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1 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 3 2.0 Objetivo ............................................................................................................................... 3 3.0 - O que são Fluidos de Cortes............................................................................................... 3 3.1 - O Uso ................................................................................................................................ 3 4.0 - Funções e Finalidades dos fluidos de corte ....................................................................... 4 4.1 - Refrigerar a região de corte ........................................................................................... 4 4.2 - Lubrificar as superfícies em atrito ................................................................................ 7 4.3 - Arrastar o cavaco da área de corte................................................................................ 7 5.0 - Classificação dos fluidos de corte ...................................................................................... 8 6.0 - Qualidades e propriedades dos fluidos de corte Aditivos ............................................ 9 7.0 - Critérios De Seleção .......................................................................................................... 10 8.0 - Problemas comuns no uso de fluidos de corte ............................................................... 10 9.0 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 13 BIBLIOGRAFIA....................................................................................................................... 14

Trabalho 4 fluidos de corte

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Page 1: Trabalho 4   fluidos de corte

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 3

2.0 – Objetivo ............................................................................................................................... 3

3.0 - O que são Fluidos de Cortes ............................................................................................... 3

3.1 - O Uso ................................................................................................................................ 3

4.0 - Funções e Finalidades dos fluidos de corte ....................................................................... 4

4.1 - Refrigerar a região de corte ........................................................................................... 4

4.2 - Lubrificar as superfícies em atrito ................................................................................ 7

4.3 - Arrastar o cavaco da área de corte................................................................................ 7

5.0 - Classificação dos fluidos de corte ...................................................................................... 8

6.0 - Qualidades e propriedades dos fluidos de corte – Aditivos ............................................ 9

7.0 - Critérios De Seleção .......................................................................................................... 10

8.0 - Problemas comuns no uso de fluidos de corte ............................................................... 10

9.0 – CONCLUSÃO .................................................................................................................. 13

BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................... 14

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Temperatura na região de corte. ................................................................................. 5

Figura 2 - Distribuição do calor gerado ......................................................................................... 5

Figura 3 - Perda de dureza em função da temperatura. ............................................................... 6

Figura 4 - Escala de temperatura crítica ........................................................................................ 7

Figura 5 - Remoção de cavacos ..................................................................................................... 8

Figura 6 – Tipos de fluidos de corte ............................................................................................ 10

Figura 7 - Resíduos de Fluidos de Corte ...................................................................................... 12

Page 3: Trabalho 4   fluidos de corte

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INTRODUÇÃO

A busca por valores maiores de velocidade de corte sempre foi almejada em

virtude de uma maior produção de peças, e isso foi possível devido ao surgimento de

novos materiais de corte (metal duro, cerâmicas, ultra-duros “PCB” e “PCD”) capazes

de usinar os materiais com altíssimas vc(velocidade de corte), em contrapartida grandes

valores de temperaturas foram geradas na região de corte devido a um grande atrito

entre a peça e a ferramenta. O calor excessivo prejudica a qualidade do trabalho por

várias razões:

1. Diminuição da vida útil da ferramenta;

2. Aumento da oxidação da superfície da peça e da ferramenta;

3. Aumento da temperatura da peça, provocando dilatação, erros de medidas e

deformações.

Para resolver estes problemas surgiram fluidos de corte, que são materiais

compostos porsólidos, gases e, na maioria das vezes, líquidos.

2.0 – Objetivo

Visto que a operação de usinagem necessitava de algo para ajudar na

cisalhamento do material, iniciou-se o desenvolvimento e pesquisa de elementos que

otimizassem o processo de usinagem. Os fluidos de corte surgiram como a ferramenta

ideal para refrigerar a área de corte e auxiliar na preservação da ferramenta, também

notou-se que melhorava o acabamento das superfícies, pois diminuía o atrito entre a

ferramenta e o material a ser cisalhado.

Neste trabalho, temos como objetivo caracterizar os principais fluidos de corte,

assim como definir as suas funções e aplicações no setor da indústria e fabricação de

peças.

3.0 - O que são Fluidos de Cortes

Fluidos de corte são aqueles líquidos e gases aplicados na ferramenta e no

material que está sendo usinado, a fim de facilitar a operação de corte. Frequentemente

são chamados de lubrificantes ou refrigerantes em virtude das suas principais funções na

usinagem:

a) Reduzir o atrito entre a ferramenta e a superfície em corte. (lubrificação);

b) E diminuir a temperatura na região de corte. (refrigeração).

