Trabalho - Bacia de Campos

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPRITO SANTOUFES

    CENTRO UNIVERSITRIO DO NORTE DO ESPRITO SANTOCEUNES

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E TECNOLOGIA

    DANIELE DE FREITAS AGUIAR

    FELIPE VILAS BOAS

    THAS MOREIRA DE CARVALHO

    VINCIUS RIUICHI SILVA ONO

    ESTUDO DA BACIA DE CAMPOS

    So Mateus

    2014

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPRITO SANTOUFES

    CENTRO UNIVERSITRIO DO NORTE DO ESPRITO SANTOCEUNESDEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E TECNOLOGIA

    DANIELE DE FREITAS AGUIAR

    FELIPE VILAS BOAS

    THAIS MOREIRA DE CARVALHO

    VINCIUS RIUICHI SILVA ONO

    ESTUDO DA BACIA DE CAMPOS

    Trabalho de Pesquisa apresentado como trabalho

    da disciplina de Geologia do Petrleo do curso de

    Engenharia de Petrleo do Centro Universitrio do

    Norte do Esprito Santo.

    So Mateus

    2014

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    RESUMO

    A Bacia de Campos se estende por todo litoral norte do Estado do Rio de Janeiro eparte do litoral do Esprito Santo. Alguns dos principais poos produtores da Bacia

    de Campos so Roncador, Marlim, Albacora,Namorado, Carapeba e Vermelho. Essa

    bacia tem sua formao associada a trs estgios: Fase Pr-Rifte (distenses da

    crosta continental), Fase Rifte (fraturamento e falhas normais gerando estruturas do

    tipo graben-horst) e fase Proto-Oceano (separao crustal com acreo de nova

    crosta ocenica). Em seu contexto geolgico encontram-se arenitos muito finos a

    mdios e macios, interlaminados sltico-arenoso-argiloso, bioturbado. A geometriado Campo do Roncador complexa devido a evoluo deposicional que

    acompanhou movimentos halocinticos e episdios erosivos. O sistema petrolfero

    da Bacia de Campos possui rochas geradoras como tais como a matria orgnica.

    Rochas reservatrios desde basalto fraturado at arenitos turbidticos. As rochas

    capeadoras so calcilulitos, margas e folhelhos. A migrao principal ocorre atravs

    de falhas lstricas (gerador da Formao Lagoa Feia). O leo da Bacia de Campos

    apresenta aspectos de hidrocarbonetos que variam entre 14 API at 32 API.

    Palavras Chave: Bacia de Campos, sistema petrolfero, hidrocarbonetos.

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    LISTADEFIGURAS

    FIGURA1LOCALIZAODAREADEESTUDO.........................................8 FIGURA 2 - RIFTE COM INCIO DA ABERTURA CONTINENTAL..................12

    FIGURA 3 PERCENTUAL DE RESDUOS ORGNICOS COM POTENCIAL

    ENERGTICO NA BACIA DE CAMPOS...........................................................24

    FIGURA 4COMPOSIO PERCENTUAL DA AMOSTRA COMPOSTA......27

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    LISTADETABELAS

    TABELA 1 TIPOS DE CAUSAS IMEDIATAS................................................19

    TABELA2TIPOSDECAUSASSUBJACENTES...........................................20

    TABELA 3 GERAO DE RESDUOS NA BACIA DE

    CAMPOS...........................................................................................................21

    TABELA 4GERAO DE RESDUOS NA PLATAFORMA P-40 DURANTE

    SETE MESES DE

    ATIVIDADE........................................................................................................23

    TABELA 5 RESDUOS SELECIONADOS COMO POTENCIAL

    ENERGTICO E RESPECTIVAS

    IDENTIFICAES.............................................................................................26

    TABELA 6RENDIMENTOS OBTIDOS NA PIRLISE DAS AMOSTRAS....28

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    SUMRIO

    RESUMO ............................................................................................. III

    LISTADEFIGURAS.......................................................................... IV

    LISTA DE TABELAS......................................................................V

    1. INTRODUO............................................................................ 7

    2. OBJETIVOS ................................................................................ 9

    2.1 OBJETIVOGERAL ..................................................................... 9

    2.2 OBJETIVOESPECFICOS .......................................................... 9

    3.FUNDAMENTAO TERICA................................................ 10

    3.1 BACIASEDIMENTAR ............................................................... 10

    3.2 CONTEXTOGEOLGICODABACIADECAMPOS ................ 10

    3.3 SISTEMAPETROLFERO ........................................................ 13

    3.3.1 ROCHAGERADORA ................................................................ 133.3.2 ROCHARESERVATRIO ........................................................ 14

