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TÓPICO B: RACISMO E XENOFOBIA NO CONTEXTO DA CRISE

MIGRATÓRIA

Introdução

“O ódio está se generalizando. Os muros – que atormentavam as gerações

anteriores, e nunca produziram uma solução sustentável para nenhum

problema – estão voltando. São erguidas barreiras de desconfiança, que

serpenteiam por, e entre, nossas sociedades e são assassinas” — ZeidRa’ad

Al Hussein - diplomata jordaniano.

O conflito na Síria é um dos maiores motivadores da onda migratória na Europa.

Segundo a Eurostat (2016), a violência constante no Afeganistão e na Eritreia, assim

como a pobreza no Kosovo também têm levado pessoas a procurar asilo em outros

países. A Síria (com 4,9 milhões de refugiados), o Afeganistão (com 2,7 milhões) e a

Somália (com 1,1 milhão) totalizam mais da metade dos refugiados sob o mandato do

ACNUR. O Panorama Global de 2011 - Pessoas Deslocadas por Conflitos e Violência,

os países com maior número de deslocados internos são a Colômbia (6,9 milhões), a

Síria (6,6 milhões) e o Iraque (4,4 milhões). Entre os motivos para os refugiados terem

como principal objetivo a chegada na Europa estão o Tratado de Schengen, no qual

representantes europeus concordaram em tornar mais fácil e livre a circulação de

pessoas entre as fronteiras dos países da região, e na crença de que desembarcando em

terras europeias, terão mais oportunidades e fácil trânsito entre os países da União

Europeia. Contudo, esse aumento do fluxo de refugiados multiplicou as ocorrências de

intolerância social, racial e religiosa para com os grupos estrangeiros, motivada por

divergências culturais e sociais. Somado ao medo de que com o aumento de

estrangeiros as ofertas de emprego diminuam e atrapalhem o crescimento da economia,

esse contexto cria o cenário ideal para proliferação de casos de xenofobia e racismo no

continente.

Há uma notória tradição na América Latina quanto à concessão de asilo político,

especialmente diante de períodos de instabilidade política, regimes ditatoriais e

guerrilhas, que produziram o deslocamento de milhares de pessoas. Um balanço até

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dezembro de 2016 feito pelo ACNUR mostrou que o fluxo de refugiados vem

aumentando consideravelmente, sobretudo no Brasil, se mostrando urgente uma

resposta adequada à crescente demanda de refugiados. A migração forçada de milhares

de Haitianos, devido à situação política e o posterior terremoto que assolou o país,

representa um contingente significativo de entrada de imigrantes no Brasil, buscando

uma alternativa à situação de vulnerabilidade econômica naquele país. Com isso,

surgem diversas dificuldades em lidar com um fluxo intenso de pessoas, dentre as quais,

a insuficiência das estruturas de acolhimento e das políticas públicas destinadas à

migração e o preconceito, revelam a necessidade de rever a política migratória na

região. A Comissão contra o Racismo e a Intolerância (ECRI) chama atenção para os

riscos de uma "fragmentação" da luta contra os crimes de ódio e recomenda uma

estratégia "global, coletiva e solidária".

Os crimes de ódio - racismo, xenofobia e entre outros - ferem os 3 primeiros

artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, segundo os quais "todos os

seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos (...)", "todos os seres

humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente

Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua,

de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de

nascimento ou de qualquer outra situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção

fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da

naturalidade da pessoa, (...)" e "todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à

segurança pessoal”. Além disso, o racismo e a xenofobia vão de encontro à Declaração

sobre raça e preconceitos raciais, aprovada e proclamada pela Conferência Geral da

Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, reunida em

Paris em sua 20.º reunião, em 27 de novembro de 1978, cujo artigo 2 reconhece que "o

racismo engloba as ideologias racistas, as atitudes fundadas nos preconceitos raciais, os

comportamentos discriminatórios, as disposições estruturais e as práticas

institucionalizadas que provocam a desigualdade racial, assim como a falsa ideia de que

as relações discriminatórias entre grupos são moral e cientificamente justificáveis;

manifesta-se por meio de disposições legislativas ou regulamentares e práticas

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discriminatórias, assim como por meio de crenças e atos antissociais; cria obstáculos ao

desenvolvimento de suas vítimas, perverte a quem o põe em prática, divide as nações

em seu próprio seio, constitui um obstáculo para a cooperação internacional e cria

tensões políticas entre os povos; é contrário aos princípios fundamentais ao direito

internacional e, por conseguinte, perturba gravemente a paz e a segurança

internacionais.", bem como condena práticas racistas afirmando que "o preconceito

racial historicamente vinculado às desigualdades de poder, que tende a se fortalecer por

causa das diferenças econômicas e sociais entre os indivíduos e os grupos humanos e a

justificar - ainda hoje - essas desigualdades, está solenemente desprovido de

fundamento."

Ainda assim, o índice de crimes de ódio tem aumentado exponencialmente ao

redor do mundo. E, apesar dos esforços da ONU, o histórico de casos de racismo e

xenofobia, especialmente com a eclosão da crise migratória da última década, tem se

mostrado crescente e preocupante.

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Histórico do Problema

Se analisado de modo amplo, em um panorama global, a xenofobia já mostrava

seus traços ainda na idade média e, assim como o racismo, foi evidenciada diversas

vezes e de inúmeras maneiras através dos séculos, o que torna difícil datar uma época

exata. A crença na existência de raças ou culturas superiores e inferiores foi utilizada

muitas vezes para justificar a escravidão, o domínio de determinados povos por outros e

os genocídios que ocorreram ao longo de toda a história da humanidade. O racismo e a

xenofobia mostram-se presentes em todos os continentes, adquirindo formas diversas,

de acordo com sua história, cultura e fatores sociais. Racismo e xenofobia tem mostrado

andar de mãos dadas nas últimas décadas.

