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Projeto de um aeromodelo
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ÍNDICE
Parâmetros de projeto pré-definidos______________________________________4
Objetivos___________________________________________________________5
Introdução__________________________________________________________5
Tubos de alumínio e regimes de trabalho__________________________________6
Projeto aerodinâmico________________________________________________11
Projeto das longarinas________________________________________________13
Conclusões________________________________________________________15
Referências________________________________________________________15
PARÂMETROS DE PROJETO PRÉ-DEFINIDOS
Foram definidos parâmetros para a realização do projeto das
longarinas de uma asa. Estes parâmetros foram:
1. Área da asa máxima de 0,4m²;
2. Razão de aspecto entre 6 e 10;
3. Utilização de um material com características bem definidas.
4. Peso total da aeronave de 15KG a 20 KG
5. Fator de segurança de 1,5.
6. O carregamento sobre a asa deve ser um carregamento
distribuído de forma uniforme do centro da asa até 2/3 de cada
semi envergadura e um carregamento distribuído de forma
triangular de 2/3 da semi envergadura até as pontas, como
exemplificado na Figura 1.
Fig. 1: Vista frontal da semi-envergadura da asa com suas
respectivas medidas em cm e seu carregamento distribuído em Kgf.
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OBJETIVOS
Criar uma asa, com proporções de um aeromodelo, para uma competição de
aero design seguindo os parâmetros apresentados no tópico anterior.
Sendo longarinas capazes de sustentar a massa da aeronave em uma situação
pré-estol, ou seja, em uma situação em que o carregamento máximo nas longarinas
seja igual ao peso total da aeronave. Foi necessário escolher um perfil aerodinâmico
e calcular os coeficientes aerodinâmicos para definir as dimensões da asa e das
longarinas.
Com estas características devemos projetar a asa com os conhecimentos
adquiridos em sala, desde a análise de disposição dos componentes estruturais das
asas, forças que atuam sobre uma asa, e os cálculos de carregamentos sobre a
mesma. Podendo sofrer mudanças no meio do projeto para um melhor desempenho
estrutural da asa.
INTRODUÇÃO
As forças que atuam sobre a asa estão diretamente ligadas à sua função, gerar
sustentação. O fato de gerar sustentação submete a asa forças causado pelo fluxo
de ar sobre sua superfície, gerando uma força para cima e para traz da asa. Tal
força é a mais simples e mais estudada em aerodinâmica, chamada resultante
aerodinâmica.
Mas além desta força, outras forças atuam sobre a asa, levando em consideração
que a asa deve manter a aeronave em voo é fácil perceber que a mesma deve
suportar o peso da aeronave, sendo resistente a uma carga superior ao peso da
aeronave.
Algumas fórmulas aerodinâmicas e outros conceitos são importantes:
Coeficiente de Reynolds
O coeficiente de Reynolds é um fator adimensional usado para cálculo do regime
de escoamento de um fluido qualquer sobre uma determinada superfície. O
coeficiente de Reynolds base para o estudo da mecânica dos fluidos e é utilizado no
projeto de asas de aviões. O conceito físico desse fator é:
3
.
Forças de sustentação
Para que uma aeronave voe é necessário que a mesma possa se sustentar no ar.
No caso de um avião, o papel de sustentação é desempenhado pela asa.
Existem vários coeficientes adimensionais usados no estudo aerodinâmico, e dentre
eles, existe o coeficiente de sustentação que é dado por:
.
Razão de aspecto
É a razão entre envergadura e corda de uma asa. Em nosso caso, essa razão de
aspecto será de aproximadamente de 8,18 (1,8m/0,22m=8,181818...).
Longarina e forças
Longarina é a parte de uma asa que consiste de uma viga que resiste às forças
aplicadas e geradas na asa da aeronave. No caso, as longarinas desse projeto,
foram feitas de tubo de alumínio e a distribuição de carregamento representada na
Fig.1.
