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DESTAQUES TOQUE DE SAÍDA Director Alfredo Lopes Chefe de Redacção Soledade Santos Externato Cooperativo da Benedita Rua do Externato Cooperativo Apartado 197 2476-901 Benedita [email protected] externatobenedita.net Trianual - Março de 2007 Ano 2 - Número 4 - 1,00 € UMA VIAGEM AO MUNDO DE AMADEO DE SOUZA-CARDOSO A Fundação Calouste Gulbenkian mostrou aos portugueses as obras de um dos maiores pintores portugueses do século XX, numa exposição intitulada “Amadeo de Souza-Cardoso (1887- 1918): Diálogo de Vanguardas” que bateu todos os recordes de afluência de público a um museu português. As turmas de Artes do Externato Cooperativo da Benedita tiveram o privilégio de visitar a exposição no dia 4 de Janeiro, tendo comprovado aquilo que a comunicação social já veiculara, que esta era a mais completa exposição das obras do pintor jamais realizada em Portugal e que o público correspondia às expectativas dos organizadores, acorrendo à Fundação com grande entusiasmo. Efectivamente, a pintura de Amadeo que pudemos contemplar merecia esta adesão do público. Amadeo de Souza-Cardoso foi um dos nomes mais proeminentes do Modernismo português, tendo convivido em Paris com artistas como Amadeo Modigliani, Sonia e Robert Delauney e Constantin Brancusi. Participou em várias exposições como o Salon des Indépendents, em 1911, o 10º Salon d´Automne , em 1912, e o London Salon of Allied Artists Association, em 1914, entre outras. A exposição que a Fundação Gulbenkian organizou abrange o período de actividade de Amadeo de Souza-Cardoso durante aproximadamente uma década (1907-1918), e visa estabelecer o encontro entre as suas obras e a de outros pintores seus contemporâneos, mostrando os traços cúmplices e as marcas experimentais da pintura da época. Assim, a par dos desenhos e quadros de Amadeo, tivemos a oportunidade de ver obras de pintura, escultura e desenho de 36 artistas internacionais, dos quais podemos destacar Amadeo Modigliani, Constantin Brancusi e Pablo Picasso. Amadeo de Souza-Cardoso, apesar de ter morrido com apenas trinta e um anos, deixou-nos um conjunto de obras exemplares como Cabeça (1913), Entrada (1917) ou Pintura (1919) que puderam ser vistas por milhares de pessoas ao longo de quase dois meses de exposição no espaço magnífico que é a Fundação Calouste Gulbenkian. Prestou-se assim um tributo merecidíssimo ao nosso grande expoente da pintura Modernista dos primeiros anos do século XX. Alunos do 10º E A SEMANA DA FAMÍLIA A equipa do Projecto Crescer decidiu este ano lectivo dinamizar a Semana da Família, que decorreu entre os dias 11 e 14 de Dezembro de 2006. Esta iniciativa partiu da ideia de que a Família e a Escola estão estreitamente associadas, devendo estar sempre de “mãos dadas”. Os trabalhos realizados pelos alunos na disciplina de FC/CPV sobre a família foram expostos em diversos locais da nossa escola para serem partilhados por toda a comunidade escolar. No dia 11, pelas 21:00 horas, no pequeno Auditório do Centro Cultural Gonçalves Sapinho, a Professora Doutora Maria Teresa Ribeiro, Professora auxiliar da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, mãe de quatro filhas, com idades compreendidas entre os três e os dezassete anos, disponibilizou- se para discutir com um pequeno número de Pais e Professores o tema “O Papel da Família na Educação do Adolescente”. Foi um momento alto de reflexão, de partilha e de diálogo entre os presentes. Geraram-se sentimentos de ansiedade, receio e inquietação, mas que contrastaram, felizmente, com sentimentos de tranquilidade, confiança e entusiasmo. (Continua na página 4) DESTINO LISBOA ALUNOS DO ECB NO CENTRO DE ARTE MODERNA Página 3 PROJECTO ECO-ESCOLAS Página 3 O REFERENDO Página 7 O CARNAVAL NA BENEDITA Página 8 CHOQUE TECNOLÓGICO? Página 9 UNIDADE DE SAÚDE FAMILIAR ENTREVISTA AO DR. NAZARÉ Página 11 PROJECTO OBSERVATÓRIO DA NATUREZA Página 13 O ESQUECIMENTO DE ALFRED NOBEL Página 19 POR TERRAS DE SUA MAJESTADE Página 20

Toque de Saída Nº4

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Jornal do ECB

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Page 1: Toque de Saída Nº4

DESTAQUES

TOQUE DE SAÍDA

DirectorAlfredo Lopes

Chefe de RedacçãoSoledade Santos

Externato Cooperativo da BeneditaRua do Externato CooperativoApartado 197 2476-901 [email protected]

externatobenedita.net

Trianual - Março de 2007Ano 2 - Número 4 - 1,00 €

UMA VIAGEM AO MUNDO DE AMADEO DE SOUZA-CARDOSO

A Fundação Calouste Gulbenkian mostrou aos portugueses as obras de um dos maiores pintores portugueses do século XX, numa exposição intitulada “Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918): Diálogo de Vanguardas” que bateu todos os recordes de afluência de público a um museu português.

As turmas de Artes do Externato Cooperativo da Benedita tiveram o privilégio de visitar a exposição no dia 4 de Janeiro, tendo comprovado aquilo que a comunicação social já veiculara, que esta era a mais completa exposição das obras do pintor jamais realizada em Portugal e que o público correspondia às expectativas dos organizadores, acorrendo à Fundação com grande entusiasmo. Efectivamente, a pintura de Amadeo que pudemos contemplar merecia esta adesão do público.

Amadeo de Souza-Cardoso foi um dos nomes mais proeminentes do Modernismo português, tendo convivido em Paris com artistas como Amadeo Modigliani, Sonia e Robert Delauney e Constantin Brancusi. Participou em várias exposições como o Salon des Indépendents, em 1911, o 10º Salon d´Automne , em 1912, e o London Salon of Allied Artists Association, em 1914, entre outras.

A exposição que a Fundação Gulbenkian organizou abrange o período de actividade de Amadeo de Souza-Cardoso durante aproximadamente uma década (1907-1918), e visa estabelecer o encontro entre as suas obras e a de outros pintores seus contemporâneos, mostrando os traços cúmplices e as marcas experimentais

da pintura da época. Assim, a par dos desenhos e quadros de Amadeo, tivemos a oportunidade de ver obras de pintura, escultura e desenho de 36 artistas internacionais, dos quais podemos destacar Amadeo Modigliani, Constantin Brancusi e Pablo Picasso.

Amadeo de Souza-Cardoso, apesar de ter morrido com apenas trinta e um anos, deixou-nos um conjunto de obras exemplares como Cabeça (1913), Entrada (1917) ou Pintura (1919) que puderam ser vistas por milhares de pessoas ao longo de quase dois meses de exposição no espaço magnífico que é a Fundação Calouste Gulbenkian. Prestou-se assim um tributo merecidíssimo ao nosso grande expoente da pintura Modernista dos primeiros anos do século XX.

Alunos do 10º E

A SEMANA DA FAMÍLIA

A equipa do Projecto Crescer decidiu este ano lectivo dinamizar a Semana da Família, que decorreu entre os dias 11 e 14 de Dezembro de 2006. Esta iniciativa partiu da ideia de que a Família e a Escola estão estreitamente associadas, devendo estar sempre de “mãos dadas”.

Os trabalhos realizados pelos alunos na disciplina de FC/CPV sobre a família foram expostos em diversos locais da nossa escola para serem partilhados por toda a comunidade escolar.

No dia 11, pelas 21:00 horas, no pequeno Auditório do Centro Cultural Gonçalves Sapinho, a Professora Doutora Maria Teresa Ribeiro,

Professora auxiliar da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, mãe de quatro filhas, com idades compreendidas entre os três e os dezassete anos, disponibilizou-se para discutir com um pequeno número de Pais e Professores o tema “O Papel da Família na Educação do Adolescente”. Foi um momento alto de reflexão, de partilha e de diálogo entre os presentes. Geraram-se sentimentos de ansiedade, receio e inquietação, mas que contrastaram, felizmente, com sentimentos de tranquilidade, confiança e entusiasmo.

(Continua na página 4)

DESTINO LISBOAALUNOS DO ECB NO CENTRO DE ARTE MODERNAPágina 3

PROJECTOECO-ESCOLASPágina 3

O REFERENDOPágina 7

O CARNAVAL NA BENEDITAPágina 8

CHOQUE TECNOLÓGICO?Página 9

UNIDADE DE SAÚDE FAMILIARENTREVISTA AO DR. NAZARÉPágina 11

PROJECTO OBSERVATÓRIO DA NATUREZAPágina 13

O ESQUECIMENTO DE ALFRED NOBELPágina 19

POR TERRAS DE SUA MAJESTADEPágina 20

Page 2: Toque de Saída Nº4

ANO � - Nº 4TOQUE DE SAÍDA

ESCOLA VIVA

Director do Jornal: Alfredo LopesRedacção: Deolinda CastelhanoLuísa CoutoSoledade Santos (Chefe de redacção)Teresa AgostinhoMarketing e vendas:Maria José JorgeComposição gráfica:Nuno RosaPaulo Valentim Samuel BrancoEquipa de Reportagem:Acácio CastelhanoAna DuarteClara PeraltaFátima FelicianoGraça SilvaJosé CavadasLaura BoavidaMaria de Lurdes GoulãoMaria José GuerraMiguel FonsecaSérgio Teixeira

Impressão: Relgráfica, Lda

Tiragem: 500 exemplares

Preço avulso: 1,00 €

EDITOrIAL ÍNDICEEscola vivaA Semana da Família 1

Destino Lisboa 3

Eco-Escolas 3

Festa de Natal 4

Comunic’Arte 4

Estágios Tecnológicos 5

Artemrede 5

Feira do Livro do ECB 5

Teatro na Escola 5

XIV Rally Paper do ECB 6

3º Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos 18

Olhar CircundantePearl Jam em digressão europeia 4

Concerto de Ano Novo 5

O Referendo 7

O Carnaval na Benedita 8

Brad Mehldau brilha em Alcobaça 8

Injazz no Cine-Teatro de Alcobaça 8

RVCC nos Bombeiros Voluntários da Benedita 8

Choque Tecnológico? 9

Aristides Sousa Mendes – Ser-se Humano 9

Entrevista ao Dr. Nazaré 11

Por terras de Sua Majestade �0

Arte e CulturaViagem ao Mundo de Souza-Cardoso 1

Sugestão de Leitura – O Triunfo dos Porcos 6

Sugestão de Leitura – Lavrar o Mar 7

Sócrates – Exemplo de coragem e integridade 7

Filosofar é ser consequente 7

Crítica de cinema – Primal Fear 15

Ciência, Tecnologia e AmbienteAs TIC nas bibliotecas 10

Poluição das águas subterrâneas 1�

Centenário de Rómulo de Carvalho 1�

Biomassa: a energia que vem do lixo 13

Pecuárias por perto, nariz desperto! 13

Projecto Observatório da Natureza 13

Arquimedes – Sabe quem foi? 14

Notícias do Grupo de Física e Química 14

O Lugar da Memória 10

Recriar o MundoA morte da fantasia 14

A falta de tema 14

Palavra puxa palavra 14

Poemas de Ricardo Passarinho 15

Mundo perfeito 15

Talvez um dia tenhamos asas para voar 15

Mente Sã em Corpo SãoJudo - Sérgio Serralheiro vice campeão 3

Notícias da Educação Física 16

Xadrez – campeonatos distritais de Leiria 16

O valor nutritivo da fruta 17

Conhecer a alimentação 17

Primeira Associação Desportiva Escolar do Oeste 17

Passatempos e CuriosidadesEnigmas 18

O Esquecimento de Alfred Nobel 19

ACONTECENDODuas alunas da nossa escola,

Alexandra Santos e Ângela Santos, ambas do 12º Ano de Artes, foram distinguidas com menções honrosas no concurso “Olhar Almada Negreiros”, promovido pela Associação de Professores de Expressão Plástica e Comunicação Visual, concurso que visava sensibilizar os alunos para a importância da arte através da interpretação de obras de artistas portugueses.

Entre os dias 26 e 29 de Abril, decorrerá, no Centro Cultural Gonçalves Sapinho, a quarta edição do Festteatro, certame que reúne grupos de teatro de várias escolas do país; de 3 a 6 de Maio, teremos a 5ª edição da Feira do Livro, organizada pela Biblioteca do ECB; igualmente dinamizadas pela Biblioteca, iniciar-se-ão no 3º Período as actividades do Café Literário, tertúlia aberta a toda a comunidade, e cujo modo de funcionamento será oportunamente divulgado; entre 9 e 11 de Maio, decorrerá em Alcobaça o Fórum da Juventude, no qual a nossa escola tomará parte, como em anos anteriores; e, a 9 de Junho, o já habitual Baile de Gala.

Raramente cotejamos a caminhada dos seres humanos ao longo do tempo com o nosso presente, e muitas vezes temos ideias nebulosas ou mesmo erradas acerca do futuro. Se fosse comum pensarmos no passado da Humanidade, talvez o nosso presente se tornasse mais leve, e o futuro, enquanto anseio social, fosse menos inquietante para muitos. Tornar-nos-íamos mais lúcidos acerca da nossa espécie, saberíamos melhor fazer as nossas escolhas enquanto sociedade. Seríamos gratos aos nossos antepassados, e o inimaginável humano que inventou a roda há 3.500 anos poderia ser o mais querido avô de todos nós e conduzir-nos-ia a uma ideia clara e abrangente dos efeitos desse invento primordial. Quantos alunos e alunas que pedalam nas suas bicicletas ou deslizam nos seus skates se lembram desse avô, enquanto rolam por carreiros e rampas? Quantos professores associam o ensino à distância à lâmpada de Edison? Quem está grato ao holandês que se crê ter inventado o microscópio nos finais do século XVI?

No entanto, se nos lembrássemos disso, se comparássemos o passado com o presente, teríamos bons motivos de alegria: hoje é possível dar longos passeios de bicicleta; nas férias, viajar de carro pelas estradas do mundo; nas noites de Verão, fazer corridas com arcos – se ainda houvesse corridas de arcos, com sprints finais disputadíssimos, risos de vencedores e amuos disfarçados de vencidos.

Identicamente com a lâmpada de Edison. Se, por hipótese absurda, a lâmpada não tivesse sido inventada, como haveríamos de comunicar uns com os outros por e-mail, telefone ou telemóvel, como podíamos ver filmes e ouvir a música de que gostamos, se não haveria Internet, centrais, antenas, cinema, leitores de CDs, ipods?

Aliás, existiríamos, teriam existido os nossos pais e avós, se o microscópio não tivesse sido inventado e depois usado para a descoberta da primeira vacina que deu lugar a todas as outras, reduzindo drasticamente as pestes e a mortalidade?

Devemos alegrar-nos com o progresso da Humanidade e procurar saber de que resulta, despertando o nosso interesse pela História, pela longa caminhada da Humanidade até hoje. Só com esse conhecimento poderemos, por escolha individual e social tornada consciente, negar ao futuro o lado malévolo e as perversões do progresso. Porque o futuro depende do nosso presente, como o nosso presente depende do tempo daqueles que nos precederam, antes mesmo do antepassado que descobriu o uso do fogo há quatrocentos e sessenta mil anos.

Professora Soledade Santos

Nota da Redacção:

Por razões de ordem técnica, não é possível dar continuidade, neste número, à história em quadradinhos iniciada na anterior edição do Toque de Saída. Pelo facto, apresentamos as nossas desculpas.

