelinha até pode nem se ver, mas temos que acre-

ditar que ela existe e que está lá, escondida por detrás de todas as amarguras, e agarrarmo-nos a ela como a uma âncora, para não nos perdermos à deriva pela travessia da adolescência e da vida, e, ao mesmo tempo, como trampolim para alcançar um fu-turo que desconhecemos, mas com o qual sonhamos! Um futuro construído, planeado e estudado com amor, amigos, sucesso e fe-licidade, mas também com dor e coragem, tristeza e incerteza, e uma única certeza: a recusa da vida que não queremos!

A todos nós – adultos, adoles-centes, alunos, professores, pais e filhos que, na maior parte do tempo, nos preocupamos com as pequenas angústias do presen-te e do passado, que a força da Daniela faça renascer em nós o desejo de construir o futuro!

Margarida Ferreira, psicóloga do ECB,

com a colaboração da Daniela

AMARRARMO-NOS AO PASSADO…OU LUTAR PELO FUTURO

ASSOCIAÇÃO DE ESTUDANTES

Tomou posse a nova direc-ção da Associação de Estudan-tes, com o André Paulo, do 11º F, como presidente, e a Beatriz Mateus, do 10º G, como vice-pre-sidente. Esta equipa irá certa-mente esforçar-se por realizar os objectivos propostos aquando da campanha eleitoral. Sabendo da responsabilidade que têm entre mãos, desejamos-lhe boa sorte, esperando que o mandato lhes corra pelo melhor.

Sofia Cavadas, 12º D

Page 6: Toque de Saída Nº10

ANO 4 - Nº 10TOQUE DE SAÍDA

6 ESCOLA VIVA

Integrado na Semana das Línguas, ce-lebrámos, no dia 19 de Fevereiro, o Dia do Francês, tendo como pano de fundo a confecção e venda de crepes. A meio da manhã, cerca de uma centena de alunos participou no já habitual desfile/concurso de personalidades alusivas à língua, cul-tura e civilização francesas. O júri, que este ano integrou a Dr.ª Idalina Crespo, co-autora dos manuais de Francês adop-tados no Externato, elegeu como melhor grupo concorrente “Astérix et Obélix”, in-terpretado por alunos do 7ºC e do 9º E. Em 2º lugar ficaram os alunos do 7º E com “Les Aventures de Tintin”; e em 3º “Les Pierrots et les Mimos” pelos alunos do 7ºI, 7ºE e 8ºI. No entanto, todos os alunos devem considerar-se vencedores,

dado o entusiasmo e a qualidade das suas apresentações.

Foram também entregues os prémios do Concurso Literário aos alunos vence-dores: Ana Rita Marques, Lucas Grilo, Miguel Lopes e Joana Belo, nas catego-rias de Formação Geral e Formação Es-pecífica do 10º e 11º ano de Francês.

À tarde, os alunos do 9º ano e do En-sino Secundário inscritos em Francês as-sistiram a uma sessão de esclarecimen-to acerca das vantagens do estudo da Língua Francesa, sessão orientada por professores da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

O DIA DO FRANCêS

No dia 4 de Fevereiro, dois ex-alunos do ECB dinamizaram uma aula teórico-prática de Química para o 12º ano. João Peres, 1º ano de Engenharia do Ambiente na Universidade de Aveiro, e Élia do Carmo, 1º ano do Mestrado In-tegrado em Medicina Dentária na Universidade de Coimbra, ambos ex-alunos do ECB, visita-ram os nossos laboratórios e dinamizaram uma aula de Química para o 12º A.

A partilha de conhecimentos sobre Forças Intermoleculares foi uma oportunidade interes-sante para que actuais e antigos alunos convi-vessem cientificamente.

Fica o convite aos nossos ex-alunos para fu-turas iniciativas deste tipo.

Professora Isabel Carreira

QUÍMICA – UMA AULA DIFERENTE

Os professores também aprendem

FORMAÇÃOVárias iniciativas de formação decorreram já

neste ano lectivo, incluídas no labor quotidiano do corpo docente para melhorar a qualidade do seu trabalho, acções que registaram uma adesão apreciável, e de que destacamos:

- Escola Virtual- Ensinar a Aprender – Jornada de Educação

Especial- Quadros Interactivos Starboard- Métodos e Técnicas para as Áreas Curricula-

res Não-Disciplinares- A Avaliação do Desempenho: a observação

de aulas- Planeta Mágico- Estratégias para Ler e Escrever cada vez

mais e melhor- Sensores CASIO no Ensino da Física e da

Química- As Novas Tecnologias e o Ensino da História - Educação Especial na Educação Física: uma

Filosofia de Intervenção (ficha de observação psi-co-motora)

- Apprendre le FrançaisSalientam-se ainda as seguintes oficinas de

formação acreditadas pelo CFAE de Alcobaça e Nazaré e a que aderiram professores de outras escolas dos concelhos de Alcobaça, Nazaré, Cal-das da Rainha e Rio Maior:

- Física Experimental: com a cabeça, as mãos e o computador

- e-Portefólios: instrumento de acompanha-mento e avaliação de alunos – turma A

- e-Portefólios: instrumento de acompanha-mento e avaliação de alunos – turma B

- Educação para a Saúde: a Educação Sexual na escola

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ANO 4 - Nº 10 TOQUE DE SAÍDA

ESCOLA VIVA 7

A funcionar pelo segundo ano conse-cutivo, o Espaço de Atendimento a Jovens na Escola (Espaço AJE) tem desenvolvi-do diversas acções destinadas ao público mais jovem, aconselhando e informando na área da promoção e educação para a saúde, além de disponibilizar recursos para professores.

No 1º período, decorreram as seguin-tes actividades:

- workshop “Quem sou eu?”- “Não te deixes APANHAR pela SIDA”,

actividade de informação e sensibilização para comemorar o dia mundial de Luta contra a SIDA

- “Prova dos 9”, sessões com turmas de 9º ano sobre comportamentos asso-ciados à contracepção

- Apresentação do espaço AJE aos alunos de Mestrado em Ciências da Edu-cação da Faculdade de Ciências da Edu-cação da Universidade de Coimbra, como

exemplo de um Gabinete de Apoio ao Aluno, no âmbito da saúde em contexto escolar

- Campanha “Eles & Elas… pela Igual-dade” para comemorar o Dia dos Namo-rados no âmbito da prevenção da violên-cia no namoro entre adolescentes, bem como do concurso nacional “A nossa es-cola pela não-violência”

Durante o segundo período, preparou-se a participação no concurso nacional “A minha escola e a prevenção da infec-ção do VIH/SIDA”. Para o terceiro perío-do preparam-se ainda dois programas de formação para Pais e Encarregados de Educação de crianças ou jovens de ida-des compreendidas entre os onze e os quinze anos.

Cristiana Carvalho,

Coordenadora do Espaço AJE

O QUE ACONTECE POR ESTAS BANDAS

ESPAÇO AJE

Sabes o que é o bullying escolar?

O bullying é um con-junto de atitudes agressi-vas intencionais e repeti-das, adoptadas por um ou mais alunos contra outros, causando angústia, dor e sofrimento. Normalmente manifesta-se por insultos, intimidações, apelidos cru-éis e acusações injustas que ridicularizam e tornam num inferno a vida de ou-tros alunos. Muitos destes sentem-se excluídos e so-frem danos físicos, morais e materiais provocados pelo bullying.

Este comportamento deve-se à ausência de limi-tes e de autoridade por par-te dos pais sobre os filhos,

e o pior disto tudo é que as consequências para as ví-timas são graves, causan-do dificuldade de concen-tração e de aprendizagem, desinteresse e até mesmo o abandono escolar. No que consiste à saúde físi-ca e emocional, verifica-se uma acentuada baixa auto-estima, stress, depressão e até suicídio.

Para os “agressores”, ocorre a falta de adaptação aos objectivos escolares, além da projecção de con-dutas violentas na idade adulta. Os alunos que são “espectadores” também sentem medo, ansiedade e insegurança.

E tu, qual é o teu papel no meio disto tudo? Se ca-

lhar nunca assististe a ne-nhuma prática destas, ou já? E o que fizeste? Espe-ro que sejas daqueles que estão de bem com a vida, amigo do teu amigo, cien-te do teu papel no meio em que vives. Pensa bem. Se ajudares alguém, estás a ajudar-te a ti próprio.

Diogo Grade, 7ºB

BULLYING NAS ESCOLAS A RELAÇÃO DOS ALUNOS COM OS PROFESSORES

Já reparaste que hoje em dia a relação entre alunos e professores tem vindo a piorar, devido ao comportamento dos alunos?

Estamos cada vez mais irrequietos e conversa-dores, devido à própria educação que os pais nos dão, ou à falta dela, e alguns de nós, para chamar-mos a atenção dos pais ou para nos afirmarmos perante os outros colegas, temos atitudes menos próprias na escola e fora dela. Porque é que isto acontece? Podes explicar? Vives bem com a tua consciência? Não vês que te estás a prejudicar a ti e aos outros?

Olha, se te sentes angustiado, reprimido ou tris-te, fala com um colega, com um professor ou até mesmo com a psicóloga da nossa escola. Porque é que não hás-de ir? Só te ajudava, a ti, a nós, aos outros…

Ana Filipa e Maria Belo, 7ºB

Já alguma vez te aconteceu uma coisa que nunca imaginaste vir a acontecer? A ti, aquela/e rapari-ga/rapaz banal, no meio de tanta gente? Pois é, as coisas boas não acontecem só aos outros, como tu pensas, por vezes também te acontecem a ti.

Quando digo “coisas boas”, quero dizer que po-des encontrar uma boa amizade em muitos lugares (na escola, na rua, em actividades que frequentas, etc.), mesmo que seja no local mais estranho do mundo!

Pois bem, quando encontras um amigo ou amiga de quem gostas, como é que se cumprimentam? Com um abraço, um beijo ou um olá? Mesmo que nunca tenhas pensado nisso, esses sinais podem revelar o tipo de relação que tens com esse amigo! Quando me refiro ao tipo de relação, quero dizer se é uma relação formal, do fundo do coração, como irmãos/irmãs, se é uma amizade falsa ou por inte-resse, ou até mesmo uma amizade colorida…

- Amizade do fundo do coração: é aquela que tu e outra pessoa têm, é muito forte, mesmo que se vejam poucas vezes, e nunca deixam de ser ami-gos.

- Amizade como irmãos/irmãs: são inseparáveis, contam tudo um ao outro, vão a todo o lado juntos e têm gostos comuns.

-Amizade colorida: é aquela em que um rapaz e uma rapariga são os maiores confidentes e têm uma relação muito íntima.

-Amizade falsa ou por interesse: é aquela em que certas pessoas se aproximam de ti só porque és bem sucedido/a e se aproveitam disso para tam-bém o serem.

Margarida Santos, 7ºA

AMIZADE

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ANO 4 - Nº 10TOQUE DE SAÍDA

8 ESCOLA VIVA

No âmbito do seu Trabalho de Projecto, “Moinhos de vento, moi-nhos sem tempo”, a turma E do 10º ano, acompanhada pelas professo-ras Helena Guerra e Liliana Gens, visitou, no dia 23 de Janeiro, vários moinhos de vento e falou com os respectivos moleiros.

“ É meu amigo o que mói no meu moinho”

O moinho de vento de tipo me-diterrânico é composto por uma estrutura cilíndrica construída em pedra e por uma cúpula cónica, o capelo, e um número variável de velas de pano, cuja origem se pode associar ao velame das embarca-

ções. A Margarida Pereira conta que “quando era mais nova cos-tumava brincar junto ao moinho” agora, gosta de escrever sobre os moinhos da sua terra.

“Quem ao moinho vai enfarinha-do sai”

Hoje, se olharmos para a Serra dos Candeeiros, podemos verificar que o aproveitamento do vento é de outro tipo, tem outra finalidade. A energia eólica é, de longe, a fon-te renovável mais promissora, ge-rando uma curva ascendente sem fim à vista.

Professora Helena Guerra

Nos dias seis e sete de Fevereiro, a nossa turma realizou uma visita de estudo rumo ao norte. Numa sexta-feira chuvosa, percorremos um longo e árduo caminho de dez quilómetros pela serra da Lousã, visitando aldeias de xisto inseridas num cenário natural belíssimo.

Terminado o roteiro das aldeias históricas, dirigimo-nos à Pousada da Juventude, situada no centro da Lousã. Após um se-rão de convívio, do qual iremos certamente guardar agradáveis recordações, esperava-nos um passeio pela cidade universitária por excelência de Portugal: o ensolarado sábado foi passado à descoberta da cidade de Coimbra, desde o Jardim Botânico até à Universidade, passando pelo centro histórico.

Além de ter sido uma óptima visita de aprendizagem, contri-buiu para fortificar os laços de amizade entre a turma, fazendo-nos esquecer rapidamente os penosos dez quilómetros pela ser-ra, e constituindo uma “despedida” inesquecível desta turma que vem percorrendo em conjunto uma caminhada de três anos.

A turma do 12ºD

ALUNOS DO 8º ANO ELOGIADOS EM STA

MARIA DA FEIRA

No dia 14 de Janeiro, os alunos das turmas A e E do 8º ano realizaram uma visita de estudo ao Visionarium, em Sta Maria da Feira, acompanhados pelas suas directoras de turma e pelos professores que propuseram a visita.

