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Gestão e Metodologia da construção de um edifício
Sistema integrado de Controlo de Prazos e Qualidade
Nuno Filipe Ferreira Barbosa Pereira
Dissertação para a obtenção do Grau Mestre em
Engenharia Civil
Júri
Presidente: Francisco José Loforte Teixeira Ribeiro
Orientador: Prof. Pedro Manuel Gameiro Henriques
Vogais: José Álvaro Pereira Antunes Ferreira
Janeiro 2008
1
AGRADECIMENTOS
A todas as pessoas e instituições que directa ou indirectamente contribuíram para o bom êxito
deste trabalho, quero desde já expressar o meu mais sincero e profundo agradecimento.
Ao Instituto Superior Técnico na pessoas de todos os docentes que contribuíram para a minha
formação académica ao longo destes cinco anos.
Ao Prof. Pedro Gameiro Henriques, docente da Secção de Construção, orientador da tese de
Mestrado pela amizade, apoio e disponibilidade demonstradas e pela sua indispensável
orientação sem a qual não teria sido possível a conclusão do trabalho.
Finalmente, mas não menos importante, as últimas palavras de reconhecimento e gratidão são
dirigidas aos meus pais, irmão e namorada, sempre tão perto, por todo o apoio e esforços
possíveis e impossíveis que empreenderam durante este longo período de tempo, o amor e
apoio que sempre me deram e por todos aqueles momentos em que estive ausente e que
deveria estar presente.
A todos o meu muito sincero obrigado.
2
RESUMO
As exigências na Construção Civil estão cada vez mais elevadas, pelo que os construtores
preocupam-se em elevar a qualidade das construções sem aumento significativo dos custos e
durações. Com este intuito, é necessário planear antecipadamente a obra e prever a
ocorrência de anomalias nos processos construtivos que diminuem a qualidade e provocam
atrasos na obra. O FMEA (Failure Mode and Effects Analysis), é uma ferramenta que permite
avaliar qualitativamente os riscos. Neste trabalho enuncia-se os príncipios teóricos do FMEA,
assim como as principais fases do seu desenvolvimento, campos de aplicação, vantagens e
limitações.
O modelo apresentado visa integrar o controlo de prazos com o método de análise de riscos
(FMEA). A integração deste modelo efectua-se no “Microsoft Office Project” e tem como
principal objectivo efectuar uma ligação simples entre o planeamento e os documentos da
análise de procedimentos. Este modelo tem como ambiente de trabalho o “Microsoft Office
Project” e permite a interacção entre diferentes softwares através dos “hiperlinks”. A análise de
procedimentos inicia-se no planeamento estratégico com a elaboração das fichas FMEA e o
Caderno de Encargos e prolonga-se durante o decorrer da obra com a consulta e actualização,
se necessário, destes documentos. A principal vantagem deste modelo é a integração dos
módulos do planeamento e da análise de riscos, facilitando o acesso a documentos relativos à
implementação do plano de qualidade.
PALAVRAS-CHAVES
FMEA, Risco, Caderno de Encargos, Edifícios, Planeamento de Projectos, Modelo Integrado de
Prazos e Qualidade (Análise de Procedimentos), Mapa de Quantidades
3
ABSTRACT
Civil Engineering requirements are more demanding and consequently construction
entrepreneurs are concerned with increasing building quality without a significant increase in
costs and durations. With this purpose, works have to be previously planned and anomalies in
the construction processes, which reduce quality and cause works delays, have to be
anticipated. FMEA (Failure Mode and Effects Analysis) is a tool that allows a qualitative
assessment of risks. This paper describes FMEA, as well as the main stages of its development,
application fields, advantages and limitations. The model presented aims to integrate the control
of time limits with the method of risk analysis (FMEA). This model is integrated in “Microsoft
Office Project” and the main objective is to make a simple link between planning and the
procedures analysis documents. The working environment of this model is “Microsoft Office
Project” and it allows the interaction of different software through “hyperlinks”. Procedures
analysis starts with the strategic planning with the preparation of the FMEA sheets and of the
Tender Specification and extends during the works duration with the examination and updating
of the documents, if necessary. The main advantage of this model is the integration of the
modules of planning and of risks assessment, making access to documents, relating to the
quality plan implementation, easier.
KEYWORDS
FMEA, Risk, Contract Terms and Conditions, Buildings, Project Management, Integrated Model
of Time and Quality (Analysis of Procedures), Bill of Quantities
4
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS .................................................................................................................... 1
RESUMO ....................................................................................................................................... 2
ABSTRACT ................................................................................................................................... 3
ÍNDICE .......................................................................................................................................... 4
ÍNDICE DE TABELAS .................................................................................................................. 6
ÍNDICE DE FIGURAS ................................................................................................................... 6
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 7
2. ESTADO DO CONHECIMENTO .......................................................................................... 9
2.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 9
2.2 FMEA – Failure Mode and Effect Analysis .................................................................. 10
2.2.1 Tipos de FMEA ........................................................................................................ 11
2.2.2 Metodologia do FMEA ............................................................................................. 11
2.3 GESTÃO DE PROJECTOS ........................................................................................ 20
2.3.1 Níveis de planeamento ............................................................................................ 20
2.3.2 Fases de Execução de Projectos ............................................................................ 20
2.3.3 Definição de actividades e WBS (Work Breakdown Structure)............................... 23
2.3.4 Relações de Sequencialidade ................................................................................. 24
2.3.5 Estimação de Rendimentos .................................................................................... 25
2.3.6 Importância do Mapa de Quantidades .................................................................... 27
2.3.7 Duração das Actividades ......................................................................................... 27
2.3.8 Plano de Trabalhos ................................................................................................. 28
2.3.9 Importância do Caderno de Encargos ..................................................................... 30
2.4 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 32
3. MODELO PROPOSTO ....................................................................................................... 34
3.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 34
3.2 FUNCIONAMENTO DO MODELO .............................................................................. 35
3.2.1 Análise de Procedimentos – FMEA e Caderno de Encargos ................................. 37
3.2.2 Gestão de prazos .................................................................................................... 38
3.2.2.1 Definição das actividades e código WBS ............................................................ 39
5
3.2.2.2 Duração das actividades ..................................................................................... 40
3.3 INTEGRAÇÃO DE PRAZOS E ANÁLISE DE RISCOS .............................................. 42
3.4 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 46
4. VALIDAÇÃO DO MODELO PROPOSTO .......................................................................... 47
4.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 47
4.2 DESCRIÇÃO DO CASO EDIFÍCIO ............................................................................. 47
4.3 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS..................................................................... 48
4.3.1 Gestão de Prazos .................................................................................................... 48
4.3.1.1 Definição das actividades e nível WBS ............................................................... 48
4.3.1.2 Duração das Actividades ..................................................................................... 49
4.3.2 Análise de Procedimentos ....................................................................................... 50
4.3.3 Integração de Prazos e da Análise de Procedimentos ........................................... 50
4.4 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 51
5. CONCLUSÕES .................................................................................................................. 52
5.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 52
5.2 AVALIAÇÃO DA REALIZAÇÃO DOS OBJECTIVOS DO TRABALHO ...................... 52
5.3 LIMITAÇÕES DO TRABALHO .................................................................................... 54
5.4 CONTRIBUTO PARA A INDÚSTRIA E PERSPECTIVAS FUTURAS ........................ 54
BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................... 55
ANEXOS ..................................................................................................................................... 58
ANEXO I – MAPA DE QUANTIDADES .................................................................................. 59
ANEXO II –ACTIVIDADES E NÍVEL WBS ............................................................................. 67
ANEXO III – DURAÇÕES ....................................................................................................... 70
ANEXO IV – CADERNO DE ENCARGOS ............................................................................. 75
ANEXO V – FICHAS FMEA .................................................................................................. 101
ANEXO VI – HIPERLINKS .................................................................................................... 111
ANEXO VII – MODELO PROPOSTO ................................................................................... 114
6
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 2.1 – Formulário do FMEA..............................................................................................15
Tabela 2.2 – Índice de Gravidade...............................................................................................16
Tabela 2.3 – Índice de Ocorrência..............................................................................................17
Tabela 2.4 – Índice de Detecção.................................................................................................17
Tabela 4.1 – Definição das actividades segundo a especialidade (Nível 1)...............................48
Tabela 4.2 – Cálculo das durações das actividades...................................................................49
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 2.1 – Fluxograma de análise do FMEA...............................................................14
Figura 2.2 – Áreas de Riscos.....................................................................................19
Figura 2.3 – Níveis de planeamento............................................................................20
Figura 3.1 – Fluxograma com a sequência dos procedimentos.........................................35
Figura 3.2 – Modelo proposto e softwares utilizados.......................................................36
Figura 3.3 – Documentos e software da análise dos procedimentos...................................37
Figura 3.4 – Planeamento em “Microsoft Office Project...................................................38
Figura 3.5 – Definição das actividades e nivel WBS........................................................39
Figura 3.6 – Definição da calendarização dos trabalhos..................................................40
Figura 3.7 – Folha de cálculo da estimativa das durações................................................41
Figura 3.8 – Definição dos “Hiperlink” associado a cada actividade....................................42
Figura 3.9 – Método de informação do documento associado a cada actividade...................43
Figura 3.10 – Método de identificação do documento e “hiperlink” de cada actividade...........44
Figura 3.11 – Sistema elaborado em “Microsoft Office Project”, o planeamento de prazos e
análise de procedimentos.......................................................................45
7
1. INTRODUÇÃO
A Indústria da Construção Civil em Portugal tem uma importância significativa no conjunto da
economia nacional. Este sector está cada vez mais dinâmico e competitivo, fomentando um
crescimento da concorrência, elevando as exigências aos diversos níveis da construção. A
integração de todos estes parâmetros tem de ser alcançada sem o agravamento dos custos e
durações e diminuição da qualidade.
