Trabalho Cristalizadores Xxx

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  • 1

    RESUMO

    O processo de cristalizao um dos mtodos de separao ou purificao mais utilizados na indstria qumica e se d pela remoo do soluto de uma soluo saturada, por meio da formao de compostos slidos cristalinos, atravs da perda da solubilidade induzida e da precipitao destes materiais. O processo de cristalizao envolve duas fases: a supersaturao e a precipitao. Assim, torna-se necessrio ter conhecimento do equilbrio do meio para se colocar o limite correto em relao fora motriz atuante na transferncia de massa do soluto-soluo, fenmeno mais evidente desta atividade. O processo de cristalizao bastante antigo, sendo que h sculos a obteno de cristais de cloreto de sdio a partir da gua do mar feita. Hoje, os processos bem mais sofisticados de cristalizao produzem inmeros compostos, desde o acar at insumos para a indstria de fertilizantes, papel e celulose, cermica, farmacutica, entre outras. Dentre os equipamentos mais utilizados nas indstrias que tem como processo a cristalizao, est o cristalizador Swenson-Walker.

    Palavras-chave: Cristalizao. Separao. Purificao. Solubilidade.

    Supersaturao. Swenson-Walker.

  • 2

    SUMRIO

    1 INTRODUO .................................................................................................. 3

    2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS ........................................................................ 4

    2.1 CRISTALIZAO .............................................................................................. 4

    2.2 RELAES DE SOLUBILIDADE ...................................................................... 4

    3 PROCEDIMENTOS PARA CLCULOS ........................................................... 8

    3.1 BALANO DE MASSA E DE ENERGIA NOS CRISTALIZADORES ................ 8

    3.2 MECANISMO DE CRISTALIZAO ................................................................. 9

    4 APLICAES INDUSTRIAIS ......................................................................... 20

    4.1 CRISTALIZADORES DE RESFRIAMENTO DE SOLUES QUENTES ....... 21

    4.2 CRISTALIZADORES DE PRECIPITAO MEDIANTE A EVAPORAO DE

    UMA SOLUO. ....................................................................................................... 22

    4.3 CRISTALIZADORES DE PRECIPITAO PELA EVAPORAO

    ADIABTICA E PELO RESFRIAMENTO. ................................................................. 23

    5 RESOLUO DO EXERCCIO DE CRISTALIZAO .................................. 26

    6 CONSIDERAES FINAIS ............................................................................ 32

    REFERNCIAS ......................................................................................................... 33

  • 3

    1 INTRODUO

    O processo de cristalizao um dos mtodos de separao mais utilizados

    na indstria qumica, devido a vasta quantidade de materiais que so

    comercializados na forma de cristais. Esta atividade descrita como uma separao

    slido-lquido, a qual se baseia primariamente na transferncia de massa entre o

    soluto e a soluo para fins de formao de partculas slidas puras. Em outras

    palavras, a cristalizao a remoo do soluto de uma soluo saturada, por meio

    da formao de compostos slidos de estrutura organizada (cristalino), atravs da

    perda da solubilidade induzida e da precipitao destes materiais (FOUST et all,

    1980; UGRI, 2010).

    A cristalizao se d quando a soluo saturada ao ser resfriada ou

    concentrada, sofre um fenmeno de histerese (tendncia que um material ou

    sistema possui de conservar suas propriedades na ausncia de um estmulo que as

    gerou), no qual a fase lquida pode permanecer por algum tempo sem que haja a

    formao de slidos. Ao longo do processo, a supersaturao atinge seu nvel

    mximo e assim os primeiros slidos so formados. A supersaturao a diferena

    entre a concentrao da soluo e a concentrao de equilbrio naquela condio;

    sendo a fora motriz do processo. Este estado, em uma soluo, pode ser criado

    tanto pelo resfriamento quanto pela evaporao do solvente (COULSON, 1993,

    FOUST et all, 1980).

    Historicamente, os processos de produo de cristais vm sendo otimizados

    de acordo com as necessidades do mercado. Os mtodos de obteno destes

    slidos variam de formas simples como o resfriamento de solues concentradas

    quentes at complexas, como so os processos contnuos. Ambos necessitam de

    controles acerca de vrios parmetros, afim de garantir a qualidade dos cristais

    formados, como a dimenso, a estrutura, o teor de umidade e a pureza das

    partculas. Por isso, a cristalizao tambm descrita como uma atividade de

    purificao (UGRI, 2010).

    Este trabalho apresentar os conceitos fundamentais do processo de

    cristalizao, seus equipamentos e suas aplicaes, bem como os clculos que so

    utilizados para dimensionar os cristalizadores e as caractersticas dos cristais

    formados, como a concentrao por exemplo. Por sim, ser mostrado um problema

    que envolve o mtodo de cristalizao por resfriamento.

  • 4

    2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS

    O processo de cristalizao pode ser definido quando a concentrao do

    soluto prossegue at a soluo ficar saturada e o soluto precipitar em forma de um

    slido cristalino. Esse processo envolve diversos fenmenos, como a transferncia

    de calor do meio calefator para a soluo, que ocorre, geralmente, atravs de uma

    superfcie slida. Alm de envolver a transferncia simultnea de calor e massa

    entre as solues e as fases slidas (FOUST, 1980).

    2.1 CRISTALIZAO

    Em muitos casos, o produto desejado pela indstria para ser comercializado

    deve ser em forma de partculas slidas, as quais podem ser obtidas pela

    concentrao de uma soluo at atingir a saturao e formao de cristais da

    soluo. O processo de cristalizao visa a obteno de um produto com partculas

    de dimenses, forma, teor de umidade e pureza de forma uniforme, para visar

    satisfao e rgidas especificaes quanto qualidade do produto (COULSON,

    2009).