Lembrando que a Organização das Nações Unidas foi fundada após a II Guerra

Mundial (1939-1945), conflito mais abrangente da história (número assombroso de

ataques a civis e o holocausto), com a eliminação de toda e qualquer forma de

discriminação como um dos seus principais objetivo. No Preâmbulo da Constituição da

UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura),

aprovada em 16 de novembro de 1945:

(...) a grande e terrível guerra que acaba de terminar não teria sido

possível sem a negação dos princípios democráticos, da igualdade, da

dignidade e do respeito mútuo entre os homens, e sem a vontade de substituir

tais princípios, explorando os preconceitos e a ignorância, pelo dogma da

desigualdade dos homens e das raças"

(UNESCO, 1945. Pág. 2).

Assim como no artigo I de tal Constituição, a UNESCO:

"O propósito da Organização é contribuir para a paz e para a

segurança, estreitando mediante a educação e a cultura, a colaboração entre

as nações, a fim de assegurar o respeito universal à justiça, à lei, e aos

direitos humanos e às liberdades fundamentais que sem distinção de raça,

sexo, idioma ou religião, a Carta das Nações Unidas reconhece a todos os

povos do mundo". (UNESCO, 1945. Pág 2)

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Passando-se várias décadas da fundação da ONU e da UNESCO os princípios

observados por essas duas passagens, assim como pelo documento na íntegra, seguem

sendo norteadores das políticas da organização.

No âmbito da UNESCO também temos a Declaração das Nações Unidas sobre a

eliminação de todas as formas de discriminação racial (1963), a Convenção

Internacional sobre a eliminação de todas as formas de discriminação racial (1965) e a

Primeira Conferência Mundial de Combate ao Racismo e a Discriminação Racial(1978).

Na história recente, em 2001, tivemos a Conferência Mundial contra o Racismo,

Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata, sediada em Durban, África

do Sul. A Conferência de Durban, como ficou conhecida, levou Estados membros das

Nações Unidas, Instituições Especializadas e Organizações Não Governamentais a

discutirem uma declaração e um programa de ações com medidas preventivas, para a

educação e reparações, assim como para incentivar cooperações e reforços dos

mecanismos para lutar contra o racismo, a xenofobia e a discriminação racial. Em 2009

foi realizada a conferência de exame de Durban, em Genebra, Suíça.

Questão da América

Uma região com o histórico de imigração tão intenso e uma sociedade

baseada nas diferentes culturas advindas dessa realidade deveria ser o ambiente mais

improvável para a presença de opressões como o racismo e a xenofobia. Contudo,

países de destaque na região como o Brasil e os Estados Unidos têm a sua história

manchada pelo racismo e pela segregação desde os tempos de colonização.

Ainda que a região não seja o foco central do fluxo de imigrantes da crise

migratória do Oriente Médio - segundo a Anistia Internacional (2015), 95% dos

refugiados sírios estão em apenas cinco países: Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque e

Egito -, existe uma movimentação intensa de refugiados, especialmente saindo da

América Central, fugidos da violência de El Salvador e Honduras que são recebidos

principalmente no México (ACNUR, 2016). Preocupados com essa situação, nove

países da América do Norte e Central, por meio da “Declaração de Ação de São José”

(2016), reconheceram a necessidade de proteger os requerentes de asilo, refugiados e

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pessoas deslocadas internamente que fogem da América Central. Além disso, a

migração forçada de milhares de Haitianos, devido à situação política e o posterior

terremoto que assolou o país, representa um contingente significativo de entrada de

imigrantes no Brasil, buscando uma alternativa à situação de vulnerabilidade econômica

naquele país.

Apesar de conviver com suas próprias demandas de imigrantes regionais,

diversos países da América do Sul declararam recentemente que estão dispostos a abrir

suas fronteiras e receber parte das centenas de milhares de refugiados sírios e, segundo

o porta-voz da Organização Internacional para Migração (OIM), Joel Millman, a

participação da América do Sul é fundamental no processo de imigração, e ainda

destaca que os "países sul-americanos podem contribuir fornecendo ajuda humanitária e

concedendo asilos aos mais necessitados". Contudo, a aparente solidariedade dos

Estados quanto à realidade dos refugiados se mostra diferente no âmbito interno. De

acordo com o relatório do Centro de Pesquisa Latinobarómetro, a América Latina

demonstra pouquíssima abertura à recepção de cidadãos de outros países: apenas 14%

da população apoia a entrada de muitos “estrangeiros de raça diferente” da maioria

nacional (LAGOS, 2017). A mesma pesquisa mostra que apenas 15% dos entrevistados

se disseram favoráveis à chegada de imigrantes vindos de países mais pobres. Um dos

mais fechados à imigração é o Paraguai: 16% apoiam que estrangeiros da mesma raça

vivam no país, 8% apoiam a chegada de imigrantes de países mais pobres e 7% são

favoráveis a imigrantes de raça diferente. O Brasil é o sétimo mais xenófobo entre os 18

participantes do estudo: 20% apoiam a vinda de estrangeiros da mesma raça, 17% a de

estrangeiros de raça diferente e 18% a de provenientes de países mais pobres. Por sua

vez, nos Estados Unidos, desde a eleição do atual presidente houveram atos de

vandalismo e incêndio criminosos em mesquitas, líderes muçulmanos foram ameaçados

e estudante universitários foram alvos de panfletos racistas. Mas islamofobia e racismo

não são novidade, durante o ano de 2016 o The Huffington Post contabilizou 385

ocorrências anti-muçulmanas nos Estados Unidos, de ataques verbais a agressões

físicas. Além disso, o país lida com um estigma, nos EUA a taxa de assassinato de

negros é 8 vezes maior que a de brancos, de acordo com pesquisa de agência da ONU.