Com este propósito, é necessário planear a obra e realizar uma análise de possíveis problemas
que possam ocorrer em fases avançadas da obra. Este estudo possibilita encontrar soluções
que se reflectem na minimização dos custos e no cumprimento do orçamento e prazos
definidos.
Apesar do estudo se revelar muito moroso e trabalhoso numa fase precose da construção de
um empreendimento os seus resultados são de extrema importância no decorrer da obra.
Este trabalho tem como principal objectivo a apresentação e descrição de uma metodologia
para a análise e previsão de falhas, a FMEA (“Failure Mode and Effects Analysis”), ocorridas
durante a construção de um empreendimento, de modo a evitar atrasos nos prazos previstos
para a execução de uma obra.
Com o objectivo de aplicar este processo ao plano de trabalhos da construção de edificios é
necessário elaborar o planeamento, identificando as actividades do projecto e as suas relações
de sequencialidade, estimação de durações e a definição dos recursos, quer materiais, quer
humanos e de equipamentos recorrendo a elementos, tais como, dados históricos, consulta de
especialistas e a elementos apresentados na “Informação sobre custos, Fichas de Rendimento”
pelo LNEC [24].
Em suma os objectivos deste trabalho são:
• Fazer uma pesquisa bibliográfica e análise dos estudos efectuados nesta área;
• Conceber um modelo, com base no FMEA, para aplicação na execução da construção de
edifícios;
• Elaborar fichas FMEA e o Caderno de Encargos no âmbito da análise de riscos;
• Realizar o planeamento das actividades relativas à fase de construção civil em “Microsoft
Office Project”,
8
• Aplicar o modelo de FMEA, às actividades críticas do planeamento da construção de um
edifício.
Este trabalho pode ser dividido em 3 capítulos principais: pesquisa bibliográfica, concepção e
descrição de um modelo integrado de prazos e análise de procedimentos (FMEA e Caderno de
Encargos) e validação do modelo proposto através da elaboração do planeamento da
construção de um edifício e respectiva análise do modo das possíveis falhas.
O 2º capítulo deste trabalho consistiu na pesquisa bibliográfica de estudos efectuados sobre o
planeamento e análise de riscos, demonstrando os conhecimentos até à data.
A concepção e descrição do modelo FMEA para a aplicação na construção de um edifício, é o
terceiro capítulo. Concebeu-se o modelo de forma a integrar os dados fornecidos pelo
planeamento com os dados fornecidos pela análise de procedimentos. Esta análise tem um
cariz preventivo e formativo uma vez que serve de apoio à execução das actividades
prevenindo possíveis falhas de ocorrerem.
No 4º capítulo aplica-se o modelo anteriormente descrito. Nesta fase, elabora-se o
planeamento da construção e realiza-se uma análise detalhada de cada actividade crítica e as
possíveis falhas que podem ocorrer durante o processo construtivo.
9
2. ESTADO DO CONHECIMENTO
2.1 INTRODUÇÃO
O FMEA – Failure Mode and Effects Analysis, é uma metodologia de análise de risco, que
permite avaliar, a partir de um determinado modo de uma possível falha, as respectivas causas
e sequência de efeitos, assim como os meios de detecção e prevenção dos modos de falha.
Este método pode ser aplicado em vários sectores da indústria em particular no sector da
construção de civil.
O planeamento na engenharia civil é um processo fundamental para a gestão e execução dos
projectos. Aborda diversos temas que abrangem toda a actividade da construção, tais como, os
processos de construção, a definição das actividades, a estimação das durações e escolha dos
recursos necessários e a identificação das relações de Sequencialidade das actividades. A
gestão de projectos é uma área muito complexa da construção civil, pois tende a criar sistemas
que simulem a realidade, sendo formulados com suposições e restrições, as mais rigorosas
possíveis.
O planeamento é a ferramenta essencial para uma boa orçamentação e calendarização dos
trabalhos. O plano de trabalhos contém toda a informação necessária para a gestão da obra,
as actividades críticas, os recursos utilizados e todos os elementos necessários para o sucesso
da gestão de projectos.
Devido à importância do planeamento na construção, o Decreto-Lei 59/99 de 2 de Março [9],
que rege juridicamente as obras públicas, define no artigo 159º o que se entende por plano de
trabalhos e a sua função, “O plano de trabalhos, que se destina à fixação da sequência, prazo
e ritmo de execução de cada uma das espécies de trabalhos que constituem a empreitada e à
especificação dos meios com que o empreiteiro se propõe executá-los, inclui, obrigatoriamente,
o correspondente plano de pagamentos.” Entende-se por isso que um plano de trabalhos para
a construção de um edifício deve propor o ritmo da execução dos trabalhos, garantido uma
calendarização de todas as actividades envolvidas no projecto, os recursos necessários à sua
execução e os respectivos custos, total e distribuído ao longo de toda a obra, reflectido num
cronograma financeiro.
A calendarização indica o conjunto de informação para cada actividade referente à data de
início, duração, data de conclusão e os recursos necessários. As relações de Sequencialidade
estabelecem as restrições entre as diversas actividades e em conjunto com a calendarização,
definem o planeamento da construção. A elaboração do planeamento deve ter por base o
Mapa de Quantidades de trabalho, elaborado ainda na fase de projecto, revelando de extrema
importância o seu desenvolvimento ainda neste nível.
10
2.2 FMEA – Failure Mode and Effect Analysis
A metodologia de Análise do Tipo e Efeito de Falha, conhecida como FMEA (Failure Mode and
Effect Analysis), é uma ferramenta que visa, em princípio, evitar, por meio da análise das falhas
potenciais, que estas ocorram no projecto e propor acções de melhoria. Este método de gestão
de qualidade é essencialmente preventivo, tendo como objectivo melhorar constantemente os
processos e produtos das empresas.
Em 1949, surge uma das primeiras referências bibliográficas, o procedimento militar US MIL-P-
1629 intitulado Procedures for Performing a Failure Mode, Effects and Criticality Analisys,
criado pelo exército norte-americano para a determinação dos efeitos das falhas de sistemas e
equipamentos, e classificação segundo o seu impacto sobre o sucesso da missão, e sobre as
condições de segurança referentes ao pessoal e aos equipamentos [27].
Na década de sessenta, o FMEA foi aproveitado pelas indústrias e agências de pesquisa
aeroespacial no desenvolvimento do projecto Apollo contudo a referência mais relevante data
da década de setenta quando a Ford Motor Company generalizou o seu uso internamente e
externamente, de modo a conquistar avanços tanto nas áreas de projecto como de
manufactura e através do fomento do seu uso pelas empresas suas fornecedoras
respectivamente.
Um grupo de trabalho composto por representantes da Chrysler Corporation, da Ford Motor
Company e da General Motors Corporation, desenvolveu no final da década de oitenta a norma
americana QS 9000 que define o sistema da qualidade exigido por estas três grandes
companhias quer a fornecedores internos quer a fornecedores externos de produção e
fornecimento de materiais e componentes, tendo por base a FMEA [27].
Na Europa surgiram normas semelhantes à QS 9000 com o mesmo objectivo. Com o intuito de
uniformizar os critérios existentes, o IATF (International Automotive Task Force) iniciou, em
1995, o desenvolvimento de um referencial comum, que incluísse os requisitos dos vários
fabricantes e que fosse reconhecido por todos. Desta forma, surgiu, em 1999, a Especificação
Técnica ISO/TS 16949, a qual foi submetida à ISO, para aprovação e publicação [19].
11
2.2.1 Tipos de FMEA
Esta metodologia pode ser aplicada tanto no desenvolvimento do projecto do produto como do
processo. As etapas e a maneira de realização da análise é a mesma, a única diferença surge
no objectivo. É de referir que, para a definição dos dois tipos de FMEA, considera-se que o
projecto define todos os passos correspondentes à concepção de um produto enquanto o
processo corresponde à execução/construção do mesmo. Assim as análises FMEA são
classificadas em dois tipos [35]:
• FMEA DE PROJECTO: na qual são consideradas as falhas que poderão ocorrer com o
produto dentro das especificações do projecto. O objectivo desta análise é evitar falhas
no produto ou no processo decorrentes do projecto.
• FMEA DE PROCESSO: são consideradas as falhas no planeamento e execução do
processo, ou seja, o objectivo desta análise é evitar falhas do processo, tendo como base
as não conformidades do produto com as especificações do projecto.
Este método, encontra-se amplamente difundido na indústria automóvel, aeroespacial e
electrónica e pode também ser usado na construção civil em diferentes fases e a vários níveis
da empresa, nomeadamente: durante a fase de concepção e desenvolvimento do projecto
(FMEA projecto) para optimizar e melhorar as características do produto ou analisar a
concepção de produtos / sistemas inovadores, antes da fase de execução / produção deste, e
durante a fase de execução (FMEA processo) tendo em vista a redução de falhas e
optimização dos processos [4].