    Um cristal uma configurao organizada de molculas, ou de tomos, ou de

    ons. Existem cristais que podem ser classificados como invariantes por crescerem

    sem o impedimento de outros cristais ou slidos. O hbito de um cristal pode ser

    caracterizado como a forma ou o conjunto de forma que um cristal pode assumir e

    pode ser afetado pelo grau de supersaturao, intensidade de agitao, densidade

    da soluo, dimenso dos cristais da vizinhana e pela pureza da soluo. Por isso,

    a escolha de um processo detalhado no envolve apenas operabilidade e custos,

    mas envolve a influencia desse processo no hbito do cristal e sua colocao no

    mercado. (FOUST, 1980).

    2.2 RELAES DE SOLUBILIDADE

    Como o processo de cristalizao envolve duas fases, necessrio ter

    conhecimento do equilbrio para se colocar o limite correto em relao fora motriz

  • 5

    atuante na transferncia, nesse caso, h a transferncia de massa da soluo para

    a superfcie do cristal. A concentrao adequada para a formao dos cristais, bem

    como separao das espcies qumicas, podem ser determinadas num diagrama

    de fases em termos de temperatura versus composio, muitas vezes denominado

    como diagrama de solubilidade. Os dados de solubilidade de um composto slido no

    solvente, em funo da temperatura, podem ser encontrados na teoria. (FOUST,

    1980).

    Figura 1: Diagrama de solubilidade de Na2SO4 em H2O sob presso total de 1 atm.

    Fonte: Foust (1980).

    A Figura 1 apresenta o diagrama de fase em termos da temperatura contra a

    composio para o sistema Na2SO4 H2O, sob presso atmosfrica. Nas

    temperaturas entre 30F e 90,5F, com concentraes acima de 4,5%, a soluo

    saturada est em equilbrio com o decaidrato e acima de 90,5F a fase slida o

    Na2SO4 anidro. Pode-se observar que esse sal anidro possui solubilidade inversa

    entre 90,5F at 220F e acima de 220F ocorre o aumento da solubilidade. Em

    concentraes abaixo de 4,5% de Na2SO4, a fase slida que estar em equilbrio

  • 6

    com a soluo saturada ser o gelo. Para fazer os clculos de cristalizadores, onde

    se conhece a temperatura final do processo e nos quais no h evaporao, a

    concentrao da soluo saturada, a massa de cristais para uma dada massa de

    carga inicial de concentrao conhecida e a espcie de cristais precipitados, podem

    ser determinadas a partir do diagrama de solubilidade. Porm, a resoluo desse

    problema exige que seja feito um balano de massa apropriado (FOUST, 1980).

    Nos problemas de cristalizao que envolvem tambm balano de energia,

    como nos casos que h vaporizao ou quando no se conhece a temperatura final

    do cristalizador adiabtico, preciso dispor de dados de solubilidade e entalpia,

    nesse caso, utiliza-se o diagrama de entalpia-composio. (FOUST, 1980).

    Figura 2: Diagrama entalpia-composio do sistema Na2SO4 H2O, sob presso total de 1 atm.

    Fonte: Foust (1980).

    A Figura 2 apresenta o diagrama de entalpia-composio do sistema Na2SO4

    em H2O, o qual considerado relativamente simples. Dentro de cada campo

    bifsico, as massas relativas so calculadas pela regra da alavanca.

  • 7

    Figura 3: Diagrama de entalpia-concentrao do sistema CaCl2 H2O

    Fonte: Foust (1980).

    O diagrama da Figura 3 um pouco mais complicado, apresenta quatro hidratos

    e um ponto euttico b. Os pontos c, d, e e f representam pontos de transio de um

    hidrato que est em equilbrio com a soluo para um outro hidrato. Alm dos dados

    a 1 atm, o diagrama apresenta tambm curvas do equilbrio vapor-lquido saturado a

    0,5 atm e a 0,2 atm. Pode-se observar que em temperaturas baixas o sistema

    constitudo por um mistura de CaCl2.6H2O e CaCl2.4H2O e medida que a mistura

    aquecida, no h modificao de fase at atingir 86F e forma a soluo

    representada pelo ponto c, que representa a dissoluo da fase CaCl2.6H2O que

    forma a soluo saturada e deixa parte residual de CaCl2.4H2O. A medida que o

    sistema vai sendo aquecido, a temperatura permanece constante at que todo o

    CaCl2.6H2O seja dissolvido e torne-se CaCl2.4H2O. A continuao do aquecimento,

    a 113F, ocorre a dissoluo do CaCl2.4H2O e uma recristalizao sob forma de

    CaCl2.2H2O e forma o ponto d. E a medida que a temperatura do sistema aumente,

    a proporo da fase de vapor presente no sistema e a concentrao da fase lquida

    em ebulio aumentam. (FOUST, 1980).

  • 8

    3 PROCEDIMENTOS PARA CLCULOS

    3.1 BALANO DE MASSA E DE ENERGIA NOS CRISTALIZADORES

    Para processos de cristalizao, possvel escrever os balanos de massa e

    de energia e as equaes de cintica da transferncia de calor. O balano de massa

    dar o rendimento do processo, ou seja, a massa dos cristais formados a partir de

    uma certa massa da soluo, isso caso o grau de evaporao ou resfriamento seja

    possvel de ser calculado. A Figura 4 esquematiza o dado processo com a

    nomenclatura envolvida (FOUST, et al., 2008).

    Figura 4: Diagrama esquemtico de um processo de cristalizao generalizado.

    Fonte: Foust, et al., 2008, p. 461.

