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Touros de Morte - a mistificação (texto - Jorge Macieira; desenhos - Martinez de León) Circula pela Internet um Power Point que também pode ser encontrado em vídeo no You Tube (www.youtube.com/watch?v=geGiexlyluM e www.youtube.com/user/epatencio#p/u) . O texto desse Power Point, que infra reproduzo e comento é uma amálgama de falsidades. Fruto de ignorância ou de má-fé constitui parte de uma campanha de desinformação a nível mundial destinada a enganar a maioria dos que nada entendem de toureio ou do Touro pela apresentação de imagens com sangue, muito sangue, tentando confundir a percepção dos leitores lançando mão de uma falácia, que consiste na confusão de sangue com dor e sofrimento, o que não corresponde à verdade. Sangue é sangue, liquido natural que corre nas veias e artérias de todos os animais e que tem como função o transporte - de oxigénio a distribuir pelos orgãos, por um lado, de impurezas a eliminar através do sistema urinário por outro. Para que saia do seu conduto natural é forçoso que as paredes dessas veias e artérias se rompam, é certo, mas a dor, como sistema de alarme natural, pode não estar presente aquando desse rompimento e não ocorrer qualquer sofrimento (ver comentário mais abaixo) ou, pelo menos, sofrimento físico como descrevem os autores do texto. Do sofrimento psíquico não cuido agora porque não é o que é posto em causa e, sinceramente, acho que sabemos bem pouco dele. O mais que podemos é especular sobre o que imaginamos que possa ser ou conforme o que queremos que seja. É certo que a lide de um touro envolve sangue. Porém esse sangue é um aspecto meramente secundário. Ninguém vai a uma corrida de touros para ver sangue. O que ainda não percebi é porque, sustentando os ditos "amigos" dos animais uma causa nobre (mal dirigida mas, em tese, nobre), na defesa dessa causa recorrem à mentira, à trafulhice, à mistificação, à mais pura aldrabice para atingir os seus fins. O que me leva à conclusão de que, ou não são tão nobres assim ou são simplesmente ignorantes e palermas. Quem, com real vontade de saber, se quiser informar sobre o Touro e o toureio tem amplos recursos disponíveis, tanto na internet como na biblioteca. O touro é idolatrado pelos aficionados da Festa Brava. A nossa admiração é real e enorme. Ele simboliza o poder, a força, a beleza e, in extremis, a morte. E é essa morte que o toureiro enfrenta na arena. É essa morte (e o medo dela) que ele vence. E vence-o cumprindo regras técnicas estritas muito exigentes e produzindo um efeito estético de superior beleza. Para os que tenham curiosidade e vontade de saber algo sobre o touro e a Festa: Ganaderia Palha http://www.tauromania.pt/noticias_detail_gallery.php?typ=reportagens&aID=5770 Toros para todos http://www.canalsuralacarta.es/busqueda/resultado/toros-para-todos Tendido cero http://www.rtve.es/alacarta/videos/tendido-cero/ Con toreria http://www.giraldatv.es/contoreria/ Tiempo de toros http://www.rtvcm.es/programas/detail.php?id=2378

Touros de morte

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Touros de Morte - a mistificação(texto - Jorge Macieira; desenhos - Martinez de León)

Circula pela Internet um Power Point que também pode ser encontrado em vídeo no You Tube (www.youtube.com/watch?v=geGiexlyluM e www.youtube.com/user/epatencio#p/u).

O texto desse Power Point, que infra reproduzo e comento é uma amálgama de falsidades. Fruto de ignorância ou de má-fé constitui parte de uma campanha de desinformação a nível mundial destinada a enganar a maioria dos que nada entendem de toureio ou do Touro pela apresentação de imagens com sangue, muito sangue, tentando confundir a percepção dos leitores lançando mão de uma falácia, que consiste na confusão de sangue com dor e sofrimento, o que não corresponde à verdade. Sangue é sangue, liquido natural que corre nas veias e artérias de todos os animais e que tem como função o transporte - de oxigénio a distribuir pelos orgãos, por um lado, de impurezas a eliminar através do sistema urinário por outro. Para que saia do seu conduto natural é forçoso que as paredes dessas veias e artérias se rompam, é certo, mas a dor, como sistema de alarme natural, pode não estar presente aquando desse rompimento e não ocorrer qualquer sofrimento (ver comentário mais abaixo) ou, pelo menos, sofrimento físico como descrevem os autores do texto. Do sofrimento psíquico não cuido agora porque não é o que é posto em causa e, sinceramente, acho que sabemos bem pouco dele. O mais que podemos é especular sobre o que imaginamos que possa ser ou conforme o que queremos que seja. É certo que a lide de um touro envolve sangue. Porém esse sangue é um aspecto meramente secundário. Ninguém vai a uma corrida de touros para ver sangue.