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Dessa maneira, mesmo que geograficamente distante do epicentro da maioria

das rotas migratórias da atualidade as Américas têm muito a contribuir nessa discussão.

Tanto como possível lar para esses refugiados como para discutir suas atuais políticas

de acolhimento e respeito às minorias.

Atualidades

É notório nos dias de hoje que a intolerância racial e xenofobia têm adquirido

grandes proporções principalmente nos Estados Unidos da América, onde, embora,

superficialmente, o tema possa ser visto como um embate entre defensores e adversários

do seu novo presidente eleito, o empresário Donald Trump, na realidade este país

enfrenta um dos embates mais polêmicos de sua história quanto às questões raciais e

discriminatórias.

Nos EUA, o tema recai a negros e imigrantes principalmente a partir da disputa

eleitoral de 2016, fortalecido com a ampla divulgação dos discursos do candidato

republicano Donald Trump, regularmente classificados como anti-migratórios, anti-

muçulmanos e sexistas. Em novembro de 2016, por exemplo, após vitória eleitoral de

Trump, a Organização Não-Governamental (ONG) Southern Poverty Law Center

registrou cerca de 867 casos de incitação ou intimidação racistas ou xenófobos em todo

o país nos dez dias que se seguiram à vitória. Para Zeid Ra'ad al-Hussein, o atual alto

comissário dos direitos humanos das Nações Unidas, isso é decorrência, também, dos

comentários racistas e difamação a mexicanos e muçulmanos feitas pelo novo

presidente dos Estados Unidos.

A preocupação quanto à questão da xenofobia ganhou novas dimensões nos

EUA após a adoção de medidas de combate à imigração promulgadas pela nova

administração no começo do ano de 2017. Inicialmente, a lei anti-imigração visava

proibir a entrada durante 90 dias de cidadãos de seis países predominantemente

muçulmanos em terras norte-americanas, mas após apuração da constitucionalidade da

norma, atualmente, tal medida é considerada parcialmente constitucional pelo Supremo

Tribunal dos EUA, garantindo que partes das ordens executivas do presidente entrem

em vigor, ou seja, proíbe-se a entrada nos EUA de refugiados e cidadãos de sete países

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(Irão, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen) que não tenham qualquer ligação a

indivíduos que já residam nos EUA ou que não estejam em viagem para trabalho. Nesse

sentido, Ra'ad al-Hussein retoma que, as pretensões do novo governo em deportar

imigrantes ilegais sejam quais forem as suas situações econômicas, idade ou tempo de

residência no país, geram um desconforto na comunidade em geral, uma vez que tal

medida representa expulsões coletivas que, sem qualquer investigação individual, além

de ser terminantemente proibidas na lei internacional, ocasionam um desequilíbrio na

sociedade norte-americana ao fortalecer grupos racistas e xenófobos. O secretário-geral

da ONU, António Guterres já havia expressado, em fevereiro do corrente ano, profunda

preocupação com o novo programa de recebimento de refugiados dos EUA, sugerindo

que nova política norte-americana fosse removida o mais rápido possível, pois a mesma

afeta, inclusive, os refugiados sírios, aqueles que atualmente têm as necessidades mais

dramáticas no quesito migratório.

Quanto ao racismo, o país sempre enfrentou fortes protestos da sociedade civil

devido a mortes injustificadas de cidadãos negros. Os episódios, contudo, são mais

frequentes e críticos, resultando na prisão de inúmeros manifestantes e acalorando o

debate sobre o uso de força policial contra minorias. A questão divide a sociedade,

inclusive por intermédio do Estado. Recentemente foi autorizada pelas autoridades do

estado da Virgínia, na cidade de Charlottesville, uma marcha da Ku Klux Klanm, grupo

de supremacia branca norte-americano, contra a remoção de estátuas em espaços

públicos de personalidades históricas associadas à bandeira confederada e os

monumentos do sul que homenageiam o período da escravidão. Trata-se de uma atual

disseminação do racismo na defesa de símbolos intolerantes, vista na atitude dos mais

diversos corpos políticos do país. Profundamente preocupada com os últimos

acontecimentos no país, a ONU tem alertado para um expressivo aumento de ódio racial

demonstrado por extremistas de extrema direita, supremacistas brancos e grupos

neonazistas.

Chamamos o governo norte-americano e as autoridades estatais a

adotar políticas efetivas como prioridade, para combater urgentemente as

manifestações de incitação à violência racial, e entender como elas afetam a

coesão social [...] O governo precisa ser vigilante no combate a todos os atos

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de racismo, xenofobia e violência racista, não importa onde ocorram.

Incidentes recentes na Califórnia, em Oregon, Nova Orleans e Kentucky,

assim como Charlottesville, demonstram a disseminação geográfica do

problema. (Sabelo Gumedze, Mutuma Ruteere e Anastasia Crickley).

