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Trabalho de ciencias- educação africana

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COLEGIO FLAMBOYANTS

CIENCIAS

PROFESSORA> MARILIA

VITOR MACIEL, LUIS GUSTAVO, FILIPE DE SOUSA, MATHEUS SILVA, DIEGO GABRIEL, ANDREZZA LOBO.

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EDUCAÇÃO DA AFRICA DO SUL

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Salvador- BA

7ª série (8ºano) do Ensino Fundamental II

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Sumário

____________

________________

_____________________

Apresentação......................................................1

Educação da África do Sul...................................2

Brain Drain ou Fuga de Cérebros..................3 e 4

Educação antes da Colonização.......................O.5

Entrevista.....................................................6 à 9

Texto Extra................................................10 à 12

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Reportagem...............................................13 e 14

Imagens.....................................................15 à 16

Referencia Bibliografica....................................16

NApresentação:este trabalho, será retratado sobre a educação da África do Sul, sendo demonstradas numerosas informações relevantes sobre este tema de grande importância relacionado a este país, portanto, serão tratadas informações bastante importantes interligado à educação da África do Sul, afim da obtenção de maiores conhecimentos relacionados a este país.

Mas porque a África do Sul?

Um dos motivos é por este país está localizado na África. Este continente está sendo alvo de maior estudo atualmente, devido ter sido “esquecido” considerando o estudo da Historia geral no colegial, onde o continente mais citado e estudado é a Europa, com isso, os outros continentes, e, principalmente a África- que foi o berço da humanidade segundo estudos- são considerados de importância secundaria, e, conseqüentemente, esquecidos, sem ser mostrado ao aluno a sua importância, contudo, pelo fato deste continente não ser tão estudado, não significa dizer que este apresenta uma menor importância no contexto histórico, biológico e dentre outras áreas do estudo humano, é exatamente o oposto, pois continentes esses esquecidos apresentam uma grande importância. Por isso, o governo tem estimulado aos colégios a tratarem mais sobre estes continentes menos tratados em sala de aula, expondo ao aluno a importância do estudo destes. Além disto, a África do Sul vai sediar a Copa do Mundo do ano de 2010, por isso, é sempre bom ter um maior conhecimento relacionado a atualidades, pois, estes são sempre cobrados em vestibulares, provas dentre outros. E por fim, por este país ter uma grande diversidade, podendo ser abordado distintos temas, exatamente por possuir uma rica biodiversidade, historia, cultura, sociedade dentre outros; estes são alguns dos motivos da escolha deste país.

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A educação da África do Sul sofreu uma grande influencia do Apartheid, onde houve uma completa mudança da mentalidade das pessoas nascidas naquela época, então, até hoje, como os costumes já implantados são difíceis de ser revestido, a educação deste país sofre muito a partir da mentalidade estabelecida durante este fato, com isso, diversos órgãos trabalham de fato para a extinção desta mentalidade na sociedade que ali habita, não deixando que seja passada, assim, de pai para filho, como algo hereditário, que conseqüentemente, poderá perpetuar por muitas décadas à frente.

A educação da África do SulA herança do Apartheid é particularmente visível no domínio da educação. Apesar de um forte aumento das despesas do Estado em prol da educação Pretos, desde o meio dos anos 1980, das despesas para a educação dos Brancos residem quatro vezes mais elevadas que para a dos negros.

Em 2002-2003, as despesas consagradas à educação trazidas ao PNB criavam-se à 5,4 p. 100. Em 1991, as taxas de sucesso ao exame que equivalem ao "baccalauréat" excediam 90 p. 100 para lycéens brancos, métis ou asiáticos, contra apenas 41 p. 100 para lycéens pretos. A metade dos negros não sabem nem ler nem escrever.

A África do Sul conta numerosas universidades, cujo as antigas e mais prestigiosa são frequentadas essencialmente pelos estudantes brancos. Os negros frequentam nomeadamente a universidade de Forte Hare, fundado em 1916, Alice. Desde o desmantelamento do Apartheid, um número crescente de estudantes de cor frequenta os estabelecimentos de educação há pouco reservados aos Brancos, sobretudo nas grandes aglomerações.

África do Sul tem um vibrante setor de educação superior, com mais de um milhão de alunos matriculados no estado do país 24-financiado instituições de ensino superior: 11 universidades, cinco faculdades de tecnologia, e seis instituições abrangentes.

Muitas das universidades da África do Sul são de classe mundial, instituições acadêmicas, na vanguarda da investigação em determinados domínios. Embora subsidiadas pelo Estado, as universidades são autônomas, reportando-se os seus próprios conselhos e não de governo.

