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Universidade Federal Fluminense Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional Departamento de Fundamentos das Ciências da Sociedade Curso de Psicologia Disciplina: Filosofia Professor: Dr. Ronney Muniz Rosa QUESTÕES SOBRE FILOSOFIA Apresentado por: DAVID FORTUNATO PINTO CAMPOS DOS GOYTACAZES 23/03/2015

Trabalho Filosofia

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Trabalho de Filosofia para o curso de psicologia UFF

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Universidade Federal FluminenseInstituto de Cincias da Sociedade e Desenvolvimento RegionalDepartamento de Fundamentos das Cincias da SociedadeCurso de PsicologiaDisciplina: FilosofiaProfessor: Dr. Ronney Muniz Rosa

QUESTES SOBRE FILOSOFIA

Apresentado por: david fortunato pinto

CAMPOS DOS GOYTACAZES 23/03/2015

I De acordo com COMPTE-SPONVILLE, descreva e comente as funes fundamentais e os componentes da Filosofia.A Filosofia tem como funo: o fazer pensar e questionar todas as coisas, no que diz respeito ao que de fato so; refletir sobre o nosso prprio conhecimento e aquilo que, porventura ignoramos; tem como alvo atingir a verdade, o que implica descortinar os vus das aparncias das coisas buscando a essncia do investigado; almejando, quase sempre, felicidade e a liberdade.Os componentes da Filosofia so: Prxis, o ato de pensar, refletir, concatenar incide em uma prtica, mas no apenas em uma ao simples e de reproduo, mas em uma construo de um saber, sendo esta construo, este caminho a prpria prtica filosfica e seu componente para a existncia do saber filosfico; Discurso, a filosofia composta de um discurso, podendo ser este discurso feito com palavras ou ainda gestos, mas que de nenhum modo podem ser apenas palavras e gestos sem algo a comunicar, antes precisam demonstrar um pensamento, reflexo, questionamento, uma prova racional de seus argumentos; Raciocnios, a busca deste raciocnio uma verdade necessria ou universal, e no algo contingente, como poderia ser destacado, por exemplo no jornalismo, embora se tenha um fato, uma verdade ali exposta, esta verdade apenas contingente, conquanto na filosofia, estas verdades so pensadas a nvel universal, o que implica em um raciocnio no puramente casustico, antes visando ao todo.

II Considerando as ideias de GIANOTTI, estruture uma argumentao acerca da viso estereotipada da Filosofia e do filsofo.Conforme GIANNOTTI: Importa-nos como o filsofo toma distncia do sbio. Tomando este pensamento como fundamento e norte para a discusso do que a filosofia e o filsofo, e seus esteretipos, vemos que o que marca a ideia de filosofia e o filsofo justamente a posio de sbio e sabedoria, no segundo os conceitos mais ponderados sobre o tema, porm, conforme o saber do senso-comum. O filsofo visto como uma espcie de guru, orculo, aquele que conhece os segredos das coisas, e que a verdade de seu discurso tem valor transcendental, por vezes religioso. Tal pensamento, mais prejudica o saber filosfico do que propriamente o legitima, uma vez que tal pensamento encerra o tema com uma resposta definitiva e concludente, palavras daquele que possui o saber. Podemos desconstruir este esteretipo do filsofo, como sendo o sbio que detm o saber absoluto, com a seguinte pergunta: Seria o filsofo um sbio que tem um conhecimento sublime, ou um inquiridor do todo que tem as melhores perguntas? A filosofia fruto do saber condensado do sujeito, que se supe ser este sujeito, que assume uma funo transferencial de sujeito suposto saber, ou este filsofo o que tem as maiores dvidas, e suas hipteses levantadas no percurso reflexivo, so em si, a prtica filosfica propriamente dita?

III Baseado no texto de MELLO e SOUZA, disserte sobre o significado de Pensar com p e Pensar com P.Segundo o texto, as formas de pensar so distintas, pode-se pensar com p, o que implica em uma vivncia e raciocnio puramente natural, o viver e pensar como consequncia deste viver, contudo no um refletir progressivo sobre a prpria vida, o que implicaria em mtodos e finalidades distintos. O autor ainda aponta que o pensar com p, nas relaes de trabalho por exemplo, fruto do especialismo e tecnicismo, visto que ambos contribuem para bitolar os indivduos dentro de sua esfera de atuao, ignorando outros aspectos fundamentais para a reflexo e ponderao sobre a vida, uma vez que, o importante para tal, no o saber sobre o que se faz, mas sim como fazer, o homo sapiens deixando de ser o homem que busca conhecer, abrindo mo de sua natureza dada ao conhecimento, para se resumir em homo faber, o homem que apenas fabrica coisas e utenslios, mas sem qualquer significao, nem questionamento s sobre o porqu de se fazer tal.O pensar com P o posto, por mais que seja importante o fazer puramente tcnico, contribui para a construo do que se v, em todos os lugares, homens fabricaram tais coisas, porm, o pensar com P funo extraordinria, deixar o comum e a alienao para descobrir o que faz, porque faz, como faz, e o que o motiva, e ainda descobrir-se nesse caminho de conhecimento. deixar o saber como fazer, puramente fazer por fazer, para saber como fazer, mas pensando, refletindo no porqu de se fazer, e por que fazer. Como MELLO e SOUZA diz: que pensar com P ou p perceber a diferena que existe entre pensar cotidianamente e pensar o cotidiano.

