Tornearia - Rec. 3263

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Mecnico Geral Tornearia Vol. I

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Federao das Indstrias do Estado de Pernambuco Presidente Jorge Wicks Crte Real Departamento Regional do SENAI de Pernambuco Diretor Regional Antnio Carlos Maranho de Aguiar Diretor Tcnico Uaci Edvaldo Matias Diretor Administrativo e Financeiro Heinz Dieter Loges Ficha Catalogrfica 531.232 S474m SENAI-DN. Mecnico geral tornearia Vol. I. Recife, DITEC/DET/2000 1. MECNICA GERAL 2. TORNEARIA 3. BROCAS 4. TORNO MECNICO I. Ttulo

Reformulado pelo Departamento Regional de Pernambuco em julho de 2004.

SENAI Departamento Regional de Pernambuco Rua Frei Cassimiro, 88 Santo Amaro 50100-260 Recife PE. Tel.: 81.3416-9300 Fax: 81.3222-3837

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SUMRIO

Torno Mecnico Horizontal (Funcionamento Materiais Condies de Uso) Velocidade de Corte no Torno (Tabelas) Clculo do Nmero de Rotaes Velocidade de Corte no Torno Fludos de Corte Tornear Superfcie Cilndrica Externa na Placa Universal Facear Fazer Furo de Centro Brocar de Torno Tornear Superfcie Cilndrica na Placa e Ponta Torno Mecnico Horizontal Anis Graduados nas Mquinas Ferramentas Clculo de Sensibilidade Anel Graduado em Milmetro Nmero de Divises para Avanar Anel Graduado em Milmetro Esmerilhar ngulo de Sada Arredondar Ponta de Ferramenta Completar a Fiao Fazer a Face de Incidncia ou Ataque Completar o ngulo da Ponta Verificadores de ngulos Normas de Segurana (Rebolos) Tornear Superfcie Cnica Usando o Carro Superior Furar Usando o Cabeote Mvel Brocas (Nomenclatura Caractersticas Tipos) Gonimetro Afiar Broca Helicoidal ngulos de Corte em Brocas Helicoidas Escarear o Gume Transversal

5 8 10 11 13 16 21 25 28 31 34 39 45 46 49 49 49 50 50 51 54 55 60 64 68 77 84 86

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Recartilhar no Torno Torno de Placa de Castanhas Independente Centrar Mecnico Horizontal (Placas de Castanha Independente) Tornear Rebaixo Interno (Faceado Interno) Rebaixar Face Lateral do Bite ngulos de Corte para Ferramentas de Torno Mecnico Esmerilhar ngulo de Sada Frontal Sangrar e Cortar no Torno Roscas (Noes, Tipos e Nomenclaturas) Machos de Roscar Tabelas de Roscas para Macho

87 96 99 102 107 109 114 116 124 128 131

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TORNO MECNICO HORIZONTAL (FUNCIONAMENTO MATERIAIS CONDIES DE USO)

Funcionamento do Torno Mecnico Faz-se atravs de vrios rgos com movimentos circulares e retilneos. Movimento do Eixo Principal O eixo principal localizado no cabeote fixo recebe o movimento de rotao do motor eltrico atravs de correias polias e engrenagens.

No cabeote fixo, um conjunto de engrenagens possibilita variar as rotaes do eixo principal atravs do posicionamento de alavancas externas. Movimento do Carro Principal Do eixo principal o movimento passa ao mecanismo de inverso da marcha do fuso, movimentando o trem de engrenagens que, por sua vez, movimenta a caixa de roscas e avanos, chegando ao fuso e vara. Por intermdio da vara ou do fuso, faz-se movimentar o carro principal e o carro transversal.

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Materiais Empregados na Construo do Torno Mecnico e de Seus Acessrios Ferro Fundido Cinzento o elemento principal da estrutura do torno mecnico e seus acessrios. Vantangens na utilizao: Material fcil de ser obtido por fundio Boa durabilidade No deforma facilmente. Ao Material utilizado nas peas que constituem os mecanismos. Bronze Material onde deslizam eixos e parafusos dos mecanismos, para maior durabilidade dos mesmos. Condies de Uso O torno mecnico deve estar, para bom funcionamento, bem nivelado e com os apoios de sua base ou ps bem assentados.

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Para se obter um bom trabalho, o torno e seus acessrios, devem estar sempre: Limpos; Ajustados; Lubrificados. Cuidados a Observar Verifique, antes de ligar a mquina, se o carro se move livremente ao longo das guias do barramento. Proteja o barramento, sempre que colocar ou retirar placas ou materiais pesados. Determine lugar apropriado para as ferramentas e instrumentos de medir. Evite colocar ferramentas e instrumentos de medir sobre o barramento. Mantenha os acessrios do torno em lugar adequado.

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VELOCIDADE DE CORTE NO TORNO (TABELAS)

a velocidade de um ponto da superfcie que se corta, quando esta superfcie gira. Medida A velocidade de corte no torno medida em metros por minuto (m/min). O valor correto obtido, fazendo-se com que o torno gire nas rotaes adequadas. Fatores de que Depende a Velocidade de Corte O material a tornear. O material da ferramenta. A operao a executar.

VOCABULRIO TCNICO UTILIZADO Recartilhar a operao que produz sulcos na superfcie das peas cilndricas, com a ferramenta chamada recartilha. Ebonite Material plstico, isolante de eletricidade. Designao S.A.E. Society Automotive Engineers (Sociedade Automveis dos Estados Unidos).

de Engenheiros de

Designao A.B.N.T. Associao Brasileira de Normas Tcnicas. Tabelas Relativas Velocidade de Corte ao Torno Tabelas como as que se seguem, permitem determinar a velocidade de corte para cada caso, conhecidos os fatores vistos anteriormente.

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Conhecida a velocidade de corte, pode-se encontrar a rotao por minuto (rpm), por clculos ou em tabelas.Tabela de Velocidades de Corte (V) para o Torno (em metros po rminuto)FERRAMENTAS DE AO RPIDO MATERIAISDesbastar Acabamento Roscar recartilhar

FERRAMENTAS DE CARBONETO METLICODesbastar Acabamento

1020 1030 Ao Carbono Macio 1045 1050 Ao Carbono Duro 1060 1070 Ao Carbono Extraduro Ferro Fundido Malevel Ferro Fundido Cinzento Ferro Fundido Duro Bronze Lato e Cobre Alumnio Fibra e Ebonite

25 15 12 20 15 10 30 40 60 25

30 20 16 25 20 15 40 50 90 40

10 8 6 8 8 6

200 120 40 70 65 30 300 350 500 120

300 160 60 85 95 50 380 400 700 150

10 25 10 25 15 35

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CLCULO DO NMERO DE ROTAES

Determinar o nmero de rotaes, para se desbastar um eixo de ao 1020A de 80mm de dimetro, com ferramenta de ao rpido. Observao: Em primeiro lugar, procurar na tabela a velocidade de corte para se tornear ao 1020A com ferramenta de ao rpido. Para esse caso, encontrar de 20 a 30 metros por minuto. Convenes: V = Velocidade de corte em metros por minuto D = Dimetro da pea por tornear N = Nmero de rotaes por minuto 318 = Constante (simplificao de 1000 )

Dados: D = 80mm V = 30 m/min (tabela) Qualidade da ferramenta: ao rpido N= V X 318 D

Frmula:

Pedido: N

Soluo: Substituindo, na frmula, os valores literais pelos valores numricos dados, teremos: 159 N = 30 x 318 = 30 x 318 = 3 x 159 80 80 4 4 159 N = 477 = 119 x 3 4 477 4 07 119 37 1 Resposta: N = 119 rpm (rotaes por minuto)

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VELOCIDADE DE CORTE NO TORNODIMETROS EM MILMETROS MATERIAL POR DESIGNAO CARBONO (%) TORNEAR ABNT Ferro Fundido Macio Ao Carbono 1020 0,18 a 0,23 Macio 1030 0,28 a 0,34 Ao Carbono 1045 0,43 a 0,50 Duro 1050 0,48 a 0,55 Ao Carbono 1055 0,50 a 0,60 Muito Duro 1060 0,55 a 0,65 Bronze Fosforoso Lato e Alumnio

DESBASTES COM FERRAMENTA DE AO RPIDO6a8 855 1300 800 700 1350 2200

10 560 950 700 520 970 1700

12 480 800 600 425 820 1500

14 16 18 22 26 30 NMERO DE ROTAES POR MINUTO (rpm) 400 675 500 375 685 1300 380 600 450 340 620 1100 330 520 400 300 540 900 260 410 310 230 420 800 230 380 280 200 390 700 190 320 240 170 330 600

35 160 280 200 150 290 500

40 145 240 175 130 250 400

45 130 210 155 115 220 375

DIMETROS EM MILMETROS MATERIAL POR DESIGNAO CARBONO (%) TORNEAR ABNT Ferro Fundido Macio Ao Carbono 1020 0,18 a 0,23 Macio 1030 0,28 a 0,34 Ao Carbono 1045 0,43 a 0,50 Duro 1050 0,48 a 0,55 Ao Carbono 1055 0,50 a 0,60 Muito Duro 1060 0,55 a 0,65 Bronze Fosforoso Lato e Alumnio

DESBASTE COM FERRAMENTA DE AO RPIDO50

55 105 175 125 95 180 325

60 95 165 120 85 165 300

65 70 75 80 85 90 NMERO DE ROTAES POR MINUTO (rpm) 90 150 110 80 155 275 80 135 100 75 140 250 75 130 95 70 135 225 70 120 90 65 125 200 65 110 85 60 115 190 60 105 80 55 110 180

95 a 100 55 90 70 50 95 160

110 a 120 50 80 65 45 85 140

115 190 140 100 195 350

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DIMETROS EM MILMETROS MATERIAL POR DESIGNAO CARBONO (%) TORNEAR ABNT Ferro Fundido Macio Ao Carbono 1020 0,18 a 0,23 Macio 1030 0,28 a 0,34 Ao Carbono 1045 0,43 a 0,50 Duro 1050 0,48 a 0,55 Ao Carbono 1055 0,50 a 0,60 Muito Duro 1060 0,55 a 0,65 Bronze Fosforoso Lato e Alumnio

ROTAO PARA: ROSCAR-RECARTILHAR-SANGRAR-PERFILAR COM FERRAMENTA DE FORMA6a8 240 475 395 240 600 700 10 12

14 16 18 22 26 30 NMERO DE ROTAES POR MINUTO (rpm) 135 270 228 136 360 400 120 238 198 120 320 350 105 210 176 106 280 310 90 175 145 88 230 260 80 150 130 78 210 230 65 130 105 65 170 200

35 55 110 90 55 150 170

40 50 95 80 48 127 140

45 40 85 70 42 112 120

190 380 320 195 500 600

160 315 265 160 420 450

DIMETROS EM MILMETROS MATERIAL POR DESIGNAO CARBONO (%) TORNEAR ABNT Ferro Fundido Macio Ao Carbono 1020 0,18 a 0,23 Macio 1030 0,28 a 0,34 Ao Carbono 1045 0,43 a 0,50 Duro 1050 0,48 a 0,55 Ao Carbono 1055 0,50 a 0,60 Muito Duro 1060 0,55 a 0,65 Bronze Fosforoso Lato e Alumnio

ROTAO PARA: ROSCAR-RECARTILHAR-SANGRAR PERFILAR COM FERRAMENTA DE FORMA50 55 60

65 70 75 80 85 90 NMERO DE ROTAES POR MINUTO (rpm) 29 59 49 29 78 83 27 55 45 27 73 78 25 51 42 25 68 72 24 48 40 24 64 68 22 45 36 22 60 64 20 40 33 20 56 60

95 a 100 18 35 30 18 52 55

110 a 120 16 30 25 16 48 50

38 76 65 38 105 110

35 69 58 35 93 100

32 64 53 32 85 95

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FLUDOS DE CORTE

So usados para atuar como refrigerantes da ferramenta e da pea. Como lubrificantes da ferramenta, para obter-se maior durabilidade do gume e para se conseguir melhor acabamento de superfcie nos trabalhos a executar.

