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LENIR TRIDAPALLI TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO PLANO DE NEGÓCIOS PARA TRIDAPALLI & CASTELLUCCI CALÇADOS Trabalho de Conclusão de Estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas - Gestão da Universidade do Vale do Itajaí. ITAJAÍ – SC, 2008

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LENIR TRIDAPALLI

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

PLANO DE NEGÓCIOS PARA TRIDAPALLI & CASTELLUCCI CALÇADOS

Trabalho de Conclusão de Estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas - Gestão da Universidade do Vale do Itajaí.

ITAJAÍ – SC, 2008

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AGRADECIMENTOS

- A Deus por me possibilitar desempenhar este trabalho de

conclusão de curso.

- À minha amada mãe, Mônica Piffer Tridapalli, in memorian,

pelos ensinamentos sólidos de princípios fundamentais. Ao

meu pai, Mário Pedro Tridapalli e à Maria, pelos cuidados

especiais comigo, assim como aos demais membros da

minha família e ao meu namorado pelo apoio e

compreensão.

- Ao meu orientador, professor Edemir Manoel dos Santos, pela

correta direção, além de constante presença e motivação

para a conclusão do presente

- Enfim, a todos aqueles que direta ou indiretamente

contribuíram para a minha formação educacional

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário

Lenir Tridapalli

b) Área de estágio

Administração Geral

c) Supervisor de campo

Prof. Ovídio Felippe Pereira da Silva Júnior, Dr.

d) Orientador de estágio

Prof. Edemir Manoel dos Santos, M. Eng.

e) Responsável pelos Estágios em Administração

Prof. Eduardo Krieger da Silva, M. Sc.

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão social

Universidade do Vale do Itajaí

Pré-Incubadora de Empresas UNIVALI

b) Endereço

Rua Uruguai, 458 (Bloco 29 - 4º andar) – Centro, Itajaí - SC

c) Setor de desenvolvimento do estágio

Gerência de Projetos

d) Duração do estágio

240 horas

e) Nome e cargo do supervisor de campo

Ovídio Felippe Pereira da Silva Júnior, Dr - Coordenador

f) Carimbo e visto da empresa

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Itajaí (SC), 14 de novembro de 2008.

A PRÉ-INCUBADORA DE EMPRESAS UNIVALI, pelo presente instrumento,

autoriza a Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o

Trabalho de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Supervisionado,

pela Estagiária Lenir Tridapalli.

________________________________________

Prof. Ovidio Felippe Pereira da Silva Junior, Dr.

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RESUMO

O Brasil é hoje o terceiro maior produtor de calçados do mundo, com várias indústrias, as quais geram milhares de postos de trabalho. Assim, a concorrência é acirrada e os empreendedores deste setor, entre outras ações, devem manter planos de negócios adequados, pois eles podem minimizar os erros e maximizar as potencialidades e oportunidades do negócio. A metodologia de estudo utilizada foi à proposição de planos com tipologia qualitativa e quantitativa, trabalhada no plano de negócios e o objetivo do trabalho foi elaborar um plano de negócios para viabilizar a fabricação terceirizada de calçados através dos seguintes objetivos específicos: pesquisar o setor calçadista na região de atuação do empreendimento por um roteiro de entrevistas e dados secundários; elaborar um plano de negócios com perspectivas de terceirização da produção para TRIDAPALLI & CASTELLUCCI CALÇADOS LTDA. e discutir as principais etapas deste plano. Assim, ambos foram plenamente atendidos, pois as entrevistas foram realizadas, o plano de negócios foi elaborado com o auxilio do software disponibilizado pelo SEBRAE/MG e suas principais etapas foram discutidas no tópico 3.2 da pesquisa, o qual também responde o problema estudado. Os indicadores de viabilidade demonstraram que o empreendimento ao realizar o planejado no seu plano de negócios é rentável com prazo de retorno dos investimentos em 2 (dois) anos e 1 (um) mês e atinge o ponto de equilíbrio em torno de R$79.340,00. PALAVRAS-CHAVE: calçados, empreendedorismo, terceirização, plano de negócios.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Ciclo PDCA.......................................................................... 18

Figura 2 - Características de um empreendedor................................. 23

Figura 3 - Partes do calçado................................................................ 29

Figura 4 - Exemplos de calçados de luxo da antiguidade................... 32

Figura 5 - Calçados de luxo do séulo XX............................................. 34

Figura 6 - Exemplo de calçado casual................................................. 35

Quadro 1 - Aspectos positivos da terceirização.................................... 36

Quadro 2 - Aspectos negativos da terceirização................................... 37

Figura 7 - Sapato com forro malha de bambu..................................... 53

Figura 8 - Solado feito de TR com salto em acrílico................................. 54

Figura 9 - Couraça e Contraforte 100% recicláveis da Bonflex........... 54

Quadro 3 - Missão, visão e valores da Univali...................................... 57

Quadro 4 - Sumário executivo (parte)................................................... 59

Figura 10 - Painel semântico................................................................. 61

Figura 11 - Calçado Ana Paula.............................................................. 62

Figura 12 - Sandália Arezzo.................................................................. 63

Figura 13 Sandália Carmen Steffens................................................... 63

Figura 14 - Sandália Luiza Barcelos...................................................... 64

Figura 15 - Calçado de couro de tilápia da Osklen................................ 64

Quadro 5 - Alguns materiais a serem adquiridos (exemplos)................ 65

Quadro 6 - Cadastro do fornecedor (parte)........................................... 65

Quadro 7 - Produtos.............................................................................. 66

Figura 16 - Cartão de visitas.................................................................. 67

Figura 17 - Display.......................................................................................... 67

Figura 18 - Embalagens (sacola, caixa e saco interno)......................... 68

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Figura 19 - Tag’s (informativo e certificação)......................................... 68

Figura 20 - Sitio e Outdoor da marca Lenir Tridapalli............................ 69

Quadro 8 - Localização do negócio....................................................... 70

Quadro 9 - Necessidade de pessoal..................................................... 71

Figura 21 - Arranjo físico do empreedimento......................................... 71

Quadro 10 - Imobilizado a adquirir (parte)............................................... 72

Quadro 11 - Capacidade produtiva (exemplo estação primavera/verão) 73

Quadro 12 - : Representação da linha 1 – rasteirinhas........................... 73

Quadro 13 - Seqüência operacional de fabricação................................. 74

Quadro 14 - Formação do Preço de Venda (exemplo Linha 1)............... 74 Quadro 15 - Estimativa do faturamento mensal...................................... 75 Quadro 16 - Investimentos pré-operacionais........................................... 75 Quadro 17 - Estimativa do estoque inicial e do capital de giro................ 76

Quadro 18 - Resumo dos investimentos estimados................................ 77

Quadro 19 - Estimativas dos custos com depreciação............................ 77 Quadro 20 - Estimativas das despesas com a comercialização............. 77 Quadro 21 - Ficha de materiais (exemplo Linha 1 - modelo A)............... 78 Quadro 22 - Ficha de materiais (exemplo Linha 2 - modelo B)............... 79 Quadro 23 - Ficha de materiais (exemplo Linha 3 - modelo C)............... 80 Quadro 24 - Ficha de materiais (exemplo Linha 4 - modelo D)............... 81 Quadro 25 - Despesas operacionais....................................................... 82 Quadro 26 - Estimativa dos custos de mão de obra................................ 82 Quadro 27 - Estimativa dos custos das mercadorias vendidas............... 83 Quadro 28 - Estimativa dos custos das mercadorias vendidas............... 83 Quadro 29 - Indicadores de viabilidade................................................... 84

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Fases de produção repassadas aos ateliês em São João Batista (SC).........................................................................

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 12

1.1 Problema de pesquisa e justificativa .......... ............................................ 12

1.2 Objetivos: geral e específicos..................... ............................................. 14

1.3 Aspectos metodológicos......................... ................................................. 14

1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio........................................................ 15

1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa.......................................................... 15

1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados..................................... 16

1.3.4 Tratamento e análise dos dados.................................................................. 16

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................. ......................................... 17

2.1 Contexto da Administração.......................... ............................................ 17

2.1.1 Recursos humanos (gestão de pessoas).................................................... 19

2.1.2 Administração da produção......................................................................... 20

2.1.3 Administração financeira............................................................................. 21

2.1.4 Administração de marketing........................................................................ 21

2.2 Empreendedorismo e o empreendedor.................. ................................. 21

2.3 Plano de negócios.................................. ................................................... 24

2.4 O setor calçadista brasileiro...................... ............................................... 27

2.4.1 Os calçados e seu contexto......................................................................... 28

2.4.2 Os calçados de luxo na história................................................................... 29

2.5 A terceirização e a produção de calçados....... ....................................... 35

2.6 O mercado do luxo e o comportamento do consumidor.. ..................... 41

2.7 A sustentabilidade e as organizações............... ...................................... 49

2.7.1 Matérias-primas ecológicas utilizadas nos calçados................................... 51

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3 PLANO DE NEGÓCIOS PARA TRIDAPALLI & CASTELLUCCI CALÇADOS LTDA...................................... ................................................

52

3.1 A Univali e seu movimento de empreendedorismo...... .......................... 52

3.2 Considerações acerca do Plano de Negócios elaborado ...................... 59

3.2.1 Sumário executivo....................................................................................... 59

3.2.2 Análise de mercado..................................................................................... 60

3.2.3 Plano de marketing...................................................................................... 66

3.2.4 Plano operacional........................................................................................ 70

3.2.5 Plano financeiro........................................................................................... 74

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................. ......................................... 84

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................... .................................... 85

6 APÊNDICES................................................................................................ 93

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1 INTRODUÇÃO

O Brasil é hoje o terceiro maior produtor de calçados do mundo, contando

com 8 (oito) mil indústrias que geram anualmente milhares de postos de trabalho.

(MACEDO, 2008 pg. 53)

Portanto, a concorrência nacional neste setor é acirrada e cabe aos

empreendedores diferenciar seus produtos, o que exige investimentos mais

elevados em desenvolvimento de produto e design além da elaboração de um plano

de negócios para que se obtenha conhecimentos que serão decisivos em todas as

etapas do novo empreendimento, pois o SEBRAE-SP (2003) constatou que 31% das

empresas fracassam no primeiro ano de operação, e 60% não conseguem chegar a

5 anos de vida por apresentarem sinais de deficiência principalmente em duas

questões fundamentais: planejamento prévio ou estruturação do negócio e gestão.

Assim, um plano de negócios pode-se minimizar os erros e otimizar as

potencialidades e oportunidades, avaliando-se o mercado, a concorrência, os

clientes potenciais, o capital disponível para ser investido, entre outros.

O Movimento de Empreendedorismo da Univali - MEU, unidade-caso aonde

foi realizado o plano de negócios, tem suas atividades orientadas por forças-tarefas,

atuando decisivamente na expansão da idéia empreendedora dentro da

Universidade do Vale do Itajaí. O grupo vem desenvolvendo atividades, oficinas,

palestras, garantindo as iniciativas de incubadoras e pré-incubadoras nos campi. A

formação do movimento foi o fruto de reflexões e experiências de um grupo de

professores, inicialmente focados no desenvolvimento de uma Pré-Incubadora na

Universidade, apoiado pela Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e

Cultura - PROPPEC e pela Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica

do Estado de Santa Catarina – FAPESC, a qual possui dois processos básicos de

sustentação operacional e um de articulação, a saber: Gestão da Pré-Incubadora,

Formação Empreendedora e Relacionamento, articulados e integrados pelo Comitê

Executivo para facilitar o desenvolvimento dos empreendimentos e proporcionar a

eles, entre outros recursos, vantagens competitivas.

A busca por vantagens competitivas tem proporcionado o surgimento de

novos negócios visando a redução de custos para que a empresa possa oferecer

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produtos mais competitivos. Neste sentido, as organizações fazem uso da

terceirização para a fabricação de seus produtos, reduzindo seus custos e riscos e

aumentando as receitas. Também, nas organizações de calçados, a terceirização

está fortemente presente no processo produtivo.

Assim, o objetivo deste trabalho é fazer o plano de negócios da TRIDAPALLI

& CASTELLUCCI CALÇADOS LTDA. para proporcionar o planejamento inicial das

principais etapas de sua implantação, a qual terceirizará a fabricação dos seus

produtos.

1.1 Problema de Pesquisa e Justificativas

Uma forma de se evitar o investimento de capital por parte das organizações

na fabricação dos seus produtos é terceirização, que é uma forma de reduzir custos

operacionais e aumentar a produtividade mediante a troca de operações entre a

empresa e seus parceiros.

Para Marconi (2002), problema de pesquisa é a dificuldade teórica ou

prática, no conhecimento de alguma coisa de real importância, para qual se deve

encontrar uma solução e a caracterização do problema define e identifica o assunto

em estudo, quando bem delimitado, simplifica e facilita a maneira de conduzir a

investigação.

Assim, antes da abertura de um novo negócio que fará uso da terceirização,

é importante realizar pesquisas e ter um plano bem definido e ao considerar a

importância de um plano de negócios, tem-se como problema de pesquisa para o

presente trabalho de estágio:

Quais fatores devem ser considerados em um plano de negócios para

viabilizar a implantação de uma empresa de calçados femininos

com produção terceirizada?

Para a Univali, ou seja, para seu Movimento de Empreendedorismo, a

pesquisa é importante, pois ainda não foi realizado nenhum trabalho acadêmico que

trate de um plano de negócios para a produção terceirizada de calçados. Para a

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Estagiária, possibilitou maiores conhecimentos sobre planos de negócios e

empreendedorismo, sendo este mais um estudo feito sobre administração geral que

pode ser utilizado para pesquisas de outros acadêmicos e por toda a sociedade.

Considera-se viável este trabalho de estágio porque as informações

necessárias para sua realização são de fácil acesso, onde algumas estão

disponíveis nas instalações da Pré-Incubadora e a pesquisa é de baixo custo.

1.2 Objetivos: geral e específicos

Objetiva-se com este trabalho elaborar um plano de negócios para viabilizar

a fabricação terceirizada de calçados através dos seguintes objetivos específicos:

• Pesquisar o setor calçadista na região de atuação do empreendimento

por um roteiro de entrevistas e dados secundários.

• Elaborar um plano de negócios com perspectivas de terceirização da

produção para TRIDAPALLI & CASTELLUCCI CALÇADOS LTDA.

• Discutir as principais etapas do plano.

Para esclarecer, de acordo com Roesch (2007 p. 96), um objetivo é a

finalidade para o qual os esforços são canalizados na concretização de um

determinado propósito, ou seja, “objetivo geral define o propósito do trabalho. Numa

pesquisa, não é suficiente definir apenas objetivos gerais, visto que estes são

amplos e dificilmente podem ser avaliados” por isso são necessários os objetivos

específicos, o caminho para que o objetivo geral seja alcançado.

1.3 Aspectos metodológicos

A pesquisa é um procedimento racional e metódico que objetiva

proporcionar respostas aos problemas que são propostos. É feita quando não se

dispõe de informações suficientes para responder o problema ou quando estas se

encontram desordenadas. Desenvolve-se ao longo de um processo que envolve

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várias fases, desde a formulação do problema até a apresentação dos resultados.

(GIL, 1996).

Assim, compreende-se que a metodologia de pesquisa objetiva ordenar as

informações de modo seqüencial para, conforme Barreto e Honorato (1998), atingir

os objetivos inicialmente propostos e, ao mesmo tempo, atender aos critérios de

menor custo, maior rapidez, maior eficácia e mais confiabilidade de informação.

1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio

Neste trabalho de estágio, a caracterização da pesquisa é feita através da

tipologia do projeto de estágio e do delineamento do método.

A tipologia é uma proposição de planos, para, através de um estudo de

caso, apresentar soluções à problemas já diagnosticados. Para Gil (1996) o estudo

de caso é um estudo profundo de poucos objetos para que se tenha um

conhecimento detalhado dos mesmos.

O delineamento do método é feito através de pesquisa quantitativa e

qualitativa. Conforme Rocha (2006), a pesquisa quantitativa é um método de

pesquisa social que utiliza técnicas estatísticas e para Richardson e Peres (1999), a

pesquisa qualitativa é utilizada quando se quer conhecer a realidade ou o fenômeno

mais detalhadamente, que neste caso é o plano de negócios.

1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa

Os participantes do trabalho de estágio são a população da pesquisa.

Conforme Richardson e Peres (1999) população significa um “conjunto de elementos

que possuem determinadas características”. Constituem a população do trabalho:

proprietários de indústrias que fabricam calçados, ateliês de modelagem e

fornecedores de matéria-prima e artefatos para calçados.

A amostra deste trabalho é intencional, que de acordo com Gil (2005) é uma

amostra cujos indivíduos são escolhidos a partir de certas características tidas como

importantes para o pesquisador e é a mais adequada para pesquisas qualitativas.

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Os proprietários de indústrias foram escolhidos conforme o estilo de calçados que

produzem que, neste caso, são calçados femininos casuais chiques e/ou sociais.

Os fornecedores de matéria-prima e artefatos para calçados foram os que

trabalham com materiais para calçados sociais e casuais. Para os proprietários de

ateliês de modelagem, não houve restrição de escolha.

1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados

Os dados utilizados para o desenvolvimento do plano de negócios provêem

de fontes primárias e secundárias. Dados primários são obtidos através de fontes

originais e com um objetivo ou finalidade concretos e os secundários são aqueles

disponíveis para qualquer pessoa que os solicite, sendo encontrados, por exemplo,

em publicações oficiais, bibliotecas e jornais. (BALANZÁ e NADEL, 2003).

Em um estudo de caso, Gil (2005) diz que os procedimentos mais comuns

de coletas de dados são a observação, a análise de documentos, a entrevista e a

história de vida, onde geralmente são utilizados mais de um procedimento.