Ainda recentemente, a polêmica divulgação pelo governo de Donald Trump em

considerar a hipótese de retirada dos Estados Unidos do Conselho de Direitos Humanos

da ONU, deu um tom ainda mais crítico quanto ao seu desinteresse na responsabilidade

em combater às atrocidades praticadas contra os direitos humanos. Na abertura da 34ª

sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em fevereiro de 2017, o novo

secretário-geral da ONU, António Guterres, reagiu contra o plano de Trump,

lamentando: ''o fenômeno perverso do populismo e extremismo que se alimentam um do

outro tendo como pano de fundo o racismo, xenofobia, anti semitismo e islamofobia,

entre outras formas de intolerância''. Na mesma sessão, representante do México alertou

a comunidade internacional que não se pode aceitar as medidas unilaterais regressivas

do governo Trump, criticando a política migratória dos EUA, numa referência clara a

proposta do novo presidente norte-americano de construção de um muro na fronteira

entre os dois países: “o que tende a materializar o extremismo e a intolerância em

barreiras físicas e ideológicas”.

Realizada num contexto internacional marcado pelas crises dos refugiados e dos

migrantes e acentuação das questões raciais, nesta última sessão do Conselho de

Direitos Humanos ocorrida no início de 2017, cabe ainda mencionar a responsabilidade

exigida às nações frente aos desafios de natureza humanitárias que se desenvolvem no

sistema internacional. O Secretário-Geral da ONU lembrou que "os direitos dos

refugiados e dos migrantes são gravemente questionados (...) Diante da multidão de

pessoas que fogem da guerra, a comunidade internacional não deve fugir de suas

responsabilidades". O Brasil, por exemplo, foi cobrado por países africanos e de maioria

negra, a intensificar o combate à desigualdade e à discriminação contra sua população

negra, que representa 54% de sua população total. Os mais recentes relatórios quanto à

situação dessa parcela da sociedade brasileira demonstram dados alarmantes quanto a

homicídios contra jovens negros, liberdade religiosa, acesso à educação de qualidade,

situação das mulheres negras, etc.

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Em outras ocasiões, a Argentina, por exemplo, também já foi alvo de

recomendações e advertências pelos relatórios da ONU quanto às questões de

discriminação enfrentada por migrantes e grupos de afro-americanos que residem no

país pela falta de igualdade de direitos e repressão perpetrada contra muitas dessas

pessoas. No corrente ano, por exemplo, o Relator Especial das Nações Unidas, Mutuma

Ruteere, após uma visita em maio de 2016, providenciou um relatório sobre as formas

contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e formas conexas de

intolerância no país, tendo em vista a apuração de uma “retórica xenófoba” por parte do

Governo argentino em seus discursos, bem como através das manifestações de seus

funcionários e meios de comunicação, tendo assim informado:

Alguns funcionários do governo fizeram declarações para a mídia

acusando os imigrantes de serem responsáveis por tráfico de drogas ou, mais

genericamente, de se envolverem em atividades criminosas." Adicionou,

inclusive, que constantemente são anunciadas expressões sobre o fato de o

país estar “infestado de criminosos estrangeiros.

No que se refere à atual crise migratória, o continente americano tem respondido

de forma diferenciada a problemática, principalmente com a mudança nos fluxos

migratórios na América em decorrência do temor às novas políticas imigratórias dos

EUA. Em uma reportagem especial dos 11 jornais do Grupo de Diários América (GDA)

no ano de 2016 foram apontadas novas ondas de migração dentro da América Latina:

Argentina, agora, possui aproximadamente 4,6% de sua população de estrangeiros;

Brasil, tem atuado como destino de desembarque de bolivianos e haitianos, em busca de

melhores condições de vida, tendo em vista os conflitos armados em seus países; já a

Colômbia, tem recebido grande fluxo de imigrantes venezuelanos, em decorrência da

crise estrutural na Venezuela (ver Figura 1 e 2).

Esses novos padrões de imigrações gerados por um cenário mais restritivo e da

crescente xenofobia nos EUA acabam por criar novos desafios e oportunidades para a

América Latina que deve continuar, por orientação da Organização Internacional para as

Migrações (OIM), atualizando e fortalecendo suas políticas migratórias com foco em

uma perspectiva de direitos humanos.

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Assim, o futuro soa similar a todas as nações do globo, pois tal

comprometimento será exigido não só da América Latina, mas a comunidade

internacional como um todo. É a partir da Declaração de Nova York, adotada em 2016

pela Assembleia Geral das Nações Unidas, visando iniciar um marco que leve a uma

conferência internacional e à adoção de um pacto global em 2018 para uma migração

segura, ordenada e regular, que se estabelece o comprometimento das nações em

proteger os direitos de refugiados e migrantes de forma a compartilhar

responsabilidades diante dos grandes movimentos de pessoas em escala global.

Figura 1

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Figura 2

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Questão da Europa

De acordo com o ex-ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Joschka

Fischer (2015), 1998 à 2005, durantes muito tempo, a Europa foi um continente

atormentado por guerras, fome e pobreza, o que fez com que milhões de europeus,

fugindo da privação econômica e social, navegassem pelo Atlântico até a América do

Norte e do Sul, ou lugares mais distantes como a Austrália, na busca de uma vida

melhor para si e para os filhos. Atualmente, a União Europeia é uma das regiões

econômicas mais ricas do mundo, o que fez a miséria e migração de europeus tornar-se

uma memória distante, se não totalmente esquecida. Em todo o continente, a xenofobia

e o racismo crescem desenfreadamente, e as partes nacionalistas, mesmo as de extrema

direita, estão ganhando terreno. Existem três causas principais da migração atual para a

Europa: a crise econômica contínua dos Balcãs Ocidentais; A turbulência no Oriente

Médio; As guerras e conflitos na África. A crise dos refugiados destaca um problema

estrutural na Europa: demografia. A população europeia diminui a cada ano, o

continente precisa urgentemente de imigração. No entanto, muitos na Europa se opõem

fortemente à imigração, porque também significa mudança social.