2.2.2 Metodologia do FMEA
O princípio da metodologia é o mesmo independente do tipo de FMEA e a aplicação, ou seja,
se é FMEA de produto, processo ou procedimento e se é aplicado para produtos/processos
novos ou já em operação. A análise consiste na identificação do produto/processo em questão,
as suas funções, os tipos de falhas que podem ocorrer, os efeitos e as possíveis causas desta
falha. Em seguida são avaliados os riscos de cada causa de falha por meio de índices e, com
base nesta avaliação, são tomadas as acções necessárias para diminuir estes riscos,
diminuindo a probabilidade do produto/processo falhar.
Este método tem as seguintes fases de desenvolvimento [6]:
1. Análise e hierarquização do sistema;
2. Selecção do subsistema a analisar;
3. Estudo funcional e selecção de um estado de funcionamento;
4. Identificação de um modo potencial de falha;
12
5. Identificação dos efeitos possíveis do modo de falha;
6. Identificação das respectivas causas;
7. Identificação dos métodos de detecção e de prevenção.
Análise e hierarquização do sistema
Na análise do sistema, deve ser feita a identificação e hierarquização dos diversos subsistemas
e/ou componentes do mesmo [20]. É necessário definir os critérios que vão ser utilizados para
dividir o sistema para a análise. O sistema pode ser dividido por funções ou em subsistemas,
por unidades facilmente substituíveis ou em componentes individuais.
A disponibilidade de informação e a experiência de utilização do próprio elemento podem ser
consideradas como um critério de decomposição do sistema. Pode não se justificar um grande
detalhe de análise num subsistema com uma boa fiabilidade e grande maturidade de utilização
e com bons registos na área da manutenção e na área da segurança. Por outro lado, exige-se
maior detalhe e um nível de análise mais baixo – maior pormenorização – para todos os
sistemas concebidos recentemente ou para sistemas sem registos na área do funcionamento e
manutenção (desconhecimento da fiabilidade do sistema).
Análise funcional
Nesta fase, deve realizar-se uma lista das funções a desempenhar pelo produto em análise,
tendo em conta as exigências e expectativas do cliente e os requisitos regulamentares.
Os desempenhos mínimos requeridos tanto no início do funcionamento do sistema como
durante as fases de utilização e manutenção devem estar definidos. Pode ser relevante definir
nesta fase factores como: intervalo de tempo mínimo entre a ocorrência do modo de falha no
sistema e a implementação de uma acção correctiva, procedimentos operacionais durante o
funcionamento do sistema, tipo de controlo a realizar durante as fases operacionais, realização
de manutenção correctiva e/ou preventiva e procedimentos para realização testes de rotina se
estes forem utilizados [6].
Identificação dos modos potenciais de falha
Nesta fase realiza-se o levantamento dos chamados modos potenciais de falha. O modo
potencial de falha é a forma como a disfuncionalidade se manifesta. Pretende-se entender
como pode falhar o produto ou componente ou como pode falhar potencialmente o processo.
O bom desenvolvimento desta fase está muito dependente do grau de pormenorização atingido
durante as duas fases anteriores: divisão do sistema e análise funcional. A informação básica
para se encontrar os modos típicos de falha baseia-se em casos de estudo documentados,
experiências ou testes laboratoriais, experiência em campo (prática) e opinião de peritos [20].
13
Efeitos dos modos potenciais de falha
Para cada modo potencial de falha, deve listar-se as consequências dos efeitos potenciais
negativos, quer no rendimento do componente, quer no rendimento do sistema, quer ainda no
grau de descontentamento, que a disfuncionalidade surgida provoca no cliente ou utilizador
final, quer em termos de segurança e exigências regulamentares [20].
Causas dos modos potenciais de falha
Para cada modo de falha potencial, deve identificar-se e descrever as causas mais prováveis
que estiveram na origem do seu aparecimento. Dado que um modo de falha potencial pode ter
origem em várias causas, as causas independentes e mais prováveis para cada modo de falha
potencial devem ser identificadas e descritas. Deve procurar-se a razão pela qual a exigência
ou requisito falha.
Métodos de detecção e prevenção
É conveniente determinar, para cada modo de falha, a forma como esta é detectada e os meios
através dos quais se detecta a ocorrência da falha. A detecção desta pode ser realizada por
um dispositivo automático da concepção (ensaio integrado), pelo estabelecimento de um
procedimento de verificação especial depois da entrada em funcionamento, ou através das
actividades correntes de inspecção. Convém que o método de detecção e prevenção elimine a
ocorrência de modos de falha que possam pôr em causa a segurança de pessoas e bens
(funcionamento perigoso). É ainda conveniente estudar e listar outros modos de falha que
dêem origem a manifestações idênticas às do modo em análise.
Formulário do FMEA
O funcionamento da análise FMEA consiste num formulário, Tabela 2.1, de aplicação onde se
preenche detalhadamente cada coluna, respeitando a ordem de preenchimento indicada no
fluxograma.
Deve-se ter em mente que a análise FMEA é muito mais do que apenas preencher um
formulário, o seu verdadeiro valor está na discussão e reflexão sobre as falhas potenciais do
produto/processo e as acções de melhoria propostas.
Em seguida mostra-se o fluxograma e o formulário utilizados para a análise FMEA.
14
Figura 2.1 – Fluxograma de análise do FMEA [6]
15
Tabela 2.1 – Formulário do FMEA
Análise do Tipo e Efeito de Falha FMEA do Processo
Legenda: O – Ocorrência G – Gravidade D – Detecção RPN – Risk Priority Number (Número de Risco de Prioridade)
Nome do Processo
Função do processo
Falha Potencial Medidas de contolo
Índices Acção Recomendada
Medidas Aplicadas
Modo Efeito Causa O G D RPN
16
2.2.3 Avaliação dos Riscos
Nesta fase são definidos os índices de Gravidade (Severity – S), Ocorrência (O) e Detecção (D)
para cada falha, de acordo com critérios. Depois são calculados os coeficientes de prioridade
de risco (RPN), por meio do produto dos três índices.
Gravidade (S)
A gravidade (Severity - S) é uma avaliação do impacto causado pelo efeito do modo de falha
sobre o funcionamento do dispositivo que está a ser analisado. Nessa avaliação, deve-se
considerar a gravidade do efeito para o produto ou processo.
A classificação dos efeitos de gravidade deve ter em consideração inúmeros factores,
nomeadamente: efeitos possíveis sobre os utilizadores e sobre o meio envolvente, o
desempenho funcional do sistema ou do processo, cumprimento de exigências contratuais
impostas pelo cliente e requisitos regulamentares ou de garantia [6].
É atribuída uma classificação de gravidade ao efeito de falha, que constitui o chamado Índice
de Gravidade (S). Normalmente é usada uma escala de 1 a 10, em que a classificação de 1
corresponde a uma gravidade imperceptível e a classificação de 10 reflecte a pior possibilidade
ao nível de consequências, em que a segurança do utilizador pode estar em risco.
Tabela 2.2 – Índice de Gravidade [21]
GRAVIDADE Índice Gravidade Critério
1 Mínima O cliente mal percebe que a falha ocorreu 2
Pequena Ligeira deterioração no desempenho com leve descontentamento do cliente 3
4 Moderada Deterioração significativa no desempenho de um sistema com
descontentamento do cliente 5 6 7
Alta Sistema deixa de funcionar e grande descontentamento do cliente 8 9
Muito Alta Sistema deixa de funcionar e grande descontentamento do cliente e afecta a segurança 10
Ocorrência (O)
Esta variável designa a frequência ou probabilidade de aparecimento de cada modo de falha.
Para determinar a probabilidade de aparecimento dos modos de falha, além das informações
publicadas sobre as taxas de falha, deve-se obter dados de ensaios da duração da vida do
componente, taxas de falhas disponíveis em bases de dados, falhas ocorridas durante a
exploração/funcionamento do sistema e falhas em dispositivos semelhantes [6].
17
Uma vez estimada a probabilidade de ocorrência, o FMEA deve indicar o período de tempo
para o qual essa estimativa é feita. Normalmente é o período de garantia, ou a duração de vida
pré-determinada para este dispositivo ou produto. Geralmente, a cotação vai de 1 a 10, sendo
que 1 corresponde a uma probabilidade muito remota da falha acontecer e 10 a uma
ocorrência muito frequente da falha [4].
Tabela 2.3 – Índice de Ocorrência [6]
OCORRÊNCIA Índice Ocorrência Probabilidade
1 Remota 1/1000000 2
Pequena 1/20000
3 1/4000 4
Moderada 1/1000
5 1/400 6 1/80 7
Alta 1/40
8 1/20 9
Muito Alta 1/8
10 ½
Detecção (D)
Este critério mede a probabilidade do procedimento de controlo detectar a causa da falha ou o
modo de falha, antes de chegar ao cliente.
Este número está classificado de ordem inversa aos restantes números de gravidade e de
ocorrência: quanto mais elevado é o número de detecção, menos provável é a detecção.
Tabela 2.4 – Índice de Detecção [6]
DETECÇÃO Índice Detecção Critério
1 Muito Grande Certamente será detectado
2 3
Grande Grande probabilidade de ser detectado 4 5
Moderada Provavelmente será detectado 6 7
Pequena Provavelmente não será detectado 8 9 Muito
Pequena Certamente não será detectado 10
18
RPN – Risk Priority Number
Um dos métodos para a determinação quantitativa do risco consiste no cálculo do Número de
Risco de Prioridade (RPN - Risk Priority Number). Este número é o produto dos três factores
calculados anteriormente, para cada um dos modos de falha potenciais:
DOSRPN ××=
Equação 2.1 – Equação de cálculo do Número de Risco de Prioridade
Os valores de RPN variam entre o valor máximo 1000 e o mínimo de 1. Para valores de RPN
superiores a 100 recomenda-se acção imediata, para valores de ocorrência superiores a 5 e
para valores superiores a 1 em simultâneo para os índices de ocorrência e detecção é
recomendável actuar.
