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Trabalho Execuçoes - Ação Rescisória

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TRABALHO

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FEAD

AO RESCISRIA

Alison Luis CardosoCludio SimoSolange Oliveira de Carvalho

Trabalho acadmico sobre Ao Rescisria, elaborado pelos alunos do 8 perodo, integrantes da turma 5C do curso de Direito, referente disciplina Execuo Cautelar, lecionada pela mestra Lvia Campos de Aguiar.

Belo Horizonte

20141. INTRODUO

o remdio jurdico que visa reparar a injustia de uma sentena transitada em julgado. Ela , portanto, ao de cunho desconstitutivo, visando extino da imutabilidade dos efeitos materiais da sentena de mrito, por ocorrncia de algum dos vcios de anulabilidade previstos no artigo 485 do Cdigo de Processo Civil.A ao rescisria no destinada ao controle de vcios mais graves da sentena de mrito da qual no caiba mais recurso. Esses vcios gravssimos impedem at mesmo considerar-se existente a sentena proferida, como nos casos de juiz no investido ou citao nula do ru que permaneceu revel em juzo. Os vcios objeto da rescisria so sim graves, mas no o suficiente para tornar inexistente o provimento jurisdicional. Ao contrrio visam controlar as sentenas anulveis, portadoras de vcios de segundo grau de gravidade com relao sentena inexistente. Entretanto, tais vcios sero considerados sanados sempre que o prazo decadencial de dois anos, contados do trnsito em julgado da sentena, escoar-se.Deve ser proposta mediante petio inicial, contendo os requisitos do art. 282 e 488 do CPC. obrigatrio o depsito do equivalente a 5% sobre o valor da causa.

2. CONCEITO A ao rescisria uma ao autnoma, prevista no art. 485 do CPC, que visa atacar uma sentena j transitada em julgado, o que a difere de um recurso. Forma, com isso, uma nova relao processual diversa daquela em que foi prolatada a sentena ou acrdo rescindendo, de acordo com os ensinamentos do doutrinador Ovdeo Baptista (SILVA, Ovdeo Arajo Baptista da. Curso de Processo Civil: processo de conhecimento. 6. ed. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2002, v. 1, p. 472).Na mesma linha se posiciona Porto (2000, p. 295) ao definir a ao rescisria como uma ao autnoma de impugnao, cujo objetivo atacar a coisa julgada, invalidando a sentena.

3. OBJETOO objeto da ao rescisria incide em sentena de mrito, sobre a qual pesa autoridade de coisa julgada material.As sentenas de mrito so executadas por ao rescisria, sendo necessrio ter sido proferida em aes principais ou no principais, quando o mesmo processo se instaura, como reconveno ou denunciao.A ao rescisria pode ser aplicada em sentenas nulas e sentenas rescindveis, ou seja, sentenas que no contenham nenhum vcio e tambm no provem de processos com vcios.Sentena rescindvel pode ser por exemplo, quando se encontra um documento novo, que seja apto a mudar o resultado do processo e do qual no se pde fazer uso durante o processo, como se pode depreender da redao do art. 485 do CPC:

Art. 485. A sentena de mrito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:Vll - depois da sentena, o autor obtiver documento novo, cuja existncia ignorava, ou de que no pde fazer uso, capaz, por si s, de Ihe assegurar pronunciamento favorvel; Lei 5.869, de 11 de janeiro 1973.

So atacveis pela ao rescisria somente as sentenas revestidas de coisa julgada material. dispensada a impugnao da ao rescisria para as sentenas inexistentes por no constiturem coisa julgada material. Ocorre em relao sentena proferida em procedimento em que faltam os pressupostos processuais de existncia (demanda do autor, citao do ru, rgo investido de jurisdio) e sentena sem dispositivo (decisum).Pode ser alegada a inexistncia a qualquer tempo, seja em ao declaratria ou em embargos execuo, como defesa ou fundamento de outra ao para a qual a questo da inexistncia da sentena anterior seja relevante.