O que ainda não percebi é porque, sustentando os ditos "amigos" dos animais uma causa nobre (mal dirigida mas, em tese, nobre), na defesa dessa causa recorrem à mentira, à trafulhice, à mistificação, à mais pura aldrabice para atingir os seus fins. O que me leva à conclusão de que, ou não são tão nobres assim ou são simplesmente ignorantes e palermas.

Quem, com real vontade de saber, se quiser informar sobre o Touro e o toureio tem amplos recursos disponíveis, tanto na internet como na biblioteca.

O touro é idolatrado pelos aficionados da Festa Brava. A nossa admiração é real e enorme. Ele simboliza o poder, a força, a beleza e, in extremis, a morte. E é essa morte que o toureiro enfrenta na arena. É essa morte (e o medo dela) que ele vence. E vence-o cumprindo regras técnicas estritas muito exigentes e produzindo um efeito estético de superior beleza.

Para os que tenham curiosidade e vontade de saber algo sobre o touro e a Festa:

Ganaderia Palhahttp://www.tauromania.pt/noticias_detail_gallery.php?typ=reportagens&aID=5770

Toros para todoshttp://www.canalsuralacarta.es/busqueda/resultado/toros-para-todos

Tendido cerohttp://www.rtve.es/alacarta/videos/tendido-cero/

Con toreriahttp://www.giraldatv.es/contoreria/

Tiempo de toroshttp://www.rtvcm.es/programas/detail.php?id=2378

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PRAÇA DE TOIROS CALAFIAUm dia fui lá, e fiquei muito assombrado com tudo aquilo que vi

Comento: Trata-se de uma praça de touros de menor importância, no México. Podem verificá-la no Google Earth - 32º38'26.46"N 115º28'20.02"WNão sei porque a escolheram para exemplo. Eu preferiria a Monumental de Las Ventas em Madrid ou a Monumental do México (http://video.rtvcm.es/automatico/Tiempo de Toros 16.04.2011.wmv), nessa cidade ou mesmo a de Nimes (43.834906, 4.359941) ou Arles (43.67775,4.630941), em França, antigos circos romanos.

CORRIDA DE TOIROSPARA MIM, É MATAR POR DIVERSÃO…Talvez já tenhas ouvido dizer que a festa de touros é uma arte, mas não é…É uma ciência... A Ciência da Tortura. E nada na festa brava é genuíno, excepto a dor.

Comento: porque contra factos não há argumentos, leiam o texto científico do Prof. Juan Carlos Illera del Portal, director do Departamento de Fisiología Animal de la Facultad de Veterinaria de la Universidad Complutense de Madrid de acordo com o qual o touro, durante a luta, liberta inibidores da dor em grau suficiente para lhe embotar essa mensagem:

http://toroderegalo.blogspot.com/2011/04/un-estudio-revela-por-que-el-toro-no.html?spref=fbhttp://revistas.ucm.es/vet/19882688/articulos/RCCV0707330001A.PDF

Mais do que os humanos, que no calor de uma refrega ou de uma prova desportiva também libertam substâncias que inibem a dor, ao ponto de a não sentir, os touros não sentem a dor que é apregoada pelos anti-taurinos. E que a não sentem podemos testemunhar em cada corrida de touros, verificando as reacções do animal. Quando o animal sente dor, os sinais são inequívocos. Sucede quando não está interessado na peleia, quando, na terminologia taurina, é manso e não bravo. E o normal é não dar esses sinais.