No Visionarium, os alunos manifes-taram muito interesse pelas actividades e apresentaram um excelente comporta-mento. Tais factos não passaram desper-cebidos aos responsáveis deste centro de ciência que decidiram distinguir estas tur-mas, oferecendo uma enciclopédia a cada uma. Para que pudessem ser úteis a um maior número de alunos, ambas as turmas cederam gentilmente o seu prémio à bi-blioteca do ECB.

O Externato congratula-se com a atitu-de destes jovens, que dignificam a sua es-cola, e constituem um exemplo para todos os nossos alunos.

PELA ROTA DAS ALDEIAS HISTÓRICAS

A turma 10ºF do Curso de Línguas e Hu-manidades está este ano a travar conheci-mento com uma turma do mesmo curso, da Escola Secundária D. Duarte, em Coimbra.

A ideia partiu dos alunos da nossa escola que quiseram este ano um projecto diferente, com vista a divulgar o Externato e o conce-lho de Alcobaça e, claro está, para conhecer-mos pessoas da nossa idade, o que é sempre fantástico! Para isto, contamos com a ajuda das nossas professoras de Português (Clara Peralta), de História (Teresa Teodósio) e de Geografia (Helena Guerra).

Com base no grande amor de D. Pedro e D. Inês de Castro e na ligação destas per-sonagens históricas às nossas duas cidades, Alcobaça e Coimbra, estabelecemos um in-tercâmbio onde predominam o convívio e as trocas culturais entre os estudantes de ambas turmas. Entretanto, a curiosidade e o desejo de conhecer os nossos colegas vai aumen-tando desde que, logo no início, começámos a conversar com eles.

Através da plataforma Ning, a profes-sora Madalena, da D. Duarte, criou um site,

www.beneditinoseduartinos.ning.com onde os alunos de ambas as escolas podem convi-ver, uma espécie de Hi5, onde temos a nossa página e a possibilidade de falar uns com os outros, de colocar fotos do nosso concelho, vídeos, textos… Isto torna tudo muito mais dinâmico. Foi difícil esperar pelo dia 26 de Fevereiro, altura os nossos amigos vieram a Alcobaça e ao Externato e podemos vê-los pela primeira vez. Agora, estamos tão ou mais ansiosos pelo dia 22 de Abril, data em que será a nossa vez de visitar a bela cida-de estudantil e a Quinta das Lágrimas onde se desenrolou uma das mais belas e trágicas histórias de amor.

Estamos a trabalhar arduamente e temo-nos divertido imenso e falado com pessoas muito interessantes. Este é um projecto para repetir e esperamos que o contacto com os nossos colegas da escola D. Duarte se man-tenha contacto depois desta maravilhosa ex-periência.

Maria Luísa Sales, 10ºF

INTERCÂMBIO ESCOLAR

ECB E ESCOLA D. DUARTE DE COIMBRA

MOINHOS DE VENTO, MOINHOS SEM TEMPO

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ANO 4 - Nº 10 TOQUE DE SAÍDA

OLHAR CIRCUNDANTE 9

Pois é… há uma primeira vez para tudo… neste caso é a primeira vez para votar.

Este ano teremos um calendário elei-toral intenso, eleições para o Parlamento Europeu, a 7 de Junho, seguindo-se as eleições para a Assembleia da República e para as Autarquias Locais, previsivelmen-te em Setembro e Outubro.

Muitos dos alunos do Externato podem estrear-se nesta nova qualidade de eleito-res, caso completem os 18 anos este ano. Para isso, devem recensear-se. Basta diri-girem-se à Junta de Freguesia da área de Residência e levar o Bilhete de Identidade ou o Cartão do Cidadão.

O recenseamento eleitoral decorre ao

longo do ano, no entanto, no 60.º dia que antecede cada eleição ou referendo e até à sua realização, é suspensa a actualiza-ção do Recenseamento Eleitoral. Atenção: podem ainda inscrever-se até ao 55.º dia os cidadãos que completem 18 anos até ao dia da eleição ou referendo.

Votar é um dever cívico, mas é também uma oportunidade de escolhermos o cami-nho que queremos. Cada um de nós tem uma palavra a dizer, votando.

O exercício do direito de sufrágio pe-los maiores de 18 anos obriga a inscrição no Recenseamento Eleitoral. Não te atra-ses…

Professor Ricardo Miguel

NOVAMENTE…

ECB NO PARLAMENTO DOS JOVENS

A 19 de Janeiro de 2009, os alunos do Exter-nato Cooperativo da Benedita associaram-se a um debate sobre A participação cívica dos Jo-vens, no âmbito do Parlamento dos Jovens. Esta iniciativa foi dinamizada pela Turma do 11ºD e contou com a presença da Dra. Odete João, De-putada na Assembleia da República eleita pelo Círculo Eleitoral de Leiria.

A participação cívica dos jovens foi o tema seleccionado pela Comissão Parlamentar de Educação e Ciência para discussão na edição deste ano do ensino secundário. A intenção é que os jovens reflictam sobre o contributo que podem dar para que o local onde residem e o país e o Mundo em que vivem sejam mais jus-tos, mais saudáveis, mais igualitários.

A deputada aproveitou para explicar aos jo-vens presentes o funcionamento do Poder Cen-tral, no sentido de os motivar para esta inicia-tiva, tendo-se colocado depois ao dispor dos alunos para as questões que entendessem.

Os representantes eleitos do Externato vão disputar uma eleição distrital, procurando ten-tar alcançar um lugar no Parlamento Nacional. Aí, com a presença de representantes de todos os distritos, tentarão convencer, com as suas ideias, que merecem uma ida a Bruxelas, o pré-mio final.

Professor Ricardo Miguel e Carla Serralheiro, 12º D

A TUA PRIMEIRA VEZ VAI SER… INESQUECÍVEL

A XVI edição do rally paper do ECB envol-veu mais de uma centena de concorrentes distribuídos por 25 equipas, constituídas por professores, alunos, funcionários e pais que, na manhã do dia 20 de Fevereiro, percorreram várias localidades das freguesias vizinhas, na tentativa de encontrar as enigmáticas pistas que constituem a prova, cujos vencedores fo-ram os Tintin’s — a equipa constituída pela Ana Luísa Pereira, a Mariana Madaleno, o Fá-bio Cruz e a Liane Canas, liderados pela pro-fessora Carla Dias.

“As Primas Veras”, equipa constituída pela professora Isabel Paixão e pelas alunas Adria-na Policarpo, Margarida Flores, Melissa Ja-cinto e Rita Henriques, obteve o 2º lugar, e o terceiro coube à equipa das “Peixeiras”. A organização da prova mereceu largos elogios. Dada a proximidade do Carnaval, este inspi-rou a decoração das viaturas, a indumentária dos concorrentes e até o nome das equipas que, em alguns casos, satirizaram aspectos da actualidade. O prémio do melhor disfarce foi atribuído à equipa “2 Páris, 5 Êros”, consti-tuída pelas alunas Rita Bernardes, Mariana de

Almeida, Célia Mendes e Inês Guerra, e che-fiada pelo professor Francisco Martins.

A próxima edição do rally será organizada pela equipa vencedora deste ano, como é de regra. Assim, os Tintin’s têm a seu cargo a organização da XVII edição do rally paper do ECB e a transmissão da tocha (símbolo olím-pico que passou a substituir a taça), aos ven-

cedores do próximo ano.A manhã foi intensa, à tarde decorreram as

actividades escolares previstas, e a noite con-tou com um jantar/convívio na cave do CCGS, com presença dos concorrentes e de alguns membros da Direcção do Externato.

Professora Fátima Feliciano

XVI RALLY PAPER DO EXTERNATO

UMA CHAMA PARA O FUTURO

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ANO 4 - Nº 10TOQUE DE SAÍDA

ARTE E CULTURA10

A Casa das Heras, livro editado pela Papiro, é o ro-mance de estreia de Inês Sil-va, professora de Português no Externato Cooperativo da Benedita, e conta a história

de uma mulher de trinta anos que, na manhã de uma 4ª fei-ra de Agosto, numa ida ao Porto, decide fazer o percurso por estradas secundárias que a conduzirão à estrada prin-cipal da sua vida. Tudo acon-tece quando, numa pequena localidade a que chega ao perseguir desenfreadamente o rapaz de bicicleta, dá início à sua própria viagem interior em busca da vida que sempre lhe foi traçada e que, a par-tir daquele dia, passará a ser construída por ela.

É uma narrativa inebriante, cheia de ritmos, conseguidos sobretudo através das mui-tas frases curtas, com uma grande riqueza de descrições de espaços, de pessoas e de sentimentos que conduzem às inúmeras reflexões que,

frequentemente, se misturam com os diálogos. Escrita fluen-te, ao estilo saramaguiano, sendo visível a ruptura com a norma linguística, sobretudo na pontuação, na separação de falas e de discurso.

Contudo, e porque a histó-ria é envolvente, é uma obra de leitura rápida e entusias-mante que nos prende no jogo permanente de dúvidas e inseguranças da narradora a que se seguem as descober-tas, os pequenos milagres, aprendidos com as pessoas com quem se vai cruzando e que, em apenas um dia, lhe facultam a sua própria cons-trução, a construção da mu-lher na sua plenitude.

Professora Isabel Páscoa

À semelhança do número anterior, apresentamos aos leitores os gostos e hábitos de leitura de uma professora e de uma funcionária da nossa escola. Desta vez, falámos com a professora de Geo-grafia e Coordenadora dos sétimos anos, Dra. Teresa Dias, que amavelmente nos forneceu as informações que pretendía-mos.

O livro que mais gostou de ler: Rebecca de Daphne du MaurierO livro que mais lhe custou a ler: Metamorfose de Franz KafkaEscritor que mais aprecia: Ken FolettEscritor que não aprecia: Stephen KingO livro da sua vida: Rebecca de Daphne du MaurierLivro que anda a ler: A filha do Capitão de José Rodrigues dos SantosLivro que aconselha: A Viagem do Elefante de José Saramago

A funcionária da Biblioteca, Elisa Silva Ramalho, é uma jovem de vinte e cinco anos, e disse-nos que sempre gostou de ler, principalmente romances. Aqui ficam as suas preferências.

Escritor que mais aprecia: Sveva Casati MadignaniEscritor que não aprecia: Nicholas SparksO livro da sua vida: As Brumas de Avalon de Marion Zimmer BradleyLivro que anda a ler: Lição de Tango de Sveva Casati Madig-naniLivro que aconselha: Qualquer coisa de bom de Sveva Casati Madignani

Joana Dinis, Cláudia Morais e Lea Fonseca, 11ºE

ENTRE LIVROS

A CASA DAS HERAS

O PRIMEIRO ROMANCE DE INêS SILVA

VOAR ATRAVéS DOS LIVROSQuando eu era miúda, tal-

vez com 10, 11 anos, li um livro da Alice Vieira que me marcou imenso. Chamava-se «Se perguntarem por mim, di-gam que voei» e, na verdade, já não me lembro de nada do enredo nem sequer das perso-nagens. Sei apenas que uma delas era uma rapariga triste de cabelos muito compridos, que por uma razão qualquer, tinha de estar sempre no seu quarto, não podendo sair de lá. (Julgo que era um proble-ma de saúde, ou algo do gé-nero.) Mas lembro-me muito bem de que, a certa altura, essa rapariga dizia qualquer coisa como «Desde que se te-nha uma janela, pode-se sem-pre voar através dela». Queria ela dizer que, mesmo confina-da a um espaço diminuto, o facto de poder olhar por uma janela, ver o céu, o sol, as nuvens e quem sabe uma ou duas pessoas, era como que uma libertação, uma forma de fugir à realidade voando à bo-leia da imaginação.

Creio que é este tipo de ex-periência que um bom livro nos pode proporcionar. Se há algo na nossa vida que por algum motivo gostaríamos de mudar, podemos sempre imaginar-nos noutras circunstâncias, como aquelas, por exemplo,

em que decorre o livro que es-tamos a ler.

Podemos, e para parafra-sear a tal rapariga triste, voar através dos livros, isto é, co-nhecer outras coisas, outras ideias, outras pessoas, atra-vés das nossas leituras. Uma boa história, se bem contada, tem esta capacidade de nos envolver enquanto vai contri-buindo para o enriquecimento da nossa linguagem falada e escrita.

Ler oferece-nos, portanto, esta possibilidade de fanta-siar, no caso dos livros de fic-ção. Mas se, por outro lado, pensarmos nos livros que abordam temas tão diversos como a ciência e a natureza ou a história, a filosofia e a economia, poderemos falar num enriquecimento pessoal do ponto de vista do conheci-mento. Aprendemos mais coi-sas, sobre assuntos que nos interessam, e que interessam sobretudo quando olhamos para os problemas que a hu-manidade enfrenta hoje em dia. Só sabendo mais sobre eles os poderemos solucio-nar. Só possuindo competên-cias como o sentido crítico ou a capacidade de organização poderemos pensar sequer em resolvê-los. E os livros podem dotar-nos destas capacida-

des. Contudo, o desenvolvimen-

to da informática e da tecno-logia, com os seus inegáveis benefícios, tem vindo a contri-buir para um fenómeno abso-lutamente aterrador e que tem a ver com o facto de o homem comum desprezar cada vez mais a cultura escrita. As pes-soas lêem cada vez menos, o que, como é óbvio, tem con-sequências directas a nível da perda de certas capacidades que outrora eram fornecidas pelos livros e pela sua leitura. Fala-se cada vez pior, pensa-se cada vez menos.