Page 3: Toque de Saída Nº4

ESCOLA VIVA 3

ANO � - Nº 4 TOQUE DE SAÍDA

No dia 24 de Janeiro, realizou-se o conselho Eco-Escola no Externato Cooperativo da Benedita, o primeiro passo de um projecto que se insere no Programa Eco-Escolas. Pretendeu-se encorajar acções e reconhecer o trabalho desenvolvido pela escola na melhoria do seu desempenho ambiental e na sensibilização da comunidade, além de estimular o hábito da participação e a adopção de comportamentos sustentáveis no quotidiano, a nível pessoal, familiar e comunitário.

Seguindo uma metodologia constituída por sete passos (conselho eco-escolas; auditoria ambiental; plano de acção; monitorização/avaliação; trabalho curricular; divulgação à comunidade; eco-código), são abordados os temas base: água, resíduos, energia, e, complementarmente, biodiversidade/agricultura biológica. Uma escola que pretenda ser reconhecida com a Bandeira Verde deverá seguir a metodologia proposta e realizar actividades no âmbito dos temas-base (água, resíduos e energia) e do tema do ano (alterações climáticas).

O conselho Eco-Escola é constituído por vários professores, por alunos do 12ºC, bem como pela bióloga da Câmara Municipal de Alcobaça, pela Presidente da Junta de Freguesia de Benedita, e por José Ribeiro, da Associação Barafunda. Neste conselho foram diagnosticados e analisados alguns problemas ambientais da escola e buscaram-se soluções para a sua minimização ou mesmo resolução.

Os alunos do 12ºC, no âmbito da Área de Projecto da sua turma, foram convidados para tomarem parte no workshop “Educação Ambiental”, a realizar em Alcobaça no dia 22 de Maio, Dia Internacional para a Diversidade Biológica.

Professora Paula Castelhano

Responsável pelo Programa Eco-Escola

ECO-ESCOLASDESTINO LISbOA2007 trouxe aos alunos de Artes do ECB

a possibilidade de verem, no Centro de Arte Moderna (CAM) da Fundação Calouste Gulbenkian, a exposição de José Pedro Croft – Gravuras. Os alunos depararam-se com «grandes superfícies de cor e com a experimentação de gravuras obtidas pela sobreposição de manchas de várias gradações de tons», diz-nos Ângela Santos, do 12º Ano de Artes.

No entender de Cristina Ezequiel, também do 12º Ano da mesma turma, «estas gravuras são de grande impacto visual, quer pela grande dimensão, quer pelo extraordinário trabalho sobre a cor que ocupa o centro do trabalho, numa relação tensa com o tamanho e com a escala».

Já a instalação Fundação, de Pedro Cabrita Reis se «apresenta aparentemente simples, escondendo uma complexidade ao nível da interpretação e da expressão. Trata-se de uma instalação com uma mensagem oculta, pois a obra reflecte uma visão que muitos não

captam quando se dirigem à Gulbenkian – o que está por “detrás” das exposições – a luz, a construção e toda uma série de materiais essenciais para a montagem de exposições. Pedro Cabrita Reis abriu as cortinas aos visitantes do CAM para revelar tudo o que, no seu entender, se relaciona com o construir de uma exposição: tijolos, cimento, soalho, vigas de aço, vidro, cabos, fios, luzes artificiais, estantes, plintos, pedras e o vazio» – reflecte Ângela Santos.

Destaque ainda para a visita à exposição de Amadeo de Souza-Cardoso – Diálogo de Vanguardas, na Fundação Gulbenkian –, e para a exposição Retrato e Figura na Paisagem, no Museu do Chiado. Nesta última, os alunos foram elucidados acerca da importância do retrato e da análise do mesmo, quando inserido na paisagem.

Na opinião dos alunos, estas visitas foram de grande importância para o seu enriquecimento artístico e cultural.

Fotografias de João Paulo Lourenço, 11ºG

Professora Lurdes Goulão

Alunos do 12ºF

Gravuras de José Pedro Croft

Instalação de Pedro Cabrita Reis:

Alunos do 10ºE

No pavilhão n.º 3 da Cidade Universitária de Lisboa, no passado sábado, 3 de Março, Sérgio Serralheiro subiu ao pódio para receber a medalha do 2º classificado no Campeonato Nacional de Judo de Veteranos, prova para atletas com mais de 30 anos de idade. Depois de ter vencido todos os combates (2 por ipon e 1 por yuko), Sérgio Serralheiro veio a perder

na final por decisão, após o minuto extra que é concedido quando os atletas se mantêm empatados. Este atleta, que ao longo da sua carreira desportiva conseguiu sempre bons resultados, ainda se mantém numa forma invejável.

Manuel Faustino (Malaquias)

JUDO

SERGIO SERRALHEIRO VICE CAMPEÃO EM VETERANOS

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4

ANO � - Nº 4TOQUE DE SAÍDA

ESCOLA VIVA

Decorreu no passado dia 14 de Dezembro a tradicional Festa de Natal do nosso Externato. Participaram alunos dos vários anos de escolaridade, com peças que foram ensaiadas por vários professores: dramatizações, canções de Natal, dança, recital de poesia, um concerto de flauta, de todos os géneros se compôs a nossa festa. Também professores e funcionários proporcionaram um raro momento de canto, alusivo à época natalícia. O espectáculo decorreu com a alegria própria destes eventos: os participantes, amadores nas artes do palco, foram profissionais no empenho.

No final houve um lanche, oferecido pelos

pais e partilhado por todos, que constituiu um espaço de confraternização de toda a comunidade. Decorreu simultaneamente uma quermesse, da responsabilidade da Associação de Solidariedade Sorriso Amigo.

A Festa de Natal inseriu-se no encerramento da Semana da Família, e registamos com agrado a adesão da comunidade educativa, sobretudo de pais e encarregados de educação, proporcionando uma aproximação ente a escola e as famílias.

Professores Sérgio Costa e José Paulo Pereira

Grupo de E.M.R.C.

FESTA DE NATAL DE 2006Todos fazemos parte de uma família e todos

vivenciamos o que de bom e de menos bom ela nos oferece. Assim, os conflitos próprios e universais desta instituição devem ser tidos como um desafio no sentido de a família conseguir tirar o melhor partido de cada situação. Os conflitos não são necessariamente “maus”, na medida em que as dificuldades enfrentadas nos despertam para realidades que, de outra forma, não nos seriam reveladas. Estas novas descobertas deverão funcionar como meios para que cada família atinja os objectivos a que se propõe: “O negativo gera o negativo e o positvo gera o positivo!” – referiu a Professora Doutora Maria Teresa Ribeiro.

A equipa do Projecto Crescer lamentou a fraca adesão da comunidade a este colóquio, mas acredita e confia que no futuro e a seu tempo constituirá uma comunidade mais dinâmica.

A Semana da Família terminou com a Festa de Natal no Auditório do Centro Cultural Gonçalves Sapinho que, desta vez, surpreendeu pela positiva, pela adesão das famílias dos nossos alunos, e terminou com uma ceia partilhada na cave do Centro Cultural Gonçalves Sapinho.

Professora Paula Quitério Arraião (Projecto Crescer)

A SEMANA DA FAMÍLIA(continuação da página 1)

TOP 101º- Cartas de AmorFernando Pessoa

2º - AranmanothAna Maria Matute

3º - Contos VagabundosMário de Carvalho

4º - BichosMiguel Torga

5º - O Guarda da PraiaMaria Teresa Maia Gonzalez

6º - Ética Para um JovemFernando Savater

7º - O Mundo em que Vivi Ilse Losa

8º - O Vampiro do Dente de OuroÁlvaro Magalhães

9º - O Velho e o MarErnest Hemingway

10º - 6 de Abril ‘96Sveva Casati Modignani

Os livros mais requisitados na Biblioteca do ECB durante o mês de Janeiro de 2007.

Depois da passagem pelo festival Paredes de Coura, em Setembro do ano passado, a banda de Eddie Vedder vai começar

esta digressão no Passeio Marítimo de Algés, em Oeiras, no dia 8 de Junho.

Esta digressão inclui 13 concertos em Madrid,

Munique, Viena, Londres e Copenhaga, entre outras cidades. «Geralmente há um intervalo de cinco anos entre cada visita à Europa, pelo que é óptimo estarmos já de volta» – assim exprime a sua satisfação Kelly Curtis, o agente da banda norte-americana.

João Tiago, 11ºE

Nos dias 15 e 16 de Março, a turma do 12º E dinamiza o projecto “Comunic’Arte”, um Festival de Comunicação, do qual fazem parte uma variedade de materiais: fotografias, tiradas por toda a turma, expostas no hall da Sala do Aluno e da Biblioteca; um colóquio subordinado ao

tema “Ser Cidadão na Era da Comunicação”, contando com a participação do 10ºD, 11ºE e 11º F, e de dois convidados especiais; uma “Sala das Sensações”; um workshop de expressão corporal; um atelier de fotografia, para a turma de Artes do 12º Ano; um programa de rádio, ouvido na Sala do

Aluno, durante a hora de almoço dos dois dias; e o visionamento dos filmes “Elephant” e “Cinema Mágico”

Um largo conjunto de actividades, aliadas a um projecto delicioso!

Os alunos do 12º E

PEARL JAM DIGRESSÃO EUROPEIA

COMUNIC’ARTE

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ESCOLA VIVA 5

ANO � - Nº 4 TOQUE DE SAÍDA

No passado dia 6 de Janeiro, teve lugar no Centro Cultural Gonçalves Sapinho o Concerto de Ano Novo promovido por Filipe de Moura, tenor do Conservatório Nacional e ex-aluno do Externato Cooperativo da Benedita.

O público encheu o auditório e aplaudiu calorosamente as actuações do Orfeão de Leiria, de Filipe de Moura, de Miguel Luís, da soprano Eduarda Soeiro e da Orquestra Filarmónica de Turquel.

No final do espectáculo, o Sr. Presidente da Câmara de Alcobaça, Dr. José Gonçalves Sapinho,

endereçou a todos a sua Mensagem de Ano Novo.

Foi uma Noite de Reis preenchida com um concerto dado por artistas da região, com a qualidade a que o jovem Filipe já nos vai habituando, e que não esquecerá tão cedo àqueles que assistiram.

Tem-se assistido nos últimos anos à recuperação e construção de cine-teatros e de outros espaços destinados à apresentação de espectáculos.

Para assegurar a sua dinamização, decidiu a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT) criar uma rede formal com o objectivo de dar resposta a necessidades de qualificação e de promover actividades culturais. Nasce assim a Artemrede, Teatros Associados, associação cultural sem fins lucrativos que integra dezassete autarquias, entre as quais Alcobaça.

Ciente da importância deste projecto, nomeadamente no domínio da Música, do Teatro e da Dança, a Direcção do INSE apresentou a candidatura do Centro Cultural Gonçalves Sapinho, e tudo indica que poderemos vir a ser a primeira entidade privada a integrar a Artemrede, o que nos permitirá a apresentação de espectáculos de grande qualidade e a realização de co-produções.

Chegaram ao 12º ano os primeiros alunos dos novos Cursos Tecnológicos de Informática, Administração e Desporto. Nestes Cursos, os alunos têm obrigatoriamente de realizar Estágio em contexto de Trabalho, sendo a classificação deste Estágio parte integrante da classificação do curso. Neste primeiro ano, os Estágios realizaram-se entre os meses de Novembro e Fevereiro. Durante este período, os alunos tiveram aulas da parte da manhã e apresentaram-se nas empresas aonde foram colocados durante a parte da tarde, para cumprir as funções acordadas entre o ECB e a empresa acolhedora.

Esta duplicação de tarefas representou um grande desafio, pois revelou-se muito cansativo e bastante difícil manter o ritmo de estudo, quando o Estágio implicava um novo tipo de trabalho, e de ambiente e acréscimo de deslocações. Por outro lado, representou um desafio que, reconhecemos com alegria, todos superaram. É evidente o orgulho com que a generalidade dos alunos fala da sua integração na empresa ou instituição, como se sentiu útil e compreendeu, talvez pela primeira vez, o valor real do que tem aprendido na escola.

Também o feedback dos professores acompanhantes e das empresas foi muito

positivo. Os alunos do 12º ano dos Cursos Tecnológicos enfrentam agora dois novos desafios: terminar com sucesso o ano lectivo e apresentar e defender a Prova de Aptidão Tecnológica, nos finais de Junho. Para alguns, ainda, realizar exames de acesso ao ensino superior. Têm, pois, muito trabalho pela frente, mas têm, agora, também, uma nova consciência das suas capacidades e competências, reforçados que estão na sua autoconfiança e motivação. Boa sorte para todos!

Professora M. Conceição Raimundo

(Directora de Ciclo dos Cursos

Tecnológicos)

ESTÁGIOS DOS CURSOS TECNOLÓGICOS

EM bUSCA DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

Pelo terceiro ano consecutivo, a companhia de teatro “O Sonho” apresentou a peça de Gil Vicente, Auto da Barca do Inferno, no auditório do Centro Cultural Gonçalves Sapinho.

Fazendo jus ao lema da dramaturgia vicentina, “Ridendo castigat mores” (A rir se castigam os costumes), no dia 15 de Dezembro os alunos do 9.º ano foram surpreendidos com uma encenação inteligente, dinâmica e interactiva. O Diabo, o Joane, o Sapateiro,

a Alcoviteira, o Frade e todas as outras personagens, materializando as moléstias que corroíam a sociedade quinhentista, desfilaram pelo palco, acompanhadas pelos símbolos que as identificam, num ritmo vivo e sedutor, encantando um público jovem que, com toda a certeza, passou a compreender melhor e a amar mais um dos maiores autores da literatura portuguesa.

Professora Teresa Salgueiro

Teatro na escola

O AUTO DA BArCA DO INFErNO

ArTEMrEDE CCGS CANDIDATA-SE

Pelo quinto ano consecutivo, vai realizar-se, nos dias 3, 4, 5 e 6 de Maio, a Feira do Livro do ECB, evento obrigatório no Plano de Actividades da Biblioteca. Desde o início, um dos objectivos deste projecto foi captar vários públicos e fidelizá-los, e a própria agenda cultural é pensada com essa finalidade.

Este ano, além das mais de 35 editoras presentes, a Feira contará com uma exposição de loiças regionais, artesanato e antiguidades, e diversas conferências alusivas aos temas da exposição.

Teremos ainda uma exposição de pintura de Carlos Rodrigues; danças pela Associação

Danças com História; teatro - “O Meu Pé de Laranja Lima”, pelo grupo de teatro Os Gambuzinos, e Ferloscardo, através da “Artemrede”; danças de Salão do HCT – Turquel; actuação do Grupo Regional de Folclore da Benedita; uma exposição subordinada ao tema “Semana da Europa”, pelo Agrupamento de Escolas da Benedita; exposição de colecções particulares; e outros eventos em preparação.

Esperamos continuar a contar com o interesse e apoio de toda a população da Benedita que tão bem tem acolhido esta Feira que não é pertença do ECB, mas de toda a comunidade.