3.1 - O Uso

O uso correto dos fluidos de corte nos processos de usinagem pode trazer muitos

benefícios, observados na qualidade e na produtividade. Por outro lado, se não forem

Page 4: Trabalho 4   fluidos de corte

4

manipulados e tratados corretamente, eles podem ser nocivos a saúde e ao meio

ambiente.

Assim, a escolha do fluido de corte influi diretamente na qualidade do acabamento

superficial das peças, na produtividade, nos custos operacionais e também na saúde dos

operadores e no meio-ambiente.

4.0 - Funções e Finalidades dos fluidos de corte

Os fluidos de corte cumprem, nas suas aplicações, uma ou mais das seguintes

funções no processo de cisalhamento do material:

a. Refrigerar a região de corte.

b. Lubrificar as superfícies em atrito.

c. Arrastar o cavaco da área de corte

d. Proteger a ferramenta, a peça e a máquina contra oxidação e corrosão.

Eles são utilizados quando as condições de trabalho são desfavoráveis, podendo

trazer os seguintes benefícios:

· Redução da Força e Potência necessárias ao corte;

· Redução do consumo de Energia;

· Diminuição da Temperatura da peça e da ferramenta em trabalho;

· Desobstrução da região de corte;

· Aumento da Vida da ferramenta;

· Eliminação do Gume Postiço;

· Melhor Acabamento da superfície usinada.

4.1 - Refrigerar a região de corte

A refrigeração desempenha um papel fundamental na usinagem. Uma das

principais funções dos fluidos de corte é refrigerar, ou seja, remover o calor gerado

durante a operação. Isso ajuda a prolongar a vida útil das ferramentas e a garantir a

precisão dimensional das peças pela redução dos gradientes térmicos.

Abaixo está representada(figura1) a distribuição típica de temperaturas na região

de corte. De maneira geral, quanto maior a velocidade de corte ( vc ), maiores serão as

temperaturas e maior a necessidade de refrigeração.

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5

Figura 1 – Temperatura na região de corte.

Na usinagem com ferramenta de geometria definida, a maior parte do calor

gerado vai para o cavaco. A abaixo (figura 2) exemplifica uma distribuição de calor na

região de corte.

Figura 2 - Distribuição do calor gerado

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6

Na maioria dos casos, é benéfico diminuir temperaturas tão altas. Nesses casos,

se o calor não for removido, ocorrerão distorções térmicas nas peças e alterações

prejudiciais na estrutura da ferramenta. Como resultado, tem-se o desgaste prematuro e

trocas mais frequentes da ferramenta.

O gráfico abaixo (figura 3) mostra o efeito da temperatura sobre a dureza de

alguns materiais de ferramenta. Observe a nítida diminuição da dureza dos materiais

com o aumento da temperatura.

Figura 3 - Perda de dureza em função da temperatura.

Por outro lado, há casos onde as temperaturas elevadas facilitam o corte da peça

em virtude desta redução de dureza. Nesses casos, é importante usar uma ferramenta

com temperatura crítica maior.

Um fator importante na vida da ferramenta é que a temperatura de nenhuma de

suas partes, especialmente do gume, ultrapasse um valor crítico, além do qual se verifica

forte redução da dureza. A tabela abaixo (figura 4) indica temperaturas críticas para

diferentes materiais de ferramenta.

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7

Figura 4 - Escala de temperatura crítica

4.2 - Lubrificar as superfícies em atrito

Nos processos de usinagem, a lubrificação nas interfaces peça-ferramenta-

cavaco é difícil e complexa, em virtude das elevadas pressões de contato nessas

interfaces. Outro agravante é a dificuldade de levar esse lubrificante até a posição

desejada.

A forma como o fluido penetra na região de contato cavaco-ferramenta é uma

questão ainda em discução entre pesquisadores. A eficiência do lubrificante vai

depender das características e da sua habilidade em penetrar na região entre o cavaco e a

ferramenta, formando um filme com resistência ao cisalhamento menor que a resistência

do material na interface.

Tanto a superfície do cavaco quanto a da ferramenta não são perfeitamente lisas.

Elas são rugosas, ou seja, apresentam minúsculas saliências, asperezas em forma de

picos e vales da ordem de micrômetros. Os picos mais salientes atritam-se, desgastando

a ferramenta, gerando calor e uma força de atrito. Com a progressão do desgaste,

pequenas partículas soldam-se no gume da ferramenta, formando o gume postiço.

Para reduzir esse atrito, o fluido de corte penetra na interface rugosa por

capilaridade. (Runge, P. 1990) Como consequência, reduz-se uma parcela da geração de

calor. Também reduzem-se o consumo de energia, a força necessária ao corte e

praticamenteelimina-se o gume postiço.