Eles acreditam ser muito valentes… mas não o são.Porque, desde pelo menos 24 horas antes de entrar na arena, o touro é mantido numa prisão às escuras, para que ao soltarem-no, a luz e os gritos dos espectadores o assustem e ele tente fugir, saltando as barreiras, o que produz no público a ilusão de que o touro é feroz, mas a condição natural do touro é fugir, NÃO é atacar.Cortam-lhe os cornos para proteger o toureiro. Põem-lhe às costas sacos de areia, durante horas. Batem-lhe nos testículos e nos rins, provocam-lhe diarreia, deitando sulfatos na água que bebe, para que chegue fraco e desorientado à arena. Untam-lhe os olhos com gordura para lhe dificultar a visão e deitam-lhe nas patas uma substância que lhe produz ardor e o impede de ficar quieto, para fazer reluzir a actuação do toureiro.

Comento: puro disparate, absolutamente falso. O touro é mimado e tratado nas palminhas até entrar na praça. O único animal que serve para ser lidado é o touro bravo, com casta e trapio e na plena posse das suas faculdades. Um touro diminuído é rechaçado pelo público (e pela lei que tem critérios muito exigentes). Desde que nasce até que entra na arena, os contactos com os humanos são mantidos no mínimo possível a fim de preservar a sua bravura, a sua natureza selvagem, a sua ferocidade. Apenas um touro integro e na plena posse das suas faculdades serve ao espectáculo. Diminuir-lhe alguma das suas características resultaria demasiado perigoso porque não se saberia como reagiria. Compreendamos o seguinte: os

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touros, como as pessoas, são da mesma espécie mas são todos diferentes, no temperamento, no carácter, na forma de abordar os desafios. Os criadores tentam, através da manipulação genética (pela escolha dos pais) produzir um touro com bravura e poder físico mas, até que saia à praça nunca se sabe como reagirá o animal. Ainda assim, há comportamentos comuns e é da sua observação que o toureiro pode compreender o que tem pela frente a dar ao animal a lide que exige. Desorientar o animal, diminui-lo, causar-lhe ardores, tudo isso alteraria o que se conhece do animal e obliteraria a base conhecida do touro para algo imprevisível. Ninguém saberia o que fazer. Além de que seria indigno.

Ao contrário do que é afirmado, a condição natural do touro é acometer, atacar, não fugir. Ao sair à praça ela é toda dele, todo aquele terreno lhe pertence. Ao longo da lide ele será dominado pelo Homem e, no fim, morre já sem terrenos, que passaram para o domínio do toureiro.

Das condições em que o touro é tratado podem aferir se acederem aos corrais da Praça de Madrid pelo Google Earth (+40° 25' 55.65", -3° 39' 47.83") ou através de um browser no Google Maps:

http://asp.las-ventas.com/noticias/noticia_detalle.asp?codigo=2492

http://asp.las-ventas.com/noticias/videoteca.asp? (aceder aos apartados)

Não há escuridão, não há falta de espaço, antes conforto, protecção. Nada lhes sucede até que saem à praça, a não ser a aposição da divisa da ganadaria, em pleno morrilho, quando estão já no corredor de acesso à arena.

Os cavalos dos picadoresEscolhem-se cavalos que já não têm valor comercial, porque o animal morre em 3 ou 4 corridas no máximo. É muito comum que o animal sofra múltiplasquebras de costelas ou várias perfurações. Coloca-se-lhe uma capa a simular que esta o protege, mas na realidade é para que o público não veja as feridasdo cavalo que, com frequência, apresentam vísceras expostas.

Comento:O disparate é tanto que nem sei que diga. É verdade que os cavalos dos picadores não são puros sangue mas têm valor comercial e não morrem em 3 ou 4 corridas, antes vão de Feira em Feira (em Espanha as Feiras Taurinas mais importantes festejam-se consecutivamente, de Março a Outubro) sendo preservados pela sua utilidade e saber. Não sofrem perfurações, não estão feridos nem têm as vísceras expostas. Não sofrem quebra de costelas pelos acometidas do touro. Podem ser feridos, eventualmente, se o touro os virar e cornear nalguma parte não protegida pelos peitos (uma espécie de avental em material imperfurável) mas isso é muito raro, não é suposto acontecer e todos os envolvidos tentam evitá-lo, tal como a qualquer outro percalço de qualquer dos envolvidos.

O trabalho do picador, para mim é degradante…Se o toureiro percebe que o touro investe com muita energia, ordena ao picador que faça o seu trabalho: Consiste em sangrar o touro para o debilitar, cravando-lhe no lombo uma lança que destrói alguns músculos ( trapézio, romboideu, espinal e semiespinal, serráteis e transversos

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laterais) e, além disso, lesiona vasos sanguíneos e nervos. Tudo isto para que o toureiro possa brindar com a sua expressão artística, que se supõe este espectáculo dever ter. Um único golpe forte poderia destroçar imediatamente o touro, por isso, é feito em três tempos, “para maior deleite dos aficionados”.