4 - SO CASOS DE AO RESCISRIA PREVISTOS NO ARTIGO 485 DO CPC:

a - Prevaricao, concusso ou corrupo do juiz: O atingimento da parcialidade do juiz motiva o afastamento dos efeitos materiais de sua sentena. No demanda a condenao criminal, comportando prova na prpria rescisria, gerando anulao de todo processo, desde o incio da instruo.A sentena de mrito transitada em julgado poder ser rescindida se for proferida por juiz em relao a quem tenha havido prevaricao, concusso ou corrupo.Para Wambier, Luiz Rodrigues todos os trs tem carter penal, prevaricar e retardar ou deixar de praticar ato de ofcio ou pratic-lo contra dispositivo legal para satisfazer interesse ou sentimento pessoal; concusso significa exigir, para si ou para outrem, ainda que fora da funo ou antes dela, vantagem indevida; corrupo consiste em pedir ou receber em virtude da funo, vantagem indevida. Vejamos julgado do Tribunal de Justia do Esprito Santo:AO RESCISRIA DE ACRDO - ATRIBUIO AO MAGISTRADO DE ATOS DE CORRUPO, PREVARICAO OU CORRUPO (ART. 485 , I , DO CPC )- JULGAMENTO QUE MANTEVE A SENTENA EXARADA NA INSTNCIA INAUGURAL - IRRELEVNCIA PARA A CONCLUSO DO JULGAMENTO - INTENO DO REQUERENTE DE REDISCUTIR A DEMANDA - IMPOSSIBILIDADE - PEDIDO IMPROCENDENTE. A mera existncia de investigao criminal desfavorvel ao julgador que atuou como revisor no julgamento da apelao interposta pela requerente no macula a concluso adotada no acrdo, sobretudo porque todos os trs desembargadores decidiram por manter a sentena exarada pela instncia inaugural, divergindo to somente quanto ao percentual da verba honorria de 5% ou 10%.Invivel o emprego de tal via processual com o intuito de rediscutir o resultado conferido demanda judicial. (TJES, Classe: Ao Rescisria de Acrdo, 100100027380, Relator : NEY BATISTA COUTINHO, rgo julgador: SEGUNDO GRUPO CMARAS CVEIS REUNIDAS, Data de Julgamento: 11/04/2012, Data da Publicao no Dirio: 20/04/2012.b Impedimento ou incompetncia absoluta do juiz: Em sendo o impedimento hiptese objetiva de parcialidade do julgador, sua deciso rescindvel, tambm ocasionando a nulidade do processo desde o incio da instruo. A desconfiana/suspeio, de natureza subjetiva, fica sanada pelo advento do trnsito em julgado da sentena de mrito. A incompetncia absoluta tambm vcio insanvel, reconhecvel de ofcio no curso do processo. A sentena de mrito proferida por juiz absolutamente incompetente rescindvel, gerando a nulidade do processo. J a relativa se prorroga, se no arguida via exceo no momento oportuno.c Dolo da parte Vencedora: devem as partes obedincia ao princpio da lealdade processual. Se o vencedor impediu ou dificultou dolosamente a atuao da parte adversa ou influenciou dissimuladamente o juzo do magistrado, pode ter rescindida a deciso em seu desfavor, se provado no curso da rescisria ter sido o dolo a causa de sua vitria no processo, conforme previsto na smula 403 do TST. Vejamos:AO RESCISRIA. DOLO DA PARTE VENCEDORA EM DETRIMENTO DA VENCIDA. ART. 485, III, DO CPC (converso das Orientaes Jurisprudenciais ns 111 e 125 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005 I - No caracteriza dolo processual, previsto no art. 485, III, do CPC, o simples fato de a parte vencedora haver silenciado a respeito de fatos contrrios a ela, porque o procedimento, por si s, no constitui ardil do qual resulte cerceamento de defesa e, em conseqncia, desvie o juiz de uma sentena no-condizente com a verdade. (ex-OJ n 125 da SBDI-2 - DJ 09.12.2003) II - Se a deciso rescindenda homologatria de acordo, no h parte vencedora ou vencida, razo pela qual no possvel a sua desconstituio calcada no inciso III do art. 485 do CPC (dolo da parte vencedora em detrimento da vencida), pois constitui fundamento de rescindibilidade que supe soluo jurisdicional para a lide. (ex-OJ n 111 da SBDI-2 - DJ 29.04.2003.

