21
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL DISCIPLINA DE OFICINA DE SUPERVISÃO DE ESTÁGIO II DOCENTE SABRINA NAVARRO TOLDO Relatório de Estágio da UAPS de São Pedro Discente: Mirandolinda Maria Lopes Silva

Trabalho de Sabrina

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Trabalho de Sabrina

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL

DISCIPLINA DE OFICINA DE SUPERVISÃO DE ESTÁGIO II

DOCENTE SABRINA NAVARRO TOLDO

Relatório de Estágio da UAPS de São Pedro

Discente: Mirandolinda Maria Lopes Silva

Juiz de Fora 2011

Page 2: Trabalho de Sabrina

Introdução

O presente relatório é uma avaliação de campo de estágio feito pela estagiária

Mirandolinda Maria Lopes Silva, no primeiro semestre de 2011, na Unidade de Atenção

Primária á Saúde de São Pedro, supervisionado pela Assistente Social Elizabeth Maria

Dilly, e uma apresentação do projeto de intervenção formulada pela estagiária para ser

executada no segundo semestre de 2011, durante o estágio curricular III.

Esse trabalho visa também fazer uma apresentação da temática discutida durante

o presente semestre na Oficina de Supervisão de estágio II, coordenada pela docente

Sabrina Navarro Toledo, sobre o Serviço Social e práticas democráticas na saúde e

sobre panejamento e avaliação das ações dos assistentes sociais.

Page 3: Trabalho de Sabrina

Apresentação da temática discutida na Oficina de Supervisão II

A disciplina de Oficina de Supervisão de Estágio II, proporcionou um excelente

embasamento teorico para a prática profissional, alem de estabelecer um diálego aberto

sobre as experiências de estágio de acordo com cada campo e instigando discussões e

reflexões críticas, não só por parte das estagiárias, mas também das supervisoras de

campo, em relação á realidade social em que cada uma se encontra inserido a fim de

legitimar a atuação fundamentada no projeto ético-político da profissão

A partir de discussões feitas em sala de aula coordenada pela professora Sabrina

Navarro, foram utilizados alguns testos de vários autores, abordando temas sobre a

realidade do assistente social na área de saúde, que abrangem o planejamento e

avaliação de suas ações.

De acordo com uma autora utilizado para as discussões (Vasconcelos, 2009),

existe a necessidade de qualificar ações que mobilizam e impulsionem novas maneiras

de realizar a prática do Serviço Social na área de saúde, tendo como referência a saúde

como um direito universal e com controle social e o projeto ético-político do Serviço

Social brasileiro, buscando alternativas para o contexto neoliberal em que vivemos, que

tem colocado uma proposta que se tem pautado na privatização da coisa pública, na

diminuição da responsabilidade do Estado para com a sociedade, na priorização de

exportações e na abertura do mercado interno às importações e liberalização de fluxos

internacionais do capital. Essa proposta tem aumentado a exploração do trabalho pelo

capital, agravando as expressões da questão social. E isso tem aumentado o campo de

trabalho do assistente social, mas que devem buscar empreender uma prática, tendo em

vista uma participação consciente e de qualidade no enfrentamento das orientações

econômicos-social na direção dos interesses históricos dos diferentes segmentos da

classe trabalhadora.

Os assistentes sociais que objetivam romper com as práticas conservadoras, não

podem reproduzir o processo de trabalho capitalista alienante, mas sim historicamente

buscar romper, através do trabalho das relações sociais, com as formas capitalistas,

buscando possibilitar o acesso a bens e serviços á classe trabalhadora.

Mas o que se percebe na área de saúde é que a postura dos profissionais tem

sido passiva, dependente, submisso e subalterno ao movimento das unidades de saúde,

Page 4: Trabalho de Sabrina

às suas rotinas institucionais, às solicitações das direções de unidade, dos demais

profissionais e dos serviços de saúde, aceitando como únicas, as demandas colocadas

pelos usuários. O Serviço Social vem desenvolvendo ações no plantão; no plantão e em

programas ou somente em programas e projetos. O plantão faz parte de qualquer

unidade de saúde e o usuário é recebido, ouvido e encaminhado para recursos internos

ou externos, procurando assegurar que ele volte para dar um retorno sobre o (s)

encaminhamento (s) realizado ou para novos encaminhamentos. Os usuários chegam no

plantão do serviço social através de procura expontânea, encaminhamentos internos e

externos.