Urge, por isso, estimular nos jovens o gosto pela lei-tura. Fazê-los perceber que ler pode não ser «uma seca». Mostrar-lhes que há algo para além das consolas e do com-putador. Abrir-lhes as portas a um mundo novo, a um admi-rável mundo novo, que, des-ta vez, não sendo totalmente novo, é verdadeiramente ad-mirável.

Marta Santos, 12º A

(Texto escrito e lido pela Marta no lançamento do Café Literário, em No-vembro de 2008)

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ANO 4 - Nº 10 TOQUE DE SAÍDA

ARTE E CULTURA 11

Em Alcobaça, no dia 29 de Novembro, no Ar-mazém das Artes, foi apresentado mais um li-vro da professora Vanda Marques, destinado ao público infantil, desta vez contando a história da Padeira de Aljubarrota.

As ilustrações deste conto são da autoria da designer Susanne Estê-vão da Silva, que utilizou

a pasta de açúcar, também usada para decoração de bolos. As autoras apresentaram o conto através de uma drama-

tização, vestidas a rigor, de acordo com a época e, no final, a Susanne facultou pasta de açúcar às crianças presentes e demonstrou como se podiam criar figuras com essa massa.

Professor Samuel Branco

A 13 de Dezembro último, no Salão Nobre da Junta de Fregue-sia da Benedita, decorreu a ceri-mónia de entrega de certificados e diplomas a um conjunto de adul-tos que terminaram o processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências

(RVCC) ao nível do 9º ano de es-colaridade, promovido pelo Cen-tro Novas Oportunidades da Ba-rafunda.

Antes da entrega dos certifi-cados e diplomas, decorreu uma palestra intitulada Educação e Formação – da infância à fase

adulta, sendo a mesa constituída pela Doutora Isabel Rufino, direc-tora da Barafunda e moderadora da mesa; pela Dr.ª Bianca Silva, coordenadora do projecto Per-cursos Alternativos do Programa Escolhas; pelo Dr. Almiro Lopes, avaliador externo do processo RVCC; pelo Doutor Amílcar Coe-lho, director do Centro de Forma-ção de Alcobaça e Nazaré; e pela Dona Maria de Lurdes Silva (as-sim apresentada) – que terminou o processo de RVCC em Setem-bro passado.

Neste mesmo dia, foi divulgado o conto infanto-juvenil “A Raposa Amarela”, cuja história e ilustra-ção são de autoria da Dona Maria de Lurdes. Quando lhe foi dada a palavra, referiu a importância que o processo de RVCC teve no de-senvolvimento deste seu projecto. Explicou ela que de outro modo não teria tido a possibilidade de aprender a utilizar o computador nem de conhecer as oportunida-des oferecidas pela Internet. Para além disso, o processo RVCC permitiu-lhe desenvolver compe-tências ao nível da Língua Portu-guesa e da Matemática, além de a levar a recuperar memórias da sua juventude.

Reunidas as condições, a Dona Maria de Lurdes passou à acção, escolhendo uma das histórias de que se recordava, daquelas que eram contadas em torno da larei-ra, e transcreveu-a, utilizando um processador de texto. Incentivada pelos formadores, resolveu pes-quisar na Internet algumas edito-ras e enviar-lhes a história. Uma dessas editoras revelou-se inte-ressada em publicá-la e a autora elaborou também as ilustrações – que parecem extraídas dos manu-ais escolares de há alguns anos atrás.

A autora resume a sua história da seguinte forma:

“Era uma vez … um menino chamado Rafael. Rafael também é um nome de anjo, mas de anjo este menino tinha pouco, pois praticava muitas maldades. Des-respeitava as pessoas crescidas e fazia sempre o contrário do que lhe tentavam ensinar. Como se não bastasse, divertia-se a troçar de todos os meninos que tinham boas maneiras e que procuravam ser bons.”

Professor Samuel Branco

A Viagem do Elefante, o último ro-mance de José Saramago é, segun-do o autor, o livro que poderia não ter sido escrito, devido aos graves problemas de saúde que o afecta-ram quando este ainda estava ina-cabado. Talvez, por isso, esta obra tenha sido aguardada com grande expectativa pelos leitores. O escritor diz que este livro é “uma metáfora da vida humana” e, efectivamente, conseguimos descortiná-la quando nos apercebemos que a nossa vida se assemelha a um percurso que de-pois de efectuado nos conduz ao fim, a morte, que nos espera a todos, daí que a citação do Livro dos Itinerários na contracapa seja disso um indício: “Sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam”.

É com muito agrado que percorre-mos as 258 páginas do romance que nos conta a viagem de Lisboa até Viena do elefante Salomão, ofereci-do pelo rei D. João III ao seu primo

Maximiliano II, o Arquiduque de Áus-tria, no século XVI.

Com um ritmo narrativo ex-traordinário e um humor cativante, esta narrativa surpreenderá aqueles que resistem ao estilo inconfundível de Saramago.

Joana Santos, 11º E

COMO SURGE UMA JOVEM AUTORA

A RAPOSA AMARELA – UM CONTO INFANTIL

Um novo livro de Vanda MarquesA PADEIRA DE ALJUBARROTA

A VIAGEM DO ELEFANTE

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ANO 4 - Nº 10TOQUE DE SAÍDA

OLHAR CIRCUNDANTE12

O QUE HÁ EM COMUM ENTRE O HC TURQUEL E O EC BENEDITA?

O Hóquei Clube de Turquel (HCT) tem andado nas “bocas do mundo”. Para isso muito tem con-tribuído a excelente prestação da equipa turquelense no Campeo-nato Nacional da 2ª Divisão Norte de hóquei em patins. No entanto, outros factos têm puxado o nome Turquel para as páginas dos jor-nais nacionais e regionais. Senão veja-se. No último mês, o jornal desportivo “A Bola” dedicou, por duas vezes, uma página ao HCT e à designada aldeia do hóquei em patins. Primeiro despertou-lhes a atenção o elevado número de espectadores que acorrem ao pavilhão de Turquel sempre que a equipa joga em casa, ao invés do que acontece na generalida-de dos pavilhões do país, mesmo nas competições mais importan-tes do hóquei em patins nacional. Nos últimos jogos, foram conse-cutivamente batidos recordes de espectadores tendo sido atingido o impressionante número de 1600 no jogo do passado dia 7 de Fe-vereiro de 2009, frente ao Riba D’ Ave. Mais recentemente, Turquel voltou às páginas de “A Bola”, pois a equipa, treinada pelo pro-fessor do Externato Cooperativo da Benedita (ECB), João Simões, não perde em casa há dois anos, somando 32 jogos sem derrotas.

Evidentemente que estes e ou-tros destaques da imprensa en-chem o ego dos turquelenses e até de alguns dos seus vizinhos. No entanto, aquilo de que os tur-quelenses mais se orgulham é do facto de a equipa sénior ser cons-tituída exclusivamente por jovens formados no clube. É a formação humana e desportiva que merece os mais rasgados elogios dos ha-bitantes desta região, e não só. Os pais sabem que ao inscreve-rem os seus filhos nas escolas do HCT podem contar com uma sólida

formação técnica na prática desta modalidade baseada na experiên-cia de muitos ex-praticantes que se dedicam de corpo e alma ao clube do coração. Refira-se que o Turquel já formou e continua a formar jogadores de reconhecida categoria, alguns dos quais repre-sentaram no passado e outros re-presentam actualmente selecções nacionais dos mais diversos esca-lões, masculinos e femininos.

Muitos destes jovens despor-tistas foram ou são ainda alunos da nossa escola. Como já se dis-se, o actual treinador principal do Turquel é professor de Educação Física no Externato e o clube con-ta ainda com a colaboração de outros professores que aqui lec-cionam. Mas as afinidades entre o HCT e o ECB não se ficam por aqui. De facto, não deixa de ser curioso notar as semelhanças en-tre o percurso evolutivo de cada uma destas instituições. Vejam-se só alguns exemplos.

Ambas as instituições foram fundadas em meados da década de 60 – o HCT em 25 de Julho de 1964 e o ECB em 1964. Ambas têm na sua génese alguns caro-las e duas ilustres personalidades que deixaram bem vincada a sua marca: em Turquel, o Dr. Joaquim Guerra, e na Benedita, o Dr. Gon-çalves Sapinho.

A dedicação, o empenho e a sabedoria dos fundadores, bem como a colaboração de novos e entusiastas apoiantes permitiram a cada uma delas impor-se e cres-cer. Ambas se colocaram sempre ao serviço das respectivas comu-nidades, formando gerações de jovens que contribuíram (talvez de formas distintas, mas certamente decisivas) para o desenvolvimen-to desta região.

Na década de 90, ambas atin-giram o seu ponto mais alto. O

HCT, permanecendo durante vá-rios anos no escalão principal do hóquei em patins, tendo atingi-do a sua melhor classificação de sempre na época de 92/93 ao ter-minar em 4º lugar no Nacional 1ª Divisão. Além disso, representou por duas vezes Portugal nas com-petições europeias, tendo sempre dignificado as cores nacionais. Mais ou menos por essa altura, o ECB atingiu também o número máximo de alunos da sua história, aumentou o seu quadro de pesso-al docente e não docente, alargou e melhorou significativamente as suas instalações. Este crescimen-to fulgurante trouxe a ambas as organizações novos desafios e novas exigências. Para corres-ponder a estas solicitações, o HCT, por exemplo, teve de recor-rer a jogadores e treinadores não formados em Turquel. Por sua vez, o ECB teve de contratar mui-tos professores oriundos das mais diversas regiões do país. Ambas se envolveram em obras e outros projectos que ajudaram a disper-sar atenções e consumiram mui-tos recursos. Entretanto, e devido às mais variadas razões, os recur-sos começaram a escassear. Ape-sar de ninguém duvidar das mais-valias resultantes das obras e da contribuição de muitos elementos de inegável mérito, a certa altu-ra tornou-se imperativo proceder aos necessários ajustes. Assim, e depois de um período áureo, es-tas organizações passaram por uma fase de adaptação na qual se reestruturaram e acabaram por se focar mais na missão para a qual estão vocacionadas: a formação das novas gerações da nossa re-gião.

Muitos outros pontos em co-mum poderiam ser encontrados, contudo, destaca-se apenas mais um: a aposta nos seus ex-atletas ou ex-alunos, consoante o caso. Trata-se de uma estratégia que permite manter e consolidar os objectivos e valores originais, os quais foram fundamentais para alcançar os sucessos do passa-do. Contudo, permite também re-novar e dar novo alento a estas organizações, modernizando-as, dinamizando-as e preparando-as para enfrentarem e vencerem os desafios do futuro.

É assim que se constrói a mís-tica que tem marcado e há-de continuar a marcar o progresso destas duas importantes institui-

ções da nossa região, as quais parecem, afinal, ter mais coisas a uni-las do que a separá-las.

Professor Nuno Rosa

Palmarés do HCT

A equipa sénior é composta por 100 % de jogadores forma-dos no próprio clube, condição que se verifica há cerca de 2 anos. E talvez a principal razão para as enchentes verificadas nos últimos tempos, onde fami-liares e amigos dos jogadores procuram assistir às suas pres-tações.

O clube possui equipas em todos os escalões de for-mação desde a iniciação (até aos 5 anos) até aos juniores (17/18/19 anos), contando com perto de 150 jogadores, no to-tal, em formação.

Quanto ao palmarés do HCT, este conta com:

- 2 títulos de campeão nacio-nal, um no Nacional da II Divi-são (1986/87), e outro em In-fantis B.- 11 presenças no Nacional da I divisão.- Finalista da Taça de Portugal em 1990/91.- 2 presenças nas competi-ções europeias (1992/93 e 1993/94).- Mais de 40 títulos distritais nos diversos escalões.- 5º lugar no Nacional da I divi-são, em 1991/1992.- 4º lugar no Nacional da I divi-são, em 1992/93.

Professor Samuel Branco

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ANO 4 - Nº 10 TOQUE DE SAÍDA

OLHAR CIRCUNDANTE 13

ENTREVISTA A JOÃO PEDRO SIMÕES“UM DESPORTO COLECTIVO DESENVOLVE MUITAS COMPETêNCIAS RELACIONAIS,

COMO A TOLERâNCIA, O RESPEITO E AS REGRAS DE CONVIVêNCIA”

João Pedro Jorge Simões nasceu na Benedita, a 7 de Maio de 1979. Casado com Vera Lopes e pai da Leonor, é actualmente professor de Educação Física no Externato Cooperativo da Benedita, onde estudou. Fez estudos universitários na Escola Superior

de Viseu e na Universidade Lusófona. Possui uma pós-graduação em Treino Desportivo e encontra-se a frequentar Mestrado na mesma área. Entre os 10 e os 18 anos, foi atleta do Hóquei Clube de Turquel. Iniciou-se como jogador de futebol n’Os Vouzelenses,

em 1999-2000, depois no Ginásio de Alcobaça, até chegar ao ABCD. Agora joga Futsal na equipa de ECB e é treinador de sucesso na equipa do Hóquei Clube de Turquel.

Como encaraste o desafio de seres treinador da equipa sénior do Hóquei Clube de Turquel?

Eu já fazia parte do quadro de treinadores do clube, pois estava ligado aos escalões mais jovens. Na Páscoa de 2006/07, a Direcção pediu-me para substituir o então treinador Nuno Maurício (que agora faz parte do plantel sénior). Confesso que no início fui tentado a recusar, pois as exigências do trabalho com uma equipa sénior são diferentes, e talvez maiores, do que com os mais pequenos. Mas o sentimento de que tinha de servir o Clube, a confiança na minha competência para fazer um trabalho de qualidade e o apoio da minha mulher fizeram com que aceitasse o desafio.