Os valores de RPN mais altos serão tratados, em princípio, prioritariamente mas é necessário
fazer uma análise dos valores parciais dos índices. A norma IEC 60812 [6] refere como uma
boa prática a consideração do par de valores, índice de gravidade (S) e RPN de cada modo de
falha, para uma melhor consistência na tomada de decisões. Para índices de gravidade de 9 ou
10 significam que os modos potenciais de falha põem em risco exigências de segurança e,
como tal, exigem acções prioritárias.
Uma análise do valor do RPN exige assim precauções e um bom julgamento. Com o cálculo e
análise do RPN e dos índices parciais obtidos, consegue-se quantificar a amplitude relativa de
cada falha e realizar uma ordenação e escalonamento das prioridades das acções a
desenvolver para reduzir ou minimizar os efeitos que certas falhas podem originar [21].
Recentemente surgiu uma nova abordagem, em que privilegiam os índices Gravidade (S) e
Ocorrência (O). Numa representação gráfica pode-se identificar as seguintes áreas de riscos
em função dos índices O e S [7].
19
Gráfico RPN=S*O
Risco Reduzido
Risco Médio
Risco Elevado
0123456789
10
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Severidade (S)
Ocorrência (O)
Risco Elevado
Risco Médio
Risco Reduzido
Figura 2.2 – Áreas de Riscos [7]
A fase seguinte é elaborar um plano de resposta ao risco com a implementação de acções
correctivas que se podem traduzir em várias formas de acções. Nesta fase, analisam-se todas
as acções que podem ser realizadas para diminuir os riscos.
Estas medidas podem ser:
• Medidas de prevenção total ao tipo de falha;
• Medidas de prevenção total de uma causa de falha;
• Medidas que dificultam a ocorrência de falhas;
• Medidas que limitem o efeito do tipo de falha;
• Medidas que aumentam a probabilidade de detecção do tipo ou da causa de falha.
20
2.3 GESTÃO DE PROJECTOS
2.3.1 Níveis de planeamento
Por norma, considera-se 3 níveis de planeamento [18]:
Estratégico, Táctico ou de Coordenação e Operacional.
O planeamento estratégico destina-se a definir as
estratégias de gestão e as formas de as atingir. É
realizado pelos níveis mais elevados da gestão das
organizações. Realiza-se numa fase muito inicial do
projecto e é relativamente inflexível a curto prazo mas
com um elevado
grau de incerteza a longo prazo. Fig 2.3 – Níveis de planeamento
O planeamento táctico ou de coordenação é direccionado
para médio prazo e define os objectivos e tarefas ao nível do empreendimento. Este
planeamento é elaborado pelos níveis intermédios da gestão das organizações. A este nível
está também associada a estimação dos custos correspondentes às fases de estudo prévio ou
projecto base, onde já existe mapa de quantidade e materiais.
O planeamento operacional destina-se a realizar as tarefas específicas previamente definidas
da melhor forma possível, no prazo previsto e com os recursos disponíveis. A este nível está
associado o projecto de execução e a construção. Este planeamento é elaborado pelos níveis
operacionais (funcionais) da gestão das organizações.
Apesar dos diferentes tipos do planeamento serem executados por níveis diferentes da gestão
das organizações, as decisões dos níveis mais elevados afectam os níveis menos elevados.
2.3.2 Fases de Execução de Projectos
Entende-se por projecto “um conjunto de actividades que se realizam ao longo do tempo de
acordo com uma determinada sequência definida por restrições tecnológicas e disponibilidades
dos recursos (humanos, materiais ou financeiros), com o objectivo de conseguir um
determinado produto ou serviço (...).” [34].
É de referir que, considera-se um projecto todas as etapas que se realizam, desde a
concepção do produto até à sua construção.
Brown Boveri define um projecto como “Um trabalho não repetitivo, planificado e realizado de
acordo com especificações técnicas determinadas, e com objectivos de custos, investimentos e
prazos pré-definidos. Também se define um projecto como um trabalho de volume e
21
complexidade consideráveis, que se realiza com a participação de vários departamentos de
uma empresa e eventualmente com a colaboração de terceiros.”.
O projecto pode ser empreendido “...no âmbito de uma organização, mais ou menos complexa,
mas que comporta interesses (culturais, económicos...) e regras de funcionamento, que nem
sempre são perfeitamente concordantes. Por isso, gerir um projecto conduz muitas vezes a
gerir conflitos motivados por interesses contraditórios, harmonizando o trabalho de pessoas
com diferentes culturas e atitudes.”. Podem envolver várias ou apenas uma pessoa e até
envolver várias organizações.
Os objectivos de um projecto devem ser considerados em três dimensões: a realização de um
conjunto de tarefas e obtenção do resultado previsto, realização dessas tarefas dentro de um
período de tempo previsto e a manutenção dos custos no limite orçamentado [17].
Pode-se considerar as seguintes fases na execução de um projecto [5]:
- Início
- Especificação
-Concepção
- Construção
- Implementação
- Operação e Revisão
Figura 2.4 – Ciclo de vida do projecto [5]
22
Início
O início é a etapa mais importante de qualquer projecto. Se o projecto não começa bem,
poucas hipóteses tem de ser bem sucedido. No início tem que se definir os assuntos em geral,
os objectivos, tem que se acordar orçamentos e conseguir a aprovação do projecto. É no início
do projecto que se estabelecem as suas próprias bases. A forma como é conduzido o início do
projecto vai determinar toda a sua evolução. Pode ser também a etapa mais intensa para o
Gestor de Projectos.
Especificação
A especificação é a etapa em que se definem detalhadamente as condições de projecto. É a
altura em que o Gestor de Projectos contacta aqueles que usufruem directamente dos
resultados do projecto.
A equipa de projecto analisa detalhadamente as necessidades dos utilizadores que ficam
registadas num documento denominado Especificação de Condições.
É neste ponto que o utilizador indica exaustivamente o que pretende, contudo nesta etapa
apenas se considera o que se pretende e não como se consegue o resultado pretendido.
Concepção
É na etapa da concepção que as ideias adquirem forma através de uma metodologia elaborada
por especialistas. Depois de conseguidos todos os meios necessários, os peritos técnicos,
arquitectos, analistas de sistemas, engenheiros, físicos, descobrem a solução do problema em
questão.
Esta etapa é como o esboço da seguinte. E pode surgir sob as mais diversas formas:
diagramas, uma maqueta, um protótipo ou um relatório detalhado. Tal como na etapa anterior,
o desenho é acordado em conjunto com o utilizador de que resulta o desenvolvimento de
planos mais detalhados para a etapa seguinte.
Construção
Finalmente cria-se algo tangível, algo para além de uma ideia. A etapa de construção é o
período em que a ideia se transforma numa realidade, nasce o produto final.
Implementação
É nesta etapa, também referida como instalação, que o produto que foi concebido e construído
está quase pronto a funcionar. Apesar de se comprovar que o resultado final corresponde
exactamente ao que o utilizador pretende, existe mais um processo de aprovação nesta etapa.
23
Operação
Nesta etapa elabora-se um relatório final onde se encontram detalhadas as despesas do
projecto. Depois de se ter certeza de que o produto funciona, então o projecto está concluído.
Planeamento de Projectos
A gestão de projectos é uma área relativamente recente, admite-se que teve origem nos EUA
no desenvolvimento dos projectos dos submarinos Polaris e com o projecto Apolo [17].
Entende-se por gestão de projecto a metodologia que se aplica a um conjunto de tarefas com
início e fim definidos no tempo e cujo objectivo final é obter o melhor resultado possível do
trinómio custo-prazo-qualidade respeitando as necessidades das partes envolvidas.
Mark Brown citou que “... a gestão de projectos é mais lidar com pessoas do que outra
coisa...”[5], uma vez que um projecto envolve a realização de tarefas executadas por pessoas
diferentes que tem que trabalhar em conjunto para alcançar um objectivo comum.
Na construção civil, a gestão de projecto considera:
• A definição de actividades e trabalhos, de acordo com o mapa de quantidades, que
garantam a realização do projecto com sucesso;
• A gestão do tempo, para garantir o cumprimento do prazo previsto;
• A gestão de custos, para que respeitem o orçamento;
• A gestão de um departamento que opera um papel funcional (como no caso das vendas,
da produção ou da contabilidade), são frequentemente limitados pelo próprio processo,
pelas actividades dos outros departamentos ou pelos conflitos e exigências dentro do
próprio departamento.
2.3.3 Definição de actividades e WBS (Work Breakdown Structure)
Por actividade entende-se que é “uma operação, tarefa ou processo que consome tempo e
normalmente recursos”.
O passo inicial associado a um correcto planeamento, é necessariamente, a definição das
actividades e correspondentes inter-relações, respeitando sempre os conceitos referentes a:
Exaustividade, Suficiência e Não Redundância.
24
O primeiro dos conceitos citados anteriormente visa sobretudo a elaboração de um
planeamento coerente, de modo que nenhuma actividade seja deixada de parte, pois face a tal,
pode-se estar perante menores durações do empreendimento e eventuais decréscimos de
qualidade.
