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Provas Periciais no Processo Penal 1 ANDREIA PAGLIARI 2 ERICA FERNANDA PÁDUA LIMA MIGUEL DOS SANTOS ZANOTELI ROBSON CLAY FLORIANO AMARAL SILVANIA AGUENTONI TIAGO DOS SANTOS DE LIMA WEYDER AMARAL RESUMO O presente estudo tem o singelo objetivo de discorrer de forma sintética acerca das da Provas Periciais no Processo penal. buscando apresenta uma breve explicação sobre as mesmas e ressaltar importância no Direito Processual Penal Brasileiro, ante o sua imensurável contribuição para elucidação dos mais diversos crimes. Inicialmente, discorre-se sobre os exames periciais, conseguintemente sobre a figura do assistente técnico, sobre a realização, e a apreciação dos exames periciais, logo em seguida fala-se sobre o corpo de delito, exame de lesões corporais, exames laboratoriais, grafotécnicos, pericia em incêndio, rompimentos de obstáculos, sobre o exame de embriaguez ao volante e sobre a avaliação 1 Artigo apresentado ao professor Rodrigo Spiça das Faculdades Associadas de Ariquemes - FAAr, como requisito avaliativo para a obtenção de nota parcial na Disciplina de Direito Processual Penal. 2 Acadêmicos do Curso de bacharel em Direito das Faculdades Associadas de Ariquemes – FAAR.

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Provas Periciais no Processo Penal 1

ANDREIA PAGLIARI 2

ERICA FERNANDA PÁDUA LIMA

MIGUEL DOS SANTOS ZANOTELI

ROBSON CLAY FLORIANO AMARAL

SILVANIA AGUENTONI

TIAGO DOS SANTOS DE LIMA

WEYDER AMARAL

RESUMO

O presente estudo tem o singelo objetivo de discorrer de forma sintética acerca das

da Provas Periciais no Processo penal. buscando apresenta uma breve explicação

sobre as mesmas e ressaltar importância no Direito Processual Penal Brasileiro,

ante o sua imensurável contribuição para elucidação dos mais diversos crimes.

Inicialmente, discorre-se sobre os exames periciais, conseguintemente sobre a

figura do assistente técnico, sobre a realização, e a apreciação dos exames

periciais, logo em seguida fala-se sobre o corpo de delito, exame de lesões

corporais, exames laboratoriais, grafotécnicos, pericia em incêndio, rompimentos de

obstáculos, sobre o exame de embriaguez ao volante e sobre a avaliação dessas

provas periciais. através de revisão doutrinária e análise ao Código de Processo

Penal,

PALAVRAS-CHAVE: Prova; exames periciais; pericia; Corpo de Delito.

1 Artigo apresentado ao professor Rodrigo Spiça das Faculdades Associadas de Ariquemes - FAAr, como requisito avaliativo para a obtenção de nota parcial na Disciplina de Direito Processual Penal.2 Acadêmicos do Curso de bacharel em Direito das Faculdades Associadas de Ariquemes – FAAR.

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INTRODUÇÃO

Toda a investigação criminal baseia-se no fato de que um criminoso deixa no

local do crime alguns vestígios, adquirindo, por outro lado, quer na sua roupa ou em

objetos que utilize, outros vestígios porventura imperceptíveis, mas de qualquer

forma característicos da sua presença ou da sua atuação

É claro que o progresso técnico e científico transformaram as sociedades,

dando oportunidade ao surgimento de novas formas de criminalidade nos dias de

hoje, toda a atividade delituosa, designadamente a perpetrada com elevada

componente tecnológica.

diante dessa necessidade surge um importante espaço para à prova pericial,

nos casos em que a percepção ou a apreciação dos fatos exigem especiais

conhecimentos técnicos e científicos.

logo podemos dizer que a perícia é uma interpretação dos fatos feita por

pessoas dotadas de especiais conhecimentos técnicos, que a partir da análise de

vestígios os peritos chegam a determinadas conclusões periciais, as quais são

submetidas às autoridades judiciárias para a sua apreciação.