Empregam-se, geralmente os seguintes lquidos como fludos de corte: leos de Corte So leos minerais aos quais se adicionam compostos qumicos. So usados como se apresentam comercialmente. Solues de corte So misturas de gua e outros elementos com leo solvel, enxofre, brax etc. Geralmente, devem ser preparadas. O fludo de corte mais utilizado uma mistura, de aspecto leitoso, que contm gua (como refrigerante) e 5 a 10% de leo solvel (como lubrificante).

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A seguir, apresentamos um quadro com os fludos de corte. Observe que, a cada fludo de corte, corresponde um nmero respectivo. N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 FLUDO DE CORTE seco gua com 5% de leo solvel uga com 8% de leo solvel leo mineral puro leo mineral composto leo sulfurizado com ou sem cloro Querosene Querosene com 30% de leo mineral leo de coco (Palm Oil) leo solvel (para retificao)

A seguir, figura uma tabela que contm os fludos de corte recomendados de acordo com o trabalho que ser executado.MATERIAL PARA TRABALHAR TORNEAR FURAR FRESAR APLAINAR RETIFICAR ROSCAR c/ ponta de ferramenta c/ macho ou tarraxa

Ao carbono 1020 Ao carbono 1045 Ao crbono acima de 1060 aos-liga Ao inoxidvel Ferro fundido Alumnio e suas ligas Bronze e lato Cobre

1 2 3 3 3 1 7 8 1 2 1 6

2 3 3 3 6 1 8 2 2

2 3 3 3 1 8 2 2

2 3 3 3 1 8 1 2

10 10 10 10 10 10 10 10

2 4 3 5 3 5 4 1 6 7 6 1 6 1 6

4 4 4 5 1 6 7 6 1 6 6 9

PRECAUO Lave com gua e sabo as partes do corpo atingidas pelo fludo de corte; alguns fludos de corte contm substncias que fazem mal pele.

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RESUMO Fludos de corte Servem para: Refrigerar a pea e a ferramenta Lubrificar o corte Melhorar a qualidade da superfcie das peas Tipos mais usados: leos de corte: so encontrados prontos. Solues: devem ser preparadas; a mais usada o leo solvel. PRECAUO Lave as partes do corpo atingidas pelo fludo de corte, para evitar infeco da pele.

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TORNEAR SUPERFCIE CILNDRICA EXTERNA NA PLACA UNIVERSAL

uma operao que consiste em dar forma cilndrica a um material em rotao, submetido ao de uma ferramenta de corte.

uma das operaes mais executadas no torno, com o fim de obter formas cilndricas definitivas (eixos e buchas) ou tambm para preparar o material para outras operaes. PROCESSO DE EXECUO 1 Passo Prenda o material. OBSERVAES 1. Deixe para fora das castanhas um comprimento maior que a parte que ser cilndrica, que no supere em trs vezes o dimetro.

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2. O material deve estar centrado; caso contrrio, mude a posio, girando-o um pouco sobre si mesmo, at conseguir melhor centragem. PRECAUO Centifique-se de que o material est bem preso nas castanhas. 2 Passo Monte a ferramenta. a) Deixe a ponta da ferramenta para fora o suficiente para que o portaferramentas no toque na castanha.

b) Fixe o porta-ferramentas de modo que ele tenha o mximo de apoio possvel sobre o carro.

OBSERVAES A ponta da ferramenta dever estar altura do eixo do torno. Para isso, usa-se a contraponta do cabeote mvel como referncia.

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3 Passo Regule o torno na rotao adequada. OBSERVAO Consulte uma tabela de rpm. 4 Passo Marque o comprimento a tornear, sobre o material. a) Desloque a ferramenta at o comprimento desejado, medindo com rgua graduada ou paqumetro.

Rgua graduada b) Ligue o torno e faa um risco de referncia.

Paqumetro

5 Passo Determine a profundidade do corte. a) Ligue o torno e aproxime a ferramenta, at coloc-la em contato com o material.

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b) Desloque a ferramenta para a direita, para que ela fique fora do material. c) Acerte o trao zero do anel graduado pela linha de referncia e faa penetrar a ferramenta em uma determinada profundidade.

6 Passo Torneie no dimetro. a) Com avano manual, faa um rebaixo de aproximadamente 3 mm.

b) Recue a ferramenta. c) Desligue a mquina. d) Verifique, com o paqumetro, o dimetro obtido no rebaixo.

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PRECAUO Faa a medio com o torno parado. e) Torneie, completando o passe at a marca que determina o comprimento. OBSERVAO Usar fludo de corte, se necessrio. f) Repita a indicao (e) tantas vezes quantas forem necessrias para atingir o dimetro desejado. VOCABULRIO TCNICO Rgua graduada: escala.

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FACEAR

Facear fazer no material uma superfcie plana perpendicular ao eixo do torno, mediante a ao de uma ferramenta de corte que se desloca por meio do carro transversal.

Esta operao realizada na maioria das peas que se executam no torno, tais como: eixos, parafusos, porcas e buchas. O faceamento serve para se obter uma face de referncia ou, ainda, como passo prvio furao.

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PROCESSO DE EXECUO 1 Passo Prenda o material na placa universal. OBSERVAES 1. Deve-se deixar para fora da placa um comprimento L, inferior ou igual ao dimetro do material.

2. O material dever estar centrado; caso contrrio, mude sua posio, fazendo-o girar um pouco sobre si mesmo. 2 Passo Prenda a ferramenta. a) Coloque a ferramenta no suporte. OBSERVAO A distncia A da ferramenta dever ser a menor possvel.

b) Prenda o suporte de modo que ele tenha o mximo do apoio sobre o carro.

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OBSERVAES 1. A ponta da ferramenta deve situar-se na altura do centro do torno. Para isso, usa-se a contraponta como referncia. 2. A aresta de corte da ferramenta deve ficar em ngulo com a face do material.

3 Passo Aproxime a ferramenta da pea, deslocando o carro principal, e fixe-o. 4 Passo Ligue o torno. OBSERVAO Consultar tabela de rotaes. 5 Passo Faceie. a) Faa a ferramenta tocar na parte mais saliente da face do material e tome referncia no anel graduado do carro superior.

b) Avance a ferramenta at o centro do material. c) Faa penetrar a ferramenta aproximadamente 0,2mm. d) Desloque lentamente a ferramenta at a periferia.

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OBSERVAO No caso de ser necessrio retirar muito material na face, o faceamento se realiza da periferia para o centro da pea, com a ferramenta indicada na figura abaixo.

e) Repita as indicaes b, c e d, at completar o faceamento.

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FAZER FURO DE CENTRO

Fazer furo de centro abrir um orifcio de forma e dimenso determinadas, com uma ferramenta denominada broca de centrar.

Esta operao feita geralmente em materiais que necessitam ser trabalhados entrepontas (fig. A) ou placa e na ponta (fig. B). s vezes, faz-se furo de centro como passo prvio par se furar com broca comum.

Fig. A

Fig. B

PROCESSO DE EXECUO 1 Passo Centre e prenda o material. 2 Passo Faceie.

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3 Passo Prenda a broca. a) Coloque o mandril porta-brocas no mangote.

OBSERVAO Os cones devem estar limpos. b) Prenda a broca no mandril. OBSERVAO A broca selecionada em tabelas, de acordo com o dimetro do material. c) Aproxime a broca do material, deslocando o cabeote.

d) Fixe o cabeote. 4 Passo Ligue o torno. OBSERVAO A velocidade de corte selecionada em tabelas. 5 Passo Faa o furo de centro. a) Acione, com movimento lento e uniforme, o volante do cabeote, fazendo penetrar parte da broca.

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OBSERVAES 1. A broca deve estar alinhada com o eixo do material. Caso contrrio, corrija o alinhamento por meio dos parafusos de regulagem do cabeote.

2. Usar fludo de corte conforme a tabela. b) Afaste a broca, para permitir a sada dos cavacos e para limp-la. OBSERVAO A limpeza da broca se faz com pincel. c) Repita os subpassos a e b, at obter a medida D.

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BROCA DE CENTRAR

uma broca especial que serve para fazer furos de centro. fabricada de ao rpido. Tipos de Brocas Os tipos mais comuns de brocas so: Broca de centrar simples.

Broca de centrar com chanfro de proteo.

Graas sua forma, essas brocas executam, numa s operao o furo cilndrico, o cone e o escareado de proteo. Tipos Usuais de Centros Centro simples o mais comum dos centros e executado pela broca apresentada na figura abaixo.

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O escareado de proteo pode ter uma entrada escareada a 120 ou um rebaixo, com a finalidade de proteger a parte cnica contra deformaes ocasionadas por choques, capazes de prejudicar o rigor da centragem. Centro projtegido executado pela broca da figura abaixo.

TABELAS DE MEDIDAS As medidas dos centros devem ser adotadas em proporo aos dimetros das peas. A base a tabela que se segue:DIMETROS DAS PEAS A CENTRAR d1 (mm) 5 a 15 16 a 20 21 a 30 31 a 40 41 a 60 61 a 100 MEDIDAS DAS BROCAS (mm) DIMETRO MXIMO DO ESCAREADO (E)

d1,5 2 2,5 3 4 5

D5 6 8 10 12 14

c2 3 3,5 4 5 6,5

C40 45 50 55 66 78

(mm) 4 5 6,5 7,5 10 12,5

Proporo entre medidas dos centros e dimetros das peas.

OBSERVAO C = comprimento da broca. 29

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RESUMO Broca de Centrar O que : Broca especial para fazer furo de centro. Quais os tipos principais: Broca para fazer centros simples. Broca pra fazer centros protegidos. De que feita: de ao rpido. Como funciona: Executa-se o furo cilndrico, o cone e o escareado de proteo em uma s operao. Como escolhida: escolhida em funo do dimetro do material, conforme a tabela.

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TORNEAR SUPERFCIE CILNDRICA NA PLACA E PONTA

uma operao que consiste em tornear o material, estando um dos seus extremos preso na placa universal e o outro apoiado na contraponta.

Aplica-se quando o material a tornear longo, pois este, somente preso na placa universal, se flexionaria sob a ao da ferramenta.

PROCESSO DE EXECUO 1 Passo Faceie e faa o furo de centro numa extremidade do material. 2 Passo Coloque a contraponta no mangote. OBSERVAO Os cones devem estar limpos. 3 Passo Prenda o material. a) Aperte suavemente o material na placa universal. b) Aproxime a contraponta, deslocando o cabeote mvel, e fixe-o.