Do mesmo modo, tal como não se pode desprezar nenhuma actividade, deve-se ter uma
correcta noção da suficiência de actividades, isto é, não deve-se considerar “actividades a
mais”, pois a consequência lógica de tal facto poderá levar a acréscimos de tempo não
considerados inicialmente no projecto.
Por fim, o conceito de redundância salvaguarda o planeamento da existência de actividades
repetidas, pois um trabalho elementar necessário ao desenvolvimento de um empreendimento
tem que estar contido apenas numa e só numa actividade, de modo a que não se tenham
trabalhos ou actividades repetidas.
A codificação de tarefas permite estabelecer um número de identificação – ID, que é único no
projecto. Importa mencionar que as tarefas podem estar estruturadas em mais que um nível,
porque houve a necessidade de subdividir em um conjunto de subtarefas que correspondem
aos vários trabalhos em que se compõe a primeira, formando um Organigrama Técnico do
Projecto. “A WBS é a descrição detalhada de todos os resultados existentes no projecto.” [34].
2.3.4 Relações de Sequencialidade
Uma relação de sequencialidade entre duas quaisquer actividades representa uma restrição de
natureza temporal imposta por uma delas em relação à outra. A designada sequencialidade é
pois um dos factores com influência na duração total de um empreendimento.
Entende-se por actividade precedente “uma tarefa que começa ou termina antes de outra” [34]
e sucessora “a actividade que depende do início ou conclusão da anterior” [34]. Um projecto é
o conjunto de actividades precedentes e sucessoras, caracterizadas por dois instantes, o
princípio e o fim.
Estas relações podem ser de diversos tipos: de precedência, nas quais se exibe precedência
entre actividades; conjunção, quando as actividades tiverem de se realizar em paralelo; ou de
disjunção, quando as mesmas não se puderem realizar simultaneamente.
Particularizando para as relações de precedência, podem-se definir quatro tipos distintos:
25
o Relação Fim-Princípio (FP) – onde o início da actividade é condicionado pelo final da actividade
antecessora;
o Relação Fim-Fim (FF) – onde o final da actividade sucessora é condicionado pelo final da
actividade antecessora;
o Relação Princípio-Princípio (PP) – onde o início da actividade sucessora é condicionado pelo
início da actividade antecessora;
o Relação Princípio-Fim (PF) – onde o final da actividade sucessora é condicionado pelo início
da actividade antecessora.
A selecção das relações de sequencialidade entre actividades depende fundamentalmente do
processo construtivo adoptado e dos recursos envolvidos no mesmo, sendo estes a mão-de-
obra, os materiais e os equipamentos. Contudo, factores sociais, políticos ou mesmo
resultantes de eventuais condicionantes do local de implantação podem influenciar a selecção
das relações.
Particularizando para o planeamento do caso estudo, a escolha das relações de precedência
nem sempre foi directa, tendo surgido diversas actividades cujas relações poderiam de algum
modo variar. Contudo, a relação predominante é do tipo Fim-Princípio (FP), o que não significa
que se dê uma sucessão perfeitamente linear entre as actividades, pois diversas vezes dá-se a
ocorrência das mesmas em simultâneo, o que resulta do facto de eventualmente dependerem
de uma mesma actividade, “em projectos de construção actividades são regularmente
executadas em simultâneo com o intuito de reduzir a duração do projecto” [2].
Para além da consideração das relações, existe por vezes necessidade de afectar as mesmas
de um “desfasamento temporal” ou lag (restrição temporal entre os instantes relacionados).
É de salientar, alguns estudos realizados até à data, que dão grande importância a esta fase
do planeamento: a definição de relações de Sequencialidade das actividades. Em 1992, o
estudo de Elmaghraby e Kamburowski [10], refere que as interdependências são fundamentais
na simulação de projectos reais, assim como Bartusch [3], apesar de neste estudo o autor não
se baseia na obtenção de um valor optimizado entre o tempo e o custo do projecto.
2.3.5 Estimação de Rendimentos
A estimação dos rendimentos pode-se realizar de várias formas, tais como, recurso a bases de
dados históricos, consulta de especialistas e fichas de rendimentos do LNEC.
26
O Laboratório Nacional de Engenharia Civil tem sido uma referência para a construção civil em
Portugal na área da estimação de rendimentos e de orçamentação dos processos, pelas
publicações e respectivas actualizações que tem facultado.
Estas publicações têm sido elaboradas com base no acompanhamento sistemático da
execução das operações e dos processos construtivos na construção civil ao longo dos anos.
O objectivo deste trabalho é a elaboração de fichas individuais para cada trabalho, onde se
apresente quantificado todos os recursos humanos, equipamentos e materiais necessários à
execução da operação, assim como, os seus custos.
Em 1968, o LNEC publicou a série da Informação sobre custos, IC1 até à IC4, esta última
publicada em Novembro de 1978. A IC4 é constituída por 820 fichas de actividades de
construção, os rendimentos destas fichas forma obtidos através da experiência, da colectânea
de registos de trabalhos e por observação directa das operações.
Em Julho de 1984, o LNEC publica a IC5, com um total de 1812 fichas de rendimentos e
orçamentação de operações de construção, divididas em 16 capítulos, tornando-se mais
abrangente, possibilitando um maior rigor na simulação de projectos reais.
A última publicação data de 2004, por Manso, A.Costa; Fonseca, M. Santos; Espada, J.
Carvalho – “Informação sobre Custos. Fichas de Rendimentos” [24] através do LNEC, onde se
identifica em cada ficha, os seguintes elementos:
• Número da operação;
• Código da operação constituídos por um máximo de cinco dígitos e em que, os três
últimos indicam o artigo e os dois primeiros o capítulo;
• Unidade de medição;
• Data codificada de preços simples;
• Descrição da operação;
• Quantidade, unidade, descrição e custos unitários e total por diferentes materiais
necessários para a realização da unidade da operação de construção;
• Quantidades, unidades e descrição dos diferentes equipamentos para a realização da
unidade de trabalho de construção e respectivos custos unitários e totais;
• Quantidades, unidades e descrição de mão-de-obra para a realização da unidade de
trabalho de construção, com os custos unitários e totais;
• Incidência dos vários recursos utilizados (materiais, equipamentos e mão-de-obra) no
custo directo (em percentagem);
• Custo directo da operação afectado do coeficiente de eficiência indicado;
• Custo da operação incluindo percentagem indicada de custos indirectos;
27
• Custo total da operação ou “Valor de Venda”, com o valor de lucros e imprevistos
indicados.
O rendimento (η) associado a cada tarefa é definido tendo em conta os valores estabelecidos
nas Fichas de Rendimentos disponibilizadas pelo LNEC. Nas fichas o valor fornecido
representa o inverso do rendimento (Ex: Homem*hora/m2), este aspecto é fundamental para o
cálculo da duração da actividade.
2.3.6 Importância do Mapa de Quantidades
A determinação das quantidades (Q) correspondentes a cada actividade pode ser realizada
com recurso ao Mapa de Quantidades. Este resulta das medições de todos os materiais
utilizados nas diversas actividades. A elaboração de um Mapa de Quantidades é um processo
complexo, exigente e de extrema importância para a realização de uma obra pois contempla a
informação relativa à quantidade, tipo e qualidade do material assim como o local de utilização
do mesmo.
Este não tem só a função descrita anteriormente, é com base nele que se elabora o Mapa de
Orçamento e posteriormente o Mapa de Preços, que inclui os preços unitários. Estes permitem
ao Dono de Obra um controlo do trabalho realizado e do que falta realizar bem como dos
custos de cada actividade da obra.
A realização do Mapa de Quantidades tem que ser estruturada por capítulos de acordo com os
processos construtivos utilizados na obra. Desta forma facilita a sua elaboração e o
acompanhamento da obra nas suas diversas fases.
2.3.7 Duração das Actividades
A estimação das durações é uma fase determinante para o sucesso de um bom planeamento,
uma vez que todo o processo de controlo de prazos depende directamente da duração das
actividades. Com o objectivo de melhorar a estimação da duração de actividades, existem
vários estudos de investigadores como, Li Cao e Love [24], nesta área.
A estimação de durações não depende apenas da quantidade de trabalho a realizar nem do
rendimento dos recursos, um dos factores principais é a disponibilidade dos recursos. No
planeamento de projectos, considera-se que os recursos são ilimitados, o que nem sempre é o
mais correcto. Tendo em conta esta limitação dos recursos, Moussourakis e Haksever [29]
criaram um programa que permite limitar os recursos disponíveis e Leu e Yang [22]
desenvolveram um modelo de gestão computacional óptimo com “multicritérios”.
28
Existem outros factores que podem influenciar a estimativa da duração, tais como, o volume de
trabalho a executar e certas características peculiares da obra. Estes afectam de forma
significativa a estimativa, representando a realidade de forma pouco correcta.
Mais recentemente, Pedro Rodrigues [8], desenvolveu um modelo informático que permite de
forma fácil e acessível, calcular as durações previsíveis médias das actividades que constituem
a construção de um edifício.
A duração de uma actividade pode ser definida como o intervalo de tempo decorrente entre o
início e o fim da mesma. Este parâmetro é função da quantidade de trabalho, dos rendimentos
e da dimensão da equipa, podendo a sua determinação ser feita através da relação:
η*H
QD =
Equação 2.2 – Equação do cálculo das Durações
• D corresponde à duração da actividade em horas;
• Q diz respeito à quantidade de trabalho a realizar por unidade de trabalho;
• η Corresponde rendimento na execução da tarefa (ex. m2/Homem*hora);
• H diz respeito ao número de equipas.