    3.3.3 ROCHASELANTE .................................................................... 15

    3.4 ASPECTOSDOHIDROCARBONETO...................................... 15

    3.5 IMPLICAES ECONMICAS...............................................16

    3.6 ESTUDOS DE CASOS...............................................................16

    3.6.1 CASO 1..................................................................................16

    3.6.2 CASO 2..................................................................................21

    4. METODOLOGIA ...................................................................... 30

    4.1 TIPODEPESQUISA ................................................................. 30

    5. CONCLUSO........................................................................... 31

    6. REFERNCIAS........................................................................ 32

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    1. INTRODUO

    A Bacia de Campos teve sua formao desencadeada na era Mesozica, iniciado h

    cerca de 130 milhes de anos, com seu desenvolvimento associado a formao do

    Oceano Atlntico, a partir do processo de separao dos continentes sul-americano

    e africano, esta regio acabou se tornando um aterro natural formado por

    sedimentos despejados no Oceano Atlntico ao longo do tempo.

    a bacia petrolfera que mais produz na margem continental brasileira, respondendo

    atualmente por mais de 80% da produo nacional de petrleo. Essa bacia estende-

    se por 100 mil quilmetros quadrados do Estado do Esprito Santo, nas imediaes

    da cidade de Vitria, at Arraial do Cabo, no litoral norte do Estado do Rio de

    Janeiro onde a Petrobras montou um dos maiores complexos petrolferos do mundo

    (Figura 1).

    A sua participao na histria da explorao de leo no Brasil ganhou impulso em

    1974, com a descoberta do Campo de Garoupa. Entretanto, a sua produo

    comercial predominantemente de petrleo pesado teve incio somente em 1977, no

    Campo de Enchova. No entanto, quando se tratam de jazidas em reservatrios do

    Pr-Sal, a Bacia de Campos perde em importncia para a Bacia de Santos, onde

    tem ocorrido descobertas com volumes gigantescos de leo leve e gs natural. As

    antigas descobertas no Pr-Sal na Bacia de Campos em guas rasas, campos deBadejo, Pampo, Trilha, Linguado, produzem h mais de 20 anos e esto em

    acelerado processo de exausto da produo. Recentemente no Campo de Jubarte,

    situado em frente ao litoral do Esprito Santo, teve incio, em setembro de 2008, a

    produo do primeiro poo do Pr-Sal em guas profundas.

    O poo est interligado plataforma P-34, que entrou em operao no final de 2006,

    no Esprito Santo recebendo e processando petrleo produzido de reservatrios ps-

    salferos. A produo de Jubarte no pr-sal dever ficar um pouco acima dos 10 mil

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    barris dirios de petrleo, com o seu sistema funcionando como um teste de longa

    durao (IBP, 2009).

    Alguns dos campos de explorao de maior potencial da Bacia localizam-se em

    guas profundas e ultraprofundas, como os campos de Albacora e Marlim,

    encontrados em profundidades superiores a 500 metros.

    Figura 1Localizao da rea de estudo

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    2. OBJETIVOS

    2.1 OBJETIVOGERAL

    O presente trabalho visa apresentar um estudo sobre a Bacia de Campos de forma a

    adquirir conhecimentos especficos, com uma linguagem tcnica que possa ser

    entendida tanto por profissionais do ramo, como por interessados pelo assunto.

    2.2 OBJETIVOESPECFICOS

    Compreender o contexto geolgico da Bacia de Campos.

    Informar sobre os aspectos do hidrocarboneto.

    Abordar as implicaes econmicas.

    Apresentar um estudos de casos.