Comento:A lide divide-se em três sortes - de varas, bandarilhas e morte. Toda a lide é conduzida tendo como fio a lide e a morte do animal. O primeiro tércio inicia-se quando o touro sai à praça. A partir do primeiro momento ele é estudado nas suas reacções pelo matador que o lidará. Para tal ele é chamado a cada um dos três burladeros de sombra - passagens dos toureiros da trincheira para a arena, abertas entre as tábuas e protegidas por um conjunto de tábuas mais adiantadas que impedem que o touro por aí passe - anotando-se como investe (ou não) a cada um. De seguida o toureiro, armado apenas de uma capa (o capote) chama-o e fá-lo passar por um e outro piton (corno) não apenas medindo a sua investida como ensinando-o a investir como se pretende.

Após algumas passagens, que podem ser já de grande beleza estética se o toureiro conseguir já tourear (tourear é parar, mandar e templar, como já explicarei) são chamados os picadores com seus cavalos, em número de dois, um de serviço e outro subalterno.

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O de serviço coloca-se na área em que deverá picar, para cá da linha dos tércios, na de tábuas enquanto o touro é colocado para lá da linha de médios (aquelas linhas brancas circulares pintadas na arena). Essa é a distância mínima regulamentar. Haverá o touro de ir duas ou três vezes ao cavalo. Para que serve ? Para medir a bravura do touro e para corrigir a sua investida (não diminuir a sua força) ao mesmo tempo que, sangrando-o um pouco (não, não são os dez litros que já li por aí mas um ou dois dos trinta e seis que o touro tem). Se o touro investe com franqueza e humilhando (baixando a cabeça), é bravo. Se o touro continua a investir ao sentir o castigo, é bravo. Se o touro repete, investindo 2ª e 3ª vez ao cavalo, apesar de saber que será castigado, ele é bravo. Se a sorte de varas for bem executada o touro sai em bom estado para ser lidado. A vara do picador tem na ponta uma "puia" de 5 cm, que é parte que pica o touro, não se enterrando mais porque uma cruzeta o impede. O local a atingir é o morrilho, a parte mais protuberante do cachaço, onde provoca, aliás, menos danos que noutra parte qualquer. Nada de destruir músculos que são necessários a que o touro se mantenha em pé e capaz de aguentar a lide que se segue.

Exemplo de uma boa vara: www.youtube.com/watch?v=08bVMTSu3W0

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E o das Bandarilhas ainda é pior…As bandarilhas asseguram que a hemorragia continue, por isso, tentam colocá-las justamente no sítio já picado com os ganchos metálicos. O gancho move-se dentro da ferida a cada movimento do touro e com o roçar da muleta, o peso das bandarilhas tem precisamente essa função. Algumas têm um arpão de 8 cm a que chamam "de castigo", que lhe cravam se conseguiu desviar-se da lança do picador. As bandarilhas prolongam o agravamento e aprofundamento das feridas internas. Não há limite para o número de bandarilhas: tantas quantas forem necessárias para destroçar os tecidos e a pele do touro…

Comento:Não asseguram hemorragia nenhuma e só por ignorância se pode pretender que seja mais nefasta que a puia. Não têm mais de 4 cm de arpão. As "de castigo" são tão raras que, em trinta anos nunca vi nenhumas. Não têm outra importância que devolver ao touro, que saiu consciente de uma derrota no cavalo, alguma alegria na investida. O toureiro investe a corpo nu para o touro e espeta-lhe as bandarilhas no cachaço.

http://www.youtube.com/watch?v=sl0aXjdaQf4http://www.youtube.com/watch?v=EyM94xCXGd4

Tal como está Demonstrado, é tudo dum Grande Valor…A perda de sangue e as feridas na espinha dorsal impedem que o touro levante a cabeça de maneira normal, e é quando o toureiro pode aproximar-se mais. Com o touro já próximo do esgotamento, o toureiro já não se preocupa com o perigo e pode até dar-se ao luxo de virar as costas ao touro, depois de um passe especialmente artístico, atirando o peito para fora e pavoneando-se para receber os aplausos do público em histeria. Quando o touro atinge este estado lastimável, o matador entra na arena numa celebração de bravura e de machismo, enfrentando um touro exausto, moribundo e confuso.