Professora Maria José Jorge

CONCErTO DE ANO NOVO

V Feira do Livro do ECB - Maio �007

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ANO � - Nº 4TOQUE DE SAÍDA

ESCOLA VIVA

7º Ano

BRUno InáCIo PEREIRA 11ºA

FlávIo DAnIEl CoSTA MonTEIRA 11ºA

InêS RoDRIgUES PEREIRA 11ºA

MARTA BISPo PIMEnTA 11ºA

vERónICA DoS SAnToS SIlvA 11ºA

AnA CARolInA PIMEnTA PEDRoSo 11ºB

CATARInA AlExAnDRA M. CAETAno 11ºB

ÉlIA FIlIPA FIAlho Do CARMo 11ºB

TIAgo MATEUS MADAlEno 11ºB

ElSA MARQUES BElo 11ºC

JoAnA ISABEl SIlvA loPES CAvADAS 11ºC

AnDRÉ QUITÉRIo FERREIRA gERARDo 11ºD

DAnIEl DoMIngoS RIBEIRo 11ºD

hÉlDER RICARDo SAnToS CoRREIA 11ºE

MARInA AlvES Do RoSáRIo 11ºF

AnDREIA DA A. ConSTATAnTIno 11ºg

FlávIA CATARInA MARQUES gRIlo 11ºg

SívIA FIlIPE FERREIRA MATIAS 11ºg

vERA lúCIA DElgADo DA SIlvA 11ºI

MAURo gUIlhERME AUgUSTo lUíS 12ºA

PAUlo SÉRgIo SIlvA PIRES 12ºA

RITA AlExAnDRA SIlvA CRISTIAno 12ºA

vAlTER FIlIPE PEnAS RIBEIRo 12ºA

AnA ISABEl MoRgADo DoS SAnToS 12ºB

JoAnA CARDoSo CoElho 12ºB

lUíS AnTónIo SAnToS nAzARÉ 12ºB

PATRíCIA AlExAnDRA FIAlho FElIzARDo 12ºB

PEDRo FRAzão loPES vIEIRA vAz 12ºB

vAnESSA RoChA RIBEIRo FAUSTIno 12ºB

ÂngElA SUSAno vICEnTE 12ºC

CARInA CoSTA BoRRAlho 12ºC

JoAnA MARQUES MoREIRA 12ºC

PEDRo FIlIPE AlExAnDRE RoDRIgUES 12ºC

MARgARIDA ISABEl R. v. CoSTA 12ºE

PATRíCIA FIAlho DA SIlvA 12ºE

AnA ISABEl loPES MATEUS 12ºF

ÂngElA MARIA MoRgADo SAnToS 12ºF

PATRíCIA SoFIA Do CoITo AlMEIDA 12ºF

DAvIDE DElgADo nUnES 12ºg

MARCoS JoSÉ RAMoS PAIxão 11ºC.S.h.

PEDRo lEonEl lUíS FIAlho 11ºC.S.h.

BERnARDo João loUREnço vInAgRE 7ºB

JoAQUIM MARQUES vInAgRE FERREIRA 7ºB

CARolInA PERISTA SERRAzInA 7ºC

JUlIAnA SERRAzInA PEDRo 7ºC

MARIA SERRAzInA CARvAlho 7ºC

DAnIElA ToMáS CoSTA 7ºg

TIAgo CoSTA MATEUS 7ºI

AnTónIo SERREnho Do CARMo 8ºB

níDIA QUITÉRIo FERREIRA 8ºI

JoSÉ CARloS MATEUS 9ºA

MIgUEl MAChADo loPES 9ºA

lAURA C. gonçAlvES 9ºC

MónICA D. S. FIAlho 9ºC

FIlIPA I. M. M. SERRAzInA 9ºD

TATIAnA M. lADEIRA 9ºD

PAUlo MIgUEl vICEnTE BAPTISTA 9ºE

BEATRIz PERISTA SERRAzInA 9ºh

MARTA DA ConCEIção v. DoS SAnToS 10ºA

RICARDo RADAMAnTo RoDRIgUES 10ºA

AlExAnDRE CARDoSo CoElho 10ºB

JoAnA MARIA nIColAU MARQUêS 10ºB

João PEDRo MATEUS gEnS SAnToS 10ºB

MIgUEl CARDoSo vICEnTE 10ºB

SoFIA TERESA FRAgUlhA BElo 10ºB

DIogo AlExAnDRE R. FElECIAno 10ºC

JoAnA CoElho MARTInS 10ºC

João MIgUEl RAMAlho ConSTAnTIno 10ºC

RAFAEl lUíS MAChADo BEnTo 10ºC

CARlA ColAço SERRAlhEIRo 10ºD

RITA MARQUES FERREIRA 10ºD

SoFIA SIlvA loPES CAvADAS 10ºD

JoAnA FElIzARDo FRAnCISCo 10ºg

8º Ano 9º Ano

10º Ano 11º Ano 1�º Ano

recorrente

QUADrO DE MérITO

No passado dia 16 de Fevereiro de 2007 realizou-se o XIV Rally Paper do Externato Cooperativo da Benedita.

Às 8:40h, frente ao C.C.G.S. junto à paragem de autocarros, partiu o primeiro carro, inforcalhaus@mailito, seguido dos restantes 33 carros, rumo a uma manhã de diversão e desafio constantes.

A prova foi constituída por 14 perguntas sobre a escola e um percurso com perguntas de observação e enigmas cuidadosamente preparados pela organização.

Para além das 34 equipas inscritas, pudemos contar também com a participação de uma dádiva dos céus, a chuva, que, para além de dificultar a vida aos participantes, ainda lhes deu direito a prémios extra, as bem conhecidas constipações carnavalescas.

Por culpa da chuva e não só, a prova foi marcada por numerosos incidentes dos quais não resultaram consequências graves. Duas das equipas não conseguiram terminar devido a problemas com o carro, porém conseguiram chegar ao ECB em boas condições, em parte devido à preciosa ajuda que receberam da equipa “Assistência Técnica” que assim justificou o nome, disponibilizando o seu carro para ajudar uma das equipas “encalhadas”, e revelando um altruísmo assinalável.

A manhã foi bem animada e, às 11:40h, na Sala de Alunos, já se aguardava ansiosamente a chegada das equipas. Este ano, como em todos os outros, os atrasos foram contabilizados e o maior não excedeu os 40 minutos.

Feitas todas as correcções e todas as contas, era chegada a hora de revelar os vencedores. Partiu-se então para o restaurante “O Bigodes”, onde foi servido o jantar que findou com a entrega dos prémios às equipas.

Foram atribuídos, naturalmente, prémios às melhores máscaras: “Gato de Chesheire e Companhia” e “Team in Black”; aos mais azarados: “Mecânicos e Filhos Lda” e “Peace and Love”; e aos que jogaram com mais fairplay: “Assistência Técnica”.

Os participantes com melhor classificação não foram esquecidos, assim, em terceiro lugar ficaram “Gato de Chesheire e Companhia”; em segundo lugar, “Conguitos” e, em primeiro lugar, os nossos seguidores, que têm como obrigação moral continuar a tradição do Rally Paper do E.C.B. os “Embaixadores Reais do Burkina-Faso”, a eles muito boa sorte.

É importante que estas actividades continuem e sejam cada vez melhores, porque elas contribuem para um desenvolvimento dos alunos enquanto pessoas e, claro, são sempre dias divertidos que fazem com que a nossa escola seja cada vez mais dinâmica.

Inês Pereira e Verónica Silva, 11º A

XIV RALLY PAPER DO ECb

Primeiro lugar – “Embaixadores Reais do Burkina-Faso”.

George OrwellO TrIUNFO DOS POrCOS

Tudo começa quando um velho porco incita os outros animais de uma quinta à revolta, procurando construir uma sociedade onde nenhum deles seja explorado. A revolta é bem sucedida e a

Quinta dos Animais passa a reger-se por sete mandamentos, dos quais o último e mais importante determina o seguinte: «Todos os animais são iguais». Mas, no final da história, este mandamento torna-se o único, tendo sido alterado: «Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros». Que terá acontecido?

Quem lê O Triunfo dos Porcos (Animal Farm, no original) de relance, pode sentir-se tentado a considerá-lo infantil, mas, após uma leitura mais atenta, apercebemo-nos de que esta fábula política de George Orwell, publicada pela primeira vez em 1945, tem muito para nos ensinar e que é um livro fundamental para compreendermos melhor o mundo em que vivemos e o seu governo.

Marta Santos, 10ºA

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ArTE E CULTUrA 7

ANO � - Nº 4 TOQUE DE SAÍDA

Pela terceira vez na nossa história recente, os portugueses foram chamados a pronunciar-se através de referendo, que coincide de forma geral com o plebiscito, sendo a votação por sufrágio universal e directo dos cidadãos, com vista a uma deliberação política ou a uma indicação aos órgãos de governo acerca da tomada de uma decisão. O referendo é, assim, nas sociedades modernas de sistema representativo, um mecanismo de democracia directa.

O sistema de governo representativo que nasce da aplicação dos conceitos de soberania popular e de separação dos poderes – legislativo, executivo e judicial – surge constitucionalmente com as revoluções francesa e americana, nos finais do século XVIII. O poder soberano pertence ao povo, mas o povo não governa, elege os governantes que são os seus representantes. É a democracia representativa. O referendo é uma

das últimas reminiscências da democracia directa no sistema de democracia representativa.

Certamente, devido ao facto de a Constituição Portuguesa de 1933 ter sido aprovada através de plebiscito, a Constituição saída da Revolução de Abril de 74 não previa, na sua versão original,

a existência de referendo. Só a 4ª Revisão, levada a efeito em Setembro de 1997, e que entrou em vigor em 5 de Outubro do mesmo ano, reforçando os mecanismos de participação política dos cidadãos, veio permitir a realização de referendos nacionais, regionais e locais. O referendo tem hoje consagração constitucional e é regulado pela Lei Orgânica nº 15-A/98 de 3 de Abril. O número 1 da respectiva disposição constitucional diz que

os cidadãos eleitores recenseados podem ser chamados a pronunciar-se directamente, a título vinculativo, através de referendo.

A decisão de convocar o referendo é do Presidente da República, mediante proposta

da Assembleia da República ou do Governo, ou por iniciativa de cidadãos que dirigem a pretensão à Assembleia da República. Não podem ser submetidas a referendo alterações à Constituição, questões de conteúdo orçamental, tributário ou financeiro. Cada referendo recairá sobre uma só matéria, devendo as questões ser formuladas com objectividade, clareza e precisão, para resposta de sim ou não.

A convocação do referendo é da exclusiva competência do Presidente da República, que a submete a fiscalização preventiva obrigatória do Tribunal Constitucional. O referendo só tem efeito vinculativo, isto é, o seu resultado só é obrigatório quando o número de votantes for superior a metade dos eleitores inscritos no recenseamento.

É este o mecanismo de auscultação da vontade particular que, no passado dia 11 de Fevereiro, levou os eleitores portugueses a pronunciar-se sobre a questão da despenalização da interrupção da gravidez.

Professor Luís Castelhano

O rEFErENDO

SUGESTãO DE LEITUrADaniel Sampaio

vem publicando, desde 1978, livros que abordam as questões da educação, da família, da escola, da adolescência, na perspectiva de quem lida de perto com situações e casos problemáticos, quer na esfera familiar, quer na esfera escolar.

No seu livro Lavrar o Mar, editado em Setembro de 2006, o psiquiatra Daniel Sampaio

volta a sua atenção para a relação entre pais e filhos e, usando a sua experiência no terreno vai debruçar-se sobre a falta de autoridade de alguns pais, a incapacidade de definir regras claras e de as fazer cumprir, e as consequências que isso traz para os seus filhos, que acabam por revelar comportamentos inadequados e anti-sociais. Salienta a insegurança e o receio de alguns pais que não interiorizaram a importância do seu papel e vivem com o receio de traumatizar as crianças dando-lhes, por isso, ordens contraditórias, cedendo aos seus caprichos momentâneos, negociando o que não é negociável e deixando-se dominar completamente por aquilo a que o psiquiatra

chama as “crianças tiranas” que serão potenciais adolescentes problemáticos.

O livro aborda ainda questões que são muitas vezes difíceis de equacionar pelos pais: o amor e o sexo na adolescência; as companhias dos filhos; a relação dos jovens com o álcool e a droga. Por tudo isto, este livro é mais um contributo para a reflexão que urge fazer sobre a educação e o papel dos educadores na formação das crianças e dos adolescentes com vista a uma mudança qualitativa das relações familiares, das relações entre a escola e a família e, consequentemente, das interacções sociais dos jovens.

Professora Luísa Couto

SÓCRATESExemplo de coragem e integridade

Sócrates nasceu em Atenas, cerca de 470 a.C. Foi um dos mais influen-tes filósofos de sempre. Dedicou a sua reflexão especialmente ao Homem e à Ética. Espantosamen-te, não escreveu nenhum texto; a sua obra mais conhecida foi-nos legada pelo seu discípulo Platão. Considerava que não era um mestre, mas apenas um aprendiz da sabedo-ria. Esta era o maior bem

a que qualquer ser huma-no podia aspirar. Incom-preendido, foi acusado de corromper os jovens com as suas ideias e de não acreditar nos deuses da cidade, tendo sido conde-nado à morte por ingestão de cicuta. Recusou fugir, escolhendo morrer hones-tamente pelas suas ideias, deixando-nos um exemplo de coragem e integridade.

Alexandre Coelho, 10º B

Ser consequente é compromete rmo-nos . Se queremos ser crí-ticos, temos de saber exactamente – e de ex-plicitar – o objecto da nossa questionação.

De facto, em filoso-fia há uma exigência de clareza e de honestida-de intelectual incompa-tíveis com a ambigui-dade e a vagueza, por isso devemos evitá-las. Se eu nunca me com-

prometer realmente com nenhuma afirma-ção, porque o que digo é sempre vago e ambí-guo, a minha posição será sempre irrefutável. Mas a honestidade exi-ge que apresentemos as nossas ideias, de modo a que os outros as possam avaliar criti-camente.

Ana Santo, 10º B

FILOSOFARÉ SER CONSEQUENTE

lavrar o Mar, Daniel Sampaio, Caminho

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OLHAr CIrCUNDANTE8

ANO � - Nº 4TOQUE DE SAÍDA

O carnaval é a mais antiga festa profana de que se tem conhecimento. As suas origens remontam à Antiguidade. Há historiadores que afirmam que já no Antigo Egipto se celebrava o Carnaval e que este representava a homenagem à deusa Ísis ou ao deus Osíris. Outros historiadores afirmam que esta festa teve o seu início na Grécia Antiga e pretendia celebrar o culto ao deus Dionísio, mais conhecido como Baco, o deus das vindimas.

Tal como outros grandes festejos, está associado a fenómenos astronómicos e a ciclos naturais e, se bem que tenha tido origem na Antiguidade, a palavra “Carnaval” surge quando esses festejos foram recuperados pelo Cristianismo. Na verdade, o período do Carnaval estava marcado pelo “adeus à carne” ou “carne vale”, e foi precisamente este termo que deu origem à palavra Carnaval. A terça-feira de Carnaval antecede os 40 dias de jejum que medeiam entre a quarta-feira de cinzas e o domingo de Páscoa.

Em Portugal existe uma grande e longa tradição carnavalesca, sendo famosos os carnavais de Ovar, Loulé, Mealhada, Sines e Torres Vedras.

Cabé. O nosso Carnaval.A ideia da celebração do Carnaval da

Benedita surgiu em 2003, numa Assembleia

de Junta de Freguesia, e foram as pessoas presentes que organizaram o primeiro Corso Nocturno. A intenção era reunir os foliões que desfilavam nos festejos em redor da freguesia da Benedita (visto que os cortejos de Turquel, Vimeiro e Alcobaça, entre outros, se celebravam ao domingo e/ou à terça-feira),

e trazer esses foliões até à Benedita, na segunda-feira à noite, fazendo com que o Carnaval fosse celebrado durante três dias. No primeiro Corso (ganho pelos “Egípcios”), inscreveram-se 22 grupos, e desde então tem aumentado o número de pessoas inscritas, a imaginação e a folia.

O Cabé, Carnaval da Benedita, é representado por um palhaço, ideia que se deve a Lino Bogalho, e tem como lema: «Quanto mais trapalhão, melhor».

Desde 2004, a organização do Cabé está a cargo da Associação Beneditense de Cultura e Desporto (ABCD), organização sem fins lucrativos, pelo que o Cabé funciona com patrocínios da Junta de Freguesia da Benedita e da Câmara Municipal de Alcobaça, entre outros.