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    3.FUNDAMENTAOTERICA

    3.1 BACIASEDIMENTAR

    SEGUNDO CAROLINE FARIA:

    As bacias sedimentares so depresses na superfcie que, com o

    tempo, foram sendo preenchidas por sedimentos (substncias

    depositadas nestas depresses) de trs tipos principais diferentes de

    acordo com a origem:estruturas oumateriais de origem biolgica

    como restos de animais, fragmentos de conchas, ossos, recifes de

    coral (at mesmo inteiros), ou restos de animais; materiais

    depositados pelo efeito da eroso de reas adjacentes bacia pela

    ao do vento, gua,geleiras ou rios; e materiais precipitados em

    corpos dgua dentro da bacia (quando no local da bacia existiu um

    lago, ou mesmo regies ocupadas pelo mar, por exemplo). Ainda de

    acordo com a origem dos sedimentos, podemos dividir as bacias

    sedimentares em trs tipos: aquelas que so constitudas

    exclusivamente por sedimentos do meio terrestre; as que so

    constitudas exclusivamente por sedimentos do meio marinho; e as

    que so constitudas por sedimentos de ambos os meios, sendo este

    ltimo o tipo mais comum.

    3.2 CONTEXTOGEOLGICODABACIADECAMPOS

    A Bacia de Campos uma dentre uma srie de bacias costeiras brasileiras formadas

    durante a ruptura do Gondwana, que teve incios no Cretceo Inferior.

    Geologicamente a mais conhecida, graas perfurao de mais de 1000 poos.

    A falha de Campos, divide a bacia em duas metades: uma poro mais a leste,

    caracterizada por uma srie de domos de sal, onde uma delgada crosta continentalse encontra com a crosta ocenica, onde encontram-se acumulaes de leo num

    http://www.infoescola.com/geografia/bacia-sedimentar/http://www.infoescola.com/geografia/bacia-sedimentar/http://www.infoescola.com/geologia/geleira/http://www.infoescola.com/geologia/geleira/http://www.infoescola.com/geografia/bacia-sedimentar/http://www.infoescola.com/geografia/bacia-sedimentar/
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    pacote sedimentar espesso abrangindo unidades desde o Cretceo Inferior at o

    Holoceno; outra poro a oeste, com sedimentos poucos espessos do Tercirio que

    recobrem o embasamento. O preenchimento sedimentar grada na direo leste para

    uma cunha sedimentar depositada sobre a crosta ocenica do Atlntico Sul. O

    mecanismo de trapa envolve elementos estruturais, diagenticos, estratigrficos e

    paleo-geomrficos. Com a produo de cada campo sendo desenvolvida por

    diferentes mtodos, que variam primariamente com a lmina dgua, como tambm

    com a tecnologia disponvel.

    Em meados de 1978 e 1984, foram descobertas por volta de 40 acumulaes emprofundidades rasas a moderadas (80m a 600m) contidas em intervalos arenosos da

    bacia. Os campos Marlim, Albacora e Namorado so os mais importantes campos

    da Bacia de Campos (Ribeiro, 2008).

    Segundo Gabaglia et al., (1991), a seo estratigrfica da Bacia de Campos pode

    ser subdividida em trs grandes unidades com caractersticas tectono-sedimentares

    distintas, denominadas Megassequncia:

    1) Megassequncia Continental (no marinha da fase Rifte), englobando os

    basaltos da formao Cabinas e parte dos sedimentos continentais da

    Formao Lagoa Feia, afetados pela tectnica rifte;

    2) Megassequncia Transicional, depositada no Aptiano, constituda por duas

    sequncias: uma inferior de conglomerados de leques aluviais e folhelhos, e uma

    superior de evaporitos (sabkha), predominantemente anidrita e halita.

    3) Megassequncia Marinha, caracterizada pela deposio marinha franca

    (carbontica no incio e predominantemente siliciclstica posteriormente), e afetada

    por intensa tectnica adiastrfica.

