Trabalho de TCC questoes monetarias

Embed Size (px)

DESCRIPTION

trabalho sobre sistema de pagamento brasileiro

Citation preview

  • UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PS-GRADUAO LATO SENSU

    INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

    O SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO

    Princpios bsicos, organizao e evoluo

    Bruno de Fontes Barbosa

    Orientador

    Prof. SERGIO MAJEROWICZ

    Rio de Janeiro

    2010

  • 2

    UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PS-GRADUAO LATO SENSU

    INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

    O SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO

    Princpios bsicos, organizao e evoluo

    Apresentao de monografia Universidade

    Candido Mendes como requisito parcial para

    obteno do grau de especialista em Finanas e

    Gesto Corporativa

    Por: Bruno de Fontes Barbosa

  • 3

    AGRADECIMENTOS

    Aos Professores, amigos e colegas de

    trabalho, que direta ou indiretamente

    me auxiliaram no s na criao deste

    trabalho, como tambm em toda

    extenso deste curso de ps-

    graduao.

  • 4

    DEDICATRIA

    Dedico este trabalho aos meus quatro

    pilares de sustentao de vida: minha

    me por seu amor incondicional, meu

    irmo pelo exemplo de real amizade,

    Aline Incio Goulart de Andrade, minha

    namorada e futura me de meu(s) filho(s)

    e por ltimo, mas no menos importante,

    a DEUS.

  • 5

    RESUMO

    O Sistema de Pagamentos Brasileiro SPB foi implantado e testado

    pelo Banco Central, pelas instituies financeiras e pelas Cmaras (de

    Pagamentos, de Ativos, de Cmbio e de Derivativos), que foram criadas para

    permitir seu funcionamento a partir da mais avanada tecnologia e experincia

    internacionais em sistemas similares e da anlise das particularidades do

    Sistema Financeiro Nacional. Ao adotar um padro consagrado

    internacionalmente, o Brasil entra para o grupo de pases que monitoram em

    tempo real as reservas de seus bancos. Dessa forma, evita surpresas e

    turbulncias que possam dificultar o funcionamento do sistema financeiro e da

    economia e reduzindo os riscos das transaes para todos aqueles que

    recebem pagamentos e transferncias em geral.

    Este texto tem por objetivo focalizar o SPB sob a tica da tecnologia,

    risco e segurana envolvidos no processamento das transaes financeiras

    que compem o sistema.

  • 6

    METODOLOGIA

    Para o desenvolvimento deste trabalho foi utilizada a pesquisa

    bibliogrfica juntamente com o levantamento de informaes adquiridas em

    sites ligados ao mercado financeiro.

    Alm disso, foi levada em conta a experincia adquirida pelo

    monografista ao longo de pouco mais de dois anos atuando na funo de

    Assistente de Piloto de Reserva Bancria em uma instituio financeira.

  • 7

    SUMRIO

    INTRODUO 08

    CAPTULO I - O que o SPB? 09

    CAPTULO II - Como era constitudo 10

    CAPTULO III - Mas por que a necessidade de mudar? 13

    CAPTULO IV - A reestruturao 16

    CAPTULO V - A organizao do novo SPB 24

    CAPTULO VI - Impactos para a sociedade 50

    CONCLUSO 53

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 54

    NDICE 55

    FOLHA DE AVALIAO 57

  • 8

    INTRODUO

    Dificilmente podere-se entender algo que diga respeito ao Sistema

    Financeiro Nacional (SFN) sem esbarrar no entendimento, mesmo que

    superficial, do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). A busca contnua de

    melhorias sistmicas e de segurana por parte do Banco Central (BC) resultou

    na criao do SPB. Tal medida possibilitou a reduo significativa dos riscos e

    manteve o sistema financeiro nacional entre os mais modernos do mundo,

    tornando-o seguro, eficiente, gil e transparente.

    Este estudo, basicamente voltado aos que no tem contato com o

    mercado financeiro, busca resumir e mostrar a importncia de se ter um

    sistema confivel para as transaes financeiras do dia a dia. necessrio

    saber que existe um esforo contnuo do BC na busca de novas tecnologias e

    ferramentas que possibilitem a melhoria do SPB. Todos realizam algum tipo de

    transao financeira, e mesmo sem saber, essa transao passa pelo SPB.

    Atravs de uma linguagem simples e objetiva buscarei ratificar a

    importncia social do SPB. Social sim, pois o SPB est presente: quando se

    paga um boleto, emite-se um cheque, faz-se um DOC, envia-se uma TED e

    etc. Ter conhecimento disso possibilita uma maior confiana no s nas

    transaes financeiras do dia a dia como tambm no Sistema Financeiro

    Nacional.

  • 9

    CAPTULO I

    O que o SPB?

    Os sistemas e procedimentos criados para a liquidao das transaes

    financeiras so conhecidos como sistemas de pagamentos ou sistemas de

    liquidao de ativos. Os sistemas de pagamentos ou, como denominados

    internacionalmente, sistemas de transferncia de fundos entre bancos

    (interbank funds transfer systems) so o conjunto de regras, procedimentos e

    arranjos tecnolgicos responsveis, dentro de uma determinada rea

    geogrfica, pela transferncia de recursos financeiros entre bancos e outras

    instituies financeiras, por conta prpria ou em nome de seus clientes.

    1.1 Viso Geral

    O conceito bsico de um sistema de pagamento do mercado financeiro

    o de que, quando uma instituio financeira monetria um banco comercial

    ou um banco mltiplo com carteira comercial estiver efetivando um

    pagamento, o estar fazendo atravs de outro banco que, por sua vez, estar

    efetivando um recebimento atravs de sua conta de reserva bancria.

    Essas contas so similares a uma conta-corrente, pois nela

    processada toda a movimentao financeira diria dos bancos, decorrente

    de operaes prprias ou de seus clientes.

    A funo bsica de um sistema de pagamentos transferir recursos,

    bem como processar e liquidar pagamentos para pessoas, empresas, governo,

    Banco Central e instituies financeiras. Ou seja, praticamente todos os

    agentes atuantes em nossa economia. O cliente bancrio, por exemplo, utiliza-

    se do sistema de pagamentos toda vez que emite cheques, faz compras com

    carto de dbito e de crdito ou ainda quando envia um DOC Documento de

    Crdito.

  • 10

    CAPTULO II

    Como era constitudo

    O entendimento de como era a estrutura do SPB anterior reforma

    ocorrida em 2002 fundamental para que se possa mensurar toda mudana

    em termos, no s de segurana, como das melhorias que viro em

    conseqncia de sua reforma.

    2.1 Organizao anterior reestruturao de 2002

    Em sua essncia, o sistema de pagamentos anterior ao SPB era

    composto por quatro cmaras de compensao SELIC, CETIP, COMPE e

    CMBIO.

    No SELIC Sistema Especial de Liquidao e Custdia Eram

    compensadas as operaes de mercado primrio e secundrio com ttulos

    pblicos federais e de depsitos interfinanceiros em reserva DI Reserva

    Com liquidao financeira na conta de reservas bancrias, s 23 horas do

    mesmo dia da negociao, ou seja, em D+0.

    Para evitar o risco de principal, a transferncia da custdia do ttulo

    estava vinculada liquidao financeira do valor em reais correspondentes, ou

    seja, utilizao do mecanismo de entrega contra pagamento (Delivery Verus

    Payment DVP).

    Caso houvesse problemas de liquidao, a operao podia ser

    desfeita, evitando-se o risco de principal, mas, certamente, transferindo-se

    para o Banco Central (BC), que agiria como emprestador de ltima instncia

    para evitar a possibilidade do risco sistmico, que poderia surgir pela quebra

    da cadeia de negociao em seus pagamentos e recebimentos.

  • 11

    Evita-se o risco Sistmico, mas estimulava-se o risco moral, ou seja, o

    risco de incentivar aos bancos a serem mais agressivos em seus negcios e,

    portanto, menos criteriosos em suas operaes, relaxando seus controles de

    crdito operacional, por saber que sempre poderiam contar com o apoio do

    sempre presente BC.

    Na CETIP Balco Organizado de Ativos e Derivativos eram

    registradas e liquidadas as operaes de mercado secundrio com ttulos

    privados e alguns ttulos pblicos federais, alm das operaes de mercado

    primrio e secundrio de ttulos pblicos estaduais e municipais, sempre com

    liquidao financeira via reservas bancrias, at as 16 horas do dia seguinte ao

    da negociao, ou seja, D+11.

    Alm disso, era feita a ponte para a liquidao financeira via reservas

    bancrias, das operaes realizadas na BOVESPA, em D+5, e na BM&F, em

    D+1.

    Da mesma forma que o SELIC, a CETIP tambm utilizava o

    mecanismo de entrega contra pagamento.

    No COMPE Servio de Compensao de Cheques e Outros Papis -

    , era realizada a compensao de todos os cheques, documentos de crdito e

    ttulos para pagamento que transitam pelo sistema bancrio, independente do

    fato de seu valor ser alto ou baixo. Cheques de valor igual ou superior a

    R$300,00 eram liquidados financeiramente via reservas bancrias em D+1, e

    os de valor inferior, em D+2.

    No sistema de CMBIO, eram realizadas todas as operaes

    interbancrias com moeda estrangeira, sempre com liquidao financeiras em

    reais vias reservas bancrias em D+2, sendo que a liquidao financeira em

    moeda estrangeira e feita em NOVA YORK.

    1 Onde D seria o dia da operao e o numeral a quantidade de dias entre a operao e a liquidao.

  • 12

    Tradicionalmente, essas cmaras executavam a liquidao das

    operaes que nelas transitavam atravs do Sistema de Liquidao de

    Valores Defasados Lquidos LDL (Deferred Net Settlement DNS) -, no

    qual as operaes de pagamento e recebimento de documento e/ou compra e

    venda de ttulos pblicos e privados so registrados ao longo do dia e

    compensados por diferena ao final do dia para, ento, sensibilizar, no

    confronto de crditos e dbitos, as contas de reservas bancrias dos bancos

    junto ao BC.