    Considerando este processo como operando em estado permanente, com

    carga lquida inicial e o magma do produto contendo os cristais e a soluo

    caractersticos do contedo do cristalizador, o balano de massa do soluto pode ser

    escrito da seguinte forma (FOUST, et al., 2008):

    Soluto na carga = soluto nos cristais do produto + soluto na soluo do produto

    [ (

    )

    ] (1)

    Podendo ser reescrito como:

  • 9

    [ (

    ) ]

    (

    )

    (2)

    Onde:

    C = massa dos cristais no magma produzido por unidade de tempo

    Ma = massa molecular do soluto anidro

    Mh = massa molecular do cristal hidratado

    xF = frao mssica do soluto anidro na carga

    X = solubilidade do material na temperatura do produto expressa como razo

    ponderal do sal anidro para o solvente

    F = massa total da carga por unidade de tempo

    V = evaporao em unidades de massa do solvente por unidade de tempo

    Este balano de massa pode ser aplicado a todas as unidades de

    cristalizao a estgio simples ou a unidades multiestgios de onde retira-se o

    produto lquido-slido de somente um deles. Deve ser levado em conta, no clculo

    do soluto final, o solvente perdido por evaporao e o solvente perdido como gua

    de cristalizao (FOUST, et al., 2008).

    A determinao de V, ou da temperatura final depende de uma balano

    trmico ou de uma equao cintica. Em cristalizaes adiabticas, como por

    exemplo, em um cristalizador a vcuo, a equao da cintica no se faz necessria,

    isso porque o grau de evaporao ou de resfriamento pode ser fixado com um

    balano de entalpia. Em todos os casos, o balano de entalpia pode ser escrito com

    o auxlio de um diagrama de entalpia contra composio e das tbuas de vapor de

    gua. A equao da cintica escrita em termos de um coeficiente global, e este

    coeficiente deve ser geralmente determinado na base da experincia (FOUST, et al.,

    2008).

    3.2 MECANISMO DE CRISTALIZAO

    O mecanismo no qual ocorre a cristalizao influencia as condies dentro do

    catalizador e as propriedades do produto obtido. A deposio de um cristal slido s

    ocorrer como resultado de uma fora motriz de concentrao dirigida do centro da

  • 10

    soluo para a interface do slido. A concentrao na interface deve ser a

    concentrao de equilbrio da coexistncia da soluo e do slido, isso se d em

    virtude de a concentrao da interface ser a da soluo saturada, e, a concentrao

    da fase fluida deve ser maior que a da saturao. O grau de supersaturao

    depende do nmero e da forma dos cristais sobre os quais acontece a precipitao,

    da temperatura, da concentrao da soluo e da agitao que est atuando

    (FOUST, et al., 2008).

    A cristalizao tem incio com um mecanismo de nucleao no qual se forma

    um pequeno cristal. No caso de um lquido homogneo o processo se inicia pela

    associao ocasional de molculas do soluto, desencadeada pelo movimento

    catico normal das molculas. Na maior parte dos casos, este aglomerado se

    dissocia, ainda pela ao da atividade molecular normal. Porm, em certos casos,

    aglomerado adicionais de molculas se juntam o que faz com que assumam o

    espaamento regular das molculas e a formar uma nova fase. Neste ponto, este

    aglomerado chamado de embrio. O embrio geralmente tem uma vida curta, com

    facilidade ele se redissolve devido ao gradiente de concentrao favorecer a

    transferncia de massa dele para a soluo. Com o aumento da supersaturao, a

    adio de maior nmero de molculas ao embrio torna-se mais provvel, fazendo

    com que este cresa e se estabiliza formando um ncleo do cristal. A solubilidade

    dos cristais diminui medida que suas dimenses aumentam. Dessa forma, a

    tendncia que um cristal cresa quando estiver bem formado (FOUST, et al.,

    2008).

    A nucleao primria inclui a nucleao homognea, acima descrita, e a

    nucleao sobre partculas muito pequenas e insolveis, chamada de nucleao

    heterognea, acontece em pequenas propores no magma do cristalizador. A

    nucleao secundria, que a precipitao sobre a superfcie de um cristal explica a

    maior parte da formao de slidos. Cristais adicionais tambm se formam por atrito,

    quando acontece fragmentao dos cristais na forte agitao do magma do

    cristalizador. A cristalizao secundria acontece pela formao de novos ncleos

    nas superfcies e arestas de sementes de cristal presentes no magma, seguida

    pela quebra e afastamento destes ncleos em reas de baixo teor energia, nas

    vizinhanas das superfcies dos cristais ou do cristalizador. A cristalizao

    heterognea tambm pode formar cristais, quando material estranho constitui um

    stio para nucleao e o crescimento do cristal (FOUST, et al., 2008).

  • 11

    O crescimento dos cristais considerado um processo complicado. Imagina-

    se que ele acontea como deslocamentos sobre a superfcie. O deslocamento

    autossustentvel e o cristal cresce numa sequncia espiralada que acontece devido

    as foras superficiais. O crescimento do cristal analisado usando a equao

    clssica da cintica. Escrevem-se equaes separadas para a difuso do soluto

    desde a fronteira da camada laminar at a face do cristal e para a transferncia

    turbulenta do soluto desde o centro da soluo at a interface laminar. Estas

    equaes so combinadas para gerar a equao de transferncia ao longo de toda a

    distancia que vai do centro do fluido at a superfcie slida em termos de

    coeficientes de transferncia na fase lquida (FOUST, et al., 2008).