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    Geologicamente, esta bacia foi preenchida por uma sequncia vulcano-sedimentar

    na sua base, originada pela tectnica rifte, capeada por evaporitos e acima por um

    espesso pacote de rochas siliclsticas e carbonticas marinhas depositadas durante

    a abertura gradual do Oceano Atlntico Sul (Machado, 2003).

    Com a intercomunicao entre o Oceano Atlntico Sul e o Atlntico Norte, ocorreram

    mudanas climticas, acarretando alternncias entre calcilutitos e margas,

    representando uma transgresso marinha com um grande porte sedimentar e

    subsidncia trmica. E por fim, uma regresso marinha associada baixa taxa de

    subsidncia trmica e ao aumento do aporte sedimentar (Machado, 2003).

    A Bacia de Campos apresenta uma espessura mxima estimada entre 6.000 e 8.000

    metros, sendo dividida em trs unidades: Formao Lagoa Feia, Formao Maca e

    Formao Campos ( Ribeiro, 2008).

    Figura 2 Rifte com o incio da abertura continental

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    3.3 SISTEMAPETROLFERO

    Sistema petrolfero um sistema natural que inclui um conjunto de rochas geradorasativas e todos os elementos e processos geolgicos que so essenciais para

    existncia de uma acumulao de petrleo. O termo sistema descreve os elementos

    e processos interdependentes que formam a unidade fundamental que cria

    acumulaes de hidrocarbonetos.

    A presena de rochas geradoras, rochas reservatrio, rochas selantes e rochas

    soterradoras (cobertura), so elementos essenciais e os processos so a formao

    de trapas e a gerao-migraoacumulao de petrleo. Um sistema petrolfero

    existe sempre que ocorrerem os elementos essenciais e os processos no tempo e

    no espao de maneira tal que os processos requeridos possam formar uma

    acumulao de petrleo.

    Os estudos de sistema petrolfero descrevem a relao gentica entre uma rocha

    geradora ativa e as acumulaes de leo e/ou gs em uma bacia.

    A composio bsica do sistema petrolfero constitui de uma rocha geradora, com

    alto teor de matria orgnica, logo aps a migrao do hidrocarboneto pra uma

    rocha reservatrio, com a presena de trapa ou armadilha e por fim, a presena de

    uma rocha selante para aprisionar o leo.Todo esse processo ocorre no tempo

    adequado.

    3.3.1 ROCHAGERADORA

    Uma rocha geradora de petrleo uma rocha sedimentar que pode gerar

    acumulaes comerciais de petrleo (Hunt, 1979). o elemento mais importante

    para a existncia de uma acumulao de petrleo em quantidades significativas em

    uma bacia sedimentar. Para ser considerada como geradora, uma rocha devesatisfazer os seguintes requisitos:

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    - quantidade e qualidade adequada de matria orgnica;

    - adequada maturao trmica.

    Na Bacia de Campos, a mais importante sequncia geradora constituda por

    folhelhos calcferos negros do Cretceo Inferior (Formao Lagoa Feia), com

    espessuras variando entre 100-300m. Com os teores de carbono orgnico total

    variando entre 2 e 6%.

    3.3.2 ROCHARESERVATRIO

    SEGUNDO THOMAS:

    Trata-se de uma formao rochosa com caractersticasadequadas a acumulao de petrleo. De maneira geral,ela composta de gros, ligados uns aos outros pelochamado cimento, juntamente com a matriz, um material

    muito fino. Exemplos de rocha-reservatrio so osarenitos, calcarenitos, rochas sedimentares permeveiscom porosidade intergranular e folhelhos e carbonatoscom fraturas. Os parmetros mais relevantes so:

    Porosidade (): espaos vazios no interior da rocha quedependem da forma, arrumao e variao de tamanhodos gros, alm do grau de cimentao da rocha. medida a partir de ensaios em laboratrio com amostrasda rocha ou atravs de perfis eltricos.

    Permeabilidade (K): a capacidade da rocha de transmitirfluido, dependendo principalmente da quantidade,geometria e grau de conectividade dos pros. expressaem Darcys (D). geralmente maior na horizontal do quena vertical e muito maior para um gs do que para umleo, pois inversamente proporcinal viscosidade dofluido.