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OBSERVAES 1. Verificar o alinhamento da contraponta pela referncia A e corrigir, se necessrio.

2. O mangote deve ficar fora do cabeote duas vezes o seu dimetro, no mximo.

c) Introduza a contraponta no furo de centro, girando o volante do cabeote mvel. OBSERVAO Lubrificar o furo de centro. d) Verifique a centricidade do material e fixe definitivamente na placa universal. e) Ajuste a contraponta e fixe o mangote atravs do manpulo. 4 Passo Prenda a ferramenta. 5 Passo Verifique o paralelismo. a) Ligue o torno.

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OBSERVAO Determinar a rotao em tabela. b) Faa um rebaixo no extremo do material e tome referncia da profundidade do corte no anel graduado.

c) Retire a ferramenta e desloque-a, par realizar o outro rebaixo, com a mesma profundidade de corte anterior. d) Recue a ferramenta e mea os dimetros dos rebaixos com o paqumetro. OBSERVAO Se o dimetro do rebaixo prximo contraponta for maior desloca-se o cabeote mvel no sentido X; se for menor, no sentido Y.

6 Passo Torneie na medida. OBSERVAES 1. A pea somente deve ser retirada da placa depois de terminada, para se evitar nova centragem. 2. Verificar frequentemente o ajuste da contraponta e a lubrificao. 33

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TORNO MECNICO HORIZONTAL

Cabeote Mvel a parte do torno que se desloca sobre o barramento (fig. A). oposta ao cabeote fixo. A contraponta est situada na mesma altura da ponta do eixo principal (Fig. B). A contrapartida e a ponta do eixo principal que determinam o eixo de rotao da superfcie torneada.

Fig. A - Cabeote mvel do torno

Fig. B

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Funes O cabeote mvel cumpre as seguintes funes: Servir de suporte contraponta, destinada a apoiar um dos extremos da pea a tornear.

Servir para fixar o mandril de haste cnica, para furar com broca no torno.

Servir de suporte direto para ferramentas de corte, de haste cnica, como brocas, alargadores e machos.

Deslocar a contraponta lateralmente, para tornear peas de pequena conicidade.

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Constituio

Cabeote mvel (vista lateral) 1. Base 2. Corpo 3. Contraponta 4. Trava do mangote 5. Mangote 6. Parafuso de deslocamento do mangote 7. Volante 8. Manpulo 9. Porca do mangote 10. Parafuso e porca de fixao 11. Guia do barramento do torno 12. Guia de deslocamento lateral do cabeote 13. Parafuso de deslocamento lateral do cabeote 14. Barramento do torno 15. Buchas de aperto do mangote 16. Placas de fixao Cabeote mvel (vista frontal)

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Constituio Informaes Gerais Cabeote Mvel Pode ser fixado ao longo do barramento por meio de: Parafusos, porcas e placas.

Alavanca com excntrico.

feita de ferro fundido cinzento. Ela apia-se no barramento e serve de apoio ao corpo.

tambm feito de ferro fundido cinzento. Nele se encontra todo o mecanismo do cabeote mvel. O corpo pode ser deslocado lateralmente, a fim de permitir o alinhamento ou o desalinhamento da contraponta. constitudo de ao. Podem-se adaptar ao mangote ferramentas e pontas de centro.

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O mangote desloca esses elementos, longitudinalmente, por meio do parafuso e do volante. Trava do Mangote Serve para fixar o mangote, impedindo que se movimente durante o trabalho. Condies de Uso Conserve limpos e lubrificados o mecanismo do cabeote e as guias da base. Evite danificar as roscas, ao alojar o mangote. Aproxime-o de modo que no se choque com o parafuso. RESUMO Cabeote Mvel O que : Parte do torno que se desloca ao longo do barramento. O que permite: Prender ferramentas e pontas de centro. Deslocar ferramentas e pontas de centro no sentido longitudinal. Determinar simetria. Quais as partes principais: Base Corpo Mangote Parafuso Volante Trava do mangote Peas de Aperto Parafusos e porcas Placas Alavanca com excntrico Em que condies funcina: Limpeza e lubrificao Cuidado com as roscas

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ANIS GRADUADOS NAS MQUINAS FERRAMENTAS

Anis Graduados So elementos de forma circular, com divises com distncias iguais, que as mquinas-ferramentas possuem. So construdos com graduaes de acordo com os passos dos parafusos onde se situam. Esses parafusos comandam o movimento dos carros (fig. A), ou das mesas das mquinas (fig. B).

Fig. A - Anis graduados do torno

Fig. B - Anel graduado da mesa da plaina limadora

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Emprego Permitir relacionar-se um determinado nmero de divises do anel com a penetrao (Pn) necessria para se efetuar o corte.

E = espessura do material antes do passe. e = espessura da pea depois do passe.

D = dimetro da pea antes do passe. e = dimetro da pea depois do passe.

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Permitir relacionar-se um determinado nmero de divises do anel com o deslocamento (d) da pea em relao ferramenta.

Dados Bsicos para o Clculo O operador tem que calcular quantas divises deve avanar no anel graduado para fazer penetrar a ferramenta ou deslocar a pea na medida requerida. Para isso, ter que conhecer: A penetrao da ferramenta. O passo do parafuso de comando (em milmetro ou polegada). O nmero de divises do anel graduado.

Etapas do Clculo do Nmero de Divises por Avanar no Anel Graduado 1a. Etapa Determine a penetrao (Pn) que a ferramenta deve fazer no material. Calcule assim: Penetrao axial da ferramenta. Pn = E e Pn = penetrao da ferramenta. E = espessura axial ou comprimento do material. e = espessura ou comprimento da pea depois do passe.

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Penetrao radial da ferramenta. Pn1 = Dd 2

Pn1 = penetrao radial da ferramenta. D = dimetro do material antes do passe. d = dimetro da pea depois do passe. 2a. Etapa Determine, a seguir, o avano por diviso do anel graduado. Faa assim: Avano por diviso do anel (A). (A) = Passo do parafuso (P) N de divises do anel (N) A= P N

3a. Etapa Determine, finalmente, o nmero de divises a avanar no anel graduado. O clculo se faz do seguinte modo: N de divises por avanar (X) = = Penetrao (Pn) Avano por diviso (A)

X = Pn A

OBSERVAO Em todos os casos, supe-se que o parafuso de comando o de uma s entrada.

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EXEMPLOS DE CLCULOS 1. Calcule o nmero de divises por avanar num anel graduado de 200 divises, para se aplainar uma barra de 20 mm para 18,5 mm. O passo do parafuso de comando de 4 mm. Clculo: Penetrao Pn = E e Pn = 1,5 Avano por divises por avanar: A= P A = 4 mm A = 0,02 mm N 200 Nmero de divises por avanar: 1,5 X = 75 divises X = Pn X = A 0,02 2. Calcule quantas divises devem ser avanadas em um anel graduado de 100 divises, ao se desbastar um material de 60 mm de dimetro, para deix-lo com 45 mm. O passo do parafuso de comando de 5 mm. Clculo: Penetrao radial: Pn1 = D - d Pn1 = 2

60 - 45 Pn1 = 7,5 mm 2

Avano por diviso do anel: A= P = 5 = 0,05 mm N 100 Nmero de divises por avanar: X = Pn X = 7,5 mm X = 150 (Ou seja, uma volta e meia do anel) A 0,05 mm

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3. Calcule quantas divises devem ser avanadas em um anel graduado de 25 divises, para se reduzir de (0,500) para 7/16 (0,4375) a espessura de uma barra. O passo de parafuso de comando de 1/8 (0,125). Clculo Penetrao: Pn = E e Pn = 0,500 0,4375* = 0,0625 Avano por diviso do anel: A= P 0,125 A = 0,0005 N 250 Nmero de divises por avanar: X = Pn X = 0,0625 X = 125 (ou seja meia volta) A 0,0005

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CLCULO DE MILMETRO

SENSIBILIDADE

ANEL

GRADUADO

EM

Calcular o avano correspondente a uma diviso do anel graduado, sabendose que o fuso da mquina tem 4 mm de passo e o anel graduado apresenta 80 divises iguais. Convenes a = avano correspondente a uma diviso do anel graduado. P = passo do fuso da mquina. n = numero de divises do anel graduado. P=4 n = 80 a= P n

Dados

Pedido: a

Frmula

Soluo: Substituindo na frmula os valores literais pelos valores numricos dados, teremos: a= 4 80 a = 0,05 4,00 80 00 0,05 Resposta: a = 0,05 mm.

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NMERO DE DIVISES PARA AVANAR ANEL GRADUADO EM MILMETRO

Calcular o nmero de divises (traos) por deslocar, para se ter uma profundidade de corte de 2mm, sabendo-se que o avano (a) do anel graduado de 0,05 mm. Convenes Nd = nmero de divises por avanar no anel graduado. Pc = profundidade de corte. a = avano correspondente a uma diviso do anel graduado. a = 0,05 Pc = 2 mm Nd = Pc a

Dados

Pedido: Nd

Frmula

Soluo: Substituindo, na frmula, os valores literais pelos valores numricos dados, teremos: Nd = 2 0,05 2 0,05 2,00 0,05 00

Nd = 40 Resposta: 40 divises.

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Eixo cilndrico de dois corpos Escala 1:1 Ao 1020A a 1030A 1 x 205

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Ferramenta de Desbastar Direita Escala 2:1 Ao 3/8 x 50

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ESMERILHAR NGULO DE SADA

O ngulo de sada ou de ataque formado pela face de ataque e o plano horizontal passa pelo eixo da pea e contm linha de contacto com a ferramenta.

ARREDONDAR PONTA DE FERRAMENTA

Algumas ferramentas tm a ponta arredondada, para facilitar o acabamento da superfcie cortada, especialmente na operao de alisar. O raio do arredondamento relativamente pequeno, e o preparador ter que execut-lo manualmente.

COMPLETAR A FIAO

A operao completar a afiao tem como finalidade retirar das arestas resultantes do esmerilhamento rebarbas ou salincias provocadas pelo rebolo de abrasivo e, ainda, arredondar ligeiramente a ponta da ferramenta, a fim de lhe dar maior resistncia e, assim, maior vida.

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FAZER A FACE DE INCIDNCIA OU ATAQUE

Face de incidncia ou ataque a face que fica abaixo do fio ou gume principal e em frente superfcie da obra. A face de incidncia inclinada de 3 a 5 com a tangente obra, no ponto de corte, a fim de se evitar atrito. Este ngulo, o ngulo de incidncia, tambm chamado ngulo de folga.

COMPLETAR O NGULO DA PONTA

ngulo de ponta o ngulo formado pelo gume principal e o secundrio. Em geral, possui o valor de 90, salvo em ferramentas de alisar ou destinadas a executar cantos vivos internos.

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VERIFICADORES DE NGULOS

So lminas de ao temperada com ranhuras ou recortes em ngulo rigorosamente talhados nas bordas. So utilizados na verificao de ngulos, colocando-os em contato com a ferramenta a qual se queira dar o ngulo desejado. A verificao deve ser feita com rigor. A figura abaixo mostra a verificao do ngulo de uma talhadeira.