Comparado com a maioria dos outros países, a educação recebe uma fatia muito grande do bolo - geralmente em torno de 20% das despesas totais do governo. Na educação o orçamento de 2006 foi de R$: 92 bilhões, representando 17,8% da despesa total.

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Mais dinheiro é sempre necessária para enfrentar os enormes atrasos esquerdos por 40 anos de ensino da apartheid. Segundo esse sistema, crianças brancas do Sul Africano receberam uma educação de qualidade praticamente de graça, enquanto seus colegas negros tinham apenas "educação bantu".

“A Educação foi vista como uma parte do sistema de apartheid global, que inclui a terra natal”, as restrições urbanas, aprovar leis e reserva de trabalho. O papel dos negros africanos foi como operários ou empregados somente. Como HF Verwoerd, o arquiteto da Educação Bantu Act de 1953, concebeu-o: “Não há lugar para [o Africano] da Comunidade Européia sobre o nível de certas formas de trabalho”. “Trata-se de nenhum proveito para ele receber uma formação, que tem como objetivo, a absorção da comunidade européia”.

Embora o governo hoje esteja trabalhando para corrigir os desequilíbrios na educação, o legado da apartheid permanece. Os maiores desafios encontram-se na mais pobre, províncias rurais como a de Eastern Cape e KwaZulu-Natal. As escolas são em geral melhores recursos nas províncias mais ricas, como Gauteng e Western Cape.

As taxas de analfabetismo são elevados em cerca de 24% dos adultos com mais de 15 anos de idade (6 - para 8 milhões de adultos não são alfabetizados), os professores nas escolas do distrito estão mal treinados, e a taxa de passagem matricial permanece baixa.

Brain Drain ou Fuga de

CérebrosA África do Sul perdendo seus poucos talentos existentes.

>>O que é?

Fuga de cérebros; evasão de cérebros ; fluxo de talentos.

>>Mais informações sobre

Apontado freqüentemente como uma das conseqüências negativas dos movimentos migratórios, o fenômeno da fuga de cérebros afeta muitos dos países do Sul Global. As poucas motivações para exercerem os seus conhecimentos no seu país de origem – geralmente em condições precárias, numa Paz frágil e com rendimentos muito reduzidos – faz com que profissionais das várias áreas rumem a novos destinos que lhes garantam não só melhores condições de trabalho, a todos os níveis, como a possibilidade de aprofundar os seus conhecimentos.

O fenômeno do Brain Drain ou Fuga de cérebros consiste, num sentido muito lato, na emigração de profissionais qualificados, das mais diversas áreas, motivada por um conjunto de situações como a falta de oportunidades no mercado de trabalho do país de origem, ambientes sociais e políticos instáveis, rendimentos de baixo valor, entre muitas outras. É de igual forma designado

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como Brain Drain, os casos em que os jovens rumam a um outro país – geralmente do Norte Global – no sentido de receber formação profissional e posteriormente decidem ficar a exercer os seus conhecimentos no país que os acolheu.

Ainda que afeta todos os países, é no Sul Global que esta inquietação toma maior proporções. Sendo, sobretudo nas áreas da saúde e da educação que o déficit de profissionais qualificados é maior.

Esta lacuna, em setores da sociedade tão centrais, representa um enorme impecilio ao desenvolvimento destes países. A diminuição de recursos humanos no sector da saúde, principalmente visível nos países africanos dificulta a realização de projectos e intervenções no combate ao HIV/SIDA, Malária e Tuberculose. De igual forma, o número reduzidos de professores e outros profissionais da educação põe em risco o nível de ensino de gerações inteiras e, conseqüentemente, a capacidade dessas mesmas gerações no futuro abraçarem novos projectos e estímulos ao seu progresso vindos do exterior.

O desafio e objetivo centrais é motivar os profissionais. Convencê-los a apostar no seu país. Uma boa gestão dos recursos humanos passa por incentivos não financeiros – que não incluam transferência de valores – mas que apostem na satisfação pessoal, no seu reconhecimento profissional garantindo aos profissionais novos cargos com maior grau de responsabilidade. Reconhecer num trabalhador os sucessos por ele alcançados, a sua capacidade de liderança, acompanhá-lo na criação de objetivo e missões e garantir a sua participação activa na vida de uma empresa ou de outra instituição (através de staff meetings), entre outros, são bons instrumentos para garantir um maior nível de motivação.