Desde os atentados de 11 de Setembro de 2001, as acusações de violência racial

aumentaram em oito dentre 11 países-membros da União Europeia. A constatação foi

feita por duas juntas de Direitos Humanos da Comissão Europeia, em Viena e

Estrasburgo, baseando-se em dados de 2000 á 2010. De acordo estes relatórios, o

número de crimes antissemitas cresceu no Reino Unido e na França, bem como outras

manifestações de violência de extrema direita se tornaram cada vez mais frequentes na

Alemanha. Um documento publicado pela Comissão Europeia contra o Racismo e a

Intolerância (ECRI, 2007), com dados até 2006, mostra que – naquela época – já havia

um "clima de hostilidade" se tratando das minorias e que a islamofobia - aversão a

islâmicos -, o antissemitismo e o anticiganismo eram crescentes no continente.

"Fenômenos virulentos de racismo e de intolerância podem ser observados em todos os

países-membros", aponta o relatório.

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Pós Brexit, crimes xenófobos disparam na Europa. Um relatório do Ministério

do Interior da Inglaterra (Hate Crime, England and Wales, 2015/16) confirma em

números o que a comunidade de imigrantes do Reino Unido temia, a quantidade de

crimes de ódio disparou 41% em julho de 2016, em relação ao mesmo período no ano

passado. Em julho de 2016, mês seguinte ao referendo que confirmou a saída dos

britânicos da UE, ocorreram 5648 delitos de ódio. Após o ataque de Manchester (onde

um homem bomba detonou o artefato próximo a um estádio cheio e resultou em 22

mortes) o índice de crimes de ódio dobrou na cidade.

A Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância (ECRI) chama atenção

para os riscos de uma "fragmentação" da luta contra os crimes de ódio e recomenda uma

estratégia "global, coletiva e solidária". Nesse contexto o papel da mídia é de extrema

importância, "Preocupa o clima negativo na opinião pública" em relação às minorias,

para a ECRI "alimentado por setores da mídia e também pela utilização de argumentos

racistas e xenófobos no discurso político" (The use of racist, antisemitic and xenophobic

elements in political discourse, 2005).

Esse contexto de violência e opressão torna urgente o posicionamento por parte

da ONU para que essa insuficiência das estruturas de acolhimento e das políticas

públicas destinadas à migração e o preconceito seja resolvida.

Atualidades

“(...) não discriminação e igualdade formam a base do sistema universal de

direitos humanos” Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU de 2007 à 2017.

Em 2016 as Nações Unidas propuseram que seus países membros criassem um

sistema de compartilhamento mais justo de responsabilidades para as centenas de

milhões de refugiados e migrantes de todo o mundo. A campanha atua contra a

xenofobia e o racismo na conduta com os refugiados e tenta conter uma atitude e um

certo tom tomada nos debates sobre como lidar com a crise, conter a nuance negativa

que vinha sendo adotada. Para Ban Ki-moon (2016) “(...) as respostas xenófobas e

racistas a refugiados e migrantes parece estar atingindo novos níveis de estridência,

frequência e aceitação pública”.

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Ao, em 2016, assumir como Alto Comissário das Nações Unidas para

Refugiados Filippo Grandi mostrou-se preocupado com o atual “clima de xenofobia”

que tomou conta da Europa enquanto o continente lida com o maior fluxo de imigrantes

desde a Segunda Guerra Mundial. Além disso, o Alto Comissário reforçou a ideia de

que a imigração traz o desenvolvimento e que líderes que tentam jogar a opinião pública

contra imigrantes e refugiados também é responsável por esse “clima” que está tomando

conta do continente.

Em junho de 2016 o mundo assistiu ao Brexit, que ocorreu em meio a um

imenso debate sobre xenofobia, racismo e identidade nacional. Se em julho do mesmo

ano o índice de crimes de ódio aumentou 41% em relação ao mesmo mês do ano de

2015, em 2017 podemos observar vários desdobramentos do ocorrido.

A Comissão Europeia lançou em junho de 2016 um grupo de combate ao

racismo, xenofobia 3 e outras formas de intolerância considerado um passo adiante na

luta contra a xenofobia e o racismo na Europa. O grupo tem a finalidade de melhorar os

esforços dos Estados membros da UE e assim prevenir os crimes de ódio. Em um

relatório de abril, a Agência dos Direitos Fundamentais da UE disse que os crimes de

ódio muitas vezes não são reportados e não são processados, e insistiu que os Estados

membros devem melhorar o acesso à justiça para as vítimas.

Em setembro do mesmo ano, o Alto Comissário das Nações Unidas para os

Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein, advertiu líderes de partidos populistas na

Europa sobre o efeito corrosivo nas sociedades de sua instrumentalização de fanatismo e

xenofobia para fins políticos.

A Declaração de Nova York, adotada pela Assembleia Geral, é uma carta de

princípios e não gera compromissos práticos. Mesmo assim, representa um primeiro

passo para responder à movimentação de pessoas numa escala sem precedentes que o

mundo enfrenta atualmente.

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Questões a serem ponderadas

• Quais medidas os Estados podem tomar visando a diminuição da discriminação?

• Qual deve ser a resposta de cada Estado para ataques racistas e xenófobos

em seu território? A Sociedade Civil e Organizações Não-

Governamentais podem desempenhar um papel de auxílio na situação?