Neste trabalho de estágio utiliza-se a técnica de observação participante

que, para Moreira (2002, p.52), “é uma estratégia de campo que combina ao mesmo

tempo a participação ativa com os sujeitos, a observação intensiva em ambientes

naturais, entrevistas abertas informais e análise documental”.

1.3.4 Tratamento e análise dos dados

O tratamento e análise dos dados foram feitos através de análises de

conteúdos, tabelas e quadros gerados pelo Software COMO ELABORAR UM

PLANO DE NEGÓCIOS desenvolvido e distribuído pelo SEBRAE - MG.

Segundo Bardim (1994) apud Vieira e Zouain (2005) a análise de conteúdo é

um conjunto de técnicas de análise das comunicações, que visa através da

descrição de conteúdos das mensagens, tabelas e quadros, obter indicadores

quantitativos ou não, que permitam a conclusão de conhecimentos relativos às

condições de produção/recepção das pesquisas.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo apresenta-se a revisão bibliográfica necessária para que o

objetivo proposto seja alcançado. Os assuntos tratados a seguir, entre outros, são:

administração, empreendedorismo, plano de negócios, setor calçadista,

terceirização, mercado de luxo e o comportamento do consumidor.

2.1 Contexto da Administração

A administração como função, disciplina escolar e área de estudo, surgiu

neste século, onde as principais tarefas sociais passaram a ser desempenhadas por

entidades organizadas que por sua vez, confiaram a administradores o exercício da

administração. (DRUCKER, 2002)

Conforme Masiero (1996), administração é [...] um conjunto de princípios,

normas e funções que tem a finalidade de ordenar a produção e controlar a

produtividade e eficiência por meio da gestão organizacional para se obter os

resultados determinados.

Administrar “é interpretar os objetivos propostos pela empresa e transformá-

los em ação empresarial por meio de planejamento, organização, direção e controle

de todos os esforços realizados em todas as áreas e níveis da empresa a fim de

atingir tais objetivos”. (Chiavenato, 1994, p.03)

Para Oliveira, Prado e Silva, (2005) certos objetivos só podem ser alcançados

através de ações coordenadas de grupos ou pessoas razão de ser das organizações

de sucesso.

Um administrador, segundo os mesmos autores, planeja, organiza, recruta,

coordena, motiva, lidera e controla, sendo que o planejamento é a atividade mais

importante, pois só através do estabelecimento de metas é que o administrador

poderá avaliar o desempenho do grupo. Assim, as funções administrativas são

planejamento, organização, direção (liderança) e controle, chamadas por alguns

autores de planejamento (plan), execução (do), verificação (check), e correção

(action).

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A Figura 01, a seguir, apresenta o Ciclo do PDCA:

Figura 01: Ciclo PDCA Fonte: Dos Santos, 2008 (anotações de aula)

De acordo com Kwasnicka (1995), planejar é analisar informações

importantes do presente e do passado e avaliar prováveis ações futuras para

tomada de decisões, buscando atingir os objetivos pré-determinados da

organização. Conforme Faria (2002) há quatro principais razões para que seja feito

um planejamento: contrabalançar incertezas e modificações, concentrar a atenção

nos objetivos, assegurar um funcionamento econômico e facilitar o controle.

A organização, segundo Chiavenato (1999) é uma função administrativa que

se distribui pelo nível institucional, que estabelece o desenho organizacional; nível

intermediário, que estabelece o desenho de cada departamento; e o nível

operacional, que estabelece o desenho de cargos e tarefas.

P = Planejar, padronizar, modelar o projeto. D = Fazer, treinar, implantar as mudanças.

C = Estudar, medir e avaliar o projeto. A = Agir, analisar, propor melhorias.

PP

DD CC

AA CCiicclloo ddee GGeessttããoo

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Para o autor, organização significa arranjar e dispor os recursos

organizacionais para alcançar objetivos estratégicos e, organizar, é estabelecer a

utilização desses recursos.

A divisão das tarefas para que os objetivos planejados e organizados sejam

atingidos, precisam ser coordenadas de forma que as pessoas as executem sem

que haja dispersão de recursos e energias, conforme Kawasnicka (1995). Portanto é

preciso liderar, dirigir.

A liderança conforme Bouditch (1989) apud Soto (2002, p.211) é “o esforço

que se efetua para influir no comportamento dos outros e para ordenar que se

atinjam os objetivos organizacionais, individuais ou pessoais”. A orientação dada às

pessoas através da comunicação adequada, da habilidade de liderança e motivação

faz com que o planejamento e a organização possam ser eficazes, pois na direção,

interpretam-se os planos para que as instruções de como executá-las, sejam a elas

transmitidas. (CHIAVENATO, 1994)

De acordo com Chiavenato (1994) a avaliação e mensuração dos resultados

da ação empresarial através do planejamento, organização e direção são feitos

através do controle, que, conforme Kawasnicka (1995) permite descobrir possíveis

falhas a tempo de tomar medidas corretivas.

Através do controle, os administradores ficam sabendo se as atividades

efetivadas estão de acordo com o planejamento feito. (OLIVEIRA, PRADO e SILVA,

2005). As funções descritas acima devem estar presentes em todas as áreas da

administração de empresas. A seguir são apresentadas, de forma resumida,

algumas das principais áreas da administração.

2.1.1 Recursos humanos (gestão de pessoas)

Os trabalhadores são a base das empresas e estas devem conciliar seus

interesses e necessidades com os dos seus funcionários, para que seu crescimento

reflita positivamente na sociedade.

A administração de pessoal ou de recursos humanos deve, segundo Masiero

(1996, p.50), “recrutar, selecionar, desenvolver, utilizar, avaliar e manter uma força

de trabalho motivada para uma atividade produtiva.”

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Conforme SENAC (2003), muitas pessoas confundem administração de

pessoal com a administração de recursos humanos. Administração de pessoal cuida

das ações relacionadas às leis, direitos e deveres do empregado. A administração

de recursos humanos caracteriza-se pelo processo de recrutamento, seleção,

treinamento e desenvolvimento e sua meta é manter a motivação das pessoas

dentro e fora da empresa.

2.1.2 Administração da produção

As organizações para sobreviverem devem buscar a satisfação do

consumidor em suas necessidades para produzirem algo que as pessoas estejam

dispostas a pagar. (KWASNICKA, 1995).

Para a autora, a produção transforma a matéria-prima em algo necessário ao

consumidor, sendo portando um processo de transformação de algo tangível ou de

serviços.

A área da administração de produção envolve três atividades básicas,

conforme Kwasnicka, (1995):

• Especificar e acumular elementos de entrada: refere-se aos recursos

necessários para que a produção seja contínua. Nesta etapa decide-se onde

produzir e garantir equipamentos, matéria-prima, etc.

• Instalação do processo de transformação: refere-se às decisões sobre o tipo

de processo, equipamentos e máquinas a serem utilizadas.

• Coordenação e operação do processo produtivo: nesta etapa, busca-se

produção eficiente, incluindo rotina de material, programação de tarefas,

programação e planejamento de produção, etc.

Segundo Moreira (1996) a administração de produção é o estudo de técnicas

e conceitos que são aplicáveis à tomada de decisões nas funções de produção, no

caso de empresas industriais, e operações, para empresas de serviços.

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2.1.3 Administração financeira

Hoje o processo decisório e as ações que afetam o negócio são os principais

enfoques da administração financeira. Assim, a administração financeira busca a

através de suas decisões, a valorização da empresa. (KWASNICKA, 1995)

De acordo com Oliveira, Prado e Silva (2005), na área financeira há dois tipos

de controles para serem executados: o controle orçamentário e o não orçamentário.

O controle orçamentário é um planejamento do uso dos recursos financeiros para

esperar o retorno após um período de gestão da empresa, o qual no entender da

Estagiária é o plano de negócios. O controle não-orçamentário diz respeito ao

balanço da empresa e à sua interpretação.

2.1.4 Administração de marketing

Marketing é “o desempenho das atividades empresariais que dirigem o fluxo

de mercadorias e serviços do produtor para o consumidor final”, conforme

Kwasnicka (1995).

A administração de marketing é o processo de análise, planejamento e

controle de atividades relacionadas à organização, objetivando atingir metas como a

satisfação das necessidades e dos desejos dos consumidores.

Há ainda, segundo Oliveira, Prado e Silva (2005), outros controles da função

de marketing, como: controle da linha de produto, para verificar em qual estágio da

curva de vida o produto se encontra; controle do esforço de venda por produto e por

cliente; controle sobre esforço de propaganda para a tomada de decisão de como

vai esta vai chegar até o cliente e para onde deve ir a maior parte do orçamento.

2.2 Empreendedorismo e o empreendedor

A administração e o empreendedorismo são características comuns da

sociedade humana e tem uma grande importância no contexto histórico e social.

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Segundo Dornelas (2001, p.19) “o empreendedorismo é uma revolução

silenciosa, que será para o século XXI mais do que a revolução industrial foi para o

século XX” e para Nunes Neto (2005), empreendedorismo diz respeito aos estudos

relativos ao empreendedor, aquele que realiza visões, inova, aproveita

oportunidades, assume riscos gerando empregos e riquezas.

Chiavenato (2004) define um empreendedor como aquele que inicia e/ou

opera um negócio, realizando assim uma idéia ou projeto pessoal, assumindo riscos

e responsabilidades, procurando sempre inovar. Para o autor, essa definição

envolve também os membros da segunda ou terceira geração de empresas

familiares e gerentes e proprietários que adquiriram empresas que já existiam.

Um empreendedor, para ser bem sucedido deve saber administrar seu

negócio para mantê-lo e sustentá-lo em um ciclo de vida prolongado e obter retornos

significativos de seus investimentos. Deve conhecer seus clientes e suas

necessidades, definir a missão e a visão do futuro, formular objetivos e estratégias

para alcançá-los, criar e consolidar sua equipe de trabalho, lidar com assuntos de

produção, marketing e finanças, inovar e competir em um contexto cheio de

oportunidades e ameaças. (CHIAVENATO, 2004)

Empreendedores de sucesso reconhecem que fatores externos, como a

economia, a concorrência de preços e qualidade são ameaças ou oportunidades,

dependendo da competência estabelecida em a organização. (CHÉR, 2004)

Para Mauro (2007) empreendedores superaram obstáculos, buscam soluções

sem terem todas as informações, testam idéias e pensam como vencedores. Porém,

isso não quer dizer que um empreendedor não tenha medo de errar, mas para um

verdadeiro empreendedor a vontade de vencer é maior que o medo de perder.

Segundo Tachizawa e Faria (2002) empreendedores de sucesso são pessoas

que desenvolvem sua capacidade de superar limites fazendo com que aconteça o

desenvolvimento mundial. O empreendedor deve ter visão de futuro, por isso Cobra

(2004, p.13) afirma que:

Um empreendedor sem visão não passa de um realizador costumaz. A grande diferença entre o realizador e o empreendedor reside na visão que cada um deles tem de futuro. Um realizador tem metas a curto prazo. Um empreendedor, por sua vez, tem a visão de curto, médio e longo prazo ...].

De acordo com Chiavenato (2004), a necessidade de realização, disposições

para assumir riscos e autoconfiança caracterizam o ímpeto empreendedor.

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A seguir demonstra-se a Figura 02, na qual as características descritas pelo

autor são essenciais a qualquer futuro empreendedor.

Figura 02: Características de um empreendedor Fonte: Chiavenato (2004)

Muitas pessoas hoje têm vontade de montar o seu próprio negócio, seja pela

necessidade ou por ver uma nova oportunidade que acredite que dê certo, no

entanto a concorrência é grande, o mercado é difícil, e para progredir no negócio, é

preciso se destacar, ser um bom empreendedor e administrador.

A Administração e o empreendedorismo se complementam e tanto os

administradores quanto os empreendedores são “tomadores” de decisões. Um

administrador formado sem características de um empreendedor, provavelmente não

será um profissional de sucesso, da mesma forma, um empreendedor que monta o

próprio negocio e que não usa dos conceitos básicos de administração,

provavelmente não obterá sucesso em seu empreendimento. O ideal é unir as

características de um bom profissional da Administração juntamente com as de um

bom empreendedor, formando assim uma mistura que formará um profissional de

sucesso. (ADMINISTRADORES, 2006).

Ao identificar uma oportunidade de negócios para empreender e obter

sucesso no mercado é necessário conhecer as oportunidades e ameaças, os pontos

fortes e fracos, enfim, as características de novo empreendimento que pode ser

conseguido através de um plano de negócios para, a partir de dados concretos,

saber se há possibilidades de sucesso no futuro empreendimento.

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2.3 Plano de negócios

Um projeto ou empreendimento pessoal ou corporativo pode ser estruturado e

administrado de diversas maneiras. Para buscar capital ou recursos com

investidores, parcerias, lançar estratégias e verificar a viabilidade de um

empreendimento, um plano de negócios passa a ser fundamental.

Chiavenato (2004) define o plano de negócios como sendo “um conjunto de

dados e informações sobre o futuro empreendimento, que define suas principais

características e condições para proporcionar uma análise da viabilidade e dos seus

riscos, bem como para facilitar sua implantação”.

O plano de negócio é o instrumento ideal para traçar um retrato fiel do

mercado, do produto e das atitudes do empreendedor. Nele são descritos os

objetivos do negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos

sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. (SEBRAE, 2007)

Um plano de negócios traz muitos benefícios para o empreendimento, pois

através desta ferramenta de gestão, consegue-se planejar e decidir o futuro da

empresa, baseando-se no passado, na situação atual da empresa em relação ao

mercado, clientes e concorrentes. (DORNELAS, 2001)

Segundo Chér (2004), a principal função de um plano de negócios é

descrever em detalhes a missão, o objetivo essencial do empreendimento com seus

produtos e serviços, mercado, estratégias, metas, estrutura organizacional e

planejamento financeiro.

Para Dornelas (2008), com o plano de negócios é possível identificar riscos e

propor planos para minimizá-los ou até evitá-los; identificar os pontos fortes e fracos

do empreendimento em relação a concorrência e o ambiente de negócio em que a

empresa atua ou irá atuar; conhecer o mercado e definir estratégias de marketing

para os produtos e serviços; analisar o desempenho financeiro do negócio; avaliar

investimentos e retorno sobre o capital investido.

Bangs Júnior e Krausz (2002) dizem que um plano de negócios detalhado

fornece informações para a avaliação do empreendimento por outras pessoas,

principalmente se for necessário fazer um financiamento externo, pois pode tornar-

se uma proposta completa de financiamento que atenderá as exigências da maioria

dos financiadores. Além disso, Martins (2006) afirma que o plano de negócios pode

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ser apresentado para encontrar sócios potenciais, realizar parcerias, fechar

contratos com clientes e fornecedores além de conquistar talentos para trabalhar na

empresa

Não existe uma estrutura rígida e específica para se escrever um plano de

negócios, porém necessita-se de um mínimo de seções organizadas através de uma

seqüência lógica para proporcionar um entendimento de como a empresa é ou será

organizada, seus objetivos, seus produtos e serviços, seu mercado, sua estratégia

de marketing e sua situação financeira. (DORNELAS, 2008)

Existem no mercado alguns softwares para a elaboração de planos de

negócios, como: MAKEMONEY, EMPREENDA!, PLANMAGIC BUSINESS e COMO

ELABORAR UM PLANO DE NEGÓCIOS do Sebrae -MG

O MakeMoney é um programa que traz exemplos de planos de negócios e

tem um teste para checar a viabilidade do empreendimento. Conforme o usuário vai

montando o plano, o MakeMoney apresenta na tela as orientações de

preenchimento. Todos os cálculos são feitos automaticamente. (INFO.ABRIL, 2008)

No software Empreenda! há módulos diferentes para comércio, indústria e

serviços. De fácil utilização, o programa permite que o usuário personalize seu

projeto, por meio de um editor de textos, além da criação de novos tópicos.

Previsões otimistas e pessimistas influenciam nos gráficos de projeção.

Conforme o Info.abril (2008) “o PlanMagic traz ferramentas para fazer um

business plan bem completo. As planilhas de cálculo já vêm pré-formatadas. Basta

inserir os dados, e o software faz as projeções.”

Empresários e interessados em montar um negócio contam também com o

software gerencial do Sebrae - MG “Como Elaborar um Plano de Negócio”., que tem

o objetivo de contribuir para o aprimoramento da gestão dos pequenos negócios.

(SEBRAEMG, 2008)

A seguir têm-se a estrutura de plano de negócios conforme o Software do

Sebrae – MG , o qual foi utilizado neste trabalho:

Sumário executivo : Nesta etapa deverão constar os pontos mais importantes,

como: resumo dos principais pontos do plano de negócio; dados dos

empreendedores, experiência profissional e atribuições; dados do empreendimento;

missão da empresa; setores de atividades; forma jurídica; enquadramento tributário;

capital social e fonte de recursos.

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Análise de mercado : É uma das etapas mais importantes da elaboração do plano

que deverá ser mostrado o mercado consumidor do produto/serviço (através de

pesquisas de mercado) da empresa, como está segmentado, as características do

consumidor, análise da concorrência, a sua participação de mercado e a dos

principais concorrentes, os riscos do negócio etc.

Plano de marketing : Nesta etapa devem ser apresentadas como será a venda do

produto/serviço. Deve abordar os métodos de comercialização, diferenciais do

produto/serviço para o cliente, política de preços, projeção de vendas, canais de

distribuição e estratégias de promoção/comunicação e publicidade.

Plano operacional : Nesta etapa apresenta-se o layout ou arranjo físico; capacidade

produtiva/comercial/serviços; processos operacionais e necessidade de pessoal.

Plano Financeiro : A seção de finanças deve apresentar em números todas as

ações planejadas da empresa e as comprovações, através de projeções futuras

(quanto precisa de capital, quando e com que propósito), de sucesso do negócio.