    ( ) ( )

    (3)

    Onde:

    NA = libras-mol do soluto depositadas por unidade de tempo

    MA = massa molecular do soluto

    = mdia integrada da difusividade por turbulncia, aplicvel a todo o percurso da

    transferncia, em ft/h

    cs, ca = concentrao do soluto na superfcie slida e no centro da soluo na fase

    fluida, lb/ft

    A = rea das superfcies dos cristais, ft

    = razo de gradientes de concentrao

    x = extenso linear coberta na transferncia, ft

    O grupo ( ) o coeficiente de transferncia de massa na fase

    lquida (kL). Alm disso, onde no h transferncia atravs da fase slida, embora

    exista resistncia incorporao de novas molculas superfcie slida,

    representada por ks. Definindo um coeficiente global de transferncia como (FOUST,

    et al., 2008):

    (4)

  • 12

    Tem-se:

    ( ) (5)

    Esta equao pode ser reescrita para um s cristal, tomando-se A como a

    rea de um s cristal. Neste caso (FOUST, et al., 2008):

    ( ) (6)

    Onde:

    m = massa de um cristal, lb

    = tempo, h

    Pois o regime permanente existe em qualquer parcela infinitesimal da

    superfcie do cristal (FOUST, et al., 2008).

    Experimentalmente, frequentemente, no h modificao da forma do cristal

    durante o crescimento, de modo que (FOUST, et al., 2008):

    (7)

    Onde:

    = fator de forma, adimensional

    L = dimenso caracterstica do cristal

    Para um cubo, onde o fator 1/6, pois sua rea 6L, seu volume L e a

    massa L = AL /6. Dessa forma, a equao anterior pode ser escrita da seguinte

    forma (FOUST, et al., 2008):

    ( ) (8)

  • 13

    Esta equao afirma que a taxa do crescimento linear do cristal

    independente das dimenses do cristal, e uma expresso da lei L de McCabe,

    inicialmente proposta na base de evidncias experimentais. A taxa de crescimento

    do volume no ser uma constante pois (FOUST, et al., 2008):

    (9)

    (10)

    Onde um fator de forma diferente de . A Equao 8, expressa em

    termos do aumento de volume forma (FOUST, et al., 2008):

    (11)

    Porm, esta equao em muitos sistemas cristalizantes a lei de McCabe no

    vlida, pois a taxa de crescimento uma funo das dimenses do cristal e a outra

    falha que em altos valores de supersaturao a taxa de crescimento , mais

    comumente, constante e no varia diretamente com o nvel de supersaturao.

    Essas falhas na lei de McCabe estimulou o aparecimento de relaes empricas

    entre a taxa de crescimento e a dimenso dos cristais (FOUST, et al., 2008).

    No geral, a cristalizao feita em supersaturao muito baixa, de forma que

    a nucleao lenta. Nesse caso, a distribuio granulomtrica dos cristais (DGC)

    pode ser estimada, pelo menos de forma grosseira, na hiptese de que a nucleao

    no ocorra, ou seja, que os nmeros de cristais sejam constantes, e de que a DGC

    seja inicialmente conhecida. Em alguns casos, o cristalizador semeado com

    cristais finos e sobre eles pode ocorrer o crescimento. O cristalizador sempre

    operado para tornar a velocidade de crescimento dos cristais mxima e que a

    nucleao seja restringida, dessa forma, produzindo cristais de grande porte, fceis

    de filtrar, relativamente puros e, em geral, mais desejveis no mercado. Quando se

    conhece a DGC inicial, comum calcular a DGC final mediante a lei L de McCabe

    (FOUST, et al., 2008).

    Para um cristalizador semeado, o clculo da DGC pelo mtodo indicado

    acima, na melhor das hipteses, dar apenas uma estimativa muito grosseira da

  • 14

    distribuio real. A nucleao no pode ser completamente impedida e comum

    que tambm ocorra um processo de classificao no cristalizador, o que aumenta o

    tempo de reteno dos pequenos cristais (FOUST, et al., 2008).

    Embora os resultados no sejam exatos, d uma primeira aproximao til

    para as dimenses das partculas do produto que se podem esperar a partir de uma

    dada semente. inevitvel que os cristais da semente tenham um certo domnio de

    dimenses. Mesmo assim, a relao entre a semente e os tamanhos das partculas

    pode ser escrita da seguinte maneira (FOUST, et al., 2008):

    (12)

    Onde L novamente uma dimenso caracterstica da partcula e os ndices s

    e p correspondem respectivamente, a semelhana e ao produto. Na Equao 12, L

    constante em todo o domnio de dimenses presentes, conforme a Equao 8.

    Desta equao possvel relacionar as massas da semente e do produto pois

    (FOUST, et al., 2008):

    ( )

    (13)

    (14)

    Combinando tem-se:

    (

    ) (15)

    Neste caso assume-se as hipteses de que todos os cristais na semente tem

    a mesma forma, e esta forma se mantem sem alteraes durante o processo de

    crescimento. Na maioria dos casos, essas hipteses so bem prximas da

    realidade. A Equao 15 foi escrita para toda a massa do cristal, mas ela tambm

    pode ser escrita para parcelas infinitesimais de massas cristalinas, cada uma

    constituda de cristais com dimenses iguais. A equao diferencial resultando pode

    ser integrada sobre o domnio das dimenses das partculas (FOUST, et al., 2008):

  • 15

    (

    )

    (16)

    A integrao do segundo membro pode feita por sees escalonadas

    tomando-se pequenos, porm finitos, intervalos, das dimenses dos cristais da

    semente, e usando sucessivamente os L hipotticos at que a razo entre o

    produto e a semente atinja um valor desejado, ou tambm pode ser feita a

    integrao com o L conhecido para se encontrar a massa do produto. De qualquer

    forma, o domnio das dimenses das partculas do produto ser determinado. Uma

    vez que o crescimento relativo da massa de partculas pequenas maior que para

    as partculas grandes, a forma da curva da anlise granulomtrica ser modificada

    (FOUST, et al., 2008).