De acordo com Vasconcelos (2000), o plantão é única atividade comum à

maioria dos assistentes sociais e a autora apresenta algumas características assumidas no

atendimento do plantão: atendimento individual, orientações, atendimento a demandas

expontâneas, encaminhamentos etc. Mas o plantão não se tem constituído num serviço

pensado, planejado, organizada, avaliada, reduzindo a ações isoladas, imediatas e

assistemáticas, desenvolvidas pelos assistentes sociais, acões com fim em si mesmo.

A prática dos assistentes sociais no plantão tem se reduzido a práticas

burocráticas, que segue mecanicamente normas impostas pelo regulamento das

instituições e as suas autoridades, negligenciando assim as demandas que extrapolam o

controle burocrático da instituição, tais como as demandas por educação em saúde,

prevenção, participação no controle social dos serviços prestados.

Vasconcelos (2009) acaba por elencar estratégias de ações que podem contribuir

para ampliar, facilitar e realizar o acesso aos direitos e o exercício do controle social e

da organização, das quais mencionarei algumas: O planejamento das ações do

profissional é de extrema importância, pois é um instrumento que o permitirá pensar o

futuro das suas ações, definindo o que fazer, como e quando e com que recursos

também. O produto resultante, é um instrumento de luta, de negociações, de registro da

prática. O Conhecimento da realidade, das demandas dos usuários, das possibilidades de

ação e de público alvo, análise institucional, articulação politica e profissional,

delimitações dos objetivos, são elementos essenciais para um bom planejamento;

organizar e realizar a atenção aos direitos e o acesso aos serviços sociais, indo além da

oferta das instituições, mas sim a partir das demandas dos usuários; identificar e

priorizar as necessidades sociais de saúde para além das demandas espontâneas, mas

Page 5: Trabalho de Sabrina

valorizar também a demanda espontânea; assegurar ações de promoção e prevenção de

saúde, como está assegurado na proposta do Sistema Único de Saúde (SUS); assegurar

uma relação sistemática e continuada entre espaços de prática e Universidade através de

estágio supervisionado, de cursos de aperfeiçoamento; incentivar e criar espaços de

capacitação de conselheiros representares dos usuários.

Frente aos desafios colocados aos assistentes socias, eles precisam ter a clareza

que só conseguiram alcançar os objetivos colocando como fim último a meta marxiana,

que os permitirá fazer uma leitura aprofundada da realidade.

Caminhar na direção do projeto ético-político dos assistentes sociais possibilita

aos assistentes sociais contribuir para enfrentar o grande desafio que coloca a luta

contra o projeto neo-liberal: promover uma interlocução entre os setores organizados

da sociedade que buscam a radicalização da democracia e superação da organização

social capitalista e expressivos segmentos dos trabalhadores que não tem condições,

num primeiro momento, de se organizarem (Vasconcelos 2009)

Page 6: Trabalho de Sabrina

Descrição da Instituição

A Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS) de São Pedro situa-se na Rua

José Lourenço Kelmer, 1433 no Bairro São Pedro. É considerado uma UAPS

tradicional/mista porque não possui Estratégia de Saúde da Família (ESF), mas possui o

Programa dos Agentes Comunitários da Saúde (PACS).

A UAPS tem uma área de abrangência de mais de 30 000 habitantes e os agentes

comunitários são apenas sete, atendendo três dessas áreas de abrangência, que são:

Adolfo Vireque, Jardim Casablanca e Parque São Pedro. As demais áreas são: Serro

Azul, Nossa Senhora da Fátima, Cidade Universitária, Morada do Serro (uma parte),

Santana, Itatiaia, Tupã, São Pedro, Caiçaras I, II e III, Loteamento Nova Vida, Vila São

Jorge, Cruzeiro de Santo Antônio, Bosque do Imperador e Recanto dos Brugger.