Deve conter itens como: estimativa dos investimentos fixos; capital de giro;

investimentos pré-operacionais; investimento total (resumo); estimativa do

faturamento mensal da empresa; estimativa do custo unitário de matéria-prima,

materiais diretos e terceirizações; estimativa dos custos de comercialização;

apuração dos custos dos materiais diretos e/ou mercadorias vendidas; estimativa

dos custos com mão-de-obra; estimativa do custo com depreciação; estimativa dos

custos fixos operacionais mensais; demonstrativo de resultados; indicadores de

viabilidade; ponto de equilíbrio; lucratividade; rentabilidade e prazo de retorno do

investimento.

Construção de cenários : Nesta etapa devem ser simulados valores e situações

diversas para a empresa, como cenários onde o negócio obtenha resultados

pessimistas (queda nas vendas e/ou aumento dos custos) ou otimistas (crescimento

do faturamento e diminuição das despesas). A partir deve-se pensar em ações para

evitar e prevenir-se frente às adversidades ou então para potencializar situações

favoráveis.

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Avaliação estratégica : Através da análise da matriz F.O.F.A (Forças,

Oportunidades, Fraquezas e Ameaças) detecta-se pontos fortes e fracos com a

finalidade de tornar a empresa mais eficiente e competitiva, corrigindo assim suas

deficiências.

Avaliação do plano de negócios : Devem-se avaliar cada uma das informações

para saber se vale a pena abrir, manter ou ampliar o meu negócio.

O plano de negócios deve conter as informações necessárias para quem o ler ter

uma idéia completa sobre o empreendimento e requer revisões contínuas para

mantê-lo atualizado e dinâmico. (CHIAVENATO, 2004)

2.4 O setor calçadista brasileiro

Para Navarro (2004), a indústria brasileira de calçados é um setor importante

da economia do país por seu volume de produção e pela sua capacidade de

geração de empregos e é caracterizada pela forte concentração da produção em

algumas regiões geograficamente definidas. A concentração regional de pequenos e

médios produtores calçadistas é capaz de gerar, por meio da divisão do trabalho

entre si, vantagens positivas para o seu sucesso.

Convivendo com cenário adverso imposto pela política econômica de taxa de

câmbio valorizada, as empresas calçadistas brasileira adotaram ações de adaptação

e reação, seja buscando menores custos de produção, investimento em design e em

tecnologia. (CAMPOS E CALANDRO, 2008)

Segundo Gotardello Filho (2007), os preços dos calçados importados da

China alteraram o cenário do setor calçadista no Brasil. Há um ano, 67% dos

calçados importados da China tinham valor abaixo de US$ 1,00 o que agravou ainda

mais a situação do setor no Brasil. O autor ainda diz que as exportações do setor,

até recentemente eram focadas em quantidade, competindo diretamente com os

produtos chineses, mas agora o foco passou a ser o valor agregado.

Conforme Campos e Calandro (2008), uma saída para enfrentar essas

adversidades é o deslocamento de plantas para regiões com menores custos (mão-

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de-obra e matéria-prima baixos e incentivos fiscais), praticados desde a década de

1990. Outra opção, mais difícil, é o reposicionamento do produto, saindo do

segmento de calçados padronizados e de preços baixos (commodity) para a

produção especializada em calçados de maior valor agregado, vendidos em nichos

de mercado, e em volumes menores. As autoras afirmam que esses esforços

envolvem a contratação de estilistas, o investimento em modelagem e estudos de

tendências, a abertura de lojas, de modo a tornar a marca conhecida.

O futuro da inserção internacional da indústria calçadista brasileira está em

grande parte vinculado à capacidade de diferenciação dos produtos, o que exige

investimentos mais elevados em desenvolvimento de produto e design. (SPDESIGN,

1997). Uma pesquisa realizada pelo Sebrae (2005) sobre o setor calçadista, mostra

que, principalmente nas micro e pequenas empresas, há uma menor valoração da

etapa de design. Muitas vezes é feita apenas uma “pesquisa” das principais

tendências de mercado pelo modelista, que as copia para os modelos.

Com dificuldades para atuar no segmento de grandes volumes, percebe-se,

portanto, que os exportadores brasileiros se adaptaram para manter as exportações

ou amenizar a queda, fabricando produtos com tecnologia e design diferenciados,

mas de acordo com Gotardello Filho (2007), as empresas devem balancear suas

vendas, concentrando 70% delas no mercado interno e 30% no externo.

2.4.1 Os calçados e seu contexto

Com a evolução da moda no decorrer dos séculos, um item conseguiu manter

sua primazia, independentemente das diferenças e estilos culturais, o calçado.

Segundo o site Unifran (2007), “calçado é o nome dado a sapatos, botinas,

sandálias, enfim, a tudo que cobre e protege os pés.”

O calçado é constituído por duas partes diferentes: uma superior e outra

inferior. A parte superior é chamada de cabedal e a parte inferior é o solado e cada

uma dessas partes possui uma série de componentes com características e funções

específicas, podendo variar de acordo com o modelo, os processos de fabricação e

moda. (SILVA, 2007). A Figura 03, a seguir, apresenta um calçado com suas partes

identificadas:

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Figura 03: Partes do calçado Fonte: Silva, (2007)

Calçados são muito mais que um simples produto adquirido para dar proteção

aos pés. São causadores de sensações e sentimentos. Muito antes das primeiras

civilizações dominarem o planeta, o homem já utilizava algum artefato para proteger

seus pés, como o couro-cru, a madeira e até mesmo os tecidos. Na seqüência da

pesquisa, apresenta-se um breve resumo da evolução dos calçados de luxo no

decorrer da história da humanidade.

2.4.2 Os calçados de luxo na história

Os calçados, no decorrer da história, sempre tiveram relação direta com o

modo de vida e pela cultura do povo de cada época. Em vários momentos os

calçados tiveram características luxuosas, funcionando como um objeto fortemente

ligado ao poder e diferenciação de classes. As informações apresentadas a seguir

relatam um histórico dos calçados de luxo desde a antiguidade até os dias atuais.

Conforme o Museu do Calçado (2008), as primeiras descobertas concretas da

existência dos calçados foram nas tumbas das pirâmides egípcias, porém a

seqüência da evolução do material utilizado é desconhecida.

No Egito antigo, os escravos não usavam calçados, pois apenas os nobres da

época possuíam sandálias e Tutankamon usava calçado de couro simples com

enfeites de ouro. O uso do ouro era comum nos sapatos de luxo das civilizações

antigas. Um texto gravado em caracteres cuneiformes sobre uma estante de argila

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cita que, o faraó Amenophis III (1530 a.C.) em seu casamento, recebeu de seu

cunhado, o rei dos hititas, sandálias e sapatos de alto preço realçados de ouro e

lápis lazuli em honra à noiva real. (MUSEUDOCALCADO, 2008).

Os calçados de luxo dos medas e persas geralmente eram de cor clara e

possuíam bordados e aplicações em ouro. (KÖHLER, 2001). Segundo Glaeser

(2007), entre os povos da Ásia Menor, os sapatos eram bordados ou enfeitados,

tudo com extremo requinte, sendo usados por homens e mulheres, ainda que as

mulheres fossem vistas descalças com maior freqüência que os homens.

Na Grécia, as cores utilizadas pelas mulheres eram geralmente o branco,

vermelho, amarelo ou verde enquanto os homens usualmente utilizavam a cor

vermelha. As tonalidades negras raramente eram empregadas. O luxo também foi

constante, sendo que ouro, prata, marfim e pedras preciosas constituíram adornos

usuais empregados em profusão (MUSEUDOCALCADO, 2008). Ainda sobre a

Grécia, Laver (2005), relata que as sandálias utilizadas pelas cortesãs às vezes

eram folheadas a ouro e continham pregos em sua sola dispostos de maneira a

formar a palavra siga-me.

Em Roma, alguns patrícios usavam calçados com sola de prata ou ouro

sólido, enquanto plebeus usavam ou sapatos rústicos com solas de madeira. Os

campagus, tipo de sapatos em forma de uma bota que mostrava o pé, eram usados

por generais em guerras e eram adornados com pele, e decorados com pérolas e

pedras preciosas. Uma versão em carmim era usada apenas por imperadores.

(MARKUS, 2008). Quanto ao calçados femininos Glaeser (2007) diz que os que

correspondiam às mulheres mais ricas contavam com enfeites em ouro, pérolas e

outros elementos de similar beleza.

O luxo em Roma atingiu a certo momento grande esplendor, tornando-se

característica da indumentária romana. (BRAGA, 2004). Alguns historiadores

afirmam que o imperador romano César chegou a usar calçado de ouro em suas

aparições públicas, enquanto que Popea, a esposa de Nero, ferrava os seus cavalos

com ferraduras também de ouro. Os romanos também possuíam solas com adornos

especiais, e as pessoas de estrutura menor faziam uso de plataformas que sugeriam

uma altura aparente maior. (MUSEUDOCALCADO, 2008)

Com a expansão do Império Romano, e a mudança do da sede do governo

para o Oriente em 330 d. C., iniciou-se um novo capítulo na história do vestuário

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romano, pois as roupas eram coloridas, com franjas, pingentes e jóias e objetivavam

esconder o corpo. (LAVER, 2005)

Em Bizâncio, o imperador usava, em todas as ocasiões, sapatos de seda

púrpura, bordados com pérolas e um diadema com um luxuoso arranjo também em

pérolas com bordão de ouro. (KÖHLER, 2001)

Braga (2004) diz que na era bizantina havia um excesso de ornamentação

nos calçados. A imperatriz Teodora, “usava sapatos fechados de couro macio,

tingidos de vermelho e enriquecidos com bordados” que eram de materiais ricos e

variados. No ano de 800 d. C., Carlos Magno assume o império romano. Suas

roupas eram suntuosas e inspiradas na corte Bizantina. Usava sapatos em couro

vermelho, cravejados de esmeraldas com bordados em ouro. (LAVER, 2005)

Conforme o Museu do Calcado, (2008), na Idade Média, incentivados por

Richard II (1377-1399) imperador Britânico, sucessor de Edward II, o luxo e a

extravagância dos calçados atingiram o extremo. O calçado assumia formatos cada

vez pais pitorescos e até ridículos. Desde 1360 a meados de 1480 os sapatos

masculinos eram demasiadamente pontudos. Na Inglaterra, no reinado de Henrique

VIII, no século XVI, os sapatos deixaram de serem extremamente pontudos para

serem de bicos mais largos, de saltos baixos, com solas de couro ou cortiça,

cabedais geralmente com recortes e o material utilizado era o couro, veludo, ou

seda, adornados com jóias. No século XVII, por volta de 1610, os homens usavam

botas, mas os sapatos, quando usados, eram enfeitados com rosetas muito grandes

e caras, feitas de fitas, rendas e brilhos. Os saltos tinham tamanho moderado.

(MUNDOREGIONAL, 2008)

No século XVIII, as fitas foram substituídas por fivelas de ouro e prata, com ou

sem pedrarias. (CASAPEPE, 2007). Subentende-se que as fivelas passaram a fazer

parte, em sua maioria, dos calçados masculinos, porque o site Museuvic (2008) diz

que os calçados masculinos tinham um salto baixo e grosso, que fechavam com

fivelas, competindo com os cetins dos laços usados nos sapatos femininos.

Nesta época as botas eram os calçados femininos mais usados. Segundo

Rocha (2008) as botas eram em couro ou cetim, trabalhadas de maneira intensa,

com saltos robustos e fechamentos laterais, nos quais geralmente aparece uma

carreira de pequenos botões ou amarrações com laços. Em Veneza, durante o

Setecento, luxo e riqueza, marcam os materiais empregados na fabricação de

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calçados. Rocha (2008) diz que eram usados brocados, veludos e adamascados

fartamente ornamentados.

Em 1760, havia uma tendência a vestuário mais simples. Na década de 1770

alguns homens eram contra essa tendência. Eles usavam sapatos muito finos com

grandes fivelas de ouro, prata, pechisbeque ou aço, adornadas com pedrarias. Em

meados de 1850, as mulheres queriam parecem mais baixas do que realmente

eram, talvez em deferência à rainha Vitória, de baixa estatura. Os sapatos, portanto,

em sua maioria, eram feitos sem saltos, onde o tipo mais comum eram as sapatilhas,

feitas de seda ou crepe cujas cores combinavam com os tons dos vestidos. Nas ruas

usavam-se botas de tecidos com elásticos nas laterais. (LAVER, 2005). A seguir,

alguns modelos de calçados de luxo da antiguidade, por onde se observa as

características de cada época.

Figura 04: Exemplos de calçados de luxo da antiguidade Fonte: Arquivo pessoal da Estagiária

No século XX grandes novidades aconteceram. Materiais, técnicas e tecidos

são agregados ao desenvolvimento dos calçados. Ainda neste século, conforme

Basto (2008), surgiu um novo personagem, o bottier (ou designer de sapatos),

criando novos estilos e modelos. O crescimento do consumo e a democratização da

moda também foram fatores que contribuíram para o desenvolvimento do setor

calçadista, além da exclusividade de edições especiais e assinaturas de estilistas,

que marcou a ascensão dos sapatos a verdadeiros artigos de luxo.

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Nos séculos passados, percebeu-se uma ênfase para os calçados

masculinos, pois a indumentária masculina era muito rica em detalhes e adornos,

característica que no século XX passou a pertencer à indumentária feminina.

Segundo Mascella (2005), no começo do século XX os sapatos femininos

apareceram abertamente. Nas maisons de alta-costura, em Paris, e nos ateliês

italianos, calçados se casaram com luxo pelas mãos de artesãos refinados como

André Perugia, Salvatore Ferragamo e Roger Vivier, até hoje sinônimos de

excelência em calçados. Entre os anos de 1900 e 1914, usavam-se botinhas

fechadas pontiagudas, onde as mais chiques eram adornadas com fivelas e fitas. As

atrizes usavam sapatos de cores vibrantes e de cetim. Entre 1914 e 1929 usavam-se

sapatos forrados com o mesmo tecido da roupa e para a noite eram cobertos ou

bordados por strass. No começo do século, um sapateiro chamado Pietro Yantorny,

fazia calçados em cetim rebordados com rendas que eram considerados,

verdadeiras jóias! (MOUTINHO e VALENÇA, 2000)

Salvatore Ferragamo, um grande sapateiro da época, desenvolveu na década

de 1930, mais especificamente em 1938, uma sandália toda bordada com pedras

preciosas para a princesa indiana Maharani. (TAVARES e CANELLA, 2005)

Na década de 40 havia muita escassez por causa da guerra. Os materiais

alternativos como tecidos, cortiças, telas, peles de répteis, entre outros, aparecem,

mas em alguns calçados, o requinte é presente e na década de 50, os sapatos

femininos passaram a ter saltos mais altos e finos.

De acordo com Seeling (2000) os calçados eram estreitos, com biqueira

pontiaguda com saltos médios ou altos até chegar aos saltos altíssimos e muito

finos. Para festas, usavam-se sandálias de seda ou brocado salientadas por fivelas

de strass. Ainda de acordo com o autor, Roger Vivier era o sapateiro mais

requisitado e foi uma das estrelas do século XX devido ao seu grande talento para a

fabricação de sapatos de luxo. Fazia sapatos extravagantes conciliados com

pesquisas de ponta sobre aerodinâmica com todas as formas de calçados. A autora

diz também que em 1953, Vivier desenhou para a coroação de rainha Isabel da

Inglaterra, uma sandália de pele dourada, com saltos cravejados de rubis.

Afirma Fernandes (2008) que na década de 1960, Vivier continuava a fazer

sapatos bordados com pedrarias. Sergio Rossi também teve destaque na fabricação

de calçados nos anos de 1960. Utilizava cores vibrantes, englobando texturas

únicas, criadas para pessoas que têm um estilo de vida admirável e inconfundível.

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Na década de 1970, houve uma mistura cultural, onde a moda era bastante

diversificada. Conforme o site Sapatosonline (2008), os calçados eram

extravagantes tanto nos saltos, como nas plataformas, cores e estampas.

Os anos 80 foi uma década de contradições na moda, mas também são

lembrados pelo exagero e a ostentação. A moda atendia a esses desejos, criando

um estilo nada simplório. Para Braga (2007), os anos 80 foram sérios e a

sofisticação ganhou cenário. Nesta década, outros grandes nomes aparecem na

criação de calçados. Manolo Blahnik firmou-se nos anos 80 como autêntico criador

de sapatos variados, de um luxo atrevido e de fabricação perfeita. Patrick Cox

inovou com cores, formas e materiais. (SEELING, 2000)

Nos anos 90 aparece Jimmy Choo que em 1996 produzia sapatos sob

encomenda para a Princesa Diana em seu ateliê em Londres, quando foi descoberto

pela editora de acessórios da revista Vogue. Suas criações, conforme Sambrana

(2008) eram ousadas e levavam pedras, cristais e outros materiais nobres. A seguir

têm-se alguns modelos de calçados de luxo do século XX.

Figura 05: Calçados de luxo do séulo XX Fonte: Arquivo pessoal da Estagiária

Conclui-se pelo exposto, que os calçados da antiguidade até o século XVX

eram em sua maioria, adornados com ouro e pedras preciosas. Em algumas

décadas da metade do século XX, relatou-se a presença de pedras preciosas em

alguns modelos, deixando de ser uma constante, assim como o ouro. Já, no século

XXI os calçados apresentam-se mais simples, sem pedras preciosas, e o luxo se dá,

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principalmente pela qualidade dos materiais, nos materiais exóticos, no acabamento

e no design. Então, o luxo nos calçados não está somente no segmento de festa,

onde muitos apresentam pedrarias, cristais ou penas. Encontra-se também nos

calçados casuais, como o mostrado na Figura 06, cujos detalhes e o bom

acabamento agregam valor ao produto.