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    3.3.3 ROCHASELANTE

    Para que se de a acumulao de petrleo, existe a necessidade de que haja uma

    barreira que interponha seu caminho. Essa barreira chama-se rocha selante, que

    evitanda a migrao do petrleo para a superfcie e sua posterior decomposio.

    Outra caracterstica importante a plasticidade, pois ela garante que essa superfcie

    mantenha suas caractersticas mesmo que sofra deformaes. As principais rochas

    que funcionam como rocha selante so as argilosas (folhelhos), que representam a

    maioria das rochas de coberturas nos reservatrios petrolferos conhecidos, e as

    evaporticas (depsitos salinos).

    3.4 ASPECTOSDOHIDROCARBONETO

    O grau API uma escala criada pelo American Petroleum Institute(API) usada para

    medir a densidade relativa de leos e derivados. Quanto mais denso for o leo,

    menor ser seu grau API. O petrleo leve possui API maior que 30. O petrleomdio possui API entre 22 e 30 e por fim o petrleo pesado possui API menor que

    22. Quanto maior o grau API, maior o valor do produto no mercado. A seguir vamos

    listar alguns:

    Sistema Petrolfero Lagoa FeiaCarapebus

    Os leos da Bacia de Campos apresentam densidade entre 14 API e 32 API

    (Mello et al. 1994)

    Campo Roncador

    Possui uma geometria de campo complexa devido a evoluo deposicional e

    diversos episdios erosivos. Essa complexidade geomtrica e acompanhada por

    grande variao na densidade do petrleo para cada zona produtora ou bloco de

    acumulao, entre 18 e 31 API.

    Campo Albacora

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    A densidade aumenta no sentido dos reservatrios mais jovens, sendo de 30

    API nos do Albo-Cenomaniano e de 17 API nos do Mioceno(Candido e Cora, 1990).

    Campo Marlim

    O reservatrio do Campo de Marlim abriga petrleo de densidade entre 17 e

    21 API, biodegradado.

    3.5 IMPLICAES ECONMICAS

    Em termos econmicos, a bacia representa hoje o maior patrimnio petrolfero do

    pas. De todo o petrleo produzido no Brasil, ela responsvel por 77% de todo o

    petrleo produzido, com 826 poos exploratrios, sendo 391 pioneiros. A produo

    mdia diria de 1 milho e 340 mil barris. Com relao s reservas, esta bacia

    abriga 95% das reservas no mar e 83% das reservas provadas no Brasil (Lima,

    2004).

    No campo de Namorado, os reservatrios de origem turbidticas, tm importante

    relevncia econmica, pois considerado o quinto maior produtor de leo da Bacia

    de campos. H uma grande importncia dos turbiditos na formao de reservatrios

    para hidrocarbonetos, pois estas rochas respondem 88% das reservas totais de

    petrleo no Brasil.

    3.6 ESTUDOS DE CASOS

    3.6.1 Caso 1:

    Acidentes de trabalho em plataformas de petrleo da Bacia de Campos, Rio de

    Janeiro, Brasil

    Ainda que o prprio processo em que se deu a investigao dos acidentes nas

    plataformas de petrleo tenha contribudo para limitar a coleta de informaes, a

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    forma em que tratamos e analisamos os dados revelam diversos aspectos que

    consideramos importantes de serem discutidos.

    O atual quadro das condies de trabalho e segurana nas plataformas revela uma

    situao bastante degradada, envolvendo no s o potencial de aumento na

    freqncia dos acidentes para os trabalhadores, sobretudo os terceirizados, mas

    tambm na gravidade, podendo um acidente resultar em mltiplos bitos.

    Quanto ao aumento da freqncia, em especial no que se refere aos trabalhadores

    terceirizados, convm observar que a maioria envolveu quedas de trabalhadores e

    materiais, bem como rompimentos de cabos corrodos e mangueiras, resultando em

    mais da metade dos trabalhadores lesionados, predominando trabalhadores de

    empreiteiras. Estes acidentes tendem a expressar tanto a degradao de

    equipamentos, como tambm das atividades laborativas, que so por vezes

    agravadas num ambiente de trabalho extremamente compactado e com pouca

    ateno s necessidades de permanente limpeza e desobstruo das reas de

    trabalho. Quanto limpeza, cumpre tambm observar que alguns acidentes

    ocorreram em decorrncia de quedas causadas por tropeos em materiais e

    escorreges em locais cheios de leo no cho.