TUBOS DE ALUMÍNIO E REGIMES DE TRABALHO
Tubulações de alumínio são mais leves, gerando menor peso e dinamismo na
execução do projeto. Segue uma breve tabela (Tab. 1) para tubos maciços:
Tubos maciços
Fig. 2: pefil – tubo maciço
Perfil Dimensões
A (mm)
Peso (KG/m)
4
V-048 8,00 0,136
V-002 10,00 0,212
V-062 13,00 0,360
V-006 15,00 0,477
V-009 19,05 0,770
V-059 24,00 1,225
Tab. 1 – alguns valores com diâmetros interessantes para as longarinas
No entanto, na aviação é importante sempre aperfeiçoar alguns valores em
contribuição da sustentação e tração, e diminuição no peso e arrasto. Por isso,
pensou-se que seria melhor o uso de tubos ocos de alumínio (tubos vazados), como
apresentado na Fig. 3 e Tab. 2.
Tubos vazados
Fig. 3: perfil – tubo oco
Perfil Dimensões (mm) Peso (kg/m) A S KR-1002 9,52 1,00 0,072KR-1389 9,52 2,20 0,136KR-1011 12,7 1,00 0,099KR-1013 12,7 2,00 0,183KR-1036 15,87 1,00 0,126
5
KR-1038 15,87 1,58 0,191KR-1040 15,87 2,38 0,272KR-1054 19,05 1,00 0,153KR-1055 19,05 1,24 0,187KR-1057 19,05 2,00 0,289KR-1059 19,05 3,17 0,427KR-1337 22,22 1,25 0,223KR-1072 22,22 2,50 0,418KR-1079 25,40 1,00 0,207KR-1332 25,40 1,30 0,265KR-1081 25,40 2,00 0,397KR-1083 25,40 3,17 0,598KR-1096 28,57 1,58 0,362
Tab. 2: Perfis interessantes para longarinas
A nova tabela apresenta alguns resultados mais benéficos para aplicação dos
tubos como longarinas: o peso (kg/m) agora está bem menor do que no caso de
barras maciças. Conclui-se que o tubo ideal será um vazado.
A escolha do diâmetro dica entre uma medida de aproximadamente 10mm e
22mm em A. Um valor mediano entre os dois parece ser interessante para os testes
de resistência e esforços. Os perfis KR-1079, KR-1332, KR-1081 e KR-1083 têm o
mesmo A de 25,40mm, mas a espessura (S) é de 1mm; 1,30mm; 2mm; e 3,17mm
respectivamente. Primeiramente, a escolha será do KR-1079. Pois possui o menor
peso por metro. No cálculo dos esforços se confirmará se a escolha é ideal. Os
perfis potenciais pra o uso estão na Fig. 4. A escolha deve-se, até o momento,
devido a espessura da asa de 30,8 mm (distância do ponto máximo do extradorso
para o mínimo do intradorso).
KR-1079 25,40 1,00 0,207KR-1332 25,40 1,30 0,265KR-1081 25,40 2,00 0,397KR-1083 25,40 3,17 0,598
Fig. 4: Perfil KR-1079 em vermelho, pois parece o mais viável pra o uso. A
confirmação exata de seu uso será feita pelos cálculos.
6
Outras medidas interessantes são daquelas com diâmetro de 15,87 mm. Que
se funcionarem nos cálculos de esforços, deixará a asa com um peso menor. A Fig.
5 apresenta os perfis.
KR-1036 15,87 1,00 0,126KR-1038 15,87 1,58 0,191KR-1040 15,87 2,38 0,272Fig. 5: perfis que também podem ser viáveis
Regime plástico e elástico
A curva tensão-deformação é uma descrição gráfica do comportamento de
deformação de um material sob carga de tração uniaxial. A curva é obtida no
chamado ensaio de tração, como mostra Fig. 06.
O ensaio consiste em carregar um corpo de prova, submetendo-o a uma
carga de tração que aumenta gradativamente. Os valores de carga e deslocamento
são medidos continuamente ao longo do ensaio e traçada a curva de
comportamento, mostrada Fig.07. Tomando os valores de engenharia tanto para a
tensão como para a deformação.
Pode-se dizer que para materiais metálicos existem dois formatos típicos de
curvas: as curvas para os metais dúcteis e as curvas para os metais frágeis.