Verificadores de ngulos, de Lminas Articuladas Na figura abaixo, vemos um verificador com dois jogos de lminas: as da direita para ngulos de 2 - 4 - 6 - 8 - 12 - 20 - 30 - 45; as da esquerda verificam ngulos de 1 - 3 - 5 - 10 - 14 - 15 - 25 - 35.

A figura abaixo mostra o uso de uma das lminas para verificar o ngulo chamado ngulo de folga ou de incidncia, nas ferramentas de corte de torno e plaina.

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Se h contato exato entre o fio da lmina e o topo da ferramenta, o ngulo que se verifica est correto. A base da ferramenta e a aresta da lmina devem ficar bem assentadas sobre um plano. Tipos Diversos de Verificadors de ngulos As figuras abaixo apresentam alguns, para diferentes usos.

Verificador de ngulos universal para ferramentas de torno, brocas, porcas sextavadas.

Verificador de ngulos de ferramentas para roscar.

Verificador de ngulo de broca

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Verificador de ngulos de ferramentas de torno para roscas triangulares (escantilho). As escalas medem os nmeros de fios por polegadas da rosca.

Verificador de ngulos diversos de ferramentas de corte para plaina e torno.

Verificador de ngulos de 120 ou verificador de perfil sextavado.

Verificador de ngulo de 135 ou verificador de perfil oitavado.

Os verificadores de 120 e de 135 so usados, em geral, para ngulos de peas.

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NORMAS DE SEGURANA (REBOLOS)

Alguns conselhos: 1. Verificar, na colocao do esmeril, se o mesmo est fixado com firmeza. 2. Usar culos protetores equipados com vidro de segurana. Tal proteo no ser observada, se o prprio esmeril possuir protetores com visor de segurana. 3. Permanecer sempre junto do rebolo, durante o esmerilhamento. 4. Conservar a esmerilhadora equipada com guarda-rebolos apropriados. 5. Fazer que o descanso ou guia da ferramenta esteja sempre ajustado, de modo que no exceda de um oitavo de polegada o afastamento em relao ao rebolo. 6. No abandonar o esmeril, enquanto o rebolo estiver girando. 7. Utilizar presso de trabalho indicada. O rebolo, esquentando, poder partirse. 8. No esmerilhar alumnio, lato, cobre e outros metais num rebolo destinado a ao ou ferramenta de material duro. 9. Antes de utilizar o esmeril, faz-lo girar pelo menos durante um minuto.

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TORNEAR SUPERIOR

SUPERFCIE

CNICA

USANDO

O

CARRO

dar forma cnica ao material em rotao, deslocando-se a ferramenta obliquamente ao eixo do torno, conforme a inclinao dada ao carro superior.

Sua principal aplicao na confeco de pontas de tornos, buchas e reduo, sedes de vlvulas e pinos cnicos.

PROCESSO DE EXECUO Caso I Tornear Cnico Externo 1 Passo Torneie cilindricamente o material, deixando-o no dimetro maior do cone. OBSERVAO Usar fludo de corte.

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2 Passo Incline o carro superior. a) Solte os parafusos (A) da base. b) Gire o carro no ngulo desejado, observando a graduao angular.

c) Aperte os parafusos da base. 3 Passo Corrija a posio da ferramenta. OBSERVAO A ferramenta tem que estar rigorosamente na altura do centro e perpendicular geratriz do cone.

4 Passo Coloque o carro principal em posio de tornear o cone. a) Gire a manivela do carro superior, deslocando-a totalmente para frente. b) Desloque o carro principal para a esquerda, at que a ponta da ferramenta ultrapasse em 5mm, aproximadamente, o comprimento do cone.

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c) Fixe o carro principal, apertando o parafuso B. 5 Passo Ligue o torno. 6 Passo Inicie o torneamento pelo extremo B do material, com passes finos, girando a manivela do carro lentamente.

OBSERVAO Trocar de mo, na manivela, de modo que no se interrompa o corte. Usar fludo de corte. 7 Passo Verifique o ngulo do cone, quando ele estiver mais ou menos na metade do torneado, e corrija, se necessrio.

OBSERVAO Quando a verificao se faz com calibrador, deve-se afastar a ferramenta transversalmente e limpar o material e o calibrador. PRECAUO Para evitar ferir-se, afaste a ferramenta e cubra sua ponta com protetor de chumbo, couro ou madeira.

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8 Passo Repita as indicaes do 6 e 7 passos, at terminar a operao. Caso II Tornear Cnibo Interno 1 Passo Torneie cilindrico interno no dimetro menor do cone. OBSERVAO Leve em conta o comprimento do cone. 2 Passo Fixe o carro superior no ngulo de inclinao do cone. 3 Passo Prend a ferramenta de alisar interno. OBSERVAO Movimente a ferramenta, girando-a no sentido das flechas, para acert-la na altura, utilizando, para isso, o verificador.

4 Passo Situe o carro principal em posio de tornear o cone e fixe-o. OBSERVAO Sendo o comprimento do cone igual ao comprimento da pea, a ferramenta dever sair do lado da placa aproximadamente 5mm.

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5 Passo Determine a rpm, considerando o dimetro maior do cone. 6 Passo Torneie o cone. OBSERVAES 1. As demais fases de execuo so iguais s do torneamento cnico externo com o carro superior. 2. Para alisar, d os passes no sentido de B para A e repasse de A para B, sem dar profundidade de corte.

Vocabulrio Tcnico Carro superior: espera, carro orientvel. Gonimetro: Transferidor.

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FURAR USANDO O CABEOTE MVEL

Esta operao consiste em fazer um furo cilndrico por deslocamento de uma broca montada no cabeote mvel, com o material em rotao.

Serve, em geral, de preparao do material para operaes posteriores de alargamento e torneamento e roscamento internos. PROCESSO DE EXECUO 1 Passo Faceie. 2 Passo Faa um furo de centro. 3 Passo Verifique o dimetro da broca com o paqumetro, medindo sobre as guias, sem gir-la.

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OBSERVAO No caso de broca de mais de 12mm, s vezes necessrio fazer um furo inicial de dimetro um pouco maior que o da alma da broca.

4 Passo Fixe a broca helicoidal. OBSERVAES 1. A broca de haste cilndrica fixada no mandril. 2. A broca de cnica fixada diretamente no cone do mangote ou com o auxlio de bucha de reduo.

5 Passo Prepare o torno. a) Determine a rotao, consultando tabela. b) Aproxime o cabeote mvel, de modo que a ponta da broca fique a mais ou menos 10 mm do material e fixe-o.

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OBSERVAO O mangote deve ficar o mximo possvel dentro de seu alojamento. 6 Passo Inicie o furo, fazendo avanar a broca com giro do volante do cabeote mvel, at que comece a cortar. OBSERVAO Caso a broca oscile, deve-se prender um material macio no porta-ferramenta, fazendo-o avanar, at encostar suavemente na broca, medida que a ponta penetra na pea.

Nesse caso, os gumes da broca devem estar em posio vertical. Aps a ponta da broca penetrar, retire o material utilizado como apoio.

7 Passo Continue a furar, fazendo penetrar a broca. OBSERVAES 1. Retirar frequentemente a broca do furo para limp-la com um pincel. 2. Refrigerar adequadamente.

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8 Passo Termine o furo na profundidade desejada. OBSERVAO A profundidade do furo pode ser controlada pela escala existente no mangote (Fig. A), ou com uma referncia sobre a broca (Fig. B).

Fig. A

Fig. B

9 Passo Verifique a profundidade. a) Afaste o cabeote mvel. b) Limpe o furo. c) Verifique a profundidade do furo com a haste de profundidade do paqumetro.

OBSERVAO No leve em conta a parte cnica da ponta da broca.

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BROCAS (NOMENCLATURA CARACTERSTICAS TIPOS)

BROCAS So ferramentas de corte, de forma cilndrica, temperadas, com canais retos ou helicoidais. Terminam em ponta cnica e so afiadas com um ngulo determinado. Emprego Servem para fazer furos cilndricos nos diversos materiais. Caractersticas As brocas se caracterizam: Pela medida do dimetro. Pela forma da haste. Pelo material de fabricao. Tipos e Nomenclatura Broca helicoidal de haste cilndrica utilizada presa em um mandril. Fabrica-se, geralmente, com dimetros normalizados de at 20mm.

Broca helicoidal de haste cnica As brocas de haste cnica so montadas, diretamente, no eixo das mquinas. Isso permite prender com maior firmeza essas brocas, que devem suportar grandes esforos no corte. So fabricadas com dimetros normalizados de 3 a 100mm.

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Os tipos de brocas apresentados nas duas figuras anteriores so os mais usados e somente se diferenciam na construo da haste. O ngulo da ponta da broca varia de acordo com o material para furar. A tabela a seguir, indica os ngulos recomendveis para os materiais mais comuns.

NGULO

MATERIAL

118 150 125 100 90 60

Ao macio Ao duro Ao forjado Cobre e alumnio Ferro fundido e ligas leves Plsticos, fibras e madeira

As arestas de corte devem ter o mesmo comprimento.

O ngulo de folga ou incidncia deve ter de 9 a 15.

Nessas condies, d-se melhor penetrao da broca no material.

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Outros Tipos de Brocas Broca de centrar Permite a execuo dos furos de centro nas peas que vo ser torneadas, fresadas ou retificadas entrepostas.

Broca de centrar

Broca de centrar com chanfro de proteo

Broca com orifcio para fludos de corte usada para produo contnua e em alta velocidade, que exige abundante lubrificao, principalmente em furos profundos.

O fludo de corte injetado sob alta presso. No caso do ferro fundido e dos metasi no ferrosos, os canais so aproveitados para injetar ar comprimido, que expele os cavacos e a sujeira. Broca de canais retos usada, especialmente, para furar bronze e lato. Apresenta dois canais retilneos.

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Broca canho Tem o corpo semicilndrico, com uma s aresta de corte. usada para furos profundos e de pequenos dimetros, pois, alm de ser mais robusta do que a broca helicoidal, utiliza o prprio furo como guia.

Broca mltipla ou escalonada empregada em trabalhos de grande produo industrial seriada. Serve para executar, na mesma operao, os furos e os rebaixos respectivos.

Material da Broca So fabricadas de ao rpido, ou de ao carbono. As brocas de ao rpido so utilizadas para trabalhos que exigem alta velocidade de corte. Essas brocas oferecem maior resistncia ao desgaste e ao calor, sendo, portanto, mais econmicas que as de ao carbono, cujo emprego tende a diminuir na indstria. Conservao Mantenha as brocs bem afiadas e fixadas, e com a haste em boas condies. Evite quedas e choques. Limpe-as aps o seu uso. Guarde-as em lugar apropriado.

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GONIMETRO

um instrumento que mede ou verifica os ngulos, mediante um disco graduado em graus.

CONSTITUIO O gonimetro compem-se, geralmente de:

Rgua mvel Determina a posio com o trao de referncia da bse do corpo. Fixador Fixa a rgua no ngulo desejado. Corpo e base do corpo Determina o ngulo desejado em referncia rgua. Disco graduado Determina o ngulo em referncia ao trao zero.

