Trabalho de Anatomia Humana-Sistema Nervoso

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UNIVERSIDADE ESTCIO DE SPS-GRADUAO EM ANATOMIA HUMANA

RAMON CHRISPIM LEONARDO

Anatomia do Sistema Nervoso

Rio de Janeiro2013

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Origem embrionria das estruturas do sistema nervoso central5Figura 2: Encfalo embrionrio..5Figura 3: Representao do Polgono de Willis10Figura 4: Medula espinhal e seus revestimentos.13Figura 5: Vista lateral dos Ventrculos Cerebrais.15

SUMRIO

1EMBRIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO42DIVISO DO SISTEMA NERVOSO62.1DIVISO ANATMICA62.2DIVISO SEGMENTAR73VASCULARIZAO CEREBRAL83.1SISTEMA CAROTDEO INTERNO83.2SISTEMA VERTEBRO-BASILAR93.3RETORNO VENOSO114ENVOLTRIOS DO SISTEMA NERVOSO125VENTRCULOS CEREBRAIS14REFERNCIAS16

EMBRIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO

O desenvolvimento do sistema nervoso se inicia com o processo chamado de neurognese. Este processo se da com o ectoderma, o terceiro e mais externo dos folhetos embrionrios(MACHADO, 2004).No decorrer da formao embrionria, se formam o tubo neural e a crista neural. Do tubo neural se originaro as estruturas que originaro o sistema nervoso central. A crista neural originar os elementos do sistema nervoso perifrico (MACHADO, 2004).A crista neural dar origem a alguns dos seguintes elementos: dura-mter, aracnoide, clulas de Schwann e gnglios do sistema nervoso autnomo. Sai do tubo neural, portanto todos os componentes do sistema nervoso central, tais como o telencfalo, diencfalo, tronco cerebral e medula espinhal. Do interior da cavidade do tubo neural, se formar, aps diversas modificaes, o sistema ventricular cerebral, que ser preenchido por lquor, e o canal do epndima na medula espinhal (MACHADO. 2004).O tubo neural, ir se dilatar e dar origem as estruturas do sistema nervoso central. A primeira dilatao originar o encfalo primitivo, ou arquencfalo. O arquencfalo possui trs dilataes, chamadas de prosencfalo, mesencfalo e rombencfalo .(MACHADO, 2004).Tais dilataes, com o passar do tempo, se desenvolvero em outras estruturas, o prosencfalo ir originar o telencfalo e diencfalo, o mesencfalo permanecer denominado mesencfalo e o rombencfalo ir originar o metencfalo e mielencfalo. Destes dois, iro se originar o cerebelo e ponte, do metencfalo; e do mielencfalo se originar o bulbo. A parte inferior do tubo neural ir originar a medula primitiva do embrio. Que com o passar do tempo se tornar a medula espinhal (DANGELO E FATTINI, 2002).

Figura 1: Origem embrionria das estruturas do sistema nervoso centralFonte: MACHADO, 2004..

A figura acima esquematiza as estruturas do sistema nervoso central e suas estruturas embrionrias de origem. Pode-se notar que o cerebelo e ponte tem a mesma origem embrionria.

Figura 2: Encfalo embrionrio.Fonte: MACHADO, 2004..

A figura 2 representa um encfalo embrionrio humano, visto lateralmente, onde pode-se notar as vrias flexuras, derivadas principalmente da diferena no tempo de crescimento das vrias estruturas.

DIVISO DO SISTEMA NERVOSO

O Sistema Nervoso como um todo composto por vrios elementos com funes muito especficas, entretanto, pode ser subdividido em vrias formas. A principal forma de se subdividir o sistema nervoso do ponto de vista anatmico.O sistema nervoso composto pelo crebro, cerebelo, mesencfalo, ponte, bulbo, medula espinhal, nervos cranianos e espinhais; e gnglios (BONTRAGER, 2010).