d Fraudar a lei: podem os prejudicados (terceiros, Ministrio Pblico ou herdeiros) por aqueles que se utilizaram do processo para fraudar a lei, rescindir a deciso prejudicial no prazo para a rescisria. Para o Supremo Tribunal Federal, cabe ao rescisria quando a sentena proferida contravm a interpretao da norma constitucional. Vejamos:[...]A coisa julgada no um valor absoluto. Admite-se resciso quando a sentena transitada em julgado tenha violado interpretao constitucional do Supremo Tribunal Federal (STF), mesmo que a interpretaoseja posterior ao julgado.[...]

Com embasamento neste entendimento os ministros do Supremo rejeitaram embargos declaratrios opostos em Recurso Extraordinrio por no ser a providncia correta, conforme smula 343 do STF, que prev: No cabe ao rescisria por ofensa a literal dispositivo de lei, quando a deciso rescindenda se tiver baseado em texto legal de interpretao controvertida nos tribunais.

e Ofensa coisa julgada: quando for objeto de anlise a soluo do conflito entre duas sentenas idnticas, a sentena mais nova, violadora da coisa julgada, pode ser afastada do mundo jurdico pela rescisria. Vencido o prazo legal no h como afastar o reconhecimento da validade da segunda sentena sobre a primeira.

f Violao literal disposio de lei: no basta parte alegar incorreta interpretao da lei no caso concreto, mas sim o error in judicando ou in procedendo. a deciso que nega vigncia lei em vigor ou se pauta por interpretao completamente oposta e manifestamente errnea.

g Falsidade de prova: a prova falsa s leva resciso se no existir outro elemento de convico nos autos capaz de levar mesma concluso. A smula 410 do TST trata do reexame de fatos e provas:AO RESCISRIA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. INVIABILIDADE (converso da Orientao Jurisprudencial n 109 da SBDI-2) - Res. 137/2005 DJ 22, 23 e 24.08.2005A ao rescisria calcada em violao de lei no admite reexame de fatos e provas do processo que originou a deciso rescindenda. (ex-OJ n 109 da SBDI-2 - DJ 29.04.2003).

h Documento novo: a prova documental cuja existncia a parte desconhecia ou de que no era capaz de fazer uso suficiente para, por si s, assegurar um pronunciamento judicial em seu favor.

i Erro de fato: ser admitida ao rescisria quando a sentena admitir fato inexistente. O erro deve ser a causa da concluso da sentena, decorrente da anlise das prprias provas dos autos e da ausncia de controvrsia ou pronunciamento judicial sobre o fato no processo anterior.

j Quando houver fundamento para invalidar confisso, desistncia ou transao: quando da desistncia da ao o juiz deve extinguir o processo sem julgamento de mrito, no havendo coisa julgada material. Desistncia da ao est prevista no caso do art. 485, VIII do CPC. Versa sobre a renncia ao direito sobre o qual se funda a ao, havendo julgamento de mrito.Cabe ao rescisria quando houver confisso depois de transitada em julgado a sentena. Caso o processo ainda esteja pendente, a confisso poder ser atacada por ao anulatria.A sentena que extingue o processo com resoluo do mrito pela transao uma sentena meramente homologatria. D-se a transao quando as duas partes despertam interesse sobre o mesmo bem. Esta resistncia poder deixar de existir em virtude a soluo bilateral. Deve haver uma transao ou um acordo entre as partes, para ter a primeira ser preciso que se verifiquem concesses mtuas.

5 - LEGITIMIDADE AJUIZAR AO RESCISRIAPodem ajuizar a ao rescisria as partes, o terceiro juridicamente interessado e o Ministrio Pblico, quando houver sido parte ou na qualidade de fiscal da lei, se no foi ouvido no processo em que sua interveno era obrigatria ou se a sentena for decorrente de coluso (fraude) entre as partes.