2.3.8 Plano de Trabalhos
No Plano de Trabalhos agenda-se cronologicamente todas as tarefas e estabelece-se as
respectivas interligações de forma a estruturar o projecto, tendo em atenção o orçamento
disponível e o tempo previsto.
É de referir que planear é essencialmente uma previsão, a qual pode ser apoiada no cálculo de
probabilidade, com o intuito de fazer uma análise de riscos.
No decorrer de um planeamento executado para um determinado projecto, é de esperar que
nem tudo corra de acordo com o previsto contudo é muito difícil prever o momento e em que
circunstância o projecto começa a desviar-se do planeado.
Recorre-se a uma aplicação informática, “Microsoft Office Project”, para gerir uma base de
dados onde serão introduzidas todas as informações correspondentes a um projecto (Inputs
29
dos modelos). Estas podem resumir-se na identificação das tarefas, identificação das relações
de Sequencialidade e na estimativa das durações das tarefas.
Os dados fornecidos pela Microsoft Project (Outputs do modelo) são os seguintes: Duração
mínima, Localização temporal das tarefas de forma a atingir a duração mínima e Identificação
das tarefas que determinam a duração mínima (caminho crítico).
Representação Gráfica do Planeamento
Na representação gráfica do planeamento pode-se utilizar duas formas: gráficos em rede e
gráficos de barras.
O PERT é a “técnica utilizada para calcular a duração de um projecto quando existem
incertezas nas estimativas de duração das actividades individuais. Emprega o CPM” [28]. As
incertezas referidas podem ser traduzidas nas durações através de três valores: duração
optimista, duração provável e duração pessimista.
O gráfico em rede foi a primeira forma de representar um planeamento de um projecto. Existem
dois métodos de cálculo de durações que se complementam o Program Evaluation and Review
Technique (PERT), que foi o primeiro a ser desenvolvido e o Critical Path Method (CPM), ou
seja, método do caminho critico, que apareceu posteriormente. Este último serviu de base a
estudos de alguns investigadores, tais como, Feng, Liu e Burns [13], [14] e Leu e Yang [22].
Designa-se por caminho crítico, o conjunto das tarefas críticas que incluam o início e o fim, ou
seja, as tarefas cujo aumento de duração introduz um aumento igual na duração total do
projecto.
A representação gráfica do planeamento através de uma rede é constituída por nodos e setas
e tem como base a existência de precedências e sequências entre cada tarefa.
Existe duas formas de representação de um planeamento em rede [17]:
o Actividades nas Setas – AOA
o Actividades nos Nós – AON
Apesar de ser possível afirmar que ambas as formas permitem representar o planeamento, a
segunda, AON, além de ser mais clara possibilita a utilização de todas as relações de
Sequencialidade, enquanto a primeira, AOA, necessita da criação de tarefas fictícias para
ultrapassar a limitação de apenas permitir as relações de Sequencialidade do tipo Fim-Princípio
(FP).
30
A representação da rede pelo método, AON, é relativamente fácil, desde que se considerem
todas as precedências e sequências das tarefas.
Neste tipo de representação pode ser incluída outras informações, tais como, folgas, caminhos
críticos e duração total.
O outro método de representação gráfica do planeamento é o gráfico de barras, sendo neste
caso o gráfico de Gantt a mais generalizada.
O gráfico de barras é um gráfico cartesiano com abcissas e ordenadas. No eixo horizontal do
referencial (abcissas) representa-se o tempo, enquanto no eixo vertical (ordenadas)
representa-se as actividades.
Este gráfico é a maneira de representar projectos muito complexos de uma forma relativamente
clara uma vez que a envergadura do mesmo possibilita uma representação totalmente
perceptível.
2.3.9 Importância do Caderno de Encargos
O sector das obras públicas é regulamentado pelo Decreto-Lei nº 59/99 [9]. Este decreto
abrange todo o processo inerente a uma empreitada, sendo o suporte jurídico para todos os
seus intervenientes, estabelecendo o regime do contrato administrativo de empreitada de obras
públicas.
Para um Dono de Obra público contratar uma empreitada, tem de sujeitar a mesma a concurso.
Este processo é constituído por alguns elementos que visam, no seu conjunto, dar a conhecer
aos potenciais interessados todos os elementos que integram o processo e estabelecer as
regras pelas quais o concurso se rege. De igual modo, visa estabelecer as regras para a
execução da empreitada e através do Projecto, que especifica e caracteriza a obra que está a
ser levada a concurso.
O Dono de obra, para além da publicação do anúncio, deve elaborar um projecto, um caderno
de encargos e um programa de concurso, que serão os elementos base do concurso.
O caderno de encargos é o elemento onde o Dono de Obra define as obrigações e direitos
contratuais entre o próprio e o empreiteiro ao qual foi adjudicado a obra. É um documento de
carácter pós-contratual porque apenas tem a ver com a obra e não com o processo de
adjudicação. Pode-se dizer que o Caderno de Encargo regulamenta as relações entre o Dono
de Obra e o empreiteiro, após celebração do contrato.
O Caderno de Encargos contém, ordenado por artigos numerados, as cláusulas jurídicas e
técnicas, gerais e especiais, a incluir no contrato a celebrar e deve estar organizado na
seguinte forma:
• Cláusulas Gerais;
• Cláusulas Especiais;
• Especificações Técnicas.
31
O Decreto-Lei 59/99 exige que, o caderno de encargos deve-se conformar com o caderno de
encargos tipo, devidamente aprovado, com excepção das cláusulas especiais indicadas para o
caso e com as alterações nas cláusulas gerais permitidas pela própria fórmula.
As Especificações Técnicas referidas no artº 65 do Decreto-Lei 59/99 [9] devem ser parte
integrante dos documentos gerais ou dos documentos especiais relativos a cada contrato.
Define as características exigidas para um tipo de trabalho, material, equipamento, etc. Pode-
se dizer, sempre que possível, a definição dessas características devem ser feitas por
referência a normas nacionais que transponham as normas europeias.
Excepto casos especiais, justificados pelo objecto da empreitada, não é permitida a introdução
no caderno de encargos de especificações técnicas que mencionem produtos de fabrico ou
proveniência determinada ou processos especiais que tenham por efeito favorecer ou eliminar
determinadas empresas. É expressamente proibido a indicação de marcas comerciais ou
industriais, de patentes ou modelos, ou de origem ou produção determinadas, sendo no
entanto autorizadas, tais indicações quando acompanhadas de uma referência.
No Decreto-Lei 59/99, considera-se especificações técnicas, o conjunto das prescrições
técnicas constantes no caderno de encargos, que definem as características exigidas num
determinado trabalho, material, produto ou fornecimento e que permitam a sua caracterização
objectiva.
As Especificações Técnicas do Caderno de Encargos constituem um documento tipo onde são
definidas todas as normas pelo qual a execução dos trabalhos da obra se deve reger.
Nas situações omissas será tido como base os documentos de homologação e normas
Portuguesas aplicáveis aos materiais definidos nas condições técnicas especiais, mapa de
Trabalhos e peças desenhadas.
Na falta de normas europeias, que definam as condições de homologação técnica europeias ou
de especificações técnicas comuns, estas devem ser definidas por referência às especificações
técnicas nacionais reconhecidas como sendo conformes aos requisitos essenciais enunciados
nas directivas comunitárias relativas à harmonização técnica, podendo ser definidas por
referência a especificações técnicas nacionais em matéria de concepção, de cálculo e de
realização de obras e de aplicação dos produtos e podem ser definidas por referência a outros
documentos; neste caso, convém que se tome por referência, por ordem de preferência, as
normas nacionais que transpõem normas internacionais já aceites por Portugal, outras normas
e condições internas de homologação técnica nacionais ou qualquer outra norma.
Contudo as situações referidas anteriormente podem não ser aplicadas pelo dono de obra se,
as normas, as condições de homologação técnica europeias ou as especificações técnicas
comuns não incluam qualquer disposição relativa à verificação da conformidade, ou não
existam meios técnicos que permitam determinar, de modo satisfatório, a conformidade de um
produto com essas normas, com essas condições de homologação técnica europeias ou com
essas especificações técnicas comuns; as normas, as condições de homologação técnica
europeias ou as especificações técnicas comuns obriguem a utilizar produtos ou materiais
32
incompatíveis com instalações já utilizadas pelo dono da obra, ou envolvam custos ou
dificuldades técnicas desproporcionadas, mas unicamente no âmbito de uma estratégia
claramente definida e destinada à transição, num prazo determinado, para normas europeias,
para condições de homologação técnica europeias ou para especificações técnicas comuns e
se o projecto em causa seja verdadeiramente inovador e não seja adequado o recurso às
normas, às condições de homologação técnica europeias ou às especificações técnicas
comuns existentes.
Importa referir que o Decreto-Lei 59/99 perde validade em Julho de 2008, uma vez que a 29 de
Janeiro de 2008 foi publicado um novo decreto, o Decreto-Lei 18/2008. Este deve fazer a
transposição das Directivas Comunitárias 2004/17/CE e 2004/18/CE, revogando o Decreto-Lei
n.º 59/99, de 2 de Março, o Decreto-Lei n.º 197/99, de 8 de Junho, e o Decreto-Lei n.º 223/2001,
de 9 de Agosto, diplomas legais actualmente vigentes em matéria de contratação pública.