EXAMES PERICIAIS

Entende-se por pericia o exame realizado por pessoa que tenha

conhecimentos técnicos, científicos ou domínio especifico em determinada área do

conhecimento. No processo penal, os exames periciais são de naturezas variadas,

como a insanidade mental, dos instrumentos do crime, entre outros. Mas, de todas

as perícias , a mais importante é a do corpo de delito.

Nos termos do artigo 159 do CPP, os exames de corpo de delito e as outrtas

perícias serão em regra, realizados por peritos oficiais, portador de diploma de curso

superior, sendo-lhes assegurada autonomia tecnica, cientifica e funcional. Trantado-

se de perito oficial fazer-se-à necessario apenas um profissional para a analise do

caso e elaboração do laudo, não havendo necessidade de dois peritos. Entretanto,

em casos que abrange outras àreas de conhecimentos, será possível a atuação de

mais de um perito oficial, contudo cada um atuando individualmente em sua

especialidade.

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Porém, é admitido exceções, se não houver peritos oficiais, o exame será

feito por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior, escolhidas

de preferência as que tiverem habilitações técnicas, relacionados a natureza do

exame, nos termos do § 1 ° do referido artigo.

Os peritos não oficiais devem prestar compromissos de bem e fielmente

desempenhar o encargo. A doutrina vem entendendo que tal compromisso é

necessário e que a sua falta acarretará em nulidade, uma nulidade sanável, de

acordo com o artigo 572 do CPP. De acordo com STF , "Não constitui nulidade ter

funcionado no exame de corpo de delito apenas um perito”. Com o entendimento

pacífico do STF, só haverá nulidade se feita por um só perito, se este for um perito

não oficial, conforme exposto na sumula nº 361 do STF: ‘no processo penal, é nulo o

exame realizado por um só perito, considerando-se impedido o que tiver fuincionado,

anteriormente, na diligência de apreensão”, a referida nulidade é de carater

meramente relativo, aplicando-se apenas a perícias não oficiais.

Segundo SCARANCE FERNANDES, citado por CAPEZ (2006, p. 319),

“Não há, no processo penal brasileiro, direito a que as partes produzam

prova pericial por meio de assistentes técnicos. Isso não impede, contudo,

que a parte possa recorrer a peritos particulares para análise da prova

produzida pelos peritos oficiais, emitindo pareceres técnicos”.

Conforme CAPEZ, (2001, p. 268) ”O Perito, é um auxiliar da justiça,

devidamente compromissado, estranho às partes, portador de um

conhecimento técnico altamente especializado e sem impedimentos ou

incompatibilidades para atuar no processo”. Percebe-se de fato, que o

entendimento sobre o assunto não é igual entre doutrinadores, havendo

ainda muitas divergências.

Também é exigido dos peritos a imparcialidade, sendo extensíveis as

mesmas hipóteses de suspeição aplicadas aos magistrados.

ASSISTENTE TÉCNICO

Assistente técnico é o nome que se da a função desempenhada por um

profissional especializado em determinada área do conhecimento pertinente a

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exames periciais realizados ou realizáveis em um processo judicial de natureza

criminal. Segundo definição do CPC, é o profissional que representará a parte na

perícia, sendo, portanto, alguém de sua confiança que ira atuar com o fito de ratificar

ou infirmar o laudo oficial, sendo que o pagamento dos honorários será efetuado

diretamente pela parte contratante.

A atuação do assistente ocorrera em duas fases, sendo a primeira, fase pré-

judicial, ou seja, fase administrativa do processo, com intuito de detenção de erros

ocorridos durante processual pericial. Segunda fase é a judicial do processo, que faz

o acompanhamento e orientações de exames periciais que venham a ser realizar,

com a detenção de eventuais erros. A intervenção do assistente se efetiva quando a

pericia oficial já foi concluída, a qual cabe ao juiz, após o ingresso do laudo oficial

nos autos, decidi-se pelo aceitamento ou não do assistente técnico indicado, assim

intima-se as partes da sua decisão, que é irrecorrível, o que não afasta a

possibilidade do mandato de segurança ou habeas corpus, manejado como

sucedâneo recursal, alegando-se eventual nulidade, haverá discussão da negativa

em preliminar de apelação por cerceamento do direito de defesa ou de acusação.