As necessidades psicológicas do staff não poderão ser ignoradas, pelo contrário. Em economias frágeis as atenções deverão estar centradas nelas. Os incentivos não monetários desempenham um papel vital na motivação dos trabalhadores e conseqüentemente na sua produtividade.

Todos estes incentivos, independentemente da sua natureza, fazem com que os impactos negativos do Brain Drain sejam minimizados. Por outro lado, os novos padrões de migração, de caráter circular permitem retirar mais proveitos da formação realizada no estrangeiro, permitindo não só a fácil mobilidade de profissionais, o seu aprofundamento de conhecimentos e experiências, como o seu retorno ao país de origem.

É importante reforçar que o desenvolvimento do Sul Global está nas mãos dos seus cidadãos, do trabalho que estes desenvolvem e da aposta que estes fazem no seu país.

Fuga de cérebros é uma emigração em massa de indivíduos com aptidões técnicas ou de conhecimentos, normalmente devido a conflitos étnicos e guerras civis, falta de oportunidade, a instabilidade política nestes países. Uma fuga de cérebros é geralmente considerado custoso economicamente, pois uma vez emigrados possuem valor da sua formação patrocinada pelo governo. E em paralelo, ocorre de fuga de capitais ao que se refere à fluxo de capitais financeiros. A fuga de cérebros pode ser estagnada, através do fornecimento de conhecimento científico para a sociedade para que ela tenha oportunidades de carreira iguais e dando-lhes oportunidades de provar as suas capacidades. O fenômeno é inverso do ganho de cérebros, que ocorre quando há um fluxo de imigração e pessoas tecnicamente qualificadas para o país.

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As fugas de Cérebros são comuns entre as nações em desenvolvimento, como ex-colônias da África, nas ilhas caribenhas e particularmente em economias centralizadas como a ex-Alemanha Oriental e a União Soviética, onde as habilidades de mercado não teriam sido recompensados financeiramente.

Enfatizando algumas das causas:

* Melhores condições de trabalho (material, salário, etc.)

* Menores impostos

* Falta de oportunidades no país de origem.

Educação antes da COLONIZAÇÃO

Muito antes da chegada do branco na África, os africanos já possuíam seus próprios sistemas educacionais. Cada família africana ensinava aos seus próprios filhos as habilidades necessárias para ganhar a vida e para fazer deles membros úteis e importantes à comunidade. Muitas vezes formavam-se organizações especiais para treinar os jovens nos costumes e tradições locais. A educação das crianças era tarefa doméstica e esta aprendia a preservar os valores do mundo dos mais velhos e de seus ancestrais. É com o advento do cristianismo que surge e se espalha por todo o mundo, a escola pública mantida pelos cofres dos municípios. Centenas de anos antes que os brancos trouxessem o seu tipo de sistema educacional para a África, já existiam universidades africanas no Sul da África, e em Gao e Tombucutu, Antigo Mali. Ainda hoje, muitos livros omitem esse importante dado da história da educação africana ao afirmar que foi com a chegada dos brancos e devido a seus “esforços” missionários que se inicia a educação no continente africano, e principalmente na África do Sul. Nosso povo, ao iniciar seus filhos em um ambiente não-escolar, já sabia que a escola não é o único nem menos o melhor lugar onde a educação acontece. O termo educação extrapola os muros da escola e por isso também acredito que esse não é o local onde melhor podemos instruir nossas crianças pois é o espaço no qual experienciam mais ativamente relações de discriminação e preconceito. A escola posta como está no Brasil, está estruturada e organizada para o modo de vida dos opressores. A educação dentro desse sistema, contribui para confirmar a aparente legalidade dos atos dos brancos e por isso não serve para ser a educação do povo preto. Para isso, precisamos estar com nossas crianças o maior tempo possível e propiciar a elas momentos de contato com a natureza pois temos uma relação muito forte com essa força. Também devemos incentiva-las a ter o hábito pela leitura (contando histórias indo a bibliotecas, livrarias, bancas de revistas, dando livros de presente) e escutar as histórias contadas por outras gerações. O melhor que podemos oferecer para nossas crianças é a convivência familiar e entre pessoas que compartilhem a mesma ideologia de resistência e luta

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que possuímos. É essa a educação que defendemos para criarmos homens e mulheres pretos conscientes, fortes e guerreiros. Ao defender que as crianças pretas em sua primeira infância (0 – 6 anos), necessitem primordialmente da educação doméstica, não digo que nós não devemos freqüentar, a escola. Acredito que a escola formal tem sua importância em nossas vidas pois compete à ela transmitir e sistematizar conteúdos socialmente acumulados. Mas esse ambiente deve ser inserido na vida de nossas crianças a partir dos 6 ou 7 anos de idade, momento em que elas expressarem seus sentimentos, pensamentos e reflexões com maior complexidade, por mais democrática e com uma proposta “aberta a diversidade” que uma escola diz, ser, ela sempre estigmatiza e rotula nossas crianças. Nossa formação como homens e mulheres filhos da África, nossa visão de um mundo, independe da educação formal. Essa consciência temos devido a nossos pais, nossas vidas, nossos encontros. Por isso, mais uma vez afirmar o quão importante é termos nossos irmão, filhos, sobrinhos, junto de nós o maior tempo possível.