Em termos genéricos pode-se dizer que:
Um material dúctil é aquele que pode ser alongado, flexionado ou torcido,
sem se romper. Ele admite deformação plástica permanente, após a deformação
elástica. A deformação plástica em geral é acompanhada de encruamento, que
será explicado adiante. Na curva tensão deformação destes materiais, a região
plástica é identificável. O ponto de escoamento determina a transição entre as
fases elástica e plástica.
Um material frágil rompe-se facilmente, ainda na fase elástica. Para estes
materiais o domínio plástico é praticamente inexistente, indicando sua pouca
capacidade de absorver deformações permanentes. Na curva tensão deformação,
a ruptura se situa na fase elástica ou imediatamente ao fim desta, não havendo
fase plástica identificável.
7
Fig.6 – Comportamentos de tensão
Os dados obtidos no ensaio de tração são designados da seguinte maneira:
Fig. 7- Gráfico regime elástico e plástico
Para uma maior segurança não podemos adotar como a operação máxima
possível de nossa viga o regime plástico. Seu fator máximo deve estar dentro do
regime elástico, garantindo uma vida de funcionamento maior e evitando, em caso
de uma operação extrema, a ruptura da viga. A operação elástica de operação
garante também a funcionalidade da asa em voo, com as forças que atuam sobre a
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mesma, a asa sofre forças constantemente e deve voltar a sua posição natural de
funcionamento .
PROJETO AERODINÂMICO
O projeto aerodinâmico da asa foi feito através do programa XFlyer 5.
Para se dimensionar uma longarina, é primeiro necessário dimensionar a asa e
estudar os carregamentos na mesma.
Para o projeto da asa foram escolhidos dois perfis para teste, ambos de baixo
Reynolds e alta capacidade de carga.
Os perfis escolhidos foram:
1. Selig 1223
2. FX_74_CL5_140
Foram feitas as análises de cada perfil no XFlyer 5, análises que apresentaram os
seguintes resultados como mostrado na Fig. 8 e Fig. 9.
Fig. 8: perfil Selig 1223
9
Fig. 9: perfil FX_74_CL5_140
Após feitas as análises, foi decidido pelo uso do aerofólio FX_74_CL5_140,
pois como pode ser observado nos gráficos acima esse aerofólio possui uma ligeira
vantagem de Cl em relação ao Selig 1223 e ainda consegue gerar sua maior
sustentação com um ângulo de ataque menor. Em ambas as análises, foi
considerado um fator de Reynolds entre 500.000 e 1.000.000.
Feita a escolha do aerofólio foi preciso definir uma área de asa. Como
especificado em projeto, a massa da aeronave deve ser entre 15 e 20kg, a razão de
asa deve ser entre 6 e 10 e a área máxima de asa deve ser de 0,4m². Sendo assim,
foi definida uma envergadura total de 1,8m e uma corda uniforme de 0,22m, sendo
que a asa seria dividida em duas semi-asas, cada qual com sua respectiva longarina
que seriam travadas na aeronave em uma placa central, a Fig. 10 apresenta o
desenho dela no programa.
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Fig. 10: Imagem 3D da asa e aerofólio
Segundo os dados obtidos nas análises para um ângulo de ataque com maior
sustentação possível e a fórmula do coeficiente de sustentação, adotando uma
massa de 16kg(160N), temos:
CL= L/((1/2)*ro*(V^2)*S), ou seja:
2,303 = 160/((1/2)*12,25*(V^2)*0.4), ou seja:
V =sqrt(160/(2,3*0,4*0.5*12,25))
V = 5,33m/s
Com os cálculos realizados, foi possível definir que a velocidade de estol para
um ângulo de ataque de 11,50° seria de 5,33m/s ou aproximadamente 20 km/h.
Nessas condições foi feito a análise do carregamento nas longarinas.