4.3 - Arrastar o cavaco da área de corte

Em alguns processos de usinagem é muito importante considerar o destino do

cavaco após a sua formação. O cavaco formado deve ser retirado da área de trabalho

para não riscar ou comprometer o acabamento da peça, danificar a ferramenta ou

impedir a própria usinagem.

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8

Na furação profunda, por exemplo, o cavaco formado no fundo do furo tende a

seacumular excessivamente, dificultando o corte e a formação de mais cavaco. Até

mesmo no torneamento externo, cavacos em forma de fitas longas podem se enroscar na

peça e na ferramenta e atrapalhar o trabalho.

Por isso os fluidos de corte são empregados também como removedores de

cavaco da área de trabalho. Isso pode ocorrer de 3 formas:

1. O escoamento de alta vazão do fluido ajuda a carregar ou empurrar o cavaco

para longe.

2. O resfriamento brusco do cavaco fragiliza-o e facilita sua quebra

oufragmentação.

3. Ao se utilizar fluidos de corte os parâmetros de usinagem podem ser

ajustadosde modo a facilitar a obtenção de cavacos menores.

Uma boa remoção dos cavacos (figuras 5) também evita a formação de pontos

onde poderiaminstalar-se focos de microorganismos cuja proliferação causaria a

infectação do fluido de corte.

Figura 5 - Remoção de cavacos

5.0 - Classificação dos fluidos de corte

Não há um consenso a respeito da classificação dos fluidos de corte. Aqui

apresentamos a classificação segundo Stemmer,1995. O termo "Meios lubri-

refrigerantes", usado pelo referido autor é mais abrangente e se refere a qualquer

substância (ou mistura) usada para lubrificar e/ou refrigerar uma operação de corte.

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Os meios lubri-refrigerantes são classificados em 4 grupos, de acordo com as

substâncias (ou misturas) que os compõem:

· Meios lubri-refrigerantes miscíveis com a água (Ex.: Soluções aquosas e

Emulsões);

· Meios lubri-refrigerantes não miscíveis com a água (Ex.: Óleos graxos e Óleos

minerais);

· Gases e névoas;

· Sólidos (Ex.: Bissulfeto de Molibidênio (MoS2)).

6.0 - Qualidades e propriedades dos fluidos de corte –

Aditivos

Os fluidos de corte são modificados com aditivos - compostos químicos que

melhoram propriedades inerentes aos fluidos ou lhes atribuem novas características. Em

geral, esses aditivos caem em uma das duas classes:

(1) aqueles que afetam uma propriedade física, como viscosidade;

(2) aqueles cujo efeito é puramente químico, como anticorrosivos e anti-

oxidantes.

Por exemplo, óleos com aditivos de extrema pressão (EP) são compostos de

enxofre, cloro ou fósforo, que reagem em altas temperaturas (200 a 1000oC), formando

na zona de contato sulfetos, cloretos ou fosfetos, constituindo uma película anti-solda na

face da ferramenta e assim, minimizando a formação do gume postiço.

As qualidades exigidas variam de acordo com a aplicação e, às vezes, são até

contraditórias. Não existe um fluido de características universais, que atende a todas as

exigências. No desenvolvimento de meios lubri-refrigerantes, a melhoria de certas

qualidades, por exemplo pelo uso de aditivos, induz frequentemente a piora de outras.

Daí a necessidade do estudo de cada caso por especialistas, para a seleção do tipo de

lubri-refrigerante mais adequado.

Em adição às propriedades de lubrificar e refrigerar, os fluidos de corte devem

ter ainda as seguintes:

· propriedades anticorrosivas;

· propr. Antiespumantes;

· propr. Antioxidantes;

· compatibilidade com o meio-ambiente;

· propriedades de lavagem;

· alta capacidade de absorção de calor;

· alta capacidade de umectação;

· boas propriedades antidesgaste;

· boas propriedades antisolda ou EP;

· estabilidade durante a estocagem e o uso;

· ausência de odor forte e/ou desagradável;

· ausência de precipitados sólidos ou outros de efeito negativo;

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· viscosidade adequada;

· transparência, se possível.

Segue abaixo uma tabela (figura 6) comparativa de algumas características gerais dos 3

principais tipos de fluidos de corte.

Figura 6 – Tipos de fluidos de corte

7.0 - Critérios De Seleção

Escolher o fluido de corte ideal para cada situação é tão complexo quanto

escolher o material e o tipo da ferramenta. Para isso, é fundamental conhecer

amplamente o processo de produção.