    Entretanto nenhuma dessas cmaras coexistia mecanismos de

    gerncia de riscos que permitissem solucionar os problemas de liquidez ou,

    mais grave ainda, da insolvncia de seus participantes.

    Ou seja, como as mensagens de liquidao financeira, enviadas por

    todas essas cmaras ao BC, no recebiam crticas quanto a disponibilidade de

    saldo positivo em conta de reservas bancrias, o sistema de pagamento

    anterior ao novo SPB podia, portanto, permitir a manuteno de saldo negativo

    de um banco ao longo de todo um dia de operao, na expectativa, e no na

    certeza, de um lanamento a crdito, salvador, que revertesse o saldo de

    negativo para zero ou positivo, ao final do dia.

    Dessa forma, era o BC que assumia todo o risco de insolvncia do

    sistema, ao conceder, aos seus participantes, crdito sem limite e sem

    garantia, via saque a descoberto nas contas de reservas bancrias.

    Estima-se que em 12/2001 a concesso desse crdito circunstancial e

    indesejvel pelo BC tenha atingido um valor entre seis (6) bilhes e sete (7)

    bilhes de reais.

  • 13

    CAPTULO III

    O Banco Central (BC) e o sistema bancrio tm boas razes para

    reestruturar o SPB: reduzir significativamente riscos e manter o sistema

    financeiro nacional entre os mais modernos do mundo seguro, eficiente,

    gil e transparente.

    3.1 - Mas por que a necessidade de mudar?

    O risco do sistema atual decorrente da situao em que um banco

    com problemas de liquidez no consegue saldar suas obrigaes, ou seja, no

    possui saldo disponvel em sua conta Reserva bancria. Esse risco

    minimizado, em parte, pelo comportamento histrico do Banco Central, que

    auxilia a instituio em questo, a fim de evitar que a falta de liquidez se

    multiplique para todo o Sistema Financeiro.

    3.2 - Os problemas

    s 7h de cada dia, so lanados na conta de reserva bancria os

    resultados financeiros apurados em diferentes cmaras de compensao,

    relativos a transaes realizadas em dias anteriores nos diversos mercados,

    bem como o resultado da compensao, entre os bancos, dos valores pagos

    pelas pessoas fsicas e jurdicas por intermdio dos instrumentos de

    pagamento usuais no Brasil, que so os cheques e os denominados DOC. s

    23h, lanado o resultado financeiro das negociaes de ttulos pblicos

    federais realizados entre os bancos ao longo do prprio dia.

    Atualmente, ainda que o banco no disponha de saldo suficiente em

    sua conta para satisfazer os pagamentos previstos para as 7h, o BC d curso

    liquidao de tais obrigaes e o banco passa a apresentar saldo negativo

    na conta Reservas Bancrias. Esse saldo negativo , normalmente,

  • 14

    regularizado s 23h, pois os bancos mantm ttulos pblicos federais em

    volume suficiente para o adequado gerenciamento de seu caixa.

    Em mdia, a soma dos saldos negativos nas contas Reservas

    Bancrias, entre as 7h e s 23h de cada dia, atinge R$ 6 bilhes. Essa a

    dimenso do risco privado assumido diariamente pela sociedade brasileira por

    intermdio do BC, devido sistemtica operacional do sistema de pagamentos

    brasileiro.

    comum a argumentao de que, quando o problema de liquidez de

    determinado banco grave, o BC sustenta a sobrevida da instituio por meio

    de emprstimos.

    Atuar de modo diferente, quando configurado o problema, significa

    rejeitar aqueles lanamentos das 7h, caso representem valor negativo que

    supere a soma do saldo na conta Reservas Bancrias e do valor dos ttulos

    pblicos federais de propriedade da instituio.

    Ao rejeitar tais lanamentos, o BC estar transferindo a falta de

    liquidez do banco para todo o resto do sistema financeiro e para a clientela do

    sistema bancrio. Isso pode gerar a denominada crise sistmica, com a quebra

    sucessiva de instituies financeiras, em efeito domin, e a interrupo da

    cadeia de pagamentos do setor real da economia, seguida, invariavelmente, de

    recesso econmica. Dimensionar o risco de crise sistmica nem sempre

    trivial.

    O balano do BC, de junho de 2001, indica, para a data de liquidao

    de algumas instituies, que os emprstimos com base no PROER atingiram

    cifra de R$16,9 bilhes e que outros R$ 12,3 bilhes corresponderam ao saldo

    devedor nas respectivas contas Reservas Bancrias. Esses ltimos decorrem

    de lanamentos no rejeitados, embora as instituies no dispusessem de

    liquidez suficiente ou de garantias para oferecer em um emprstimo.

  • 15

    Anteriormente, importantes cmaras de compensao2, onde so

    apurados os resultados financeiros de inmeras transaes realizadas no Pas,

    so meras processadoras e o risco inerente aos bancos que liquidam tais

    operaes suportado diariamente pelo BC.

    A cmara de compensao de cheques, operada pelo Banco do Brasil,

    um exemplo tpico. Nela so compensados mensalmente, em mdia,

    cheques e DOC no valor total de R$ 257 bilhes (mais de R$ 12 bilhes por

    dia). Esses instrumentos de pagamento so apropriados para operaes de

    varejo, mas no caso brasileiro, em face da ausncia de alternativas, so

    largamente utilizados para a liquidao de obrigaes de alto valor.

    O convvio, em um mesmo ambiente, de instrumentos de pagamento

    de baixo e de alto valor inapropriado. As cmaras para grandes valores tm

    foco no gerenciamento de riscos, com a exigncia de garantias e o

    estabelecimento de limites aos bancos. As cmaras para o varejo so

    desenhadas com ateno especial ao custo de transao, que se elevaria com

    a eventual exigncia de garantias.

    2 A CETIP um exemplo de cmara de compensao.

  • 16

    CAPTULO IV

    A reestruturao

    A reestruturao do sistema de pagamentos compreende um conjunto

    de medidas que solucionam os graves problemas apontados anteriormente.

    Assim, os dois pilares bsicos que nortearam o SPB

    foram: 1) Todos os riscos anteriores incorridos pelo BC

    devem ser irreversivelmente, transferidos para todos os

    participantes do mercado; e 2) As novas Clearings,

    adaptadas ou criadas, devem ter agilidade e flexibilidade

    necessrias e suficientes para gerir as garantias exigidas

    aos participantes, de forma a assegurar a liquidao das

    operaes, mesmo na ocorrncia da inadimplncia de

    uma contraparte. (Fortuna, 2010, p.782).

    4.1 As solues

    Monitoramento, em tempo real, do saldo de cada conta Reservas

    Bancrias, no sendo admitido, a partir do dia 24 de junho de 2002,

    saldo devedor em qualquer momento;

    Oferta de emprstimo ponte dirio (redesconto intradia), mediante

    operaes de compra, pelo BC, de ttulos pblicos federais dos

    bancos, que devero recomprar os ttulos do BC no prprio dia,

    registrando-se em tempo real o resultado financeiro na conta

    Reservas Bancrias. Isso garante, sem risco para o BC, a oferta da

    liquidez necessria (de R$ 6 bilhes, em mdia, como antes

    mencionados) para o normal fluxo dos pagamentos ao longo do dia;

  • 17

    Implantao de sistema que processar ordens de transferncia

    eletrnica de fundos entre bancos, inclusive as por conta de clientes.

    Assim, passar a existir alternativa segura aos cheques e DOC para

    a realizao de pagamentos de grande valor;

    Criao, pelo setor privado, de rede de telecomunicaes dedicada

    exclusivamente ao sistema financeiro e operada sob rgidos padres

    de segurana e confiabilidade definidos pelo BC, permitindo a

    liquidao financeira em tempo real de transaes;

    Assuno do risco privado pelo setor privado, com a definio de

    regras mais rgidas para as cmaras de compensao privadas, que

    devero adotar adequados mecanismos de gerenciamento de riscos,

    como o estabelecimento de limites para os bancos com base no

    recebimento prvio de garantias. Se o BC rejeitar lanamento na

    conta Reservas Bancrias de um banco que no disponha de liquidez

    suficiente, a cmara executar as garantias que lhe tenham sido

    entregues pelo banco inadimplente e honrar os pagamentos

    correspondentes, com fundamento na Lei 10214/2001;

    Adoo de mecanismo indutor oferta, pelos bancos, de novos produtos clientela, que permitam a migrao dos pagamentos de

    valor maior do que R$ 5 mil, hoje realizados por cheques e DOC,

    para instrumentos de pagamento eletrnicos adequadamente

    estruturados.

  • 18

    4.2 Reestruturao do SPB

    A Diretoria do Banco Central, em reunio de 30.6.99, aprovou projeto de

    reestruturao do Sistema de Pagamentos Brasileiro. O projeto compreendeu,

    basicamente, dois aspectos:

    Estabelecimento de diretrizes a serem observadas na reestruturao

    do Sistema de Pagamentos brasileiro, com vistas ao melhor

    gerenciamento do risco sistmico;

    Implantao de sistema de transferncia de grandes valores com

    liquidao bruta (pagamento a pagamento) em tempo real e alterao

    no regime operacional da conta Reservas Bancrias, que passar a

    ser monitorada em tempo real.

    A seguir esto indicadas e comentadas as diretrizes aprovadas:

    4.2.1 Definio do papel do Banco Central

    O Banco Central, alm da prestao de servios, regulamenta e

    monitora o sistema de pagamentos, segundo sua esfera de competncia.

    Desse modo, a liquidao financeira na conta Reservas Bancrias

    deve ser regulamentada pelo Banco Central. Essa regulamentao envolve

    desde horrios de realizao dos lanamentos, at os requisitos a serem

    observados pelos que pretendem ser titulares da conta e pelas cmaras de

    compensao (clearings) que realizam, ou pretendem realizar, diretamente na

    conta Reservas Bancrias a liquidao financeira das transaes que dem

    curso.

  • 19

    Igualmente, deve o Banco Central recomendar aos participantes a

    implantao ou os aperfeioamentos que julguem necessrios quanto ao

    controle dos riscos que incorrem no sistema de pagamentos.