6 - PRAZO PARA AJUIZAR AO RESCISRIA Para o ministro Felix Fisher, o prazo decadencial da ao rescisria inicia-se quando no for cabvel nenhum recurso do ltimo pronunciamento judicial. Sendo este o teor da smula 401 do Superior Tribunal de Justia.Esta smula fez referncia ao artigo 467 do CPC, ao denominar coisa julgada material a eficcia que torna imutvel e indiscutvel a sentena, no mais sujeita a recurso ordinrio ou extraordinrio, combinado com o artigo 495, que estabelece que o direito de propor ao rescisria se extingue em dois anos, contados do trnsito em julgado da deciso.Explicou o ministro, mesmo que a matria a ser apreciada pelas instncias superiores refira-se to somente intempestividade do apelo, existindo discusso acerca desse requisito de admissibilidade, no h que se falar no trnsito em julgado da sentena rescindenda at que o ltimo rgo jurisdicional se manifeste sobre o derradeiro recurso. J no julgado da Segunda Turma, o relator do REsp 765823, ministro Herman Benjamin, ressaltou o entendimento da Corte de que o prazo decadencial de dois anos para o ajuizamento da ao rescisria tem incio na data em que se deu o trnsito em julgado da ltima deciso, mesmo que nela se tenha discutido questo meramente processual relacionada tempestividade dos embargos de declarao. Ele ressalvou, porm, que a interposio de recursos manifestamente intempestivos no poderia servir de instrumento para a prorrogao maliciosa do prazo da ao rescisria.7 - ANTECIPAO DE TUTELA A antecipao de tutela pode ser concedida at na prpria ao rescisria, apesar da aparente vedao do art. 489 do CPC. Estabelece mencionado dispositivo que a ao rescisria no tem o condo de suspender a execuo do julgamento rescindendo. Deve, todavia, ser entendido luz do novo contexto em que se insere, que o art. 273 do CPC um dos dispositivos em que mais se refletiu a inteno do novo legislador no sentido de agilizar os processos, tornando-os mais cleres e mais efetivos. A interpretao que hoje se deve dar ao art. 489 deve ser sistemtica, j que o mtodo de interpretao literal no propriamente um mtodo, mas um pressuposto interpretativo. A preocupao que teve o legislador da reforma, no sentido de agilizar e encurtar o caminho da prestao jurisdicional, no pode ser desconsiderada na leitura e na compreenso de nenhum dos dispositivos, cuja redao anterior reforma, sob pena de esta ser, ainda que parcialmente, transformada em letra morta. Art. 489. O ajuizamento da ao rescisria no impede o cumprimento da sentena ou acrdo rescindendo, ressalvada a concesso, caso imprescindveis e sob os pressupostos previstos em lei, de medidas de natureza cautelar ou antecipatria de tutela.

A ao rescisria, por si s, de fato no suspende a execuo do julgado rescindendo, desde que no se trate de hiptese encartvel no art. 273, sendo genrico, se aplica a todo tipo de processo e procedimento.Sendo possvel, portanto, que suspenda a execuo at o julgamento da ao rescisria. No ser a ao rescisria em si mesma que vai suspender os efeitos da deciso rescindenda, mas o fato de a situao se encartar num dos incisos do art. 273.

8 - VALOR DA CAUSAA ao rescisria deve ser proposta por meio de petio inicial. Para ser vlida deve ter os requisitos previstos no art. 282 do CPC. A doutrina e a jurisprudncia entendem que o valor da causa equivale ao da ao originria, corrigido monetariamente. Ementa: PROCESSUAL CIVIL. IMPUGNAO AO VALOR DA CAUSA. AO RESCISRIA. AGRAVO REGIMENTAL. VALOR DA CAUSA ORIGINRIA CORRIGIDO MONETARIAMENTE. - Deciso agravada que atribuiu ao rescisria o valor da causa originria corrigido monetariamente, na esteira de precedentes do c. STF (RE n 111993/SP, Rel. Min. Octvio Gallotti) e do STJ (PET n 1538/MS, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima). - Alegao de iliquidez do ttulo judicial, por haver utilizado o indexador UPFd, que no se sustenta ante a propositura da execuo em valor que ultrapassa os R$ 10.000.000,00 (dez milhes de reais). - Agravo regimental a que se nega provimento. TRF-5 - Agravo Regimental na Ivc na Ao Rescisria IVCPL 3776 CE 0013355-57.2007.4.05.0000 (TRF-5) Poder a parte demandada impugnar o valor da causa demonstrando que o proveito econmico a ser auferido pelo autor supera tal montante.