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UNIDADE DE MEDIDA O disco graduado do gonimetro pode apresentar: Uma circunferncia graduada com 360. Uma semicircunferncia graduada com 180. Um quadrante graduado com 90. A unidade prtica do ngulo o Grau. O grau divide-se em 60 minutos de ngulo, e o minuto divide-se em 60 segundos de ngulo. Os smbolos usados so: Grau ( ) assim: 54 Minuto ( ) assim: 5430 Segundo ( ) assim: 543012 Que se l: cinquenta e quatro graus, trinta minutos e doze segundos.

TIPOS MAIS COMUNS E EMPREGO Gonimetro simples Usado em casos de medidas angulares que no exijam extremo rigor.

Fig. A

Fig. B

Fig. C

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No gonimetro da figura C a rgua, alm de girar na articulao, pode deslizar na ranhura. Emprego Exemplos de usos do gonimetro simples.

Esquadro combinado completo Possui um gonimetro e mais duas peas usadas na rgua.

Emprego Esquadro Serve para verificar o esquadrejamento nas partes externas e internas das peas. Esquadro de centrar Empregado para traar linhas de centro nos topos dos eixos. Gonimetro Utilizado para medir ou verificar ngulos. 70

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Gonimetro de preciso constitudo conforme a figura abaixo:

Disco graduado e esquadro, formando uma s pea; o disco graduado apresenta quatro graduaes, de 0 a 90. Articulador, tendo na extremidade um ressalto, adaptvel ranhura da rgua; o articulador gira com o disco do vernier. Rgua, que pode ser girada se o articulador estiver nela fixado; assim, poder adaptar-se aos lados ou s faces do ngulo por medir, com uma das bordas do esquadro. A posio varivel da rgua em torno do disco graduado permite, pois, a medio de qualquer ngulo. Disco do vernier, que nos d a aproximao at 5 minutos (5) de ngulo. Rgua pequena que pode ser colocada em lugar da rgua grande em casos especiais de medies de ngulos.

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Emprego As figuras abaixo do exemplos de diferentes medies de ngulos de peas ou ferramentas. Mostram, ainda, variadas posies da lmina e do esquadro.

O gonimetro montado sobre um suporte facilita a medio de ngulos, pois sua base se apia sobre uma superfcie de referncia (mesa de traagem, por exemplo).

Caractersticas Ser de ao inoxidvel. Apresentar graduao uniforme, com traos bem finos e profundos. Ter as peas componentes bem ajustadas. Ter o parafuso de articulao capaz de dar bom aperto e boa firmeza.

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EXPLICAO DO VERNIER DE 5 MINUTOS (5) A medida total do vernier, de cada lado do zero, igual medida total de 23 graus (23) do disco graduado.

O vernier apresenta 12 divises iguais: 5, 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 45, 50, 55 e 60. Assim, cada diviso do vernier vale 115 minutos (115). Isso porque: 23 : 12 = (23 x 60) : 12 = 1380 : 12 = 115 Dois graus (2) correspondem, em minutos, a: 2 x 60 = 120 Disso resulta que cada diviso do vernier tem menos 5 minutos do que duas divises do disco graduado. Portanto, desde os traos em coincidncia, a primeira diviso do vernier d a diferena de 5, a segunda diviso d 10, a terceira d 15, e assim sucessivamente.

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Leitura do gonimetro com vernier de 5 1 Exemplo:

O zero do vernier est entre o 24 e o 25 do disco graduado (24). O 2 trao do vernier coincide com um trao do disco graduado (2 x 5 = 10). A leitura completa, portanto, : 2410. Outros exemplos de leituras:

Leitura: 915

Leitura: 5115

Leitura: 305

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Eixo cilndrico chanfrado e furado Escala 1:1

Tolerncia no Especificadas no Desenho 1 a 10 a 30 a 80 a 180 10 30 80 180 a 360 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5

Smbolos Indicativos de Acabamento de Superfcie Bruto Desbastado Alisado Polido RetificadoRET

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Broca helicoidal Escala 2/1 3 1 Broca helicoidal 2 1 Broca helicoidal 1 1 Broca helicoidal

B. H. ao rpido 3mm B. H. ao rpido B. H. ao rpido 12mm

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AFIAR BROCA HELICOIDAL

a operao que consiste em preparar as arestas cortantes de uma broca com a finalidade de facilitar a penetrao e as condies de corte.

Duas so as maneiras de execut-la: mo ou com dispositivos especiais. PROCESSO DE EXECUO PRECAUO Todos os trabalhos executados com rebolos implicam na necessidade de proteger os olhos. 1 Passo Ligue a esmerilhadora. 2 Passo Segure a broca em posio e aproxime-a do rebolo. PRECAUO A broca deve ser cuidadosamente.

segurada

com

firmeza

e

aproximada

o

rebolo

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3 Passo Afie um dos gumes. a) Encoste a broca no rebolo observando as inclinaes convenientes. - Inclinao para obter o ngulo da ponta. B - Inclinao para obter o ngulo de folga.

b) D movimentos giratrios na broca at que o ponto de contato entre a broca e o rebolo seja em toda a superfcie, desde o ponto A at o ponto B.

OBSERVAES 1. Os ngulos da broca determinam-se consultanto tabela. 2. Deve-se evitar que a broca se destempere, refrigerando-a em gua. 4 Passo Verifique o ngulo da broca usando verificador ou transferidos. Se necessrio, repita o terceiro passo at conseguir um gume perfeito.

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5 Passo Afie o outro gume e verifique seguindo as indicaes do terceiro e quarto passos. A operao de afiar uma broca helicoidal pode ser efetuada manualmente ou mecnicamente, empregando-se um dispositivo especial. evidente que o processo mecnico, automtico ou semi-automtico, produz um acabamento e um ajustamento forma ideal da ponta da broca muito mais perfeito do que o processo manual. Acontece que nem sempre se tem um dispositivo para afiar brocas e o preparador se v na contingncia de efetuar manualmente a preparao, atendendo, no possvel, as exigncias requeridas para a ferramenta. A ponta de uma broca no constitui um so cone, como primeira vista pode sugerir a sua forma. Cada dorso pertence a um cone distinto, cada gume principal a geratriz do cone do dorso que lhe fica atrs, e a crista o resultado da interseco desses cones. A afiao da broca dever, assim, ser efetuada em duas etapas, uma para cada dorso, e durante a afiao se deve dar broca um movimento tal, que a esmerilhadora corte o dorso da ponta, segundo a forma cnica da sua superfcie.

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Manualmente, isto conseguido segurando-se a broca com as duas mos, apoiando-se na mesa da esmerilhadora e movimentando-se o cabo com a ponta junto do esmeril, conforme a figura abaixo.

Mecanicamente, usa-se um dispositivo que posiciona a broca segundo os ngulos desejados, e, automaticamente ou semi-automaticamente, faz o avano da broca contra a face do rebolo. Ao mesmo tempo, faz o deslocamento da ferramenta segundo uma gerao cnica, conforme mostra a figura abaixo.

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Para se obter um bom desempenho das brocas durante a furao, necessrio que na sua preparao sejam observadas as indicaes tcnicas em funo do material da obra. O preparador de ferramentas dever ter especial cuidado com as seguintes caractersticas da ferramenta. 1. O esmerilhamento do fundo dos sulcos junto a crista da broca.

2. O ngulo da ponta: os gumes principais com igual inclinao relativamente ao eixo da broca.

3. As arestas de corte ou gumes principais com o mesmo comprimento.

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4. O ngulo de incidncia dentro dos limites recomendados.

O corpo da broca construdo em torno de uma alma central chamada alma.

A alma cnica e vai aumentando no sentido da haste. A proporo que se usa a ferramenta e novas operaes so feitas, a broca vai-se encurtando por causa do desgaste, e o dimetro da alma aumenta. O gume transversal, em consequncia, vai ficando maior. Quando se efetua a furao, h necessidade de penetrao, e isto se consegue por uma presso que se transmite axialmente e suportada pela crista, parte da broca que se apoia no fundo do furo. A presso e a rotao produzem atrito, e este, calor. Para um trabalho mais eficiente, procura-se manter o gume transversal com suas dimenses originais e, com tal finalidade, esmerilha-se o fundo dos sulcos, diminuindo-se os extremos do gume transversal. O esmerilhamento dever ser igual em ambos os sulcos, proque, sendo desigual, torna o gume transversal excntrico, o que fora o desvio da broca na furao, alm de causar um furo maior do que a dimenso da ferramenta.

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O ngulo da ponta

Quando as arestas de corte no so preparadas com a mesma inclinao em relao ao eixo da ferramenta, apenas um dos gumes se apoia no fundo e corta o material da obra. Este fato causa um esforo excessivo de um so navalha, o que determina o embotamento, a necessidade mais frequente de afiao e menor vid para a ferramenta. Gumes principais com comprimentos desiguais

Cada navalha corta um cavaco diferente e gira excntricamente, provocando um furo de dimenses maiores do que a broca. A diferena dos dimetros do furo e da ferramenta o dobro da diferena entre os comprimentos das navalhas. O ngulo de incidncia ou folga Uma broca helicoidal, quando em operao, deve apoiar no fundo do furo o gume trasnversal e os gumes principais. Os gumes principais operam como cunhas, e o ngulo de folga dever ser tal, que sempre evite o atrito do dorso da ponta contra o material da obra. Se o ngulo de folga excessivo, enfraquece a cunha e favorece a fratura da navalha. Se a folga insuficiente, o dorso atrita o fundo do furo, desenvolve calor em demasia e recoze as arestas, prejudicando a dureza do material da broca. Em razo deste fato, a ponta da broca cega e no se pode prosseguir na furao. 83

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NGULOS DE CORTE EM BROCAS HELICOIDAS

evidente que a parte mais importante da broca a ponta. a ponta que penetra, corta e inicia a expulso do cavaco durante a furao. Se olharmos de frente a ponta da broca, poderemos reconhecer:

aa e bb areastas de corte ou gumes principais; A, B flancos; a, a, bb margens ou guias; cc, bd segmentos curvilneos de seco dos sulcos; Cc e dd superfcies laterais do corpo; D dimetro da broca. As faces aa e bb, as guias ou margens podem pertencer ao cilindro de dimetro D, ou apresentar uma inclinao de 6. A inclinao favorece a raspagem, enquanto a sua ausncia favorece o trabalho de guia durante a furao.

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Os gumes principais so afiados por detrs, esmerilhando-se os flancos de tal forma, que apenas as arestas de corte se apiem no fundo do furo e frente do sentido do movimento de rotao. A broca, como todas as ferramentas de corte, possui ngulos de corte estudados, de cuja exatido depende o bom rendimento do trabalho.

ngulos s = sada ou ataque c = cunha f = incidncia ou folga

O ngulo de incidncia poder variar entre 9 e 12.

O ngulo da ponta da broca dever obedecer tabela abaixo:ngulo da Ponta Material que Ser Furado

118 150 125 100 90 60

Ao doce Ao duro Ao tratado ou forrado Bronze Ferro fundido Baquelite, fibra e madeira

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ESCAREAR O GUME TRANSVERSAL

A fim de obter um melhor rendimento das brocas, esmerilha-se o fundo dos sulcos junto crista. Diminui-se o tamanho do gume transversal e se obtm uma melhor penetrao. Cabe ao preparador executar tecnicamente o escareado da ponta, dando ferramenta condies para bom desempenho das suas funes. Anlise da Operao 1 - Monte o disco de esmeril.