Figura 06: Exemplo de calçado casual Fonte: www.moda.terra.com.br, acesso em 23/08/2008

O calçado de luxo, na sua história, apresentou-se de várias maneiras e com

diversos materiais. Inicialmente os primitivos protegiam os pés das condições

climáticas e para caminhar com mais segurança, mas nem sempre o calçado desde

sua origem foi um objeto meramente funcional; o calçado carrega também valor

simbólico, ornamental e opera na distinção social.

A busca incessante por materiais nobres para a confecção de calçados ao

longo da história ocasionou uma degradação quase que irreversível ao meio

ambiente, pois na sua grande maioria, os calçados de luxo são confeccionados de

materiais que não são sustentáveis. Assim, no item 2.7 desta pesquisa, foram

abordados e discutidos conceitos acerca da sustentabilidade e alguns materiais

ecologicamente corretos disponíveis para a fabricação de calçados, razão de ser dos

calçados da TRIDAPALLI & CASTELLUCCI CALÇADOS LTDA.

2.5 A Terceirização e a produção de calçados

A decisão de comprar ou fabricar hoje em dia tem sido uma das maiores

preocupações das empresas, que antes de decidirem terceirizar ou não, devem

analisar os enfoques financeiros e estratégicos porque nem sempre o menor preço é

fator determinante para a escolha. (FRANCISCHINI e GURGEL, 2002)

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Na terceirização , parte dos produtos e serviços utilizados por uma empresa

advém de uma empresa externa através de um relacionamento de cooperação e

interdependência. (GOMES et al, 2004).

Fusco (2005, p. 129), considera que

a terceirização é uma rede burocrática (baseada em acordos formais), assimétrica (estabelecida a partir da unidade produtiva), vertical (compartilha atividades da cadeia de valor), estática (os acordos são de longo prazo), modular (a atividade produtiva concentra-se na atividade-fim, delegando as atividades que não estão diretamente relacionadas à missão da empresa), tangível (obtém um produto final).

As empresas de micro e pequeno porte são as que mais terceirizam porque a

terceirização é também uma tentativa de reduzir custos. Pagar menos (ou nenhum)

imposto, principalmente sobre o custo de pessoal e é vista como uma alternativa

para reduzir o custo de produção. (PROCHNIK, 2005)

A redução de custos não é o único objetivo da terceirização, como afirma

Oliveira, (2004, p. 150):

de um modo geral, o objetivo principal da terceirização não é apenas reduzir custos, com também conferir maior agilidade, flexibilidade e competitividade à empresa. Com a terceirização a empresa objetiva a transformação de seus custos fixos em variáveis, possibilitando o melhor aproveitamento do processo produtivo, a aplicação em tecnologia ou desenvolvimento de novos produtos.

Mauro (2006) diz que uma empresa que faz uso da terceirização passa a ser

mais especializada, tornando-se, portanto, mais competitiva e tem mais tempo para

administrar as atividades realizadas por terceiros. O Quadro 01, a seguir, apresenta

os aspectos positivos da terceirização segundo Lima (2007):

Minimização dos desperdícios;

Aumento da qualidade dos serviços, que passam a ser executados pro-

profissionais especializados;

Focalização da organização em sua atividade-fim;

Otimização dos serviços com redução de custos fixos .

Quadro 01: Aspectos positivos da terceirização Fonte: Lima, 2007

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A terceirização pode causar alguns problemas, afirmam Faria e Tachizawa

(2002), porque as empresas que querem reduzir encargos despedem alguns

funcionários incentivando-os a criar uma empresa apenas para serem recontratados

sem vínculos trabalhistas, porém estes continuam a usar os móveis, equipamentos e

espaço físico da contratante, criando assim condições para futuros processos

trabalhistas. Outro problema que pode ocorrer é o descomprometimento dos

terceirizados com os padrões de qualidade da terceirizante, portanto, se faz

necessário um contrato de terceirização que possibilite a ela participar da seleção e

da definição de programas de treinamento e capacitação para os terceirizados.

Quando se desloca a produção para outra planta, há risco de que

informações importantes relacionadas à tecnologia e design possam ser utilizadas

pela empresa terceirizada para concorrer com a contratante do serviço. (GARRIDO

(2007) apud ARECHAVALETA, (2007)). O Quadro 02 apresenta outros aspectos

negativos da terceirização:

Aumento da dependência de terceiros;

Problema de gestão e relacionamento devido à conviv ência de várias

empresas e à necessidade de supervisão forte;

Dificuldade de aproveitamento de funcionários trein ados em tarefas que passarão a ser executadas por funcionários da e mpresa

contratada;

Mudança na estrutura de poder, que podem trazer ins tabilidade, mas também um efeito positivo de redução de clientalism o.

Quadro 02: Aspectos negativos da terceirização Fonte: Lima, 2007

Para empresas que pretendem terceirizar sua mão-de-obra, é importante que

tomem algumas atitudes de caráter preventivo:

• Confirmar a regularidade fiscal da empresa contratada através de certidões

fornecidas pelos órgãos competentes;

• Pesquisar junto a Justiça do Trabalho se existe Reclamações Trabalhistas

contra mesma;

• Solicitar mensalmente cópias de recibos de salários, férias, 13º salários

dentre outras verbas;

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• Requerer periodicamente cópias autenticadas em cartório das guias do

FGTS, INSS e demais obrigações de cunho trabalhista;

• Observar a legislação trabalhista concernente à forma de terceirização;

• Confirmar junto ao sindicato da categoria terceirizada se os salários são

compatíveis com o estabelecido em convenção e acordo coletivo.

• Manter um contrato entre tomadora de serviço e a empresa terceirizada,

bem como instituir cláusulas que garantam a segurança do negócio.

Frasseto (2006) alerta que, quando não existe nenhum vínculo empregatício

ou contrato formal firmado entre as partes, no caso da fabricação de calçados, o

processo produtivo torna-se vulnerável, pois, se algum ateliê deixar de fornecer seus

serviços sem prévio aviso, toda a produção é afetada, causando prejuízos para a

empresa que não conseguirá cumprir os prazos de entrega.

O processo produtivo na indústria de calçados é caracterizado por sua

descontinuidade, pois o fluxo de produção ocorre entre estágios bastante distintos

entre si. As seis principais etapas são: modelagem, corte, costura montagem e

acabamento. Em cada uma dessas etapas, as operações realizadas variam de

acordo com o tipo de calçado produzido, onde a programação da produção é

diferente para cada tipo de calçado. (SBRTV1, 2005)

A apresentação do processo de produção em etapas é bastante genérica,

pois a produção pode variar muito de uma empresa para a outra. Dependendo do

porte da empresa, sua especialização e público alvo, as etapas ganham

detalhamentos que fazem desta uma indústria bastante heterogênea no que diz

respeito ao seu processo produtivo. (PROCHNIK, 2005)

As principais etapas na sua seqüencia de produção estão descritas a seguir:

• Design: o fabricante, baseado no público que ele quer atingir, desenvolve o

conceito do produto através de um projeto, que engloba desde o desenho

do calçado até a discriminação dos insumos necessários para a sua

realização. Pela sua importância no restante do processo, pode-se dizer

que nesta fase há a maior agregação de valor. Por isso, esta deve ser uma

fase planejada com muita atenção. (PROCHNIK, 2005)

• Modelagem: a modelagem se constitui, talvez, no estágio mais importante

do processo produtivo, pois é nela que se realiza toda a concepção do

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produto, onde o estilista-modelista tem a função de adequar a

manufaturabilidade do produto, adaptando a sua concepção às condições e

características do processo produtivo no que diz respeito à linha de

produção, e, inclusive no que tange a custos.

• Corte: a matéria-prima é cortada de acordo com as determinações definidas

na modelagem. Há dois processos utilizados para o corte que dependem do

tipo de matéria-prima e grau de homogeneidade e heterogeneidade. No

processo tradicional, o corte é realizado com facas e balancins, processo

mais tradicional onde requer muita atenção e cuidados especiais para não

perder o material. Os processos mais avançados utilizam o corte a laser ou

jato de água, em geral de forma integrada com a modelagem.

• Costura ou pesponto: Nesta fase, de acordo com o tipo de calçado, as

várias peças que compõem o cabedal são costuradas, dobradas, picotadas

ou coladas, e enfeites e fivelas podem ser aplicados.

• Montagem: o cabedal é unido ao solado. Os processos de união são

bastante variados, envolvendo costura, prensagem ou colagem. A

colocação de saltos, biqueiras e palmilhas também é realizada nesta etapa.

• Acabamento: o calçado é desenformado e passa pelos retoques finais:

colocação de forro, pintura, enceramento, etc.

No processo produtivo, muitas empresas do setor optam pela terceirização.

De acordo com Prochnik (2005), a etapa mais freqüentemente terceirizada total ou

parcialmente é a da costura, pois é a fase que exige menor mecanização e, por isso,

pode ser mais facilmente organizada por empresas menores, porém a habilidade

exigida nesta etapa é maior e requer um treinamento mais intensivo da mão-de-obra.

A atividade calçadista exige intensiva utilização de mão-de-obra, dado o

elevado número de operações no decorrer do processo de produção que é

subdividido em fases descontínuas. Assim as operações de fabricação de um

calçado podem ser executadas em estabelecimentos e locais distintos, o que

potencializa a terceirização de trabalhadores para a realização de determinadas

etapas do processo produtivo, afirma Frasseto, (2006).

Como exemplo pode-se citar a empresa de calçados masculinos Samello com

41 funcionários, a Samello compra a produção de outras dez fábricas (cerca de 6 mil

pares de calçados) e faz o acabamento de parte dos sapatos que levam sua etiqueta

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dentro do prédio de sua sede. Dos 41 empregados contratados, 6 estariam na linha

de produção (fazendo o acabamento, inspeção e expedição dos calçados

terceirizados) e outros 35 trabalhando na parte administrativa da empresa. (AFIC,

2008)

Os estabelecimentos externos são chamados de ateliês, oficinas onde

trabalham poucas pessoas executando tarefas de caráter artesanal. Em São João

Batista existe 300 unidades próximas, onde trabalham aproximadamente 1.500

pessoas, conforme estimativa do Sincasjb (2006). Existem, porém, na região, alguns

ateliês maiores (em torno de 10) que funcionam como fornecedores exclusivos para

empresas. Possuem diversas máquinas e são considerados empresas, pois

apresentam registros e funcionários com carteira assinada. (FRASSETO, 2006)

A tabela 01 apresenta as fases de produção repassadas aos ateliês, tendo

como fonte de pesquisa as indústrias de São João Batista (SC).

Tabela 01- Fases de produção repassadas aos ateliês em São João Batista (SC)

Fonte: Frasseto, 2006

Pela tabela apresentada, pode-se constatar que a fase da costura é a etapa

mais terceirizada. Para uma indústria calçadista, eliminar das suas atividades

qualquer processo de montagem de subconjuntos ou fabricação de componentes

que não sejam críticos do ponto de vista de estratégia tecnológica, terceirizar com

fornecedores estratégicos esses processos, pode ser um bom negócio.

Arce, Vendrameto e Barrella (2008) dizem que o relacionamento entre as

diferentes empresas que fazem parte da cadeia de suprimento é fundamental para a

minimização de custos e a consecução da conformidade de necessidades do

próximo elo na mesma. Por isso, consideram importante que cada empresa dentro

da cadeia siga duas abordagens combinadas apropriadamente: concentrando os

recursos da própria empresa em um conjunto de competências-chaves, para

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oferecer um valor único aos clientes; terceirizar outras atividades, inclusive as que

tradicionalmente são consideradas parte integrante da empresa para as quais a

mesma não tenha necessidade estratégica crítica nem possua capacitação especial.

O capitalismo caracteriza-se hoje, entre outras coisas, por uma radical

transformação no mercado de trabalho. A terceirização ou o uso do trabalho

subcontratado para produção de calçados é um exemplo desta modificação.

2.6 O mercado do luxo e o comportamento do consumid or

O luxo é um fenômeno cultural que fez parte de praticamente todas as

civilizações antigas e povos primitivos, tendo grande importância para a economia

mundial como fonte geradora de emprego e renda. Conhecer a etimologia da

palavra luxo pode nos ajudar a entender, de maneira geral, o que o compõe.

Segundo Braga (2007) “a palavra luxo vem do latim luxus que significa

abundância, refinamento, ostentação, magnificência, ornamento.” A abundância, a

qual se refere Braga, é entendida como excesso, o qual para o filósofo Voltaire, não

se aplica somente ao luxo como algo nocivo. Assim, Voltaire (2004, p.364) diz: “se

por luxo entenderdes o excesso, sabemos muito bem que em tudo o excesso é

pernicioso: na abstinência como no epicurismo, na economia como na liberdade”.

O luxo pode estar associado ao concreto, entendido através de sua origem

etimológica, ao imaterial e à economia, tornando-se, portanto, muito relativo. De

maneira concreta, está associado à suntuosidade, à ostentação, à extravagância, ao

poder material, etc. Imaterialmente está ligado ao signo, ao comportamento, a

valores éticos e estéticos e ao requinte. Economicamente e comercialmente, está

ligado ao raro, ao exclusivo, e por isso, ao alto custo. (BRAGA 2007).

O luxo faz parte da cultura do ser humano desde o princípio da civilização até

os dias atuais, gerando diferenças entre as classes da sociedade. Conforme

Lipovetsky e Roux (2005), o paleolítico revela uma mentalidade de luxo anterior à

criação de objetos luxuosos, pois naquela época, o nível de vida dos caçadores era

medíocre e o luxo se dava através das festas, onde tudo era gasto sem

preocupação com o futuro. Portanto, segundo os autores, o luxo começou com o

dispêndio, antecedendo o acúmulo das coisas raras. Se no princípio da civilização o

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luxo se dava através de festas, onde toda a caça era consumida, no capitalismo o

luxo passou a se apresentar através de objetos.

De acordo com Castilho e Vilhaça (2006), os séculos XVII e XVIII

promoveram uma das épocas mais materialistas da história, onde o luxo aumentou

em quantidade e refinamento. Os bens de luxo então passaram a ser uma forma

distinção social, pois o sociólogo De Masi (2000), afirma que os ricos exibiam a

própria abundância de bens, principalmente para surpreender, intimidar e reforçar o

poder que tinham e a distância que os separava da massa. De acordo com Born

(2007), se na Antigüidade o luxo era raridade, no Renascimento era distinção social,

hoje, são todos esses elementos e mais a nova categoria denominada emocional.

Atualmente o luxo está mais relacionado com o intelecto, com o espiritual e

com o emocional, sendo chamado por alguns autores de o “novo luxo”. O luxo

contemporâneo reúne características até então fora das tradicionais proposições,

tais como: valorização de uma consciência e atitude ecológicas, utilização do tempo

escasso, tranqüilidade, segurança, conforto, praticidade, qualidade de vida, respeito

à diversidade cultural, compromisso social, respeito ao semelhante, lazer, distração,

entre outras; que da mesma forma que as demais características do luxo, hoje são

consideradas escassas e raras. (FAGGIANI, 2006)

Sendo assim, pode-se perceber o luxo possui diversos níveis de valores e

significados. De forma concreta e imaterial, os significados de luxo para Castilho e

Vilhaça (2006), variam de acordo com o sujeito que os possui, podendo significar

durabilidade e qualidade e/ou o bom gosto de quem os adquiriu. Desta forma, o luxo

está no detalhe só diagnosticado por quem os escolhe.

De acordo com o site do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos, o

IBGM (2008), o luxo dá-se no design, na sofisticação tecnológica, na

hipermobilidade e exige aprendizado do raro e do exótico por parte do consumidor.

A estetização, estilização e sofisticação da vida e dos objetos, do corpo e dos

sentidos fizeram com que as demandas passassem a ser mais emocionais e os

desejos mais “estetizados”. A forte motivação dos consumidores pelas formas e

estilos do design é explicada por sensibilidade estética nas preferências de

consumo. (LAGE, 2008).

Para consumir luxo, convém ter um nível de informação elevado e deter

cultura de consumo para se saber o quê e por quais motivos se está comprando

determinado produto ou adquirindo um serviço. Para Kothler e Armstrong (2000), a

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cultura é de grande importância no comportamento de uma pessoa, e que em maior

parte esse comportamento é aprendido, como é o caso das crianças, que aprendem

seus valores ao crescer dentro de uma determinada sociedade, onde lhe são

transmitidos comportamentos básicos pela sua família e por instituições, como

escolas e igrejas. Pode-se dizer, portanto, que o meio em que a pessoa vive influi no

seu comportamento cultural, o que, por sua vez, influencia seu comportamento

enquanto consumidor.

A cultura, para Karsaklian (2000) apud Rodrigues e Jupi (2004), está

necessariamente presente nos diversos aspectos de comportamento do consumidor,

bem como nos objetos que são consumidos.

De acordo com Rodrigues e Jupi (2004), “a influência da cultura sobre o ato

de compra e de consumo é hoje extremamente reconhecida, e a maior parte das

abordagens avançadas sobre o comportamento do consumidor integra, de uma

forma ou de outra, o fator cultural”

Faggiani (2006) diz que existem dois componentes da cultura: os materiais,

que se referem a todos os produtos e serviços que são criados e consumidos; e os

não materiais, onde se reúnem idéias, costumes, crenças e hábitos das pessoas.

Assim, a cultura não material representa a maneira pela qual os consumidores

compram e procuram novos produtos e mais qualidade.

O consumidor com acesso e renda, mas que é desprovido de cultura

adquirida é orientado para um consumo somente pelo status, e não para outros

significados que o produto ou serviço pode ter. Quando o status é o único valor

percebido, o consumo é limitado somente aos produtos e marcas mais caros e com

alta exposição midiática, sem que haja consistência de argumentos de escolha ou

naquela categoria de produto, afirma Gaspar (2008).