Sabemos que a tua vida profissional te exige bastante tempo. Como consegues geri-lo?

Em termos profissionais, considero-me um privilegiado, pois adoro tudo o que faço na vida e ainda me pagam para isso (risos). Como se costuma dizer, “Quem corre por gosto não cansa”. Desde muito novo que me habituei a gerir bem o tempo. Sempre pratiquei desporto e estive ocupado após as aulas. Trabalho com prioridades e objectivos bem definidos e considero-me metódico e organizado na gestão do tempo e nas tarefas que desempenho. Aliás, atrevo-me a dizer que o facto de ser treinador faz de mim melhor professor e vice-versa, mas precisávamos de mais tempo para debater esta afirmação. Todos ocupamos o tempo livre a fazer coisas de que gostamos, eu faço-o no mundo do desporto. Agora tenho um novo desafio, que é a minha filha, o que naturalmente me vai “obrigar” a passar mais tempo em casa e a repensar o meu futuro.

Quando te deparas com um Pavilhão com cerca de 1400 espectadores, o que sentes exactamente? Como explicas esse fenómeno?

É claro que é extremamente gratificante e motivador para toda a equipa e tem contribuído bastante para os nossos resultados, mas confesso que durante o jogo abstraio-me um pouco do ambiente. Julgo que esse facto se deve a um grande sentido de pertença ao Clube

por parte dos turquelenses que sentem que o Clube também é deles. Depois, não podemos esquecer que todos os atletas da equipa são da terra e, para além disso, muitos acumulam funções de treinador nos quadros do Clube, o que faz com que familiares e atletas mais jovens façam questão de marcar presença.

Por último, mas não menos importante, a nova política de divulgação dos jogos que aposta em muitos cartazes pela rua e em entradas gratuitas tem certamente trazido mais gente ao pavilhão.

Um dos objectivos principais para este ano é alcançar a 1ª Divisão, com certeza. Quais são as principais dificuldades?

Essa era uma grande alegria que toda a equipa gostaria de proporcionar ao povo turquelense e ninguém o quer mais do que nós. No entanto, confesso que neste momento ainda estamos centrados em cimentar a nossa posição no grupo da frente da classificação. Daqui a mais algumas jornadas vamos olhar para a tabela e, de forma racional, traçar os nossos objectivos. As dificuldades sentidas passam pelo equilíbrio e exigência do campeonato e pela qualidade de alguns dos nossos adversários.

Sabemos que muitos alunos do ECB são jogadores no HCT. Como é encontrar alunos que conheces como atletas?Aproximadamente 60 atletas do HCT estudam no Externato. Se calhar somos das escolas do

país onde mais gente sabe patinar! Sempre me habituei a conviver com as mesmas pessoas (alunos ou não) em contextos diferentes e confesso que acho que isso traz mais vantagens do que inconvenientes, pois temos um maior conhecimento.

Quais os benefícios do desporto na formação dos nossos jovens?

Esta é daquelas perguntas que dava para muitas páginas… O desporto, desde que bem dirigido e orientado, assume um papel fundamental na formação dos jovens. Embora existam diferenças, muitas são as semelhanças da Educação Física Escolar com o Treino Desportivo desenvolvido nos clubes, que vão muito para além dos benefícios que todos conhecemos do ponto de vista da componente física e de saúde / qualidade de vida e assumem, cada vez mais, o papel de desenvolvimento emocional e social. Hoje em dia, enquanto estão “agarrados” aos jogos virtuais, as crianças e jovens desenvolvem uma capacidade de “desligar” quando estão a perder, desistindo facilmente,

não revelando capacidade para lidar com o fracasso. No desporto, não podemos “desligar” e começar de novo, mas tentar superar as dificuldades, fazendo com que o fracasso de hoje seja o sucesso de amanhã. Outro aspecto fundamental está relacionado com o isolamento que a nova ocupação dos tempos livres potência. Fico triste quando vejo crianças ou jovens nos intervalos e tempos livres com os auscultadores no ouvido e com o capuz na cabeça como que a dizer que não precisam de ver e ouvir ninguém. A prática de um desporto colectivo desenvolve muitas competências relacionais como a tolerância, o respeito e as regras de convivência entre muitas outras.

Estamos muito agradecidos, João, pela tua serena e afável colaboração. O Toque de Saída deseja-te a continuação do sucesso e que te seja permitido atingir todos os objectivos que traçaste para ti, individualmente, e para as equipas com quem trabalhas.

Professores Clara Peralta e Valter Boita

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ANO 4 - Nº 10TOQUE DE SAÍDA

O LUGAR DA MEMÓRIA14

Celebrou-se, nos dias 7 e 8 de Fevereiro, a festa em honra dos Santos Padroeiros: Santa Maria e S. Brás. Durante os primeiros sé-culos, a mais importante festa da Benedita terá sido a da Santíssi-ma Trindade (segundo a Carta de D. Afonso). Porém, há já alguns séculos, a principal e mais impor-tante festa da terra passou a ser em honra da sua Padroeira, Nos-sa Senhora da Encarnação – ou

de Santa Maria, como também é conhecida. Até há poucos anos. a sua data era fixa, 2 de Fevereiro, e a ela se juntavam a festa e a feira de S. Brás, no dia três.

Estas festas atraíram, durante muitos anos, grandes multidões de devotos que não eram apenas da Freguesia da Benedita, mas também das freguesias e conce-lhos vizinhos.

Carregadas de tradição, es-

tas festividades iniciavam-se com uma novena ou tríduo preparató-rio e, no próprio dia, uma missa solene com sermão (muitas vezes feito pelo próprio Bispo que aqui se deslocava) seguida de uma im-ponente procissão com manifes-tações públicas de fé e devoção à Padroeira. A Benedita engalana-va-se para estas festas. As jane-las das casas, ao longo de todo o percurso da procissão, mostravam as mais belas colchas (muitas ve-zes compradas de propósito para o efeito) e as vizinhas rivalizavam entre si para apresentarem a ja-nela mais ornamentada. O mes-mo se passava com as promes-sas, que eram pagas nesta altura. Também as meninas, vestidas de anjo, abrilhantavam a procissão com a sua beleza e ingenuidade.

Terminada a parte sacra, pas-sava-se ao profano, e aí começa-vam a romaria e a feira. Também aqui havia toda uma tradição que os beneditenses nunca quiseram mudar: sempre no mesmo dia do ano (2 e 3), as pinhoeiras monta-vam as suas bancas junto ao Sr.

António do Carmo, e era obrigató-rio estrear, pelo menos, uma peça de roupa nova; a festa desenro-lava-se ao ar livre, independente-mente do bom ou mau tempo e, para os solteiros, era de tradição iniciar nesse dia o seu namoro.

Muitas outras coisas poderiam aqui ser lembradas destes dias que, actualmente, não passam de recordações porque, a partir de 1971, as festividades da Padroei-ra e de S. Brás deixaram de se realizar a 2 e 3 de Fevereiro, e a data é marcada de ano a ano, per-dendo assim muito do seu esplen-dor. Nas janelas já quase se não vêem as célebres colchas, os an-jinhos desapareceram da procis-são, e a festa passou para recinto fechado, o que muito desagrada à maioria dos beneditenses.

Apenas num aspecto a tradi-ção ainda é o que era: as pinhoei-ras recusam-se a mudar de lugar e continuam, apesar de sozinhas, junto ao Sr. António do Carmo.

Professora Maria José Jorge

Festa dos PadroeirosSANTA MARIA E SÃO BRÁS

A pena de morte é o castigo máximo que pode ser aplicado em alguns países, apesar de na Europa não ser utilizado há bastante tempo. Portugal foi um dos primeiros países a abolir esta forma de castigo mantendo-se firme nesta posição. Este assunto suscita re-flexões, sobretudo de ordem ética e moral. Até que ponto somos nós, sociedade, detentores do poder de tirar vidas? Será a morte a única forma de punir exemplarmente os responsá-veis pelos crimes mais hediondos?

A meu ver, não existe nenhuma posição – a favor ou contra – que esteja devidamente sustentada. Porém, parece-me que ao reflectir sobre os argumentos apresentados por ambas as partes, podemos chegar à conclusão de que nada justifica a aplicação da pena capital.

Num primeiro momento, ao questionar-me sobre o efeito preventivo que a morte poderia ter, deparei-me com uma situação duvidosa: existem múltiplos estudos sobre o tema, cada um com a sua conclusão que tanto apoia os abolicionistas, caso sirva quem está contra esta punição, como dá razão àqueles que afir-mam que a pena de morte tem um forte efeito dissuasor. Assim, temos de aceitar a ideia de que os argumentos baseados nestes estudos

são pouco fiáveis. Imaginemos então a abolição da pena de

morte independentemente da situação: conse-guiríamos aceitar um assassino ou um violador de novo na sociedade? Seríamos nós capazes de viver lado a lado com alguém que já matou e ainda assim não condicionar essa pessoa e ter preconceitos acerca dela? A resposta seria a aplicação da pena perpétua. Todavia, não será esta uma morte lenta e ainda mais devas-tadora? Ao condenar alguém a ficar fechado numa prisão para o resto da vida, sem qual-quer hipótese de redenção, estamos a tirar-lhe a vida de uma forma ainda mais torturante. Desta forma, e considerando que tanto a pena capital como a pena perpétua são ambas for-mas de acabar com a vida de um ser humano, deparamo-nos então com o problema da rein-tegração dos criminosos na sociedade.

Penso que o argumento mais forte que podemos apresentar é o de que o Estado, enquanto autoridade que tem como missão promover uma vida pacífica e o progresso da sociedade, tem de servir como modelo, não podendo aceitar a morte em circunstância al-guma. A aplicação da pena de morte não per-mite sequer que as pessoas aprendam com os

seus erros. É certo que algumas pessoas são desequilibradas e não conseguem deixar de cometer atrocidades. É com esta questão que se prende a minha maior dúvida: não pode-mos pôr em risco toda uma sociedade ao li-bertar uma pessoa perigosa, contudo, como já constatámos, a pena perpétua é também uma forma indirecta de matar.

Assim, parece-me que temos de concluir que, não ter a possibilidade de viver em so-ciedade, mas ainda assim estar vivo biologi-camente, é preferível a tirar a vida a um ser humano. Os ganhos serão muito maiores se abolirmos a pena capital por princípio, visto que podemos sempre contar com a hipótese de redenção por parte do criminoso. Temos de nos aceitar e tornar a vida em comum o melhor possível e a maneira mais correcta de o fazer não será com certeza matando quem erra. Por conseguinte, devido também e sobretudo à minha conduta ética, educação e convicções, apesar de me debater com algumas dúvidas, concluo que a abolição racional da pena de morte é a opção certa a tomar.

Beatriz Serrazina, 11º F

SERÁ RACIONALMENTE CORRECTO ABOLIR A PENA DE MORTE PARA TODOS OS CASOS?

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ANO 4 - Nº 10 TOQUE DE SAÍDA

15RECRIAR O MUNDO

ALMAS DESVANECIDAS

Olhares desviados sofremUm defunto a olharFim da terraAlém do mar

O barco parteA vida retornaO barulho contornaA faia da alma

A palavra é ouroDom do realA água é mornaNo regaço divinal

O sorriso entreabertoNa proa da glóriaUm abraço cobertode amor e vitória.

Um outro obstáculoSurge na estreita relaçãoO barco que se afundaem plena comunhão.

No fundo do marHá a mancha vermelhade tanto terror e lisonjeiro amorque ofegante ficou.

Almas desvanecidasPensamento divinoRelação entreabertaNo confim do caminho.

A vida começaO amor acabaNada cessaA não ser a palavra!

Joana do Mar, 11º C

LÁGRIMA Que tens a força do mar,Em cada gota vertida. Nos silêncios do teu estar,No fechar de minha vida. Do sofrimento e da dor,Da tua terna partida. Rolas, rebolas…Por fim revelas,- em vitrais e aguarelas –De beleza colorida,Saudades…… da despedida. Lágrima… que quebras em teu bailar,Silêncios emudecidos,Por medos de eu suspeitar,Da tua dor, teus sentidos… Queda água ou gota de alma,Cristal do sal e luar,Que desdiz no seu brilhar,A farsa da tua calma. Antes luz, com mais fulgorQue os painéis dos tempos idos,A força do nosso amor,O estar de nossos sentidos. Prisioneiros do mesmo mar,Na morte, jazem unidos !

António Sales, EESEM TÍTULO

E depois é assim, meu amor, que tudo acontece. Os dias vão passando devagar, fundindo-se uns nos outros, e nós, que não podemos fazer nada contra, aguentamos calados o peso das memórias que subsistem persistem insistem aguentamos calados, e sorrimos quando é pre-ciso. Aguentamos as mãos frias e o medo de que não tornem a aquecer, porque sabemos que pouco há já que as aque-ça porque não sabemos o que há ainda que as aqueça. Fingimo-nos esquecidos, fingimo-nos doentes, como se uma abelha tivesse deixado em nós o suave ferrão da indiferença sim, um pequeno ferrãozinho, uma pequena farpazinha que, cravada na nossa carne, fosse a pouco e pouco envenenando o nosso sangue a pouco e pouco empalidecendo os nossos rostos dando-nos aquele ar que faz com que os outros tenham pena de nós embora não saibam porquê.