A instituição não oferece um espaço físico adequado, já que ela encontra-se

disposta em dois andares, sendo que no segundo se encontram as salas de pediatria e

ginecologia, tornando o acesso desconfortável para as gestantes, mães com crianças de

colo, idosos e deficientes físicos. O seu espaço físico é pequeno, dificultando a

realização do trabalho prestado, como por exemplo, realizar reuniões de sala de espera,

pois os usuários ficam pelos pequenos corredores e por vezes na parte externa da UAPS.

A assistente social é também gerente da Unidade, o que lhe dá maior liberdade no

desempenho de suas funções como assistente social, pois dentro da UAPS ela não tem

uma superior que possa impedir suas ações ao buscar garantir os direitos dos usuários,

mas ao mesmo tempo se torna um limite, quando ela tem que desempenhar duas

funções diferentes, tendo em conta as frágeis condições objetivas. Quando o auxiliar

administrativo não está presente, é ela que vai para a linha da frente como recepcionista.

Muitas vezes ela se encontra na linha da frente fazendo marcações de consultas, quando

é solicitada por um usuário com assistente social ou por um funcionário como gerente e

todos buscando soluções imediatas. E por vezes ela fica na farmácia por falta de outro

profissional que possa estar desempenhando essa tarefa, pois existe a necessidade de

recursos humanos na UAPS. Ela tem de atender a população de vinte áreas de

abrangência, mais de 30 000 habitantes, quando na verdade o posto foi construído para

comportar 10 000 habitantes. Tudo isso leva a um desgaste emocional e físico do

profissional.

Page 7: Trabalho de Sabrina

Os usuários que frequentam a UAPS de São Pedro, procurando os serviços

fornecidos pela Instituição, são em sua maioria de classe média, classe média baixa e

aqueles em situação de extrema vulnerabilidade social, econômica e cultural.

Avaliação do plano de estágio

Neste período foi desenvolvido o estágio curricular II, com base nas atividades

desencadeadas pela assistente social, centralizado nas seguintes atividades:

• Serviço de Atenção aos Desnutridos (SAD) - Fazendo um acompanhamento

dessas crianças e entrega do leite em pó;

• Bolsa -Família (informações, pesagem, medição, e lançamento dos dados no

mapa da Bolsa-Família);

• Encaminhamento para a rede assistencial;

• Marcação de consulta de saúde mental;

• Demandas espontâneas;

• Gestão(acompanhando a assistente social nas reuniões de gerente e em

seminários);

• Conselho( acompanhando a assistente nas reuniões);

• Parcerias locais.

De todas atividades mensinodas acima, não participei das reuniões dos conselhos

devido aos horários. Minha maior dificuldade no campo de estágio era poder ter um

acompanhamento da assistente social devido a suas ações terem sido pautadas mais na

área de gerencia do que na área de serviço social e de não haver um planejamento das

ações dela como assistente social, devido á acomulação de funções. Os atendimentos

aos usuários são focalizados e muito relacionado às demandas expontanias.

Para mim foi importante o contato com os usuários, podendo conhecer um pouco

da realidade da população atendida pela UAPS. Pude perceber através da fala de muitos

usuários que ainda eles veem o acesso aos serviços de saúde como um favor e não como

um direito, garantido na constituição Federal de 1988.

Page 8: Trabalho de Sabrina

PROJETO DE INTERVENÇÃO

Tema: Grupo Educativo com as famílias das crianças acompanhadas pelo Serviço de

Atenção aos Desnutridos (SAD) na Unidade de Atenção Primária de Saúde (UAPS) de

São Pedro.

Objeto

As famílias das crianças acompanhadas pelo Serviço de Atenção aos Desnutridos

(SAD).

Objetivos:

Gerais

Desenvolver ações educativas junto às famílias das crianças atendidas pelo SAD

Especifico

Refletir com os familiares das crianças do SAD sobre seus direitos no âmbito do

Sistema Único de Saúde (SUS);

Fortalecer o conhecimento dos usuários, para que possam perceber a saúde não

apenas como resultado de práticas individuais, mas também como reflexo das

condições de vida em geral;

Promover uma reflexão dos conceitos de saúde infantil, junto das famílias

atendidas pelo SAD, enfatizando a prevenção e a promoção da saúde.