    4.2.2 Reduo do risco de crdito do Banco Central

    Todas as transaes realizadas na economia que envolva pagamentos

    sem a utilizao de papel-moeda se transformam em transferncias de fundos

    entre contas Reservas Bancrias tituladas no Banco Central. Essas

    transferncias de fundos se realizam ao longo do dia, atualmente em horrios

    concentrados, parte no perodo da manh e parte no fim do dia.

    A verificao do saldo de cada conta Reservas Bancrias feita

    considerando-se o saldo de encerramento, o que leva, eventualmente, a

    elevado risco no crdito concedido pelo Banco Central, representado por saldo

    negativo na mencionada conta, sem qualquer limite ou colateral, que, na

    grande maioria dos casos, somente regularizado ao final do dia.

    O novo regime compreender alteraes em aspectos operacionais,

    como o monitoramento em tempo real do saldo da conta Reservas Bancrias

    de cada instituio e o estabelecimento de horrios a serem observados no

    lanamento dos resultados financeiros oriundos das diferentes clearings.

    Tambm implicar alteraes em questes formais, como o estabelecimento

    de contratos entre o Banco Central e os titulares da conta e entre o Banco

    Central e as clearings, por intermdio dos quais sero fixados claramente os

    deveres e responsabilidades das partes, inclusive procedimentos em caso de

    inadimplncia de qualquer titular da conta Reservas Bancrias.

  • 20

    4.2.3 Irrevogabilidade e incondicionalidade dos pagamentos

    (finality)

    Em sistemas de transferncia de grandes valores, de que so

    exemplos o "Chips" e o "Fedwire", que vierem a ser operados no pas, as

    ordens, depois de efetivadas, devero ser irrevogveis e incondicionais. Neste

    caso, entende-se por efetivao da ordem o registro do lanamento na conta

    Reservas Bancrias, no caso de sistema operado pelo Banco Central, ou, no

    caso de sistema operado por clearing privada, a confirmao, pela clearing,

    mesmo antes de ocorrer liquidao em conta junto ao Banco Central, de que

    a transferncia foi autorizada, eis que atendidos os requisitos estabelecidos

    pela gestora.

    Junto a este princpio, de irrevogabilidade e incondicionalidade de

    pagamentos, que na literatura sobre a matria definido como finality, tambm

    foi estabelecida a diretriz, internacionalmente identificada como certainty of

    settlement, estabelecendo que as clearings, que efetivem a liquidao

    financeira defasada em contas no Banco Central e segundo valores

    multilaterais lquidos, devem ter condies de assegurar a liquidao financeira

    das operaes at o encerramento do dia, mesmo na hiptese de o Banco

    Central rejeitar qualquer lanamento em conta Reservas Bancrias.

    4.2.4 Participantes com pleno conhecimento dos riscos

    envolvidos nos sistemas em que operam

    Esta diretriz dar condies para os participantes gerenciarem

    adequadamente os riscos que incorrem em suas operaes no Sistema de

    Pagamentos.

    Os regulamentos das diferentes clearings devem ser explcitos quanto

    s responsabilidades do participante e da prpria clearing, assim como devem

    estar claramente definidas as responsabilidades do Banco Central. Em

  • 21

    qualquer caso, os procedimentos aplicveis na hiptese de inadimplemento de

    qualquer participante devem estar minuciosamente definidos, inclusive no

    tocante aos mecanismos de repartio de perdas.

    4.2.5 Reduo da defasagem entre a contratao de operaes e

    a sua liquidao financeira

    O risco em sistemas de pagamentos advm, principalmente, da

    defasagem entre a realizao das transaes e a respectiva liquidao

    financeira. Ademais, o risco sistmico advm, precipuamente, de transaes

    que envolvam grandes valores.

    No caso brasileiro, parcela significativa dos pagamentos e

    transferncias, em termos de valor, realizada por meio de cheques ou

    documentos de crdito, que exigem at um dia para a sua confirmao.

    A introduo de sistema para transferncia de grandes valores,

    operando em tempo real e com liquidao bruta (RTGS) no Banco Central,

    constituir plataforma para a reduo da defasagem de liquidao financeira

    de inmeras transaes, reduzindo sobremaneira o risco no Sistema de

    Pagamentos Brasileiro.

    Os pagamentos cursados por esse sistema observaro os princpios j

    enumerados de irrevogabilidade e incondicionalidade. O sistema acatar

    exclusivamente ordens de crdito e a informao pertinente ao pagamento

    somente ser transmitida ao creditado concomitantemente validao do

    lanamento na conta Reservas Bancrias. Essa validao somente ocorrer se

    o saldo disponvel na conta da instituio que comandar a ordem suportar o

    respectivo dbito.

  • 22

    4.2.6 Clearings com mecanismos para reduo de risco e

    contingncia adequada

    As clearings que forem consideradas "sistemicamente importantes"

    devero adotar mecanismos para reduo de risco e dispor de esquema de

    contingncia que dem conforto autoridade monetria, no tocante ao risco

    sistmico.

    Os critrios a serem observados para estabelecer se a clearing ou

    no "sistemicamente importante" sero definidos oportunamente.

    Dentre os mecanismos para reduo de risco, aplicveis isoladamente

    ou em conjunto, conforme os casos tm-se, por exemplo, a sistemtica de

    "entrega contra pagamento" (delivery versus payment DVP), estabelecimento

    de limites bilaterais pelos participantes e de limites multilaterais pela clearing,

    ambos monitorados em tempo real, garantias aportadas pelos participantes s

    clearings, regras de repartio de perdas e, claro, condies para a

    execuo tempestiva e segura das garantias.

    Quanto aos mecanismos de contingncia, devem ser estabelecidas de

    modo a que, na hiptese de acontecimentos fortuitos, as transaes sob a

    responsabilidade da clearing possam ter curso normal e se encerrarem

    tempestivamente.

    4.2.7 Adoo de base legal adequada

    As alteraes de ordem legal e regulamentar que se fizerem

    necessrias para permitir que as diretrizes acima enumeradas sejam

    alcanadas sero objeto de proposta pelo Banco Central.

    Dentre os pontos que necessitaro de dispositivo legal, pode-se

    mencionar, de pronto, o reconhecimento de crditos decorrentes de

  • 23

    compensao multilateral e as alteraes que permitiro a execuo segura

    das garantias aportadas s clearings.

    Deve ser ressaltado que o Banco Central tem a firme disposio de

    implantar o projeto no menor prazo possvel e de faz-lo mediante intensa

    negociao, propiciando ampla discusso dos aperfeioamentos a serem

    introduzidos e das alteraes nos sistema e rotinas operacionais com todos os

    interessados, buscando-se, sempre, decises consensuais, observadas as

    diretrizes acima enumeradas.

    Isso porque, reestruturao de sistemas de pagamentos encerra

    modificaes e melhoramentos nos sistemas antigos e, conseqentemente,

    mudanas de hbitos culturais e tecnolgicos dos agentes do mercado que

    neles atuam, alm de eventualmente provocar repercusses nos mecanismos

    de transmisso da poltica monetria, a qual ser to mais eficiente quanto o

    for o sistema de pagamentos.

  • 24

    CAPTULO V

    A organizao do novo SPB

    O projeto de constituio do novo SPB foi aprovado em reunio do BC

    em 30/06/99, fundamentado no estabelecimento de diretrizes que permitissem

    o melhor gerenciamento do risco sistmico e tendo como pilar bsico

    centralizador das operaes a implantao de um sistema de transferncia de

    grandes valores com liquidao bruta operao por operao, em tempo

    real, internacionalmente conhecido como Real Time Gross System RTGS, e

    aqui denominado de Sistema de Transferncia de Reservas STR criado e

    regulamentado pela circular 3.100, de 28/03/02, e seu regulamento anexo, do

    BC.

    5.1 Viabilizando o SPB

    As efetivas aes do BC para a viabilizao das diretrizes que

    nortearam a criao do novo SPB foram:

    No tocante s contas de reservas bancrias

    Para evitar que o BC tenha que assumir o risco de falta de liquidez

    dos bancos comerciais ou mltiplos com carteira comercial (as

    instituies financeiras monetrias, ou seja, as que tm reserva junto

    ao BC), eles no podem, em hiptese alguma, e em nenhum

    momento do dia, ter saldo negativo em sua conta de reserva

    bancria.

    Por conseqncia, as instituies no podem mais sacar a

    descoberto de suas contas de reserva bancrias, pois a maior parte

    de suas movimentaes feita atravs de operaes em tempo real,

  • 25

    mediante a disponibilidade de recursos em reais ou em ttulos

    pblicos federais.

    Cria-se nos bancos a atividade do Piloto de Reservas,

    representando por profissional especializado, responsvel por

    garantir a permanente disponibilidade de recursos na conta de

    reservas bancrias que, a cada momento, seja capaz e honrar os

    compromissos do banco e de seus clientes.

    Todas as contas de reservas bancrias sero monitoradas pelo BC

    atravs do Sistema de Transferncia de Reservas STR , seja em

    tempo real, operao por operao, na modalidade Liquidao Bruta

    em Tempo Real LTBR , seja pela compensao lquida de saldos,

    na modalidade Liquidao Defasada Lquida LDL.

    Um sistema de prioridade de lanamento das movimentaes nas

    contas de reservas bancrias estabelecido, de forma a garantir

    velocidade, consistncia e segurana do conjunto de operaes.

    As instituies que necessitarem garantir sua liquidez ao longo de um

    dia de operaes, para fazer face ao seu fluxo de pagamentos,

    podem obter recursos em reais junto ao BC redesconto intradia a

    custo zero, com o registro em tempo real do resultado financeiro na

    conta de reservas bancrias.

    As operaes de movimentao nas contas de reservas bancrias

    no podem ser canceladas, pois os lanamentos so finais, ou seja,

    irrevogveis e irretratveis.

    Para poderem participar da compensao no SPB e contribuir para

    retirar a responsabilidade de risco do BC, cada um dos participantes

    deve disponibilizar recursos em sua conta de reservas bancrias, ao

  • 26

    incio de cada dia, no momento de abertura das operaes de

    movimentao, e que so utilizados ao longo do dia.