9 - PRAZO DE DEFESAO Cdigo de Processo Civil no fixa no art. 491 o prazo para defesa do ru na ao rescisria. Cabe ao juiz determinar o prazo, entre o mnimo de quinze e o mximo de trinta dias.

10 - REVELIA NA AO RESCISRIANo vindo o ru na ao rescisria para apresentar a contestao, ser revel. A revelia na ao rescisria no produz seu efeito material, isto , no haver presuno de veracidade quanto aos fatos alegados pelo autor na petio inicial. O autor na ao rescisria tem o nus de demonstrar a ocorrncia de algum dos vcios previsto no art. 485 do CPC e o silncio no presume nus de prova. A coisa julgada no pode ser desfeita somente com a presuno.

11 - PRODUO DE PROVAS O art. 485 do CPC dispe expressamente sobre a possibilidade de produo de provas no processo de ao rescisria. J o art. 491 do CPC expressa que sobre os fatos alegados devem ser produzidas provas.

12 - RECONVENO Ser admitida reconveno em ao rescisria quando houver:1 A reconveno tambm ser uma ao rescisria;2 - preciso que se trate de ao rescisria do mesmo julgado que j objeto de pedido de resciso. preciso que haja prazo para a propositura da ao rescisria, ao ser apresentada a reconveno pelo ru. Se no houver mais prazo para o ajuizamento da rescisria, no vai ser admitida a reconveno.

13 - JULGAMENTO o judicium rescindens e judicium rescissoriumO juzo rescindens, ou seja, juzo rescindente contido na ao rescisria, em razo do qual ser decidido se deve, ou no, ser desconstituda a coisa julgada. O juzo rescissorium, o tribunal na ao rescisria promoverar um novo julgamento da causa.Desconstituda a deciso trnsita o julgado, com o acolhimento do juzo rescindens, passa para o tribunal examinar (juzo rescissorium), procedendo novo julgamento da causa.

14 - RECURSOS NA AO RESCISRIA Para as decises isoladas de membro de tribunal, cabe agravo interno, para o rgo colegiado competente para o julgamento da prpria ao rescisria.Contra acrdo que tenha rescindido a deciso judicial, cabem embargos infringentes, conforme cita art. 530 do CPC.Para o acrdo unnime ou no unnime que tenha mantido a deciso judicial, cabe recurso especial ou recurso extraordinrio.Na possibilidade de interpor os recursos especial ou extraordinrio, cabem no processo da ao rescisria os embargos de divergncia e o agravo de instrumento, quando no forem admitidos os recursos citados anteriormente, conforme art. 544 do CPC.So admissveis os embargos de declarao no processo rescisrio.

15 - JURISPRUDNCIAS

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINRIO COM AGRAVO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AO RESCISRIA. CABIMENTO. AUSNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SMULAS 282 E 356/STF. ALEGADA OFENSA AOS PRINCPIOS DA LEGALIDADE E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. NO OCORRNCIA. VIOLAO AO ART. 93, IX, DA CONSTITUIO FEDERAL. INEXISTNCIA (ARE 830321 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 14/10/2014, PROCESSO ELETRNICO DJe-214 DIVULG 30-10-2014 PUBLIC 31-10-2014)

Neste caso foi discutida em recurso extraordinrio a ofensa ao princpio da legalidade e o eventual descumprimento da prpria reserva legal da exigncia de que determinada matria seja disciplinada por lei, e no por ato secundrio. Trata-se de controvrsia relativa ao cabimento e aos pressupostos de admissibilidade da ao rescisria que restringe-se ao mbito infraconstitucional. Instrumentaliza-se assim, por ao rescisria a ofensa aos Princpios da Legalidade e do Devido processo Legal.