    Na prtica no possvel impedir a nucleao. Em cristalizadores tpicos,

    com reciclagem, uma dada partcula na massa cristalizante passa periodicamente

    por certas regies de baixa supersaturao. Nas regies de alta supersaturao,

    como as existentes logo depois da adio da carga quente em um cristalizador a

    vcuo, as taxas de nucleao sero elevadas. Quando se mantem grandes

    concentraes de cristais na massa em recirculao, pode se manter a

    supersaturao suficientemente baixa em todo o cristalizador, de forma a minimizar

    a nucleao. A presena de uma quantidade relativamente pequena de cristais no

    ser favorvel deposio total e por isso o nvel de supersaturao ser grande. O

    crescimento de cada cristal pode, dessa maneira, ser mais rpido, mas ento a

    nucleao gera muito poucos pequenos cristais novos (FOUST, et al., 2008).

    Tanto para cristalizadores pilotos ou em escala industrial, a anlise de seu

    desempenho frequentemente feita usando o modelo de cristalizador com

    suspenso mista e remoo mista do produto (cristalizador SMRMP). De acordo

    com esse modelo, a unidade opera regime permanente, no h classificao do

    produto no magma do cristalizador, o produto retido tpico do magma no

    cristalizador e a carga no possui cristais. Tambm comum considerar a regra L

    de McCabe aplicvel e que no h fragmentao dos cristais. Estes cristalizadores

    so facilmente aproximadas no laboratrio e esto prximas das que encontram nas

    unidade industriais. Adotando essas hipteses, pode se escrever as equaes para

    o crescimento do cristal no magma chegar DGC e s taxas de nucleao (FOUST,

    et al., 2008).

  • 16

    A distribuio de densidade da populao de partculas no magma definida

    por (FOUST, et al., 2008):

    (17)

    Onde N corresponde ao nmero de partculas com as dimenses entre L1 e

    L2, sendo n a densidade da populao, ou seja, o nmero de partculas por unidade

    de volume e por unidade da dimenso das partculas (FOUST, et al., 2008).

    Considerando um intervalo arbitrrio, L1 at L2, onde a taxa de crescimento

    dos cristais G e na qual as densidades de populao sejam n1 e n2,

    respectivamente. Em um intervalo de tempo t, o nmero de partculas que entram

    neste intervalo arbitrrio, em virtude do crescimento ser (FOUST, et al., 2008):

    (18)

    E o nmero que sai do intervalo, por ter ultrapassado a dimenso L2 devido ao

    crescimento ser (FOUST, et al., 2008):

    (19)

    As contribuies resultantes das partculas que entram ou que saem em

    consequncia dos fluxos afluente e efluente sero, respectivamente (FOUST, et al.,

    2008):

    (20)

    (21)

    Onde e correspondem as densidades mdias de populao no intervalo

    L1 at L2 nas correntes afluente e efluente, respectivamente. Combinando estas

    expresses no balano do nmero de partculas, tem-se (FOUST, et al., 2008):

  • 17

    (22)

    Reordenando-se esta equao, tem-se:

    ( ) ( ) (23)

    Conforme L se aproxima de zero, os valores de n tornam-se locais e dai

    tem-se (FOUST, et al., 2008):

    (24)

    Quando no existem inicialmente cristais suficientemente grandes para

    estarem no intervalo de dimenses considerado, ni = 0 e (FOUST, et al., 2008):

    (25)

    Definindo o coeficiente V/Q como o tempo de residncia, , e n como a

    densidade de populao dos cristais com as dimenses dos embries (que so bem

    prximas de zero), e ento a Equao 25 pode ser integrada (FOUST, et al., 2008):

    (26)

    Para, dessa forma dar:

    ( ) (27)

    A Equao 27 a equao fundamental para o cristalizador SMRPM, porm

    tem suas restries devido a todas as simplificaes consideradas inicialmente.

    Estas restries incluem uma taxa constante de crescimento do cristal e um tempo

    de reteno fixo. A partir desta equao outras relaes podem ser deduzidas para

    todas as propriedades, como a rea superficial dos cristais e a massa dos cristais,

    que dependem da DGC. Essas equaes tambm so uteis para estimar a taxa de

  • 18

    crescimento G do cristal e a taxa de nucleao a partir dos dados de um cristalizador

    SMRPM (FOUST, et al., 2008).

    Algumas das principais equaes que se pode deduzir so as seguintes

    (FOUST, et al., 2008):

    Tamanho mdio ponderal:

    (28)

    Tamanho mdio numrico:

    (29)

    rea superficial especfica: ( )

    (30)

    Concentrao de slidos: ( )

    (31)

    Nestas equaes, o fator de forma volumar e um fator de forma

    aerolar. A rea superficial especfica e a concentrao de slidos so expressos por

    unidade de volume do magma (FOUST, et al., 2008).

    O tamanho dominante dos cristais definido como o tamanho em que est a

    maior parte da massa total. Pode ser obtido a partir da expresso grfica ou

    algbrica da massa em funo da dimenso do cristal, notando-se onde a curva tem

    um mximo. Dessa forma, o tamanho dominante (FOUST, et al., 2008):

    (32)

    Devido os cristalizadores de laboratrio e os de porte industrial poderem ser

    operados nas condies de SMRPM, as relaes anteriores possibilitam a estimativa

    emprica da cintica da cristalizao e permitem analisar o efeito do porte do

    equipamento sobre a capacidade de o cristalizador aprimorar sua operao por meio

    de uma classificao de finos ou geral, ou de uma operao em estgios, entre

    outros (FOUST, et al., 2008).