    No que se refere ao modo de operao, 25% ocorreram em atividades de

    manuteno/modificao, sendo estas, de um modo geral, as principais atividades

    terceirizadas e que empregam o maior nmero de trabalhadores. Destes acidentes,para os quais foi possvel identificar as conseqncias, encontrou-se um total de 17

    trabalhadores acidentados, sendo quatro diretos e 13 (76,4%) terceirizados.

    Tal concluso tambm corroborada tanto pelo estudo de Rundmo (1994), que

    identificou que os trabalhos de reparo e manuteno preventiva, em sua quase

    totalidade desenvolvida por trabalhadores terceirizados, foram as atividades com

    maior nmero de acidentes, como pelo relatrio da OIT (1993), para o qual a maioria

    das estatsticas revela uma incidncia muito maior estes trabalhadores, os quais

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    realizam a maioria das atividades mais perigosas ao mesmo tempo em que possuem

    menor capacitao, treinamento e direitos.

    No que se refere ao aumento da gravidade e do potencial de eventos com mltiplas

    vtimas, podendo em alguns casos chegar a conseqncias catastrficas, deve-se

    observar que em apenas seis acidentes encontram-se 20 trabalhadores lesionados,

    ou seja, quase a metade, demonstrado o potencial de acidentes com mltiplas

    vtimas. Por sua vez, metade dos acidentes envolveram vazamentos e incndios,

    cujas caractersticas envolvem tanto o potencial de danos sade a mdio e a longo

    prazo, como o risco de resultarem em eventos catastrficos como os acidentes nasplataformas de Enchova (no Brasil, em 1984) e Piper-Alpha (no Reino Unido, em

    1988).

    Ainda em relao ao potencial de acidentes catastrficos, importa observar que

    34,4% dos eventos ocorridos na Bacia de Campos estiveram relacionados s

    operaes fsicas, sendo mais da metade diretamente referentes operao de

    poos. Este ndice preocupante, j que a operao de poos a atividade mais

    crtica em termos da produo em uma plataforma de petrleo e que se encontra

    relacionada com a possvel ocorrncia de eventos catastrficos que ameaam

    simultaneamente a integridade estrutural da instalao e a vida dos trabalhadores.

    Os dos dois acidentes mais graves ocorridos no Brasil, ambos na Plataforma de

    Enchova (1984 e 1988), tiveram como evento inicial blow-outs (erupes

    descontroladas) de poos de produo.

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    Tabela 1 - Tipos de causas imediatas

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    Tabela 2Tipos de causas subjacentes

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    3.6.2 Caso 2:

    Caracterizao e Pirlise dos Resduos da Bacia de Campos: Anlise dos

    Resduos da P-40

    Levantamento do quantitativo de resduos offshore gerados na Bacia de Campos:

    O levantamento do quantitativo de resduos gerados na Bacia de Campos no

    perodo de Janeiro a Julho de 2005, realizado por meio do sistema de

    gerenciamento de resduos da Petrobras, indicou a gerao de cerca de 20 miltoneladas de resduos offshore. Neste quantitativo, est includa a gerao de

    aproximadamente 100 toneladas de resduos da plataforma de produo P-40, que

    foi utilizada como plataforma de referncia pela sua representatividade na Bacia de

    Campos, com gerao correspondente a 150.000 bpd de leo.

    As Tabelas 3 e 4 apresentam a gerao de resduos separados por tipo na Bacia de

    Campos e na plataforma de produo P-40, respectivamente.