• Como a comunidade internacional pode agir a fim de ter maior controle sobre

estatísticas e dados sobre a discriminação?

Posição dos Blocos

Países da África

República Federal da Nigéria

A Nigéria enfrenta uma série de problemas políticos e territoriais, causados

principalmente pela colonização britânica nos séculos XIX e XX, como o conflito

histórico entre o norte majoritariamente muçulmano e o sul predominantemente cristão

(Anistia Internacional, 2015). Nesse contexto, o Boko Haram - fundado em 2002 com a

intenção de formar um Estado muçulmano próprio - é um dos atuantes nesses conflitos,

se tornando uma das maiores preocupações dos Estados da região, bem como seus

ataques são responsáveis por grande parte do movimento de emigração no país. Em

relação ao racismo e a xenofobia, a Nigéria participou da II Conferência de Durban

contra o Racismo, segundo a resolução da conferência, por outro lado, a população

nigeriana que se torna refugiada ao fugir da violência e da pobreza de seu país encontra

um cenário hostil quando recebida em outros territórios. O governo nigeriano em

fevereiro de 2017 chamou a atenção para a situação da África do Sul cujos ataques

xenofóbicos contabilizam 116 nigerianos mortos extrajudicialmente em seu território.

República da África do Sul

A história da segregação racial e da discriminação da África do Sul não estão

mais presentes em seu sistema legal, porém, o país vêm testemunhando um

ressurgimento da xenofobia. Os acontecimentos atuais ilustram que a hostilidade em

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relação aos estrangeiros ainda está presente e continua a ser justificativa assassinatos,

destruição de propriedade bem como deslocamentos em massa no país. Em 2015, os

comentários do rei zulu Goodwill Zwelithini de que os estrangeiros deveriam "arrumar

suas malas" e sair, provocou uma onda de violência apenas contida quando a África do

Sul recorreu ao exército. Pelo menos cinco pessoas foram mortas e cerca de 2.000

migrantes foram forçados a campos de refugiados. A falta de liderança competente,

decisiva e confiável é sentida em todos os níveis de governo e tem como consequência a

deficiência de uma resposta efetiva e intervenções preventivas acerca do tema. Ainda

que o presidente Jacob Zuma condene a violência, afirma que as autoridades vão

reprimir os trabalhadores indocumentados.

República Árabe do Egito

Os países próximos à Síria acolhem mais de 4,8 milhões de refugiados sírios

registrados e, em novembro de 2016, o Egito recebeu o quinto maior número de

refugiados sírios, segundo o ACNUR. Em 2013, a insatisfação social e política no país e

as políticas nacionais que dificultam o trabalho das organizações humanitárias

provocaram uma onda de xenofobia, voltada principalmente aos sírios, tornando-os

mais vulneráveis. Contudo, na candidatura do país ao Conselho de Direitos Humanos,

mandato de 2017-2019, o Egito comprometeu-se a garantir que os desafios emergentes

acerca das globo muitas manifestações de racismo e xenofobia que afetam a vida de

milhões de pessoas ao redor do globo terão a devida atenção.

República Democrática Federal da Etiópia

Segundo a ONU, aproximadamente 730 mil refugiados residem em território

etíope, vindos especialmente da Eritréia e da Somália. O país participou da II

Conferência de Durban Contra o Racismo (2009), além disso, ratifica a Convenção

Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial (Nova

York, março de 1966). Em contrapartida, os etíopes que saem de seu território sofrem

por serem negros, por serem judeus e por serem de outra nacionalidade. Em Israel –

cuja sociedade judaica é constituída de imigrantes de todos os lugares do mundo —, a

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população etíope é o único grupo negro residente no território por ser judeu e sofre com

o racismo institucionalizado e ignorado (El Coyote, 2017).

República da Costa do Marfim

As constantes crises político-institucionais na Costa do Marfim possuem

histórico de conflitos étnicos, xenofobia e nacionalismo que remonta aos anos 1970.

Apesar de sua atual relativa estabilidade com o fim da rebelião de militares, o país sedia

preocupantes tensões entre etnias, que levaram a adoção em 2008 de uma lei contra a

xenofobia e o racismo aprovada pelo parlamento da Costa do Marfim, impondo reclusão

e multas aos que forem considerados culpados de xenofobia, racismo ou sua versão

correlativa para os membros de diferentes tribos. De forma conexa, a atual crise

migratória europeia é composta também de fluxos de refugiados da Costa do Marfim.

Embora o país tente se reconstruir após guerra civil, há fluxos ainda que se deslocam

dentro do próprio continente. Contudo, segundo a ONU, o principal destino dos

imigrantes da região tem sido a Itália. Ao lado de Nigéria, Bangladesh, Guiné e Gâmbia,

Costa do Marfim está entre os principais países de origem da pressão migratória na

Europa pelo Mediterrâneo. Após a saída da Onuci, missão de paz da ONU em vigor no

país até junho de 2017, o governo da Costa do Marfim, terá como desafios redobrar seus

esforços para abordar os graves problemas de direitos humanos em seu território que

também influenciaram os fluxos migratórios da população costa-marfines ao longo dos

últimos anos.

Países da Ásia e Pacífico

República Popular da China

A China é um dos países com maior diáspora do mundo. Em 2015, 10 milhões

de pessoas nascidas na China viviam fora do país (International Migration Report,

2015). Com o crescimento de sua economia, o país também se tornou um destino

atraente para migrantes de todo o mundo. Em 2016, a China se juntou à Organização

Internacional para as Migrações (OIM). Na sessão que aprovou a adesão do país, o

Representante da China fez uma declaração, dizendo que, à luz da recente situação de

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migração global, a China acredita que deveriam ser feitos alguns esforços, como tratar

esse fenômeno de forma aberta, inclusiva e justa, eliminando a discriminação e a

exclusão contra os migrantes.