ENTREVISTA

Nesta entrevista, foi analisado a problemática dos africanos que estudam no exterior e suas razões para não retornarem à sua terra natal. Discutimos onde o brain drain ocorre mais freqüentemente e o que tem sido feito para atrair os africanos de volta aos seus países de origem. Também abordamps os impactos econômicos e sociais relativos à perda de profissionais africanos para outros países. O entrevistado é Emeagwali, que foi residir nos EUA devido aos incetivos.

 

Quais são as causas do brain drain?

EMEAGWALI: A principal causa de brain drain externo é o baixo nível dos salários pagos aos profissionais africanos. A contradição é que gastamos anualmente quatro bilhões de dólares para recrutar e pagar 100.000 expatriados para trabalharem na África, mas falhamos em investir uma quantia proporcional para recrutar os 250.000 profissionais africanos que trabalham fora da África. Profissionais africanos trabalhando em África têm salários consideravelmente menores do que os salários de expatriados com qualificação semelhante.

Temos ainda o brain drain interno que ocorre quando pessoas não são empregadas nos seus campos de experiência e especialização. Por exemplo, muitos oficiais militares são políticos de uniforme e alguns médicos ganham salários suplementares como motoristas de táxi.

 

Quais são as razões para que as pessoas não retornem aos seus países de origem?

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EMEAGWALI: As condições sócio-econômicas tornam difícil que alcancemos nosso potencial. A instabilidade política aumenta as taxas de emigração de profissionais para as nações desenvolvidas.

Muitos profissionais emigraram durante os reinados brutais de Idi Amin, Mobutu e Sani Abacha. A guerra no Sudão entre o norte islâmico e o sul cristão conduziu à emigração de metade dos profissionais sudaneses. Em 1991, um de cada três países africanos era afetado pelos conflitos. Hoje, existem mais refugiados em África do que em qualquer outra região do mundo.

Quais são as razões que levam a que você não regresse ao seu país de origem?

EMEAGWALI: Primeiro, eu tenho uma esposa americana que segue uma carreira acadêmica e um filho de oito anos que estuda numa boa escola. Eu não poderia interromper a carreira de minha esposa e a educação de meu filho.

Depois, eu nunca recebi convites de membros do governo. Algumas pessoas encontraram-me através da Internet e convidaram-me para ir à Nigéria.

Espero até o final do ano poder fazer pelo menos uma viagem à Nigéria.

 

Quais países são mais afetados pelo brain drain?

EMEAGWALI: Os países que absorvem cérebros são vencedores, enquanto os países que fornecem cérebros são perdedores. Os países receptores incluem os Estados Unidos, a Austrália e a Alemanha. Os países fornecedores de cérebros incluem a Nigéria, a África do Sul e Gana. Só a Nigéria tem 100.000 imigrantes nos Estados Unidos. Nos Estados Unidos, 64% de estrangeiros nascidos na Nigéria com 25 ou mais anos de idade têm ao menos o grau de bacharelado. 43% de estrangeiros que vivem nos Estados Unidos nascidos na África são pelo menos bacharéis. Nigerianos e outros africanos representam os grupos étnicos com maior nível educacional nos Estados Unidos.

As guerras na Etiópia, Sudão, Angola e Zaire contribuíram para o problema do brain drain.

Qual o impacto social do brain drain?

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EMEAGWALI: O brain drain torna difícil a criação de uma classe média formada por médicos, engenheiros e outros profissionais. Temos uma sociedade africana dividida em duas classes: uma gigantesca sub-classe formada por pessoas muito pobres, em geral desempregadas, e uma classe formada por poucas pessoas muito ricas que, na maioria das vezes, são oficiais corruptos do governo ou de órgãos militares.

O brain drain permite que surja uma liderança fraca e corrupta. Uma ampla classe média instruída asseguraria que o poder político fosse transferido por meio de votos ao invés de guerras.

Quando os médicos emigram para os Estados Unidos, os pobres são forçados a buscar tratamento médico em curandeiros tradicionais enquanto a elite voa a Londres para seus check-ups de rotina.