Ementa

E M E N T A: MANDADO DE SEGURANA WRIT MANDAMENTAL IMPETRADO COM O OBJETIVO DE ASSEGURAR, AO SEGUNDO SUPLENTE, A INVESTIDURA NO MANDATO DE SENADOR ALEGADA OCORRNCIA DE SIMULAO E FRAUDE NO PROCESSO ELEITORAL DE 2006 SITUAO DE CONTROVRSIA OBJETIVA E ILIQUIDEZ DOS FATOS IMPETRAO QUE BUSCA, AINDA, REDISCUTIR ATO TORNADO IRRECORRVEL CONCERNENTE AO FUNDO DA CONTROVRSIA QUE J FOI OBJETO DE RESOLUO JUDICIAL, COM TRNSITO EM JULGADO, NO MBITO DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL IMPOSSIBILIDADE O MANDADO DE SEGURANA NO CONSTITUI SUCEDNEO DAAO RESCISRIA SMULA 268/STF PRECEDENTES PARECER DA PROCURADORIA-GERAL DA REPBLICA PELO NO PROVIMENTO RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. Tribunal Superior Eleitoral, participa do VII Frum da Democracia de Bali, na Indonsia, no perodo de 8 a 13 de outubro de 2014; o Ministro Teori Zavascki, justificadamente, e, neste julgamento, o Ministro Gilmar Mendes. Presidiu o julgamento oMinistro Ricardo Lewandowski. Plenrio, 09.10.2014.IndexaoAGUARDANDO INDEXAOLegislaoLEG-FED SUMSTF-000268SMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL STF

O fato acima trata da Impetrao do mandado de segurana quando da simples existncia de matria de fato controvertida. Figurou-se invivel a utilizao do mandado de segurana, que pressupe sempre direito lquido e certo resultante de fato incontestvel, passvel de comprovao de plano pelo impetrante. Para desconstituio da coisa julgada, como o caso, cabvel a ao rescisria.

No mbito do Superior Tribunal de Justia, tem-se:

EMENTA: ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. AO RESCISRIA AJUIZADA COM FUNDAMENTO NO ART. 485, V, DO CPC. ACRDO RESCINDENDO QUE CONCEDEU O MANDADO DE SEGURANA IMPETRADO ORIGINARIAMENTE NESTA CORTE, CASSANDO ATO DO MINISTRO DE ESTADO DAS COMUNICAES (CONSISTENTE NA ANULAO DE CERTAME LICITATRIO PARA OUTORGA DE EXPLORAO DE RDIO FM), SEM QUE FOSSE CITADA A EMPRESA LITISCONSORTE PASSIVA NECESSRIA (AT ENTO VENCEDORA DA LICITAO). VIOLAO LITERAL AO ART. 24 DA LEI N 12.016/09, QUE PRECONIZA A APLICAO AO PROCEDIMENTO DO MANDADO DE SEGURANA DOS ARTS. 46 A 49 DO CPC. APLICAO DA SMULA 631/STF. PROCEDNCIA DO PEDIDO RESCISRIO.

Sustenta o julgado acima, cabimento de ao rescisria consubstanciado na falta de chamamento de litisconsrcio passivo necessrio quanto ao processo licitatrio. Torna-se ento procedente ao rescisria visto que a aplicao da smula 631 do STF contra deciso j passada em julgado de reconhecimento violao literal de dispositivo de lei.