As conclusões do assistente serão vazadas em parecer técnico, somente após

esgotadas todas as possibilidades junto ao perito do juízo é que caberá ao perito

assistente elaborar o seu parecer técnico, a ser apresentado em prazo estabelecido

pelo magistrado, ao qual a regra é o prazo de 10 dias, por analogia ao parágrafo

único do art. 160 do CPP, no entanto se houver motivo justificado não há objeção

para a prorrogação, existindo requerimento neste sentido. Os assistentes também

poderão ser inquiridos na audiência de instrução e julgamento, pressupondo

requerimento dos interessados, poderá haver a te mesmo acareação entre os

assistentes de acusação e da defesa, ou entre eles e o perito do juízo, tudo em prol

do melhor e maior esclarecimento técnico possível.

Aos assistentes técnicos deve-se proporcionar toda condição de realização do

seu mister, tendo acesso não só ao laudo oficial e aos autos do processo, mas

também havendo requerimento das partes, ao material probatório que serviu de

base a pericia, sendo disponibilizado em ambiente do órgão oficial que detém a sua

guarda, na presença do perito oficial, ressalvada a hipótese onde a conservação é

impossível (art. 159, §6º, CPP), também deve-se incluir as possibilidades do

assistente ter acesso ao local do crime, ao cadáver, e nas infrações onde a analise

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da própria vitima ou do infrator se faça necessária, sendo viável, deve-se permitir o

acesso, no que for compatível com o direito a intimidade e a vedação de

autoincriminação. No entanto quando a pericia for complexa, que envolva mais de

uma área de conhecimento especializado, as partes podem indicar mais de um

assistente técnico (art. 159, §7º, CPP).

REALIZAÇÃO DAS PERICIAS

O laudo coordena tudo o que foi observado pelos peritos, sendo o produto da

analise técnica, podendo ser datilografado, e devendo ser subscrito e assinado pelo

peritos, e se presente pela autoridade, a realização da pericia vai culminar na

elaboração do laudo, que deve ser produzido no prazo de dez dias, podendo ser

prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos e mediante a

autorização da autoridade. A pericia poderá ser autorizada pela autoridade policial

ou judiciária, ex officio ou por provocação. Salvo exame de corpo de delito, que não

pode ser denegado quando a infração deixe vestígios, as demais pericias, se não

necessária ao esclarecimento da verdade, poderão ser indeferidas ao processo. Em

se tratando dos quesitos, que são as perguntas formuladas pela autoridade ou pelas

partes para respostas pelos peritos, podem ser formulados ate o ato da diligência, e

quando a pericia for determinada por carta precatória, os quesitos serão transcritos

na carta, as partes poderão requerem ainda a oitiva dos peritos em audiência, no

objetivo de responder a quesitos ou esclarecer a prova, o mandado de intimação e

os quesitos ou as questões a serem esclarecidas devem ser remetidos aos peritos

com antecedência mínima de dez dias (art. 159, §5º, inc. I, CPP).

Na fase do inquérito policial, tem sido predominante a negativa de

oportunidade ao advogado do indiciado para formulação de quesitos, sob

fundamento de que nesta fase não há contraditório ou ampla defesa, observando

que as pericias realizadas no inquérito são normalmente aproveitadas na fase

processual (art. 155, caput, CPP), se haver reflexo na futura situação jurídica do

suposto autor do crime, deve ser dada a oportunidade a defesa de formulação de

quesitos em qualquer fase da persecução penal. Surgindo divergências entre os

peritos, devem estas ficar consignadas no auto do exame, podendo cada um

elaborar separadamente o seu próprio laudo, nomeando a autoridade um terceiro

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perito para apreciar a matéria, se ainda houver divergência dos outros dois, poderá o