Marta Santos, 12º A

http://www.improvisacoesemdomenor.blogspot.com/

DESEJO DE MIM

Quero-me.Quero-me como te quero.Quero-me como me queria querer.Ser alguém por entre alguém.No fundo, não desistir.Ser o que não sou,Mas talvez pudesse ser Se fosse o que quero de me querer.

Adriana Policarpo, 12º A

http://www.adrianapolicarpo.blogspot.com/

O SOL ENTRA PORMIM ADENTRO

O sol entra por mim adentroComo um barco pela maré.Sei de cor o cheiroDe um botão de rosa.Trespassa-me a alma um arrepio quenteDa solidão perfeita,Que não é dor, mas prazer.Sinto a chuva molhar-me o rostoApesar de limpo, o céu dourado,Que tarde o dia esconde.Do outro lado, sobre o monte,Aparece já o céu estrelado.A brisa morna torna leveCada passo do caminhoDe cor livre em cada flor,Que reflecte calma vidaQue pulaAo som do calor.

Adriana Policarpo, 12º A

http://www.adrianapolicarpo.blogspot.com/

A SOPA

Hoje tive de chorar ao almoço. É desagradável, bem sei, mas era o que havia para fazer: soluçar em frente da sopa de abóbora enquanto os feijões me olhavam seriamente. «Come». «Não chores». eram as palavras que sussurravam nas suas vozinhas de leguminosa. Foi aí que reparei num facto, num indiscutível facto. Os meus óculos estão sujos. Sujos como tudo. De pó, de água das lágrimas que chorei ao almoço. E riscados, também riscados, das vezes, de todas as vezes em que os limpei à camisola azul. E pronto. Não há remédio. Estão tão sujos que tenho de comprar outros porque já não há nada que os limpe, nem nada que lhes tire os riscos. Depois de limpar os olhos e ponderar neste assunto, voltei à minha sopa. Quando levei a colher hesitante à boca, cheia dos meus amigos feijões, apercebi-me de um outro facto, um outro indiscutível facto: estava fria

Marta Santos, 12º A

http://www.improvisacoesemdomenor.blogspot.com/

LIBERDADE!

Palavra simplesmas de grande significado!Eu, que sempre vivi com ela,nem sequer sei avaliarcomo é que seriapensar sem poder falar,querer agir e não poder reagir,ver castigar e não poder mandar pa-rar.Por isso,eu, que sempre vivi com ela,vou sair à rua e gritar:Liberdade!

Rita Henriques, 10.º H

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ANO 4 - Nº 10TOQUE DE SAÍDA

OLHAR CIRCUNDANTE16

SOLUÇÃO OU ILUSÃO?Barack Obama

A atenção dispensada às eleições america-nas é normal, principalmente por se tratar da eleição do Presidente da maior potência glo-bal. Nestas eleições, estando em causa a mu-dança certa do “habitante” da Casa Branca, foi maior a informação sobre o processo eleitoral, houve mais comentários, mais anedotas, em suma, um maior envolvimento dos media e dos cidadãos.

No final, o mundo rejubilou com a eleição de Barack Obama. Não admira, já antes da sua eleição Obama conseguira entusiasmar, pela campanha eleitoral, amplos sectores da população, particularmente a juventude, de-

sencantada com a política de Bush. Talvez aqui esteja uma nota digna de registo: a es-perança e o entusiasmo que Obama simboliza fazem falta aos regimes políticos cujos eleito-res estão cada vez mais desinteressados em votar, mesmo sabendo da importância desse direito e dever cívico.

O novo Presidente dos EUA, Barack Oba-ma, chega assim ao poder com expectativas elevadas, dignas de um novo “messias”. Os Estados Unidos da América, bem como o Mun-do em geral, atravessam uma crise económica global, e o novo presidente representa um so-pro de esperança, não apenas para os ameri-canos, mas também para o mundo.

No entanto, o excesso de entusiasmo pode causar grandes problemas. Obama não é um homem só. Defende políticas e interesses que têm de ir ao encontro de quem domina. Tem equipas e colaboradores com opiniões pró-prias, algumas diversas das que ele defende, e daí a questão: quais as opções que a Admi-nistração americana vai tomar?

O que mais me preocupa é que esta onda de esperança coloca, sobre os frágeis ombros de Obama, o nosso futuro, como se ele depen-desse única e exclusivamente das decisões adoptadas pelo novo governo norte-america-no que agora tomou posse.

O facto de o conservador povo americano ter eleito um negro para seu presidente tam-bém é uma inovação elogiável, mas isso não quer dizer que Barack Obama consiga romper

com a histórica e tradicional postura norte-americana em defesa dos seus interesses, acima de qualquer outra ideologia.

Não descurando as consequências da go-vernação americana para a escala global, será expectável que as primeiras orientações, medidas e consequências se reflictam primei-ro no continente americano, e só mais tarde cheguem ao resto do mundo, numa altura em que poderá ser tarde para as elevadas expec-tativas.

Os olhos estão postos em Obama. O que irá ele fazer para evitar problemas com o com-plexo industrial-militar, a indústria petrolífera, a burocracia do partido e o lobby israelita? Durante o seu mandato, chegará ao fim o em-bargo económico a Cuba? Sem mexer directa-mente com os interesses de Israel, irá mediar soluções visando a paz no Médio Oriente? Re-tirará os soldados americanos do Iraque? Fe-chará a base militar em Cuba, ou conseguirá que os presos lá instalados não sejam sujeitos a tortura? Assinará alguns itens referentes à protecção do ambiente, antes negados?

Perante a administração desastrosa e ultra conservadora de George W. Bush, será com certeza favorecido por uma melhoria da ima-gem do país. Em relação a grandes mudanças globais e à salvação económica, isso não me parece viável. Como diz o provérbio popular: uma andorinha não faz a Primavera.

Professor Ricardo Miguel

António Manuel Patrício de Aboim Sales, pai da nossa aluna Maria Luísa Sales, que frequenta o Externato Cooperativo da Bene-dita na turma F do 10º Ano, nas-ceu em Lisboa, a 11 de Janeiro de 1950. Iniciou os seus estudos no Liceu Camões, frequentando pos-teriormente o Colégio Valsassina e o Liceu Gil Vicente. Chefiou o Departamento de Divulgação do Instituto da Vinha e do Vinho. Há

cerca de dez anos, a pensar nos filhos e na facilidade de acesso à rede escolar, fixou-se no Ardido. Desde então que os seus dias são passados entre o Alentejo, onde dirige várias propriedades, e o Ar-dido.

António Sales é pintor e poe-ta autodidacta. Deve o gosto pela pintura à mãe e o da escrita ao pai, que era um leitor compulsivo. Ainda sob a influência da mãe, começa a ler as revistas france-sas que ela comprava, bebendo desde muito cedo da cultura fran-cesa. O pai, médico de profissão, inicia-o na leitura dos clássicos. Outras referências se reúnem a estas: o perfil psicológico da avó materna, cuja imagem projecta na arte; o círculo de amigos que lhe deram uma visão poética da vida; e um professor de Português, no primeiro ano de liceu, que lhe deu o tom certo para começar a escre-ver.

A sua pintura contém evoca-

ções dos trópicos, imagens e to-nalidades quentes que nos trans-portam para um pôr-do-sol no Alentejo, ou para uma baía, em Moçambique. A luz, o sol, o mar e a mulher são temas frequentes nas suas telas, e a sua obra tem sido exposta em várias galerias de arte.

Aos projectos de narrativas, relatos de viagens, contos infan-tis, soma-se a poesia. Reconhe-ce, porém, que se iniciou tarde na escrita poética, aos cinquenta anos, adiantando que “se trata de uma forma interessante de depu-rar as palavras e de brincar com elas”. Por estas razões, entende a poesia como um extremo “apu-ramento da língua e um trabalho mental” cuja proficiência exige maturidade. Detentor de um es-pólio considerável, António Sales está agora a ponderar a ideia de divulgar mais os seus trabalhos, porque produzir sem dar a conhe-cer não é a função da arte.

Como pai, António Sales pres-sente os perigos que resultam do modo como os pais desinvestem na transmissão de princípios bá-sicos para a formação dos filhos. Ao considerar que “os pais não apoiam os professores e até se rebelam contra eles, interferindo de uma forma negativa no ensi-no”, confessou-nos que os “pais devem interagir mais com os pro-fessores, pois sem este espírito de cooperação o ensino não fun-ciona”.

A equipa do Toque de Saída agradece a hospitalidade com que foi recebida por António Sa-les, e convida-o a participar em edições posteriores, apresentan-do os seus trabalhos junto da co-munidade escolar e, quem sabe, incentivando outros Encarregados de Educação a colaborar com o jornal da escola.

Professores Clara Peralta e

Valter Boita

ARTISTAS DA NOSSA TERRA

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ANO 4 - Nº 10 TOQUE DE SAÍDA

OLHAR CIRCUNDANTE 17

Foi a máxima rotárica “Dar de Si An-tes de Pensar em Si” que levou esta associação a homenagear um homem a quem a Benedita muito deve. O reco-nhecimento profissional de Avelino Ho-nório da Silva foi, para todos os que o conhecem e admiram a sua obra, uma homenagem merecida.

Durante longos anos, para além da sua vida profissional, dedicou-se a inú-meras causas públicas e sociais. Per-tenceu aos órgãos sociais do Centro Social Paroquial da Benedita, da Santa Casa da Misericórdia e do Instituto Nos-sa Senhora da Encarnação, entre ou-tros. De 1983 a 1989, exerceu o cargo de presidente da Junta de Freguesia da Benedita, e é nessa função, que exer-ceu de forma exemplar, que a maioria dos beneditenses o recordam.

Durante os seus mandatos, a Bene-dita fez a tentativa de tomar um percur-so mais urbano: a elevação da Benedita

a vila, em 16 de Maio de 1984, e a com-pra do edifício da Fapocal, onde foram instaladas a Sede da Junta, o Mercado e várias associações, foram momentos marcantes para a nossa terra. Outra ini-ciativa que não podemos esquecer foi a criação da ANAFRE (Associação Nacio-nal de Freguesias), em Maio de 1987, e cuja sede nacional foi inaugurada, na Benedita, pelo então Presidente da Re-pública, Dr. Mário Soares.

Muitos outros momentos da sua vida de autarca poderiam aqui ser lembra-dos, mas, acima de tudo, devemos re-cordar o homem digno e honesto que dedicou longos anos da sua vida à terra que, embora não o tenha visto nascer, o adoptou de alma e coração e que foi recompensada pela obra que deixou a todos os beneditenses. Bem-haja Sr. Avelino.

Professora Maria José Jorge

AVELINO HONÓRIO DA SILVA

A HOMENAGEM MERECIDA

Quando ouço os recentes desenvolvimen-tos do conflito israelo-palestiniano, com o re-crudescimento da violência na faixa de Gaza, e os 1334 mortos, 5 mil feridos, 30 mil desa-lojados após 22 dias de intensos bombardeamentos israelitas, não posso deixar de recordar um livro já aqui apresentado como sugestão de leitura (Toque de Saída, edição nº 3). O livro, À Procura de Sana, do autor norte-americano Richard Zimler, narra a história da amiza-de (impossível) entre uma israelita (Helena) e uma palestiniana (Sana) que, ao longo de décadas, vão mantendo a difícil relação num país dividido e dilacerado por ódios.

Como professora de História, o conflito israelo-árabe é dos con-teúdos mais difíceis de abordar. Porque é matéria sempre actual, sempre presente; porque é quase impossível não deixar de perpassar uma certa (com)paixão; porque é uma guerra à qual não se pode imprimir a tradicional visão manique-ísta (porque não há, neste conflito, o lado dos bons e o lado dos maus); porque é uma guer-ra onde todos perdem. Perde Israel o respeito granjeado após 6 milhões de vítimas contabi-lizadas em 1945, após Munique 1972; perde a Palestina, além dos territórios, o direito a lutar por uma causa justa; perde o povo muçulmano a hipótese de se livrar do estigma de terrorista que, desde há cerca de 8 anos, fustiga e asso-la o Ocidente; perde o Mundo a oportunidade de construir um futuro de paz e concórdia.

A criação do Estado de Israel em território palestiniano, em 1948, sob os auspícios da ONU, significou acima de tudo a expiação do Ocidente cristão face à culpa mal assumida

pela cumplicidade com que assistiu ao holo-causto nazi. Como já antes tinha assistido às investidas da Inquisição, ao Édito de expulsão de D. Manuel I, aos Pogroms russos…

Choca-nos a impunidade com que o Pre-sidente Ahmadi Nejad declara que o Irão irá erradicar Israel do Mundo. Mas também nos choca o terrorismo de Estado perpetrado por Israel ao reivindicar a posse de um território que lhe não pertence (e que nem sequer sou-be partilhar). Ao perseguir populações inocen-tes, culpabilizando-as das acções terroristas (e condenáveis) do Hamas, Israel continua a fazer valer a Lei de Talião, “Olho por olho, dente por dente”, o que continua a ter como resposta os desejos de vingança dos palesti-nianos.

Até quando assistirá o Mundo à (relativa) inoperância da ONU e do seu Conselho de Se-gurança, manietado pelo direito de veto dos Estados Unidos?