PROJETO DAS LONGARINAS
A asa projetada consiste em um encaixe de duas semi-asas, cada qual com
sua própria longarina, que são fixadas por um engaste em uma placa central na
fuselagem, pois dessa forma conseguimos submeter uma viga menor a um menor
carregamento, reduzindo assim o material utilizado nas vigas, o preço e a massa do
avião. Os cálculos estão a seguir nos tópicos:
1) Momento de inércia do tubo
Primeiro passo é encontrar o momento de inércia do tubo. O momento de
inércia da massa, chamado de I, mede o grau que o um objeto resiste à
aceleração em torno de seu eixo. O momento de inércia é importante de se
saber para se descobrir a tensão máxima da peça pela seguinte fórmula:
σmáx=M.c/I
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Em que M é o momento fletor da peça e c é o comprimento máximo a partir do
eixo neutro. C = R/2. A fórmula do momento de inércia do tubo é: I = (π/4).
(R4-r4) R sendo o raio total da tubo (A) e r o raio menor (A-S). Não é do
escopo do relatório apresentar o a demonstração dessa fórmula, mas sim sua
aplicação. Será usado os dados, primeiramente do perfil KR-1079. Ficando o
seguinte:
I = (π/4).(25,44-24,44) = (π/4).(61777,896) ≈ 48520 mm4
O mesmo cálculo para o perfil KR-1036 dá um I2 ≈ 14539 mm4
2) Momento fletor
M = 64.0,3 +16.0,7 = 30,4N.m
Houve a multiplicação das forças concentradas pela a distância até a raiz da
asa.
3) Tensão máxima
Para KR-1079:
σmáx = M.c/I = [30,4.(25,4 / 2)] / 48520 ≈ 0,008 MPa
Para KR-1036:
σmáx = M.c/I = [30,4.(15,87 / 2)] / 14539 ≈ 0,016MPa
Ou seja, a tensão máxima praticamente no tubo de menor calibre. O alumínio
costuma ter uma tensão máxima muito maior, ou seja, não haverá problema
de ambas tensões ultrapassarem a tensão de ruptura do alumínio
4) Tensão admissível e fator de segurança
O fator de segurança foi no início dos trabalhos e vale 1,5. Portanto é simples
de encontrar a tensão admissível:
FS=σadm/σmáx
σadm=1,5 x 0,008 = 0,012 MPa (para KR-1079)
σadm=1,5 x 0,016 = 0,024 MPa (para KR-1036)
Portanto, o perfil de longarina mais interessante parece ser o KR-1036, que
tem peso menor e uma tensão admissível que é o dobro do KR-1079.
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CONCLUSÕES
O trabalho de pesquisa e relatório foi muito importante para a compreensão
mais ampla do cálculo estrutural e da resistência dos materiais. Um fator diferencial
foi em relação a sua aplicação na aviação, que acrescentou no entendimento da
matéria de um modo mais voltado ao curso de tecnologia de manutenção de
aeronaves. Viu-se como é trabalhoso uma boa escolha de material e os tantos tipos
que existem no mercado e a metodologia para a escolha mais viável. Teve-se uma
ideia mais abrangente dos usos das fórmulas e dos parâmetros que são adotados.
REFERÊNCIAS
1. http://pt.wikipedia.org/wiki/Densidade_do_ar
2. http://www.sinmec.ufsc.br/sinmec/site/iframe/pubicacoes/artigos/novos_00s/
2002_diogo_paper_creem.pdf
3. http://pt.wikipedia.org/wiki/Coeficientes_aerodin%C3%A2micos
4. http://pt.wikipedia.org/wiki/Viscosidade
5. http://www2.eesc.usp.br/netef/Oscar/Aula13p.pdf
6. http://pt.wikipedia.org/wiki/Coeficiente_de_Reynolds
7. http://www.airfoiltools.com/
8. http://pt.wikibooks.org/wiki/Mec%C3%A2nica_dos_fluidos/
Tabela:_viscosidade_de_algumas_subst%C3%A2ncias
9. ftp://labattmot.ele.ita.br/ele/jacques/LowSpeedAirfoilData/GuglielmoSelig-1997-JofAC-
S1223.pdf
10. http://aerospace.illinois.edu/m-selig/ads/coord_database.html
11. http://www.exataaluminio.com.br/page005.php
12. http://www.alfaaluminio.com.br/downloads/catalogo.pdf
13. http://pt.wikipedia.org/wiki/Momento_de_in%C3%A9rcia
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