Justificativa

O projeto de intervenção é uma demanda da disciplina de Oficina de Trabalho

Profissional III, coordenada pela Professora, doutora Edina Evelyn Casali Meireles de

Sousa, no sétimo período, do curso de Serviço Social na Universidade Federal de Juiz

de Fora. Diante disso, pensei em elaborar um projeto acerca de grupos educativos no

meu campo de estágio, UAPS de São Pedro, que permita debater temas do interesse dos

familiares das crianças atendidas pelo Sistema de Atenção aos Desnutridos. A

desnutrição mais comum no mundo é a Desnutrição Proteica (DEP).

A desnutrição pode desenvolver-se em consequência à oferta alimentar insuficiente em energia e nutrientes (macro e micro), por determinado período de tempo, a chamada desnutrição de causa primária, que, em nosso meio, como descrito por Nóbrega em

Page 9: Trabalho de Sabrina

1996, não pode ser considerada resultado da carência exclusiva de alimentos, tratando-se de uma entidade multifatorial, envolvendo aspetos de natureza médica e social ou ainda decorrer do inadequado aproveitamento funcional e biológico dos nutrientes disponíveis e /ou elevação do gasto energético associada a alguma doença de base, a chamada desnutrição secundária. (Tratado da Pediatria, Sociedade Brasileira de Pediatria, seção 20, pag. 1517)

Em 1988 foi promulgada a Constituição Federal do Brasil, tornando a saúde

legalmente, um direito social. Neste mesmo ano instituiu-se o Sistema Único de Saúde

(SUS), visando o acesso universal e igualitário aos serviços de saúde. Para sua

regulamentação, foi promulgada a Lei Orgânica da Saúde (n° 8.080/90), que dispõe

sobre as condições de promoção, proteção e recuperação da saúde e as respectivas

competências dos níveis de governo (tendo a alimentação como um dos fatores

determinantes para garantir esse direito), e também a lei n° 8.142/90, que dispõe sobre a

participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências

intergovernamentais de recursos financeiros e suas normas reguladoras. Os princípios e

diretrizes do SUS são pautados na universalidade, na eqüidade, na integralidade da

assistência e na participação popular. Suas diretrizes são a descentralização, o

atendimento integral, formando uma rede regionalizada e hierarquizada.

Houve significativa redução da desnutrição energético-protéica em diversas

partes do mundo, incluindo no Brasil, entretanto ainda se configura como um

importante problema de saúde pública, especialmente em crianças. O governo aprova a

Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), tendo como um dos objetivos

centrais, a diminuição de DEP, buscando assim combater um dos problemas sociais.

Foram criados alguns programas pelo Ministério da Saúde para atender a população

materno-infantil, tais como o Programa de Combate à Desnutrição Materno-Infantil

(PCDMI/1993 – 1997) e o Incentivo ao Combate às Carências Nutricionais

(ICCN/1998), que distribuía leite e óleo a familiares com baixa renda. Foram criados

com o objetivo de atender a crianças desnutridas (seis meses a dois anos), seus irmãos

até cinco anos e gestantes. Em 2001 foi criado o Programa Bolsa-Alimentação (PBA),

que transferia recurso financeiro para as famílias.

Em 2003 foi criado o Programa de Fome Zero (PFZ), com o principal objetivo

de assegurar o direito humano à alimentação adequada, priorizando as pessoas com

dificuldades de acesso aos alimentos. O programa tem trinta e um ações e programas

que integram quatro eixos articuladores: ampliação do acesso à alimentação,

fortalecimento da agricultura familiar, promoção de processos de geração de renda e

Page 10: Trabalho de Sabrina

articulação, mobilização e controle social. O Programa Bolsa Família é uma das ações

do PFZ, criado em 2004, que transfere renda destinada às famílias em situações de

pobreza, com renda per capita mensal de até R$ 100,00.Associam-se à transferência do

benefício financeiro o acesso aos direitos sociais básicos, como saúde, educação e

assistência social. Esta ação governamental reuniu os cadastros dos beneficiários dos

programas: Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, e Vale Gás, em um único cadastro,

substituindo todos estes programas.