DIVISO ANATMICA

A principal diviso do sistema nervoso se d de forma anatmica. O sistema nervoso pode ser dividido em Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso perifrico (SNP) (DANGELO E FATTINI, 2002).O Sistema nervoso central constitudo pelo encfalo e medula espinhal. O encfalo composto pelo crebro, cerebelo e tronco enceflico(Mesencfalo, ponte e bulbo). a parte que recebe , interpreta e cria estmulos nervosos. J o Sistema Nervoso Perifrico constitudo pelos nervos cranianos, espinhais, e gnglios, alm das terminaes nervosas musculares. responsvel pela transmisso dos estmulos nervosos originados do sistema nervoso central por todo o organismo (DANGELO E FATTINI, 2002).

DIVISO SEGMENTAR

O sistema nervoso tambm pode ser subdividido de forma segmentar. Diviso dada devido ao contato com os nervos. Sendo assim- dividido de forma segmentar e supra segmentar. Sendo o Sistema nervoso segmentar, todo o sistema nervoso perifrico e as partes do sistema nervoso central que possuem uma relao direta com os nervos, como o tronco enceflico e medula espinhal. O sistema nervoso supra segmentar aquele que no possui relao direta com o sistema nervoso perifrico, que so o crebro e cerebelo (MACHADO, 2004).Tal diviso evidencia a disposio das substncias branca e cinzentas do sistema nervoso. Pode-se notar que no sistema nervoso supra segmentar a substancia cinzenta encontrada na superfcie, formando o crtex cerebral, e a substancia branca forma o interior do encfalo. J no sistema nervoso segmentar a substancia branca encontrada no exterior, ao contrrio do que se v no sistema nervoso supra segmentar (MACHADO, 2004).

VASCULARIZAO CEREBRAL

O sistema nervoso central de extrema importncia e possui alta especializao. Fazendo com que possua um metabolismo altamente acelerado. Isso faz com que haja a necessidade de um grande aporte sanguneo para suprir as necessidades de oxignio e glicose para manter seu funcionamento normalizado. Sendo assim tambm, o fluxo sanguneo maior em reas de substancia cinzenta do que em substancia branca, devido ao metabolismo aumentado nessas reas (MACHADO, 2004).As artrias do encfalo so diferenciadas, possuem paredes bastante friveis em relao as outras artrias. Isto permite um choque menor ao tecido nervoso durante a sstole, entretanto deixa os vasos mais suscetveis a hemorragias e rompimentos. O encfalo vascularizado por dois sistemas circulares distintos e independentes, o sistema carotdeo interno e o sistema vertebro-basilar (MACHADO, 2004).

SISTEMA CAROTDEO INTERNO

O sistema carotdeo interno composto pela artria cartida interna e suas ramificaes. A artria cartida interna um ramo da artria cartida comum, que se ramifica, na altura do pescoo (normalmente entre as vrtebras C4 e C5), em duas artrias, a cartida externa e cartida interna. Sendo a externa, e seus ramos, responsvel pela irrigao da face e rgos a face, e a interna responsvel pela irrigao enceflica (SOBOTTA, 2000).Aps seu inicio, a artria cartida interna continua seu trajeto at a altura do osso temporal, onde penetra o crnio por meio do canal carotdeo, no interior do crnio, formar uma curva acentuada em forma de "S", que chamado de sifo carotdeo, se situando no osso esfenoide, para logo em seguida perfurar a dura mter. Neste momento, se ramifica em artria oftlmica, abaixo do processo clinide (SOBOTTA, 2000).

Aps perfurar a dura-mter, a artria cartida interna chega ao espao subaracnoideo onde far suas ramificaes finais, dar origem as artrias cerebrais anterior e mdia, que iro irrigar respectivamente o lobo frontal; temporal e parietal do crebro. Na direo posterior, d origem a artria comunicante posterior, que se ligar a artria cerebral posterior, e consequente formao do Polgono de Willis (SOBOTTA, 2000).

SISTEMA VERTEBRO-BASILAR

O Sistema vertebro-basilar composto pelas artrias vertebrais que originaro a artria basilar que faz parte do Polgono de Willis (Ou Circuito Arterial Cerebral). As artrias vertebrais, se derivam das artrias subclvias. Aps seu surgimento elas vo em direo ao crebro pelo pescoo, por dentro dos processos transversos das vrtebras cervicais. Acessam o crnio por dentro do forame magno. Repousam sobre o clivo, do osso esfenoide e recostam no ventre do bulbo. Entre a ponte e o bulbo, elas se unem, formando a artria basilar que ir se ramificar mais adiante nas artrias posteriores direita e esquerda, que faro um trajeto posterior e irrigaro o lobo occipital e parte do cerebelo(SOBOTTA, 2000).Das artrias vertebrais saem as artrias cerebelares inferiores e posteriores, que sero responsveis pela irrigao de parte do bulbo e do cerebelo. Alm disso, da arteira basilar partiro algumas ramificaes importantes, como a artria cerebelar superior, inferior anterior e a artria do labirinto, que vascularizar o ouvido interno. Alm de irrigar o restante do tronco enceflico (MACHADO, 2004).O sistema vertebro-basilar e carotdeo ir formar o polgono de Willis, ou circuito arterial cerebral. Este circuito formado pelas pores das artrias cerebrais anterior, mdia e posterior, pela artria comunicante anterior e pelas artrias comunicantes posteriores (SOBOTTA, 2000).

As artrias comunicantes iro fazer anastomoses entre o sistema carotdeo e vertebro-basilar. A artria comunicante anterior ir fazer anastomose entre as artrias cerebrais anteriores. As posteriores faro anastomose entre as cartidas internas e as cerebrais posteriores.

Figura 3: Representao do Polgono de Willis.Fonte: http://www.auladeanatomia.com.

A figura 3 mostra o circuito arterial cerebral e suas artrias integrantes, alm das artrias comunicantes

RETORNO VENOSO

As veias cerebrais so, em sua grande maioria, maiores e mais calibrosas que as artrias e no fazem o mesmo trajeto que elas (MACHADO, 2004). As veias cerebrais que drenam superficialmente o encfalo. Drenam todo o sangue do crtex cerebral e substancia branca de modo superficial. So chamadas de veias cerebrais superficiais ( BONTRAGER, 2010)Tambm so drenados o sangue das partes mais profundas do crebro, tais como capsula interna, ncleos da base e diencfalo. As principais veias profundas so a veia cerebral magna (ou de Galeno) e veias cerebrais internas (MACHADO, 2004).O sangue drenado pelas veias cerebrais vai para os seios da dura-mter que so complexos venosos que se encontram entre os espaos entre as camadas da dura-mter. Forma os seios sagitais superior e inferior, seio reto, seios transversos, seio sigmoide e occipital. Todos estes seios, iro confluir e desembocar nas veias jugulares internas (BONTRAGER, 2010).

ENVOLTRIOS DO SISTEMA NERVOSO

Todo o sistema Nervoso Central revestido por envoltrios protetores, so chamadas de meninges. So 3 em sua totalidade, so chamadas de Dura-Mter, Pia-Mter e Aracnoide. A Dura-mter originada da Paquimeninge, no embrio. Enquanto a aracnoide e pia-mter so originadas da Leptomeninge (MACHADO, 2004).A Dura-mter a camada mais externa e rgida, possui duas camadas e em seu interior se encontram os seios venosos. Sua camada externa est intimamente relacionada com os ossos. altamente vascularizada, sua irrigao se d pela artria meningea mdia. Possui alta inervao (BONTRAGER, 2010).Sua camada interna forma a foice cerebral que acompanha os hemisfrios cerebrais, os revestindo, por dentro da fissura longitudinal. Tambm constitui a tenda cerebelar, que ir separar os hemisfrios cerebrais do cerebelo (BONTRAGER, 2010).A Aracnoide a camada subsequente das meninges e se prende a pia-mter por meio de trabculas. No vascularizada. A ultima camada e mais interna a Pia-mter que est intimamente relacionada as estruturas que reveste, e altamente vascularizada. a mais fina das trs membranas (BONTRAGER, 2010).Internamente dura-mter existe um espao denominado de espao subdural, que um espao virtual, constitudo somente de lquido necessrio para sua lubrificao. J entre a aracnoide e pia-mter existe um espao, relativamente maior, chamado de espao subaracnoideo que preenchido por lquor (MACHADO, 2004).Em algumas partes do encfalo existem certos espaos devido a um aumento do espao subaracnoideo, que se d devido ao fato da pia-mter estar intimamente presa ao encfalo, nestes espaos h um acmulo de lquor, chamado de cisternas subaracnoideas. Sendo a maior delas denominada de cisterna cerebelobulbar (BONTRAGER, 2010).

As meninges tambm protegem a medula espinhal por toda sua extenso. A dura-mter acompanha a medula por toda sua extenso, formando um envoltrio chamado de saco dural. A medula espinhal termina na altura entre as vrtebras L2 e L3. Entretanto a dura-mter continuar seu trajeto envolvendo o canal vertebral e termina no fundo de saco dural, na altura da vrtebra S2. Possui prolongamentos laterais que cobrem as razes nervosas dos nervos espinhais (MACHADO, 2004).A pia-mter fica intimamente ligada a medula, a revestindo, inclusive em suas fissuras. Continua at o fundo de saco com um filamento, chamado de filamento terminal que ira atravessar o fundo de saco at o hiato sacral. Esta estruturao forma a cauda equina, que o conjunto das meninges com as razes nervosas que se localizam abaixo do cone medular, de onde parte o filamento terminal (MACHADO, 2004).

Figura 4: Medula espinhal e seus revestimentos.Fonte: BONTRAGER, 2010.

A figura acima representa a medula espinhal revestida pelas trs camadas de meninges. Representa tambm o revestimento das razes dos nervos espinhais pela dura-mter.

VENTRCULOS CEREBRAIS

O sistema ventricular cerebral constitudo por grandes cavidades que se conectam ao espao subaracnoideo, chamadas de ventrculos. Estes ventrculos so preenchidos por Lquor ou lquido crebro-espinhal (BONTRAGER, 2010).O lquor uma substncia aquosa e incolor, muito semelhante ao plasma sanguneo. tem como funo proteo e amortecimento do encfalo, contra choques mecnicos de quedas ou atrito com os ossos. O lquor produzido dentro dos ventrculos laterais, principalmente pelos plexos corides e absorvido pelo sistema circulatrio e pelas granulaes aracnoides (BONTRAGER, 2010).Existem quatro ventrculos cerebrais. Dois ventrculos laterais, um terceiro e quarto ventrculo. Os ventrculos laterais se comunicam com o III ventrculo por meio do forame intraventricular, e a comunicao entre o III e IV ventrculo se d por meio do aqueduto cerebral. A comunicao entre o IV ventrculo e o espao subaracnoideo se d por meio do recesso lateral. O IV ventrculo tambm se comunica com a cisterna cerebelobulbar (BONTRAGER, 2010).Os ventrculos laterais so amplos e se localizam ao lado da linha sagital mdia. Possuem proeminncias chamadas de cornos, anteriormente, inferiormente e posteriormente, ao redor do seu corpo. No corno anterior, se comunicam com o III ventrculo. O III ventrculo relativamente menor que os laterais, possui um recesso onde se localiza a glndula pineal (BONTRAGER, 2010).

Figura 5: Vista lateral dos Ventrculos Cerebrais.Fonte: BONTRAGER, 2010.

A figura acima mostra uma viso do sistema ventricular cerebral, onde pode-se ver as formas de cada ventrculo e suas conexes. Notando a forma e extenso que os ventrculos laterais possuem.A circulao liqurica se d por todo o sistema nervoso, aps passar pelo sistema ventricular, ir percorrer todo o espao subaracnoideo e ir se dirigir por todo o encfalo e medula espinhal se d de forma lenta, devido a absoro do lquor e presso exercida pela pulsao arterial (MACHADO, 2004).

REFERNCIAS

BONTRAGER, Kenneth L. Tratado de Posicionamento Radiogrfico e Anatomia Associada. 7 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

DNGELO, Jos Geraldo; FATTINI, Carlo Amrico. Anatomia Humana Bsica. 2 ed. So Paulo: Atheneu, 2002.

MACHADO, ngelo. Neuroanatomia Funcional. 2 ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2004.

SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.