    5.2 O Sistema de Mensageria

    Toda a dinmica do SPB foi fundamentada nos conceitos de

    processamento desse sistema.

    A comunicao entre os diferentes sistemas do SPB, seja de dbito ou

    crdito de valores, ou de simples confirmao, somente pode ser feita atravs

    de uma das centenas de mensagens especficas, com protocolo padronizado,

    especialmente criado para o atendimento de cada movimentao do SPB.

    Na sua essncia, o Sistema de Mensageria demanda e processa todo

    o relacionamento entre as instituies financeiras e seus clientes, com o STR,

    os sistemas de lanamento em tempo real do BC e as Clearings Houses.

    importante que fique claramente entendido que, no novo SPB, o

    Sistema de Mensageria, exceo dos lanamentos comandados em tempo

    real pelos sistemas proprietrios do BC, segue o conceito de comando de

    liquidao pelo devedor, no qual todos os pagamentos devem ser feitos a

    crdito de uma conta de reservas bancrias.

    Dessa forma, as transferncias de recursos das contas de reservas

    bancrias sempre sero comandadas pela instituio financeira devedora, a

    dbito de sua conta de reserva bancria que, j vimos no poder ficar

    negativa em nenhum momento, e a favor da conta de reserva bancria da

    instituio financeira credora do lanamento.

    Tal fato aumenta a responsabilidade das instituies financeiras no

    tratamento das mensagens e no cumprimento dos horrios para a

  • 27

    concretizao dos pagamentos, e, como conseqncia, a necessidade de uma

    maior competncia no exerccio da atividade bancria, dentro de um conceito

    de cooperao operacional integrada.

    5.3 O Sistema de Transferncia de Reserva STR

    O ncleo do SPB o Sistema de Transferncia de Reservas STR

    pois o nico veculo para movimentao das contas de reservas bancrias

    das instituies financeiras autorizadas pelo BC a possui-las e moviment-las.

    O STR tem como caracterstica principal, quando do recebimento de

    mensagens de transferncias na conta de reservas bancrias diretamente das

    instituies financeiras, ou a partir dos diversos sistemas de lanamentos do

    BC, a adoo do sistema de liquidao bruta em tempo real LBTR

    operao a operao.

    As transferncias efetuadas diretamente pelas instituies financeiras

    no STR deveriam. Obrigatoriamente, atender, no incio da implantao do SPB

    em 22/04/2002, s operaes que envolvessem valores elevados (estipulou-se

    um valor inicial de R$5 mil, aumentando posteriormente por solicitao, por

    motivos precaucionais, da Febraban, para R$5 milhes). Esses valores foram

    decrescendo medida que o SPB se consolidou, estando atualmente em R$5

    mil.

    No caso especfico das transferncias de recursos originadas das

    cmaras de compensao privadas, h, ao longo do dia, um intervalo de

    tempo especfico janela de liquidao do STR para a sensibilizao

    imediata, pelo valor lquido especificado, das contas de reservas bancrias

    envolvidas.

    Alm disso, o STR s permite que uma transferncia de recurso seja

    efetivada, independente da origem da mensagem, caso haja recursos

  • 28

    disponveis na conta de reservas bancrias da instituio financeira que estiver

    sendo debitada instituio pagadora ou devedora.

    Outra das grandes revolues do SPB via o STR, a possibilidade de

    transferncia em tempo real de valores entre contas correntes de bancos

    diferentes, independente de sua localizao geogrfica, desde, claro. Que

    sejam respeitadas as exigncias de disponibilidade de saldo na conta de

    reservas bancrias do banco sacado.

    A utilizao do STR cobrada s instituies financeiras pelo nmero

    de mensagens processadas enviadas ou recebidas sendo o encargo

    cobrado tanto do emissor quanto do recebedor. H um desconto de 50% para

    as mensagens enviadas no intervalo de tempo entre 6:30 e 8:00 da manh.

    5.4 Os Sistemas de Lanamento em Tempo Real do BC

    Neste grupo de sistemas que executam os lanamentos pelo mtodo

    da liquidao bruta em tempo real LBTR podemos classificar os seguintes

    sistemas:

    Sistema Especial de Liquidao e Custdia SELIC

    Sistema de Depsitos Compulsrios RCO

    Sistema de Redescontos RDI

    Sistema do Tesouro Nacional STN

    Sistema do Meio Circulante CIR

    Sistema de Lanamentos Diversos SLB

    Todos estes sistemas interagem com o Sistema de Mensageria, so

    comandados e monitorados pelo BC e sensibilizam as reservas bancrias das

    instituies financeiras autorizadas, sempre, atravs do STR.

  • 29

    Todo o conjunto de sistemas de lanamento do BC, da mesma forma

    que o STR, j est sintonizado dentro do conceito de quanto mais rpido for

    completada a transao, menor o risco financeiro envolvido e menores so

    os custos de processamento envolvidos para os operadores.

    O objetivo final de todo SPB o de que toda e qualquer transao,

    seja de pagamento ou recebimento seja de compra ou venda, ocorra de forma

    automtica e em tempo real, com interveno humana somente em casos

    especiais, dentro do conceito de processamento direto.

    5.4.1 Sistema Especial de Liquidao e Custdia - SELIC

    Ele passou a operar em tempo real com o STR e com as instituies

    financeiras, liquidando suas transaes primrias e secundrias de ttulos

    pblicos federais e dos depsitos financeiros em reserva DI Reserva uma a

    uma, em suas contas de reservas bancrias.

    Mantm-se o mecanismo de entrega contra pagamento, em que a

    transferncia da custdia do ttulo escritural do vendedor para o comprador

    est associada mensagem de liquidao financeira especfica. Mas no caso

    do novo SPB, a troca de custdia do ttulo e o crdito de reservas so

    processados em tempo real.

    Do lado do comprador, no admitida a pendncia financeira da

    liquidao, pois o SELIC no permite que a operao seja concretizada, caso o

    comprador no disponha dos recursos necessrios em sua conta de reservas

    bancrias, no momento do registro do negcio.

    Do lado vendedor, ser admitida a pendncia da existncia do ttulo

    para concretizao da operao, caso o vendedor no disponha do titulo em

    custdia no momento do registro do negcio, mas pelo limite mximo de 30

    minutos. Aps esse perodo a operao lanada rejeitada pelo SELIC.

  • 30

    Fazendo um comparativo rpido de como era para como ficou,

    podemos dizer que o BC deixa de ficar exposto ao fato de uma instituio

    adquirir ttulos de uma outra e no ter o volume de reservas bancrias

    suficiente para honr-las. Por outro lado, as instituies financeiras no ficam

    mais expostas possibilidade de dormirem com dinheiro em caixa por adquirir

    ttulos de uma outra que no os tenha para entregar (venda a descoberto).

    5.4.2 Sistema de Depsitos Compulsrios RCO

    O sistema ento em vigor, aps adaptao, passou a processar as

    informaes que sensibilizam as contas de reservas de depsitos compulsrios

    sobre depsitos vista, depsitos a prazo, depsitos judiciais, depsitos

    especiais de garantias realizadas, depsitos de poupana, fiana bancria e

    operaes de cmbio Atravs de um conjunto de mensagens especficas

    RCO, do Sistema de Mensageria, e no mais do SISBACEN.

    5.4.3 Sistema de Redescontos RDI

    O sistema ento em vigor, aps adaptao, passou a processar o

    Redesconto Intradia, especificamente criado para o SPB a custo zero (antes

    uma taxa era cobrada), com a venda ao BC dos ttulos pblicos, da carteira

    prpria ou financiada, da instituio demandante, com o compromisso de

    recompra ao BC ao final do mesmo dia.

    5.4.4 Sistema do Tesouro Nacional STN

    Este sistema cuida, essencialmente, dos repasses das arrecadaes

    da Secretaria da Receita Federal SRF dos repasses das arrecadaes do

    Instituto Nacional de Seguridade Social INSS e dos demais pagamentos

    feitos diretamente ao STN, atravs de DARF e/ou GRPS.

  • 31

    5.4.5 Sistema do Meio Circulante CIR

    Este sistema substitui as atuais funes do SISBACEN, como veculo

    de solicitaes para as movimentaes de saques e depsitos de numerrio,

    entre as instituies financeiras bancos comerciais, mltiplos com carteira

    comercial e caixas econmicas e entre estas e o BC, por um conjunto de

    mensagens padronizadas e de horrios rigorosamente programados no

    Sistema de Mensageria.

    Para habilitar-se a qualquer saque ou depsito de numerrio, a

    instituio financeira deve ter inicialmente emitido uma mensagem de previso

    semanal. A efetiva requisio de saque deve ser feita com 48 horas de

    antecedncia no caso de o sacado ser o BB. E de 24 horas quando o sacado

    for o BC.

    As mensagens do CIR so as primeiras a serem processadas na

    abertura do processamento dirio de todo o conjunto de sistemas do SPB, s

    6:30 da manh.

    5.4.6 Sistema de Lanamentos Diversos SLB

    Este sistema, alm de executar a liquidao das operaes entre as

    instituies financeiras com conta de reservas bancrias e as instituies

    financeiras autorizadas a operar pelo BC, mas que no disponham de conta de

    reserva bancrias, tambm processa os demais lanamentos diretamente

    efetuados pelo BC, tais como a cobrana de multas e tarifas.

    5.5 As Cmaras de Compensao Privadas Clearings

    Houses

  • 32

    Todas elas esto estruturadas dentro do conceito de liquidar as

    operaes que nelas transitam, atravs do Sistema de Liquidao de Valores

    Lquidos Defasados que, no SPB, passou a ser conhecido como Liquidao

    Defasa Lquida LDL.

    Operacionalmente, os lanamentos entre as instituies em cada uma

    das clearings so comandados pelo Sistema de Mensageria e vo sendo

    registrados, ao longo do dia, para serem compensados por diferena ao final

    do dia em um valor nico netting para, ento, sempre via STR, sensibilizar

    no confronto de crditos e dbitos as contas de reservas bancrias junto ao

    BC.