1.1 disco bicnico DIN 69/49, C-100; 1.2 determinando as caractersticas de acordo com a FIT. 2.1 apoiando o fundo de um dos sulcos no bordo do disco de esmeril; 2.2 inclinando ligeiramente a broca.

2 - Posicione a broca.

3 Escareie.

3.1 pressionando ligeiramente a broca contra o esmeril; 3.2 verificando o esmerilhamento obtido; 3.3 repetindo o escareamento no outro sulco.

4 Verifique.

4.1 visualmente; 4.2 comparando os dois escareados, para verificar se so iguais.

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RECARTILHAR NO TORNO

produzir sulcos paralelos ou cruzados, sob compreenso dos dentes de uma ferramenta chamnada recartilha, sobre um material em movimento.

Executa-se o recartilhado para evitar que a mo deslize, quando se manipula uma pea e, em certos casos, para melhorar seu aspecto. As figuras abaixo mostram exemplos de peas recartilhadas.

PROCESSO DE EXECUO 1 Passo Torneie a parte que ser recartilhada, deixando-a lisa, limpa e com um dimetro ligeiramente menor que a medida final, dependendo: do material da pea, do passo e do ngulo das estrias dos roletes. OBSERVAO Consultar a tabela de recartilhados.

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2 Passo Monte a recartilha. OBSERVAO A altura (a recartilha dever ficar na altura do eixo da pea).

O alinhamento (a recartilha dever ficar perpendicular superfcie que ser recartilhada).

3 Passo Recartilhe. a) Desloque a recartilha at prximo ao extremo da parte que ser recartilhada. b) Ligue o torno. OBSERVAO Consultar a tabela e determinar o avano e a rotao.

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c) Avance a recartilha transversalmente, at marcar o material, e desloque-a, um pouco, no sentido longitudinal.

d) Desligue o torno e examine a zona recartilhada. OBSERVAO Caso o recartilhado fique irregular, corrija-o, repetindo os itens a, b, c e d desta fase, at ele ficar uniforme.

e) Ligue o torno e engate o carro longitudinal. f) Recartilhe toda a superfcie desejada. OBSERVAO Usar querosene, para remover todas as partculas de material. g) Faa avanar o carro em sentido contrrio e repasse a recartilha. PRECAUO A pea deve ficar bem fixada, a fim de evitar o perigo dela escapar-se.

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OBSERVAO Os recartilhados cruzados devem formar pirmides pontiagudas.

Os recartilhados paralelos formam estrias perfeitas. Os recartilhados cruzados podem ter diferentes ngulos, conforme sua finalidade. Os paralelos, em alguns casos, podem ser inclinados.

4 Passo Afaste a recartilha e limpe o recartilhado com uma escova de ao, movimentando-a no sentido das estrias.

5 Passo Chanfre os cantos, a fim de eliminar as rebarbas.

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uma ferramenta que executa sulcos paralelos ou cruzados no material, evitando que a mo deslize ao manusear as peas.

CONSTITUIO A recartilha constituda das seguintes partes:

FUNCIONAMENTO A recartilha possui uma ou duas roldanas destadas, de ao temperado. Os dentes da roldana penetram, por meio de presso, na superfcie do material.

Os sulcos feitos pelos dentes permitem melhor aderncia da mo nas superfcies das peas.

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So recartilhados, tambm, os eixos de ao para encaixe em alumnio, fibra ou material semelhante. TIPOS Os tipos de roldanas mais utilizados esto representados nas figuras abaixo.

Roldana de passo simples

Roldana de passo oblquo

As roldanas so classificadas nos tipos apresentados nas figuras abaixo, de acordo com a necessidade do recartilhado.

OBSERVAO A ferramenta de recartilhar penetra por compresso, sem cortar a pea, aumentando ligeiramente o dimetro: podemos recartilhar peas de qualquer dimetro, utilizando a mesma ferramenta.

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Tabela para Recartilhar preciso levar em conta o material e as dimenses das peas, para se dar boa aparncia ao recartilhado. Eis uma pequena tabela que especifica dimenses:MEDIDAS DE PEA (mm) Dimetro D At 8mm 8 a 16mm De 16mm A 32mm De 32mm A 64mm De 64mm A 100mm Qualquer Qualquer At 6mm At 6mm At 6mm 6 a 14mm acima de 14mm At 6mm 6 a 14mm 14 a 30mm acima de 30mm Largura L RECARTILHADO SIMPLES RECARTILHADO CRUZADO P (mm) (qualquer material) 0,5 0,5 ou 0,6 0,5 ou 0,6 0,8 0,6 0,8 1 0,8 0,8 1 1,2 P (mm) lato Alumnio-fibra 0,5 0,6 0,6 0,8 0,5 0,8 1 0,8 0,8 1 1,2 P (mm) Ao 0,6 0,6 0,8 1 0,8 1 1,2 0,8 1 1,2 1,6

Velocidade de corte e avano Materiais macios: 8 a 10 m/min de velocidade de corte e avano igual a 1/5 do passo dos dentes da recartilha. Materiais duros: velocidade de corte de 6 m/min. Cuidado a observar Reduza o dimetro na superfcie que ser recartilhada, em uma medida igual metade do passo dos dentes da roldana a usar. Faa assim antes de terminar a operao de acabamento da pea.

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EXEMPLO Deve-se recartilhar uma pea de 30 mm de dimetro com um recartilhado mdio de 1 mm de passo. Qual ser o dimetro a desbastar? Clculo: Dimetro () = 30mm Passo = 1mm a Metade do passo = 1 mm = 0,5 mm 2

b Dimetro da pea a tornear = 30 0,5 = 29,5 mm c Avano = 1 5 do passo das roldanas = 1 mm = 0,2 mm 5

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Puno de bico Escala 1:1 Ao 1040A a 1050A x 120

Tolerncia no Especificadas no Desenho 1 a 10 a 30 a 80 a 180 10 30 80 180 a 360 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5

Smbolos Indicativos de Acabamento de Superfcie Bruto Desbastado Alisado Polido RetificadoRET

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TORNO NA PLACA DE CASTANHAS INDEPENDENTE

A placa de castanhas independentes permite a centragem de materiais ou peas, por mieo do deslocamento independente de cada castanha. Utiliza-se para torneamento excntrico, peas fundidas, forjadas, torneamentos preliminares e centragem de maior preciso, o que permite a fixao de material ou peas irregulares com maior firmeza.

PROCESSO DE EXECUO 1 Passo Prenda o material na placa. a) Abra as castanhas, tomando como referncia as circunferncias concntricas, que so geralmente marcadas na face da placa.

b) Introduza o material na placa e aperte ligeiramente as castanhas.

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2 Passo Centre o material. a) Verifique a centragem com graminho.

b) Gire com a mo e observe o espao entre o material e a agulha do graminho. c) Solte ligeiramente a castanha do lado em que o material mais se afastar da agulha e aperte a castanha oposta. PRECAUO Nunca deixe mais de uma castanha desapertada. d) Repita estes dois ltimos itens, at que o material fique centrado, e aperte firme as castanhas. OBSERVAES 1. No caso de peas usinadas, cuja centragem deve ser rigorosa, deve-se usar um comparador, depois da centragem com graminho.

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2. No caso de materiais ou peas brutas, pode-se fazer a centragem usandose giz. Para isso, prende-se o material, liga-se o torno em baixa rotao e aproxima-se o giz para marcar a regio da pea que fica mais afastada do centro, da por diante, procede-se como foi explicado na centragem com o graminho.

3. Quando o material muito comprido, faz-se a centragem prximo placa, por um dos processos j indicados, e depois, centra-se a extremidade, batendo-se com martelo de plstico antes do aperto final.

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CENTRAR MECNICO HORIZONTAL (PLACAS DE CASTANHA INDEPENDENTE)

PLACA DE CASTANHAS INDEPENDENTES Serve para possibilitar a fixao de peas com formato circular, prismtico ou irregular, por meio do aperto individual de suas castanhas.

Constituio e Funcionamento A placa de castanhas independentes constituda de: corpo (fig. A); quatro castanhas (fig. B); quatro parafusos com chapa de ajuste e porca (fig. C).

OBSERVAO Algumas placas possuem, na face, circunferncias concntricas. Isto facilita a centragem aproximada de peas cilndricas.

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Corpo de ferro fundido cinzento. Tem forma circular, com um cone para sua fixao na extremidade do eixo principal.

Possui canaletas, na face, que se cruzam a 90. As canaletas orientam o deslocamento das quatro castanhas. Possui rasgos radiais para a fixao de peas com parafusos.

Castanhas

Posio das castanhas para dimetro maiores

Posio das castanhas para dimetros menores

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So feitas de ao temperado ou cementado, isto, com superfcies endurecidas. Tm degraus, na face oposta base para a fixao da pea. Pode-se inverter a posio das castanhas, girando-as para possibilitar a fixao de peas de dimenses maiores. Em um caso ou em outro, a ao de fixar as castanhas pode se dar em duas direes, conforme a pea. Parafusos com chapa de ajuste e porca Estes componentes so feitos de ao carbono temperado. Os parafusos de deslocamento das castanhas, possuem uma cabea quadrada, para o encaixe da chave de aperto.

Chave de aperto feita de ao carbono temperado, com um encaixe quadrado.

Serve para movimentar, individualmente, os parafusos que movem as castanhas. CUIDADOS A OBSERVAR Limpe o cone e lubrifique as roscas do eixo principal do torno e a do corpo da placa, ao montar a placa. Proteja o barramento com calos de madeira, ao montar ou desmontar a placa no eixo principal do torno.

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TORNEAR REBAIXO INTERNO (FACEADO INTERNO)

muito semelhante operao de tornear superfcie cilndrica interna, diferenciando-se desta por terminar em uma face plana interna. A ferramenta atua em direes, conforme a figura abaixo, para determinar um ngulo reto. Esta operao realizada para construir, por exemplo, alojamentos de rolamentos e buchas.

PROCESSO DE EXECUO 1 Passo Prenda o material. 2 Passo Faceie o material. 3 Passo Prenda a ferramenta de facear interno. OBSERVAES 1. O gume da ferramenta dever ficar exatamente na altura do eixo do torno. 2. Deixar para fora dos calos somente o necessrio. 4 Passo Aproxime a ferramenta do material e fixe o carro principal. 5 Passo Prepare e ligue o torno. OBSERVAO Ao consultar a tabela de rotaes, considerar o maior dimetro do rebaixo.

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6 Passo Desloque a ferramenta, at que sua ponta coincida com o centro do material.

7 Passo Desbaste o rebaixo. a) Encoste a ferramenta na face do material, tome referncias no anel graduado e avance aproximadamente 0,5mm. b) Desloque a ferramenta, at que se aproxime da medida do dimetro.

Deixe de 0,5mm a 1mm de sobremetal, para acabamento. 8 Passo Termine o rebaixo. OBSERVAO Tornear primeiro o dimetro e, em seguida, facear na profundidade requerida.

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9 Passo Faa a verificao com paqumetro.

Medio da profundidade

Medio de dimetro

OBSERVAES 1. Retirar as rebasbas, antes de medir. 2. O paqumetro no deve tocar nos cantos da pea. 3. Sempre que possvel, fazer um furo, antes de iniciar o torneamento do rebaixo.