    Tabela 3Gerao de resduos na Bacia de Campos

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    Tabela 4 Gerao de resduos na plataforma P-40 durante sete meses de

    atividade

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    No quantitativo apresentado para a Bacia de Campos, cerca de 36% da gerao

    corresponde aos resduos economicamente reciclveis, classe IIb, segundo a NBR

    10.004.Estes resduos so encaminhados para empresas de reciclagem que

    atendem ao programa de responsabilidade social da Petrobras, no sendo, portanto,

    objeto de estudo. Os demais resduos, classificados como I e II, segundo a NBR

    10.004, totalizam cerca de 64% da gerao e so destinados de acordo com o

    programa de gerenciamento de resduos da Petrobras em conformidades com as

    diretrizes estabelecidas pelos rgos ambientaisFEEMA e IBAMA.

    Resduos com potencial energtico

    Da gerao total de resduos, cerca de 23% correspondem aos resduos de madeira,

    pneus, embalagem plstica, lixo comum, flutuadores de riser, sucata plstica, borra

    oleosa, carepas de tinta e ferrugem, resduos contaminados com leo ou produtos

    qumicos, sacarias de produtos qumicos, lodo de esgoto sanitrio e tintas fora de

    uso, que so constitudos de polmeros orgnicos, naturais ou sintticos, ou de

    materiais de base orgnica, com potencial energtico, conforme apresenta a Figura

    3.

    Figura 3 Percentual de resduos orgnicos com potencial energtico na

    Bacia de Campos

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    A gerao de resduos com potencial energtico corresponde cerca de 21 t/d de

    resduos, que atualmente so destinados para tratamento especfico em terra e quepotencialmente podem ser tratados por pirlise com reaproveitamento energtico.

    Desta forma, o quantitativo observado justifica o desenvolvimento de estudo para a

    aplicao da tecnologia como forma de tratamento para os resduos offshore.

    Amostragem

    Dos resduos com potencial energtico, foram selecionadas para o estudo, amostras

    de madeira, embalagem plstica, flutuadores de riser, sucata plstica, borra oleosa,

    carepas de tinta e ferrugem, contaminados com leo e/ou produtos qumicos,

    sacarias de produtos qumicos e tintas fora de uso. O resduo sucata plstica, em

    funo da diversidade na suagerao, foi subdividido em amostras individuais dos

    seguintes resduos: tubo de borracha, cabo de borracha, cabo de amarrao,

    mangueira plstica, correia emborrachada e tubo de condute.

    Os demais resduos com potencial energtico no foram tomados como amostra em

    funo das consideraes listadas a seguir:

    - Os resduos pneus e lodo de esgoto sanitrio no foram selecionados por

    no estarem disponveis no PT durante a coleta;

    - O resduo de lixo comum, inicialmente foi coletado e considerado comoamostra de estudo, porm, em funo das dificuldades tcnicas encontradas para a

    elaborao de amostra representativa, principalmente pela falta de equipamento

    especfico para triturar este tipo de amostra, optou-se por no utiliz-lo.

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    Tabela 5 Resduos selecionados como potencial energtico e respectivas

    identificaes

    Alm das quatorze amostras de resduos citadas na Tabela 5, foi elaborada uma

    amostra composta em duplicata, apresentada na Figura 3, contendo todos os

    resduos selecionados na proporo aproximada em que so gerados na Bacia de

    Campos. A elaborao da amostra composta objetivou a avaliao prvia de sistema

    de tratamento trmico de resduos offshore por pirlise, com a reproduo de

    cenrio de pior caso, em que todos os resduos gerados durante um determinado

    perodo de tempo podem ser pirolisados simultaneamente. A Figura 4 apresenta a

    composio desta amostra, identificada neste trabalho como amostra AM 15 e os

    percentuais correspondentes a cada constituinte.

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    Figura 4Composio percentual da amostra composta