(Agradecimento especial ao Sr. Luís Lopes, Vice-Presidente do ABCD, pelas informações gentilmente cedidas.)

Patrícia Faustino Jorge, ex-aluna do ECB

O CARNAVAL NA bENEDITA bRAD MEHLDAU bRILHA EM ALCObAÇA

No dia 25 de Janeiro,

Brad Mehldau, um dos mais prestigiados

pianistas de jazz da actualidade, tocou a solo no Cine Teatro de

Alcobaça.

Brad Mehldau bebeu influências na música clássica, sobretudo em Schumann, e no Jazz, em Gil Evans e Keith Jarrett. Nasceu em 1970, na Florida, tendo iniciado estudos de piano aos seis anos. Na adolescência, interessou-se pelo rock e dedicou-se ao estudo da música contemporânea. Em Boston ganhou alguns concursos no famoso Berkellee College.

Em 1994 fez uma digressão pela Europa, com um quarteto por si formado e, em 1997, com o apoio de Pat Metheney e Charlie Haden, editou o seu segundo disco, The Art of the Trio, galardoado com um Grammy. O formato preferido do pianista é o trio, tendo lançado três álbuns.

Compôs ainda música para cinema, nomeadamente para os filmes Eyes Wide Shut, de Stanley Kubrick, e Million Dollar Hotel, de Win Wenders.

Professor José Cavadas

no Cine Teatro de AlcobaçaINJAZZ - Jazz em Português

Em Março de 2007, tem lugar a terceira edição deste festival só com músicos portugueses. Um festival itinerante que passará por várias localidades, entre as quais Alcobaça. Para além de concertos, o festival incluirá actividades didácticas, jam sessions, animação de rua, exposições e workshops. Destacamos:

ConCERToS3 Março Quarteto Carlos Martins Carlos Martins – Saxofone André Fernandes – Guitarra Nelson Cascais – Contrabaixo Bruno Pedroso – Bateria 24 Março TgB Sérgio Carolino –Tuba Mário Delgado – Guitarra Alexandre Frazão – Bateria

ExPoSIção DE PInTURA 17 de Março a 16 de Abril - O Jazz, por Xicofran

Professor José Cavadas

rVCC nos Bombeiros Voluntários da BeneditaTeve início, no mês de Janeiro, um projecto

de RVCC (Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências), coordenado pelo Centro de Emprego de Santarém, destinado a todos os bombeiros e familiares directos que desejem terminar o 9º ano.

O projecto começou a delinear-se em 2002, quando alguns bombeiros adquiriram o seu diploma no Centro de RVCC da Escola Nacional de Bombeiros, em Sintra. Contudo, muitos houve que não puderam fazer o mesmo, devido à dificuldade das deslocações e ao facto de as aulas decorrerem em horário laboral.

Assim, o problema permaneceu sem solução até ao final de 2006, quando se começou a ponderar a possibilidade de um projecto de RVCC na Benedita, dando mais uma vez a oportunidade de terminar o 9º ano aos bombeiros que ainda não o tinham feito. A ideia tomou forma e agora novas portas irão abrir-se para muitos bombeiros.

Um ponto importante que convém referir

é que, para poder ingressar no Corpo de Bombeiros, o candidato tem de ter o 9º ano. Este regulamento tornou-se um problema para alguns bombeiros mais novos que, por não terem concluído a escolaridade obrigatória, se veriam obrigados a frequentar de novo a escola dita “normal”. Deste modo, poderão

adquirir a certificação em poucos meses.

O projecto de RVCC destina-se a todos os cidadãos maiores de 18 anos que sejam bombeiros ou seus familiares directos que não tenham cumprido a escolaridade e pretendam adquirir uma certificação escolar. Dá oportunidade a todos, em

especial aos adultos menos escolarizados, e aos activos empregados e desempregados, de verem reconhecidas, validadas e certificadas as competências e conhecimentos que foram adquirindo ao longo da vida, promovendo e facilitando percursos de educação e formação.

Marta Santos, 10ºA

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ANO � - Nº 4 TOQUE DE SAÍDA

CHOQUE TECNOLÓGICO? O Governo tem vindo a implementar um

conjunto de medidas para desenvolver a sociedade da informação, incentivar a inovação, vencer o atraso científico e tecnológico e qualificar os recursos humanos, vulgarmente designado PlanoTecnológico. Preconiza-se, nesse âmbito, uma viragem no sistema educativo, de modo a melhorar a eficiência do ensino, elevando o nível de aptidões dos estudantes e reduzindo o abandono escolar; acelerar e qualificar as acções de formação e de reconversão; promover a capacidade de gestão e de inovação nas nossas empresas.

Preocupado com a baixa qualificação dos portugueses – da população portuguesa dos 25 aos 64 anos, apenas 20% completou o 12º ano, contra 65% da OCDE, e apenas 9% concluiu um curso de nível superior, contra 24% da OCDE – o programa do Governo aposta na formação nas Tecnologias de Informação e Comunicação, no ensino das ciências, nos cursos tecnológicos e profissionais, no combate ao abandono escolar e na formação ao longo da vida. E faz depender da superação do atraso na qualificação dos nossos recursos humanos a sustentabilidade do crescimento económico português, do desenvolvimento científico e tecnológico e da inovação.

Esta preocupação com o atraso da qualificação dos portugueses não é nova. Desde o Marquês de Pombal que, passando pelo

Plano de Instrução Primária de Passos Manuel, de 1836, pela Reforma do Ensino Primário de João de Barros, de 1911, pela Reforma de Veiga Simão, de 1973, e pelas reformas introduzidas por sucessivos governos após o 25 de Abril, se reconhece tal atraso. E apontaram-se as soluções para o combater, pondo a tónica no alargamento da escolaridade e no ensino das ciências. Os resultados são conhecidos e decepcionantes.

Ora, perante o insucesso dos tratamentos que, desde há séculos, vimos aplicando a esta maleita que nos vai afastando, cada vez mais, dos níveis de qualificação dos outros povos europeus e dificulta o crescimento económico, talvez fosse oportuno aprofundarmos o diagnóstico da doença, em vez de insistirmos em aumentar a dose dum remédio que já sabemos ser ineficaz.

Ponhamos a questão claramente: Por que é que os portugueses não aprendem? São as escolas que não têm instalações condignas? São os professores que não têm preparação? São os currículos e os programas que estão mal elaborados? São os horários escolares que são demasiadamente longos? Ou serão curtos em demasia? São os alunos que não estudam? Ou as famílias que não lhes dão o apoio necessário? É a comunidade que não valoriza a escola?

A resposta não é, evidentemente, fácil e as soluções que se apontem também não serão de execução simples. As estatísticas evidenciam que os alunos provenientes de famílias com níveis de

instrução mais elevados apresentam uma mais elevada percentagem de sucesso escolar. Se queremos que os outros alunos, os provenientes de famílias com mais baixo grau de escolaridade, atinjam níveis de sucesso aceitáveis, temos de os ajudar a remover as dificuldades que lhes tolhem essa possibilidade.

E isso passa necessariamente por uma Escola diferente: com turmas mais pequenas, com ensino individualizado, com professores-tutores que possam acompanhar efectivamente os seus tutelados. Passa por uma ainda maior dedicação dos professores à escola e aos seus alunos. Passa por famílias mais exigentes relativamente aos seus educandos e mais empenhadas com a escola, o que supõe, necessariamente, da parte dos seus membros, maior rigor e exigência consigo próprios e mais interesse pela instrução e pela cultura. Passa por alunos capazes de perceber que sem qualificação não têm futuro e que a vida se constrói a partir de um projecto que eles próprios têm de desenhar e cuja execução exige, necessariamente, escolhas e sacrifícios. E por uma comunidade que, valorizando mais o ser, do que o ter, entenda a escola como instrumento indispensável da sua própria valorização.

Choque tecnológico? Certamente, mas talvez nos conviesse também um choque de mentalidades.

Professor José Belo

Sempre gostei de História e sempre tentei compreender o que existia para além do que me era narrado nos manuais escolares, pois, sendo a História um estudo do homem e dos seus feitos através dos tempos, a evolução HUMANA e SOCIAL aí se inclui. Refiro-

me à evolução HUMANA não no sentido factual da descoberta física e de feitos heróicos, mas do ser humano com tudo o que o conceito de SER HUMANO implica: inteligência, valentia, coragem, lealdade e, principalmente, capacidade de se emocionar. Se esta capacidade não vier em primeiro lugar, todas as outras se perdem e não entenderemos as mudanças, estaremos sim a transformar-nos em robôs mecanizados e automatizados. Serei eu uma “cota” chata e sentimental incapaz de acompanhar o progresso? Recuso-me a aceitar tal coisa, quero sentir-me humana e é por isso que vou partilhar convosco algo que me deu muita alegria.

Num recente programa de televisão intitulado Grandes Portugueses, reparei com grande agrado que um dos HOMENS que mais admiro pelos seus feitos se encontrava entre os dez portugueses mais admirados: ARISTIDES DE

SOUSA MENDES, homem de Estado e de família (catorze filhos), que salvou milhares de judeus do Holocausto, pondo em risco o seu posto e o seu sustento. Ocupou vários cargos diplomáticos, foi condecorado duas vezes por Leopoldo III, rei da Bélgica, que o fez oficial da Ordem de Leopoldo e comendador da Ordem da Coroa, a mais alta condecoração belga. É como cônsul português em Bordéus, na França, que, contra as ordens de Salazar, assina milhares de vistos a judeus e outros perseguidos pelos nazis, ajudando-os a fugir de uma morte certa. Terá dito um dia, advertido pelo facto de estar a agir contra o Chefe de Estado português: “Se há que desobedecer, prefiro que seja a uma ordem dos Homens do que a uma de Deus”.

De regresso a Lisboa, afastado da carreira diplomática e impedido de exercer a sua profissão de advogado, Aristides fica na miséria e sobrevive graças à solidariedade de refugiados de guerra (que se referiam a ele e à sua família como “refugiados no seu próprio país”) e da comunidade judaica portuguesa que ajuda alguns dos seus filhos a prosseguiram estudos nos Estados Unidos. Em 1954 morre no hospital Franciscano, em Lisboa, assistido apenas por uma sobrinha, e sem um único fato para mortalha, tendo ido a enterrar com uma túnica dada pelos frades franciscanos.

Em 1961, o Museu do Yad Vashem, autoridade israelita para a recordação dos mártires e heróis do Holocausto, homenageia Aristides de Sousa

Mendes plantando nos seus terrenos vinte árvores em sua memória; em 1966, atribui-lhe o título de “Justo das nações”. Em 1967 concede-lhe a mais alta distinção: uma medalha com a inscrição do Talmude: “Quem salva uma vida humana é como se salvasse o mundo inteiro”. Em 1987, inicia-se em Portugal o processo de reabilitação de Aristides de Sousa Mendes, com a atribuição póstuma da Ordem da Liberdade, acompanhada de um pedido de desculpas à família. Em 1994, o então Presidente da República, Dr. Mário Soares, desvela, em Bordéus, no edifício do antigo Consulado Português, um busto e uma placa comemorativa em sua homenagem. Em 1998, a Assembleia da República e o Governo português concluem o processo de reabilitação oficial de Aristides, distinguindo-o com a Cruz de Mérito.

Salve, Aristides de Sousa, pela sua capacidade de se emocionar com a injustiça e o sofrimento dos outros! Salve pela sua valentia e bravura, ousando desafiar as leis hipócritas de homens hipócritas que preferem agir por baixo do pano, ganhando milhares por conta de milhões de desgraçados cujo único erro foi terem nascido judeus! Salve pelo seu grande coração! Inspiro-me em si diariamente, e inspirei-me em si para escrever este simples texto.

Maria do Rosário Ferreira (Zaira)

Aristides de Sousa Mendes

SEr-SE HUMANO

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ANO � - Nº 4TOQUE DE SAÍDA

O LUGAr DA MEMÓrIA

No ano de 1950 era professora na Escola Primária da Benedita a Senhora D. Isabel Maria Loureiro.

Na foto podemos vê-la rodeada por todos os seus alunos: José Domingos, Ilídio Fialho (emigrante), António João, Manuel Matias, Luís Vinagre, Manuel Silvestre, Ilídio Rosa (emigrante), Amaral Belo, António Fortunato, Luís Ferreira, Luís Fialho, Rafael Bernardo (falecido), Mário Ferreira, Rui Fialho, José Fialho, Joaquim António, Fernando Fialho, Amarino Rendeiro (emigrante), Luís Pedras, Júlio Lucas, José Mateus, Fernando Belo, Fernando Henriques, Raimundo Machado, António Franco, Fernando Franco (aviador), Amadeu Ferreira, Manuel Capelas, Lourenço Capelas, Diamantino Lucas, Luís Gerardo (advogado), Armando Filipe (no estrangeiro, falecido), Luís Ferreira, Paulo Patareco, José da Cruz, José António, Emídio Rosa (emigrante), Idálio Loureiro, Luís Vicente (falecido), José Valentino, Salvador Valentim. José Rosa (emigrante), Luís Figueiredo (advogado), Valdemar Ramalho, Firmino Lucas, Humberto Filipe, Luís Silva, José Suzano, Manuel Silva, Damião Ferreira, Adelino Loureiro, Amarino Ferreira, Manuel Belo, Adelino Lopes, João Lourenço, Tomás Lourenço, Fernando Ferreira Belo (sacerdote), José Castelhano (emigrante), Fernando Fonseca, Serafim Faustino, António Belo (falecido), Cláudio Belo, Fernando Isabel, Luís Ramalho, Salvador Quitério.Olhando estas crianças que frequentavam a Escola no ano de 1950 perguntamo-nos quantos deles não serão hoje, provavelmente, avós de muitos dos alunos que frequentam actualmente o E.C.B.?

A Escola Primária da benedita no ano de 1950

Visita da Dr.ª Edite Estrela ao E.C.b.

A definição de programas de acção e de medidas concretas para o desenvolvimento das bibliotecas não pode ser feita sem recorrer ao domínio das novas tecnologias de informação. A emergência da sociedade da informação terá um profundo impacto no futuro das bibliotecas, e são cada vez mais claros os seus contornos, podendo detectar-se algumas grandes linhas que estão a marcar essa evolução.

Em primeiro lugar, a tendência para a digitalização da informação e para a informação multimédia. A crescente produção de materiais em formatos digitais e a digitalização de documentos já existentes noutros suportes, que integram diversos tipos de conteúdos (texto, imagens fixas e animadas, som, etc.), bem como o recurso alargado a ligações hipertextuais e a técnicas de interactividade, estão a alterar profundamente o tipo de informação e de documentos disponíveis nas bibliotecas, hoje em dia.

Outra grande tendência é o aumento da utilização de redes, cujo exemplo mais eloquente tem sido o crescimento da Internet. A rápida evolução das tecnologias de informação e comunicação (TIC), que proporcionam aos utilizadores cada vez mais informação a menores custos, bem como o aumento da capacidade das redes e as suas vantagens económicas e ambientais, permitem supor que a distribuição através de redes ocupará um lugar muito importante, porventura mesmo dominante, num futuro próximo.

Por outro lado, a possibilidade de aceder directamente à informação em formatos que permitem o seu tratamento, edição e utilização imediata na criação de novos documentos (HTML), e a redução das barreiras de tempo e espaço no acesso à informação (os serviços estarão disponíveis 24 horas por dia e poderão ser utilizados independentemente da sua localização) aumentarão o poder e a liberdade de escolha dos utilizadores.

Há quem defenda que as bibliotecas estão acabadas, a não ser que consigam refazer-se à imagem de um Yahoo ou de um Google hipertextualizado, multifacetado e competitivo; e os jovens encaram cada vez mais o livro como algo pouco relevante, enquanto o computador ganha importância como forma de aceder aos conteúdos.