Vivemos num tempo em que impera esta-

belecer pontes entre as nações (de concórdia, de reconciliação, de diálogo) e não construir muros. 70 anos após os guetos de Varsóvia, 48 anos após o infame muro de Berlim, como

assistir ao isolamento da popu-lação de Gaza?

Por isso apetece ler de novo a obra de Richard Zimler e acre-ditar que, um dia, será possível que israelitas e palestinianos se reconciliem e aprendam a viver e a conviver na diferença e no respeito mútuo.

Exemplo disto é a experiên-cia vivida pela West Eastern Di-van Orchestra, fundada em 1999 pelo maestro Daniel Barenboim. Nascido em 1942 em Buenos Aires, filho de judeus russos emigrados na Argentina, Baren-boim fundou esta orquestra que reúne músicos judeus e árabes,

não com propósitos políticos, não para “fazer a paz”, mas para lutar contra a ignorância, porque as pessoas têm de se conhecer mutu-amente, têm de compreender o que os outros sentem e pensam. Nomeado Embaixador da ONU para a Paz, Daniel Barenboim recebeu em 2008 a cidadania honorária palestiniana, em reconhecimento pela promoção do diálogo entre músicos árabes e judeus, o que ainda hoje causa algum desconforto e repúdio entre a comunidade israelita mais ortodoxa.

E como afirmava num Concerto realizado em 2005 em Ramallah (Cisjordânia), “ou nos matamos uns aos outros, ou aprendemos a partilhar o que há para partilhar”.

Professora Teresa Agostinho

A INELUTABILIDADE DO CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

Conhecem o conceito de “Honra”? Já devem ter ouvido falar, suponho. A honra atinge-se através de actos valorosos e justos, através da luta pelo que se acredita estar certo. Antigamente era algo que se pre-zava bastante – tornava um homem digno de respeito entre todos, mesmo entre os inimigos. O Japão é um bom exemplo disso: os guerreiros samurais regiam-se por um código restrito, a que chamavam Bushido, e se falhassem esse código, preferiam perder a vida a perder a honra.

Mas, como diria Camões, “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, e parece-me que a honra deixou de ser um dos nossos valores, daí que haja hipocrisia e corrupção entre tudo e todos. Bem sei que andar a cortar a barriga, como faziam os japone-ses, é um bocado exagerado, mas e se tivéssemos mais um bocadinho de vergonha na cara?

Ricardo Radamanto, 12º A

HONRA?

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ANO 4 - Nº 10TOQUE DE SAÍDA

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE18

Todos os anos decorrem as provas de pré-selecção de alunos/equipas que irão representar o Externato Co-operativo da Benedita nas Olimpíadas Regionais de Fí-sica e de Química. No dia 28 de Janeiro, as de Química;

as de Física, escalão A, no dia 3 de Março, e escalão B, no dia 4.

Na Química Mais, participa uma equipa de alunos do 11º ano, e na Química Júnior cinco equipas de três alunos, do 9ºano. Assim, para participar nestas actividades em representação do ECB, foram seleccionados os seguintes alu-nos:

Química Mais: Ana Luísa Pereira (11º B), Fá-bio Cruz (11º B) e Liane Canas (11º B);

Química Júnior, por ordem de classificação na eliminatória: Ana Luís, Maria Faustino e Sara Isabel, do 9º G; Rita Jorge, Soraia Marques e Tiago Marques, do 9º H; Andreia Carreira, Da-niela Ribeiro e Marisa Machado do 9º D; Cátia Marques, Sofia Ramalho e Sofia Ramos, do 9º H; Luís Mendes, Óscar Nogueira e Ruben Cardoso, do 9º G.

As semifinais de Química Júnior decorrem no dia 18 de Abril e as de Química Mais no dia 14 de Março.

Professora Isabel Carreira

Olá, eu sou o Duarte e, já que se fala tanto sobre poluição, gostaria de partilhar convosco o que sinto sobre isto.

A poluição é um enorme proble-ma. Existem vários tipos de polui-ção, sonora e aquática, entre muitas outras, e todas têm consequências, como por exemplo o efeito de estu-fa, as chuvas ácidas, as florestas despidas, os depósitos de produtos químicos perigosos, os campos en-venenados, as lixeiras oceânicas, e muitos outros problemas. Mas estes de que eu falei já nos dão bastantes preocupações e dores de cabeça. É horrível o que o ser humano faz a si-próprio. Já pensaram em todos estes problemas?!

Por exemplo, em relação às lixei-ra oceânicas, as cidades costeiras descarregam os esgotos não trata-dos no mar. As tartarugas marinhas e as baleias ingerem sacos de plás-tico que tomam por medusas, mor-rendo por asfixia. As chuvas ácidas são provocadas pelos fumos e ga-ses libertados pelas fábricas e au-tomóveis. As florestas despidas têm a ver com as árvores afectadas pela poluição, que perdem as folhas, fi-cam atrofiadas no seu crescimento e com a casca danificada, tornando-se vulneráveis aos ataques de in-sectos, ao mau tempo e às doenças. Por outro lado, temos ainda os pro-dutos químicos perigosos que são lançados ao mar. Nos últimos anos, tem havido muita poluição através dos produtos químicos altamente perigosos chamados dioxinas (com-postos orgânicos). Para não falar nos campos envenenados, nos quí-micos venenosos que são usados pelos agricultores para conseguirem maiores e melhores colheitas. Con-tudo, destroem não só os insectos nocivos, mas outras formas de vida selvagem.

E é o que eu tenho para vos dizer sobre a poluição, (por agora!)

Ah, e não deitem lixo para o chão porque eu também não.

Duarte Belo, 7ºB

ALCOOLISMO E OS JOVENSNos dias de hoje, existem

três grandes problemas que preocupam os pais de todos os jovens: a droga, o tabaco e o álcool. É sobre este último que vou falar, visto que é neste que os jovens mais depressa se in-tegram como forma de diversão e de bem-estar (pensam eles!). O que talvez não imaginem é que isso os pode levar à degra-dação total.

Em Portugal, tal como nos restantes países da União Eu-ropeia, o álcool continua a ser um problema, não só dos jo-vens, mas também das pessoas adultas. Ele conduz a proble-mas para a pessoa que o in-gere, mas também para os que com eles convivem, visto que aumenta o insucesso escolar, a

violência interpares, a violência doméstica, a práticas de con-dução desadequadas e outros comportamentos problemáticos, não causando apenas proble-mas a nível físico, mas também a nível psicológico, provocando atitudes agressivas, que condu-zem a um mal-estar familiar e social.

O álcool, contrariamente ao que às vezes se julga, “não mata a sede” nem conduz à inserção social e, quando ingerido con-juntamente com medicamentos ou drogas, pode ter consequên-cias desastrosas.

Relativamente aos jovens, este é um problema preocu-pante porque é cada vez mais comum, e surge cada vez mais precocemente. A maior parte

dos jovens que consomem be-bidas alcoólicas, não se limitam a ingerir bebidas com baixo teor alcoólico, pelo contrário, as be-bidas com maior teor de álcool são hoje as mais consumidas, frequentemente em misturas, os chamados “shots”. Estas be-bidas, quando consumidas, em exagero, podem levar ao alcoo-lismo e a graves problemas de saúde, tais como doenças do fígado, como a cirrose.

Assim, devemos encarar as bebidas alcoólicas com precau-ção, pois podem provocar de-pendência e graves problemas de saúde.

Mário Leopoldino, 12ºB

“O hOmem dOs dinOssáuriOs”GALOPIM DE CARVALHO

Alentejano de Évora, onde nasceu em 1931, Galopim de Carvalho é licenciado em Ciências Geológicas pela Universidade de Lisboa (1959) e doutorado em Geologia pela mesma Universidade (1969).

Conhecido pelo grande público como “o homem dos dinossáurios”, é actualmente director do Museu Nacional de História Natural, sendo um símbolo nacional da defesa e preservação do património cultural e científico, nomeadamente da riquíssima evolução da história natural.

Na sua vasta carreira académica dirigiu inúmeros projectos de in-vestigação, de que são exemplo a “Paleontologia dos vertebrados fós-seis do Jurássico superior da Lourinhã e Pombal” e “Icnofósseis de dinossáurios do Jurássico e do Cretácico Português”.

Como autor, publicou diversos trabalhos e artigos científicos em revistas nacionais e interna-cionais das diversas especialidades em que desenvolveu investigação. Também é responsável pela publicação de vários livros didácticos e de divulgação científica e ainda por alguns livros na área da literatura de ficção: O Cheiro da Madeira (1994) e Os Homens não Tapam as Orelhas (1997).

Professor Sérgio Teixeira

A POLUIÇÃO

OLIMPÍADA DE QUÍMICA JÚNIOR E QUÍMICA +

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ANO 4 - Nº 10 TOQUE DE SAÍDA

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE 19

UM ESPECTÁCULO POR CIMA DE NÓS

No passeio sossegado, caminho para casa, são dez horas da noite quando, vindo de uma direcção inesperada, oiço um chilreio agu-do. Viro o olhar, tarde demais, já só consigo vislumbrar a silhueta de um branco fantasma desaparecendo por detrás do CCB, num voo misteriosamente silencioso e perfeitamente nivelado, como se fosse dono do ar – assim nos surpreende a Coruja-das-Torres.

Foi com fascínio e surpresa que descobri, anos atrás, que o espaço aéreo do ECB, no coração da vila da Benedita, é visitado com regularidade pela espécie de coruja mais vas-tamente distribuída pelo mundo inteiro, a Tyto Alba. Da ordem Strigidae, família Tytonidea, nome científico Tyto Alba e nome vulgar Co-ruja-das-Torres, esta ave de rapina apresenta uma face achatada, com um anel escuro em redor do disco facial, desenhando um coração. No seu todo, a plumagem é clara, possuindo a fêmea pontos negros no peito que servem de

estímulo ao parceiro macho. Variam em altura (em Portugal, entre os 25 aos 35 cm, enquan-to na América do Norte, algumas chegam aos 45cm de altura) e pesam entre 200 a 400 gra-mas. Alimentam-se de pequenos mamíferos, essencialmente ratos, insectos e até mesmo morcegos e aves.

É de notar, especialmente para quem está a estudar física, a característica que permite a esta ave captar os ruídos dos ratos, e, no caso das espécies presentes na Lapónia, detectar presas que se encontram a mais de um metro debaixo de neve. A forma de disco côncavo que envolve cada olho, como acontece com as antenas parabólicas, concentra as emissões de ruído para as aberturas dos ouvidos (pró-ximas dos olhos), aumentando consideravel-mente a capacidade auditiva.

Os olhos são grandes e apontam para a frente. Por esta razão, ao contrário da maio-ria das aves, a coruja consegue ver um ob-jecto com os dois olhos e ao mesmo tempo. Como nós, elas têm visão binocular, mas, ao contrário de nós, as corujas não podem mover os olhos dentro das órbitas, têm, portanto, de apontar a cabeça para ver um objecto, conju-gando assim os sensores auditivos. É de tal ordem a capacidade auditiva que não há ani-mal neste mundo que a consiga igualar.

Como a visão binocular confere a aparência de um ser inteligente, para os gregos da Anti-guidade, a coruja era dedicada a Atena, deusa da sabedoria. Sabe-se hoje, no entanto, que o corvo, e outras aves são, provavelmente, mais inteligentes do que a coruja.

Por todo o Portugal, com excepção dos Açores, é possível observar a Coruja-das-Tor-res, cuja densidade populacional na Penínsu-la Ibérica varia de 1 a 50 casais por cada 50 km2.

Esta espécie tem sofrido um declínio mo-derado na maior parte dos países europeus, o qual parece estar associado à intensificação

da agricultura, à utilização de pesticidas, ao armazenamento dos cereais em silos e, sub-sequente redução de roedores, ao desapareci-mento de cavidades naturais e artificiais para nidificação, ao desenvolvimento das redes vi-árias e ao aumento do tráfego e da mortalida-de que lhe está associado. Por esta razão, a Coruja-das-Torres está classificada na Europa como uma SPEC 3, ou seja, espécie cuja po-pulação global não está concentrada na Euro-pa, mas que tem um estatuto de conservação desfavorável nesse continente.

Os seus habitats favoráveis são zonas de campos agrícolas com sebes, taludes e ma-tos. Também fazem ninhos em construções abandonadas, chaminés, armazéns e torres de igrejas e mesmo em cidades de grande di-mensão.

A Coruja-das-Torres é geralmente monogâ-mica, competindo às fêmeas a incubação dos ovos e aos machos a procura de alimento. A postura, que pode variar entre os 2 e os 14 ovos, inicia-se em Março e dura 30 ou 31 dias. As crias permanecem no ninho entre 50 a 55 dias, e tornam-se independentes 3 a 5 sema-nas mais tarde. Reproduzir-se-ão pela primei-ra vez com 1 ou 2 anos de idade.

Podemos ter, portanto, muito orgulho em albergar na nossa região uma espécie, que, embora discreta, brilha como uma estrela, ao desvendarmos todas as suas capacidades.

Nota de precaução: se encontrar uma Co-ruja-das-Torres aleijada, deve entregá-la ao Instituto da Conservação da Natureza, mais especificamente, na nossa área, em Rio-Maior, na sede do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros. Uma coruja debilitada não consegue sobreviver sozinha e necessita de intervenção especializada.

Miguel Madruga, ex-aluno do ECB

No passado dia 18 de Dezem-bro, Paulo Coelho, professor de Matemática no Externato Coope-rativo da Benedita, prestou pro-vas de mestrado com uma disser-tação intitulada “Templates e Elos de Órbitas Periódicas em Fluxos de Dimensão 3”.