magistrados determinar a realização de um novo exame, por outros peritos. Logo se

convencido do acerto de um dos peritos, mesmo presente a divergência apontada,

nada lhe obriga a nomear um terceiro profissional, o que importaria, inclusive, no

deferimento adiantamento d ação. Contudo havendo irregularidades no laudo, tais

como: defeitos formais, omissões, obscuridades ou contradições, determinara o

magistrado que sejam sanadas. Se, contudo, os defeitos forem considerável monta,

e julgando a autoridade conveniente, poderá ordenar que se proceda a novo exame,

por outros peritos.

APRECIAÇÃO DOS LAUDOS PERICIAIS

Dois são os sistemas de apreciação dos laudos periciais: o sistema

vinculatório, pelo qual o juiz estaria adstrito às conclusões dos peritos, pois haveria

um vinculo indissociável ao laudo e os sistema liberatório, adotado pelo

ordenamento pátrio, conferindo liberdade ao julgador na analise do laudo, podendo

aceitar ou rejeita-lo, no todo ou em parte, afinal, o juiz é livre para decidir, desde que

o faça de forma motivada.

Portanto não é a simples existência de dois laudos distintos que enseja

necessariamente a elaboração de um terceiro. Porem deve-se levar em

consideração que os laudos são dirigidos ao Magistrado, que em seu livre

convencimento motivado pode adota-los ou não. No caso de não haver os

elementos necessários, pode o julgador solicitar nova pericia, aos estar diante de

dois laudos técnicos divergentes, o juiz pode basear-se em qualquer um deles para

motivar sua decisão, atribuindo-lhes o peso que sua consciência indicar, uma vez

que é soberano na analise das provas carreadas aos autos.

EXAME DE CORPO DE DELITO

O corpo de delito é o conjunto de vestígios materiais deixados pela infração

penal, seus elementos sensíveis, a própria materialidade, ou seja, aquilo que pode

ser examinado através dos sentidos, em essência, o próprio fato criminal, sobre cuja

análise é realizada a perícia criminal. Enquanto, exame de corpo de delito é a perícia

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que tem por objeto o próprio corpo de delito, é o laudo técnico que os peritos fazem

no local, analisando-se todos os vestígios.

Conforme exposto no artigo 158 do CPP, toda infração que deixar vestígios,

será indispensável a realização do corpo de delito, seja ele direito ou indireto, não

podendo ser suprido pela confissão do acusado.

O exame de corpo de delito direto é aquele que os peritos dispõem do próprio

corpo de delito para analisar, é quando os vestígios estão à disposição dos peritos

para que possam realizar seu trabalho, sendo feita a pericia logo após a infração

penal. Enquanto o corpo de delito indireto é aquele cujo exame de corpo de delito

não mais subsiste para ser objeto do exame, sendo o exame realizado com a ajuda

de meios acessórios, como por exemplo, fotografia.

Quando não for possível a realização do exame, direito ou indireto, será

utilizada a prova testemunhal para comprovar a materialidade delitiva, conforme o

artigo 167 do CPP. É importante ressaltar, que primeiro deve ser feito o exame

direto, o mais próximo possível do acontecimento, para que os vestígios não se

percam, este exame poderá ser realizado a qualquer hora do dia ou da noite (art.

161 do CPP). Quando for impossível a realização do exame direto devera ser feito o

exame indireto com atuação dos peritos que elaborarão o laudo através dos

elementos acessórios investigados.

Exame necroscópico:

Exame realizado no cadáver, objetivando indicar a causa de sua morte.

Momento de realização pelo menos 6 horas depois do óbito. Contudo, havendo

evidência de morte, não haverá necessidade de aguardar tal lapso temporal.

Como regra, envolve a análise interna e externa do cadáver.

Excepcionalmente, a mera análise externa é suficiente. Ex: morte violenta. Assim,

nesses casos, apenas a análise externa é suficiente. Quando as lesões externas

permitirem identificar a causa da morte e não haja necessidade do exame interno

para identificar alguma circunstância relevante, o exame interno é dispensado. Ex:

decapitação ou carbonização da vítima.