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Bloco cilndrico de dois corpos Escala 1:1 Ferro fundido at 150 brinell 4 x 60

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Ferramenta de sangrar Escala 2:1 Ao rpido 3/8 x 50

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REBAIXAR FACE LATERAL DO BITE

Em algumas ferramentas, a ponta tem espessura menor do que a largura do bite. Nesses casos, o preparador precisa rebaixar a ponta do bite, e esta operao executada manualmente, na esmerilhadora. ANLISE DA OPERAO PASSOS 1- Posicione o bite. PONTOS-CHAVE 1.1- usando rebolo A-36N8VEB; 1.2- apoiando o bite sobre o dedo indicador e segurando-o com o polegar. (Fig. A) 1.3- colocando a face maior do bite paralela ao rebolo. (Fig. B) 1.4- apoiando o dedo indicador no aparador da esmerilhadora.

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2- Esmerilhe.

2.1- Pressionando a face do bite contra o rebolo, por meio do polegar; 2.2- Afrouxando o bite em intervalos regulares, para evitar aquecimento excessivo; 2.3- Esfriando-o em gua, se necessrio; 2.4- Rebaixando at a ponta ficar com a dimenso desejada. 3.1- Usando um paqumetro; 3.2- Verificando a espessura, enquanto prossegue o esmerilhamento, para evitar ultrapassar a medida.

3- Verifique.

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NGULOS DE CORTE PARA FERRAMENTAS DE TORNO MECNICO

O bom desempenho de uma ferramenta funo do material que a constitui, do material da obra, da cunha da ferramenta, de velocidade de trabalho e da posio relativa entre o gume e a obra. fcil compreender que, quanto menor o ngulo B da cunha, melhor se efetuar o corte. Ocorre, entretanto, que quanto menor o ngulo da cunha, menor se torna a resistncia da ferramenta. Ento, se a ferramenta se destina a cortar materiais de grande dureza ou aparas grossas, a cunha deve ter o ngulo maior possvel, se a obra for de material com pouca dureza ou o corte for destinado a retirar pequenas aparas, poderemos dar ao ngulo da cunha valores menores. O ngulo entre a superfcie de incidncia e uma tangente obra, chamado ngulo de folga, ngulo livre ou ngulo de incidncia, tem por finalidade evitar o atrito entre a ferramenta e a obra. O seu valor varia entre 3 e 15. O ngulo entre a superfcie de sada e uma normal obra o ngulo de ataque. Este ngulo tanto menor quanto maior o esforo da ferramenta, a fim de se tornar a cunha maior e a ferramenta mais resistente. maior para esforos com menor solicitao, facilitando o corte e no comprometendo a ferramenta, uma vez que a solicitao do trabalho no ser de valor elevado.

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A forma da ferramenta, ou melhor, o seu tipo depende do trablaho a realizar. A posio do gume determinada pela forma como penetra na obra e efetua o corte da apara. Assim, se o objetivo cortar grande quantidade de material no menor tempo, dizemos que a operao se chama desbaste e a ferramenta chamamos ferramenta de desbastar. Uma vez que esta vai efetuar corte de aparas grossas, a sua cunha deve ter um ngulo maior, a fim de conferir ferramenta a robustez necessria. O gume dever ser colocado inclinado em relao ao eixo da obra, para que o deslocamento da ferramenta ao longo da pea torneada possa efetuar o desbaste. Por outro lado, a ferramenta dever penetrar no material que vai sendo cortado, a fim de permitir passos sucessivos, enquanto no se atinge todo o desbaste desejado; para tal, possui um gume secundrio.

O corte efetuado por uma ferramenta de desbaste pode ser no sentido do cabeote mvel do torno para o cabeote fixo, no sentido contrrio e para cada sentido deveremos usar uma ferramenta de desbstar direita e ferramenta de desbastar esquerda. Reconhece-se uma ou outra, colocando-se a ferramena com o nariz no sentido do operador e o gume para cima. Se o gume principal ficar direita do operador, a ferramenta charmar-se- a direita; se ficar esquerda chamar-se- a esquerda.

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O ngulo formado pelo gume principal da ferramenta com o eixo da obra chamado ngulo de rendimento. O valor do ngulo x de rendimento modifica o comprimento da seco da apara e a presso do corte contra o gume. Na figura anterior vemos que, para uma mesma profundidade h, quanto menor for, maior o valor 1 da seco da apara. Como a fora de corte no varia, ser menor a presso exercida contra o gume e, consequentemente maior a vida da ferramenta.

- ngulo de folga - ngulo de cunha - ngulo de ataque - ngulo de rendimento - ngulo de posio - ngulo de ponta

o ngulo , formado pelo gume principal com o gume secundrio, chama-se ngulo da ponta e, normalmente, de 90. O gume principal, por outro lado, conserva com a horizontal um ngulo negativo de 3 a 5, isto , descente do encabadouro para a ponta da ferramenta. Este ngulo, chamado ngulo de inclinao, facilita o arrancamento das aparas, o que aconselhvel para trabalhos de desbaste. Na figura acima, pode-se reconhecer os principais ngulos de uma ferramenta de desbaste. 111

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O acabamento de uma pea torneada feito por cortes leves, com pouca penetrao e deslocamentop vagaroso da ferramenta. A ferramenta para este fim (ferramenta de alisar) , portanto, dotada de uma cunha com ngulo menor, e sua ponta tem ngulo de corte tambm de valor menor do que o da ferramenta de desbastar. So dois os tipos fundamentais: ferramentas de alisar pontiaguda e ferramenta de alisar com ponta larga (bico de pato).

O ferro pontiagudo, muitas vezes, por menor que seja o seu avano, deixa estrias na face cortada, as quais podem prejudicar o deslizamento entre superfcies de contacto, como um eixo sobre a bucha de um mancal. O emprego de uma ferramenta de bico largo poder sanar este inconveniente.

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Por vezes, o torneiro se v na obrigao de cortar uma face perpendicular ao eixo do torno. Emprega ento uma ferramenta especial, a ferramenta de facear, cujo gume praticamente perpendicular ao eixo e poder ser direita ou esquerda. Outras vezes, deve tornear superfcies com formas especiais e ento usa as ferramentas de forma ou de perfilar. Ferramentas de filetar Destinam-se a abrir filetes de rosca, e a forma de nariz obedece ao perfil do filete por executar. Podemos ver: Ferramentas para rosca triangular. Ferramenta para rosca quadrada. Ferramenta para rosca trapezoidal.

Ferramenta de perfilar propriamente dita, na figura abaixo temos: Ferramenta de sangrar. Ferramenta de perfilar cncavo. Ferramenta de perfilar convexo. Ferramenta para fzer canto redondo.

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ESMERILHAR NGULO DE SADA FRONTAL

Inmeras ferramentas de corte apresentam ngulo de sada frontal, o que possibilita a essas ferramentas funcionarem tanto no sentido da esquerda para a direita, como da direita para a esquerda.

ANLISE DA OPERAO 1 Passo Posicione o Bite. 1.1- Colocando o bite de modo que forme, um ngulo de 90 em relao face do rebolo.

1.2- Determinando o comprimento do ngulo de sada pela face do rebolo. 1.3- Inclinando o bite de acordo com o ngulo de sada desejado.

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2 Passo Verifique o ngulo. 2.1- Utilizando verificador de ngulo.

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SANGRAR E CORTAR NO TORNO

uma operao que consiste em abrir canais atravs da ao de uma ferramenta especial que penetra no material perpendicularmente ao eixo do torno, podendo chegar a separar o material, caso em que se obtm o corte.

aplicado principalmente na confeco de arruelas especiais, polias e eixos roscados. PROCESSO DE EXECUO 1 Passo Prenda o material. OBSERVAO Fixe o material de modo que o canal a fazer fique o mais prximo possvel da placa, para evitar flexo da pea.

2 Passo Marque a largura do canal.

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OBSERVAO A marcao pode tambm ser feita diretamente com a ferramenta. 3 Passo Prenda a ferramenta. OBSERVAES 1. O balano B deve ser o menor possvel.

2. O corte da ferramenta deve estar na altura do eixo do torno. 3. O eixo da ferramenta deve ficar perpendicular ao eixo do torno.

4 Passo Prepare o torno. a) Localize a ferramenta entre as marcas do canal e fixe o carro principal. b) Determine a rotao adequada. 5 Passo Faa o canal. a) Avance a ferramenta, at tocar de leve no material e tome referncia no anel graduado do carro trasnversal, para controlar a profundidade.

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b) Avance a ferramenta cuidadosamente, prximo marca-limite, deixando material para o acabamento.

c) Afaste a ferramenta, desloque-a para o outro lado do canal e repita a indicao anterior.

d) Termine o canal, faceando os flancos primeiramente e depois o fundo.

OBSERVAO Verifique o corte da ferramenta e afie, se necessrio antes de terminar.

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6 Passo Corte (se a operao cortar). OBSERVAO Para cortar, repita os subpassos a e b do 5 passo, at que a pea se desprenda do material.

fazer roscas internas, com um ferramenta chamada macho, em uma pea que antes foi furada adequadamente.

Aplica-se esporadicamente, aproveitando-se a montagem no torno, em furos roscados de pequenos dimetros.

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PROCESSO DE EXECUO CASO I Abrir roscas com machos sem furo de centro.

1 Passo Fure na medida. OBSERVAO Consulte a tabela de brocas para machos. 2 Passo Prepare o torno. a) Monte o mandril no mangote. b) Prenda o macho n 1 (desbastador) no mandril. c) Aproxime o cabeote mvel, at que a parte cnica do macho penetre no furo. 3 Passo Inicie a rosca. a) Lubrifique o macho com fludo de corte adequado. b) Coloque a alavanca de mudana de velocidade na posio neutra. c) Gire a placa com a mo e, simultaneamente, pressione o macho atravs do cabeote mvel, at que penetre uns 4 filetes. 4 Passo Termine de passar o macho n 1 (desbastador). a) Solte o macho do mandril e afaste o cabeote mvel, deixando o macho na pea. b) Coloque o desandador no macho e engrene a menor rpm.

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OBSERVAO Use desandador adequado ao tamanho do macho. c) Faa a penetrao do macho, girando o desandador, a cada volta de penetrao, gire meia volta em sentido contrrio, a fim de quebrar o cavaco, lubrificante do constantemente.

OBSERVAO Tratando-se de furo no passante, marque no macho o comprimento a roscar e tome cuidado, ao se aproximar do final. 5 Passo Termine a rosca. Passe o macho n 2 (intermedirio) e o n 3 (acabador), repetindo os passos anteriores. OBSERVAO Introduza os machos, anteriormente.

fazendo-os

coincidir

com

os

filetes

abertos

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OBSERVAO Introduza os machos, anteriormente.

fazendo-os

coincidir

com

os

filetes

abertos

CASO II Abrir rosca com machos com furos de centro

1 Passo Prepare o torno. a) Prenda o macho n 1 (desbastador) no desandador. OBSERVAO Use desandador adequado. b) Coloque o macho no furo da pea, encoste-o na contraponta e fixe o cabeote mvel. c) Apie um brao do desandador em uma parte fixa e plana do carro superior, conforme a figura acima. d) Lubrifique o macho com fludo de corte adequado. 2 Passo Inicie a rosca. a) Gire a placa com a mo e acompanhe a penetrao do macho, girando o volante do cabeote mvel. b) Faa penetrar o macho, repetindo a indicao a, at terminar de passar o macho n 1 (desbastador); para cada volta de penetrao, gire o desandador meia volta ao contrrio, a fim de quebrar o cavaco.