  • 19

    As taxas de nucleao e de crescimento podem ser obtidas em um

    cristalizador SMRPM, diretamente a atravs da Equao 27, utilizando-se a DGC

    determinada pela experincia. No geral, a operao deveria ser ajustada para

    reduzir a taxa de nucleao e aumentar a taxa de crescimento, considerando a

    hiptese de que se desejam cristais de grandes dimenses. Dessa forma, as

    velocidades elevadas de circulao sero benficas, pois reduzem a supersaturao

    (FOUST, et al., 2008).

    Estas relaes dependem dos limites do cristalizador SMRPM. Numa

    suspenso misturada, possvel escrever uma equao de balano mais

    fundamental, em funo de uma coordenada de tamanho (FOUST, et al., 2008):

    ( )

    ( )

    (33)

    Onde B e D correspondem as funes que exprimem as taxas de nascimento

    e de morte dos cristais, a segunda parcela considera as modificaes do volume do

    magma e a terceira inclui uma taxa de crescimento que varia com o tamanho da

    partcula. Em geral, no possvel abandonar os limites do cristalizador SMRPM. A

    remoo seletiva dos cristais grandes reduz a faixa geral das dimenses cristalinas.

    A remoo acelerada dos finos no s aumenta a dimenso mdia das partculas,

    mas tambm aumenta o intervalo de dimenses dos cristais obtidos (FOUST, et al.,

    2008).

  • 20

    4 APLICAES INDUSTRIAIS

    O processo de cristalizao bastante antigo. H sculos, a obteno de

    cristais de cloreto de sdio a partir da gua do mar feita. Alm desta atividade, a

    fabricao de pigmentos tambm realizada desde a antiguidade. Hoje, os

    processos bem mais sofisticados de cristalizao produzem inmeros compostos,

    desde o acar at insumos para a indstria de fertilizantes, papel e celulose,

    cermica, farmacutica, entre outras (UGRI, 2010).

    Os mtodos mais utilizados atualmente para a formao de cristais so: (UGRI,

    2010).

    Arrefecimento da soluo saturada;

    Evaporao do solvente da soluo saturada;

    Adio de outro solvente para a reduo da solubilidade do soluto (drowning);

    Induo de reao qumica para precipitar o soluto;

    Alterao do pH do meio.

    O arrefecimento e a evaporao da soluo so bastante comuns nas

    indstrias, devido alta eficincia e menor custo de processamento. Os

    equipamentos utilizados para a cristalizao variam de acordo com a necessidade

    de se atingir a supersaturao da soluo, ou seja, com a maneira pela qual so

    obtidos os depsitos das partculas Os principais so: (FOUST, 1980; COULSON,2

    2009).

    Tanques de cristalizao;

    Cristalizadores com permutador externo Swenson-Walker (onde a

    supersaturao atingida por arrefecimento);

    Evaporador-Cristalizador de circulao forada Oslo (onde a supersaturao

    atingida atravs da evaporao flash);

    Cristalizador de vcuo com circulao de magma (Cristalizador DTB, Draft,

    Tube and Baffle).

  • 21

    Figura 5: Tanques de cristalizao de sal de cozinha a partir da gua do mar.

    Fonte: Mundo Educao (s/d).

    4.1 CRISTALIZADORES DE RESFRIAMENTO DE SOLUES QUENTES

    Os equipamentos que podem ser classificados nesse grupo so: resfriadores

    de tabuleiro, os cristalizadores descontnuos com agitao e o cristalizador contnuo

    Swenson-Walker. Os resfriadores de tabuleiro so constitudos por espcies de

    placas, as quais permitem que uma soluo seja resfriada e cristalize. So mais

    utilizados em produo de pequena escala, por ocuparem bastante espao e mo-

    de-obra, alm de, em geral, no produzirem produtos de alta qualidade. J, os

    cristalizadores descontnuos com agitao, so tanques, providos de agitao,

    possuem serpentinas de resfriamento e so, em geral, cnicos. Para um processo

    de pequeno porto so considerados equipamentos de baixo custo de operao, de

    simples operao e so bastante flexveis. Por outro lado, os cristalizadores

    Swenson-Walker um equipamento projetado para operar continuamente,

    constitudo por uma caixa semicilndrica com dimenses padronizadas e uma camisa

    de gua de resfriamento. Nesse equipamento, a soluo quente introduzida

    continuamente numa das extremidades do cristalizador, enquanto vai sendo

    resfriada. O agitador desse cristalizador serve para raspar os cristais formados nas

    paredes frias para agitar com os cristais da soluo, e assim ocasionar a

    precipitao principalmente por esse acmulo de material. (FOUST, 1980).

  • 22

    Figura 6: Cristalizador Swenson-Walker.

    Fonte: Virtuais (s/d).

    4.2 CRISTALIZADORES DE PRECIPITAO MEDIANTE A EVAPORAO DE

    UMA SOLUO.

    O evaporador-cristalizador o mais comum entre os cristalizadores.

    constitudo por um evaporador com cmaras de cristalizao na parte de baixo,

    onde os sais sedimentavam. As dimenses do decantador e a taxa de circulao

    permitem somente a sedimentao dos cristais maiores, enquanto que os finos

    continuam em suspenso e retornam ao corpo do evaporador para crescerem. J, o

    cristalizador de Oslo uma forma moderna de cristalizador por evaporao, o qual

    adaptado para produzir cristais de tamanho uniforme, grande e usualmente

    arredondados. Esse equipamento constitudo por um evaporador com circulao

    forada e um calefator externo que possui um filtro para o sal e um classificador de

    partculas no fundo do corpo do evaporador. Esse aquecedor externo pode ser

    utilizado como resfriador, onde a cristalizao ocorre pelo resfriamento da soluo.