Os oficiais do governo da Nigéria usam o dinheiro dos contribuntes para viajar ao exterior para avaliações de saúde rotineiras e para tratamento contra malária. Os check-ups no exterior são uma desgraça nacional e a sua proibição forçaria a Nigéria a recontratar os médicos que emigraram para a Europa.

 

Qual o impacto econômico do brain drain?

EMEAGWALI: Os melhores e mais brilhantes profissionais podem emigrar, deixando para trás os mais fracos e menos imaginativos. Isto significa uma morte lenta para África.

Não podemos alcançar crescimento económico a longo prazo exportando nossos recursos naturais. Na nova ordem mundial, crescimento econômico é movido por pessoas com conhecimento. Fala-se bastante sobre mitigação da pobreza. Porém, quem vai diminuir a pobreza? Serão os indivíduos mais talentosos que deverão liderar as pessoas, criar riqueza e erradicar a pobreza e a corrupção.

Os profissionais que estão saindo de África incluem aqueles com especialização técnica e habilidades administrativas e empreendedoras. A ausência destes profissionais aumenta a corrupção endêmica e torna mais fácil para os militares derrubarem governos democraticamente eleitos.

África precisa de uma classe média numerosa para construir uma grande base de contribuição de impostos que, em contrapartida, possibilitará a construção de boas escolas e a disponibilização de eletricidade sem interrupções. Os 250.000 profissionais africanos trabalhando em outros continentes aumentarão o tamanho da classe média.

 

Como você tem contribuído para sua comunidade?

EMEAGWALI: As telecomunicações mudaram o mundo e agora estamos vivendo numa aldeia ou comunidade global. Neste momento, você e eu estamos a usar tecnologia de telefonia e comunicação via satélite para manter uma conversa ao vivo.

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Como convidado do Africa Journal posso compartilhar a minha experiência e a minhas visões pessoais consigo e com outros espectadores. Todo os dias, dezenas de pessoas procuram-me através da Internet e escrevem-me para pedir conselhos sobre suas carreiras e objetivos de vida. Além disso, meu site EMEAGWALL.COM é usado em 6.000 escolas e forneço orientação acadêmica a diversos estudantes de cursos primários e secundários.

 

Os africanos que deixam os seus países para estudar e trabalhar têm a obrigação de regressar e compartilhar os benefícios de sua educação?

EMEAGWALI: Na teoria, somos moralmente obrigados a regressar a Africa. Na prática, um profissional africano não renunciará a um salário de $50.000 por ano para aceitar um emprego de $500 por ano em África. Uma questão mais importante deve ser discutida: quais medidas podem ser tomadas para induzir que os africanos deixem o exterior e voltem aos seus países e o que pode ser feito para encorajar os profissionais na África a permanecerem em sua terra natal.

 

Como podemos diminuir ou mesmo interromper o brain drain?

EMEAGWALI: Você tem que recrutar os profisionais e retê-los. Nós podemos dar incentivos para recrutamento, como por exemplo, despesas de deslocação, empréstimos para moradia e para lançamento de negócios, salário suplementar para os primeiros anos. Porém, quando o suplemento salarial termina, muitos dos profissionais pegarão nas suas malas e regressarão à Europa e aos Estados Unidos.

Uma solução permanente seria pagar salários competitivos.

Que mudanças gostaria de ver nas políticas governamentais?

EMEAGWALI: Nós poderíamos eliminar as despesas com militares e aumentar gastos com educação, emancipação das mulheres e desenvolvimento das crianças.

Quarenta anos atrás, Fourah Bay College, Makerere University e University of Ibadan costumavam ser as melhores universidades do mundo em desenvolvimento. Hoje, estas universidades estão se despedaçando e tem uma escassez crônica de livros e equipamentos. Greves de alunos e professores criam períodos lectivos irregulares e não é raro que os estudantes demorem cinco ou seis anos para completar um curso de quatro anos.

O problema começou no início dos anos 80, quando muitas nações africanas passaram por programas de ajustes estruturais que implicaram a desvalorização de suas moedas e cortes nos gastos públicos. A desvalorização da moeda restringiu a quantidade de equipamentos e livros que poderiam ser comprados. Além disso, tornou difícil o estudo de ciências, engenharia e medicina no exterior. Um professor universitário que ganhava $1.000 por mês em 1980 hoje ganha $50 por mês e a maioria é forçada a emigrar.