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AO RESCISRIA. DOCUMENTO NOVO. CONFIGURAO.REVISO. IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE REEXAME DE PROVAS E FATOS.SMULA 7/STJ. (AR 4.847/DF, Rel. Ministro SRGIO KUKINA, PRIMEIRA SEO, julgado em 08/10/2014, DJe 04/11/2014)

No caso acima, restou demonstrado que o embargado no deixou de utilizar o laudo de seu exame psicotcnico por mera desdia, mas sim porque o documento lhe era inacessvel, de forma que o referido documento deve ser aceito para os fins propostos no art. 485. VII, do CPC. A reviso de tal entendimento demanda o reexame dos fatos e provas constantes dos autos, o que vedado no mbito do recurso especial, nos termos da Smula 7/STJ. Deve, portanto, segundo entendimento do prprio Tribunal, ser ajuizada ao rescisria com vistas a desconstituir a coisa julgada.De acordo com o Superior Tribunal de Justia:

AO RESCISRIA. COMPLEMENTAO DE DEPSITO INICIAL. SUCESSIVOS PRAZOS DEFERIDOS PELA MAGISTRADA DE ORIGEM. NOVA PRORROGAO DE PRAZO QUE NO SE JUSTIFICA. AUSNCIA DE JUSTA CAUSA, CONFORME DISPE O ART. 183 DO CPC. RECURSO ESPECIAL PROVIDO PARA RECONHECER A DESERO DO DEPSITO DA AO RESCISRIA E A CONSEQUENTE EXTINO DA AO, DIANTE DA AUSNCIA DE JUSTA CAUSA PARA O RECOLHIMENTO TARDIO DESSE VALOR. 1. A mudana de patrono ou as dificuldades inerentes s operaes das instituies bancrias no so suficientes para justificar o recolhimento do depsito da ao rescisria fora do prazo devido, posto que no se enquadram no conceito de justa causa previsto no art. 183 do CPC.2. O recolhimento do depsito uma condio ou um requisito do exerccio da ao rescisria. Portanto, algo definido e indispensvel, uma vez que, sem esse depsito, a petio inicial no pode sequer ser recebida.3. No se conhece do 1o. Recurso Especial e d-se provimento ao 2o., para reconhecer a desero do depsito da ao rescisria e a consequente extino da ao, diante da ausncia de justa causa a justificar o recolhimento tardio do depsito exigvel.(REsp 1444870/SP, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, Rel. p/ Acrdo Ministro NAPOLEO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/09/2014, DJe 29/10/2014)

O caso acima versa o requisito de admissibilidade da ao rescisria, que prev na verdade uma condio formal para se ajuizar tal ao. O recolhimento do preparo funda-se em causa justificvel de acordo com o artigo 183 do CPC para prosseguir com tal ao. Sobre o entendimento do Tribunal de Justia de Minas Gerais, colhemos os julgados a seguir:

EMENTA: AO RESCISRIA - AJUIZAMENTO COM FULCRO NO ARTIGO 485, V, DO C.P.C. - REQUISITOS NO CONFIGURADOS NA ESPCIE - CLARA PRETENSO DE REEXAME DA MATRIA - PRELIMINAR REJEITADA - IMPROCEDNCIA DO PEDIDO.(TJMG-Ao Rescisria 1.0000.13.075052-4/000, Relator(a): Des.(a) Eduardo Andrade , 1 CMARA CVEL, julgamento em 23/09/2014, publicao da smula em 02/10/2014).

Trata-se no caso da Ao Rescisria ajuizada no TJMG, rejeitada pelo fato de o autor pretender o mero reexame de matria de fato, desvinculando-se da finalidade precpua da referida ao, j que no estavam presentes os requisitos do art. 485 do CPC.

EMENTA: AO RESCISRIA - EXONERAO DE ALIMENTOS - R RESIDENTE NO EXTERIOR - CASO EM QUE, PELAS CIRCUNSTNCIAS EVIDENCIADAS NOS AUTOS, HAVIA ALTERNATIVAS VIVEIS DE OBTENO DO ENDEREO DA PARTE R - CITAO POR EDITAL - DESCABIMENTO - NULIDADE - VCIO TRANSRESCISRIO - DESCONSTITUIO DA SENTENA - PEDIDO RESCISRIO JULGADO PROCEDENTE.(TJMG- Ao Rescisria 1.0000.13.040859-4/000, Relator(a): Des.(a) Eduardo Andrade , 1 CMARA CVEL, julgamento em 22/07/2014, publicao da smula em 30/07/2014).