Para Lage (2008), consumidores contemporâneos de luxo, em geral, além de

melhor nível educacional, são mais informados, viajados e com isso, expostos a

novos estilos e gostos de outras culturas, são mais aventureiros e buscam emoções

e experiências mais autênticas. As técnicas aplicadas na produção e os materiais

utilizados num produto determinam sua qualidade e preço. Desta maneira, Allérès

(2000), classifica o luxo em:

• Luxo inacessível: diferencia-se principalmente pela qualidade, raridade e

métodos de fabricação, muitas vezes artesanais. Possui grande

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originalidade de formas e cores. São os produtos que servem de referência

para as pessoas e outras marcas.

• Luxo intermediário: produtos de ótima qualidade, porém menos exclusivos

e sofisticados, com materiais limitados e cores e estampas menos

elaboradas. São os “produtos-moda”, mais modernos e de marcas menos

estabelecidas no mercado.

• Luxo acessível: produtos e objetos fabricados em série, a custos menores e

de menor qualidade. É um mercado muito competitivo.

Quanto ao preço dos produtos de luxo, conforme a classificação feita por

Allérès, Granero e Albuquerque (2008), nos produtos de luxo acessível, a fixação do

preço requer muito cuidado, pois os consumidores deste segmento buscam uma

relação custo-benefício. Já nos demais o preço final, muitas vezes, não é importante,

pois o que importa é o status que oferecem.

Segundo Martins (2008), o preço de um produto de luxo reflete o custo de

mão de obra, distribuição e publicidade, mas também a margem de representação e

exclusividade. Um produto caro não é necessariamente um produto de luxo. Com a

variedade de produtos de luxo existentes no mercado, a originalidade do produto e a

emoção que ele desperta no consumidor podem fazer com que um produto seja

adquirido, porque conforme Stein (2008), o luxo não é marcado pela necessidade

básica, e sim pela noção de prazer.

O prazer, de acordo com Haag (2007), é o grande luxo almejado. Ao luxo

quantitativo contrapõe-se o novo luxo, qualitativo, ligado à identidade, ao conforto, à

comodidade, à sofisticação, liberdade. Tudo o que é novo, diferente, ousado,

converte-se hoje em luxo.

Conforme Correia (2008) existe seis dimensões usadas pelo consumidor para

reconhecer o luxo de um produto ou serviço. A primeira é a percepção de uma

qualidade excelente. A segunda está na fixação de um preço muito elevado. A

terceira é quando existe o sentimento de raridade. Quarta, o apelo multissensorial

que conduz a um consumo por impulso, ou seja, em que o prazer tem um papel

importante. Quinta, possuir uma relação privilegiada com o tempo, como rituais de

compra e de consumo. E, por último, o sentimento ou a idéia de que o valor de um

produto de luxo não está ligado a uma dimensão funcional ou utilitária.

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Carlos Ferreirinha (2005), diz que o luxo é uma atividade de negócios

paralela, emocional, que não segue os caminhos da racionalidade. A tomada de

decisão de consumo é movida pelo desejo, pelo sonho de posicionamento social, e

quem consome luxo é quem tem e quem quer ter dinheiro.

A evolução do luxo fez com que o mesmo deixasse de ser apenas um objeto

de ostentação concedido a poucos e fosse democratizado tendo como estímulo a

essência do capitalismo.

Conforme Lyra (2001), através do site da Universidade Federal Fluminense,

o consumo passou a fazer parte da cultura contemporânea, sendo uma prática bastante incentivada pelo sistema. É hegemônica a sensação de que todos podem estar nele inseridos, não havendo muitas diferenciações. Esta sensação, no entanto, é dissipável, pois o capitalismo cria mecanismos de distinção, muitas vezes �TTP�, entre os grupos sócio-culturais.

Para Salomon (2002) apud Maluf (2008), o consumo pode representar para o

consumidor uma experiência emocional, uma integração com a manipulação dos

objetos, uma classificação ou ainda, um jogo em que experiências são

compartilhadas com identidades do grupo.

Segundo Marcuse, (1968) apud Mancebo, et all (2002), o consumismo

encobre o conflito entre as necessidades dadas e as necessidades possíveis,

criando a falsa noção de igualitarismo através do consumo. Esta falsa noção

decorre de que o consumo, inclusive o da moda, representa um valor aspirado pelo

consumidor, que, na maioria das vezes lhe foi exposto, senão inconscientemente e

sutilmente imposto pela mídia e pelo meio e, pelo qual ele, consumidor, está

disposto a pagar o preço.

Com a mídia mostrando que só quem consome está up e in, o número de

consumidores que se baseiam em celebridades e em formadores de opinião vem

aumentando. Assim, a compra, que há algum tempo era baseada nas necessidades

do indivíduo, foi sendo substituída gradativamente pela compra por impulso, pela

compra de ocasião, entre outras. Muitos fatores podem influenciar a tomada de

decisão e comportamentos do consumidor segundo Kothler e Armstrong (2000) que

destacam, entre esses fatores:

• Motivações: Os consumidores podem ser influenciados por necessidades,

que são divididas em fisiológicas (fome, sede, desconforto) e psicológicas

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(reconhecimento, auto-estima, relacionamento), mas muitas vezes estas

necessidades não serão fortes o bastante para motivar a pessoa a agir

num dado momento, ou seja, a pessoa às vezes necessita de um motivo

maior para buscar sua satisfação.

• Personalidade: É a personalidade de cada pessoa que vai determinar o

seu comportamento no ato da compra, pois se refere a características

psicológicas que conduzem uma resposta relativamente consistente no

ambiente onde a pessoa está inserida. Destaca, ainda, o autor, que o

conhecimento da personalidade pode ser muito útil para analisar o

comportamento do consumidor quanto a uma marca ou um produto.

• Percepções: Considerada como processo pelo qual as pessoas

selecionam, organizam e interpretam informações para formar uma

imagem significativa do mundo. Desta forma, a pessoa fica pronta para

agir, influenciada por sua percepção, que vai determinar sua decisão de

compra.

O mercado de luxo, como muitos outros setores da economia, cresce

acentuadamente no Brasil. Conforme Haag (2007), uma pesquisa realizada entre o

ano de 2006 e 2007 pela MCF Consultoria e pelo Instituto Gfk Indicator (Growth from

Knowledge), revela que o mercado de luxo no Brasil apresenta um faturamento de

três bilhões e novecentos mil dólares (1% do faturamento do mercado mundial), um

incremento significativo de 17%, se comparado ao PIB brasileiro, de cerca de 3,7%.

Nos últimos cinco anos, o mercado de luxo cresceu 33%, movimentando, em média,

dois bilhões e duzentos mil dólares por ano, quase 3% do nosso PIB, sendo o Brasil

responsável por 70% do consumo de luxo da América Latina.

Observa-se, a partir das informações expostas acima, que há no país um

mercado significativo para produtos de luxo. Através do site do jornal Atarde (2007),

tem-se a informação de que no Brasil sobram consumidores para produtos de luxo,

pois de acordo com dados da Receita Federal, há mais de cinqüenta mil pessoas

com renda acima de um milhão de reais.

Há uma grande quantidade de famílias com renda inferior que são

consumidores em potencial de produtos de luxo. O número de famílias com renda

média de dez mil reais, aumentou de 1.8% em 1980 para 2,4% em 2000, o que

corresponde a mais de um milhão de famílias. (GALHANONE, 2008).

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Essas famílias consideradas de clase média alta são as que movimentam o

mercado de luxo no país. O luxo hoje é caracterizado pela aquisição e uso de

objetos e serviços que incorporam marcas de prestígio, produtos diferenciados no

universo do consumo comum. Faggiani (2006) diz que este luxo é chamado de

“masstígio”, ou seja, prestígio para as massas, onde um artigo de alto prestígio é

diferenciado para o consumo de massa, tendo preços altos, mas não impossíveis,

cujo foco está na classe média.

De acordo com D’Angelo (2004), de maneira geral, os consumidores do luxo

são pessoas de classe média e alta que podem ser profissionais bem estabelecidos,

com família formada e carreira promissora, ou profissional de sucesso no início de

carreira que ainda não constituíram família.

Para Passarelli (2008), há um engano em acreditar que a classe média e

classe média alta consumam produtos de luxo. Segundo o autor, classe média e

classe média alta consomem produtos premium, que são os produtos top de linha

que uma empresa comercial pode fabricar. São produtos diferenciados, com alta

qualidade, mas não possuem o requinte e a exclusividade que um produto de luxo

possui, pois é a exclusividade que diferencia um produto de luxo dos demais.

Os desejos do glamour, do charme, do chique e do status dominaram a

necessidade de compra da classe média na virada do século em todo o mundo, e

não é diferente no Brasil. Muitos chegam a comparar esta revolução consumista

pelas marcas e artigos do novo luxo ao movimento idem do pós-guerra nos anos 50,

afirma D’Aguano, (2008).

Para a maioria da classe média, investir no luxo muitas vezes acaba por

obrigá-la a uma redução de despesas, porém o sacrifício financeiro lhe dá, a

afirmação social que busca além da sensação de afirmação da personalidade e de

uma aproximação ao único e diferenciado, diz Faggiani (2006).

Segundo Lage (2008), casais de classe média ou média alta com apenas um

filho, em média, ou sem filhos nos primeiros anos de casamento, têm renda

individual maior e podem gastar mais com suas casas (reformas, decoração e

jardins), com cuidados pessoais, entretenimentos e viagens. Para o autor, o lema

destes casais é “se eu quero, eu posso” e não se importam em pagar mais por

produtos e serviços que eles gostam ou se interessam, onde o consumo é seletivo

em diversas categorias de produtos.

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Segundo D’Aguano, (2008), as tradicionais empresas fabricantes do velho

luxo estão, cada vez mais, lançando produtos do novo luxo para pessoas

economicamente ricas e para as não tão ricas socialmente. As facilidades de compra

a prazo contribuem para as vendas de artigos de luxo e as grandes grifes se

adaptaram a esse costume brasileiro. Em reportagem feita à revista Veja, Varella

(2000) diz que profissionais liberais, executivos, pequenos e médios empresários

que ganham bem, mas não são milionários consomem produtos de luxo e compram

de forma parcelada, formando, hoje, cerca de 40% da clientela da Louis Vuitton e

representando 60% e 65% das vendas da Empório Armani. Assim, se diz que o luxo

serve a um público relativamente heterogêneo através da diversidade de sua oferta.

Maluf (2008) diz que consumimos não apenas para suprir nossas

necessidades, mas pelo significado dos próprios produtos, por tudo aquilo que ele

nos devolve como benefício adicional, ou seja, status, imagem, entre outros. Possuir

e ostentar produtos de luxo pode ser considerado pré-requisito para transitar em

determinados círculos, pois os objetos funcionam como instrumento de aproximação

e comunicação entre as pessoas, afirma D’Angelo (2008).

Os seres humanos consomem produtos e serviços para se sentirem incluídos

no respectivo grupo social do qual fazem parte ou gostariam de integrar ou, ainda,

para terem o seu “próprio estilo”. Pessoas “não adeptas ao consumismo de massa”,

formam, com base nesta falsa ideologia, um novo grupo consumista. A máxima

filosófica, penso, logo existo, foi “superada” e substituída por: “tenho, logo existo,

vivo e integro”.

Veblen (1899) apud Lyra (2001) abordou o moderno hábito do desperdício e

da obtenção do status a qualquer preço. Para ele, a riqueza passou a ser

considerada sinônimo de superioridade social e de respeitabilidade.

As pessoas que consomem luxo consideram-no um prazer, uma forma de se

presentear. Para os que não o consomem, acreditam que é moralmente condenável

despender quantias elevadas em objetos supérfluos, enquanto há quem passe fome

no mundo. Para os que compram, não há relação entre uma coisa e outra; o

consumo é uma decisão individual e que não exclui sensibilidade social e

solidariedade, expressas de outras maneiras por estas pessoas como, por exemplo,

trabalho voluntário, doações, etc. (MELLO, 2007)

De acordo com Rodrigues (2003) os segmentos da classe média procuram

produtos de massa baratos numa série de áreas de consumo, e em simultâneo

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“investem” no caro que lhes dê a sensação de marketing pessoal, de afirmação da

sua personalidade própria, de uma aproximação ao exclusivo dos ricos.

A busca de status, através de marcas luxuosas, transforma-se em uma busca

intensa em alcançar um novo estilo de vida. O importante não é ser rico e sim

“parecer” ser, onde os objetos se confundem com as pessoas e estas passam a ser

o que possuem. (FROMM (1982) apud FAGGIANIi (2006)). Nesse sentido, a

ostentação do consumo vale mais que o próprio consumo. O reino do capital fictício

atinge o máximo de amplitude ao exigir que a vida se torne ficção. A alienação do

ser toma o lugar do próprio ser. A aparência se impõe à existência

2.7 A sustentabilidade e as organizações

O equilíbrio ecológico vem sofrendo alterações ao longo dos anos por causa

do desenvolvimento econômico. Depois de milhares de anos de destruição e

poluição, começou-se a investir em sustentabilidade. Ela serve para todas as

atividades humanas e a crescente preocupação com a qualidade ambiental tem

levado as organizações a buscarem formas de reduzir o impacto da degradação

ambiental. A sustentabilidade, para Rodrigues (2003), significa uma atitude em

relação ao tratamento da natureza como um bem renovável.

No documento Ciência & Tecnologia para o Desenvolvimento Sustentável,

elaborado a pedido do Ministério do Meio Ambiente são consideradas as seguintes

dimensões de sustentabilidade, conforme o site Bancoamazônia, (2008):

• Sustentabilidade social: fundamentada no principio da justiça natural, na

distribuição de renda e de bens, no principio da igualdade de direitos a

dignidade humana e no principio de solidariedade dos laços sociais.

• Sustentabilidade ecológica: fundamentada no principio da solidariedade

com o planeta e suas riquezas e com a biosfera que o envolve.

• Sustentabilidade econômica: avaliada a partir da sustentabilidade social

propiciada pela organização da vida material.

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• Sustentabilidade espacial: norteada pelo alcance de uma imparcialidade

nas relações inter-regionais e na distribuição populacional entre o

rural/urbano e o urbano.

• Sustentabilidade político-institucional: que representa um pré-requisito para

a continuidade de qualquer curso de ação em longo prazo.

• Sustentabilidade cultural: modulada pelo respeito à afirmação do local, do

regional e do nacional, no contexto da padronização imposta pela

globalização.

Conforme Rodrigues (2003, p. 54) “entende-se que uma atividade é

sustentável quando, para todos os fins práticos, ela pode se continuar

indefinidamente”. No plano de negócios para a fabricação de calçados femininos

terceirizados, estudou-se a viabilidade da utilização da sustentabilidade ecólogica

por meio de materiais que não agridam o meio-ambiente.

Para Kotler (2000), em época onde a deteriorização do meio ambiente, a

escassez de produtos naturais e a miséria são presentes, é necessário que uma

empresa, além de atender aos desejos dos consumidores, respeite e preserve o

meio ambiente no qual eles estão inseridos. Produtos ecologicamente corretos são

artigos e/ou bens de consumo feitos sem agredir o meio ambiente e a saúde dos

seres vivos, a partir do uso de matérias-primas naturais renováveis ou naturais não-

renováveis, mas re-aproveitáveis, recicladas ou que tenham o mínimo possível de

agressão durante seu processo de fabricação e pós-uso. (SILVA e OLIVEIRA, 2006)

A avaliação ambiental em uma empresa fornece bases para a formulação de

políticas, planos e projetos que permitem o manejo dos riscos e impactos das

atividades produtivas aumentando a ecoeficiência da organização. (TOCCHETO e

PEREIRA, 2007)

Estudos mostram que 93% dos adultos consideram que o impacto ambiental

causado por um produto é um fator relevante na decisão de compra e que dois

terços deles têm uma expectativa de que os produtos que não causam danos ao

meio ambientem não sejam mais caros que os dos seus concorrentes. (MAIA e

VIEIRA 2003).

Marca, preço, embalagem, local de aquisição e publicidade são itens

considerados importantes pelo consumidor na compra de um produto, inclusive para

produtos ecologicamente corretos. (GIACOMINI FILHO, 2004). Assim, os produtos

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ambientalmente corretos devem ser compatíveis com os produtos concorrentes ou

superiores naquilo que oferecem a seus consumidores, para terem o ecologicamente

correto como um diferencial.

A preocupação com as questões ambientais, aliada ao crescimento do

mercado de artigos de luxo no Brasil, faz surgir uma demanda específica por

produtos de alto padrão, mas produzidos dentro de conceitos ecologicamente

corretos. (REVISTARURAL, 2005)

Conforme Pomposelli (2008), atualmente o carimbo que corresponde ao

comércio justo e à sustentabilidade ajuda a criar uma identidade de luxo em uma

marca, criando assim não só valores de compra, mas de sensibilização com a

sociedade. A conscientização da sociedade e a legislação ambiental têm induzido as

empresas a uma relação mais sustentável com o meio ambiente. Devem-se oferecer

produtos e/ou serviços que não agridam a natureza, buscando resultados

apreciados pela sociedade e favoráveis ao meio-ambiente.

2.7.1 Matérias-primas ecológicas utilizadas nos calçados

Vários materiais ecologicamente corretos foram lançados e a indústria da

moda faz uso deles. Pode-se citar como exemplo, o algodão orgânico, peles de

ovelhas e tilápias, malha de bambu, couro vegetal, fibras de garrafas PET e tintas

naturais (COELHO, 2007).