Assente em Sistemas Dinâmi-cos e Teoria dos Nós, este é um tema actualíssimo, estimando-se que apenas cerca de 20 pessoas, em todo o mundo, se dediquem à sua investigação. «Muito além de meros objectos decorativos e de utilidade prática – escreve Paulo

Coelho no número II dos Cader-nos do ECB – nós e tranças são objectos matemáticos que encon-tram aplicações significativas na ciência contemporânea, nomea-damente na Biologia Molecular, na Física e na Química».

A dissertação de mestrado, classificada com a nota máxima de 20 valores, foi largamente elo-giada pelos membros do júri, ten-do um deles afirmado tratar-se da melhor apresentação de mestra-do a que algum dia assistira.

Refira-se ainda que o profes-sor Paulo Coelho demonstrou um

teorema matemático original, fac-to que levou o júri a aconselhar a publicação desse resultado em revistas da especialidade e a in-centivá-lo a prosseguir a sua in-vestigação, com vista ao douto-ramento.

Congratulamo-nos pelo su-cesso do professor Paulo Coelho e expressamos o nosso orgulho pelos padrões de qualidade que a si mesmo impôs – e alcançou.

A equipa do Toque de Saída

Professor Paulo CoelhoUM PERCURSO DE EXCELêNCIA

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CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE20

U m a ex t inção em mas-sa é um a c o n t e -c i m e n t o r á p i d o , re la t i va -m e n t e ao tem-

po geológico durante o qual uma significativa parte de toda a vida na Terra é extinta.

A extinção em massa dos finais do perío-do Pérmico, há aproximadamente 250 M.a. no limite Pérmico/Triásico, foi a mais seve-ra e devastadora de toda a história da Terra, com a extinção de cerca de 95% das espécies marinhas e cerca de 70% das espécies verte-bradas terrestres. Esta extinção terá ocorrido num período de 3 a 8 M.a., havendo possivel-

mente dois episódios de maiores extinções.Dados recentes de idades radiométricas

em cinzas vulcânicas, no Sul da China, indi-cam que possivelmente houve uma fase de maior extinção no último milhão de anos do Pérmico. A investigação detalhada das causas desta extinção é prejudicada pelo facto de ter ocorrido há muito tempo, pelo que muitas das suas evidências foram apagadas devido aos fenómenos dinâmicos característicos da Ter-ra.

Estudos recentes referem como responsá-veis pela extinção a combinação de factores inter-relacionados tais como a formação do super continente de Pangea, a glaciação e a regressão marinha e ainda o vulcanismo na Sibéria com as emissões gasosas associadas. Outra hipótese para a extinção seria o impacto na Terra de um corpo extraterrestre como um meteorito ou um cometa.

A maioria das extinções ocorreram em re-giões equatoriais a baixas latitudes, sendo as espécies marinhas particularmente afectadas – estas eram na sua maioria bentónicas, vi-vendo nas águas quentes pouco profundas das plataformas continentais.

Refira-se que muitas das espécies já esta-vam em declínio ao longo do Período Pérmico, antes da extinção final. Este facto sugere que deve ter havido um mecanismo climático pro-longado de extinção ou uma combinação de vários factores, em vez de um acontecimento catastrófico.

Muitas são as interrogações que a ciência coloca na tentativa de explicar esta importante extinção em massa, aqui vos deixamos algu-mas das hipóteses que têm originado maior discussão no seio da comunidade científica.

Professor Francisco Franco

EXTINÇÕES EM MASSA DO PERÍODO PéRMICO

Nos dias 14 e 15 de Novembro de-correu mais uma edição do Seminário Nacional Jovens Repórteres para o Ambiente (JRA), na Escola Profissio-nal de Salvaterra de Magos (EPSM).

O Seminário foi organizado pela Dra. Margarida Gomes, coordenado-ra nacional da Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) e teve como objectivo reunir os professores coor-denadores do Projecto e os alunos envolvidos em cada escola, de modo a possibilitar o debate das estraté-gias e metodologias do Programa, bem como incentivar a comunicação e a partilha de ideias e projectos en-tre os elementos do JRA.

O Externato Cooperativo da Be-nedita foi representado por 5 alunas, do 11º e 12º ano, e uma professora de Biologia, Paula Castelhano. As alunas do 12º ano, Catarina Carmo e Cristiana Santos, foram as porta-vo-zes de um grupo que esteve anterior-mente ligado ao projecto e que, gra-ças ao trabalho desenvolvido no ano lectivo de 2007/2008, recebeu vários prémios, incluindo o de ‘Melhor Foto-grafia em Inglês’.

No primeiro dia, assistimos a várias

palestras sobre diversos assuntos relacionados com o ambiente e em particular sobre a região, por exemplo, uma pales-tra sobre o novo aero-porto de Lisboa (impac-to ambiental na região), pelo Presidente da C. M. de Benavente, Dr. Antó-nio José Ganhão. Nesse mesmo dia visitámos vá-rios locais com interesse

ambiental, alguns deles com sérios problemas de poluição. Elaborámos uma foto-reportagem e um pequeno artigo sobre o local visitado.

No segundo e último dia, de ma-nhã, participámos em workshops sobre fotografia e vídeo. Durante a tarde, foram apresentadas as várias missões organizadas durante o último ano pelo JRA e um painel sobre Jor-nalismo e Ambiente, com a presença do jornalista João Eduardo (Kiss FM Lisboa), de Maria Flor Pedroso (RTP) e de Paulo Agostinho (Agência Lusa). O seminário terminou com a apresen-tação dos trabalhos elaborados pelos grupos no primeiro dia, dos quais sur-giram projectos muito interessantes e educativos.

Como Jovens Repórteres do Am-biente, desenvolvemos o nosso es-pírito crítico e aumentámos o nosso desejo de ajudar a preservar ou até mesmo recuperar o ambiente que nos rodeia.

Lídia Ferreira, Juliana Costa,

Rita Bernardino, 11ºA

JOVENS REPÓRTERES PARA O AMBIENTE

A Academia Xadrez da Benedita participou com 12 jogadores no Campeonato Nacional de Jovens de semi-rápidas onde tivemos duas Vice-Campeãs Nacionais Fe-mininas (Inês Costa – Sub08 - e Lídia Ferreira – Sub18) e um terceiro lugar nos Sub18 Feminino – Mariana Silva.

O Externato Cooperativo Benedita realizou, nos dias 18 Fevereiro e 5 de Março, os IX Encontros Nacionais Esco-lares, Individual e de Equipas. Estes Campeonatos, que se realizam no Centro Cultural Gonçalves Sapinho, têm a particularidade de juntar vá-rias escolas do país.

A Federação Portuguesa de Xadrez, com o apoio do IDP, levou a efeito o 1º Curso de Treinadores de Xadrez de nível 1. José Cavadas foi o 4º melhor do grupo de Lisboa. O Curso foi ministrado pelo MI Sérgio Rocha.

Sete jogadores da Acade-mia Xadrez da Benedita par-ticiparam no V Open Ozone – Torres Novas, onde estive-ram 50 jogadores.

Entre 19 a 21 de Dezembro de 2008, participámos com quatro jogadores no I Torneio FIDE do Externato Cooperati-vo da Benedita, um torneio de ritmo clássico a contar para o ranking internacional inte-grado no I Circuito FIDE de Leiria.

O Externato Cooperativo da Benedita participou tam-bém no Torneio Escolar de S. Martinho do Porto, 3º Ciclo/Secundário. O melhor do Ex-ternato foi Rui Lopes do 8ºI, ficando em 6º lugar entre 59 jogadores inscritos.

Mariana Silva, aluna do 11º A do Externato Cooperativo da Benedita, é a jogadora da Academia Xadrez da Benedi-ta que, após a contabilização das provas (Torneio Fechado Selecção Distrital de Leiria e I Torneio FIDE Externato Co-operativo da Benedita) sobe mais no Elo até ao momento, ou seja 16,95 pontos.

Professor José Cavadas

NOTÍCIAS DO XADREZ

Lídia Ferreira

Mariana Silva

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ANO 4 - Nº 10 TOQUE DE SAÍDA

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE 21

ONDE ESTÁ ESCRITA A HISTÓRIA?

A paleontologia é a ciência que se dedica ao estudo dos fósseis, isto é, ao estudo de restos de se-res vivos, ou a vestígios da sua actividade que ficaram preserva-dos nas rochas. Assim, as rochas constituem o “livro” onde se es-creve a história da Terra, e os fós-seis são as “palavras” desse livro que formam as “frases” que nos ajudam a descobrir o passado do nosso planeta.

Os fósseis encontram-se es-sencialmente nas rochas sedi-

mentares. Estas formam-se a partir de grãos (sedimentos) pro-venientes de outras rochas que se depositaram no fundo de um lago, rio ou do mar, formando várias ca-madas ou estratos. Juntamente com estes sedimentos, podem ser depositados organismos, ou parte deles, que, após um processo de substituição da matéria orgânica por minerais que se encontram dissolvidos na água, poderá origi-nar um fóssil.

Alguns fósseis formam-se quando um organismo constituído por partes duras –conchas, dentes ou ossos por exemplo – deixa gra-vado nas rochas um molde dessas estruturas. Contudo, os fósseis mais interessantes formam-se por um processo de mumificação ou conservação que ocorre quan-

do um organismo, ou parte dele, fica envolvido numa substância impermeável, como por exemplo uma resina. Esta, quando fossili-za, conserva no seu interior o or-ganismo intacto (as partes duras e as partes moles, como os mús-culos e órgãos internos). Outro processo de mumificação bastan-te conhecido ocorreu quando os mamutes da Sibéria ficaram com-pletamente preservados dentro de grandes massas de gelo.

Os fósseis, depois de serem descobertos e devidamente estu-dados, podem fornecer pistas mui-to interessantes sobre o passado do nosso planeta, em geral, e da nossa região, em particular. Por exemplo, a existência de fósseis de animais marinhos nas rochas calcárias da Serra dos Candeei-

ros permite deduzir que se forma-ram no mar e que, por acção de forças no interior da terra durante milhões de anos, formaram uma montanha.

Por outro lado, os fósseis tam-bém nos ajudam a fazer uma re-constituição de um animal, fazer deduções sobre o seu modo de vida, tipo de reprodução e até ali-mentação.

Os processos de fossilização são raros na natureza, pois o nú-mero de seres que já habitaram o Planeta é muito superior ao número de fósseis que se forma-ram, contudo, cada fóssil que se encontra contribui para descobrir-mos mais factos sobre a história da nossa Terra.

Professor Sérgio Teixeira

ESCOLA DE TRIATLO ECB

Este Projecto foi implementado no Ex-ternato no dia 5 de Janeiro de 2009 e é coordenado pelo Professor de Educação Física, Joel Machado. A aluna Marília Francisco de Sousa, do 12ºE, é a auto-ra do criativo logotipo que ilustra, de uma forma simples, mas muito original, as três provas que constituem o Triatlo.

Criado numa sólida base, o principal objectivo é permitir a prática de activida-de física aos alunos nascidos entre 1994 e 1997, independentemente da situação económica das suas famílias. A Escola de Triatlo do ECB é uma secção desportiva que pretende divulgar e desenvolver a modalidade na Benedita, num suporte for-mativo, mas vocacionado também para a vertente competitiva.

Os treinos dos 15 alunos inscritos são orientados pela Professora Liliana Gens, na secção de corrida; por Mafalda Morei-

ra, na natação; e, no ciclismo, pelo Pro-fessor Tobias Marquês. O Professor Joel Machado é responsável, entre outros pro-cedimentos, pela explicação das transi-ções entre os diferentes segmentos.

Actualmente, o Triatlo é uma das mo-dalidades mais mediáticas e em franca ex-pansão no nosso país, modalidade essa em que cada atleta efectua três segmen-tos consecutivos, sem que haja paragem no cronómetro, e pela seguinte ordem: Natação, Ciclismo e Corrida. Além disso, existem duas variantes: o Aquatlo (Nata-ção e Corrida) e o Duatlo (Ciclismo e Cor-rida).

Convidam-se todos os alunos que per-tençam à faixa etária acima referida a ex-perimentarem esta modalidade!

Professora Estela Santana

Olá! Eu chamo-me Duarte, tenho 12 anos e gosto de computadores. Vou-vos falar sobre a minha “paixão” por computadores.

Eu gosto do computador por vá-rias razões, a pri-

meira de todas é que não temos de escrever à mão e, se nos enganarmo-nos a escrever, o computador, como é “inteligente”, pode corrigir automaticamente ou avisa-nos que a palavra esta mal escrita e dá-nos várias sugestões de outras palavras parecidas com aquela que es-crevemos mal. Outra razão é que podemos ir à Internet fazer várias coisas, como por exem-plo aprender, jogar e fazer trabalhos da escola. Mais outra razão é que podemos divertir-nos, principalmente nas horas vagas (ouviram?, nas horas vagas!), jogando copas, xadrez, solitário, etc. E finalmente, a última razão de todas é a música, música clássica, rock, pop, alternativa, e outros tipos de música, todos eles podem ou-vir-se quando a gente está a fazer trabalhos, a jogar, etc., e a música ajuda a relaxar.

Mas o melhor de tudo é que o computador é uma ferramenta que abarca um número infin-dável de soluções básicas em todas as áreas e profissões, é uma ferramenta indispensável nos tempos de hoje. Adoro… Adoro… Adoro.