Exumação:

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Exumar significa desenterrar o cadáver. Exumação medida que necessita de justa causa, e a sua realização fora das disposições legais constitui contravenção penal (art. 67, LCP).

Quem determina a realização da exumação é a autoridade policial ou judiciária.

A diligência será conduzida pela autoridade policial, da qual será lavrado termo circunstanciado. Sendo a exumação realizada em cemitério público ou particular, o administrador será convocado a indicar o local onde se encontra enterrado o cadáver e criando obstáculo, cabe a responsabilização por desobediência.

Estando o cadáver em local ermo, como cemitérios clandestinos ou pontos de desova, deve a polícia proceder às pesquisas necessárias para encontrá-lo, fazendo constar no auto.

E se houver dúvida quanto à identidade do cadáver exumado, O cadáver deve ser devidamente identificado, podendo a autoridade valer de todos os meios à sua disposição (Ex: DNA), lavrando-se o auto de reconhecimento e de identidade, onde se fará constar a descrição cadavérica, confrontações, sinais e indicações encontrados no corpo, além das pessoas que participaram do feito.

Admite-se ainda, para facilitar a identificação, que sejam arrecadados todos os objetos encontrados com o cadáver, pois são ferramentas úteis para o reconhecimento por familiares ou pessoas próximas.

EXAME DE LESOES CORPORAIS

As lesões corporais são classificadas em leves, graves, gravíssimas. No caso

de o primeiro exame pericial tiver sido incompleto ou insuficiente para demonstrar

num primeiro momento a real gravidade da lesão, pela impossibilidade de

diagnosticar a consequências reais das lesões corporais, nesse caso será

patrocinado exame complementar, com observância do exame de lesão corporal já

praticado. O caso exposto afere-se para que a pericia técnica tenha segurança

quanto ao nível da lesão, complementando-se laudo anterior.

O exemplo do acima exposto, no caso de um disparo de arma de fogo que

tenha causado pelo laudo inicial, debilidade permanente de um membro, Logo

depois e em razão do trauma causado o membro acaba sendo amputado, mudando

o nível de lesão, passando de grave para gravíssima, em razão do membro perdido,

por consequência dessa perda se faz necessário realização de um novo exame

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complementar, para o devido enquadramento na qualificadora apontada (art.

129,§2º, III, CP).

Nas lesões corporais graves por ocasionar a impossibilidade para o

desempenho da ocupação habitual por mais de 30 dias (art. 129,§1º, I, cp.), logo que

completado o referido lapso temporal, deve ser realizado novo exame

complementar, para atestar a justamente a gravidade da lesão, se não houver a

realização do exame complementar, haverá a desclassificação do delito. O exame

realizado antes de trinta dias é ineficaz, se dois ou três meses depois é considerado

de forma intempestiva, se a pessoa já tiver sido recuperada é considerado pericia

não feita.

O exame complementar pode ser determinado de oficio, pelo juiz ou

delegado, ou a requerimento do MP. Ofendido acusado, ou defensor. A sua não

realização, por terem desaparecido os vestígios, pode ser suprida por prova

testemunhal, (art. 168,§3º, CPP.).

PERICIA EM INCÊNDIO

O crime de incêndio encontra se previsto no art. 250, cp., e diversas

peculiaridades circundam a matéria, não só para o enquadramento típico, como a

exposição de perigo a vida, integridade física, ou patrimônio de outrem, para a

incidência das causas de aumento, como provocado em edifício público, ou em

lavoura e na constatação da intenção do agente, já que o incêndio culposo é

apenado.

Devido a essas peculiaridades os peritos verificarão a causa e o lugar em que

houver começado, o perigo em que dele tiver resultado para a vida ou patrimônio

alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais circunstancias que

interessarem as elucidações do fato.