República da Índia

Existe uma movimentação intensa da população indiana para fora de seu país –

de acordo com os dados da divisão de população da ONU de 2015, aproximadamente

15.000.000 indianos residem em outros países -. Apesar disso, a população que chega

no país em busca de melhores oportunidades de vida, fugindo da violência e do conflito

de seu país natal é recebido com hostilidades inclusive de representantes do governo.

Em 2013, o ministro da Arte e Cultura de Goa, Dayanand Mandrekar, afirmou que os

nigerianos eram um "câncer" na sociedade indiana (Al Jazeera, 2013).

Reino da Arábia Saudita

Em 2015, a Arábia Saudita recebeu o 4º maior número de migrantes no mundo

(International Migration Report, 2015). No debate do ACNUR sobre racismo,

discriminação racial, xenofobia e formas relativas de intolerância, em 2016, a Arábia

Saudita declarou que “todas as formas de discriminação são proibidas no Koran e por

isso o país ratificou a Convenção Internacional de Eliminação de Todas as Formas de

Discriminação Racial, e ratificou convenções abordando várias formas de discriminação

e implementando-as, desde que não contradizam a Sharia ". Na mesma ocasião, a

coalizão liderada pelos sauditas foi criticada por aumentar seu discurso de ódio,

xenofobia e discriminação racial.

República da Indonésia

A Indonésia não tem sido atingida somente pelo fluxo de pessoas que migram

por razões econômicas no continente asiático, mas também pelos milhares de membros

da minoria muçulmana rohingya, que se encontram aprisionados em seus territórios

marítimos ao procurarem proteção das violações dos direitos humanos acometidas em

Mianmar. No que diz respeito ao fluxo migratório para outros continentes, o país

também tem sido coibido a conter a crise humanitária de imigrantes em alto-mar quando

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milhares de refugiados são encontrados em suas costas por não conseguirem chegar ao

seu destino pretendido. Já no que diz respeito às constantes denúncias de racismo e

xenofobia na crise migratória do século XXI, o maior país muçulmano do mundo, tem

registrado crescentes episódios de violência e de instigação ao ódio racial e religioso.

Um país fortemente influenciado pela lei islâmica baseada no Alcorão tem recebido

constantes recomendações da ONU para revogar suas previsões penais que miram

desproporcionalmente pessoas pertencentes a minorias religiosas, não crentes e

dissidentes políticos. Cabe ressaltar que a Indonésia aderiu a Convenção Internacional

sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (1965) em 1999.

República Popular do Bangladesh

Durante a guerra civil de 1971, que estabeleceu o Estado de Bangladesh, a

minoria Urdu foi obrigada a permanecer em campos de "paquistaneses abandonados"

onde deveriam ser alocados temporariamente. No entanto, ainda existem cerca de 300

mil pessoas nesses campos onde vivem em condições insalubres e sofrem

discriminações constantes.

Países da América Latina

República Federativa do Brasil

O maior país da América do Sul, quinto maior país do mundo em extensão

territorial e conta com uma população de mais de 200 milhões de pessoas. O país é

signatário dos principais tratados internacionais de direitos humanos e é parte da

Convenção das Nações Unidas de 1951. Na contramão mundial, o país aprovou em

2017 uma inovadora lei de imigração, em meio a protestos de parte da população. O

racismo no país foi considerado pela ONU como “estrutural e institucional” e entre os

dados apresentados em relatório liberado em 2015 pela Secretaria Especial de Direitos

Humanos o número de denúncias por xenofobia aumentou 633% em comparação ao ano

anterior.

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República de El Savador

Em agosto de 2014, o Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial

considerou o relatório de El Salvador e recomendou o Artigo 14 da Convenção, que

permitia a apresentação de reclamações individuais ao Comitê uma vez que os canais

domésticos estivessem esgotados, fosse amplamente promovido em todo o país. Além

disso, nesta reunião, o Pastor Elias Murillo Martinez, membro do Comitê atuando como

Relator do País de El Salvador, reconheceu que o país enfrenta desafios como o

combate a xenofobia em relação aos migrantes e fortalecimento da Comissão de

Reparações".

República de Cuba

A imigração cubana é expressiva desde o fim da Guerra Fria. O deslocamento

dos cubanos tem como principal destino a Flórida, nos EUA, país que até o fim de 2016,

incentivava essa migração através de políticas para desestabilizar Havana. O governo de

Cuba demonstra exponencial interesse na reversão dessa situação desde que impôs aos

EUA a revogação de suas políticas fomentadoras da imigração cubana para cooperar na

mudança nas relações bilaterais pretendida por Barack Obama até o fim do seu

mandato. A emigração insegura tem gerado fortes problemas aos cubanos. Desde o final

de 2015, milhares de pessoas estão presas nos países de trânsito, como Equador,

Colômbia, Costa Rica e México, expostas ao tráfico e exploração. No que diz respeito a

luta internacional contra o racismo, discriminação racial, xenofobia, Cuba ratifica a

plena vigência dos compromissos acordados na histórica Conferência Mundial contra o

Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e outras Formas conexas de Intolerância.