Duarte Belo, 7ºB

O MEU GOSTO POR COMPUTADORES

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ANO 4 - Nº 10TOQUE DE SAÍDA

MENTE SÃ EM CORPO SÃO22

TONIFICA O CORAÇÃO E FLUIDIFICA O SANGUEA Uva

A uva é, a seguir à laranja, o fruto mais cultivado em todo o mundo. A uva constitui um com-ponente essencial da dieta me-diterrânica, e até da sua cultura. Recentes descobertas científicas atribuem a boa saúde cardíaca dos habitantes do Mediterrâneo precisamente a algumas das pro-priedades das uvas.

Propriedades e indicações

Existem dois tipos de nutrien-

tes que se destacam na compo-sição da uva: os açúcares e as vitaminas do complexo B. A uva contém poucas proteínas e gor-duras, no entanto, apesar da pe-quena quantidade de proteínas (0,67%), estas contêm todos os aminoácidos essenciais.

Os dois açúcares mais abun-dantes na uva são a glucose e a frutose. Do ponto de vista quími-co, trata-se de monossacáridos, ou açúcares simples, cuja carac-terística é passarem directamente ao sangue sem precisarem de ser digeridos. Nisto se diferenciam de outros tipos de açúcares, como a sacarose (presente na cana-de-açúcar, beterraba ou na banana), ou a lactose do leite, que preci-sam de ser decompostos no intes-tino antes de poderem passar ao sangue.

A uva é uma das frutas mais ri-

cas em vitamina B6, com os seus 0,11mg/100g, excedida apenas por frutas tropicais como o aba-cate, a banana, a anona, a goia-ba ou a manga. As vitaminas B1, B2 e B3 ou niacina também se encontram presentes em quanti-dades superiores às da maioria das frutas frescas. Todas estas vitaminas têm como função, en-tre outras, metabolizar os açúca-res, para que as células possam com mais facilidade “queimá-los” quimicamente e aproveitar a sua energia.

A natureza dá assim mais uma indicação da existência de um de-sígnio inteligente, proporcionando uma grande quantidade de açú-cares na uva, juntamente com as vitaminas necessárias para o seu aproveitamento energético.

Indicação terapêutica principal

A uva é muito recomendável em todas as afecções cardíacas, pelos seguintes motivos:

- oferece energia sob a forma de açúcar simples que o músculo cardíaco utiliza para se contrair; embora a principal fonte de ener-gia para o coração sejam os áci-dos gordos, este órgão também utiliza a glucose;

- a uva é rica em potássio e contém também cálcio e magné-sio, minerais que intervêm nas contracções cardíacas;

- além disso, a uva não contém quase nenhum sódio nem gordura saturada, os dois principais inimi-gos do sistema cardiovascular.

Professor Miguel Fonseca

Adaptado da Enciclopédia de

Educação para a Saúde

PUDIM DE ABÓBORA COM PASSASAs Receitas da Isabel

Preparação:

Deite a aguardente e as passas numa tigela e deixe macerar de um dia para o outro. Corte a abóbora em pedaços pe-quenos e leve-os a cozer com uma pita-da de sal, escorra bem e reserve. Ligue o forno a 180 graus. Leve 160 g do açúcar ao lume numa frigideira até obter cara-melo, verta para uma forma e rode para caramelizar o fundo e os lados. Numa tigela, misture o restante açúcar com a farinha Maisena, junte o coco ralado, a abóbora e os ovos, e bata bem. Junte, então, as passas com a aguardente e misture bem. Verta o preparado anterior para a forma caramelizada e leve ao for-no em banho-maria durante aproximada-mente 40 minutos. Espete um palito para verificar se está totalmente cozido, retire do forno e deixe arrefecer. Desenforme e sirva.

Passas: é o nome dado a todas as uvas secas através da desidratação, em-bora genericamente se chame passas às

que são pretas e sultanas às brancas ou douradas. Tal como a maioria dos frutos secos, são altamente calóricas, embo-ra sejam boas para a saúde devido às gorduras vegetais que possuem. A sua utilização na culinária é tão ampla que pode ir desde a doçaria, como os pudins, bolos e tartes, até aos salgados, como as saladas, pratos de arroz e recheios de carne.

Professora Isabel Neto

Ingredientes:500 g de abóbora limpa400 g de açúcar150 g de passas50 g de coco ralado

5 ovos4 colheres (sopa) de aguardente1 colher (sopa ) de farinha Maisena1 pitada de sal

TORNEIO DISTRITAL DE JUDO DA MARINHA GRANDE

Realizou-se no dia 22 de Fevereiro, no Clube de Judo da Marinha Grande, o 1º Torneio Distrital de Judo, prova aberta a todas as categorias etárias e de peso, para atletas masculinos e femininos.

Participaram nesta prova cerca de 70 atletas em representação dos diversos clubes do distrito. O INSE/Externato da Benedita foi representado por 12 atletas, dos quais 7, das categorias infantis/juvenis, e 5 seniores.

Os diversos combates foram bastante disputados, tendo os nossos atletas alcançado boas classifica-ções, pois praticamente todos se classificaram nos lugares cimeiros, com relevo para Pedro Cruz e Sér-gio Serralheiro que alcançaram o 1º lugar nas respec-tivas categorias de peso.

O quadro classificativo foi o seguinte:Infantis: Pedro Cruz (10 anos) – 1º lugar; Abel Gu-

tierrez lugar (11 anos) – 2º lugar; Leonel Santos (11 anos) – 3º lugar; Luís Vicente (10 anos) – 3º lugar

Seniores: Sérgio Serralheiro –1º lugar; Valter Iná-cio – 2º lugar; Vladimir Horodovoy – 3º lugar; Edgar Ramalho – 3º lugar.

Faustino da Silva,

Chefe dos Serviços

Administrativos

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ANO 4 - Nº 10 TOQUE DE SAÍDA

PASSATEMPOS E CURIOSIDADES 23

Barbeiro:Um barbeiro de uma pequena aldeia tinha,

na sua barbearia, um panfleto que dizia o se-guinte:

“Eu barbeio todos os homens da aldeia que não se barbeiam a si próprios”.

Quem barbeia o barbeiro? Nota: O barbeiro não se pode barbear a si

próprio porque diz que barbeia os que não se barbeiam a si próprios.

Se ele não se barbeia a si próprio, o cartaz está errado porque há uma pessoa que não se barbeia a si própria, o barbeiro.

Teste surpresa:Um professor avisa os seus alunos de que

na semana seguinte irão ter um teste sur-presa. Um aluno deduz que esse teste não pode ser na sexta-feira porque, se o profes-sor deixasse para o último dia, deixaria de ser surpresa (no final da aula de quinta-feira já saberiam que o teste seria na sexta-feira). Deste modo, os alunos eliminaram a sexta-feira, mas então o exame também não se po-deria realizar na quinta-feira porque na quar-ta-feira saberiam que seria no dia seguinte, uma vez que a sexta-feira já estava elimina-da. Raciocinando de forma análoga, os alu-nos eliminaram todos os dias da semana e concluíram que não poderia haver teste sur-presa. Deram-se mal, o professor apresen-tou-lhes o teste na quinta-feira. Onde está o erro de raciocínio dos alunos?

ENIGMASEnigma 1

Um grupo de 3 homens e 3 mulheres pre-tende atravessar um rio num barco que ape-nas pode levar duas pessoas de cada vez. Como fazer a travessia de modo a que, em cada margem, as mulheres nunca estejam em maioria em relação aos homens?

Enigma 2Um grupo de 4 pessoas pretende atraves-

sar uma densa floresta durante a noite dis-pondo para isso de uma lanterna cujas pilhas durarão 60 minutos.

O estreito carreiro apenas permite a pas-sagem de duas pessoas de cada vez.

O tempo que cada um demora a atraves-sar a floresta varia de pessoa para pessoa: um demora 5 minutos, outro 10 minutos, ou-tro 20 minutos e o outro demora 25 minutos.

Como conseguirão atravessar a flores-ta antes que as pilhas da lanterna se esgo-tem?

Enigma 3Existem 3 músicos, Paul, Peter e Perry,

que tocam guitarra, orgão e piano, mas não por esta ordem. O Paul ensaia com o orga-nista aos sábados, enquanto que o pianis-ta ensaia sozinho ao somingo. O Peter não pode tocar piano. Quem toca o quê?

PARADOXOSOutra forma de efectuar multiplicações:

Por exemplo efectuar a seguinte multipli-cação: 35 x 17

1º - Construir uma grelha como a que está em baixo.

2º- Preencher a grelha da seguinte for-ma:

Por exemplo: o quadrado superior esquer-do (03) resulta da multiplicação de 3 por 1.

3º- Efectuar as somas:

4º - Soma = 0595 = 595Experimente.

CURIOSIDADE

- Onde é que as cobras normalmente vão tomar um copo?

- Ao snake-bar.

- Sabem quando é que os Americanos descobriram a carne?

- Quando chegou o Cristóvão Co-lombo!

Já conhecem a piada do iogurte? Não? Pois... é natural!

- Por que é que as ovelhas não têm wi-fi?- Porque têm LAN.

- Qual a diferença entre uma lagoa e uma padaria?

- Na lagoa há sapinho, a padaria assa pão!

Havia um jogador tão fraco, tão fraco, tão fraco, que quando marcou o seu primeiro golo, falhou no replay.

- Qual a semelhança entre um cardeal e a farinha?

- Ambos podem vir a ser papa!

Estavam dois dinossauros na rua a comer semáforos e diz um para o outro:

- Não comas esse que está verde!

*Enviadas por DJ Vira-Caxolas, 10º C

ANEDOTAS

O segundo Período começa logo a seguir à passagem de ano. Como num carrossel, nova viagem, novo ciclo, novas oportunidades para enfrentar desafios: os mesmos? Outros?

A resposta depende da atitude com que os enfrentares.

Lembra-te: se os desafios te aparecem, é porque tens algo a aprender com eles. Estás vivo! E a vida é adaptação constante, mesmo para aqueles que já somam muitas décadas no calendário…

05-01-2009=2015=2+1+5=827-03-2009=2039=2+3+9=14

O segundo Período decorre portanto entre a carta 8 – FORÇA – e a 14 – Temperança. Curioso. Se alinharmos os arcanos maiores do Tarot por ordem numérica em três linhas paralelas, estas cartas correspondem exac-tamente ao percurso da linha do meio, que se diz representar a idade entre a adolescência e a maturidade a qual, nas sociedades actuais, corresponde ao período entre a maioridade,

o reconhecimento do cidadão, o exercício do direito de voto, e a candidatura à presidência da república, aos 35 anos.

Teríamos, então: A Força, O Eremita, A Roda, O Dependurado, A Morte e a Tempe-rança.

ACEITAM-SE PERGUNTAS PARA O TA-ROT: SE TEM ALGUMA, COLOQUE-A NO FÓRUM DO JORNAL, NO MOODLE.

Professora Ana Luísa Quitério

O QUE DIZ O TAROT

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ANO 4 - Nº 10TOQUE DE SAÍDA

Muitos de nós desconhecemos a história da nossa terra e a ori-gem do seu nome, Benedita. Pois bem, reza a lenda que Nossa Se-nhora apareceu a uma menina chamada Benedita, no sítio onde hoje se situa a fonte justamente conhecida por Fonte da Senhora.

Actualmente, a Fonte da Se-nhora, um dos maiores ícones da Benedita, encontra-se degrada-da e cheia de lixo, proveniente sabe-se lá de onde. Apesar das promessas de arranjo que temos ouvido ao longo dos anos, conti-nuamos com a estrada cheia de buracos e lama, e a fonte encon-

tra-se desprezada e esquecida no tempo. Contudo, é um espaço que se deveria melhorar, um local ma-ravilhoso, agradável, muito verde e maravilhoso para se estar com a família, relaxar e passar uma bela tarde.

É de lamentar o estado em que se encontra a Fonte da Senhora, porque é um espaço que devia ser preservado e do qual todos pode-ríamos usufruir, proporcionando-nos um agradável contacto com a natureza.

Sílvia Lopes, ex-aluna do ECB

FONTE DA SENHORA

“ESTÁ MAL”

A ESCOLA é FIXE

No âmbito do projecto Eco-Escolas, a disciplina de Educa-ção Tecnológica promoveu uma exposição, no final do primeiro período, sob o tema “Energias renováveis são o presente e o futuro”. Assim, todas as turmas do oitavo ano criaram diferen-tes tipos de protótipos relati-vos às mais variadas fontes de energia, como a solar, eólica, biomassa, hidroeléctrica.

Foi escolhido o melhor tra-balho, embora todos eviden-ciassem muita criatividade e, sobretudo, muito empenho. O trabalho irá ao Concurso Na-cional 2008 de Eco-Escolas. É um trabalho do 8º Ano, da Turma G, uma Turbina Eólica, cujo mecanismo foi todo manu-facturado pelos alunos, com a ajuda de um técnico em elec-tricidade, como não poderia deixar de ser, mas o mérito é dos próprios alunos que leva-ram os trabalhos muito a sério, dedicando-lhes muito esforço e contando com alguma paci-ência por parte dos pais, ne-cessária para controlar o entu-siasmo dos filhos. Esperamos agora que o protótipo dê a co-nhecer o nome da nossa esco-la a tantas outras.

Professora Ana Duarte

ENERGIAS RENOVÁVEIS

Beatriz Serrazina, 11ºF