O Ministerio de Saúde (BRASIL, 2007) define Atenção Básica de Saúde como um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico e o tratamento dos problemas de saúde mais comuns e relevantes da população, a reabilitação e a manutenção da saúde. (Caderno de Atenção Básica n° 26, pag. 26 - 2010)

A Unidade Atenção Primária de Saúde consiste na porta de entrada para a

atenção primária,sendo caracterizado por um conjunto de ações de saúde no âmbito

individual e coletivo voltado à promoção, proteção, prevenção, reabilitação e cura

fundamentando assim, o conceito ampliado de saúde, pautado não na ausência de

doença, mas como qualidade de vida.

A Unidade de Atenção Primária à Saúde de São Pedro é considerada

tradicional/mista uma vez que não está estruturada na Estrategia da Saúde da Família,

mas possui o programa de Agentes Comunitários de Saúde(PACS), que não atende todas

as áreas de abrangência, mas sim apenas três das vinte áreas ( mais de 30 000

habitantes). Assim como todas as UAPS, ela conta com o Sistema de Atenção aos

Desnutridos (SAD).

O Sistema Atenção aos Desnutridos (SAD) tem por objetivo tratar as patologias

associadas à desnutrição, promovendo a recuperação do estado nutricional, atendendo a

crianças de 6 meses a 5 anos, os quais integram o Sistema de Vigilância Alimentar e

Nutricional (SISVAN). Esse programa funciona em todas as Unidades Atenção Primária

à Saúde (UAPS). As crianças só integram no SAD quando passam pelo diagnóstico do

médico Pediatra e são considerados como crianças abaixo do peso. Passarão a ter um

acompanhamento individual, que é feito mensalmente, mas a irregularidade de

determinadas famílias no acompanhamento, é geradora de impedimentos para a

realização de estudos do impacto do programa, e para um melhor acompanhamento das

crianças de forma a garantir os seus direitos ou seja a promoção e proteção da saúde, a

prevenção de agravos, o diagnóstico e o tratamento dos problemas de saúde.

“Após o diagnóstico do risco nutricional, o SAD busca a causa da desnutrição. São realizados exames clínicos e laboratoriais. O tratamento será direcionado de acordo

Page 11: Trabalho de Sabrina

com a causa apresentada. Sendo a causa social, ocorre repasse de leite para família da criança. É feito acompanhamento mensal e nos casos mais graves, este acontecerá até que a criança mantenha o peso ideal para a faixa etária por três meses”.

Após o Pediatra diagnosticar a desnutrição da criança, a mesma é encaminhada

ao profissional de Serviço Social para orientações, encaminhamentos e

acompanhamento das famílias.

Esse projeto de intervenção permitirá que a equipe de saúde possa ter uma maior

aproximação da realidade dos usuários, buscando conhecer melhor e acompanha-los nas

suas particularidades, tendo em vista que a UAPS é a porta de entrada para o usuário no

Sistema Único de Saúde (SUS) e aprimorar este acompanhamento que já é feito pela

Unidade.

 

Metodologia

O projeto será desenvolvido na UABS de São Pedro, localizada na Rua José

Lourenço Kelmer, 1433 no Bairro São Pedro, tendo como público-alvo as famílias das

crianças acompanhadas pelo Sistema de Atenção ao Desnutrido (SAD). O projeto de

intervenção será orientado pela Teoria Marxista, que fornecerá elementos que irão

possibilitar a análise da realidade superando a aparência dos fenômenos pelo

desvelamento do “real aparente” chegando ao “real concreto”.

É preciso ter a realidade como objeto de pesquisa, enquanto totalidade inserida

em outras totalidades maiores e de maior complexidade, realidade esta que não se

encontra estática, mas sim em movimento dialético. É preciso também considerar o

contexto histórico do objeto a ser analisado, considerando os processos sociais, os

conceitos e as condições socioeconômicas de produção dos fenômemos.

Os princípios fundamentais do método materialista-dialético marxista se

baseiam na perspectiva de totalidade, na dialética e na historicidade.

Quando se refere à totalidade, reconhece que a sociedade não pode ser pensada

de forma fragmentada, ou seja, que os fenômenos não podem ser analisados

isoladamente, devendo ser apreendido como uma totalidade social. Dessa forma

reconhecemos a existência de uma ligação indissolúvel entre a história dos fatos

econômicos, sociais, políticos e culturais. Portanto, ao analisar um fenômeno devemos

compreender suas dimensões de universalidade, particularidade e singularidade.