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Comento: Continua o disparate. Não há feridas na espinha dorsal. Se a espinha for atingida o touro morre. A perda de sangue, antes pelo contrário, descongestionou o touro. É verdade que o touro muda de estado mas não está esgotado, antes está pronto para a fase seguinte, a lide de muleta (o pano mais pequeno). Já referi que tourear é parar, templar e mandar e explico. Parar é aguentar a acometida do animal. Desde o momento em que, em cada passe, cita o touro e este acomete, o toureiro não mexe mais os pés, não rectifica o seu terreno. Templar é ao mesmo tempo coordenar a velocidade do engano com a do touro tentando condicionar a velocidade do animal com a que se imprime à muleta, o mais lenta possível. Mandar significa obrigar o touro a seguir um caminho determinado. Ele, que investiria a direito, é levado a investir à volta do toureiro em círculos. Os touros são animais tanto poderosos como perigosos (http://asp.las-ventas.com/noticias/video.asp?fecha=20100521&tipo=festejo) e quanto mais cansados mais perigosos (qualquer fera é mais perigosa quando encurralada e o cansaço leva o touro a não investir senão de muito perto, pelo seguro e de forma áspera). A beleza do toureio reside no casamento perfeito da transmissão ao público do perigo com o domínio do animal pelo homem e a estética dos movimentos.

Exemplo de um terceiro tércio de sonho: http://www.youtube.com/watch?v=MhCdGK9GDRI

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E falta ainda a famosa Espada!O touro é atravessado por uma ESPADA de 80 cm de comprido, que pode destroçar-lhe o fígado, os pulmões, a pleura, etc., segundo o lugar por onde penetre no corpo do animal. De facto, quando destroça a grande artéria, o touro agoniza com enormes vómitos de sangue. Na hora de matar, se o touro tiver um pouco de sorte, morre duma estocada, mas não como se pensa duma estocada no coração, porque a espadapenetra pulmões e diafragma, por vezes uma artéria maior, daí a hemorragia ser mais visível. Por vezes morrem afogados no seu próprio sangue…

Comento: O estoque deverá ter um máximo de 88 cm de lâmina. É com ele que se mata o touro, devendo a lâmina ser introduzida na cruz, ou seja no centro superior das agulhas, imediatamente a seguir ao morrilho pelo terceiro ou quarto espaços intercostais. Deve ser introduzido direito em relação à espinha dorsal e num angulo de 45º quanto à perpendicularidade das patas dianteiras. Desta maneira tocará algum dos vasos principais do espaço interpulmonar, aorta posterior, veia cava e a morte sobrevirá em instantes. Se ficar atravessada pode tocar os pulmões, provocando as golfadas de sangue descritas, mas não é isto que se pretende.

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Para matar o touro o toureiro coloca-se à sua frente, ergue a espada à altura dos seus olhos, fazendo pontaria à cruz, provoca a investida e avança também (ou espera a investida, recebendo, ou avança com o touro imóvel), cravando-lhe a espada.

E a Tortura continua...O touro, numa tentativa desesperada por sobreviver, resiste a cair, e tenta caminhar penosamente até à porta por onde o fizeram entrar, procurando uma saída a tanto maltrato e dor. Mas então apunhalam-no na nuca com o DESCABELLO, uma outra espada que termina numa lâmina de 10 cm. Apesar destes terríveis tormentos, o animal não consegue morrer de imediato pela sua grande força, mas finalmente cai ao solo, porque a espada foi destruindo os seus órgãos internos…

Comento: Se o touro, ferido de morte, se mantém em pé, deve ser descabellado, isto é, deve ser-lhe seccionada a espinal medula introduzindo a ponta de um estoque provido de uma cruzeta na extrema entre as primeiras vértebras cervicais. Assim se garante uma morte pronta e sem sofrimento. O touro deverá estar imóvel e oferecer a nuca ao toureiro, baixando a cabeça. Com este golpe a morte é imediata. Tudo o mais é fantasia histérica.