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OBSERVAO Limpe e lubrifique frequentemente o macho. 3 Passo Termine a rosca. a) Passe o macho n 2 (intermedirio) e o n 3 (acabador), repetindo os passos anteriores. OBSERVAO Introduza os machos em coincidncia com os filetes abertos anteriormente.

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ROSCAR (NOES, TIPOS E NOMENCLATURAS)

So salincias em forma helicoidal que se desenvolvem externa ou internamente, ao redor de uma superfcie cilndrica ou cnica. Chamamos de filetes cada salincia.

PERFIL DO FILETE O perfil do filete determinado pela seco do filete da rosca, por um plano que contm o eixo do parafuso. Tipos de perfis e suas utilizaes Perfil triangular usado em parafusos de fixao, unies e tubos. Perfil trapezoidal usado nos rgos de comando das mquinas operatrizes (para transmisso de movimento suave e univorme), nos fusos e nas prensas de estampar. Perfil quadrado Tipos desuso, mas ainda aplicado em parafusos de peas sujeitas a choques e grandes esforos (MORSAS). Perfil dente-de-serra usado quando o parafuso exerce grande esforo num s sentido, como nas moras e nos macacos.

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Perfil redondo usado em parafusos de grandes dimetros e que devem suportar grandes esforos.

Sentido de direo do filete O filete pode ter dois sentidos de direo: direita ou esquerda. Rosca direita Olhando-se de frente, o filete ascendente da direita para a esquerda.

Rosca esquerda O filete ascendente da esquerda para a direita.

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NOMENCLATURA DA ROSCA Independentemente de seu uso, as roscas tm os mesmos elementos, variando apenas os formatos e dimenses.

P = passo d = dimetro externo d1 = dimetro interno (ncleo) d2 = dimetro do flanco = ngulo do filete f = fundo do filete

i = ngulo da hlice c = crista D = dimetro do fundo da porca D1 = dimetro do furo da porca H1 = altura do filete da porca h = altura do filete do parafuso

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PASSO DA ROSCA Passo (P) a distncia entre dois filetes, medida no sentido do eixo da rosca.

Sistema usado para se determinar o passo da rosca a) Com verificadores de rosca.

Verificador em mm

Verificador em fios por polegada

b) Com escalas e calibres. P= 10mm = 2mm 5 1 = 1/8 8

P=

P=

1 4

= , sendo 1 = 25,4mm

Ento P = 25,4mm = 6,35mm 4 127

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MACHOS DE ROSCAS

Os machos de roscar so ferramentas de corte construdas de ao especial, com rosca similar a um parafuso, com trs ou quatro ranhuras longitiduais. Um dos seus extremos termina em uma cabea quadrada, que o prolongamento da haste cilndrica. Esses machos de roscar geralmente so fabricados em jogos de trs. Dois deles so de ponta cnica, e o terceiro totalmente cilndrico.

CARACTERSTICAS So 6 (seis) as caractersticas dos machos de roscar:

Sistema de rosca Sua aplicao Passo ou nmero de fios por polegada Dimetro externo Dimetro da espiga ou haste Sentido da rosca

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As caractersticas dos machos de roscar so definidas como: Sistema de rosca As roscas dos machos so de trs tipos: mtrico, whitworth e americano (USS). Aplicao Os machos de roscar so fabricados para fazer rosca em porcas, tubos e outras peas. Passo ou nmero de fios por polegada Indica se a rosca normal ou fina. Dimetro externo ou dimetro nominal Refere-se ao dimetro externo da parte roscada. Dimetro da haste cilndrica uma caracterstica que indica se o macho de roscar serve ou no para fazer rosca em furos mais compridos que a sua parte roscada, pois existem machos de roscar que apresentam dimetro da haste cilndrica igual ao da rosca ou inferior ao dimetro da parte roscada.

Sentido da rosca Refere-se ao sentido da rosca, isto , se direita ou esquerda. SELEO DOS MACHOS DE ROSCAR, BROCAS E LUBRIFICANTES OU REFRIGERANTS Para roscar com machos importante saber selecionar os machos e a broca com a qual se deve fazer a furao. Deve-se tambm selecionar o tipo de lubrificante ou refrigerante que se usar durante a abertura da rosca.

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De um modo geral escolhemos os machos de roscar de acordo com as especificaes do desenho da pea que estamos trabalhando ou de acordo com as instrues recebidas. Podemos, tambm, escolher os machos de roscar, tomando como referncia o parafuso que vamos utilizar. Os dimetros nominais dos machos de roscar mais usados, assim como os dimetros das brocs que devem ser usadas na furao, podem ser encontradas em tabelas. CONDIES DE USO DOS MACHOS DE ROSCAR Para serem usados, eles devem estar bem afiados e com todos os filetes em bom estado. CONSERVAO Para se conservarem os machos em bom estado, preciso limp-los aps o uso, evitar quedas ou choques, e guard-los separados em seu estojo. Rosca Sistema Mtrico Normal Fina Normal 35w Fina BSF

P/ Parafusos Rosca Sistema Whitworth MACHOS DE ROSCAR P/ Tubos Parafusos Rosca Sistema Americano (USS) Para Tubos

Normal NC Fina NF

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TABELAS DE ROSCAR PARA MACHO

SISTEMA AMERICANODimetro Nominal em Polegada Nmero de Fios NC NE Brocas Polegada mm

1/16 3/32 1/8 5/32 3/16 7/32 5/16 3/8 7/16 9/12Dimetro Nominal em Polegada

64 48 40 32 24 24 20 18 16 14 13 12 -

36 32 32 28 24 24 20 20 18

3/64 5/64 3/32 1/8 1/8 9/64 5/32 11/64 3/16 13/64 13/64 17/64 5/16 21/64 3/8 25/64 27/64 27/64 31/64 33/64

1,2 1,85 2,6 3,2 3,25 3,75 4 4,5 4,8 5,1 5,3 6,5 6,9 7,9 8,5 9,3 10 10,5 10,5 12 13

Nmero de Fios CN NF

Brocas Polegada mm

5/8 7/8 1 11/8 11/4 13/8 1

11 10 9 8 7 7 6 6 -

18 16 14 14 12 12 12 12

17/32 37/64 21/32 11/64 49/64 13/16 7/8 15/16 13/64 13/64 17/64 1 11/64 1 13/64 1 19/64 1 11/32 1 27/64

13,5 14,5 16,5 17,5 19,5 20,5 22,5 23,5 25 26,5 28 29,5 31 33 34 36

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ROSCA AMERICANA PARA TUBOS N.P.T Cnica N.P.S. ParalelaDimetro Nominal da Rosca Externo Maio da Rosca Nmero de Fios / Polegada N.P.T. Polegada do Ncleo (Furo) da Broca mm N.P.S. Polegada do Ncleo (Furo) da Broca mm

1/8 3/8 1 1 1 2

10,28 13,71 17,14 21,33 26,67 33,40 42,16 48,26 60,23

27 18 18 14 14 11 11 11 11

7/16 9/16 45,64 29/32 1 9/64 1 31/64 1 4/64 2 13/64

8,5 11 14,5 18 23 29 38 44 56

11/32 7/16 37/64 23/32 59/64 1 5/32 1 1 2 7/32

8,75 11,5 15 18,5 23,5 29,5 38,5 44,5 57

SISTEMA INGLS Whit. Grossa BSW Whit. Fina BSFDimetro Nominal Nmero de Fios BSW BSF Brocas Polegada mm

1/16 3/32 1/8 5/32 3/16 7/32 9/32 5/16 3/8 7/16 9/16

60 48 40 32 24 24 20 26 18 16 14 12 12 -

26 22 20 18 16 16

3/64 5/64 3/32 1/8 9/64 11/64 13/64 7/32 17/64 17/64 5/16 21/64 3/8 25/64 27/64 7/16 31/64

1,2 1,9 2,6 3,2 3,75 4,5 5,1 5,4 6,2 6,6 6,8 8 8,3 9,4 9,75 10,5 11 12,5 13

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Dimetro Nominal

Nmero de Fios BSW BSF

Brocas Polegada mm

5/8 11/16 7/8 1 1 1/8 1 1 3/8 1

11 11 10 9 8 7 7 6 6 -

14 14 12 11 10 9 9 8 8

17/32 9/16 19/32 5/8 21/32 43/64 49/64 25/32 7/8 29/32 63/64 1 1/64 1 7/64 1 9/64 1 7/32 1 1 11/32 1 3/8

13,5 14 15 15,5 16,5 17 19,5 20 22,5 23 25 26 28 29 31 32 34 35

ROSCA INGLESA PARA TUBOS BSPT Cnica BSP ParalelaDimetro Nominal Externo Maior da Rosca Nmero de Fios B.S.P.T. Polegada do Ncleo Broca mm B.S.P Polegada do Ncleo Broca mm

1/8 3/8 1 1 1 1 2

9,728 13,158 16,66 20,95 20,44 33,25 41,91 47,80 53,74 59,61

28 19 19 14 14 11 11 11 11 11

21/64 7/16 37/64 23/32 59/64 1 11/64 1 1 47/64 1 31/32 2 7/32

8,3 11 14,5 18 23,5 29,5 38 44 50 56

29/64 37/64 47/64 15/16 1 3/16 1 17/32 1 49/64 2 2

8,5 11,5 15 18,5 24 30,5 39 45 50,0 57

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ROSCA MTRICA NORMAL E ESPECIALDimetro Nominal Passo mm Broca mm Dimetro Nominal Passo mm Broca mm

1,5 2 2 2 2,3 2,5 2,6 3 3 3 3,5 4 4 4,5 5 5 5 5 5,5 5,5 6 6 7 7 8 8 9 9 10 10 11

0,35 0,40 0,45 0,50 0,40 0,45 0,45 0,50 0,60 0,75 0,60 0,70 0,75 0,75 0,75 0,80 0,90 1 0,75 0,90 1 1,25 1 1,25 1 1,25 1 1,25 1,25 1,50 1,50

1,1 1,6 1,5 1,5 1,9 2 2,1 2,5 2,4 2,25 2,9 3,3 3,25 3,75 4,25 4,2 4,1 4 4,75 4,6 5 4,8 6 5,8 7 6,8 8 7,8 8,8 8,6 9,6

12 12 12 13 13 13 14 14 14 15 15 16 17 18 18 18 19 20 20 22 24 26 27 28 30 32 33 34 36 38

1,25 1,50 1,75 1,50 1,75 2 1,25 1,75 2 1,75 2 2 2 1,50 2 2,5 2,5 2 2,5 2,5 3 3 3 3 3,5 3,5 3,5 3,5 4 4

11 10,5 10,5 11,5 11,5 11 13 12,5 12 13,5 13 14 15 16,5 16 15,5 16,5 18 17,5 19,5 21 23 24 25 26,5 28,5 29,5 30,5 32 34

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Digitao e Diagramao Patrcia de Souza Leo Batista Editorao Diviso de Educao e Tecnologia DET

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