Mas as bibliotecas, enquanto espaço físico, são locais de estudo e de convívio social, por isso têm de renascer, apresentando modelos mais eficazes e eficientes e apresentando alternativas, novos tipos de documentos, novas formas de gestão e novos serviços. Neste contexto, os bibliotecários terão um papel muito importante a desempenhar, promovendo a mudança necessária.

Professora Ana Duarte

AS TIC NAS bIbLIOTECAS

Toque de Saída referido na edição de 1 de Fevereiro de 2007 do Alcoa, ao qual agradecemos a gentileza.

Entre 25 de Fevereiro e 1 de Março de 1991, no âmbito da “Semana do Português”, o Externato Cooperativo da Benedita levou a cabo um conjunto de iniciativas que envolveram professores e alunos.

Foi convidada de honra a Dr.ª Edite Estrela que fez uma prelecção subordinada ao tema “Para uma Política do Idioma”, referindo- se à Língua Portuguesa como «um património inquestionável da Humanidade, que é Camões e o Império do Gama, a Pátria e o V Império de Pessoa».

Fez, ainda, uma breve referência ao berço da Língua Lusa e à sua expansão desde aqui onde «a Terra acaba e o mar começa», até ás sete partidas do mundo, nos séculos XV e XVI.

Na foto podemos ver, ladeando a Dr.ª Edite Estrela, o Dr. Alfredo Rodrigues Lopes, Director dos Cursos Unificados, o Dr. José Gonçalves Sapinho, Director do ECB, o Dr. Carlos Sá, Assessor do Departamento de Inovação Pedagógica e Cultural, e o Dr. António Filipe Marques, Delegado de Português.

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ANO � - Nº 4 TOQUE DE SAÍDA

António Nazaré Santo nasceu em Novembro de 1952, na localidade de Casal da Cruz, con-celho de Caldas da Rainha. É licenciado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa. Fez internato hospitalar em Portale-gre durante dois anos e, desde 1981, está na Benedita. É casado e tem dois filhos. Em Mar-ço de 2006 foi eleito, pelos diversos elementos da equipa, coordenador da Unidade de Saúde Familiar Sta. Maria Benedita (antigo Centro de Saúde).

o que é uma Unidade de Saúde Familiar?

As U.S.F. (Unidade de Saúde Familiar) são pequenas unidades operativas multiprofissionais, com auto-nomia funcional e técnica num quadro de contratualização in-terna, envolvendo objectivos de acessibilidade, adequação, efectividade, eficácia e qualida-de. Estas unidades têm o apoio do Ministério da Saúde, mas fun-cionam de forma voluntária. Os membros da equipa reúnem-se, constroem um projecto, elabo-ram um plano de actividades e apresentam a sua candidatura.

Porque decidiram constituir-se em USF?

Por três razões fundamen-tais: em primeiro lugar, porque entendíamos que podíamos fa-zer melhor; em segundo lugar, porque estávamos convencidos de que éramos capazes de criar uma equipa com capacidade de responder a este desafio; por último, porque estando o ex-Centro de Saúde muito afastado da sede, es-tava, por assim dizer, mais desprezado, logo, com meios pouco adequados para responder aos desafios que se colocam diariamente aos profissionais.

Quais são então as vantagens desde novo modelo de funcionamento?

A nossa autonomia organizativa é sem dú-vida uma grande vantagem que se reflecte de forma muito positiva no modo como lidamos com os utentes. O facto de podermos escolher a equipa de trabalho e cumprir aquilo a que nos propusemos permite-nos trabalhar de for-ma mais interventiva e eficiente, fazendo o que consideramos melhor para os utentes.

Depois de quase dois meses de funciona-mento nestes moldes já têm noção do grau de satisfação dos utentes?

O que sabemos não é formal. A seu tem-

po será aplicado um inquérito para sabermos como as pessoas vêem a nova Unidade. Intu-ímos que tenham melhorado os níveis de sa-tisfação. É importante ouvirmos opiniões para podermos evoluir.

no fundo o que é que mudou?

Em princípio, mantemos os mesmos servi-ços, a saber: consultas médicas programadas – Consulta do Adulto e Criança, Consulta de Hipertensão, Consulta de Diabetes, Consulta de Planeamento Familiar e Consulta da Mulher Grávida. Há também as consultas marcadas no próprio dia, consultas de enfermagem, visitas domiciliárias e vacinação. O que mudou foi a

organização do trabalho. Privilegiamos a con-sulta programada e a consulta do próprio dia (consulta aberta) que é só para situações de saúde que não se possam adiar e cuja marca-ção é feita por decisão médica. Por outro lado, pode o médico partilhar o seu ficheiro com uma enfermeira (enfermeira de família) e fazer equi-pa com ela na avaliação dos seus utentes. Por último, os médicos assumem uma intersubs-tituiçao para situações emergentes. Um dos nossos objectivos é acabar com as filas de es-pera para marcar consulta e isso creio que já conseguimos. As pessoas já perceberam que não vale a pena ir muito cedo para a porta da U.S.F. porque se a situação não justificar a consulta no próprio dia, ela será marcada para depois. Por outro lado, há um enfoque especial na eficiência dos meios e na qualidade dos ser-viços prestados. Temos cinco médicos, cinco enfermeiras e quatro funcionárias administrati-vas. Houve também um alargamento de horário de funcionamento da U.S.F. Durante a semana funciona das 8 às 20 horas, e ao sábado das 9 às 13 horas.

Uma tal remodelação dos serviços implica um espaço maior. Como vão resolver essa questão?

Todas as pessoas que passam pelas insta-lações constatam as grandes limitações do es-paço. De referir o acesso a norte, logo, o des-conforto térmico, com um espaço muito curto entre a entrada e o balcão de recepção; salas de espera muito pequenas; isolamento acústi-co nulo, o que dificulta o desenvolvimento nor-mal de uma consulta porque os pacientes que estão dentro do consultório ouvem o que se passa no corredor e o contrário também pode acontecer. Em resumo, espaços curtos e pou-co confortáveis. É essencial uma intervenção

que melhore os espaços existentes. Pretendemos criar mais duas salas à en-trada, fechar a zona norte para protecção do frio e fazer a entrada pelo lado este. O jardim interior pas-sará a ser a sala de espera. A Senhora Presidente da Junta tem sido incansável na efectiva resolução deste problema. Admitimos tam-bém que a Câmara de Al-cobaça intervenha com os meios que puder e a rapi-dez que se deseja para que este assunto seja resolvido. Nós condicionámos o início das actividades da U.S.F. a um prazo de realização de obras. Está escrito que as obras estarão prontas até fins de Maio de 2007. Se assim não for, não sei qual

a atitude que a equipa tomará.

Como resumiria a vossa actuação?

Temos uma equipa multiprofissional empe-nhada, coesa, muito trabalhadora, que presta cuidados personalizados e que tem como ob-jectivo a melhoria contínua dos serviços. Isto é uma mais-valia. Sem dúvida alguma que um serviço bem organizado beneficia a população. Reunimos uma vez por semana para fazer uma avaliação do nosso trabalho e tomar decisões sobre os problemas que vão surgindo. Com boa vontade podemos servir melhor as pessoas. Se os utentes estiverem satisfeitos, os profissio-nais de saúde terão outro alento para trabalhar. Estou convencido de que esta nova organiza-ção permite essa satisfação mútua.

“Um serviço organizado beneficia a população”

UNIDADE DE SAÚDE FAMILIAR - ENTREVISTA AO DR. NAZARÉ

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CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE1�

ANO � - Nº 4TOQUE DE SAÍDA

A água é essencial à vida na Terra. É o meio no qual se dão complexos processos metabó-licos no interior dos organismos que não po-dem realizar qualquer função sem a presença de água. A sua privação causa, rapidamente, a morte. Contudo, a água tem que ser pura.

Cerca de 29,9% da água potável existente no planeta está contida nos depósitos subter-râneos, os aquíferos, armazenada em rochas sedimentares porosas e permeáveis, ou em rochas não-porosas, mas fracturadas. A polui-ção destas águas afecta bastante o ecossiste-ma terrestre, uma vez que, quando um aquí-fero é poluído, muito difícilmente se consegue inverter o processo. Existem, essencialmente, três agentes responsáveis pela poluição des-tas fontes de água doce: a indústria, a agricul-tura e a poluição urbana.

A actividade industrial está, inevitavelmen-te, associada a uma certa degradação do am-biente, uma vez que não existem processos de fabrico totalmente limpos. Desde os hidro-carbonetos na siderurgia, aos metais pesados como o chumbo e o mercúrio (originados em pilhas, baterias e actividade mineira), ao azo-to e ao fósforo na indústria petroquímica, à indústria farmacêutica, nuclear, electroquími-ca e ao fabrico de pesticidas e insecticidas, a indústria contribui fortemente para a polui-ção das águas subterrâneas. O facto de estas águas percorrerem rochas ricas em elementos radioactivos, ou a ocorrência de um acidente num laboratório ou numa central nuclear, pode levar ao aumento de certos elementos (como

o urânio), tornando a água mais radioactiva e, por conseguinte, imprópria para o ambiente e para o consumo humano.

A poluição destas águas tem consequên-cias graves, embora ainda não sejam conhe-cidas em profundidade, dado que os estudos são relativamente recentes. No entanto, e pelo pouco que se conhece, a poluição destas águas causou o aumento do número de can-cros nos países ocidentais, a par de alguma diminuição da fertilidade masculina.

A poluição das águas subterrâneas é tam-bém causada pela poluição urbana. Uma vez que a água é um excelente solvente e pode conter inúmeras substâncias dissolvidas, as águas, ao longo do seu percurso, interagem com o solo e, se este estiver poluído, contami-nará a água e torná-la-á imprópria para con-sumo.

Com o aumento da população, aumenta também o risco de poluição das águas porque existe uma maior produção de lixo. As lixeiras contêm sais minerais, matéria orgânica, res-tos de compostos não biodegradáveis, vírus e micro-organismos fecais cuja decomposição origina a produção de gases, como o dióxido de carbono e o metano. Estes resíduos são dissolvidos pela água da chuva e em segui-da transportados para o subsolo, poluindo os poços que servem o abastecimento urbano. Assim, os locais de escavação de poços e as áreas que os circundam devem ser muito bem escolhidos e devem estar devidamente prote-gidos destas substâncias. Por este motivo não

é aconselhável a quem tiver um furo ou um poço beber dessa água.

Outro tipo de poluição é de origem agríco-la. Face ao aumento populacional das últimas décadas, verificou-se uma gradual necessida-de, por parte dos agricultores, de aumentarem a sua produção a fim de conseguirem obter maiores colheitas, e de uma forma mais rápi-da do que aquela que os processos naturais lhes permitiam. Para esse efeito, recorrem aos pesticidas e adubos. Os pesticidas, quí-micos venenosos, destroem não só os insec-tos nocivos, como também outras formas de vida, rompendo inúmeras cadeias alimenta-res. No caso dos adubos, é importante realçar que o azoto é indispensável ao crescimento das plantas. Contudo, com o aumento da uti-lização de adubos químicos azotados, alguns nitratos são absorvidos pelas plantas, e os restantes, arrastados pelas chuvas, infiltran-do-se no subsolo, tendo como consequência a contaminação das águas de superfície e dos lençóis freáticos. Para atenuar o impacto da agricultura intensiva deve ser praticada uma fertilização equilibrada, calculando as doses de adubo necessárias às plantas.

Para evitarmos uma “catástrofe” no nosso planeta, a população deve colaborar, deve ter em conta o desperdício e deve conservar a água.

Joana Cavadas, Susana Roxo, Ana Rita, Cláudia Inácio, 11º C

POLUIÇÃO DAS ÁGUAS SUbTERRâNEAS

Rómulo de Carvalho foi professor, pedago-go, autor de manuais escolares, historiador da ciência e da educação, divulgador científico e poeta. Nasceu em 24 de Novembro de 1906, em Lisboa.

Licenciou-se na Universidade do Porto, em Ciências Físico-Químicas, e foi professor nos Liceus Camões e Pedro Nunes, em Lisboa, e no Liceu D. João III, em Coimbra. Foi também autor de vários livros de divulgação científica e de manuais escolares.

Em 1956 publicou, com o pseudónimo de António gedeão, o seu primeiro livro de poe-sia, Movimento Perpétuo.

Faleceu em 19 de Fevereiro de 1997, em Lisboa.

Nas suas aulas, Rómulo de Carvalho pro-curou sempre integrar o ensino experimental, de forma a complementar os conhecimentos teóricos e facilitando a compreensão dos seus alunos:

«Em relação ao ensino experimental, as ex-periências acompanham aquilo que queremos ensinar quando estamos na aula. As experi-ências servem para esclarecer o aluno sobre aquilo que está a ouvir. Eu levava sempre para a aula material que punha em cima da mesa e

os alunos olhavam com toda a curiosidade. À medida que ia falando, ia preparando as coi-sas e mostrando o que se passava, para ilus-trar aquilo que estava a dizer.» (entrevista ao jornal Público, em 24/11/1996)

Professoras Ana Fernandes e Sofia Branco

CENTENÁRIO DO NASCIMENTO rÓMULO DE CArVALHO VErSUS ANTÓNIO GEDEãO (1906-1997)

lágrima de PretaEncontrei uma preta que estava a chorar,pedi-lhe uma lágrimapara a analisar.

Recolhi a lágrimacom todo o cuidadonum tubo de ensaiobem esterilizado.

Olhei-a de um lado,do outro e de frente:tinha um ar de gotamuito transparente.

Mandei vir os ácidos,as bases e os sais,as drogas usadasem casos que tais.

Ensaiei a frio,experimentei ao lume,de todas as vezesdeu-me o que é costume:

nem sinais de negro,nem vestígios de ódio.Água (quase tudo)e cloreto de sódio.

António GedeãoIn Máquina de Fogo, 1961

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CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE 13

ANO � - Nº 4 TOQUE DE SAÍDA

A exploração intensiva de recur-sos energéticos limitados, como os carvões minerais, o petróleo e o gás natural, tem levado os cientistas a procurar formas de energia que não se esgotem e que sejam menos po-luentes. Entre estas formas de ener-gia encontra-se a energia obtida através da biomassa.

Tudo começa com a fotossín-

tese, processo através do qual as plantas captam energia solar e a transformam em energia química. Esta energia pode ser convertida em electricidade, combustível ou calor. As fontes orgânicas usadas para produzir energia deste modo desig-nam-se biomassa. Incluem-se nesta classificação os efluentes agro-pe-cuários, agro-industriais e urbanos. Podemos considerar, neste contex-to, várias fontes energéticas de ori-gem natural.

A biomassa sólida, originada a partir de produtos e resíduos da agri-cultura (incluindo substâncias ve-getais e animais), da floresta, e de resíduos biodegradáveis industriais e urbanos. O processo de conver-são desta energia passa, em primei-ro lugar, pela recolha dos resíduos, seguida do seu transporte para os locais de onde se faz o seu aprovei-tamento por combustão directa.

Os biocombustíveis gasosos (bio-gás), originados a partir de efluentes

agro-pecuários, agro-industriais e urbanos (lamas das estações de tra-tamento dos efluentes domésticos) e ainda dos aterros de RSU (Resíduos Sólidos Urbanos) obtêm-se a partir da degradação da matéria orgânica contida nos efluentes. O seu poten-cial energético, através da queima, é usado para produção de energia térmica ou eléctrica.