Sementes, sedas e lãs ecológicas também fazem parte de materiais

ecologicamente corretos. No mercado existem materiais ecológicos que podem ser

utilizados na fabricação de calçados, como os descritos, a seguir:

Para o uso em cabedais , há no mercado o couro de jacaré, couro de peixes,

“couro” vegetal e fibras sintéticas. O couro de jacaré é uma pele exótica destinada

ao mercado de alto luxo, segundo Comini (2005). Os jacarés são criados em

cativeiro, e o procedimento para a criação começa com o credenciamento do

empreendedor junto ao IBAMA. São consideradas plenamente comercializáveis em

todo mundo, regulamentadas e fiscalizadas pela CITES (Convenção sobre o

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Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de

Extinção). (BOCCHI, 2005).

As peles de peixes cultivados estão presentes na indústria de moda

sofisticada. A utilização da pele de peixes destinados à alimentação para a produção

de couros alternativos é um exemplo de combate ao desperdício e à geração de

resíduos. Dourado, badejo, salmão e tilápia são alguns dos peixes cuja pele pode se

transformar em couro alternativo. A rã é outro exemplo. (FEMINIDADE, 2008)

De acordo com o site Feminidade (2008), os couros alternativos ecológicos

são feitos com tecnologias limpas com controle ambiental e cujo curtimento é feito

com taninos vegetais e sintéticos ou com outros produtos que substituem os tóxicos

sais de cromo. O tanino vegetal é isento de metais e corantes industrializados e é

totalmente biodegradável quando mantido sob intensa umidade e atacado por

bactérias e fungos durante a compostagem orgânica. (BOCCHI, 2005).

Quanto ao tingimento, várias são as maneiras de tingir naturalmente o couro.

Uma delas é utilizar corantes naturais extraídos de madeiras, plantas e outros

elementos da natureza. Sem metal em sua composição, os corantes sintéticos

apresentam um leque maior de cores. (FEMINIDADE, 2008)

Como corantes, Paula (2008) diz que os ecologicamente corretos são os

naturais, como os de urucum, cúrcuma, caramelo e carmim de cochonila. Para o uso

em cabedal podem ser utilizados, além dos couros descritos anteriormente, fibras

naturais com propriedades anti-bacterianas, bacteriostáticas e desodorantes, como o

algadão, bambu, viscose, lã e linho, que também podem ser utilizadas em etiquetas.

(PAULA, 2008)

Existe também um tecido de algodão banhado em látex natural, extraído das

seringueiras nativas da floresta amazônica e confeccionado pelo processo

tradicional dos seringueiros, sendo defumado e vulcanizado em estufas especiais. É

conhecido como “couro” vegetal. (AMAZONLINK, 2008)

A malha de bambu pode ser utilizada como forro . Permite transpiração e tem

propriedades anti-bactéricidas e bacteriostáticas, propriedades necessárias em

calçados fechados para evitar odores desagradáveis. Além disso, no tecido

produzido com fibra de bambu o suor pode ser absorvido rapidamente possibilitando

a sensação de frieza. (FASHIONBUBBLES, 2007). A próxima figura mostra o

calçado que foi apresentado pela empresa Knorr na Fimec (Feira internacional de

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componentes, couros, químicos e acessórios para calçados) do ano de 2007, com

forro de malha de bambu desenvolvida pela mesma empresa:

Figura 07: Sapato com forro malha de bambu Fonte: www.sortimentos.com.br, acesso 13/10/2008.

O couro suíno é muito utilizado também na forração interna dos calçados, por

ter maior capacidade de absorção do suor, decorrente de sua alta porosidade. O

preço também é diferenciado. Se confeccionar um mesmo modelo de bolsa com os

couros de boi e de porco, a segunda terá preço mais alto. (CASTRO, 2003)

Para solas e solados , pode ser utilizada a borracha natural (NR), certificada,

conforme Viana (2008), um solado feito com esta borracha leva apenas cinco anos

para se degradar na natureza, enquanto que os solados sintéticos podem persistir

por até quinhentos anos. Solas, também, podem feitas de borracha de pneu

reciclado.

Há solados reciclados de poliuretano (PU) descartados pela indústria

calçadista e têm a mesma qualidade do produzido originalmente, apenas com

restrição quanto à cor do produto final, uma vez que só é conseguido extrair matéria-

prima de cores claras se o material reciclado for claro, o mesmo acontece com

solados escuros. (PLÁSTICO, 2008)

A Johnson & Johnson transforma as partes sem uso dos látex dos

preservativos e peças defeituosas em solado para sapatos e as escovas e hastes

flexíveis acabam ocupando o espaço da madeira vegetal, criando assim um produto

similar em material plástico. (INVERTIA, 2006)

A madeira de reflorestamento pode ser utilizada para cepas e para saltos .

Possa, Marcos e Rodel (2007) dizem que é recomendada a utilização do pinus e

seringueira, pois já possuem certificados e controle de florestas preservadas. Ainda

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segundo os autores, a madeira de pinus: tem veios e nós, é mais leve, menos

durável, mais macia, porosa e apresenta baixa resistência à flexão. Já a seringueira:

não tem veios e nem nós, possui média leveza e é mais durável. Têm-se também,

para cepas e saltos, o acrílico, que é um material nobre, de grande durabilidade e

transparência. É 100% reciclável, apresenta brilho, leveza e durabilidade, além de

possibilitar efeitos de formas diversas. (OLIVEIRA, 2007)

O solado feito de borracha de TR substitui as borrachas e resinas

convencionais porque são recicláveis e as sobras e rebarbas do processo podem ser

reaproveitadas, segundo Araújo e Magalhães, (2005).

Figura 08: Solado feito de TR com salto em acrílico. Fonte: www.dicopesa.com.br, acesso em 13/10/2008

Para couraças e contrafortes , já existe no mercado, as feitas de derivados

de fontes vegetais renováveis como milho, soja mamona e girassol. As quais antes

eram somente derivadas do petróleo. Há também couraças e contrafortes feitos de

materiais 100% recicláveis, como a linha Ecoforma by Ecogreem, da Boxflex, feitas

de polímeros a base de PU produzidos a partir de fontes renováveis.

Figura 09: Couraça e Contraforte 100% recicláveis da Bonflex Fonte: Arquivo pessoal da Estagiária, 2008

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Como adesivos para a preparação e colagem de forros em calçados, têm-se

os adesivos desenvolvidos com solventes à base de água, tão resistentes quanto os

desenvolvidos com solventes químicos. (VIANA, 2008)

Existem também adesivos hot melt que são 100% sólidos, livres de solventes.

Não exalam cheiro nem vapores tóxicos, segundo Karpovas (2008).

O departamento de reciclagem da Johnson & Johnson transforma

absorventes higiênicos triturados em palmilhas de montagem para calçados.

(INVERTIA, 2006)

As palmilhas de montagem e reforços de palmilhas , segundo Vieira

(2007), podem ser feitos de papelão reciclado fabricado com aparas. As palmilhas

internas, de acordo com Paula (2008), podem ser feitas de látices naturais, (sem

elementos infláveis, tóxicos e corrosivos) e da reutilização das sobras de materiais,

sendo fragmentas e novamente conformadas.

Quanto às espumas , o autor diz que estas podem ser feitas livres de CFC,

com utilização de CO2, como agente auxiliar de expansão. As tintas podem ser

feitas à base d’água, os aviamentos podem ser feitos de plásticos reciclados e linhas

de costura feitas 100% de algodão, além de fios feitos de PET reciclado. Já, o selo

de ecologicamente correto é uma grife no exterior e a exploração das peles exóticas

citadas anteriormente, é autorizada pelo IBAMA, que tem uma lista de produtores

cadastrados. De forma geral, esses produtos são mais caros do que os

convencionais. (JORNALDACIENCIA, 2005)

A razão dos altos preços de produtos desse tipo ainda é a baixa escala de

produção. (OlLIVEIRA, 2008)

Os processos de reciclagem e confecção, por exemplo, exigem técnicas

especiais e muitas vezes os preços dessas peças tendem a subir

consideravelmente, o que as deixa em desvantagem em relação aos produtos

industriais (COELHO, 2007)

Na Itália 72 mil empresas do vestuário trabalham com produtos

ecologicamente corretos, faturando quase US$ 90 milhões ao ano. Entre as grandes

marcas pode-se citar Giorgio Armani, que cria jeans com algodão orgânico, Levi

Strauss, Gap, Nike e a rede Marks & Spencer. (MEGAPOLOMODA, 2007)

Assim, cada vez mais acentuada, a busca da promoção do consumo e do

comportamento limpos exige novos produtos que não agridam o ambiente e que

sejam produzidos de forma ecologicamente sustentável.

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3 PLANO DE NEGÓCIOS PARA TRIDAPALLI & CASTELLUCCI

CALÇADOS LTDA.

Neste item foram demonstrados os resultados da pesquisa, iniciando pela

caracterização do MEU e após, apresenta-se as principais discussões acerca do

plano de negócios, pois no Apêndice III, encontra-se uma cópia completa gerada

pelo software COMO ELABORAR UM PLANO DE NEGÓCIOS do SEBRAE-MG.

3.1 A Univali e seu Movimento de Empreendedorismo

A Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI é uma das maiores instituições de

ensino superior do Brasil. Localizada no litoral centro-norte de Santa Catarina, está

presente nas cidades de Itajaí, Balneário Camboriú, Biguaçu, Piçarras, São José,

Tijucas e neste semestre inaugurou a Unidade Ilha, em Florianópolis.

Seguindo a trajetória natural do ensino superior na região do Vale do Itajaí, a

história da Universidade teve início em 1964. O dia 16 de Setembro deste ano data o

primeiro documento oficial da Sociedade Itajaiense de Ensino Superior. Em 25 de

outubro de 1968 é publicada a Lei Municipal 892, que cria a Autarquia Municipal de

Educação e Cultura da cidade de Itajaí. Em 1970, a Autarquia é transformada em

Fundação de Ensino do Pólo Geoeducacional do Vale do Itajaí (Fepevi). Em 1986,

as Faculdades Isoladas de Ciências Jurídicas e Sociais, de Filosofia, Ciências e

Letras, e de Enfermagem e Obstetrícia são transformadas em Faculdades

Integradas do Litoral Catarinense (Filcat). No dia 16 de fevereiro de 1989, a Filcat

torna-se Universidade do Vale do Itajaí, através da Portaria Ministerial 51/89, e em

21 de março é instalada oficialmente. Na condição de Universidade, a Univali passa

a ter autonomia para a abertura de novos cursos – um dos fatores que a

impulsionaram a se transformar na maior instituição de ensino superior do Estado.

(Univali, 2008)

A Universidade do Vale do Itajaí possui mais de 50 cursos superiores, isso

somando os cursos de graduação, os cursos seqüenciais e os tecnólogos de

formação específica. Possui ainda cerca de 36 cursos de especialização, oito

mestrados e quatro doutorados. Além disso, dedica-se à Educação de Jovens e

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Adultos e à Educação Básica com o Colégio de Aplicação da Univali (CAU) em Itajaí,

Tijucas e Balneário Camboriú, atendendo mais de mil crianças e adolescentes, da

Educação Infantil até o Ensino Médio.

Missão

Produzir e socializar o conhecimento pelo ensino, pesquisa, extensão

e cultura, estabelecendo parcerias solidárias com a comunidade,

em busca de soluções coletivas para problemas locais e

globais, visando à formação do cidadão crítico e ético.

Visão

A visão da Univali é ser reconhecida como Universidade de

excelência na atividade de ensino, no desenvolvimento e na

divulgação de pesquisas e na gestão criativa e

empreendedora de projetos sociais.

Valores

Compromisso social com desenvolvimento regional e global;

Respeito ao pluralismo de idéias;

Produção e uso da tecnologia a serviço da humanização;

Ética no relacionamento;

Formação e profissionalização de vanguarda.

Quadro 03: Missão, visão e valores da Univali Fonte: www.univali.br, 2008.

O Movimento de Empreendedorismo da Univali - MEU tem suas atividades

orientadas por forças-tarefas, atuando decisivamente na expansão da idéia

empreendedora dentro da Universidade. O grupo vem desenvolvendo atividades,

oficinas, palestras e garantindo as iniciativas de incubadoras e pré-incubadoras.

A formação do movimento foi o fruto de reflexões e experiências de um grupo

de professores de diversos Centros e dos vários Campi, inicialmente focados no

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desenvolvimento de uma Pré-Incubadora na Universidade, apoiado pela Pró-Reitoria

de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e Cultura (Proppec) e Fundação de Apoio à

Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina (Fapesc). As

discussões iniciais levaram o grupo a expandir o conceito, contemplando três

processos básicos de sustentação operacional e um de articulação, a saber: Gestão

da Pré-Incubadora, Formação Empreendedora e Relacionamento, articulados e

integrados pelo Comitê Executivo.

O processo de gestão da Pré-Incubadora desenvolve e opera atividades

encarregadas do provimento do espaço físico individualizado e de uso

compartilhado, de apoio e suporte à gestão das empresas incubadas como: recursos

humanos, inovação tecnológica, comercialização de produtos e serviços,

contabilidade, marketing, serviços jurídicos, captação de recursos, contratos com

financiadores, processos de produção, marcas e propriedade industrial, entre outros.

O processo de Formação Empreendedora tem sua ação voltada para dois

públicos alvos: o público interno cujo escopo é a capacitação técnica, gerencial e

empreendedora do pré-incubado; e o público externo com o qual tem o compromisso

de disseminar o conceito de empreendedorismo e de prover o desenvolvimento da

cultura empreendedora desenvolvendo ações voltadas para os corpos docentes e

discentes da Universidade, voltadas precipuamente para o comportamento e

atitudes, conceito de si, análise de ambiente, formulação de visões, identificação de

oportunidades e desenvolvimento de conceitos de negócio.

O processo de Relacionamentos tem por missão estabelecer a rede de

contatos que dará suporte aos demais processos, devendo, para tanto, desenvolver

e operar trabalhos encarregados do estabelecimento de alianças e parcerias de

apoio institucional acesso a laboratórios, a agências de fomento e instituições de

pesquisa e inovação, articulação política e com o mercado, criando uma rede de

relacionamentos de suporte ao empreendedor.

Desta forma o MEU, procura criar um ambiente propício para a realização de

processos e produtos inovadores com potencial para o desenvolvimento de novos

negócios, colocando-se como elemento catalisador do processo, atendendo ao

desenvolvimento produtivo local, apoiando a economia da região de influência da

Universidade.

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3.2 Considerações acerca do Plano de Negócios elabo rado

3.2.1 Sumário executivo

O empreendimento trata-se de uma fábrica de calçados femininos com

produção terceirizada, onde o público-alvo são as pessoas de classe social “alta” e

“média alta” e os calçados são direcionados principalmente ao público feminino. Os

produtos oferecidos são calçados sociais e casuais chic feitos com materiais

ecologicamente corretos.

Quadro 04: Sumário executivo (parte) Fonte: Elaborado pela Estagiária com o auxílio do software SEBRAE-MG.

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A empresa tem dois sócios. A sócia Lenir Tridapalli é a Administradora e

responsável pelo Departamento Comercial e, entre outras funções mercadológicas,

fará pesquisa de tendências e desenvolvimento de coleções. César Castellucci Lima

é o sócio investidor, pois entrará com parte recursos para viabilizar o negócio e

prestará assessoria jurídica.

A razão social do negócio ficou TRIDAPALLI & CASTELLUCCI CALÇADOS

LTDA. O setor de atividade é a Indústria, sua forma jurídica Sociedade Empresária,

enquadrada no regime tributário federal Simples Nacional. O capital social é de

R$70.000,00 integralizado 85% pelo sócio investidor e o restante pelo Administrador

do empreendimento, cujo prazo para retorno espera-se 2 (dois) anos e 1 (mês) com

uma rentabilidade de 4% e ponto de equilíbrio de aproximadamente R$79.400,00.

Para o institucional definiu-se a missão, visão e valores, como sendo:

Na seqüência da pesquisa são apresentadas informações necessárias para

identificar e conhecer o público-alvo, concorrentes e fornecedores.

3.2.2 Análise de mercado

O público-alvo do empreendimento são as pessoas de classe social “alta” e

“média alta”, cujos produtos são direcionados principalmente ao público feminino.

Conforme várias pesquisas bibliográficas realizadas em revistas de moda e

comportamento e em sites, e através de respostas aos questionamentos do estudo

(ver Apêndice I) observou-se que muitas mulheres pertencentes a estas classes

sociais, são vaidosas, independentes, com elevado nível cultural, cujo estilo de vida

Missão Fabricar calçados com design diferenciado

utilizando materiais ecologicamente corretos

Visão Ser referência em calçados ecologicamente corretos de luxo

até meados de 2012, buscando aprimoramento contínuo e inovação.

Valores Integridade. Respeito às Pessoas. Respeito ao Meio-Ambiente.

Criatividade e Inovação

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está ligado a viagens, eventos culturais e a festas. São mulheres atentas à moda e

que não vinculam a aquisição de objetos de luxo somente às ocasiões especiais,

sendo, portanto, consumidoras “regulares” deste mercado.

Figura 10: Painel semântico Fonte: Elaborado pela Estagiária, 2008

O painel semântico (Figura 10 acima) traz imagens que representam o

principal público do empreendimento, mostrando seu estilo de vida e

comportamento, ressaltando seus gostos por compras, esportes, viagens e obras de

arte. Mostra também que são mulheres vaidosas, freqüentadoras de eventos sociais

e que, na maioria dos casos, possuem empregos.