O engenheiro deve ter claro qual é o objetivo a ser alcançado com o uso do

fluido: maior produção, mais vida de ferramenta ou precisão dimensional para citar

alguns.

São muitos os fatores que influenciam a escolha de um fluido de corte. Aqui são

citados os mais comuns:

-Processo de Usinagem;

-Máquina-Ferramenta utilizada;

-Produção (diversidade de produtos e matérias);

-Análise Econômica;

-Operadores e Meio Ambiente;

-Recomendações dos Fabricantes.

8.0 - Problemas comuns no uso de fluidos de corte

"O manuseio incorreto, por exemplo, pode gerar resultados desagradáveis que

vão desde problemas no processo de fabricação e ataques à saúde dos operadores até o

descarte prematuro deste produto." GAINER, 1993. O uso de meios lubri-refrigerantes

Page 11: Trabalho 4   fluidos de corte

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exige cuidados especiais na sua manipulação, manutenção, transporte e armazenagem,

para que possam ser superados os problemas expostos a seguir.

Corrosão de peças e/ou da máquina:Presença de água nas soluções e emulsões

pode acelerar um processo de corrosão (usar aditivos anticorrosivos).

Infectação por bactérias:O crescimento de bactérias pode resultar em odores

ofensivos, manchas nas peças e máquinas, problemas com filtros e clarificadores e

redução da vida do fluido de corte (principalmente emulsões e óleos).

Sujeiras e impurezas:Partículas metálicas, óleos hidráulicos e de lubrificação da

máquina e maus hábitos de higiene dos operadores podem tanto prejudicar as peças,

ferramentas e máquinas quanto reduzir a vida do fluido de corte.

Risco de incêndio:Fluidos integrais podem entrar em combustão. É necessário

atenção às condições de corte e à formulação do óleo. Também metais como o

Magnésio podem provocar ignição quando em contato com a água. Assim, não se usam

soluções ou emulsões com o magnésio.

Ataque à saúde:Névoas de óleo podem irritar a pele e as vias respiratórias. O

contato frequente da pele com fluidos de corte (principalmente os que contém óleo na

composição) pode resultar numa variedade de problemas de pele, havendo diferentes

mecanismos de ataque e com diferentes manifestações (recomenda-se hábitos de higiene

constantes e cremes protetores para a pele).

Poluição do Meio-Ambiente:Um litro de óleo pode tornar impróprio para o uso

um milhão de litros de água potável. Por esse e muitos outros motivos é necessária total

atenção ao tratamento e destino do fluido de corte usado.

Podemos citar algumas das práticas incorretas no descarte de fluidos de corte

são:

· Manejo inadequado;

· Ausência de tratamento;

· Armazenagem inadequada;

· Transporte impróprio;

· Entrega a receptores não autorizados;

· Disposição de resíduos em local não autorizado.

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Figura 7 - Resíduos de Fluidos de Corte

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9.0 – CONCLUSÃO

No estudo realizado, estudamos os tipos de fluidos de corte utilizados nos

processos de usinagem, vimos o quão importante é o uso dessa solução refrigerante e

lubrificante, onde suas principais funções são diminuir o atrito entre a ferramenta de

corte com material da peça e controle da temperatura da região de trabalho (ferramenta

x peça). Com isso, o processo obtêm uma melhor harmonia entre os componentes, como

por exemplo: diminui a emissão de ruídos; melhor acabamento da operação; aumenta

vida útil da ferramenta; diminui o risco da mudança das propriedades mecânicas da

peça; entre outros.

É importante ressaltar que dependendo do material e tipo de operação que será

realizado, devemos realizar um estudo e definir qual o melhor tipo de fluido para esse

caso, visto que com o emprego de aditivos podemos manipular e controlar as

propriedades desejados do fluido, como a viscosidade ou capacidade e transferência

térmica, aumentando a sua qualidade e produtividade. Também não podemos deixar de

se preocupar com o manuseio e descarte desse líquido, uma vez que possui diversas

substancias prejudiciais a sua do colaborador e ao meio ambiente.

Page 14: Trabalho 4   fluidos de corte

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BIBLIOGRAFIA 1.0 - CENTRO DE INFORMAÇÃO METAL MECÃNICA. Santa Catarina.

Apresenta informações tecnológicas e comerciais em fabricação mecânica.

Disponível em: http://www.cimm.com.br;

2.0 – APOSTILA USINAGEM. UFMT - Apostila utilizado na disciplina de

Usinagem, curso de Engenharia Mecânica. FATEC – Tecnologia e Mecânica de

Fabricação, Profº Paulo E. L. de Moraes, 2009.