Existem ainda diversos tipos de biocombustíveis líquidos, todos com origem em “culturas energéticas”: o biodiesel, obtido principalmente a partir de óleos de colza ou girassol; o etanol, o mais comum dos álcoois, produzido a partir da fermentação de açúcar, amido, celulose, e com origem em culturas como a da cana-de-açúcar; e o metanol, cujo pro-cesso de produção mais comum é a síntese a partir do gás natural ou da madeira, através de um processo de gaseificação. Estes biocombustíveis podem ser usados como substitutos, total ou parcialmente, dos combus-

tíveis para veículos motorizados. Relativamente ao biodiesel, a sua utilização, até 30%, é praticável em motores a diesel convencionais, sem alterações significativas. Todavia, podem ser usados em concentra-ções até 100% em motores especial-mente preparados para o efeito. O etanol ocupa um lugar de destaque em países como o Brasil, onde cerca de 43% dos veículos são movidos a etanol. Porém, existem ainda muitas desvantagens na produção deste tipo de biocombustível.

Os problemas energéticos da hu-manidade ainda não estão solucio-nados e tendem a agravar-se. Par-te da solução passa, seguramente, pelo desenvolvimento, adopção e utilização de fontes energéticas mais eficazes, mais baratas e, acima de tudo, menos poluentes e menos pe-rigosas, assegurando um futuro mais sustentado para a humanidade.

Professor Sérgio Teixeira

BIOMASSA: A ENERGIA QUE VEM DO “LIXO”

No passado dia 13 de Novem-bro de 2006, os alunos das turmas do 11ºA e 11ºB participaram no projecto internacional de observa-ção costeira, Coast Watch. Esta iniciativa teve lugar em dois secto-res da lagoa de Óbidos e visa, es-sencialmente, melhorar o conhe-cimento da situação ambiental do litoral português, bem como sen-sibilizar as escolas, instituições e população em geral para os pro-blemas resultantes do impacto da actividade humana na faixa litoral.

No dia 11 de Janeiro decorreu a 1ª eliminatória, categoria A, das XII Olimpíadas do Ambiente (OA), com a participação de 105 alunos do Externato Cooperativo da Be-nedita, do 7º ao 9º ano de escola-ridade. Esta eliminatória consistiu num teste escrito constituído por 50 questões que abrangiam sete grandes áreas temáticas: conser-vação da Natureza, recursos na-turais, poluição, estilos de vida, ameaças globais, política ambien-tal e realidade portuguesa.

Fazer a ponte entre a Ciência e a Sociedade, estimular a educa-ção científica e a criatividade dos jovens, sensibilizar a comunidade educativa para as regiões pola-res, mostrar a investigação que os cientistas portugueses fazem nos pólos e a importância da realiza-ção de estudos nestas regiões,

são os objectivos do Programa Latitude 60!, um projecto educa-tivo do Comité Português para o Ano Polar Internacional que inclui um amplo conjunto de activida-des que se iniciaram em Julho de 2006 e vão continuar até Março de 2009.

O Externato Cooperativo da Benedita, em conjunto com outras escolas do país, tem uma partici-pação activa no projecto, com des-taque para a semana dos pólos, que incluirá uma palestra com um cientista polar, um ciclo de cinema sobre temas polares e a participa-ção no concurso nacional «À des-coberta das regiões polares».

Grupo de Biologia e Geologia

Projecto Observatório da NaturezaPecuárias por perto, nariz desperto!Estamos na freguesia da Benedi-

ta, uma vila onde a indústria de cal-çado e a criação de gado são acti-vidades económicas de muitas famí-lias, mas podem estar associadas ao perigo, tanto para a população como para o ambiente.

As pecuárias representam um maior perigo devido ao facto de mui-tas estarem abandonadas; e há ain-da a salientar vários outros aspectos, desde o deficiente tratamento dos dejectos orgânicos, aos cheiros.

Grande parte dos proprietários não possui conhecimentos para me-lhorar esta situação e muitos, quando solicitam ajuda à Câmara Municipal ou à Junta de Freguesia para a reso-lução deste problema, não a obtêm. Deste modo, os proprietários optam por recorrer aos “limpa-fossas” para remover os dejectos dos animais que geralmente estão inseridos numa fossa e que posteriormente são es-palhados nas terras e frezados. No entanto, numa visita recente à zona, descobrimos que muitas destas fos-sas não estão devidamente isoladas porque encontrámos fracturas e cra-teras nas suas coberturas.

Assim, e nesta época de chuvas, é muito provável que elas fiquem inun-dadas e que ocorra um escoamento dos dejectos para o exterior, o que provoca poluição a nível das águas e do solo, provocando assim, um gran-de impacto ambiental no que diz res-

peito à atmosfera e à paisagem.Actualmente, conhecem-se so-

luções possíveis e funcionais para minimizar os efeitos decorrentes da pecuária como a utilização de resídu-os orgânicos (biomassa) para a pro-dução de biogás ou electricidade. A biomassa pode ser utilizada directa-mente como combustível, ou através da sua biodegradação, na produção de biogás. Em qualquer das situa-ções, o calor produzido pode ser usa-do directamente em aquecimento ou na produção de vapor, que irá accio-nar uma turbina, para a produção de electricidade. Neste processo é pro-duzido dióxido de carbono e outros gases, que seriam sempre libertados na decomposição natural da biomas-sa, mas sua aplicação na produção de electricidade reduz a poluição, no-meadamente de solos, cursos e re-servas de água, em especial no que respeita aos resíduos pecuários.

Esperava-se que os responsáveis por esta área de acção da Câmara Municipal de Alcobaça tivessem uma postura mais dinâmica e eficiente, solucionando esta situação ambien-tal.

Alunos do 12º Ano C – artigo elaborado

no âmbito do projecto JRA

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ArTE E CULTUrA14

ANO � - Nº 4TOQUE DE SAÍDA

Estou aqui a tentar arranjar um tema para o meu texto livre e não consigo. Penso, penso e volto a pensar, mas sem nenhum resultado. Porque é que quando precisamos de ideias elas nunca aparecem?! Poderia fazer um texto sobre o tempo, sobre futebol, ou talvez mesmo sobre mim. Mas nada me vem à cabeça!

Não seria muito mais fácil se bastasse carregar num botão e… plim! O tema aparecia!

Quer dizer, um texto sem tema até pode ter as suas vantagens. Posso escrever tudo o que me vier à cabeça… Por falar nisso: estou aqui a reparar que tenho um dente a abanar, mas não o consigo arrancar!

Olha! Por momentos deixei de pensar na falta de tema enquanto escrevia e tentava arrancar o dente.

Agora estou a contar as palavras para tentar não passar do limite. Já tenho cento e quarenta e uma antes de “cento”. Tenho que parar.

Que engraçado! Reparei agora que a falta de tema acabou por servir de tema para o meu texto.

Maria Serrazina Carvalho, 7ºC

Os pássaros voam à velocidade do som, negros e cativantes no seu círculo vicioso descrito no céu cinzento e pesado. As árvores enegrecidas e velhas morrem lentamente, o tronco decadente e as folhas que caem, castanhas e encarquilhadas. É como uma espécie de choro em que se ouvem mil gritos de silêncio.

Alguém percorria o caminho daquele lugar vazio. Parecia que o conhecia como a palma da sua mão. Sentia a terra morta por baixo dos pés nus, enquanto atravessava um carreiro ladeado por árvores caídas, os ramos apontando acusadoramente. Sentou-se junto aos restos de um rio que outrora o fizera sentir-se completo, mas que agora corria lentamente, em agonia. Para onde fora toda a simplicidade daquele sítio? Seria aquele o lugar com que costumava sonhar? Olhou para as mãos enrugadas e palpou o rosto duro e seco. Tal como aquele lugar, tão ligado a si, envelhecera. Mas aquele envelhecimento ultrapassava o da sua alma e o do lugar.

Contemplou-o uma última vez, ainda descrente de tudo o que via, mas conformado com o destino. Aquele era o fim do seu mundo, de tudo, do todo, do nada fantasioso onde vivera.

Olhou para trás. Uma densa poeira esperava-o, lá ao longe na selva das torres cinzentas que rasgavam o céu e onde o silêncio era uma palavra sem uso, devido à sua inexistência.

Finalmente olhou o céu, na falsa esperança de que um anjo com asas de prata descesse para o salvar, mas nada viu a não ser os raios de sol que tentavam impacientemente e com pouco sucesso atravessar a esfera que separava aquele mundo do universo.

Natacha Almeida, 10º D

A MORTE DA FANTASIA

A FALTA DE TEMA

PALAVRA PUXA PALAVRAEra uma vez uma menina,Menina que se chamava Catarina,Catarina que tem 12 anos,Anos que se concretizam em Março,Março é um mês muito engraçado, Engraçada é a turma onde ela anda,Anda na turma C,C de Catarina Martins, Martins é o seu apelido,Apelido que adora, Adora a sua família, Família que a adora, Adora os seus amigos,Amigos do coração, Coração que bate forte por vê-los,Vê-los contentes,Contentes somos todos nós, Nós, todos os estudantes,Estudantes da escola da Benedita,Benedita que é uma vila, Vila muito organizada,Organizada por uma senhora presidente,Senhora presidente que se chama Maria José,Maria José que cuida bem de algumas situações,Situações por vezes complicadas,Complicadas são as aulas que os professores dão, Dão matéria um pouco complicada,Complicada era a minha situação nos primeiros dias de aulas, Dias que foram bem engraçados, Engraçados são os professores,Professores que gostam de brincar connosco,Connosco e com todos os outros alunos,Alunos da nossa turma que são muito divertidos,Divertidos como a nossa escola,Escola que fica na Benedita,Benedita que é uma alegria,Alegria que há em todo o Mundo.

Catarina Martins, 7ºC

Decorreram, para os alunos do 3º Ciclo, as Provas de Selecção de Escola das Olimpíadas de Química e de Física, nos dias 26 e 29 de Janeiro, respectivamente. Na prova de Química participaram 84 alunos dos 8º e 9º anos; e na de Física, 27 alunos do 9º ano. Nesta selecção serão apurados: um grupo de alunos para concorrer à fase regional das Olimpíadas de Física, que terá lugar em Coimbra, no dia 12 de Maio; e de um a cinco grupos que irão concorrer às Olimpíadas de Química Júnior no dia 21 de Abril, em Lisboa.

No dia 19 de Março, decorre, no âmbito do Dia da Físico-Química, uma sessão de Laboratório Aberto direccionado aos alunos do 1º Ciclo do Agrupamento de Escolas

da Benedita e à comunidade educativa em geral. Este evento é organizado pela Turma A do 10º Ano, do Curso Científico-Humanístico de Ciências e Tecnologias.

O projecto da Ciência Viva, Ciência de Palmo e Meio, está a dar os seus primeiros passos em direcção às escolas do 1º Ciclo do Agrupamento da Benedita, levando na mala conhecimentos, curiosidades e magias científicas. Quanto ao projecto, Sentir a Física, os professores responsáveis aguardam a chegada de sensores que irão permitir a elevação dos alunos a um patamar científico onde a tecnologia das máquinas gráficas se entrelaça com a Física.

ARQUIMEDES SAbE QUEM FOI?

Matemático e físico grego (c.287 a.C.-212 a.C.), nasceu em Siracusa e foi assassinado pelos Romanos, quando estes conquistaram a cidade. Foi considerado um dos maiores sábios

da Antiguidade, tendo sido o autor de uma enorme quantidade de invenções mecânicas e de engenhos de guerra. Ficou célebre pelo princípio que formulou, segundo o qual «todo o corpo submergido num fluido experimenta um impulso de baixo para cima, igual ao peso do fluido por ele deslocado», e que permite determinar o peso específico dos corpos.

NOTÍCIAS DO GRUPO DE FÍSICA E QUÍMICA

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rECrIAr O MUNDO 15

ANO � - Nº 4 TOQUE DE SAÍDA

Imagina um Mundo PerfeitoOnde guerra, luta e zangasInimigos e desrespeitoNão são mais que “tangas”

Imagina que neste Mundo PerfeitoTudo o que pensas ou idealizasComo que por magiaSentes e concretizas.

E se neste Mundo PerfeitoNão existisse o InvernoApenas o Verão escaldanteQuente como um abraço terno.

Em todo este Mundo PerfeitoOnde não há espaço para a tristezaA alegria não é sentimentoÉ existência e pureza.

Sentir o Mundo PerfeitoÉ saber usufruirAjuda toda a genteE vais-te divertir.

Sabendo que o Mundo PerfeitoÉ um conto de fadasNão podias faltar A magia e as baladas.

Quando estás no Mundo PerfeitoJá não queres mais partirSentes-te como em casaE aprendes a sorrir.

Mas este Mundo PerfeitoÉ fruto da imaginaçãoPor isso desfruta delaE sente a emoção.

Sofia Ferreira Sebastião, 8ºB

1também a pirâmide que trazes na mão para o melhor e para o piorsendo que melhor e pior são apenas nomes como tu sabes

também aldeia, e povo, e gente sem outros a chocalhar dentroa rezar por mim (há sempre um fio de sangue que a pele sorve e volta a expelir) também uma alma cheiade moléstias, labirintos cada um com um monstro diferente e narcisos, impérios e vias sacras a diluir-se no mar

2peça expostaem museu fechado a vida chega-me a diluir-se toda

na cidadesó

na liquefacçãosuja

me detenho

e não me ouço

Ricardo Passarinho, ex-aluno do ECB

Baseado no romance de William Diehl e realizado por Gregory Hoblit, A Raiz do Medo é um filme já antigo (de 1996), mas não é por isso que tem menos qualidade ou actualidade. Esta aposta da Paramount Pictures apoia-se num elenco de luxo, com alguns actores como Laura Linney, John Mahoney, Alfred Woodard e Frances McDormand. Mas as grandes atracções são os excelentes desempenhos dos dois actores principais, Edward Norton, o conhecido Derek do filme American History X, e Richard Gere, que mais recentemente brilhou no em Chicago.

A história do filme roda em torno de um advogado, Martin Vau (Richard Gere), que defende qualquer pessoa, independentemente da sua inocência ou culpabilidade — interessa-lhe apenas defender casos que ponham o seu nome e a sua carreira no topo. Aparece-lhe então o caso de um pobre rapaz que, acólito numa paróquia, é acusado de ter assassinado o arcebispo local. Mal ele sabe que este caso irá desvendar um ninho de corrupção, pondo-o em confronto com a promotora de justiça e sua ex-

namorada. Martin vai ter de pôr à prova toda a sua perícia, experiência e mesmo a sua filosofia

de vida, que até aí consistira em ganhar sem olhar a meios.

Porque devo ver este filme? — pensarão. Para além dos desempenhos fantásticos dos dois actores principais, que nos tocam durante todo o filme de uma forma intensa e perturbante, há uma história de tal maneira envolvente que nos cola ao ecrã durante todo o filme. Há também a excelente escolha musical que, com certeza, todos reconhecerão, a Canção do Mar, de Dulce Pontes.

Nesta excelente produção, cheia de mistério e suspense até ao último minuto, somos transportados para o mundo do sistema judicial, onde nem sempre a Justiça vence.

Natacha Almeida, 10ºD

CrÍTICA DE CINEMAUm homem com duas caras acaba por se esquecer de qual delas é a real. Culpado ou Inocente? Eis A RAIz Do MEDo!

MUNDO PERFEITO

TALVEZ UM DIATalvez um dia tenhamos asas para voar…Talvez um dia possamos em Marte habitarMas talvez …Só talvez…Não sabemos o futuro e não o podemos adivinhar.A ciência e a técnica estão tão desenvolvidasPenso que já nada será impossível.Aumentamos o nosso bem-estar, Mas, com tudo isto, a Natureza estamos estragar.Deixámos de lhe dar importância,Para nós é uma insignificância.Talvez ela não goste da tecnologia.O Universo é imenso, Há coisas de que gostamos e outras de que desgostamos.Mas a vida é assim, Não podemos fazer tudo o que queremosO mundo é grande, que importância temos nós?No Universo somos insignificantes,Mas consideramo-nos tão importantes como o SolQue nos dá vida.O Homem acha-se tão importanteQue tudo o que o rodeia é esquecido,Tudo o que o rodeia é vencido.Ele acha que já ninguém o pode vencer.Pensa que conseguiu o mundo conquistar.Engana-se!Pode ter vencido a batalhaMas esta guerra não vai ganhar!