Para saber um pouco mais do mercado, ou seja, se os calçados

ecologicamente corretos teriam boa aceitação pelo público-alvo do empreendimento,

foi feita uma pesquisa de campo através de entrevistas não padronizadas com oito

mulheres, sendo 7 (sete) na cidade de Balneário Camboriú e 1 (uma) na cidade de

São Paulo (SP). O resultado da pesquisa está a seguir:

• Para cinco entrevistadas, um calçado de luxo é aquele que é feito com

materiais nobres ou com exclusividade. Três disseram que é um calçado

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que possui detalhes com brilho, como por exemplo, strass, cristais e

pedrarias, não importando a cor.

• Para seis delas o fator determinante para a compra de um calçado de luxo

é o design. Duas responderam que é o conforto.

• Ao serem questionadas se comprariam um calçado ecologicamente correto,

feito com couro certificado, “couro” vegetal ou de fibras vegetais, apenas

uma disse que não, pois acredita que não seja durável. As demais

disseram que sim, porém deve ter um design atraente.

Através das entrevistas, notou-se que o design é fator determinante na

escolha e que um calçado de luxo é aquele feito com materiais nobres ou com

exclusividade. Percebeu-se também que materiais ecologicamente corretos têm boa

aceitação pelo público-alvo.

Os concorrentes , também identificados com entrevistas, são marcas de

calçados nacionais considerados de luxo, vendidos na cidade de Balneário

Camboriú, SC. A pesquisa foi feita em franquias, em duas boutiques e, em uma loja

de calçados multimarcas. Verificou-se o preço máximo dos calçados vendidos em

cada loja pesquisada, a localização e o layout das lojas.

A primeira loja pesquisada é uma loja exclusiva da marca Ana Paula, de São

João Batista. Sua localização é na Avenida Brasil, próxima à Rua 2000. É uma loja

de duas esquinas, o que favorece as vitrinas. Seu layout é contemporâneo e

colorido, o que chama a atenção. O calçado mostrado abaixo é o mais caro da

coleção de verão 2009 disponível na loja e custa R$250,00.

Figura 11: Calçado Ana Paula Fonte: www.anapaulacalcados.com.br, acesso 04/11/2008.

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A segunda loja pesquisada foi uma franquia da marca Arezzo. Localizada na

Av. Brasil, entre a Av. Alvin Bauer e Rua 51, possui um layout clean e sofisticado. O

calçado mais caro da coleção verão 2009 custa R$499,00. É uma sandália de festa

feita em couro de cabra com detalhes em cristais.

Figura 12: Sandália Arezzo Fonte: www.arezzo.com.br, acesso 04/11/2008.

A terceira loja pesquisada foi uma franquia da marca Carmen Steffens.

Localiza-se na Av Brasil, 1175. Com vária lojas espalhadas no Brasil e outras na

Argentina, Austrália, Paraguai, Portugal, Arábia Saudita, Estados Unidos e Uruguai.

Possui um layout clean. O calçado mais caro da coleção verão 2009 da marca custa

R$1.399, 90. É uma sandália de festa feita em couro com cristais.

Figura 13: Sandália Carmen Steffens Fonte: Catálogo Carmen Steffens, 2008

A quarta loja foi a multi-marcas Aleci Calçados. Localizada na Av. Brasil. Seu

ambiente não é muito amplo e sua decoração é simples.

O calçado com peço de venda maior exposto na Aleci Calçados foi um da

marca Luiza Barcelos, ilustrado na Figura 14, e custa R$ 900,00.

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Figura 14: Sandália Luiza Barcelos Fonte www.luizabarcelos.com.br, acesso 04/11/2008.

A quinta loja pesquisada foi à boutique Vive La Vie Nômade, localizada na Av.

Brasil. É uma loja voltada principalmente para o público jovem. Seu ambiente é

amplo e sua decoração é descontraída e “praiana”. Está a venda na loja, um calçado

da marca Osklen, grife que trabalha com materiais ecologicamente corretos, feito de

couro de tilápia, material que será utilizado na fabricação de calçados da marca

“Lenir Tridapalli”. Assim, a pesquisa por preço de calçados nesta loja limitou-se ao

calçado com couro de peixe, mostrado na figura a seguir. Seu valor é de R$ 797,00.

Figura 15: Calçado de couro de tilápia da Osklen Fonte: www.osklen.com.br, acesso 04/11/2008.

A sexta e última loja pesquisada foi a boutique Voltz. Localizada na Av. Brasil,

possui ambiente amplo, com pé-direito alto e decoração clean. O calçado mais caro

da loja é da marca Saad, que custa R$ 900,00, mas estava em falta no momento,

por isso, não obteve-se foto para ilustrar o estudo.

Os fornecedores do empreendimento são as pessoas (terceiros –

prestadores de serviços) e empresas que fornecem as matérias-primas e

equipamentos utilizados para a fabricação dos calçados.

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Como a produção é terceirizada, no quadro abaixo se apresentam alguns

materiais que poderão ser utilizados na fabricação de calçados e as embalagens

para armazenamento dos mesmos. No software COMO ELABORAR UM PLANO DE

NEGOCIOS houve o cadastro completo dos insumos.

MATERIAIS

ITENS A SEREM ADQUIRIDOS FORNECEDOR LOCALIZAÇÃO

Couro de tilápia Só Tilápia Juiz de Fora Couro bovino curtido com tanino vegetal Soares São J. Batista Forro (pele de porco) Soares São J. Batista Forma Formas Kunz S. J. Batista Palmilha de montagem papelão reciclado Induma S. J. Batista Sola de PVC reciclado Planeta Pé S. J. Batista Sola de couro atanado Curtume Banack S. J. Batista Adesivos (Cola) à base de água Amazonas S. J. Batista Linhas Maxitex S. J. Batista Cristais Swarovisk Solange Bordados Bal. Camború Tacão Planeta Pé S. J. Batista Caixa de papelão reciclado Cartonagem Batistense S. J. Batista Saco protetor de calçado (algodão orgânico) JS textil e Estamparia S. J. Batista Caixa de papelão reciclado Cartonagem Batistense S. J. Batista

Quadro 05: Alguns materiais a serem adquiridos (exemplos) Fonte: Elaborado pela Estagiária, 2008

Abaixo, apresenta-se parte do cadastro de fornecedores elaborado no

software do SEBRAE-MG:

Estudo dos Fornecedores

Quadro 06: Cadastro do fornecedor (parte) Fonte: Elaborado pela estagiária com o auxílio do software SEBRAE-MG.

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No plano de marketing, próximo item a ser discutido, apresenta-se a

descrição dos principais produtos, preço de venda, estratégias promocionais,

estrutura de comercialização e localização do negócio.

3.2.3 Plano de marketing

Os produtos fabricados são calçados femininos sociais e casual chic, onde

inicialmente a marca trabalhará com 4 linhas - saltos (rasteirinhas, anabela, com

4cm e 10cm) com 8 modelos por linha, nas grades de numeração que vão do 35 ao

39 (tamanhos). As cores acompanharam as da tendência de cada estação ou cores

extraídas de imagens de inspiração para o desenvolvimento da coleção e os

produtos da TRIDAPALLI & CASTELLUCCI CALÇADOS LTDA. são comercializados

em duas estações: Primavera/Verão e Outono/Inverno, estações utilizadas no

mercado de calçados.

PRODUTOS

Linhas Modelos Grades

1 (Rasteirinhas) A B C D E F G H 35 36 37 38 39

2 (Anabela) A B C D E F G H 35 36 37 38 39

3 (Salto 4 cm) A B C D E F G H 35 36 37 38 39

4 (Salto 10 cm) A B C D E F G H 35 36 37 38 39

Quadro 07: Produtos Fonte: Elaborado pela Estagiária, 2008

Os calçados inicialmente serão feitos com couro de tilápia, proveniente de

criações autorizadas. Os modelos mais sofisticados poderão apresentar detalhes em

cristais Swarovski, que agregam mais valor ao produto, o que causará pequenas

variações nos preços finais praticados. Assim, com o objetivo de apresentar,

informar, convencer ou lembrar os clientes de comprar os produtos da TRIDAPALLI

& CASTELLUCCI CALÇADOS LTDA., as estratégias promocionais estão, a seguir

relacionadas:

• Cartão de visitas: confeccionado na cor preta onde, sendo a parte frontal

com o nome da marca na cor branca, seguindo a mesma linguagem visual

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das embalagens (sacola, caixa e saco protetor). No verso deve constar: o

nome, o endereço, telefone e e-mail; como mostra a Figura 16 - Cartão de

Visitas, a seguir:

Figura 16: Cartão de visitas Fonte: Elaborado pela estagiária, 2008

• Display: feito em acrílico com detalhes em cristais Swarovski, tem um design

simples, destaca a marca do produto e traz a informação de que o mesmo é

ecologicamente correto.

Figura 17: Display Fonte: Elaborado pela estagiária, 2008

• Embalagens: as sacolas e as caixas serão confeccionadas em papelão

reciclado na cor preta, que demonstra sofisticação e destaca o nome da

marca. A caixa com visor em acrílico reciclado, para facilitar a identificação do

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produto e a embalagem interna feita de algodão orgânico e visor em plástico

reciclado (ver Figura 18). Nas embalagens serão colocados tags (ver Figura

19 a seguir) sendo 1 informativo, contendo informações de que o produto é

ecologicamente correto e instruções de limpeza e conservação, além de um

telefone de atendimento ao consumidor e o portal da empresa e outro com a

informação de que o produto é certificado pelo IBAMA

Figura 18: Embalagens (sacola, caixa e saco interno) Fonte: Elaborados pela estagiária, 2008

Figura 19: Tag’s (informativo e certificação) Fonte: Elaborados pela estagiária, 2008

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Portal eletrônico e outdoor: a empresa manterá um site com informações da

campanha atual, coleção, empresa e contato, bem como, colocar-se-á alguns

outdoor em Balneário Camboriú e região. Neles, uma imagem da campanha, o nome

da marca e a informação de que se trata de um calçado ecologicamente correto. A

Figura 20, logo abaixo, mostra exemplos ilustrativos desta estratégia da

TRIDAPALLI & CASTELUCCI CALÇADOS LTDA., com a marca Lenir Tridapalli.

Figura 20: Sitio e Outdoor da marca Lenir Tridapalli. Fonte: Elaborados pela estagiária, 2008

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A estrutura de comercialização ocorrerá inicialmente pela venda para os

varejistas pela sócia Lenir Tridapalli, que fará visitas aos proprietários de boutiques e

lojas multi-marcas da cidade de Balneário Camboriú. Mostrar-se-á um catálogo dos

produtos constando as cores disponíveis para cada modelo e as amostras na

numeração 35, pois para venda será fabricado 8 amostras (apenas um pé) de cada

linha ou seja, 8 amostras (4linhas x 8 modelos cada). Posteriormente, as vendas

serão feitas por um representante comercial.

3.2.4 Plano operacional

A localização do negócio do escritório (design) será em uma sala comercial

locada na cidade de São João Batista (SC), no centro. Esta cidade foi escolhida por

viabilizar o contato com os fornecedores e terceiros, mas produtos serão vendidos

em Balneário Camboriú e região. Segundo Sebrae-SC (2008) apud Pequenas

Empresas & Grandes Negócios.(2008), Balneário Camboriú está entre as 25

melhores cidades do Brasil para se empreender. É uma cidade que possui comércio

forte e atuante todos os dias do ano e é um dos principais destinos turísticos do sul

do Brasil e do Mercosul. (SECTURBC, 2008)

Localização do Negócio

Quadro 08: Localização do negócio Fonte: Elaborado pela Estagiária com o auxílio do software SEBRAE, 2008

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Ainda de acordo com o Sebrae-SC (2007), Balneário Camboriú cada vez mais

se assemelha ao pequeno principado de Mônaco, ao sul da França, desde seu

pequeno território à economia movida pelo turismo de luxo e construção civil.

Em relação necessidade de pessoal , tendo em vista que a produção é

terceirizada, a empresa necessitará de uma secretária e de um estagiário para a

área de desenvolvimento de coleção, pois o gerenciamento será de um sócio.

Necessidade de Pessoal

Quadro 09: Necessidade de pessoal

Fonte: Elaborado pela Estagiária com o auxílio do software SEBRAE-MG

Em relação ao arranjo físico ou layout , pretende-se alugar uma sala

comercial, conforme citado anteriormente, e realizar alguns investimentos de

aproximadamente R$1.250,00 para sua adequação à marca do empreendimento.

Figura 21: Arranjo físico do empreedimento Fonte: Elaborado pela Estagiária, 2008

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Também, serão necessários investimentos para aquisição do mobiliário, além

dos pré-operacionais, entre outros, a reforma nas instalações (ver item 5.1.3 –

Estimativa dos Investimentos Pré-Operacionais do Plano de Negócios da

TRIDAPALLI & CASTELUCCI CALÇADOS LTDA., elaborado com o auxílio do

software “como elaborar um plano de negócios” – Apêndice III).

Estimativa dos Investimentos Fixos

Quadro 10: Imobilizado a adquirir (parte) Fonte: Elaborado pela Estagiária com o auxílio do software SEBRAE-MG.

A capacidade produtiva dar-se-á por linhas, onde cada linha terá 8 (oito)

modelos com amostras para cada um delas na numeração 35 (tamanho), como

apresenta o quadro a seguir, que traz a quantidade a estimada a ser produzida para

a estação primavera/verão (6 meses), pois serão realizadas 2 coleções por ano

(primavera/verão e outono/inverno).

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PRODUTO QUANTIDADE

Linhas Modelos Grades Grades diversas Por linha Por estação

1 (Rasteirinhas) A B C D E F G H 35 36 37 38 39 6 48 288

2 (Anabela) A B C D E F G H 35 36 37 38 39 12 96 576

3 (Salto 4 cm) A B C D E F G H 35 36 37 38 39 6 48 288

4 (Salto 10 cm) A B C D E F G H 35 36 37 38 39 18 144 864

TOTAL ===============> 42 336 2.016 Quadro 11: Capacidade produtiva (exemplo estação Primavera/Verão) Fonte: Elaborado pela Estagiária, 2008

Em primeiro lugar, serão fabricados as amostras (uma por modelo e 8 por

linha), perfazendo o total de 32 pés, para oferecer aos clientes. A capacidade

comercial será por venda direta ao comércio varejista de calçados de luxo ou

boutiques multimarcas e para a produtiva (ver Quadro 11) espera-se fabricar 42

pares com grades diversas, mas dentro do tamanho 35 a 39 e por linha 336 pares;

portanto, para a primavera/verão serão fabricados 2.016 pares de calçados

(considerado 6 meses cada estação). Ressalta-se que o faturamento estimado no

plano de negócios elaborado foi calculado nas vendas por linhas.

Para melhor entendimento, a seguir, apresenta-se o Quadro 12 -

REPRESENTAÇÃO DA LINHA 1 – RASTEIRINHAS, aonde se observa claramente

que cada LINHA terá 8 MODELOS (de “A” a”H”), com 5 GRADES (do “35” ao”39”)

cada um, por isso, para cada linha tem-se o máximo de 40 pares (5 x 8), sendo

sempre o menor número da grade a AMOSTRA, a qual será o produto a ser

apresentado aos clientes.

LIN

HA

RASTEIRINHAS

MO

DE

LO

A B C D

GR

AD

E

35

36

37

38

39

35

36

37

38

39

35

36

37

38

39

35

36

37

38

39

MO

DE

LO

E F G H

GR

AD

E

35

36

37

38

39

35

36

37

38

39

35

36

37

38

39

35

36

37

38

39

AMOSTRA - apenas um pé do menor número (8 por linha). Quadro 12: Representação da linha 1 - rasteirinhas Fonte: Elaborado pela Estagiária, 2008

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Os processos operacionais da fabricação de um calçado dependem de seu

modelo, apesar da TRIDAPALLI & CASTELUCCI CALÇADOS LTDA. terceirizar sua

produção, normalmente o fabrico de um calçado, compreende as seguintes etapas:

SEQÜENCIA OPERACIONAL 01ª Pesquisa de tendências 13ª Costurar 02ª Pesquisa para inspiração 14ª Fixar a palmilha na forma 03ª Desenvolvimento da coleção 15ª Conformar o contraforte 04ª Modelagem 16ª Reativar o contraforte 05ª Corte 17ª Asperar base de montagem

06ª Preparação e costura 18ª Aplicar cola na sola e no cabedal

07ª Chanfrar 19ª Colar sola e prensar 08ª Passar cola 20ª Fazer o salto 09ª Unir as peças 21ª Colar o metal 10ª Rebaixar costura 22ª Limpar 11ª Aplicação do contraforte 23ª Revisar 12ª Refilar 24ª Embalar

Quadro 13: Seqüência operacional de fabricação Fonte: Elaborado pela Estagiária, 2008

3.2.5 Plano financeiro

O preço de venda dos produtos foi calculado pelo mark up. No Quadro 14, a

seguir, demonstra-se o calculo do preço para a Linha 1, mas ressalta-se que ele é

da amostra, pois entre os modelos haverão pequenas variações nas matérias-

primas, que no entender da Estagiária influenciará pouco no preço final do produto.

PREÇO DE VENDA MARK-UP

Custo MP 197,35 PV 100% MOD + GGF 20,0% ML + Ter + Trib + Desp + CF 50%

% Trib (SIMPLES) 4,5% Part média do custo 50% % Desp Op + CF 10,5% 2

% ML 15,0%

50,0% Preço de Venda (linha 1) 394,70 % TERCEIROS (20%) (78,94) % ML (15%) (59,21) % DESP CF TRIB (15%) (59,21) Custo (197,35) 0,00

Quadro 14: Formação do Preço de Venda (exemplo Linha 1) Fonte: Elaborado pela Estagiária, 2008

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Os demais preços e a estimativa do faturamento mensal da empresa,

calculados no COMO ELABORAR UM PLANO DE NEGÓCIOS apenas para um mês

e por linha ficaram da seguinte forma:

Quadro 15: Estimativa do faturamento mensal Fonte: Elaborado pela Estagiária com o auxílio do software SEBRAE-MG.