PERÍCIA LABORATORIAL

Segundo Guilherme de Souza Nucci (2011), a pericia laboratorial, é o exame

especializado realizado em lugares próprios ao estudo experimental e científico,

logo, em certos delitos será necessário este tipo de pericia para o auxílio a

elucidação do fato, como ocorre nos crimes contra a saúde pública que é

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imprescindível que se faça o exame laboratorial para que os peritos munidos de

aparelhos adequados, e elementos químicos específicos, possam apresentar suas

conclusões.

alguns exemplos são: no exame toxicológico para detectar substancias

entorpecentes proibidas, o exame de dosagem alcoólica, exame para detecção de

substancia venenosa, exame de constatação de produto farmacêutico falsificado,

dentre outros, estes são apenas alguns exemplos que se faz necessário a perícia

laboratorial.

O texto legal no código de processo penal diz que os peritos devem guardar

material suficiente para eventual necessidade de nova perícia, ou contraprova como

é chamada. A contraprova pode ser determinada em razão da imprestabilidade do

primeiro laudo, ou pela necessidade de sanar divergências apontadas pelas partes

ou pela autoridade, através de uma nova aferição.

Também revela a necessidade de conservação o possível acesso dos

assistentes técnicos, com o objetivo de elaborar o respectivo parecer, já que podem

ter contato com o material original para fazer suas conclusões (art. 159, parágrafo

6º, CPP).

A lei é omissa a respeito de por quanto tempo o material deve ficar guardado.

Para Nestor Távora, deve-se ao menos aguardar até a prolação da sentença.

EXAME GRAFOTÉCNICO

Se presta a identificar a autoria de determinado documento, reconhecendo o

responsável pelo escrito, o que se faz por comparação de letras.

Deve haver intimação da pessoa a quem se atribui o escrito para que

compareça ao ato. A ausência injustificada pode implicar condução coercitiva.

O indiciado ou réu também deve ser intimado para acompanhar o feito,

mesmo que o escrito não lhe seja atribuído.

Havendo dois infratores, todos devem ser intimados, ainda que o escrito seja

imputado a apenas alguns deles.

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Na fase processual, a ausência de intimação do réu ocasiona nulidade da

prova colhida. Se o réu é revel, a intimação estará restrita ao advogado.

O documento que vai servir de modelo pode ser qualquer um

reconhecidamente escrito pelo indivíduo, ou judicialmente reconhecido como dele.

Admitem-se ainda os documentos sobre cuja autenticidade não exista dúvida. Pode

a autoridade ainda requisitar os documentos existentes em arquivos ou repartições

públicas, ou realizar a perícia no local onde estes se encontrem, se de lá não

puderem ser retirados.

E se o material existente for insuficiente para a realização do exame? Nesse

caso, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que lhe for ditado, como forma

de serem colhidos elementos suficientes para a realização da perícia. Entretanto,

atenção: a contribuição, aqui, é facultativa, pois ninguém está obrigado a produzir

prova contra si mesmo. A omissão em fornecer o escrito para a comparação não

pode levar à presunção de culpa em desfavor do imputado, nem desaguar na

responsabilização por desobediência. Nesse sentido posicionou-se o STF. Da

mesma forma, caso o réu disfarce a letra no momento do escrito, ou se diga canhoto

quando na verdade é destro, para dificultar a perícia, não estará incorrendo em

nenhuma infração.

EXAME NOS INSTRUMENTOS DA INFRAÇÃO

Os instrumentos que são usados para conseguir os fins delitivos devem ser

periciados para que possam identificar a sua natureza e o tipo de objeto, que pode

ser tanto arma de fogo, arma branca, ácido sulfúrico, e também devem ser

analisados quanto a eficiência, da aptidão para provocar o resultado. Sempre que

possível deverá ser realizada a perícia dos instrumentos utilizados no delito,

entretanto, na sua ausência não acarreta nulidade do processo, podendo ser suprida

por outros meios de prova.