Juliana Serrazina Pedro - 7ºC

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MENTE Sã EM COrPO SãO

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Dia da Educação Física

No dia 16 de Janeiro de 2007, realizaram-se os Jogos dos Gladiadores, no âmbito do dia da Educação Física. Os Gladiadores consiste num conjunto de jogos semelhantes aos “Jogos Sem Fronteiras”, disputados por equipas for-madas por quatro alunos e um professor, um encarregado de educação ou um funcionário da escola. Cada equipa pro-cura obter o maior número de pontos possível em cada jogo e, no final, vence a equipa que somou mais pontos.

Este ano, o evento registou grande adesão, quer dos alu-nos, quer dos professores, ve-rificando-se a participação de 23 equipas, o que já não acon-tecia há alguns anos. Este fac-to, bem como o fair play e o grande entusiasmo dos partici-pantes tornaram os jogos mui-

to divertidos. De salientar ainda que o

grupo de Educação Física, para tornar os Gladiadores mais empolgantes e divertidos, acrescentou um prémio para a equipa que tivesse o nome e adereços mais criativos.

Desporto Escolar

Mais uma vez, o Externato Cooperativo da Benedita vai organizar a fase regional do Compal Air 3X3, que terá lugar no dia 8 de Maio de 2007. Nos dias 11, 12 e 13 de Maio, terão lugar os Nacionais de Despor-tos Colectivos.

No dia 23 de Novembro de 2006 realizou-se o Corta-Mato Escolar. A prova foi um suces-so, verificando-se uma grande participação dos alunos. Em cada escalão ficaram apura-dos os primeiros 6 classifica-dos para a fase regional:

NOTÍCIAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA

Infantis Masculinos Infantis Femininos1º Leonor Serrazina2º Diogo Fialho3º Isidro Silva4º Miguel Peralta5º Ivo Coelho6º Kevin Delgado

7º I7º G7º D7º G7º F7º C

1º Rita Lopes2º Rute Lopes3º Sabrina Paulo4º Juliana Pedro5º Carolina Costa6º Maria Carvalho

7º E7º E7º A7º C7º A7º C

Iniciados Masculinos Iniciados Femininos1º Bruno Santos2º David Vicente3º João Belo4º Diogo Pires5º Armando Maria6º Tiago Loureiro

9º G9º D9º H8º A9º E7º C

1º Rita Jorge2º Mariana Pereira3º Alexandra Fialho4º Juliana Santos5º Ângela Alexandra6º Daniela Santos

7º I9º D8º H9º G9º G7º E

Juvenis Masculinos Juvenis Femininos1º Nuno Pina2º Tiago Mateus3º João Santos4º Daniel Lopes5º João Fialho6º Leonardo Domingos

10º B11º B10º B9º F11º B9º B

1º Rita Luís2º Ana Faustino3º Ludmila Chircu4º Anastacia Ch5º Andreia

10º E10º E8º D8º D9º G

Juniores Masculinos Juniores Femininos1º Edilson Gonçalves2º Alexandre Peralta3º Nuno Galinha4º Samuel Ezequiel5º Ricardo Machado

10º H11º C10º H11º H11º H

1º Liliana Rocha2º Joana Coelho3º Vanessa Faustino

8º G12º B12º B

A fase nacional terá lugar nos dias 10 e 11 de Março, num local ainda a designar.

O Grupo de Educação Fí-sica informa também todos os alunos que tenham de realizar pré-requisitos, quer para as Faculdades de Desporto, quer

para concorrerem à Força Aé-rea, que estão à sua disposi-ção horários para treinos, ten-do para isso de falar com os seus professores de Educação Física, ou directamente com os professores José Vinagre e João Simões.

Terminaram os Campeonato Distritais de Jovens, uma organização da Associação Xadrez de Leiria e da Academia Xadrez da Benedita, com o apoio da Junta de Freguesia da Benedita e do Grupo Desportivo dos Candeeiros.

Todos os Campeonatos, dos Sub 8 aos Sub14, tiveram o ritmo de 2 horas por jogador e por partida,enquanto os Sub16, Sub18 e Sub 20 tiveram o ritmo de 90 minutos por jogador e por partida. A Prova foi dirigida por José Cavadas, e a Arbitragem coube a Carlos Dias e José Cavadas.

A lista dos Campeões:Sub 08 – Absoluto – Tomás

Rodrigues – Sport Operário Marinhense

Sub 10 – Absoluto – Francisco Cavadas – Academia Xadrez da Benedita

Sub 10 – Feminino – Virgínia Gonçalves – Academia Xadrez da Benedita

Sub 12 – Absoluto – Vasco Elvas – Sport Operário Marinhense

Sub 12 – Feminino – Inês Lima Santos – AEF Penichense

Sub14 – Absoluto – Daniel Bray – Sport Operário Marinhense

Sub14 – Feminino – Mariana Borges – Xeque Mate S Martinho Porto

Sub16 – Absoluto – José Pereira – Xeque Mate S Martinho Porto

Sub 16 – Feminino – Mariana Silva – Academia Xadrez da Benedita

Sub 18 – Absoluto – Pedro Rodrigues – Academia Xadrez da Benedita

Sub 20 – Absoluto – André Pinto - Xeque Mate S. Martinho Porto

Estatística de títulos por Clubes:

Academia Xadrez da Benedita – 4 títulos

Xeque Mate S. Martinho Porto – 3 títulos

Sport Operário Marinhense – 2 títulos

AEF Penichense – 1 título

Professor José Cavadas

XADREZ - MEIA CENTENA DE JOVENS DISPUTARAM OS CAMPEONATOS DISTRITAIS DE LEIRIA 2007

Page 17: Toque de Saída Nº4

MENTE Sã EM COrPO SãO

ANO � - Nº 4 TOQUE DE SAÍDA

17

A Associação Desportiva Es-colar de xadrez do oeste – ADE-xo – é a primeira associação, no âmbito do Desporto Escolar, do Centro Educativo do oeste.

Esta Associação é composta pelas escolas dos concelhos de Alcobaça, Caldas Rainha e Naza-ré que têm equipas de xadrez: Ex-ternato Cooperativo da Benedita (sede da Associação); Escola EB2 da Benedita, Frei António Bran-dão; Escola Básica Integrada de Santa Catarina; Escola EB2,3/Se-cundária, de S. Martinho do Porto; Escola Frei Estêvão Martins, de Al-cobaça; e Escola EB2,3, Amadeu

Gaudêncio, da Nazaré.Responsáveis pela Associação:

José Cavadas, do Externato Co-operativo Externato da Benedita, e Coordenador Geral da Associa-ção; Júlio Flores, da Escola Frei António Brandão; Sérgio Marques, da EBI de Santa Catarina; José Lopes, da EB2/3/Secundária de S. Martinho do Porto; Manuel Lopes, da EB 2,3 Frei Estêvão Martins; e Arménio Vinagre, da EB2,3 Ama-deu Gaudêncio.

A Associação irá promover o Xa-drez Escolar junto dos alunos das várias escolas e dos seus agrupa-mentos, realizando acções de for-mação para professores e alunos.

E continuará a realizar o Circuito da CE Oeste, que vai na VI edição, e que integra cinco torneios, sen-do um deles o Encontro Nacional de Escolas. O regulamento das provas pode ser consultado no site http://xadrezbenedita.no.sapo.pt. A ADEXO organiza ainda um tor-neio de equipas (Encontro Nacio-nal de Equipas). Este Encontro e o Circuito da CE Oeste, ambos de âmbito nacional, fazem parte do Calendário da Federação Portu-guesa de Xadrez.

Para além destes encontros, decorrem actividades internas re-lacionadas com o xadrez, modali-dade que continua a atrair grande

número de alunos, como prova o facto de, na Sala de Alunos do Ex-ternato, se terem registado, duran-te o 1º Período, 1600 requisições de jogos de xadrez, o mais requi-sitado de todos os jogos de que a Sala de Alunos dispõe.

Escolas que não pertençam à

ADEXO e desejem apoio para a promoção do xadrez escolar po-dem contactar-nos através da nos-sa sede, no Externato Cooperativo da Benedita.

Professor José Cavadas

Centro Educativo do Oeste

PRIMEIRA ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA ESCOLAR

Fruta é sinónimo de Saúde. Nenhum outro alimento tem tantas propriedades preventivas e curativas. Alguns especialistas em nutrição vêem em cada peça de fruta um autêntico me-dicamento natural. Nos Estados Unidos, o Ins-tituto Nacional do Cancro recomenda a toda a população que ingira pelo menos cinco porções de fruta ou verdura e hortaliça por dia.

Alimento natural e SaudávelA fruta é atractiva, apetitosa, fácil de comer

e refrescante. Pode comer-se no seu estado natural, sem necessidade de ser cozinhada ou processada. Fresca, é um alimento vivo, em que continuam a decorrer as maravilhosas re-acções químicas que constituem a vida.

Desintoxica o organismoAo contrário dos alimentos de origem ani-

mal, a fruta não gera resíduos tóxicos quan-do é ingerida e metabolizada. Pela sua acção diurética, facilita a eliminação das substâncias residuais e das impurezas do sangue, como o ácido úrico.

AntioxidanteA fruta é a principal fonte de antioxidantes

da nossa alimentação, graças aos quais pode-mos evitar o envelhecimento prematuro, a arte-riosclerose, o cancro e outras doenças.

Regula o IntestinoA maior parte da fruta é laxante, suaviza a

mucosa intestinal e facilita a evacuação. Al-guns frutos, como a maçã e o marmelo, regu-lam o funcionamento digestivo e combatem a diarreia.

Evita doenças cardiovascularesSegundo investigações efectuadas em Uni-

versidades do Reino Unido e dos Estados Uni-dos da América, o consumo de fruta é muito eficaz na prevenção dos acidentes vasculares cerebrais (trombose e embolia) e das doenças coronárias.

Previne o CancroNumerosas investigações mostram que

quanto maior for o consumo de fruta, menor será o risco de contrair cancro, especialmente dos órgãos digestivos, respiratórios e uriná-rios.

o QUE PRoPoRCIonA A FRUTA

• água: constitui entre 80% e 93% da maio-ria da fruta; trata-se de uma água “viva”, pura, não contaminada, que contém em dissolução numerosas substâncias biologicamente acti-vas.

• Açúcares: os mais abundantes são a glu-cose e a frutose, que passam directamente para o sangue sem precisarem de ser digeri-dos, pelo que proporcionam energia de forma rápida. Alguns frutos, como a laranja, a maçã, o melão, a melancia e a manga contêm tam-bém sacarose.

• Amido: na maior parte dos frutos é muito escasso ou inexistente, porque, com a matura-ção, transforma-se em açúcar simple (glucose e frutose). A banana é a fruta mais rica em ami-do (1%-2%).

• Fibra: na sua maior parte, do tipo solúvel (pectina e hemicelulose).

• ácidos orgânicos (como o cítrico, que potencia a acção da vitamina C): são antissép-ticos e produzem alcalinização do sangue e do meio interior.

• vitaminas: sobretudo a C e a provitamina A (betacaroteno), que são potentes antioxidan-tes.

• Minerais: especialmente potássio, mag-nésio, cálcio e ferro.

• Flavonóides, anticianinas e outros ele-mentos fitoquímicos, que actuam como ver-dadeiros medicamentos evitando a arterios-clerose, fluidificando o sangue e prevenindo o cancro.

Fonte – A Saúde pela Alimentação – Enciclopédia de Educação e Saúde (Volume 1)

Professor Miguel Fonseca

O VALOR NUTRITIVO DA FRUTASerá a aprendizagem condicionada

pela idade? Decerto que não, e tomo como exemplo as alunas da Universidade Sénior da Benedita.

Após uma vida de esforço e até mesmo de sacrifício, a aposentação torna-se por vezes pouco interessante. Para torná-la mais interessante, as universidades seniores espalhadas pelo país desenvolvem actividades direccionadas para os mais velhos que acreditam que a aprendizagem do conhecimento não tem idade.

Também a Benedita dispõe de uma Universidade Sénior com mais de 20 alunas dedicadas. Com disciplinas de interesse geral, como o Português, a Cidadania e a Informática, dispõe também de disciplinas mais específicas, como Teatro, Canto Coral, Desporto, Oficina de Artes, e Alimentação e Saúde, a que neste artigo se dá especial importância.

Depois de uma vida durante a qual a alimentação sofreu uma revolução complexa e confusa, as alunas de Alimentação e Saúde questionam-se acerca do caminho a seguir, pois, com um papel activo na educação das futuras gerações, pretendem conhecer a alimentação enquanto componente de uma vida saudável. As próprias alunas orientam as aulas que presentemente abordam os nutrientes e as doenças associadas, como os glícidos e a diabetes. Cheias de energia e com uma sede pelo conhecimento de fazer inveja a muitos jovens estudantes, estas alunas conseguem formar uma equipa de trabalho onde por vezes o professor é quem mais aprende.

Homenageamos estas alunas, pois, como raízes da geração dos alunos do ECB, esperamos que a vontade de conhecer a alimentação que elas demonstram possa contagiar os nossos estudantes.

João Fonseca, Coordenador do Projecto Educação e Orientação Alimentar

CONHECER A ALIMENTAÇÃO

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PASSATEMPOS E CUrIOSIDADES18

ANO � - Nº 4TOQUE DE SAÍDA

ENIGMASProblema de EINSTEIN

Este problema é atribuído a Albert Einstein que afirmou que apenas 2% da população mundial seria capaz de o resolver. Vamos ver se faz parte dessa pequena percentagem?

1. Há cinco casas de 5 diferentes cores.

2. Em cada casa mora uma pessoa de uma diferente nacionalidade.

3. Esses 5 proprietários bebem diferentes bebidas, fumam diferentes tipos de cigarros e têm um certo animal de estimação.

4. Nenhum deles tem o mesmo animal, fuma o mesmo cigarro ou bebe a mesma bebida.

A questão é: Quem tem um PEIXE? São fornecidas as seguintes informações adicionais:

I. O inglês vive na casa vermelha.

II. O sueco tem cachorros como animais de estimação.

III. O dinamarquês bebe chá.

IV. A casa verde fica à esquerda da casa branca.

V. O dono da casa verde bebe café.

VI. A pessoa que fuma PallMall cria

pássaros.

VII. O dono da casa amarela fuma Dunhill.

VIII. O homem que vive na casa do centro bebe leite.

IX. O norueguês vive na primeira casa.

X. O homem que fuma Blends vive ao lado do que tem gatos.

XI. O homem que cria cavalos vive ao lado do que fuma Dunhill.

XII. O homem que fuma Bluemaster bebe cerveja.

XIII. O alemão fuma Prince.

XIV. O norueguês vive ao lado da casa

azul.

XV. O homem que fuma Blends é vizinho do que bebe água.

A subida do CARACOL

Um caracol quer subir 10 tijolos. Em cada dia, consegue subir 3 tijolos, mas, cansado, adormece e escorrega 2 tijolos. Em quantos dias termina o caracol a sua escalada?

A travessiaTrês homens querem atravessar um rio. O barco que possuem suporta no máximo 130 quilogramas. Eles pesam 60, 65 e 80 quilogramas cada um. Como devem proceder para atravessar o rio sem afundar o barco?