Países da Europa Ocidental e Outros

Alemanha

Localizado na Europa Central e possui a 3ª maior população de migrantes

internacionais do mundo. O país é signatário dos principais tratados internacionais de

direitos humanos, entre eles a Convenção de eliminação de todas as formas de

discriminação racial. O país recebeu centena de milhares de refugiados durante a atual

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crise migratória. Relatórios de organizações independentes, como a Anistia

Internacional, certificam um alto nível de cumprimento dos direitos humanos, embora

ainda apontam várias questões, entre elas o maltrato de refugiados cometido por parte

da população, no ano de 2015 foram mais de mil ataques a abrigos de refugiados.

Estados Unidos da América

Em abril de 2009, apresentando sua candidatura para membro do Conselho de

Direitos Humanos para o mandato 2009-2012, os Estados Unidos expressaram seu

comprometimento em lutar contra o racismo, a discriminação e atos de violência

causados por ódio racial ou social. Enfatizando: “Apesar das conquistas do movimento

dos direitos civis e muitos anos de esforço para alcançar a igualdade de direitos para

todos, o racismo ainda existe em nosso país e continuamos a combatê-lo”. No entanto,

em março deste ano (2017), disposto “a proteger a Nação de atividades terroristas

praticadas por estrangeiros admitidos nos Estados Unidos”, o Presidente Donald Trump

lançou uma controversa ordem de imigração, que suspende a imigração para os Estados

Unidos de pessoas originárias da Síria, do Irã, da Líbia, da Somália, do Sudão e do

Iêmen - países predominantemente muçulmanos. Esta medida inclui refugiados, que

procuram abrigo em um país estrangeiro para escapar de graves violações dos direitos

humanos, como perseguições, bombardeios e tortura.

Reino Unido

Estado insular localizado à costa noroeste do continente europeu e engloba

Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales. É signatário dos principais

tratados internacionais de direitos humanos, entre eles a Convenção de eliminação de

todas as formas de discriminação racial e é parte da Convenção das Nações Unidas de

1951 sobre o Estatuto dos Refugiados e do seu protocolo de 1967. Em relatório a ser

apresentado na revisão da situação no Conselho de Direitos Humanos várias instituições

chamam atenção sobre o aumento no índice de crimes de ódio na Inglaterra e País de

Gales, no qual a votação do Brexit coincidiu com o aumento de queixas e na possível

tentativa do governo de enfraquecer o Ato de Direitos Humanos de 1988.

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Países da Europa Oriental

República da Albânia

Em julho de 2014, o Relatório da Revisão Periódica Universal da Assembleia

Geral das Nações Unidas formulou algumas recomendações para a Albânia. Entre elas,

a Alemanha aconselhou o país a “implementar completamente a lei de proteção contra

discriminação e o lançamento de uma campanha de consciência sobre o racismo e a

discriminação”. Da mesma forma, a Tunísia sugeriu que o país “Previna de maneira

mais efetiva delitos de motivação racial ou xenófobos, investigue esses casos e processe

os criminosos”. Em março de 2014, apresentando sua candidatura para o Conselho de

Direitos Humanos, o país expressou seu comprometimento “a continuar a apoiar

fortemente, de maneira construtiva, iniciativas destinadas a fomentar o diálogo inter-

religioso e intercultural.”

República da Lituânia

No passado, a Lituânia foi um exemplo de tolerância. Ocorre que, os

preconceitos e os estereótipos étnicos recém formados, o medo da imigração e o senso

de insegurança têm aumentado a discriminação, especialmente contra os gregos,

refugiados e muçulmanos, ainda que, desde 2005, a sua Lei sobre Igualdade de

Oportunidades tenha proibido qualquer discriminação direta ou indireta com base em

origem racial ou étnica, religião ou crenças e outros motivos. Nesse país, ainda

persistem esses problemas por falta de aplicação efetiva dos recursos legais existentes,

competência insuficiente das instituições judiciais e também em decorrência de uma

atitude social passiva.

Sociedade Civil

Anistia Internacional

Movimento global de mais de 7 milhões de pessoas que - independente de

ideologia política, interesse econômico ou religião - pressiona os Estados a tomarem

medidas sobre os direitos humanos. No que diz respeito às medidas recentes sobre

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migração tomadas pelo presidente dos Estados Unidos, a ONG se pronunciou: "Nossa

resposta à xenofobia e ao racismo deve ser a solidariedade e a força. A história não

parece gentil com aqueles que dão as costas às pessoas vulneráveis, e devemos aceitar

nossa responsabilidade compartilhada de defender nossos princípios neste momento

perigoso ". Além disso, sobre a última tensão xenófoba na África do Sul, a Amnistia

Internacional, para demonstrar que não consegue evitar discriminações, enfatizou que

está sendo incentivada "[...] por falhas de polícia e de justiça de longa data, incluindo

uma falha para abordar a retórica populista tóxica que culpa refugiados e migrantes pela

criminalidade, o desemprego, bem como outros problemas sociais". Desta forma, a

ONG desempenha um papel importante para a ONU e a sociedade internacional.

Human Rights Watch

Human Rights Watch é uma organização internacional não-governamental que

defende e realiza pesquisas sobre os direitos humanos. A OING presente em vários

países ao redor do mundo abriu seu primeiro escritório na América Latina em 2014, a

cidade escolhida foi São Paulo. A organização cria relatórios sobre violações à carta de

direitos humanos, assim como outras normas e protocolos relacionados ao tema,

visando assim chamar a atenção da comunidade internacional para abusos e criar

pressão sobre governos. A HRW trabalha no seguinte método: investigar, denunciar e

pressionar. A organização apresenta relatórios anuais gerais, além de relatórios por

continente e área de abrangência.

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