Mestres? Artistas? Valentes?Ou antes, Ignorantes, Assassinos e Cobardes…

E prossegue…Rematam com a PUNTILLA de 10 cm, com a qual lhe tentam seccionar a espinal-medula, ao nível das vértebras atlas e axis. O touro fica assim paralisado, sem poder sequer realizar movimentos com os músculos respiratórios, pelo que morre por asfixia, muitas vezes afogado no seu próprio sangue, que lhe sai em grandes golfadas pela boca e pelo nariz.

Comento: caso não tenha sido descabellado nem tenha morrido fulminado, ao dobrar as mãos

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antes de morrer, efectua-se a mesma operação de seccionamento da espinal medula com um punhal de nome puntilla, assegurando a morte imediata do touro. Não há mais nada, nem golfadas nem afogamentos nem qualquer outro disparate.

O Arrasto…Após lhe terem destroçado as vértebras, o touro perde o controlo sobre o seu corpo desde o pescoço para baixo. No entanto, a cabeça mantém-se intacta, pelo que está consciente de todo o horror que lhe está a acontecer e de como está a ser arrastado para fora da arena.

Comento: Sem comentários, a ignorância é total, a demagogia impera, já que pretensamente, o animal, apesar de morto, afogado no seu próprio sangue afinal está vivo. Não há pachorra.

NÃO SEJAS INDIFERENTE À SUA DOR…Consegues ver a lágrima que lhe escorre pela face?Não participes nestes eventos. As corridas de touros são uma tradição cruel que nos denigre como seres humanos.

Comento:A lágrima é o toque final e demonstra ou a suma ignorância ou a patetice total. Os bovinos, como muitos outros animais, não choram (no sentido de produção de lágrimas) de dor. A sua demonstração exterior de dor é sonora (mugindo com certa entoação) e/ou corporal (contorcendo-se). Dispõem de glândulas lacrimais que têm uma função lubrificante e higiénica do olho.

• Antonio Gala, ex-toureiro, nascido em 1937, escreveu na crónica dominical do “El País”, a 30 de Julho de 1995, um artigo no qual confessava a sua "conversão" a anti-taurino: “E de repente [o touro] olhou para mim. Com a inocência de todos os animais reflectida nos olhos, mas também implorando. Era a revolta contra a injustiça inexplicável, a súplica face à crueldade desnecessária...”

Comento: Este é um exemplo da mistificação que corre a nível interplanetário, já tendo encontrado esta pseudo-citação em vários sites. A verdade é que António Gala nunca foi toureiro e não é, seguramente um anti-taurino. Trata-se de um dos mais proeminentes escritores espanhois. Poeta, dramaturgo, ensaista podem descobri-lo em: http://en.wikipedia.org/wiki/Antonio_Galahttp://www.antoniogala.es/Há alguns anos entrevistou um grande Toureiro, Morante de La Puebla, num encontro que ficou histórico e de que retiro apenas a citação "Yo llevo el toreo dentro de mí. Es la creación de la belleza." Para anti-taurino, não está mal. (www.elpais.com/articulo/ultima/Antonio/Gala/correspondes/toro/historia/breve/amorosa/elpepiult/20060815elpepiult_1/Tes)

Reflecte, tal como eu…“A comiseração com os animais está tão intimamente unida com a bondade de carácter, que se pode afirmar que quem é cruel com os animais não pode ser boa pessoa.”SchopenhauerSó os psicopatas gozam com o sofrimento doutros! Tu és um deles? Reflecte! Rejeita-a!!!Esta é uma tradição degradante que NÃO deve continuar…

Comento: Adolf Hitler gostava muito de animais. Tinha bondade de carácter ?

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Como podes Ajudar?• Não assistas a corridas de touros; • Não apoies políticos, artistas ecomunicadores associados a esta crueldade;• Não consumas produtos de empresas que as patrocinem;• E o mais importante: Ensina os teus filhos a respeitarem os seres vivos…

Comento: Pensa pela tua cabeça, informa-te até dominares o tema e depois decide conforme achares que deve ser.

Se tudo isto te tocou ao menos um pouco oCoração, une-te a mim!!!E, difundindo estas imagens, farás com que quem desfruta destas festas selvagens tome consciência do que faz…Recorda que por cada e-mail que envies podes fazer mudar a maneira de pensar de muita gente…

Comento: Une-te a quem quiseres, difunde o que quiseres mas fá-lo com conhecimento de causa. Não vás em charopadas só porque és boa pessoa e parece que têm razão.