    Em resumo, no novo SPB todas as clearings se caracterizam como

    entidades criadas para viabilizar as liquidaes entre as instituies

    financeiras, na forma LDL, com acesso direto conta de reservas bancrias

    das instituies no BC, sempre via STR.

    Alm disso, todas as clearings tm, entre outras funes, a

    responsabilidade de:

    Liberar as operaes;

    Gerenciar os riscos envolvidos nas operaes realizadas pelos

    participantes;

    Garantir as operaes por elas autorizadas.

    Fazem parte desde conjunto de clearings:

    Como Clearing de Pagamentos.

  • 33

    O servio de Compensao de Cheques e Outros Papis

    do BB - Compe - Para a liquidao de cheques e outros

    papis de valor inferior a R$5 mil.

    A Cmara Interbancria de Pagamentos da Febraban -

    CIP Para liquidao de cheques e outros papis de

    valor igual ou superior a R$5 mil.

    A Cmara de Compensao da Tecban para a

    liquidao dos cartes de dbito e ordens de crdito.

    As Cmaras de Compensao da Visanet e da

    Redecard para a liquidao dos cartes de dbito e

    dos cartes de crdito.

    Como Clearing de Ativos (concorrendo, entre elas, para a liquidao

    das operaes com os ttulos de renda fixa privados e os ttulos de renda

    varivel).

    A Cmara de Liquidao e Custdia CETIP No

    garante as operaes nela cursadas.

    A Clearing de Ativos da BM&F Criada a partir da

    aquisio dos direitos de clearing CBLC pela BM&F e

    consolidada com a aquisio do SISBEX BVRJ.

    Comeou a operar em 05/2004.

    A Clearing de Cmbio da BM&F

    A Clearing de Derivativos da BM&F

  • 34

    Todas as clearings tm de ter patrimnio segregado, dentro do

    conceito de patrimnio de afetao, institudo no direito brasileiro pela lei

    10.214, de 27/03/01. Com esse instrumento, elas podem operar com

    segurana jurdica, permitindo que os riscos de quaisquer medidas de carter

    judicial deixem de afetar os recursos que por elas transitam.

    Assim, os recursos dos clientes que por elas transitem no se

    comunicam juridicamente com os demais bens da clearing. Como exemplo, as

    clearings de Cmbio e Derivativos so de responsabilidade da BM&F, mas

    seus patrimnios so separados entre si.

    Para garantir as transaes e minimizar seu risco, todas as operaes

    cursadas nas clearings so feitas dentro do conceito de entrega contra

    pagamento, ou seja, elas sempre esto agindo como contraparte garantidora,

    seja dos ativos seja dos recursos financeiros nelas cursados.

    Nos casos de inadimplncia, as clearings acionam os mecanismos de

    salvaguarda criados para garantir o pagamento dos recursos ou a entrega dos

    ativos aos credores e, posteriormente, assumem a execuo das aes de

    cobrana sobre os devedores.

    Fica claro que, para assumirem a garantia das operaes nelas

    cursadas, as clearings so extremamente rgidas quanto aos lanamentos

    recebidos das instituies financeiras, exigindo-os, dessa forma, como sendo

    irrevogveis e irreversveis, e transferindo, assim, uma enorme

    responsabilidade de risco para as instituies financeiras geradoras das

    transaes.

    As instituies financeiras, por usa vez, para no se tornarem a parte

    penalizada em assumir o risco de todo o processo. Naturalmente tm de ser

    extremamente cautelosas, criteriosas e seletivas em relao s operaes com

    seus clientes, e, dessa forma, fecham o ciclo para o aumento da segurana

  • 35

    operacional contra os riscos de inadimplncia de todo o sistema, objetivo

    final do SPB.

    5.5.1 O servio de Compensao de Cheques e Outros Papis do

    BB Compe

    A Compe liquida as obrigaes interbancrias relacionadas com

    cheques de valor inferior ao VLB-Cheque (R$ 250 mil). Cobrindo todo o

    territrio nacional, o sistema composto, para fins de troca fsica dos

    documentos, por uma cmara nacional, quinze cmaras regionais e dez

    cmaras locais. Em uma cmara local so trocados os cheques sacados

    contra as agncias localizadas na praa por ela atendida. Na cmara regional,

    so trocados os cheques sacados contra agncias bancrias localizadas nas

    praas por ela atendidas, vinculadas a uma praa centralizadora, sempre uma

    capital de Estado. Os cheques sacados contra bancos sem presena nas

    cmaras locais e regionais so trocados na cmara nacional, localizada em

    So Paulo, da qual todos os bancos obrigatoriamente participam, diretamente

    ou por intermdio de representao.

    A cada dia til so realizadas duas sesses, apurando-se, em cada

    sesso, um resultado multilateral nico, de mbito nacional, para cada

    participante. Tomando-se como base a data de acolhimento do documento que

    d origem obrigao, a liquidao interbancria na Compe feita, nas contas

    de reservas bancrias, em D+1.

    O Banco do Brasil S.A., operador da Compe, fornece o espao fsico e

    o apoio logstico necessrios ao seu funcionamento, seja para a troca fsica de

    documentos, nas situaes em que isso acontece, seja para a compensao

    eletrnica de todas as obrigaes. O operador mantm um centro de

    processamento principal em Braslia e um centro secundrio no Rio de Janeiro,

    que funciona em hot standby.

  • 36

    Alm do Banco Central do Brasil, participam da Compe as instituies

    bancrias, nomeadamente os bancos comerciais, os bancos mltiplos com

    carteira comercial e as caixas econmicas, bem como, facultativamente, as

    cooperativas de crdito e demais instituies financeiras no-bancrias

    titulares de conta de liquidao no Banco Central do Brasil (133 participantes

    em setembro/2009, alm do Banco Central do Brasil). A participao nas

    sesses dirias condicionada constituio de depsito prvio no Banco

    Central do Brasil at 9h30 de cada dia.

    Por limitao de espao, os guichs nas cmaras de compensao,

    para a troca fsica, so reservados apenas s instituies financeiras que

    normalmente apresentam maior volume de cheques compensveis e s

    associaes de bancos com assento no Grupo Compe, essas representando

    terceiros. Os demais participantes encaminham documentos para troca fsica

    por intermdio de terceiros detentores de guich, de sua livre escolha, na

    forma de convnio firmado entre as partes. Os cheques so sempre

    convertidos para registros eletrnicos.

    No prprio dia do acolhimento (D), os participantes transmitem para o

    centro de processamento principal e, simultaneamente, para o centro de

    processamento secundrio os arquivos eletrnicos contemplando os cheques

    acima do chamado valor-limite (R$ 299,00, atualmente), denominados

    cheques acima. Esses cheques so fisicamente trocados nas cmaras de

    compensao em sesso noturna realizada no mesmo dia. Os cheques abaixo

    do valor-limite, denominados cheques abaixo, so transmitidos para os

    centros de processamento na manh do dia seguinte (D+1), com troca fsica

    em sesso diurna realizada nesse mesmo dia.

    O resultado da sesso noturna informado a cada participante s 7h

    do dia seguinte e o da sesso diurna, s 16h40 do prprio dia da realizao da

    sesso. As duas sesses so liquidadas no dia til seguinte ao de

    acolhimento, respectivamente s 9h e s 17h15. Caso o valor disponvel na

  • 37

    conta vinculada em que registrado o depsito prvio efetuado seja insuficiente

    para saldar sua posio devedora, o participante deve fazer a necessria

    complementao at 8h30 ou 17h, conforme se trate, respectivamente, da

    liquidao da sesso noturna do dia anterior ou da liquidao da sesso diurna

    do prprio dia.

    5.5.2 A Cmara Interbancria de Pagamentos da Febraban CIP

    Esta cmara foi criada para permitir a liquidao pelo sistema LDL, no

    mesmo dia D zero das operaes interbancrias, entre clientes, nos casos

    de cheques e outros papis de valor elevado, inicialmente igual ou superior a

    R$5 mil.

    Na CIP tambm existe o conceito de pr-depsito ou pr-funding, mas,

    nesse caso, sem o carter punitivo e, sim, como uma estratgia para reduzir a

    necessidade de movimentao da conta de reservas bancrias ao longo do

    dia.

    Diferentemente da Compe, a CIP tem todos os mecanismos de

    segurana que garantem a liquidao das transaes efetuadas por seu

    intermdio, tais como limites de movimentao por instituio e depsitos de

    garantias pelas instituies usurias.

    A CIP, da mesma forma que o STR, s aceita pagamentos por meio

    eletrnico, ou seja, por meio de uma Transferncia Eletrnica Disponvel

    TED que nada mais s que um DOC Eletrnico em tempo real.

    5.5.3 A Cmara de Compensao da Tecban

    No sistema de compensao e de liquidao operado pela Tecnologia

    Bancria S.A. - Tecban, que entrou em funcionamento em 22/04/2002, so

  • 38

    processadas transferncias de fundos interbancrias relacionadas

    principalmente com pagamentos realizados com cartes de dbito nos

    estabelecimentos comerciais credenciados para aceitao de cartes com a

    bandeira Cheque Eletrnico e com saques em redes de atendimento

    automtico de uso compartilhado, principalmente na denominada

    Banco24Horas. O sistema utiliza compensao multilateral de obrigaes, com

    a liquidao final dos resultados apurados sendo feita, por intermdio do

    Sistema de Transferncia de Reservas - STR, em contas mantidas pelos

    participantes no Banco Central do Brasil. De vez que esse sistema de

    liquidao, na forma da regulamentao em vigor, no considerado

    sistemicamente importante, a liquidao em contas mantidas no Banco Central

    do Brasil decorre de opo da entidade operadora.