Os investimentos totais estimados , os quais compreendem: os

investimentos fixos (móveis e utensílios, veículos e computadores), o estoque inicial

e o capital de giro (investimentos financeiros) e por último, os pré-operacionais cujo

montante de R$8.349,90 é composto dos seguintes itens:

INVESTIMENTOS PRÉ-OPERACIONAIS

Investimentos Valor

Despesas de Legalização 833,50

Obras civis e/ou reformas: Nova pintura (adequação para a marca) 1.250,00

Divulgação 5.343,00

Cursos e treinamentos 350,00

Outras despesas 573,40

TOTAL 8.349,90

Quadro 16: Investimentos pré-operacionais Fonte: Elaborado pela Estagiária com o auxílio do software SEBRAE-MG.

Para o estoque inicial serão comprados materiais, exceto as embalagens

porque são vendidas em unidades mil, para fabricar somente as amostras (32 pés)

da Coleção Primavera/Verão, pois como dito anteriormente, a quantidade fabricada

de cada modelo dependerá das vendas aos varejistas.

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Estimativa dos Investimentos Financeiros

Quadro 17: Estimativa do estoque inicial e do capital de giro Fonte: Elaborado pela Estagiária com o auxílio do software SEBRAE-MG.

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Em síntese, os investimentos necessários para o empreendimento são

demonstrados a seguir:

RESUMO DA ESTIMATIVA DOS INVESTIMENTOS

Estimativa de Investimentos Fixos (imobilizado) 18.496,40

Estimativa dos Investimentos Financeiros (estoque inicial + capital de giro) 26.322,10

Estimativa dos Investimentos Pré-Operacionais 8.349,90

TOTAL 53.168,40

Quadro 18: Resumo dos investimentos estimados Fonte: Elaborado pela Estagiária com o auxílio do software SEBRAE-MG.

A estimativa dos custos (matérias-primas, comercializ ação, mão de obra

e depreciação), incluindo as despesas, é exemplificada nos quadros a seguir,

iniciando pela depreciação.

Ativos Fixos Depr. Anual Depr. Mensal

Móveis /Utensílios 359,74 29,98

Veículos 2.000,00 166,67

Computadores 1.633,00 136,08

Total ================� 332,73

Quadro 19: Estimativas dos custos com depreciação Fonte: Elaborado pela Estagiária com o auxílio do software SEBRAE-MG.

Já as despesas com a comercialização (ver item 5.5 do Plano de Negócios da

TRIDAPALLI & CASTELUCCI CALÇADOS LTDA., elaborado com o auxílio do

software “como elaborar um plano de negócios” – Apêndice III), para um faturamento

de R$101.392,30 apresentaram-se da seguinte forma:

Item Taxa Valor

SIMPLES NACIONAL 4,5% 4.562,65

Comissões 2% 2.027,85

Propaganda 3% 3.041,77

Juros 4% 4.055,69

Total ================� 13.687,96

Quadro 20: Estimativas das despesas com a comercialização Fonte: Elaborado pela Estagiária com o auxílio do software SEBRAE-MG.

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Para o custo da matéria-prima , excluindo as terceirizações (20% sobre o

preço de venda final), apresenta-se 4 (quatro) quadros com o custo da matéria-

prima, das embalagens e o desenho do calçado, referentes a 4 (quatro) pares, onde

cada modelo pertence a uma linha.

Os demais modelos por linha, como já salientado, podem apresentar pequena

variação nas quantidades de materiais, sem influenciar muito no preço de venda final

dos produtos.

LINHA 1 - RASTEIRINHAS

FICHA DE MATERIAIS PARA MODELO A

Materiais Quant. Custo Unit. Valor

Couro de tilápia 14 2,20 30,80 Couro bovino curtido com tanino vegetal 80 cm 12,00 24,00

Contraforte reciclado 2 1,50 3,00 Linha para costura 1 m 0,02 0,04 Palmilha de montagem 2 0,20 0,40 Forro da palmilha de conforto (pele de porco) 50 cm 6,00 12,00

Forro do cabedal em pele de porco 35 cm 4,20 8,40 Cola à base de água 30 ml 0,27 0,54 Taloneira em couro bovino curtido com tanino vegetal 28 cm 4,20 8,40

Etiqueta em couro bovino curtido com tanino vegetal 16 cm 2,40 4,80

Fio de PET reciclado para bordar 1 m 0,04 0,04 Estampa da marca na etiqueta 2 0,01 0,02 Solado de couro atanado 2 2,60 5,20 Fecho em latão (fivela) 2 0,20 0,40 Cristais Swarovsk (médios) 24 4,00 96,00 Caixa de papelão reciclado 1 1,71 1,71 Sacola de papelão reciclado 1 1,40 1,40 Saco protetor de calçado feito de algodão orgânico 1 1, 85 1, 85

TOTAL 197,35

Quadro 21: Ficha de materiais (exemplo Linha 1 - modelo A) Fonte: Elaborado pela Estagiária com o auxílio do software SEBRAE-MG.

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LINHA 2 – ANABELA FICHA DE MATERIAIS PARA MODELO B

Materiais Quant. Custo Unit. Valor

Couro de tilápia 4 2,20 8,80

Couro bovino curtido com tanino vegetal 30 cm 4,5 9,00

Contraforte reciclado 2 1,50 3,00

Linha para costura 1 m 0,02 0,04

Palmilha de montagem 2 0,20 0,40

Forro da palmilha de conforto (pele de porco) 50 cm 6,00 12,00

Forro do cabedal em pele de porco 35 cm 4,20 8,40

Cola à base de água 30 ml 0,27 0,54

Taloneira em couro bovino curtido com tanino vegetal 28 cm 4,20 8,40

Etiqueta em couro bovino curtido com tanino vegetal 16 cm 2,40 4,80

Fio de PET reciclado para bordar 1 m 0,04 0,04

Cristais Swarovski pequenos 34 2,00 64,00

Estampa da marca na etiqueta 2 0,01 0,02

Solado em couro atanado 2 2,60 5,20

Salto de PVC reciclado 2 1,50 3,00

Tacão em PVC reciclado 2 0,50 1,00

Caixa de papelão reciclado 1 1,71 1,71

Sacola de papelão reciclado 1 1,40 1,40

Saco protetor de calçado feito de algodão orgânico 1 1, 85 1, 85

TOTAL 131,95

Quadro 22: Ficha de materiais (exemplo Linha 2 - modelo B) Fonte: Elaborado pela Estagiária com o auxílio do software SEBRAE-MG.

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LINHA 3 – SALTO 4 CM FICHA DE MATERIAIS PARA MODELO C

Materiais Quant. Custo Unit. Valor

Couro de tilápia 30 2,20 66,00

Contraforte reciclado 2 1,50 3,00

Linha para costura 1,50m 0,03 0,06

Palmilha de montagem 2 0,20 0,40

Forro da palmilha de conforto (pele de porco) 50 cm 6,00 12,00

Forro do cabedal em pele de porco 35 cm 4,20 8,40

Cola à base de água 30 ml 0,27 0,54

Taloneira em couro bovino curtido com tanino vegetal 28 cm 4,20 8,40

Etiqueta em couro bovino curtido com tanino vegetal 16 cm 2,40 4,80

Fio de PET reciclado para bordar 1 m 0,04 0,04

Elástico 14 cm 0,175 0,35

Estampa da marca na etiqueta 2 0,01 0,02

Solado em PVC reciclado 2 1,20 2,40

Salto de madeira de seringueira certificada 2 12,50 25,00

Detalhe do salto em latão 50 cm 0,75 1,50

Banho de ouro no detalhe do salto (unid) 3 6 18,00

Proteção do salto em latão 16 cm 0,24 0,48

Caixa de papelão reciclado 1 1,71 1,71

Sacola de papelão reciclado 1 1,40 1,40

Saco protetor de calçado feito de algodão orgânico 1 1, 85 1, 85

TOTAL 154,70

Quadro 23: Ficha de materiais (exemplo Linha 3 - modelo C) Fonte: Elaborado pela Estagiária com o auxílio do software SEBRAE-MG.

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LINHA 4 – SALTO 10 CM FICHA DE MATERIAIS PARA MODELO D

Materiais Quant. Custo Unit. Valor

Couro de tilápia 28 2,20 61,60

Contraforte reciclado 2 1,50 3,00

Linha para costura 1 m 0,02 0,04

Palmilha de montagem 2 0,20 0,40

Forro da palmilha de conforto (pele de porco) 50 cm 6,00 12,00

Forro do cabedal em pele de porco 35 cm 4,20 8,40

Cola à base de água 30 ml 0,27 0,54

Taloneira em couro bovino curtido com tanino vegetal 28 cm 4,20 8,40

Etiqueta em couro bovino curtido com tanino vegetal 16 cm 2,40 4,80

Fio de PET reciclado para bordar 1 m 0,04 0,04

Estampa da marca na etiqueta 2 0,01 0,02

Solado 2 2,60 5,20

Salto de madeira de seringueira certificada 2 12,50 25,00

Detalhe do salto em latão 25 cm 0,37 0,75

Banho de ouro no detalhe do salto (unid) 3 4 12,00

Proteção do salto em latão 8 cm 0,12 0,24

Tacão em PVC reciclado 2 0,50 1,00

Caixa de papelão reciclado 1 1,71 1,71

Sacola de papelão reciclado 1 1,40 1,40

Saco protetor de calçado 1 1, 85 1, 85

TOTAL 146,74

Quadro 24: Ficha de materiais (exemplo Linha 4 - modelo D) Fonte: Elaborado pela Estagiária com o auxílio do software SEBRAE-MG.

Os custos fixos mensais (despesas operacionais) após as simulações

foram configuradas na seguinte composição:

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ESTIMATIVA DOS CUSTOS FIXOS MENSAIS

Aluguel R$ 400,00

IPTU R$ 30,00

Água R$ 35,00

Energia Elétrica R$ 85,00

Telefone R$ 250,00

Honorários do Contador R$ 200,00

Pró-Labore R$ 2.000,00

Manutenção dos Equipamentos R$ 50,00

Salários+Encargos R$ 1.236,95

Material de Limpeza R$ 15,00

Material de Escritório R$ 30,00

Combustível R$ 30,00

Taxas Diversas R$ 45,00

Serviços de Terceiros ---------

Depreciação R$ 302,13

TOTAL R$ 4.779,08

Quadro 25: Despesas operacionais Fonte: Elaborado pela Estagiária com o auxílio do software SEBRAE-MG.

E por último, a necessidade de mão de obra , ficou com os valores abaixo

discriminados:

Quadro 26: Estimativa dos custos de mão de obra Fonte: Elaborado pela Estagiária com o auxílio do software SEBRAE-MG.

Os custos das mercadorias vendidas , apresentados no Quadro 26,

demonstram custos acima dos valores referenciados nos quadros 21 ao 24, pois

nesses quadros tem-se apenas o custo das matérias-primas e na figura a seguir o

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custo total incluindo os demais gastos (ver Quadro 14 - Formação do Preço de

Venda (exemplo Linha 1) )na página 74 deste capítulo.

Quadro 27: Estimativa dos custos das mercadorias vendidas Fonte: Elaborado pela Estagiária com o auxílio do software SEBRAE-MG.

O Demonstrativo de Resultados, com base na margem de contribuição,

apresentado pelo software retornou lucro em torno de 2,1%.

Quadro 28: Estimativa dos custos das mercadorias vendidas Fonte: Elaborado pela Estagiária com o auxílio do software SEBRAE-MG.

E, os indicadores de viabilidade demonstram que o empreendimento ao

realizar o planejado no seu plano de negócios é rentável com prazo de retorno dos

investimentos em 2 (dois) anos e 1 (um) mês e atinge o ponto de equilíbrio em torno

de R$79.340,00.

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Quadro 29: Indicadores de viabilidade Fonte: Elaborado pela Estagiária com o auxílio do software SEBRAE-MG.

As etapas da construção de cenários e da avaliação dos planos ocorreram

durante a elaboração do Plano de Negócios da TRIDAPALLI & CASTELUCCI

CALÇADOS LTDA., com o auxílio do software “como elaborar um plano de

negócios” e a matriz F.O.F.A (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças)

pretende-se terminar sua elaboração após o término da apresentação da pesquisa à

Academia.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Problema de pesquisa do estágio realizado buscou identificar as etapas de

um plano de negócios para estudar a viabilidade do empreendimento TRIDAPALLI &

CASTELLUCCI CALÇADOS LTDA., o qual permitiu a análise da rentabilidade e

retorno dos investimentos, amplamente discutido no item 3.2 do Capítulo 3 da

pesquisa.

Percebeu-se, também, que o mercado de luxo para calçados ecologicamente

corretos é um nicho de mercado, pois ainda são poucas as empresas e designers

que fazem este tipo de produto e a sociedade se conscientiza da necessidade de

adquiri-los, porém a oferta de produtos para a fabricação de calçados é pequena, o

que pode causar limitações no momento da criação e do seu desenvolvimento.

Em relação aos objetivos, tanto o geral como os específicos foram atendidos,

pois o plano de negócios desenvolvido trouxe a formalização, de todo o conjunto de

dados e informações sobre o futuro empreendimento, definindo suas características

e condições, possibilitando a análise de sua viabilidade e seus riscos.

A pesquisa realizada se mostrou extremamente positiva em vários aspectos.

Tanto para a Universidade quanto para a Acadêmica, pois se trabalhou um tema

muito importante para o sucesso das novas organizações, ou seja, plano de

negócios, identificando com o uso do software COMO ELABORAR UM PLANO DE

NEGÓCIOS desenvolvido pelo SEBRAE de Minas Gerais, um planejamento para o

novo empreendimento.

Para a unidade-caso, ou seja, o Movimento de Empreendedorismo da Univali

considera-se que a pesquisa foi positiva, pois possibilitou uma visão geral dos

principais processos do conjunto integrado da terceirização de calçados, proposta

ainda não enviada ao Movimento e muito menos não há registro de um exemplo

sobre este tema em suas instalções.

Por último, ao analisar os resultados obtidos nas várias etapas do plano de

negócios, pode-se concluir de maneira prematura que o TRIDAPALLI &

CASTELLUCCI CALÇADOS LTDA. é viável e por isso, o sucesso de qualquer

empreendimento depende das variáveis de decisão que o empreendedor deve tomar

antes de iniciar seu negócio.

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TACHIZAWA, T; FARIA, M. de S. Criação de novos negócios: gestão de micro e pequenas empresas.2ª ed. Rio de Janeiro: FGV, 2002. TAVARES, A.; CANELLA, G. Salvatore Ferragamo. Disponível em: <http://www.revistaview.com.br> Acesso em: 01 abril. 2008 TOCCHETTO, M. R. L.; PEREIRA, L. C.. Desempenho ambiental e sustentabilidade. Disponível em: <http://www.agronline.com.br>Acesso em: 28 fev..2007. VIANA, F. Seguindo a linha de sapatos ecologicamente corretos . Disponível em: <http://www2.uol.com.br > Acesso em: 14 abril, 2008. VIEIRA, L. Palmilhas e forros recebem tecnologia que contribui para o conforto no pé . Revista Tecnicouro, vol.28 nº 2, 2007 VIEIRA, M.M. F; ZOUAIN, D.M. Pesquisa qualitativa em administração – teoria e prática. FGV: Rio de Janeiro, 2005. VOLTAIRE, Dicionário Filosófico. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

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6 APÊNDICES

APÊNDICE I (Roteiro de Entrevista – Plano de Negócio)

Data: ____/____/____ Local: ______________________________________________________________ Entrevistado: ________________________________________________________ Entrevistador: Lenir Tridapalli 1) Qual o investimento inicial necessário? Houve a captação de empréstimos? Qual percentual? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2) Sobre os fornecedores: quais os problemas? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 3) Os funcionários se encontram preparados? A mão de obra é qualificada? Qual o sindicato da categoria (patronal, funcional ou comerciário)? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4) Quais são os produtos mais vendidos? Qual o preço médio deles? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 5) Qual o regime tributário e o enquadramento tributário? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 6) Os terceiros cumprem os prazos de entrega? Qual sua percepção da produção terceirizada? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

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APÊNDICE II (Roteiro de Entrevista – Público Alvo)

Data: ____/____/____ Local: ______________________________________________________________ Entrevistado: ________________________________________________________ Entrevistador: Lenir Tridapalli 1) Qual seu conceito sobre calçado de luxo? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2)Qual o fator determinante em sua compra de um sapato de luxo? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 3) Você sabe o que são calçados ecológicos? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4) Você compraria um sapato ecologicamente correto? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

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APÊNDICE IIII (Plano de Negócios para

TRIDAPALLI & CASTELUCCI CALÇADOS LTDA. – SEBRAE/MG)

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DECLARAÇÃO DE DESEMPENHO DE ESTÁGIO

A Pré-Incubadora de Empresas Univali declara, para os devidos fins, que a

Acadêmica Lenir Tridapalli, aluna do Curso de Administração do Centro de Ciências

Sociais Aplicadas - Gestão da Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, de

01/03/2008 a 14/11/2008, cumpriu a carga horária de estágio prevista para o

período, seguiu o cronograma de trabalho estipulado no Projeto de Estágio e

respeitou nossas normas internas.

Itajaí (SC) 14 de novembro de 2008.

________________________________________________

Ovídio Felippe Pereira da Silva Junior

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

______________________________________________

Lenir Tridapalli

Estagiária

_______________________________________________

Ovídio Felippe Pereira da Silva Junior, Dr.

Supervisor de Campo

_______________________________________________

Edemir Manoel dos Santos, M. Eng.

Orientador de estágio

_________________________________________________

Eduardo Krieger da Silva

Responsável pelos Estágios em Administração