    O tubo do escoamento, que transpassa o cristalizador, vai at o fundo do coletor e

    classificador dos cristais, onde o escoamento pode ser classificado como

    ascendente no classificador e por isso existe o contato entre os cristais e a soluo

    supersaturada. Os cristais maiores atingem o fundo do classificador e so retirados,

    enquanto que cristais finos e a soluo saem pelo topo do leito e so tratados para a

    reciclagem. (FOUST, 1980).

  • 23

    Figura 7: Cristalizador de Oslo (Krystal).

    Fonte: Foust (1980).

    Observam-se na Figura 7 as duas sees do cristalizador, o corpo e o

    aquecedor externo. A parte mais baixa do corpo o leito de cristais por onde escoa

    ascendentemente a soluo, que o classificador. A soluo saturada e os cristais

    pequenos so aquecidos, no aquecedor externo, e vai para a seo superior do

    corpo, em que, no ponto mais elevado parte do lquido vaporiza-se e torna a soluo

    mais concentrada, a qual conduzida para baixo atravs do duto central at o fundo

    do leito do cristal. (FOUST, 1980).

    4.3 CRISTALIZADORES DE PRECIPITAO PELA EVAPORAO ADIABTICA

    E PELO RESFRIAMENTO.

    Os cristalizados a vcuo obtm a evaporao pelo flash da soluo quente

    sob uma baixa presso, em que possui a temperatura da mistura de lquido e vapor,

    depois do flash, muito mais baixa que antes desse processo. Esses equipamentos

    podem ser operados continuamente com um ou mais estgios, assim como podem

    ser operados descontinuamente tambm. Na operao descontnua, a carga quente

    bombeada para o vaso e agita-se a soluo, em que seguida, dada a partida dos

    ejetores e a presso e temperatura do sistema diminuem gradativamente, e a

  • 24

    vaporizao do lquido ocorre em todas as presses determinadas. Apenas no final

    da corrida a razo de compresso mais elevada. (FOUST, 1980).

    Quando submetidos grande capacidade, os cristalizadores devem ser

    operados de maneira contnua com mais de um estgio, para evitar a economia

    desfavorvel. Quanto mais estgios, mais prximo fica o consumo de vapor

    operao descontnua, porm, maior o custo. No caso de operao contnua com

    mais estgios, a carga colocada no primeiro estgio com uma presso

    ligeiramente reduzida. (FOUST, 1980).

    Entre todos os cristalizadores, o cristalizador de Oslo o nico que consegue

    ter o controle da distribuio granulomtrica dos cristais (DGC), fator muito

    importante para a qualidade do produto. Pelo fato de a DGC ser um fator

    imprescindvel, os projetistas de cristalizadores dedicaram esforos para resolver um

    equipamento eficiente. (FOUST, 1980).

    Figura 8: Cristalizador com tubos de tiragem e chicana separadora

    Fonte: Foust (1980).

    A Figura 8 apresenta um modelo de cristalizador com o controle da DGC, que

    possui tubos de tiragem e chicana separadora, alm de possuir uma seo de

    elutriao e um sistema interno de separao dos finos, os quais escoam com o

    lquido para a parte separadora externa e so misturados com a carga de reciclo

  • 25

    para serem aquecidas. O ramo de elutriao permite que apenas as partculas

    maiores caiam no fundo do cristalizador e sejam removidas. (FOUST, 1980).

    Os estudos feitos em relao aos cristalizadores so para resolver problemas

    operacionais, como: impedir a formao de torta cristalizadora sobre as paredes,

    separar o vapor da fase lquida, separar o lquido dos cristais, conseguir um custo

    operacional baixo e conservar espao. (FOUST, 1980).

  • 26

    5 RESOLUO DE EXERCCIOS DE CRISTALIZAO

    1. Um qumico tenta preparar cristais de brax (tetraborato de sdio,

    Na2B4O7.10H2O) de alta pureza, dissolvendo 100g de Na2B4O7 em 200g de gua

    fervente. Em seguida, ele resfria a soluo cuidadosamente, at que uma

    determinada quantidade de brax cristalize. Calcule a massa em gramas de

    Na2B4O7.10H2O recuperada nos cristais por 100g da soluo inicial (Na2B4O7 +

    H2O), sabendo que a soluo residual a 55C contm 12,4% de Na2B4O7 aps a

    remoo dos cristais (HIMMELBLAU; RIGGS, 2006).

    Desenvolvimento:

    a) Clculo da composio molar de P (Base = 100mols de Na2B4O7.10H2O):

    Composto Mol M.M Massa (g) Frao molar (xP)

    Na2B4O7 1 201,27 201,27 0,528

    H2O 10 18,00 180,00 0,472

    TOTAL - - 381,27 1,00

    b) Balano de Massa Global:

    F+W = C+P

  • 27

    c) Balano por componente:

    I. Na2B4O7

    F.XF= C.XC(Na2B4O7) + P.XP(Na2B4O7)

    100.1 = C.(0,124) + P.(0,528)

    C= 100 P.(0,528) (0,124)

    C = 806,45 P. 4,26

    II. H2O

    W.XW = C.XC(H2O) + P.XP(H2O)

    200.1 = C.(0, 876) + P.(0,472)

    C= 200 P.(0,472) (0,876)

    C = 228,31 P. 0,54

    Rearranjando:

    806,45 P. 4,26 = 228,31 P. 0,54

    578,14 = 3,72.P

    P = 155,5 gramas

    C= 144,5 gramas

    Logo,

    mP(Na2B4O7).. 100 mtotal

    155,5g .100 = 51,83 g de Na2B4O7

    300g 100g de H2O

  • 28

    2. Uma soluo aquosa contm 60% de Na2S2O2, juntamente com 1% de impurezas

    solveis. Sob resfriamento a 10C, cristais de Na2S2O2.5H2O so precipitados na

    soluo. Nessa temperatura a solubilidade desse hidrato de 1,4 lb de

    Na2S2O2.5H2O por lb de gua livre. Os cristais removidos carregam 0,06 lb de

    soluo aderente por lb de cristais. Aps tratados com secagem para remover a

    gua arrastada (mas no a gua de hidratao!), os cristais finais de Na2S2O2.5H2O

    seco devero conter mais do que 0,1% de impurezas. Para atingir essa

    especificao, a soluo original diluda ainda mais com gua pura, antes de ser

    resfriada. Na base de 100 lb da soluo original, calcule:

    a) A quantidade de gua adicionada antes do resfriamento.

    b) A recuperao percentual de Na2S2O2 nos cristais hidratados e secos.