No caso acima, o julgado versa sobre a procedncia da ao rescisria para atacar nulidade insanvel refletida no vcio de citao.

EMENTA: AO RESCISRIA - ALEGAO DE DOCUMENTO NOVO E VIOLAO DISPOSIO LITERAL DE LEI - NO CONFIGURAO - DIVERGNCIA JURISPRUDENCIAL ACERCA DA MATRIA OBJETO DO LITGIO ORIGINRIO - IMPROCEDNCIA DA AO RESCISRIA.(TJMG- Ao Rescisria 1.0000.11.080935-7/000, Relator(a): Des.(a) Geraldo Augusto , 1 CMARA CVEL, julgamento em 22/07/2014, publicao da smula em 30/07/2014).

Para a propositura da ao rescisria, o documento novo a ser apresentado para atacar a sentena transitada em julgada deve ser contemporneo poca do ajuizamento da ao. Em se tratando de interpretao controvertida de texto legal, no cabe a referida ao, motivo da improcedncia, no caso em anlise.No mbito da Justia Federal, analisemos os julgados a seguir, iniciando nossa anlise pela jurisprudncia do Tribunal Regional Federal da Quinta Regio - TRF 5:

AO RESCISRIA. DESAPROPRIAO. EMBARGOS EXECUO. SENTENA PROLATADA EM RESPEITO COISA JULGADA NO PROCESSO DE CONHECIMENTO. OFENSA COISA JULGADA NO CARACTERIZADA. FIDELIDADE AO TTULO EXECUTIVO. PEDIDO IMPROCEDENTE. (AR 0022857-89.2011.4.01.0000 / PA, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL NEY BELLO, SEGUNDA SEO, e-DJF1 p.24 de 24/10/2014)

O Tribunal Regional Federal da Quinta Regio julgou improcedente a ao rescisria ajuizada pelo INCRA pelo fato de o Autor no ter respeitado o prazo de dois anos para ajuizamento da referida ao.

EMENTA - PROCESSUAL CIVIL. AO RESCISRIA. ART. 485, IV, DO CPC. PEDIDO DE APOSENTADORIA RENOVADO COM NOVOS DOCUMENTOS. COMPROVAO DA INSALUBRIDADE DO PERODO TRABALHADO ENTRE 23/11/77 e 31/03/81. OFENSA COISA JULGADA. INOCORRNCIA. HONORRIOS ADVOCATCIOS.

No caso acima, a coisa julgada incide apenas sobre a parte dispositiva da deciso judicial e h a possibilidade de ajuizamento de nova demanda judicial que abarque a pretenso do autor, motivo pelo qual houve a improcedncia da ao rescisria.

CONCLUSO

A ao rescisria volta-se contra deciso de mrito transitada em julgado, quando presente uma das hipteses previstas no art. 485 do CPC.Vimos que a ao rescisria no recurso, por formar novo processo inaugurando uma nova relao jurdica processual. Esta ao serve ao rompimento da coisa julgada material. O demandante deve depositar o valor de 5% (cinco) sobre o valor da causa devidamente atualizado, sob pena de indeferimento. Este requisito formal imprescindvel para a propositura da ao rescisria. uma ao de natureza constitutiva negativa ou desconstitutiva, que visa o desfazimento de coisa julgada material formada em processo anterior. As partes voltam ao estado em que se encontravam antes da sentena rescindenda.A ao rescisria deve preencher as condies da ao, previstas no art. 282 do CPC e o procedimento deve observar os pressupostos processuais. Conclui-se, no entanto, que a possibilidade da resciso da coisa julgada, porm, em hipteses excepcionais previstas taxativamente no CPC, de acordo com artigo supra citado, cujo objetivo afastar absurdos, fraudes e infraes Constituio. importante ressaltar que esse Instituto discorrido no presente trabalho, possui inaplicabilidade quando se pretender rescindir questo que recaia em interpretao legal controvertida, conforme Smula 343 do STF. O que o Estado admite o juzo rescisrio com objetivo de resguardar o ordenamento jurdico, preservando precipuamente o interesse pblico e a segurana jurdica.

REFERNCIA

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