    Com poucas excees, a liquidao garantida pela Tecban e, para

    tanto, os participantes depositam garantias e se sujeitam observao de

    limites operacionais. A liquidao ocorre em D ou D+1 dependendo do horrio

    em que a operao que d origem transferncia de fundos realizada. Para

    isso, em cada dia considerado til para fins de funcionamento do sistema

    financeiro, o sistema realiza dois ciclos de liquidao. No primeiro, que se

    encerra s 10h10, so liquidadas as transferncias de fundos originadas em

    operaes confirmadas pelos participantes entre 14h e 24h do dia til anterior,

    no caso de operaes garantidas, e entre 14h do dia til anterior e 8h do

    prprio dia, no caso de operaes no garantidas. No segundo ciclo, que se

    encerra s 17h10, so liquidadas as transferncias de fundos relacionadas

    com operaes confirmadas pelos participantes entre 0h e 14h do prprio dia,

    no caso de operaes garantidas, e entre 8h e 14h tambm do prprio dia, no

    caso de operaes no garantidas.

    utilizada rede de comunicao prpria para transmisso de dados

    entre os pontos de captura (mquinas de auto-atendimento, pontos de venda,

    etc.) e a Tecban. Todas as confirmaes so feitas pela Tecban em tempo

    real, salvo nos casos de dbitos diretos e crditos diversos.

  • 39

    5.5.4 As Cmaras de Compensao da Visanet e da Redecard

    So as cmaras de compensao eletrnicas utilizadas nas compras

    que fazemos com os nossos cartes de crdito e de dbito, e que foram

    aprovadas pelo BC, para serem utilizadas dentro do processamento do SPB.

    Embora a prioridade inicial do novo SPB fosse a transferncia em

    tempo real, ou em D zero, dos valores mais altos, da mesma forma que no

    caso da Tecban, as redes da Visanet e da Redecard, consolidadas no

    processamento dos cartes vinculados s suas respectivas bandeiras,

    adaptaram-se naturalmente como uma cmara de compensao para as

    operaes de varejo do SPB.

    Seu funcionamento semelhante ao das novas clearings do SPB,

    embora sem o conceito de contraparte garantidora, mas incluindo os conceitos

    de LDL, pr-depsito, limites por instituio e aporte de garantias. Da mesma

    forma que a rede da Tecban, suas operaes acontecem durante todos os

    dias do ano eno s nos dias teis como nas demais.

    5.5.5 A Cmara de Liquidao e Custdia CETIP

    A Cetip depositria principalmente de ttulos de renda fixa privados,

    ttulos pblicos estaduais e municipais e ttulos representativos de dvidas de

    responsabilidade do Tesouro Nacional, de que so exemplos os relacionados

    com empresas estatais extintas, com o Fundo de Compensao de Variao

    Salarial - FCVS, com o Programa de Garantia da Atividade Agropecuria -

    Proagro e com a dvida agrria (TDA). Na qualidade de depositria, a entidade

    processa a emisso, o resgate e a custdia dos ttulos, bem como, quando o

    caso, o pagamento dos juros e demais eventos a eles relacionados. Com

    poucas excees, os ttulos so emitidos escrituralmente, isto , existem

    apenas sob a forma de registros eletrnicos (os ttulos emitidos em papel so

    fisicamente custodiados por bancos autorizados). As operaes de compra e

  • 40

    vendas so realizadas no mercado de balco, incluindo aquelas processadas

    por intermdio do Cetipnet (sistema eletrnico de negociao).

    Conforme o tipo de operao e o horrio em que realizada, a

    liquidao em D ou D+1. As operaes no mercado primrio, envolvendo

    ttulos registrados na Cetip, so geralmente liquidadas com compensao

    multilateral de obrigaes (a Cetip no atua como contraparte central).

    Compensao bilateral utilizada na liquidao das operaes com derivativos

    e liquidao bruta em tempo real, nas operaes com ttulos negociados no

    mercado secundrio. A Cetip observa os modelos de entrega contra

    pagamento, conforme a liquidao seja efetuada, respectivamente, sem ou

    com compensao de obrigaes.

    Se algum banco liquidante no confirmar o pagamento de participante

    a ele vinculado, ou se houver inadimplncia de banco liquidante, a

    compensao multilateral reprocessada, com possvel extenso da janela de

    liquidao, na forma do regulamento da Cetip. No primeiro caso (no

    confirmao de pagamento), o novo resultado multilateral calculado com a

    simples excluso das operaes do participante cuja posio deixou de ser

    confirmada pelo banco liquidante, sendo as operaes remetidas para

    liquidao na modalidade LBTR. No segundo caso, inadimplncia de banco

    liquidante, alm de remeter essas operaes para a modalidade LBTR, abre-

    se a possibilidade de os participantes indicarem novo banco liquidante.

    A liquidao financeira final realizada via STR em contas de

    liquidao mantidas no Banco Central do Brasil (excluem-se da liquidao via

    STR s posies bilaterais de participantes que tm conta no mesmo banco

    liquidante).

    Podem participar da Cetip bancos comerciais, bancos mltiplos, caixas

    econmicas, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, sociedades

    corretoras de valores, sociedades distribuidoras de valores, sociedades

    corretoras de mercadorias e de contratos futuros, empresas de leasing,

  • 41

    companhias de seguro, bolsas de valores, bolsas de mercadorias e futuros,

    investidores institucionais, pessoas jurdicas no financeiras, incluindo fundos

    de investimento e sociedades de previdncia privada, investidores

    estrangeiros, alm de outras instituies tambm autorizadas a operar nos

    mercados financeiros e de capitais. Os participantes no-titulares de conta de

    reservas bancrias liquidam suas obrigaes por intermdio de instituies que

    so titulares de contas dessa espcie.

    A entidade mantm dois centros de processamento (centro principal e

    centro secundrio). Em situaes de contingncia, o processamento pode ser

    retomado no centro secundrio em menos de uma hora. Para registro das

    operaes podem ser utilizadas a Rede de Telecomunicaes para o Mercado

    RTM e a RSFN. A segunda rede utilizada tambm para o trfego das

    mensagens relacionadas com a etapa de liquidao das operaes. Em todas

    as situaes, o processamento todo automatizado, isto , sem interveno

    manual entre o registro e a liquidao das operaes (straight through

    processing - STP3).

    5.5.6 A Clearing de Ativos da BM&F

    Em 14/05/2004, entrou em operao a Cmara de Ativos da

    BM&FBOVESPA, para liquidao de operaes com ttulos pblicos federais.

    Alm das operaes contratadas no mbito do Sisbex, que uma plataforma

    eletrnica de negociao operada pela prpria BM&FBOVESPA, a Cmara de

    Ativos pode liquidar tambm operaes do mercado de balco tradicional,

    geralmente contratadas por telefone. Em todos os casos, a liquidao feita

    com compensao multilateral e a entidade atua como contraparte central.

    observado o modelo de entrega contra pagamento, sendo que a liquidao dos

    resultados lquidos efetuada por intermdio do STR e do SELIC,

    respectivamente no que diz respeito movimentao financeira e

    movimentao dos ttulos.

    3 processamento direto de pagamentos

  • 42

    A entidade liquida operaes definitivas ( vista e a termo) e operaes

    compromissadas. As operaes vista podem ser liquidadas no prprio dia

    (D), se negociadas at determinado horrio-limite (11h). As operaes a termo,

    a seu turno, so liquidadas na data futura contratada pelas contrapartes iniciais

    da operao (at 23 dias teis aps a data da contratao), sendo mais

    comuns s operaes para liquidao no dia til seguinte (D+1). Nas

    operaes compromissadas, a operao de ida geralmente contratada para

    liquidao em D+0 e a operao de volta, para liquidao em D+1 (admitido

    at D+23). A entidade oferece o Servio de Emprstimo de Ttulos (SET), por

    intermdio do quais os participantes podem oferecer ttulos para emprstimo.

    Sujeitas a limites quantitativos estabelecidos pela Cmara, so

    admitidas vendas a descoberto (short) para ttulos que se enquadram no SET

    ou no programa de emprstimo de ttulos do SELIC.

    Os participantes da Cmara de Ativos se sujeitam aos limites

    operacionais, que so fixados com base nas garantias por eles previamente

    depositadas e nos ativos transacionados. Os limites operacionais so

    verificados em tempo real, sendo que os ativos (garantias e ativos

    transacionados) so marcados a mercado quase em tempo real. No

    gerenciamento do risco das posies em aberto, a Cmara de Ativos adota a

    abordagem de risco de portflio, considera diversos cenrios (stress testing) e

    a agregao intertemporal de riscos. Para mensurar sua exposio ao risco, a

    BM&FBOVESPA, seguindo a mesma metodologia geral observada na Cmara

    de Derivativos, decompe os ativos em fatores primitivos de risco.

    Como mecanismo complementar, a Cmara de Ativos conta com um

    fundo operacional constitudo com recursos da prpria BM&FBOVESPA, que

    pode ser usado para concluir o processo de liquidao em caso de

    inadimplncia de participante, bem como para cobrir eventuais prejuzos de

  • 43

    terceiros causados por erros no registro de suas operaes pelas corretoras

    participantes do Sisbex.

    5.5.7 A Clearing de Cmbio da BM&F

    A Cmara de Cmbio, que entrou em operao em 22.04.2002, liquida

    operaes interbancrias de cmbio realizadas no mercado de balco da

    BM&FBOVESPA. No ambiente da Cmara de Cmbio, so atualmente aceitas

    apenas operaes que envolvem o dlar americano e a liquidao

    geralmente feita em D+2. As obrigaes correspondentes so compensadas

    multilateralmente e a BM&FBOVESPA atua como contraparte central. O

    sistema observa o princpio do "pagamento contra pagamento" (a entrega da

    moeda nacional e a entrega da moeda estrangeira so mutuamente

    condicionadas), sendo que, para isso, a BM&FBOVESPA monitora e coordena

    o processo de liquidao nas pontas em moeda nacional e em moeda

    estrangeira.

    Para limitar sua exposio aos riscos de liquidao, a cmara

    estabelece limites operacionais para os participantes, bem como exige

    garantias, principalmente na forma de ttulos pblicos federais, para cobrir a

    volatilidade da taxa de cmbio. Os ativos dados em garantia pelos

    participantes so marcados a mercado diariamente.

    A entidade conta com linhas de crdito em moeda nacional e em

    moeda estrangeira, as quais lhe do condies de concluir tempestivamente o

    ciclo de liquidao mesmo no caso de inadimplncia de participante. Tambm

    para reduzir sua exposio a riscos, a cmara selecionou bancos

    correspondentes no exterior com baixo risco de crdito, diversificando suas

    movimentaes entre eles.