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Quando o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional forçaram a Nigéria a reduzir gastos públicos, Ibrahim Babangida cortou o orçamento da educação ao invés de reduzir o orçamento dos militares. Enquanto o salário dos professores deixou de ser pago durante vários meses, a Nigéria estava gastando centenas de milhões de dólares na importação de armas.

Não nos devemos esquecer do investimento na educação básica. A Nigéria precisa aprender com a experiência de Zâmbia. A taxa de analfabetismo entre a população adulta na Nigéria é de 49% enquanto entre a população de Zâmbia, a taxa é de 27%. Contudo, a Nigéria tem muito mais universidades que Zâmbia. A Nigéria deve aprender com Zâmbia e focar esforços em educação de boa qualidade para as

massas. Com uma elevada taxa de analfabetismo e milhões de graduados em universidades, a Nigéria acabará com os pés na Idade da Pedra e a cabeça na Idade da Tecnologia de Informação.

TEXTO EXTRAEm nossa sociedade, chamada ocidental, moderna e “civilizada”, discute-se muito sobre a

educação dos(as) filhos(as).

Parece que, não raras vezes, há uma transferência de responsabilidades, pois é comum as pessoas se perguntarem: “qual o segmento da sociedade que deve se preocupar com esta

missão tão nobre, urgente e importante na vida das crianças e adolescentes?”

Seria a escola? A família? Os meios de comunicação social? A rua? A Igreja? Enfim, tantas perguntas e poucas respostas convincentes.

No entanto, na África, da cultura tradicional e iletrada, esta responsabilidade é da... bem, vamos conferir isso nessa reflexão.

A MULHER E A EDUCAÇÃO

Diz um provérbio africano: “Quem educa uma mulher (menina), educa um povo.” A sociedade africana, apesar de machista (esta é uma herança cultural), delega a responsabilidade da

educação dos filhos à mulher. Isso porque a mulher (mãe) convive com as crianças mais tempo do que os homens. Até na hora das refeições, a mãe come em

separado com as crianças e o pai fica com os seus filhos adultos ou amigos do outro lado.

Destacamos também o fato da criança viver os seus primeiros meses de vida “grudado” na mãe. A mãe amarra o filho todo nu nas

suas costas, que também estão nuas. Este contato, no sentido literal do termo, faz com que a mãe transmita para a criança todo o seu ser maternal, como se os fluídos do seu corpo penetrassem diretamente

na criança.

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Outro fator importante é o fato da criança acompanhar a mãe em todos os lugares. É no caminho da roça, quando vai buscar água na bomba, na execução dos trabalhos domésticos, etc.

A criança é a companheira fiel da mãe em todas as suas ações durante o dia e, à noite, ainda dorme no chão encostadinha na mãe. Podemos relacionar ainda um outro aspecto que é

estritamente cultural: o sistema matriarcal. Esse sistema determina que a herança vem do lado maternal e não do paternal. Logo, a criança é bem educada e orientada pela sua família do lado

maternal.

Na sociedade africana a criança é verdadeiramente a glória da mãe. A mulher será bem estimada pelo seu marido e seus familiares pelo número de filhos que ela colocar no mundo.

A mulher, por este motivo, sempre deseja ter muitos filhos. No entanto, ela evita de dar a luz todos os anos, para não fazer sofrer o último filhinho que ainda está sendo amamentado no peito.

Como não existe nenhum método contraceptivo na tradição africana, então o marido evita de ter relações sexuais com a sua mulher durante os oito meses que seguem o parto.

A FAMÍLIA E A EDUCAÇÃO

Na África, o conceito de família é bem diferente do nosso mundo. Para o africano, a família tem uma conotação mais alargada. Os laços de sangue ou de tribo são mais abrangentes do que a

própria filiação paterna ou materna. Logo, a responsabilidade na educação das crianças ou adolescentes é de todos os membros da família.

É bastante comum ouvir uma criança ou adolescente chamar a tia de mãe, ou o tio de pai. Em relação a todos os adultos existe sempre o respeito e a aceitação da correção educacional.

A família é a elemento base da estabilidade da sociedade africana, porque tudo o que diz respeito a uma pessoa envolve toda a família. Um rapaz não se casa com uma moça (ou vice-

versa), mas ele (ela) se casa com toda a família. Se no futuro houver um problema entre o casal, será também problema de toda a família, que intervirá de todos os lados para ajudá-lo a superar a

desavença.

Nesse caso, ninguém dirá que é intromissão ou invasão de privacidade. É justamente o contrário: na hora do julgamento popular, o casal não falará nada e serão os outros membros da família que

falarão em seu nome.