    Pirlise

    A pirlise de resduos consiste na degradao trmica na ausncia ou deficincia de

    oxignio, por meio de reao endotrmica. Segundo Spinac (2005), a pirlise a

    baixa temperatura de resduos de origem polimrica ocorre com despolimerizao e

    com formao de pequenas quantidades de compostos aromticos e gases leves,

    como o metano, obtendo-se lquidos de alta temperatura de ebulio. Neste

    contexto, a partir dos resultados de identificao do principal constituintepolimrico

    e da avaliao do comportamento trmico das amostras de resduos, determinou-sea temperatura de pirlise de 450 C como adequada para o tratamento proposto,

    com base na temperatura de pirlise comumente utilizada no tratamento de resduos

    slidos municipais, visando obteno de lquido piroltico. Segundo Pinto et

    al(1999), os lquidos pirolticos obtidos na pirlise de mistura de materiais

    polimricos, a baixas temperaturas, apresentam grandes quantidades de compostos

    alifticos, que do ponto de vista energtico, podem ser utilizados no feedstock, ou

    seja, ser reutilizado como insumos na indstria de plsticos e petroqumica.Os

    resultados obtidos na pirlise, consolidados na Tabela 6, foram avaliados de modo a

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    verificar principalmente a presena de hidrocarbonetos com potencial para a

    recuperao energtica.

    Tabela 6Rendimentos obtidos na pirlise das amostras

    De acordo com estes resultados, observa-se que os maiores rendimentos em termos

    de leo piroltico foram obtidos para as amostras AM 1 (madeira), AM 10

    (contaminados com leo e/ou produtos qumicos), AM 12 (flutuadores de riser) e

    para as amostras compostas. Outro rendimento elevado, em termos de gases, foi

    observado para as amostras AM 5 (mangueira plstica) e AM 9 (tubo de condute),

    que so constitudas de PVC. Este resultado deve-se a liberao de cido clordrico

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    gasoso durante a degradao do material. A amostra AM 6 (cabo de amarrao),

    constituda de poliamida tambm apresentou maior rendimento em termos de gases.

    Os maiores rendimentos em termos de char (resduo slido) foram obtidos para a

    amostra AM 8 (carepas de tintas e ferrugem) e AM 11 (sacarias de produtos

    qumicos). De um modo geral, outro fator que pode influenciar os resultados da

    pirlise o perfil de temperatura nas reaes de degradao dos compostos

    orgnicos. Os resduos constitudos de material polimrico so maus condutores de

    calor, logo, a dinmica de aquecimento do resduo gera gradientes de temperaturas

    no desprezveis dentro do material, que podem ser potencializados quando a

    pirlise realizada em grande escala.

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    4. METODOLOGIA

    4.1 TIPODEPESQUISA

    A confeco do presente trabalho baseia-se numa extensa e exaustiva reviso de

    porte bibliogrfico, nacional e internacional, atravs de pesquisas em livros, artigos

    cientficos, apostilas e sites da Internet.

    Portanto, percebemos que a pesquisa tem caracterstica quantitativa e qualitativa.

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    5. CONCLUSO

    O presente trabalho apresentou uma referncia bibliogrfica a respeito da Bacia de

    Campos. Foi realizada uma pesquisa especfica relacionada ao contexto geolgico,

    o sistema petrolfero, os aspectos do hidrocarboneto, as implicaes econmicas e

    estudos de casos sobre a bacia. A Bacia de Campos hoje a principal rea de

    produo e extrao de petrleo e seus derivados no Brasil, com trinta plataformas

    responsveis por toda a produo da regio, sendo 14 fixas e 16 flutuantes. Tais

    plataformas englobam 628 poos exploratrios e 537 poos de desenvolvimento que

    esto ligados a uma verdadeira teia de 1300 km de dutos submarinos e 2500 km de

    linhas flexveis (Petrobrs, 1999).

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    6-REFERNCIAS

    GABAGLIA, G. P. R.; MILANI, E. J. (1991) - Origem e Evoluo de Bacias

    Sedimentares.2 edio, Petrleo brasileiro S.A., Rio de Janeiro, 415 p.

    LIMA, F. M. (2004) Anlise Estratigrficas dos Reservatrios Turbiditicos do

    Campo de Namorado.Tese de Mestrado, Universidade Estadual Paulista, 64 p.

    RIBEIRO, F. S. A. (2008) Aplicao de Anlise Multivariada na Predio de

    Perfis Faltantes de Poos no Campo de Namorado.Tese Mestrado, Universidade

    Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 147 p.

    THOMAS,J. E. Fundamentos de Engenharia de Petrleo, Rio de

    Janeiro:Intercincia,2001.