    A liquidao das operaes assegurada primeiramente pelas

    garantias constitudas por cada um dos participantes. Se os recursos obtidos

  • 44

    com a execuo das garantias do participante inadimplente no forem

    suficientes para a liquidao de suas posies, o valor faltante repartido

    entre os bancos adimplentes que contrataram operaes para liquidao na

    data em que ocorreu a inadimplncia.

    A aceitao da operao pela cmara, para fins de liquidao, observa

    processo automtico de anlise que leva em conta a posio lquida j

    contratada de cada participante, os respectivos limites operacionais, as

    garantias por eles oferecidas e ainda no comprometidas, necessrias para

    cobrir a volatilidade da taxa de cmbio, e a razoabilidade da taxa de cmbio

    contratada em comparao com a taxa mdia que est sendo praticada no

    mercado. Se uma operao contratada fora da faixa de preos considerada

    normal, sua aceitao condicionada apresentao de garantias extras

    pelos participantes.

    No encerramento da sesso de contratao do dia anterior, a cmara

    comunica aos participantes as respectivas posies lquidas para liquidao no

    dia seguinte. No dia da liquidao, os participantes com posies lquidas

    devedoras, em moeda nacional e em moeda estrangeira, devem transferir os

    correspondentes recursos para a cmara at 13h05 (horrio de Braslia). No

    caso da moeda nacional, as transferncias so efetuadas para a conta de

    liquidao da cmara no Banco Central do Brasil, por intermdio do STR, e, no

    caso da moeda estrangeira, para a conta da cmara no banco correspondente

    que ela indicar. s 14h05 a cmara promove, por intermdio do STR, as

    transferncias de fundos em reais para os participantes com posio lquida

    credora nessa moeda (participantes com posio vendedora lquida de moeda

    estrangeira), bem como as transferncias de fundos em dlares americanos

    para os participantes com posio compradora lquida nessa moeda,

    utilizando, para comandar as transferncias no exterior, mensagens Swift para

    seus bancos correspondentes.

  • 45

    Se deixar de cumprir alguma obrigao financeira, isto , se deixar de

    entregar a quantidade devida de reais ou de moeda estrangeira, conforme seja

    comprador ou vendedor lquido de moeda estrangeira, o participante

    considerado devedor operacional ou inadimplente, conforme, na avaliao da

    cmara, o fato tenha decorrido de problemas operacionais ou de incapacidade

    financeira. Em qualquer situao, o problema deve ser solucionado no mximo

    at 15h30 do mesmo dia. O participante em situao irregular, nas duas

    situaes (devedor operacional e inadimplente), deixa de receber o montante

    em moeda que lhe seria devido, sendo que a cmara utiliza os recursos

    recolhidos pela parte adimplente para a necessria compra de moeda, isto ,

    de reais ou de dlares conforme a contraparte adimplente seja, na operao

    original, vendedora ou compradora de moeda estrangeira.

    Essa compra de moeda feita em carter definitivo ou com

    compromisso de revenda, conforme o participante em situao irregular seja

    considerado inadimplente ou devedor operacional. Para que a compra seja

    efetuada na forma compromissada, sujeita, portanto, reverso, o participante

    considerado devedor operacional deve recolher cmara, at 13h15, o valor

    referente ao custo dessa operao (o recolhimento sempre feito em reais e

    por intermdio do STR). Em qualquer situao, a compra de moeda feita

    junto ao banco que oferecer a melhor proposta, entre aqueles previamente

    contratados pela cmara. A compra com compromisso de revenda passar a

    ser definitiva se a contraparte inadimplente, inicialmente declarada devedor

    operacional, no regularizar a situao at o horrio limite para isso

    determinado.

    Se o movimento da taxa de cmbio assim determinar, isto , na

    hiptese de a parte adimplente ser a compradora da moeda estrangeira e

    houver depreciao da taxa de cmbio, ou se essa parte for a vendedora da

    moeda estrangeira e houver apreciao da taxa de cmbio, a cmara realizar

    garantias dadas pela parte que veio a inadimplir, na quantia necessria para

    cobertura da variao de taxa de cmbio desfavorvel ao participante

  • 46

    adimplente. Em qualquer situao, na prpria data de liquidao contratada, a

    parte adimplente receber os recursos que lhe so devidos, sendo que, se

    houver necessidade, a cmara recorrer s linhas de liquidez previamente

    contratadas, em reais ou em dlares, conforme o caso.

    Podem participar da cmara, sujeitos avaliao dela, os bancos

    autorizados a operar no mercado de cmbio e instituies autorizadas a

    intermediar operaes de cmbio. Os bancos participantes possuem direito de

    liquidao na cmara (DL1), e os intermediadores possuem o direito de

    negociao da moeda estrangeira, em sistemas vinculados Cmara, por

    conta e ordem de bancos participantes. Para atuar como banco liquidante, o

    participante necessariamente deve ser titular de conta de reservas bancrias.

    O banco participante com direito de liquidao no-titular de conta de reservas

    bancrias liquida suas operaes, na moeda nacional, por intermdio de outro

    participante, conforme contrato entre as partes.

    5.5.8 A Clearing de Derivativos da BM&F

    Na BM&FBOVESPA so negociados contratos vista, a termo, de

    futuros, de opes e de swaps. Os principais contratos so referenciados a

    taxas de juros, taxas de cmbio, ndices de preos e ndices do mercado

    acionrio. As obrigaes financeiras relacionadas com esses contratos so

    liquidadas por intermdio da Cmara de Derivativos, operada pela prpria

    BM&FBOVESPA. Nessa cmara, a liquidao feita com compensao

    multilateral em D+1, por intermdio do STR, em contas de reservas bancrias,

    e a BM&FBOVESPA atua como contraparte central.

    So participantes diretos da Cmara de Derivativos os membros de

    compensao, os participantes com liquidao direta (PLD) e os participantes

    de liquidao especial (PLE). Podem atuar como membros de compensao e

    participantes com liquidao direta bancos e corretoras que atendam os

    requisitos para isso estabelecidos no regulamento do sistema, destacando-se

  • 47

    entre eles a exigncia de capital mnimo e a necessidade de comprovao de

    capacidade gerencial, organizacional e operacional.

    Na cadeia de responsabilidades, cada corretora se responsabiliza

    pelas posies dos seus clientes finais; cada membro de compensao se

    responsabiliza pelas posies das corretoras relacionadas a ele, bem com

    pelas posies dos clientes finais que operam diretamente com ele; e a

    Cmara de Derivativos se responsabiliza pelas posies consolidadas dos

    membros de compensao e dos participantes com liquidao direta, isto ,

    responde pelos riscos de liquidao de um membro de compensao ou PLD

    em relao aos demais membros de compensao e PLDs.

    A cmara registra tambm operaes com derivativos realizados em

    mercado de balco, cuja liquidao pode ou no ser garantida conforme opo

    das partes contratantes. Quando essas operaes so garantidas, a cmara

    tambm atua como contraparte central. Se no garantidas, as operaes so

    liquidadas diretamente entre as partes contratantes.

    Para assegurar a liquidao das operaes cursadas, alm de

    mecanismos de proteo embasados em limites operacionais e em chamadas

    dirias de margem, a cmara conta com trs fundos de liquidao. No

    mercado vista, a entrega da mercadoria ou do ativo est condicionada ao

    efetivo pagamento, sendo, pois, observado o princpio da entrega contra

    pagamento. No mercado de derivativos, a cmara faz chamadas de margem

    dirias, sempre marcando as garantias a preos de mercado e aplicando

    desgio, maior ou menor conforme o risco de crdito e a liquidez de cada ativo.

    O monitoramento do risco observa duas etapas: i) no prprio dia da

    contratao (D), em tempo real, com base nas posies lquidas dos membros

    de compensao; ii) nos dias seguintes contratao (D + n, com n > 0), em

    base bruta, isto , o risco gerenciado cliente a cliente.

  • 48

    A chamada de margem, inicial ou adicional, atendida principalmente

    por depsito em dinheiro, cartas de fiana, ttulos pblicos federais, aes da

    carteira terica do Ibovespa, certificados de depsito bancrio e certificados de

    ouro custodiados na prpria BM&FBOVESPA. Normalmente, a chamada de

    margem atendida em D + 1, mas a cmara tem, por regulamento, a

    prerrogativa de chamar margem adicional intradia, se e quando julgar

    necessrio. Tambm com o propsito de gerenciar sua exposio aos riscos

    de liquidao, a BM&FBOVESPA fixa limites de posies em aberto e de

    oscilao de preos.

    Os sistemas de gerenciamento de risco so desenvolvidos

    internamente. Para mensurar o risco de cada contrato, a cmara o decompe

    em fatores primitivos de risco. Os riscos mensurados so agregados no

    conceito de carteira (portflio), sendo que as correlaes observadas entre os

    preos de diversos ativos financeiros contribuem para reduzir a exigncia de

    garantias para um mesmo nvel de proteo. No clculo das necessidades de

    garantia, so considerados cenrios de estresse.

    O processo de avaliao do risco associado determinada carteira

    compreende, assim, quatro etapas:

    Decomposio dos contratos em fatores primitivos de risco

    Estabelecimento do conjunto de cenrios de estresse para cada fator

    de risco

    Clculo do risco para as diversas combinaes de fatores

    Escolha da pior combinao

    Ocorrendo inadimplncia, configurada pelo no atendimento

    chamada de garantia ou pelo no pagamento de ajuste dirio requerido pela

    BM&FBOVESPA, s posies do participante so encerradas. Se, depois de

    compensados os contratos, for apurado resultado lquido negativo, a

    BM&FBOVESPA realiza as garantias constitudas pelo participante. Se for o

  • 49

    caso, isto , se as garantias se mostrarem insuficientes, a cmara utiliza

    recursos disponveis em diferentes fundos constitudos para esse fim e que

    contam com recursos das corretoras, dos membros de compensao e da

    prpria cmara. Caso, ainda assim, os recursos se mostrem insuficientes, a

    cmara pode solicitar novos aportes de recursos aos seus participantes e, em

    ltimo caso, utilizar seu prprio patrimnio.