    (HIMMELBLAU; RIGGS, 2006).

    Desenvolvimento:

    MM Na2S2O2 = 142

    MM Na2S2O2.5H2O = 232

    I

    Wi

    H2O

    F

    60% Na2S2O2

    1% impurezas

    39% H2O

    S

    Soluo Saturada

    1,4lb Na2S2O2.5H2O

    1 lb H2O

    ? lb impurezas

    ?

    C

    II

    H2O W0

    Na2S2O2.5H2O

    Cristais

    0,06 lb soluo

    saturada/lb cristais

    D

    Na2S2O2.5H2O

    0,1% impurezas

    0% H2O

    Cristais secos

  • 29

    Clculo da composio molar de D:

    Base: 1 lbmol de Na2S2O2.5H2O, impurezas

    Composto lbmol M.M Massa (lb) Frao molar (xD)

    Na2S2O2 1 142 142 0,612

    H2O 5 18 90 0,388

    TOTAL 6 - 232,00 1,00

    Base: 100 lb D (Na2S2O2.5H2O = 99,9 lb)

    Componente D.(xD) Massa (lb)

    Na2S2O2 99,9.(0,612) 61,1

    H2O 99,9.(0,388) 38,8

    Impurezas - 0,1

    TOTAL - 100

    Clculo do componente S:

    Base: 100 lb gua livre na soluo saturada, impurezas

    Composto lb saturado lb gua livre Total Frao

    molar (xs)

    Frao

    molar total

    Na2S2O2 1,4(61,2)=85,68 - 85,7 0,357

    H2O 1,4(38,8)=54,32 100 154,3 0,643

    Impurezas - - - -

    TOTAL 140,00 100 240 1,00 -

  • 30

    Clculo da composio molar de C:

    Base: 100 lb de cristais secos

    y = lb de impurezas / 100 lb de gua livre na soluo saturada

    lb de secos + lb de soluo aderente

    Composto Massa (lb) Relao de impureza Total

    Na2S2O2 61,2 ( ) (

    ) (

    )

    H2O 38,8 ( ) (

    ) (

    )

    Impurezas - ( ) (

    ) (

    )

    TOTAL 100,0 6 106

    Balano para a unidade I:

    Base: 100 lb de F

    F + Wi = S + C

    100 + Wi = S + C

    Na2S2O2: (

    )

    (

    )

    H2O: (

    )

    (

    )

    No conheo: Wi, S, C, y.

  • 31

    Balano para a Unidade II:

    C = W0 + D

    Na2S2O2: (

    )

    H2O: (

    )

    No conheo: W0 e D.

    Dessa forma, tem-se no total 6 equaes e 6 incgnitas.

    Isolando as equaes e resolvendo tem-se:

    a) Wi = 23,34 lb

    b) 66,5 % de Na2S2O2 recuperados.

  • 32

    6 CONSIDERAES FINAIS

    A cristalizao um processo que a partir de uma mistura lquida se obtm

    cristais de um dos componentes da mistura. Esse processo muito importante para

    a indstria, pois garante a formao de cristais, com granulometria que pode ser

    determinada e proporciona produtos eficazes para diversos outros processos

    industriais. Alm de ser uma operao que envolve fenmenos como transferncia

    de massa e transferncia de calor e permite com que o engenheiro qumico possa

    projetar o equipamento de acordo com as necessidades do mercado e da demanda.

    Por ser um processo que permite diversas aplicaes, a cristalizao torna-se

    ampla, contendo uma variedade de equipamentos, cada qual, adequando-se em

    diferentes processos. Podem ser utilizados em um estgio ou com mais de um

    estgio, cada qual proporcionando a sua economia.

    Por fim, esse processo deve ser analisado de maneira minuciosa para que o

    dimensionamento do equipamento se adeque com os parmetros exigidos e consiga

    obter a economia que se pretende, bem como, a obteno de cristais com

    granulometria adequada e isentos de impurezas.

  • 33

    REFERNCIAS

    COULSON, B.; RICHARDSON, J.F. Chemical Engineering: particles technology

    and separation process. Vol.2. Boston: Butterworth - Heinemann, 2009.

    FOUST, A. S.; WENZEL, L. A.; CLUMP, C. W.; MAUS, L.; ANDERSON, L. B.

    Princpios das operaes unitrias. 2 ed. Rio de Janeiro: LTC, 1980.

    FOUST, et al. Princpios das Operaes Unitrias. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC,

    2008.

    MUNDO EDUCAO. Obteno do sal de cozinha. Disponvel em

    http://www.mundoeducacao.com/quimica/obtencao-sal-cozinha.htm. Acesso em 3.

    Mai. 2014.

    HIMMELBLAU, David M.; RIGGS, James B. Engenharia Qumica: Prncipios e

    Clculos. 7. ed. LTC, 2006.

    UGRI, M. Cristalizao. Universidade Estadual de Maring, 2010. Disponvel em

    Acesso em 3. Mai. 2014.

    VIRTUAIS, Portal de Laboratrios. Cristalizao. Disponvel em:

    . Acesso em: 05.mai.2014.