Page 12: Trabalho de Sabrina

A aproximação ao objeto de investigação deve se realizar por meio de um

processo dialético entre os fenômenos e sua essência, de negação e superação, o

singular e o universal. Isso significa que quando existe uma explicação na perspectiva

da totalidade, há que se interrogar sobre todos os aspectos, desvendando do real algo

que está dado.

“Somente através de aproximações sucessivas, o real é apreendido, problematizado, confrontado, desmistificado, reconstruído, na medida em que se tornam explícitas suas determinações conjunturais e estruturais, constitutivas de uma totalidade dinâmica que contém aspectos micro e macrossocietários, inscrita em um contexto ainda maior e mais complexo” (ALVES, 2008)

O projeto de intervenção iniciará com visitas domiciliares, instrumento que

proporcionará a aplicação de um questionário, de forma a conhecer a sua realidade das

famílias, qual o melhor horário para a participação das mães nos grupos e temas do seu

interesse a serem discutidos nas reuniões.

A partir das informações e dos dados obtidos, serão feitos análises dos mesmos

com o intuito de saber a melhor forma de desenvolver os encontros dos grupos e os

temas escolhidos.

Após a análise dos dados, será feito uma reunião com os demais profissionais da

Unidade que participarão do projeto, que são: Pediatra, enfermeira e as suas acadêmicas

e Agentes Comunitários de Saúde.

A partir dos temas sugeridos pelas famílias, serão elaborados os encontros com

os familiares. As reuniões serão desenvolvidas através de: dinâmicas de grupo,

desenvolvimento dos temas escolhidos e no final uma avaliação da reunião feito pelas

famílias.

Recursos

Recursos Humanos:

Os profissionais da Unidade de Atenção Primária à Saúde: Pediatra, Enfermeira,

Serviço Social, Agentes Comunitários de Saúde e as acadêmicas de Serviço Social

e Enfermagem.

Recursos Materiais:

Papel, Lápis, TV, DVD, Pendrive, Computador, brinquedos, revistas, cola,

tesoura

Page 13: Trabalho de Sabrina

Avaliação

As avaliações serão feitas ao final de cada encontro e ao final do projeto, tanto

por parte das famílias e entre os profissionais.

Cronograma

ATIVIDADE

S

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Determinação

do Objeto

X X

Pesquisa

Bibliográfica

X X

Elaboração do

Projeto

X X

Entrega do

Projeto

X

Visitas

domiciliares

X X

Análise dos

dados obtidos

X

Reunião com

os demais

profissionais

X

Realização

dos grupos

educativos

X X X

Avaliação X

Bibliografia

Page 14: Trabalho de Sabrina

VASCONCELOS, Ana Maria. Serviço Social e Práticas Democráticas na Saúde. In: Serviço Social e Saúde: Formação e Trabalho Profissional. São Paulo. Cortez, 2009

MIOTO, Regina Célia; NOGUEIRA, Vera Maria Ribeiro. Sistematização, Planejamento e Avaliação das Ações dos Assistentes Sociais. In: Serviço Social e Saúde: Formação e Trabalho Profissional. São Paulo. Cortez, 2009.

BAPTISTA, Mirian Veras. Planejamento social: Intencionalidade e instrumentação. São. Paulo. Veras Editora, 2007

Ministério da Saúde - Cadernos de Atenção Básica n° 26 – Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva, Brasilia – DF 2010

Sociedade Brasileira de Pediatria – Tratado de Pediatria

Saúde da criança: Nutrição infantil, disponivel em http://www.telessaudebrasil.org.br/lildbi/docsonline/8/1/118CAB_23_Saude_da_Crianca_em_01_06_09.pdf

Desnutrição, dismponivel em http://www.pbh.gov.br/smsa/biblioteca/protocolos/desnutricao.pdf

Implementação da Educação Nutricional no serviço Público de Saúde na Visão de Profissionais de Saúde e Usuarios deste Serviço, disponivel emhttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/premio2006/Wanessa_E_MH.pdf

Desnutrição, Ameaça a Saúde, disponivel em http://www.unicef.org/brazil/pt/Pags_040_051_Desnutricao.pdf