    A Cmara de Derivativos dispe de dois centros de processamento

    localizados na cidade de So Paulo, sendo que o centro secundrio funciona

    em hot standby (no caso de falha tcnica no centro principal, as operaes

    podem ser retomadas no centro secundrio em menos de duas horas). Para

    comunicao com a BM&FBOVESPA, os participantes utilizam rede prpria

    de comunicao daquela entidade ou a RSFN. Essa ltima rede tambm

    utilizada para liquidao por intermdio do STR dos resultados lquidos

    apurados, nesse caso em carter obrigatrio.

  • 50

    CAPTULO VI

    Impactos para a sociedade

    As medidas acima mencionadas, entre outros aspectos positivos,

    retiraram do setor pblico riscos privados, fortaleceram o sistema financeiro,

    dotaram o pas de sistema de pagamentos moderno, reduziram a percepo

    de risco do pas e permitiram maior atratividade para o capital externo, alm de

    ganhos de eficincia economia. Importantes pontos, porm, no claramente

    identificados pela sociedade, em particular pelo cidado comum, ainda que

    assim considerado o que tem acesso ao sistema bancrio.

    6.1 Principais Impactos

    Para o cidado comum, e considerando a totalidade do sistema

    bancrio, surgiu de pronto, a possibilidade de transferir recursos de sua conta-

    corrente para conta de outra pessoa em banco diferente do seu, em agncia

    de qualquer localidade do pas, sendo o recurso imediatamente disponvel para

    o destinatrio.

    De negativo, poder ocorrer, tambm considerando a totalidade do

    sistema bancrio, o surgimento de tarifa para cheques de valor igual ou

    superior a R$ 5 mil (que representam pouco mais de 1% da quantidade de

    cheques emitidos diariamente e 69% do respectivo valor total).

    Diz-se "poder ocorrer", porque o mecanismo indutor migrao,

    estabelecido pelo BC, ser aplicado sobre a rede bancria de forma

    escalonada a partir de agosto de 2002. Ademais, o BC admite que, a partir de

    fevereiro de 2003, caso os cheques de valor igual ou superior a R$ 5 mil

    correspondam a at 20% do valor total dos cheques hoje emitidos, nada ser

    exigido dos bancos.

  • 51

    Isso propiciar ao sistema financeiro tempo suficiente para oferecer

    novos produtos, estendendo-os sua clientela paulatinamente. de se

    esperar que os grandes clientes tenham acesso imediato a produtos mais

    eficientes, o que permitir que, afetando positivamente pequena parcela de

    seus clientes, os bancos reduzam, em curto tempo, substancialmente o valor

    total dos cheques emitidos com valor a partir de R$ 5 mil. Pode-se imaginar,

    tambm, que no espao de at um ano, cartrios de registro de imveis,

    grandes concessionrias de veculos e empresas atacadistas, por exemplo,

    disponham de terminais bancrios que permitam a realizao de pagamentos

    eletrnicos e dispensem a necessidade de emisso de cheques.

    Alem disso, alguns bancos podero voltar a estabelecer prazo de

    bloqueio para os depsitos realizados por meio de cheques iguais ao mximo

    permitido pelo BC.

    Durante o perodo de elevada inflao e em face da concorrncia no

    setor, muitos bancos dispensaram o bloqueio temporrio dos recursos

    depositados por cheques, permitindo que seus clientes movimentassem tais

    depsitos por meio de cheques ou DOC. Alguns o fizeram para a totalidade de

    sua clientela. Houve aqueles que mantiveram, no particular, os procedimentos

    usuais, ou estenderam a outros clientes o tratamento especial que sempre

    dispensaram s grandes corporaes.

    Esse novo comportamento dos bancos decorre do fato de que, hoje,

    depsitos ou saques por cheques geram lanamentos na conta Reservas

    Bancrias sempre no dia til seguinte. Com a introduo de sistemas

    eletrnicos de transferncia de fundos acessveis clientela, com a

    conseqente movimentao de Reservas Bancrias em tempo real, recurso

    depositado por cheque e transferido eletronicamente no mesmo dia afetar

    negativamente o fluxo de caixa do banco.

  • 52

    Vale notar que eventual restrio poder ser diferenciada. Alguns

    bancos podero restringir apenas as transferncias eletrnicas de recursos

    depositados por cheques, permitindo que esses depsitos sejam

    movimentveis no prprio dia, desde que por cheques, exatamente como

    fazem hoje.

    Os fundos de investimento, da mesma forma, podero vir a alterar a

    regra para a aplicao e o resgate de cotas, somente aceitando a converso

    em cotas de recursos disponveis. Cabe lembrar, porm, que embora

    observem certo padro, as regras de cada fundo, a exemplo do acima exposto

    quanto aos bancos, hoje so diferenciadas, cabendo ao investidor escolher

    livremente em qual aplicar seus recursos. Foi determinado, porm, que at 28

    de fevereiro de 2002, os fundos informem seus cotistas quanto a eventual

    alterao na poltica de converso de cotas.

    O BC estabeleceu, ainda, que os depsitos at R$ 5 mil, efetuados por

    intermdio de cheques em contas de poupana, continuaro a ter o mesmo

    tratamento atual, de serem remunerados a partir da data em que realizados.

  • 53

    CONCLUSO

    O Sistema de Pagamentos Brasileiro um sistema crtico para o pas, portanto

    o Banco Central (BC) e o sistema bancrio tiveram boas razes para

    reestruturar o SPB visando reduzir significativamente riscos e manter o sistema

    financeiro nacional entre os mais modernos do mundo, tornando-o seguro,

    eficiente, gil e transparente.

    As mudanas implantadas na Rede do Sistema Financeiro Nacional visam

    oferecer segurana e confiabilidade no cenrio internacional, bem como na

    economia nacional, tendo em vista que o pas no assumir mais prejuzos que

    porventura viriam em consequncia do risco sistmico, isso graas

    caracterstica de compensao em tempo real do novo SPB.

    .

  • 54

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

    SOUZA, LEANDRO ALVES DE. Sistema de Pagamentos Brasileiro Nova

    estrutura e seus impactos econmicos. So Paulo: Saraiva, 2001.

    FORTUNA, EDUARDO. Mercado Financeiro Produtos e Servios. Rio de

    Janeiro: Qualitymark, 2008.

    BACEN Banco Central. Disponvel: http://www.bcb.gov.br

    CIP Cmara Interbancria de Pagamentos. Disponvel: http://www.cip-

    bancos.org.br

    CETIP Cmara de Liquidao e Custdia. Disponvel:

    http://www.cetip.com.br

    BM&F Bovespa Bolsa de Mercadorias e Futuros. Disponvel:

    http://www.bmfbovespa.com.br

    ANDIMA Associao Nacional das Instituies do Mercado Financeiro.

    Disponvel: http://www.andima.com.br

    ANBID Associao Nacional dos Bancos de Investimentos. Disponvel:

    http://www.anbid.com.br

    ANBIMA - Associao Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de

    Capitais (resultado da fuso de ANDIMA + ANBID). Disponvel:

    http://www.anbima.com.br

  • 55

    NDICE

    FOLHA DE ROSTO 2

    AGRADECIMENTO 3

    DEDICATRIA 4

    RESUMO 5

    METODOLOGIA 6

    SUMRIO 7

    INTRODUO 8

    CAPTULO I

    O QUE O SPB 09

    1.1 Viso Geral 09

    CAPTULO II

    COMO ERA CONSTITUDO 10

    2.1 Organizao anterior reestruturao de 2002 10

    CAPTULO III

    MAS POR QUE A NECESSIDADE DE MUDAR? 13

    3.1 - Mas por que a necessidade de mudar? 13

    3.2 - Os problemas 13

    CAPTULO IV

    A REESTRUTURAO 16

    4.1 As solues 16

    4.2 Reestruturao do SPB 18

    4.2.1 Definio do papel do Banco Central 18

    4.2.2 Reduo do risco de crdito do Banco Central 19

    4.2.3 Irrevogabilidade e incondicionalidade dos pagamentos 20

    4.2.4 Participantes com pleno conhecimento dos riscos

    envolvidos nos sistemas em que operam 20

    4.2.5 Reduo da defasagem entre a contratao de

    operaes e a sua liquidao financeira

    21

    4.2.6 Clearings com mecanismos para reduo de risco e

  • 56

    contingncia adequada 22

    4.2.7 Adoo de base legal adequada

    22

    CAPTULO V

    A ORGANIZAO DO NOVO SPB 24

    5.1 Viabilizando o SPB 24

    5.2 O Sistema de Mensageria 26

    5.3 O Sistema de Transferncia de Reserva STR 27

    5.4 Os Sistemas de Lanamento em Tempo Real do BC 28

    5.4.1 Sistema Especial de Liquidao e Custdia SELIC

    29

    5.4.2 Sistema de Depsitos Compulsrios RCO 30

    5.4.3 Sistema de Redescontos RDI 30

    5.4.4 Sistema do Tesouro Nacional STN 30

    5.4.5 Sistema do Meio Circulante CIR 30

    5.4.6 Sistema de Lanamentos Diversos SLB 31

    5.5 As Cmaras de Compensao Privadas Clearings Houses 31

    5.5.1 O servio de Compensao de Cheques e Outros

    Papis do BB Compe 35

    5.5.2 A Cmara Interbancria de Pagamentos da

    Febraban CIP 37

    5.5.3 A Cmara de Compensao da Tecban 37

    5.5.4 As Cmaras de Compensao da Visanet e da Redecard 38

    5.5.5 A Cmara de Liquidao e Custdia CETIP 39

    5.5.6 A Clearing de Ativos da BM&F 41

    5.5.7 A Clearing de Cmbio da BM&F 43

    5.5.8 A Clearing de Derivativos da BM&F 46

    CAPTULO VI

    IMPACTOS PARA SOCIEDADE 50

    6.1 Principais Impactos 50

    CONCLUSO 53

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 54

  • 57

    FOLHA DE AVALIAO

    Nome da Instituio:

    Ttulo da Monografia:

    Autor:

    Data da entrega:

    Avaliado por: Conceito: