Trabalho de Arquitetura Naval - Grécia Antiga

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - CAMPUS JOINVILLECENTRO DE ENGENHARIA DA MOBILIDADEEMB 5702 ARQUITETURA NAVAL

Histria das Embarcaes da Grcia Antiga

EQUIPE

Evandro MachadoHenrique Ferreira de MelloLeonardo Mello BurigoThiaggo Americano LabesVinicius Bosco Tilmann

PROFESSOR DA DISCIPLINA

Luiz Eduardo Bueno Minioli

ABRIL/2014ndice1. Objetivos ..................................................................................................................... 12. Contexto Histrico ..................................................................................................... 23. Descrio das Embarcaes ...................................................................................... 33.1 Funes ......................................................................................................... 33.2 Forma ............................................................................................................ 33.3 Arranjo ......................................................................................................... 44. Anlise das Caractersticas ....................................................................................... 44.1 Casco ............................................................................................................. 54.2 Calado ........................................................................................................... 54.3 Borda livre .................................................................................................... 54.4 Velas .............................................................................................................. 54.5 Esporro ....................................................................................................... 54.6 Velocidade ..................................................................................................... 55. Concluso ................................................................................................................... 66. Figuras ....................................................................................................................... 77. Referncias ................................................................................................................. 9

1. Objetivos

O trabalho tem como objetivo desenvolver a pesquisa e compreenso das embarcaes da Grcia antiga, analisando o contexto histrico e a importncia delas para as conquistas econmicas, sociais e militares. Tambm tem como objetivo caracterizar as funes, arranjos, e verificar as principais dimenses, como por exemplo, comprimento, calado, boca, deslocamento, velocidade, entre outras, alm de analisar as caractersticas que influenciaram no desenvolvimento das embarcaes atuais. Por fim, o presente trabalho, tem por finalidade aplicar os conceitos obtidos durante a disciplina de Arquitetura Naval, ministrada na Universidade Federal de Santa Catarina.

2. Contexto HistricoA civilizao grega sempre teve forte vnculo com o mar, devido posio geogrfica do seu territrio, o clima e seu extenso litoral proporcionaram uma forte produo na agricultura, o surgimento da Grcia veio entre os mares Egeu, Jnico e Mediterrneo, por volta de 2000 a.C. Formou-se aps a migrao de tribos nmades de origem indo-europeia (aqueus, jnios, elios, drios), e posteriormente veio formao das polis (cidades-estado), forma no qual caracterizou a vida poltica dos gregos dividida entre: Esparta e Atenas. O incio ocorreu por volta dos sculos VII a.C e V a.C, onde aconteceram migraes de povos gregos a vrios pontos do Mar Mediterrneo, como consequncia do grande crescimento populacional, dos conflitos internos e da necessidade de explorar o litoral para a prtica da agricultura. Vrias colnias foram criadas e tambm ocorreram desentendimentos e conflitos blicos, como as Guerras mdicas (492 a.C a 448 a.C) onde os povos gregos se livraram do domnio persa, e tambm ocorreu a Guerra do Peloponeso, em 431 a.C a 404 a.C onde Esparta derrotou Atenas.O comrcio, a expanso das ideias, o imperialismo econmico-militar e os conflitos navais fazem parte do contexto histrico da civilizao grega. Na economia os gregos baseava-se no cultivo de oliveiras e trigos, no artesanato o destaque foi para a cermica e as peas de arte. Com o comrcio martimo os gregos alcanaram grande desenvolvimento, usavam navios a remo com grandes tripulaes, assim como barcos a vela com desenhos diferenciados. As birremes foram os barcos gregos mais famosos, eram leves e dotadas de cavernas, sendo assim possvel de serem atracadas nas praias pela prpria tripulao. A quilha era a pea mestra aumentando a rigidez, combinando rapidez com resistncia longitudinal. Em uma reconstituio, feita por pesquisadores, chegou-se a uma embarcao com aproximadamente 52 remadores, medindo 24 metros com esporo na proa e 3 metros de largura, portando vela redonda e o mastro podia ser arriado. J as triremes (trieres gregos, triremis latino) eram os navios de guerra mais formidveis e sofisticados do Mediterrneo. Eles eram gals (navio movido a remos podendo possuir mastros e velas para auxiliar a propulso), tinham um custo mais elevado, com grande capacidade de manobrabilidade, geis e com uma tripulao maior do que as birremes acomodavam vrias fileiras de remos e remadores. Como nunca foram encontrados triremes daquela poca, muitos aspectos da sua construo e operao so fortemente contestados, especialmente o arranjo dos remos. No entanto, eles eram longas o suficiente para permitir que cerca de 30 remadores remassem de forma eficiente, o que requer um comprimento de cerca de 35m (115 ps), e esta medio corresponde bem com os comprimentos dos galpes de navios antigos escavados em Peiraieus, a porta de Atenas.

3. Descrio das EmbarcaesAs embarcaes da Grcia antiga (500 322 AC) eram destinadas, basicamente, para o combate martimo. Inicialmente eram construdas embarcaes com dois pavimentos destinados aos remadores. No entanto, as mesmas no eram eficientes em combate, desenvolveu-se ento os trirremes, que possuiam trs pavimentos o que tornava a embarcao mais gil. Durante o perodo clssico trirremes foram os mais formidveis e sofisticados navios de guerras do mediterrneo. Eles eram embarcaes a remo que possuiam duas velas para auxiliar na propulso.

3.1 FunesExistiam duas tticas de combate martimo com os trirremes. O primeiro baseado na coliso entre embarcaes, o que fez com que as mesmas fossem construdas em torno do menor tamanho possvel com o maior nmero de remadores possvel. Neste caso a tripulao era composta por poucos combatentes e o intuito era naufragar a embarcao inimiga.A segunda ttica era utilizar o trirreme para invadir embarcaes inimigas o que requiria embarcaes maiores e mais fortes capazes de carregar o maior nmero de soldados possvel. Este o estilo de ataque que finalmente prevaleceu. 3.2 FormaEram embarcaes de madeira construdas pelo processo clinquer, que consiste num mtodo de construo de cascos de navios atravs da fixao de pranchas de madeira (normalmente utilizadas pinho, carvalho e outras rvores tpicas do Mediterrneo). Possuem uma roda de proa bem acentuada, uma quilha bem definida e uma popa curvada. O convs dos trirremes possui um vo no seu centro que auxiliava no deslocamento da tropa para combate. Ver figura 01 na seo figuras.A quilha penetrava muito pouco na gua. Sendo assim, eles podiam navegar com estabilidade tanto no mar profundo, quanto em rios rasos, podendo chegar at a praia para que os guerreiros descessem e atacassem o lugar. Na proa da embarcao existia um esporo que normalmente era construdo de ferro com o objetivo de danificar o barco inimigo durante a coliso, diminuindo tambm os danos no trirreme.

3.3 ArranjoNas embarcaes de guerra utilizavam-se tanto a vela de papiro como os remos para movimentar as embarcaes, s vezes, as duas ao mesmo tempo. A l tinha origem animal e era impermevel. Os trirremes tinham em geral duas velas quadradas que nem sempre podiam ser utilizadas no mar do Mediterrneo devido as condies climticas. Haviam em geral 27 remadores em cada lado no nvel mais baixo, 27 remadores em cada lado no nvel mdio e 31 remadores em cada lado no nvel superior. Este modelo proporcionava uma vantagem no efeito de alavanca dos remos. Ver figura 02 na seo figuras.Para orientar a navegao em alto mar, os marinheiros utilizavam a experincia geogrfica, memria, observao das rotas das aves marinha e peixes, variao da cor da gua, astronomia e o uso de equipamentos. No existiam cartas nuticas e nem o conhecimento da bssola magntica. A avaliao da posio era baseada nos clculos do rumo seguido da velocidade. Direes eram calculadas em relao ao Sol e Lua, direo do vento e ondulao.

4. Anlise das CaractersticasAs caractersticas das embarcaes gregas analisadas nesse trabalho so: casco, calado, borda livre, velas, esporo e velocidade.

4.1 CascoAs maiores consideraes feitas pelos construtores navais athenianos eram espao para as pernas e leveza. O espao total ocupado pelos 170 remadores tinha que ser o menor possvel sem interferir com o seu remo. O casco portanto, era esbelto e de pequeno calado. Ver figura 03 na seo figuras.Possuiam, em geral, 37 metros de comprimento, boca variando de 3.5 a 5.5 metros, calado de 1.2 metros e deslocamento de 42 toneladas. A tripulao era composta por 170 remadores, 14 homens armados e 16 marinheiros, totalizando 200 homens.Sua leveza permitia que o barco fosse carregado por 140 homens o que proporcionava uma boa mobilidade para reparos.4.2 Calado As embarcaes Gregas apresentavam calado pequeno. A vantagem poder navegar em guas rasas, o que permitia que navegassem tanto no mar aberto quanto em guas abrgadas e at mesmo permitindo-os chegar perto da costa.4.3 Borda livreAs embarcaes trirremes possuiam em sua borda livre orifcios que permitiam o movimento dos remos. Eram relativamente grandes pois necessitava-se acomodar os trs nveis de remadores. 4.4 VelasOs trirremes possuiam duas velas quadradas que auxiliavam na propulso. O mastro principal localizava-se a meia nau e o segundo mastro localizava-se prximo a proa. O material das velas era o papiro ou l. A vela principal fornecia o impulso e a vela a proa auxiliava na navegao.

4.5 EsporoNa proa da embarcao existia uma estrutura com a finalidade de danificar a embarcao inimiga. Tal estrutura recebe o nome de esporo. O esporo era fabricado de ferro. Ver figura 04 na seo figuras.4.6 VelocidadeEstima-se que a velocidade de uma trirreme ateniense era de cerca de 8,6 ns (16 km/h). A velocidade de arranque poderia chegar a 11,5 ns (21 km/h). Os navios possuiam velocidades manobrabilidades razoveis.

6. ConclusoEm uma peninsula com cerca de trs mil ilhas, o uso de embarcaes era intenso e decisivo. Os trirremes possuiam a maior parte das marinhas do mediterrneo, este navio a remo impulsionou as cidades-estado gregas, em particular, Atenas como foras navais. Com este inovadora embarcao, foi possvel conquistar a decisiva vitria grega contra os persas. As embarcaes da poca utilizavam processos construtivos que so utilizados at hoje, como por exemplo o clinquer. Tendo em vista que na poca no dominava-se mecanismos propulsivos complexos, como os que temos hoje em dia, a utilizao da fora humana aliada as foras do vento eram crucias para que houvesse um bom rendimento.

7. Figuras

Figura 01: Principais Caractersticas de um trirreme.

Figura 02: Arranjo dos remadores.

Figura 03: Construo do casco

Figura 04: Esporo

8. Referncias[1] FIELDS, Nic; BULL, Peter. Ancient greek warship: 500 - 322 BC. New York: Osprey Publishing, 2007.[2] HARLAFTIS, Gelina. A history of greek-owned shipping: The making of an International Tramp Fleet, 1830 to the Present Day. London And New York: Routuledge, 1996.[3] Cardoso, Ciro Flamarion. A cidade-estado antiga. So Paulo. tica. 1993. [4] Finley, Moses. Os gregos antigos. Lisboa. Edies 70. 1988. [5] Guarinello, Norberto Luiz. Imperialismo greco-romano. So Paulo. tica. 1987. [6] Jard, A. A Grcia Antiga e a vida grega. So Paulo. EPU/EDUSP. 1977. [7] Moss, Claude. Atenas: a histria de uma democracia. Braslia. UnB. 1979. [8] Souza, Marcos Alvito Pereira de. A guerra na Grcia Antiga. So Paulo. tica.1988.