2.4 CONCLUSÃO
A indústria da construção civil depende de diversos vectores, contudo os mais relevantes são:
Prazos, Custos e Qualidade. A conjugação e optimização destes três vectores são raramente
alcançadas, devido à complexidade inerente a este tipo de projectos.
A análise de riscos qualitativo Failure Mode and Effect Analysis – FMEA, é um método muito
utilizado em diversas áreas e começa a ser aplicado à construção de edifícios como
complemento às normas de qualidade ISO 9000.
Esta análise pode ser de dois tipos: FMEA de Projecto ou de Processo. A primeira acontece no
decorrer do projecto e visa evitar falhas ao nível do produto enquanto a segunda pretende
evitar falhas ao nível do planeamento na execução do projecto.
A metodologia a adoptar na análise FMEA, é a mesma independente o tipo de análise que se
realiza, esta consiste na identificação do objecto a analisar, a sua função, o tipo de falha que
pode ocorrer e os efeitos e causas das possíveis falhas. A avaliação do risco é a fase seguinte,
onde se determina o grau de gravidade das possíveis falhas. A última fase desta metodologia é
a decisão de medidas preventivas e formativas a adoptar para cada projecto/processo.
O formulário FMEA é um documento “vivo”, ou seja, uma vez realizada uma análise para um
produto/processo, esta deve ser revista sempre que ocorram alterações neste
produto/processo específico. Além disso, mesmo que não haja alterações deve-se rever
regularmente a análise de risco confrontando as falhas potenciais com as que realmente
ocorrem diariamente no processo e uso do produto, de forma a permitir a incorporação de
falhas não previstas, bem como a reavaliação, com base em dados objectivos, das falhas já
previstas.
33
Existem vários estudos na área da gestão e planeamento, contudo a maioria trata o assunto de
uma forma isolada sem integrar os diversos vectores a considerar neste tipo de projectos.
O planeamento de uma obra pode ser realizado a três níveis, Estratégico, Táctico e
Operacional e aborda temas tão diversos como o delinear as estratégias a adpotar e traçar
objectivos, o planeamento a nóvel do projecto e a execução das tarefas consideradas no
projecto de execução.
O planeamento estratégico e táctico identifica as estratégias que os gestores de projecto
seguem para atingir os objectivos estabelecidos. O planeamento operacional estabelece as
actividades e todos os recursos afectados ao projecto bem como todas as suas funções. Neste
planeamento define-se datas chaves, de modo a promover avaliações faseadas do programa
de trabalhos e estabelece responsabilidades e autoridade da equipa de gestão.
Na fase de elaboração de projecto consideram-se 7 etapas: Inicio, Especificações, Concepção,
Construção, Implementação, Operação e Revisão.
O bom planeamento é uma problemática muito corrente nas obras uma vez que envolve a
gestão de tempo, custos e recursos. O planeamento pode ter dois tipos de representação,
gráfico em Rede ou em Barras, onde se utiliza as técnicas do PERT e CPM para o cálculo das
durações.
As obras públicas, devido à sua importância no panorama da construção civil, têm um decreto
que as legisla, o decreto-lei 59/99. Este aborda todos os temas associados à construção,
desde a preparação dos elementos para pedido de propostas até à recepção definitiva da obra.
Contudo este decreto foi revogado pelo decreto-lei 18/2008 que está em vigor desde 29
Janeiro de 2008.
No concurso público, o Dono de Obra tem que organizar os elementos necessários para
colocar à disposição dos interessados. Os elementos são os seguintes: Anúncio do Concurso,
Projecto, Caderno de Encargos e Programa do concurso.
O Caderno de Encargos é o elemento onde se define os direitos e deveres que o empreiteiro a
que foi adjudicada a obra tem para com o Dono de Obra. Este é dividido em três partes, as
Cláusulas Gerais, as Cláusulas Especiais e as Especificações Técnicas.
A inexistência de sistemas que integrem estes vectores obriga a estudos independente sobre o
planeamento e a análise de riscos.
34
3. MODELO PROPOSTO
3.1 INTRODUÇÃO
O principal objectivo deste estudo é a integração entre o planeamento e a análise de riscos –
FMEA. Neste capítulo apresenta-se um modelo que integra dois vectores fundamentais na
construção civil, prazos e qualidade.
O propósito deste trabalho não é a criação de um sistema de planeamento de prazos e
qualidade mas melhorar e complementar os sistemas existentes, através da integração das
várias metodologias, de forma a funcionarem em conjunto, limitando as lacunas existentes
nestas.
O modelo proposto inclui ferramentas informáticas, já existentes, o “Microsoft Office Project”, o
“Microsoft Office Word” e o “Microsoft Office Excel”. Neste modelo todas as ferramentas
referidas anteriormente, interagem de modo a completarem-se. A integração da análise de
risco é realizada com a ligação dos diversos itens do caderno de encargos e das fichas do
FMEA, apresentadas em “Microsoft Office Word” e “Microsoft Office Excel” respectivamente, ao
planeamento elaborado em “Microsoft Office Project”.
O modelo proposto, é executado para a fase de planeamento táctico dum projecto, contudo a
sua real aplicação verifica-se no planeamento operacional. Numa fase ainda precoce do
projecto forma-se uma equipa com o objectivo de analisar os procedimentos susceptíveis a
ocorrerem falhas. A dimensão da equipa pode depender do projecto e das exigências que este
apresenta. Esta tem um líder que tem um papel importante no processo, uma vez que escolhe
os elementos da equipa e define as suas funções e bases de trabalho. O líder da equipa tem
de ter capacidade de planear, documentar, realizar auditorias e tomar decisões em assuntos
chaves. Os elementos da equipa tem de conhecer todo o processo do FMEA, estar preparados
para o desafio, fornecer contributos baseados na sua experiência e reconhecer sempre que
precisam de ajuda especializada.
A aplicação do modelo ocorre durante a obra, planeamento operacional, sendo a equipa que
elaborou as fichas responsável por fornecer a informação das fichas aos chefes das equipas de
trabalho e actualização as mesma quando necessário.
O objectivo deste modelo é permitir uma melhor preparação dos trabalhos futuros numa obra,
em seguida mostra-se um fluxograma com a sequência dos trabalhos com a integração das
fichas FMEA na preparação dos trabalhos.
35
Figura 3.1 – Fluxograma com a sequência dos procedimentos
3.2 FUNCIONAMENTO DO MODELO
O modelo proposto tem como base um sistema integrado, composto pelas ferramentas
informáticas: o “Microsoft Office Project”, o “Microsoft Office Word” e o “Microsoft Office Excel”.
O sistema apresenta como ambiente de trabalho o Project, onde se elabora o planeamento dos
trabalhos e cria ligações para os restantes softwares, tendo acesso às fichas de análise de
risco e aos diversos itens do caderno de encargos.
Este sistema pretende fazer uma ligação simplificada entre o planeamento executado em
Project e os elementos da análise de procedimentos. Esta ligação efectua-se através de uma
propriedade da ferramenta informática utilizada no planeamento, os “hiperlinks”.
O modelo é composto por dois módulos distintos, um destinado ao planeamento e outro à
análise de procedimentos (Fichas FMEA e caderno de encargos). Estes módulos interagem de
forma a funcionarem em conjunto, tendo no Project o elemento de ligação.
36
Figura 3.2 – Modelo proposto e softwares utilizados
Caderno de Encargos Microsoft Office Word Fichas FMEA
Microsoft Office Excel
Modelo Proposto Microsoft Office Project
Planeamento Microsoft Office Project
37
3.2.1 Análise de Procedimentos – FMEA e Caderno de Encargos
A análise dos procedimentos efectua-se em duas fases distintas. A primeira corresponde à
elaboração das fichas de análise de riscos – FMEA, durante o planeamento táctico e a
segunda com a aplicação do caderno de encargos fornecido pelo Dono de Obra e das fichas
FMEA previamente elaboradas, nas reuniões de preparação dos trabalhos a realizar no
planeamento operacional.
Na primeira fase, analisa-se todos os procedimentos referentes a cada actividade e os
riscos/falhas que podem ocorrer durante a realização dos trabalhos, para a elaboração das
fichas FMEA realizadas em “Microsoft Office Excel”.
A documentação a elaborar, pode garantir a qualidade de todos os processos executados
numa obra quando devidamente utilizada, sendo um procedimento de cariz preventivo e com
uma forte vertente formativa das equipas de trabalho.
Figura 3.3 – Documentos e software da análise dos procedimentos
Caderno de Encargos Microsoft Office Word
Fichas FMEA Microsoft Office Excel
38
3.2.2 Gestão de prazos
Neste modelo, o planeamento realiza-se em “Microsoft Office Project” e consiste na definição
das actividades, estimação das durações, relações de sequencialidade e recursos, obtendo
uma calendarização da obra no diagrama de “Gantt”.