Os filhos, educados nesse ambiente, saberão como orientar as suas vidas no futuro, porque terão como ponto de referência a tradição familiar herdada de seus pais, avós e antepassados.

A MÃE E A CRIANÇA

Nas duas primeiras semanas que seguem ao parto, a criança não pode sair para fora do quarto e nem ver a luz do sol. Isso porque ela ainda é fraquinha e precisa adquirir imunidade física e

espiritual para enfrentar o combate contra o espírito do mal e as intempéries do tempo.

Ao término desse período, uma senhora idosa pega a criança e a faz aparecer em público e na luz do sol. Em seguida, coloca a criança deitada debaixo de uma calha. A água escorre e cai

sobre a criança, que evidentemente começa a chorar.

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Em seguida, um grupo de senhoras sai andando pela aldeia agradecendo a toda a população pela solidariedade no momento do parto. De volta à casa da mãe, dizem à criança: “Você veio a

este mundo, não mate o seu pai e nem a sua mãe”. A mãe se rejubila com as outras mulheres pelo filho que foi apresentado aos aldeãos. Todos saúdam a mãe, dizendo: “mo ni ba”, que quer

dizer: “Felicitação pelo(a) filho(a) que você colocou no mundo”.

PARA REFLETIR

1 - O que mais lhe impressionou sobre a educação na cultura tradicional africana?2 - O que a educação africana ensina à nossa cultura?

Mãe África

Do meu peito ainda escorre leite, e esse alimento ninguém pode calar. Ninguém pode roubar, contrabandear, explorar.

Minha África intacta, livre, alimento dos seus filhos.

Mesmo que eu não coma, não beba, meu leite não vai acabar.

Podem tirar todo o meu sangue, rasgar nossas terras em busca de diamantes.

Rasgar nossas vísceras e nos contaminar.

Meu leite continuará a jorrar e será alimento de todos os filhos dessa terra.

Mesmo se esse país virar um deserto e nada restar de pé, meu leite ainda escorrerá,

alimentando os frutos, as larvas, os filhos. Porque aqui nasceu o primeiro homem. Aqui que tudo começou.

E mesmo que o homem destrua o homem, que o homem negue três vezes a sua origem, meu leite ainda assim escorrerá e não será branco, pardo, amarelo, vermelho ou negro. Meu leite será puro e transparente. Correndo nas veias da Terra. Abençoando todos os

filhos sofridos da Mãe África.

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REPORTAGEMUma das realidades ligada à educação da África do Sul

JOHANNESBURGO, Março 30, (IPS) - Durante 16 anos, a Themba era uma professora orgulhosa na África do Sul, más uma onda de violência deixou a tão nervosa que quer deixar a sua profissão.

''Eu sinto me como guarda e não professora,'' disse Themba, que preferiu ficar anônima. ''Algumas manhãs nem saio da cama. Os alunos são dezcontroláveis e os pais não se importam. O que é posso fazer? ''

A escola aonde trabalha em Sebokeng, uma cidade de pretos no sul de Johannesburgo tornou se num base de recrutamento para bandos e vendedores de drogas. A zona é horrendo como durante a época do apartheid: janelas quebradas, secretarias estilhaçadas, e um laboratório de computadores vazio. A única coisa nova é a vedação elétrica por volta do terreno.

Nestas condições, quase 75 por cento dos alunos foram obrigados a retomar uma classe depois de chumbar os exames da matricularão no ano passado. Estes exames avaliam a compreensão básica e são mandatórios para a entrada na universidade.

Depois de 13 anos de democracia, o sistema de educação no país continua a lutar a apagar as desigualdades históricas.

A divisão de classes é agora tão visível como a racial. Enqunato que os alunos pretos e brancos das famílias da classe média nas zonas que eram para os brancos têm acesso a uma educação bastante boa, a maioria dos alunos pretos nas zonas pretas e nas zonas rurais não tem esta qualidade de educação.

Apesar das leis nacionais prometerem a educação grátis, as escolas continuam a exigir propinas dos pais dos pobres. A África do Sul, o gigante econômico da região, corre o risco de ser o único país da África Austral a não atingir O Objetivo do Milênio de melhorar o acesso a educação primária pelo ano 2015.

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As cifras do Banco Mundial mostram que as taxas da matriculação na escola primária caíram de 92 por cento em 1988 á 89 por cento em 2004. O governo rapidamente introduziu um sistema de ‘não pagar propinas’ para assegurar o acesso a educação para os mais pobres na população. Isto levou a algum aumento nas taxas de matriculação.