EXAME NA DESTRUIÇÃO OU ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO E NA

ESCALADA

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Conforme o artigo 171 do CPP, “Nos crimes cometidos com destruição ou

rompimento de obstáculo a subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos,

além de descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por que meios e

em que época presumem ter sido o fato praticado”. Como ensina Heráclito Mossin,

“destruir é fazer desaparecer em sua individualidade o obstáculo que dificulta a

subtração; enquanto romper é quebrar, rasgar, destruir parcialmente qualquer

obstáculo, móvel ou imóvel, para se chegar a apreensão e subtração”, neste caso

sempre deixará vestígios.

Enquanto a escalada nada mais é do que “a utilização de meio para penetrar

na casa ou local onde vai ser operada a subtração”, já neste caso pode ou não

deixar vestígios.

Quando houver rompimento ou destruição de obstáculo, para que seja

caracterizado como qualificadora do delito de furto a realização da pericia será

obrigatória, entretanto, se os vestígios já tiverem desaparecido, será suprida por

prova testemunhal. Já em relação a escalada como já dito, pode ou não deixar

vestígios, nos casos em que não deixar vestígios, para que fique demonstrado que a

escalada de fato existiu será realizada por meio de testemunhas ou outro meio

probatório.

Os peritos deverão descrever os vestígios deixados pela conduta do agente e

os instrumentos que foram utilizados para a pratica da delito, por que meios e em

que época os fatos foram praticados, sendo desnecessário que tenha precisão na

data do ocorrido.

EXAME DE EMBRIAGUEZ AO VOLANTE

O Código de Trânsito Brasileiro não tolera embriaguez ao volante, sendo que

qualquer percentual de álcool por litro de sangue torna o individuo sujeito às

sanções administrativas, caracterizando infração gravíssima, com multa, suspensão

de dirigir por 01 ano, retenção do veículo até apresentação de condutor habilitado. E

na de infração criminal, se o condutor apresentar concentração igual ou superior a 6

decigramas, ou sob a influência de alguma outra substância entorpecente.

Já aquele condutor que se envolver em acidente ou for escopo de fiscalização

de trânsito, havendo suspeita de embriaguez, este estará sujeito a exames clínicos,

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testes de alcoolemia ou outros exames que possibilitem comprovar ser estado. Caso

o individuo se recuse, lhe será empregado as penas e medidas administrativas

cabíveis.

O agente de trânsito pode caracterizar a infração de embriaguez por meio da

obtenção de outras provas em direito admitidas, acerca dos sinais de embriaguez.

Pois o condutor não é obrigado a fazer os testes nem a cooperar na produção de

prova para se autoincriminar. A recusa deverá ser relatada na ocorrência.

AVALIAÇÃO

Tudo que for considerado constituinte de produto do crime será avaliado por

meio da perícia.

A aferição pericial do que sofreu dano, terá importância tanto para a

dosimetria da pena, como para atenuar a pena do furto de pequeno valor ou para o

estelionato de pequeno prejuízo. Importante também para a determinação dos

prejuízos causados à vítima, pois o ressarcimento é essencial para usufruir de

benefícios.

Caso os peritos não tenham os objetos para avaliação realizando o exame

direito, será feito o exame indireto por meio dos dados existentes nos autos e

consequentes de diligências. Os peritos deverão apresentar a situação do objeto

avaliado, a grandeza do dano, o preço de mercado.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

conclui-se que as provas periciais são de suma importância para o processo

penal, tendo em vista também que elas são provas que podem tanto condenar

quanto inocentar, estas são provas imprescindíveis para administração da justiça,

para que os fatos sejam imputados a quem realmente os cometeu.

As provas periciais exercem este papel importante visto que as mesmas

trazem ao processo conhecimentos técnicos especializados que podem ser de

grande auxílio para elucidação dos crimes.

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REFERÊNCIAS

ALENCAR. Rosmar Rodrigues, Távora, Nestor, Curso de Código de Processual penal. 8º edição, Editora juspodivm, 2013.

NUCCI. Guilherme de souza, Código de Processo penal Comentado. 11º edição, Editora Revista dos Tribunais, 2011.