IV Apoiando-se nas ideias de IGLESIAS, construa uma dissertao sobre o tema: o que a Filosofia.Ao se falar em filosofia, principalmente sobre uma tica do senso-comum que a filosofia uma espcie de saber mgico, que capacita aos filsofos darem respostas sbias sobre quaisquer indagaes a ele feitas. como se ao imaginar a filosofia, o que viesse mente fosse a condio de superioridade conferida aos filsofos, que sabe o que ningum mais sabe, que veem o que ningum mais v. De certo, filsofo pratica a filosofia com certa regularidade, e como dizem os cientistas do comportamento, como nas leis de THORNDIKE, que ensinam sobre a lei do exerccio, cujo o comportamento mais frequentemente executado tende a ser melhor e eximiamente executado, e como para os comportamentalistas, o pensar comportamento, privado, mas comportamento, bem verdade que, o filsofo por refletir e pensar o todo, o necessrio e o universal, principalmente por questionamentos, de certo eles possuem mais indcios de uma verdade do que aqueles que ignoram qualquer coisa que no seja o aparente e o bvio. Mas de modo algum, este saber adquirido com a prtica da filosofia eleva a filosofia a arte mgica, tampouco capacita o filsofo a um status de maior que o humano e o contingente.A filosofia , portanto, um saber sobre o saber, uma reflexo e um discurso racional sobre qualquer coisa que se buscou conhecer, e faz isso sobre o aspecto mais comum e humilde que o homem possa produzir, que so as perguntas, mas no so perguntas desinteressadas de quem busca meios mais fceis de se atingir a um objetivo, antes, so perguntas, questionamentos que se entremeiam nas engrenagens do objeto estudado, e que por tamanha proximidade extraem o mais prximo do verdadeiro e da essncia das coisas. A filosofia fruto do espanto do filsofo, o Thauma para os gregos, aquilo que o mobiliza e serve de motivador para a busca pelas respostas sobre o que o espantara. A filosofia no tem reservas nos seus questionamentos, tudo e todos podem e so alvos das dvidas do filsofo, o que melhor ilustra isso, talvez seriam as palavras de Scrates: S sei que nada sei, e o fato de saber disso me pe em vantagem sobre aqueles que acham que sabem alguma coisa. Se me pedissem para resumir a filosofia em uma nica frase, ou mais, em uma nica palavra, eu diria: dvida.

V Posicione-se a respeito do tema preconceito.Ao falar sobre esse tema, no h como discursar sobre ele sem se ver envolvido na trama deste discurso. Como bem proposto na prpria palavra, o preconceito um pr conceito, uma ideia prvia sobre algo, a quem se emiti juzos sem examinar os fatos e todas as relaes envolvidas no caso.Por exemplo, eu sou de tradio crist reformada, isto , a minha confisso de f e da minha famlia, a que recebi de meus pais, e que cresci em minha comunidade, possui peculiaridades, aspectos legais e de direito prprio, que se reportam a ns, somente a ns, uma moral exclusiva de quem pratica a nossa f. No obstante, vemos pessoas, talvez no de tradio reformada, mas de tradio crist semelhante, a emitir juzos e sentenas acusativas sobre outros grupos religiosos, de orientao e gnero sexual, sociedades secretas, entre outros. Embora eu admita, que, no que tange a f, principalmente o saber teolgico, e que por mais que dialogue com outras cincias, ainda conserva como forma e mtodo de conhecimento um livro sagrado, para o Islo, o Al Qumram; para os cristos reformados, a Bblia e as confisses de f. Entretanto, o que foge completamente do que ser humano, a averso aos outros, a luta pela imposio dos valores de uma dada confisso de f a outros grupos, isso uma posio agressiva, que remete ao preconceito, preconceito este que estabelece somente os seus valores como sendo bons, e que ningum h mais sobre a Terra, que seja de uma tica que vise o Bem, se este no for subordinado ao que a dada confisso estabeleceu como padro. O que me importa neste tema , ser que como possuindo uma forma de pensar, talvez at crenas j consolidadas, todavia, o outro s ser bom, ou suficientemente bom para viver em um mesmo mundo que o meu, caso ele possua os mesmos valores? Possuir a mesma f? Sendo de uma mesma classe social? Ser que a vida no de fato vivida quando entendemos o lugar do outro no mundo, e que mesmo sendo diferentes a empatia me permite aproximar-me do outro com afeto? Afeto este que retira a ideia de que devo julgar ou formular conceitos fundados apenas em eventos e experincias pontuais da minha histria, por exemplo, fui assaltado por um menino que mora nas ruas, se que algum mora nas ruas, e por isso eu digo todos os meninos de rua so ladres. Ou ainda, outros casos que partam do particular, do caso isolado para o universal, ser que no h um equvoco nesta forma de pensar? Por isso minha posio sobre o preconceito no limitar o outro em sua forma de vida, seja qual for a f, a crena, a moral, os valores, eles todos servem para mudar voc e no o outro, voc deve julgar a si mesmo sobre as regras que voc assumiu para voc, e no julgar os outros sobre as regras que s voc est submetido. Voc pode ser por motivos religiosos ou de qualquer outra ordem contra o aborto, porm, ao medir pessoas e sentencia-las como ms, ou perversas por no pensarem como voc, o que h uma proposta de segregao, mas do que de unidade, e se o Estado entende e acata a petio de grupos que pleiteiam direitos a atender uma minoria que busca um dado direito, isso no altera os seus, e ningum precisa, ou deve ser agredido com juzos e afirmaes pejorativas sobre quaisquer condies que as identifiquem na sociedade. Resumindo: as diferenas e peculiaridades que marcam e caracterizam determinado grupo na sociedade, no so para a promoo da segregao, ou para facilitar juzos preconceituosos, antes, servem para demonstrar a beleza da diversidade, e a possibilidade de andarmos juntos, com respeito, apesar de todas as diferenas, se que o diferente no justamente o que nos torna iguais.