''É realmente possível atingir o objetivo da educação primária universal pelo ano 2015,'' disse o David Archer, o responsável para a educação na organização internacional não governamental ActionAid. ''Más exige uma mudança significante na eficácia, a melhor gestão e uso do financiamento.''

Este aumento nos números não foi acompanhado por um melhoramento na qualidade de educação. O Instituto Sul Africano não governamental para a Justiça e a Reconciliação (IJR) concluiu num estudo recente que 80 por cento das escolas oferecem a educação ''de uma qualidade tão pobre que constituem um obstáculo significante ao desenvolvimento socioeconômico''.

Os expertos culpam uma variedade de fatores para os níveis pobres de educação. A violência incluindo o estupro predomina em muitas escolas. A pobreza extrema e o VIH/SIDA têm agravado as dificuldades nas escolas. O VIH/SIDA toca aos alunos assim como aos professores num país com 5.5 milhões de pessoas soropositivas numa população de 48 milhões.

Entretanto muitos professores como a Themba estão a deixar esta profissão por causa dos níveis altos de tensão e dos salários baixos. Segundo a IJR, não há novatos suficientes a encher a lacuna cada vez maior deixado pelos que deixam a profissão. Algumas pessoas dizem que o estado mau da educação não é uma questão de dinheiro. A África do Sul gasta a cerca de seis por cento do seu PNB para a educação, uma cifra igual ao dos países ricos.

O Jonathan Jansen, o deão de educação na Universidade de Pretoria, louva o Congresso Nacional Africano que dobrou o seu orçamento para a educação desde 1994. Más também criticou a continuação de “dois sistemas de educação”.

''As escolas pretas têm grandes problemas e há pouca coisa na política e na planificação que sugere qualquer interrupção do padrão dos dois sistemas de educação,'' escreveu ele recentemente num jornal sul africano.

Algumas pessoas dizem que se trata de um problema de má gestão, enquanto que outras acusam os professores de não saber o programa básico de estudos usado nas escolas, e de faltarem a motivação para com o trabalho deles.

O Sindicato Sul Africano Democrático dos Professores (SADTU) diz que é injusto criticar os professores que estão sobrecarregados de trabalho e que recebem pouco apoio na implementação do programa de estudos que está sempre mudando. Os professores também se sentem enterrados por debaixo de uma montanha de papeis.

''Precisamos de melhor formação e as autoridades da educação devem começar a incentivar nos,'' disse o Jon Lewis, o porta voz de SADTU.

A Naledi Pandor o Ministro de Educação deplorou que a falta atual de habilidades pode tocar a produtividade futura da mão-de-obra e desviar a África do Sul do caminho da prosperidade.

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Como resposta, ela declarou que as instituições que não desempenham bem o papel delas serão fechadas. Numa tentativa a abordar a questão de segurança, o governo dará as escolas estatais mais instrumentos a lutar contra o crime, incluindo as máquinas fotográficas e outros instrumentos de segurança.

Os alunos e os professores também estão fartos das condições pobres. ''Eu posso sim dizer agora que vou a escola, más talvez teremos três professores para seis aulas," disse a Nokulunga, 20, uma mãe (único pais) que vai a uma escola secundária em Orange Farm perto de Johannesburgo.

''Se quer brincar na escola pode. Se quer apreender é a ti como aluno,'' disse a Nokulunga, que não quis dar o seu nome de família.

O Mbongeni Tito disse que tirou o seu filho de 14 anos da escola para trabalhar na quinta familial para o proteger da má influência dos pares dele, e da tentação de usar a droga. ''Eu cheguei ao ponto de decidir que é melhor para ele estar em casa de que na escola,'' disse o Tito. (FIN/2007)

  Imagens:

Imagem representando a Brain Drain

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Mesmo as condições sendo precárias, a educação está presente nos bairros mais pobres da Africa do Sul

Roda de jovens que se reúnem para trocar conhecimentos aprendidos de mais velhos.

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ONG’s cada influenciando cada vez mais na educação.

Referencia Bibliográfica IPS- www.mwglobal.org Emeagwali- www.emeagwali.com Dictionarist- www.oque.dictionarist.com Dupla Oportunidade- www.duplaoportunidade.org Wikipedia- www.wikipedia.org Territorio Africano- www.territorioafricano.blogspot.com Schwartz Man -www.schwartzman.org.br Livro África Não Se Esquece- Autor: Tamanga

Maningue / Editora: Ecopy Livro A África De Hoje- Autor: Ellen E Attílio Gatti/

Editora: Melhoramentos UOL- www.uol.com.br

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Terra- www.terra.com.br O correio- www.acp-eucourier.info