Problema da TÁbUA

Um carpinteiro possui uma prancha de 0,80m de comprimento e 0,30m de largura. Quer cortá-la em dois pedaços iguais de modo a obter uma peça rectangular que tenha 1,20m de comprimento e 0,20m de largura. Como deve ele proceder, realizando apenas um corte na prancha?

À descoberta das letras

Observa a imagem em baixo. Cada letra representa um algarismo de 0 a 9. Qual o valor de cada letra, para que a soma fique bem feita?

COCA+ COLA

SODA Par de meias

O Timóteo decidiu ir ao cinema, mas descobriu que não tinha meias limpas para calçar. Foi então ao quarto do pai, onde estava escuro. Ele sabia que, no quarto do pai, existiam 10 pares de meias brancas e 10 pares de meias pretas, todas misturadas numa gaveta. Quantas meias deve ele retirar da gaveta para ter a certeza de que possui um par de meias da mesma cor?

Gatos e Ratos

Se 3 gatos matam 3 ratos em 3 minutos, quanto tempo levarão 100 gatos para matar 100 ratos?

respostas aosEnigmas do 3º númeroMexendo os palitos

Prisioneiro Assassino

A Piscina do Senhor Silva

o churrasco

- Põe dois bifes a grelhar de um lado.

- Depois de ambos estarem assados de um lado, tira um, substitui-o pelo que ainda não tem nenhuma parte grelhada e vira o que lá ficou.

- Tira o que já esta grelhado dos dois lados e põe os outros dois a grelhar do lado que falta. Assim poupas 10 minutos.

o Peso das Moedas

1. Comecemos por numerar os sacos com os números 0,1,2,3 e 4.

2. Retire-se uma moeda do saco 0; 2 moedas do

saco 1; 4 moedas do saco 2; 8 moedas do saco 3; e 16 moedas do saco 4, que correspondem a 20, 21, 22, 23 e 24, respectivamente.

3. Coloquemos estas modas na balança e verifiquemos o peso.

4. Se as moedas pesassem todas 10g teríamos um total de (1+2+4+8+16)x10 310g5. Calculemos as diferenças possíveis (positivas)

+16-1=15 +16-2=14 +16-4=12 +16-8=8+8-2=6 +8-4=4 +4-2=2 +4-1=3

Se o total for, por exemplo, 310g+12g , quer dizer que temos 16 moedas com 11g e 4 moedas com 9g , ou seja, o saco número 4 tem as moedas de 11g e o saco número 2 tem as moedas de 9g. Se, por exemplo, a diferença for negativa, ou seja, se o total for inferior a 310g , por exemplo 310g-6g, quer dizer que o saco número 3 tem as moedas de 9g e o saco número 1 tem as moedas de 11g.

o Jogo dos Berlindes

1. Seja x o número de berlindes que cada um tinha inicialmente;2. ao fim do primeiro jogo a situação era:

P = x - 20M = x - 20

3. Ao fim do segundo jogo a situação era:

P = x - 20 - 2 (x-20) M = x - 20 + 2 (x-20)

3 3

4. E no final tinhamos M = 4P, ou seja:

x - 20 + 2 (x+20) - 4 (x +20 - 2 (x+20) 3 3

resolvendo a equação, vem x=100, o que quer dizer que no início cada um tinha 100 berlindes.

3º CAMPEONATO NACIONAL DE JOGOS MATEMÁTICOSrEPrESENTAÇãO DO ECB(évora, 9 de Março de �007)

Jogo CATEgoRIA noME TURMAoURI 3º CIClo EB nUno CARREIRA 7ºEAMAzonAS 3º CIClo EB CEDRIC SAnToS 9ºCAMAzonAS SECUnDáRIo JoRgE DInIz 10ºghEx SECUnDáRIo FlávIo SAnToS 10ºA

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PASSATEMPOS E CUrIOSIDADES 19

ANO � - Nº 4 TOQUE DE SAÍDA

O ESQUECIMENTO DE ALFRED NObEL!Todos os anos são atribuídos cinco

Prémios Nobel, um em cada uma das seguintes categorias: Literatura, Física, Química, Paz, e Fisiologia ou Medicina (Economia é outra história). Estranhamente, a Matemática está fora desta lista! Ter-se-á Alfred Nobel esquecido? A razão desta distinta ausência tem sido objecto de muitas especulações, algumas das quais serão apresentadas a seguir.

A mais comum, e talvez a menos plausível, mas sem duvida a mais aliciante para o cidadão comum, tem como base um eventual «caso» entre a companheira de Alfred Nobel e um matemático sueco de nome Gosta Mittag-Leffler. Não há evidências históricas que apoiem tal afirmação, até porque Nobel nunca casou. Vivia com uma vienense chamada Sophie Hess e sabe-se que apesar de não ter residência fixa em Estocolmo, lá possuía uma casa e, devido às suas permanentes viagens, ela inevitavelmente ali passava muito tempo.

Gosta Mittag-Leffler foi um matemático importante na Suécia nos finais do século XIX, princípios do século XX. Foi o fundador do jornal Acta Mathematica e chegou a estar à frente da Stockholm Hogskola, precursora da Universidade de Estocolmo. Contudo, parece altamente improvável que ele tivesse sido um grande candidato a um Prémio Nobel da Matemática, se o houvesse, até porque viviam, na mesma época, matemáticos como Poincaré e Hilbert.

Não há evidências de que Mittag-Leffler tivesse muito contacto com Alfred Nobel (que morou em Paris nos últimos tempos da sua vida) e muito menos que houvesse inimizade entre eles por qualquer razão. Pelo contrário, perto do final da vida de Nobel, Mittag-Leffler esteve envolvido em negociações diplomáticas para tentar persuadi-lo a legar parte da sua fortuna à Hogskola. É difícil de acreditar que ele o tivesse tentado se, a priori, existissem problemas entre eles. E parece que, inicialmente, Nobel teve intenção de seguir este conselho. Depois, deve ter-lhe ocorrido a ideia do Prémio Nobel, para grande desgosto da Hogskola (para não falar no dos parentes de Nobel e da senhora Hess). De acordo com um interessante estudo de Elisabeth Crawford, O começo da Instituição Nobel (Cambridge Univ. Press, 1984, pp. 52-53), «Apesar de não se saber como é que os responsáveis de Hogskola acreditaram que uma grande doação estaria para chegar, esta era realmente a expectativa, e a desilusão foi enorme quando se anunciou em 1897 que Hogskola tinha sido deixada de fora do testamento final de Nobel em 1895. Seguiram-se recriminações com Pettersson e Arrhenius (rivais académicos de Mittag-Leffler na Administração de Hogskola) a divulgarem que a antipatia de Nobel por Mittag-Leffler tinha terminado no que eles

chamaram o “Nobel com Asas”.Nobel, inventor e industrial, provavelmente

não criou um prémio para a Matemática simplesmente porque não se interessava por ciências teóricas. O seu testamento falava de prémios para aquelas “invenções e descobertas” de grande benefício prático para a humanidade. Contudo, a versão das rivalidades por causa de uma mulher é, obviamente, muito mais divertida e, por isso, irá continuar a transmitir-se.

o Caso do «nobel» da Economia

Então por que não se há-de criar um novo Prémio Nobel, a exemplo do que se fez com a Economia?

Em 1968, o banco central da Suécia instituiu o «Prémio de Ciências Económicas em memória de Alfred Nobel», que é mais conhecido como o Prémio Nobel da Economia. Mas este prémio não tem nenhuma ligação com Alfred Nobel: não é pago com o dinheiro privado da Fundação Nobel, mas com dinheiro público do Banco Central Sueco.

No entanto, a família Nobel não aceita o prémio como tal e, em 1968, foi tomada a decisão de não se introduzirem mais prémios em memória de Nobel, no futuro.

Em todo o caso, o «Nobel» que o não é, é entregue na mesma ocasião que os prémios originais. Curiosamente, o grande Matemático John Nash, em 1994 recebeu o prémio «Nobel» da Economia pelo seu trabalho na Teoria dos Jogos (Theory of Non-cooperative Games).

A Medalha Fields

Para não ficarem fora da festa dos Grandes Prémios, os matemáticos do mundo decidiram lutar.

No Congresso Internacional de Matemáticos (ICM), realizado em Toronto (Canadá), em 1924, foi decidido que em cada nova sessão do Congresso seriam atribuídas duas medalhas de ouro para reconhecer grandes feitos matemáticos, as chamadas Medalhas Fields que têm a particularidade de só poderem ser atribuídas a jovens matemáticos com menos de 40 anos. Esta restrição levou a uma situação de alguma injustiça em 1994, que passamos a descrever: O Último Teorema de Fermat, ou Teorema de Fermat-Wiles, afirma que não existe nenhum conjunto de inteiros positivos x, y, z e n com n maior que 2 que satisfaça a condição xn+yn=zn .

O teorema deve seu nome a Pierre de Fermat, que escreveu às margens de uma tradução de Arithmetica de Diophante, ao lado do enunciado deste problema :

«Encontrei uma prova absolutamente remarcável, mas a margem é pequena demais para escrevê-la.»

Após ter sido objecto de fervorosas pesquisas durante mais de 300 anos (essa nota insinuava que uma demonstração elementar era possível, o que atiçou a curiosidade de todos), o teorema foi finalmente demonstrado em 1994 pelo matemático britânico Andrew Wiles. Na altura da apresentação, Wiles, então com 39 anos, era o principal candidato à Medalha Fields, mas uma pequena falha na demonstração levou a uma extensa revisão, de modo que quando ficou definitivamente concluída e sem falhas, a demonstração foi apresentada, mas Wiles tinha então mais de 40 anos o que o impediu de ganhar o famoso prémio.

Há, hoje em dia, nos meios científicos, uma grande pressão no sentido de ser criado o prémio Nobel da Matemática e, caso venha a ser concretizado, sem dúvida que Andrew Wiles é o principal candidato a primeiro galardoado e assim justiça será feita.

Professor Acácio Castelhano e alunos do 11º D

Alfred Nobel

Medalha Fields

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OLHAr CIrCUNDANTE�0

ANO � - Nº 4TOQUE DE SAÍDA

POr TErrAS DE SUA MAJESTADE”A hora da partida soa quando

as árvores parecem inspiradas Como se tudo nelas germinasse.”

Sophia de Mello Breyner Andresen

A vida é uma contínua transição de ciclos, uma sucessão de fases marcadas por diferentes momentos, ideias e pensamentos. Quando contemplamos fotografias de quando éramos mais novos, verificamos o quanto mudámos a diversos níveis. Considero que as diferentes etapas da adolescência e do percurso escolar que percorremos são das fases mais significativas da nossa existência. Os primeiros doze anos de educação englobam, sem dúvida, os ciclos de aprendizagem mais importantes. Para alguns, esta caminhada académica termina aqui. Para outros é apenas o início. Para mim foi o começo da minha verdadeira existência enquanto cidadão do mundo.

Sensivelmente no início do meu 12º ano concorri para o ensino superior no Reino Unido. A escolha das universidades, os relatórios de candidatura e de recomendação, a ida às entrevistas das faculdades e as tentativas de obtenção de apoio financeiro (estas últimas um verdadeiro fracasso) foram algumas das pedras no caminho, obstáculos que não ultrapassei sozinho e ficarei eternamente grato às pessoas que me ajudaram e me permitiram ser bem sucedido. Após inúmeros contratempos, tomei uma decisão. Sabia que seria complicado em muitos aspectos, ainda mais tendo tido a oportunidade de estudar o que pretendia no meu país natal. A verdade é que no dia 17 de Setembro de 2006 parti de Portugal. Destino final: St Andrews, Escócia.

Voltei à “ocidental praia lusitana” três meses depois, após um semestre académico a estudar medicina num país onde o céu é de todas as cores e onde um homem de saias é, de acordo com a cultura local, atraente e sensual.

St Andrews é uma cidade pequena, com sensivelmente 18 mil habitantes, e deve a estabilidade da sua economia aos estudantes (cerca de 6800) e aos jogadores de golfe. Não acreditaria se me dissessem que uma universidade com quatro faculdades poderia situar-se em apenas três ruas principais. Acontece de facto. Três praias e os campos

de golfe contribuem para a beleza deste pequeno paraíso. Quando digo pequeno, faço-o com plena consciência do termo. Por vezes, diria mesmo insignificante. Não compreendo, portanto, como é que fui por ele seduzido.

Vivo numa residência universitária. O termo correcto seria hall of residence, desconheço a existência de uma tradução mais indicada. Inicialmente receei o facto de ter de coabitar com dezenas de outras pessoas, partilhando uma série de espaços comuns, mas a atmosfera de convívio e entreajuda revelou-se fenomenal. Embora algumas desvantagens sejam inevitáveis, sinto que a minha independência e autonomia não foram ameaçadas, foram até reforçadas. A minha habitação é um edifício em forma de navio, em que duas extensões parecem colidir na zona central. Aparentemente o edifício, que não é muito agradável à vista, afunda-se alguns centímetros por ano. A residência está entre as mais baratas que estão associadas à universidade, mais de uma dezena no total. Diz-se (não sei se no gozo) que o arquitecto que concebeu o seu plano de construção se suicidou. Coelhos habitam nos terrenos situados ao redor e entre os diferentes blocos da residência. A existência de um lago na zona circundante contribui para a diversidade do ecossistema, onde patos e outras aves aquáticas fazem igualmente parte do cenário. Não é raro ouvir-se o som das gaivotas que vêm em busca de restos de comida que porventura se encontrem no chão ou no parapeito das janelas. A vista dos andares intermédios e superiores é magnífica. Não fiquei portanto admirado quando, ao entrar na residência, após ter partido de Portugal pela segunda vez, se apoderou de mim um sentimento de nostalgia, de quem volta a casa após uma viagem às origens.

A minha experiência nas deslumbrantes terras escocesas encontra-se cheia de contrastes. A atmosfera intercultural e multilinguística é assombrosa. Deparo-mo com indivíduos que não sabem dizer de onde provêm: nasceram num país, foram criados noutro, estudaram num outro continente, e encontram-se agora na Escócia. As conversas

com estes colegas são tão ricas e interessantes que me ponho a analisar a minha vida até ao momento presente, e não consigo deixar de pensar o quanto tem sido aborrecida e monótona.

A diferença de mentalidades é algo que não posso deixar de referir. Num sistema de educação em que o aluno não é um número (uma média), mas sim uma pessoa, um indivíduo com qualidades e valores próprios, certas actividades são muito mais valorizadas do que em Portugal. A universidade dispõe de incontáveis grupos desportivos, clubes e sociedades académicas. Em todas lectivas se realizam eventos, tais como excursões aos Alpes para a prática de desportos de neve, ou viagens às Caraíbas para torneios de cricket. Actividades de voluntariado e obras de beneficência são algo que aqui se investe verdadeiramente. Acabo de chegar de Paris, após ter participado numa corrida “à boleia” até à capital francesa, um evento de beneficência com o intuito de angariar fundos para diversas organizações. Os episódios vividos ao longo destes dias deixaram memórias únicas, pelo que já receio os anos futuros, em que recordarei estas experiências com um profundo sentimento de saudade.

Uma das principais particularidades deste local, que de imediato percepcionei, foi a velocidade a que as nuvens se deslocam. Parece algo ridículo e despropositado de referir, mas as nuvens aqui movem-se com uma incomparável rapidez. Pergunto-me se será do vento. Talvez seja isso que provoca um místico compasso cronológico. Quanto ao tempo atmosférico, esse ainda é mais imprevisível, pois muda constantemente.

O primeiro ciclo de estudos universitários é igualmente uma fase da vida caracterizada pela mudança. Não posso deixar de enfatizar a forma como isso acontece em St Andrews. Todos aqui mudamos, atrever-me-ia a dizer, para melhor.

Vítor Hugo Fialho Lopes, ex-aluno do ECB