Figura 3.4 – Planeamento em “Microsoft Office Project
Def
iniç
ão d
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vel W
BS
Def
iniç
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ctiv
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Dur
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activ
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e
Rel
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cial
idad
e
Grá
fico
de G
antt
39
3.2.2.1 Definição das actividades e código WBS
A definição das actividades é um processo de extrema importância no planeamento de uma
obra. Este procedimento requer uma análise cuidada do mapa de quantidades e bom senso
para definir o número de actividades que se pretende, assim como, o nível de WBS adequado
ao projecto. Na definição de actividades pode-se considerar os seguintes critérios:
• Definir de modo sintético as actividades, com base no mapa de quantidades;
• Dividir as actividades por zona física de construção e em seguida por especialidade;
• Realizar uma análise mais profunda da divisão das actividades e subdividir as
actividades que englobem diversos trabalhos, evitando actividades com dois tipos de
trabalhos;
• Caracterização de um tipo de trabalhos, para a ligação de um artigo a diversas
actividades.
Com estes critérios, o modelo proposto pretende facilitar a definição de actividades,
considerando as quantidades definidas no mapa de quantidades e o nível de desagregação
que se pretende para o planeamento da obra.
Figura 3.5 – Definição das actividades e nível WBS
40
3.2.2.2 Duração das actividades
Na definição do horário de trabalho de uma obra é preciso definir dois factores: o número de
dias por semana e horas diárias de trabalho. O “Microsoft Office Project” possibilita a definição
do calendário de trabalho de uma obra através do “Change Working Time” (Alterar o Tempo
Útil), tornando o planeamento mais realista.
Por norma, os trabalho decorrem apenas no cinco dias da semana, durante oito horas por dia.
No entanto considera-se os dias feriados, devido ao facto de se poder definir, o “non-working
time” (tempo de descanso).
O planeamento também pode tornar os dias de descanso (sábado e domingo), em dias de
trabalho, quando as imposições de prazos a isso obriguem.
Estas particularidades permitem que o planeamento se torne mais preciso, podendo prever
com maior exactidão a duração da obra.
Figura 3.6 – Definição da calendarização dos trabalhos
Definição do número de dias de trabalho
por semana
Definição das horas diárias de trabalho
41
A estimativa das durações e o dimensionamento das equipas de trabalho são inversamente
proporcionais, o aumento da dimensão da equipa de uma determinada actividade reflecte-se
na redução da sua duração.
O cálculo da estimativa das durações é realizado em “Microsoft Office Excel” recorrendo à
expressão referida anteriormente (Equação 2.2).
Figura 3.7 – Folha de cálculo da estimativa das durações
No modelo proposto, pretende-se que o processo de cálculo de durações na folha de Excel se
mantenha, onde os inputs são as quantidades de trabalho a executar, o rendimento e
dimensão da equipa.
A quantidade de trabalho a executar pode ser facultada pelo mapa de quantidades. O
rendimento da equipa depende das fichas do LNEC que corresponde à actividade previamente
definida. A dimensão da equipa é definida pelo Gestor do Projecto e Director de Obra, de
acordo com a experiência e o espírito crítico dos responsáveis.
Cálculo de durações Microsoft Office Excel
42
3.3 INTEGRAÇÃO DE PRAZOS E ANÁLISE DE RISCOS
Nesta fase do projecto, já estão determinados todos os elementos necessários à integração
proposta: actividades e nível WBS, duração das actividades, precedências e Caderno de
Encargos e ficas FMEA.
A integração dos dois módulos, do planeamento e da análise de procedimentos, efectua-se em
“Microsoft Office Project”, através de ligações entre a documentação para a análise de
procedimentos e os itens do caderno de encargos às respectivas actividades definidas.
Neste modelo, a base é elaborada em “Microsoft Office Project”. Os documentos de análise de
procedimentos, associam-se à actividade do projecto através de um “hiperlink”.
Figura 3.8 – Definição dos “Hiperlink” associado a cada actividade
É de referir, que este modelo considera dois níveis de documentos associados às actividades.
O caderno de encargos, é um documento mais abrangente e está ligado a uma actividade mais
geral, enquanto as fichas FMEA, são documentos mais individuais e destinam-se a actividades
específicas. Estes são introduzidos no planeamento, através de um “hiperlink”. De modo a
melhor visualizar o conteúdo, descreve-se o tipo de documento associado, através da
respectiva “task information”. Este processo é possibilitado pela opção intitulada “notes” (notas),
que após introduzidas, são identificadas com um símbolo específico, como mostra a figura
seguinte.
“Hiperlink” e “Notes" associado à actividade
Documento associado à actividade
43
Figura 3.9 – Método de informação do documento associado a cada actividade
Indicação da existência de documentos associados à
actividade
Descrição do documento – Caderno de Encargos –
na “task information”
Descrição do documento – Ficha FMEA –
na “task information”
Indicação da existência de documentos associados à
actividade
44
Nesta integração, o “hiperlink” que efectua a ligação directa ao documento correspondente e a
descrição do documento complementam-se, enquanto a descrição do documento é efectuada
nas “notes”, o “hiperlink” faz a ligação ao documento associado, como se pode ver na figura
seguinte.
Figura 3.10 – Método de identificação do documento e “hiperlink” de cada actividade
Em seguida, apresenta-se o sistema de integração de planeamento de prazos e análise de
procedimentos.
Def
iniç
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e
45
Figura 3.11 – Sistema elaborado em “Microsoft Office Project”, o planeamento de prazos e análise de procedimentos.
Sin
aliz
ação
de
“Hip
erlin
k” e
“N
otes
” as
soci
ados
às
activ
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Seq
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Grá
fico
de G
antt
46
3.4 CONCLUSÃO
O modelo proposto recorre a ferramentas já utilizadas, no que diz respeito à integração do
planeamento de uma obra e análise de procedimentos, com o objectivo de evitar a ocorrência
de falhas no processo construtivo.
Pretende-se que o planeamento seja um processo que descreva a obra de uma forma mais
real. A definição das actividades assim como o nível de WBS realiza-se com o auxílio directo
das actividades que se obtêm no mapa de quantidades. O “Microsoft Office Excel” permite
relacionar as actividades e os itens do mapa de Quantidades. Nesta fase, obtém-se todos os
inputs do planeamento: durações, relações de Sequencialidade e a dimensão das equipas, que
se introduzem no software proposto, o “Microsoft Office Project”.
A elaboração das fichas é realizada por uma equipa cuidadosamente escolhida e baseia-se
num estudo cuidado dos processos construtivos envolvidos em cada actividade e nas falhas
mais comuns que ocorrem durante a realização dos trabalhos. Elaboram-se as fichas que
documentam todos os riscos inerentes a cada actividade. É de referir que a equipa responsável
por todo este processo inicia o seu trabalho durante o planeamento táctico e acompanha a
obra fornecendo a informação que consta nas fichas aos chefes de equipa de cada
especialidade. O modelo desenvolvido permite que na fase da preparação dos planos de
trabalho em reuniões de obra, a partilha de informação entre os diferentes líderes das equipas,
quer no que concerne ao planeamento quer no que concerne à boa prática dos processos
gerais de construção e dos planos de qualidade a implementar em obra.
O sistema integrado, composto por dois módulos, apresenta como ambiente de trabalho o
“Microsoft Office Project” e efectua a ligação dos diversos elementos do modelo através de
“hiperlink”, que fazem a correspondência dos documentos elaborados na análise de
procedimentos às respectivas actividades, facilitando a sua consulta. Este modelo pretende
que a consulta dos elementos da análise de riscos seja um processo natural nas reuniões de
preparação dos trabalhos permitido evitar erros e possíveis falhas que possam ocorrer durante
o processo construtivo.
47
4. VALIDAÇÃO DO MODELO PROPOSTO
4.1 INTRODUÇÃO
Neste capítulo pretende-se validar o modelo integrado de prazos e análise de procedimentos
descrito anteriormente, verificando a sua aplicabilidade numa obra. O caso estudo é um edifício
de habitação, no qual se considera apenas a fase referente à Construção Civil: Alvenarias,
Impermeabilizações, Cantarias, Revestimentos, Serralharias, Pinturas, Carpintarias, Elementos
de Equipamento Fixo e Móvel e Segurança.
Além de avaliar os resultados do modelo proposto, apresenta-se as vantagens da optimização
de dois vectores muito importantes na construção civil (Prazos e Qualidade).
4.2 DESCRIÇÃO DO CASO EDIFÍCIO
O edifício é constituído por sete pisos elevados destinados a habitação, o piso térreo para
serviços comuns e comércio e três pisos enterrados destinados a estacionamento e
arrecadações. Este edifício corresponde a um lote da Urbanização Quinta da Alvalade que se
localiza na freguesia de Alvalade no distrito de Lisboa, importa referir a qualidade dos materiais
utilizados na arquitectura e acabamentos.
O alçado principal do edifício é revestido por pedra de calcária no piso térreo (soco); reboco
pintado de cor cinza e chapa de alumínio termolacado nos restantes pisos, no alçado posterior
todos os pisos são revestidos por um painel solar, chapa de alumínio termolacada e reboco
pintado a cor cinza. A cobertura é de telha cerâmica à cor natural.
O edifício tem uma área de implantação de 354 m 2 a que corresponde a área do R/C e ao
terraço.
Os pisos elevados têm todo o mesmo formato e são constituídos por dois fogos de tipologia T2
e T4, com uma área de 104 m 2 e 181 m 2, respectivamente.
48
4.3 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
4.3.1 Gestão de Prazos
O planeamento é executado por dois softwares, o “Microsoft Office Excel”, onde se calcula as
durações das actividades, as quantidades de trabalho a executar e as dimensões das equipas,
e o “Microsoft Office Project” onde se obtêm a duração mínima do projecto, a localização
temporal das tarefas e a identificação das actividades críticas.
Neste modelo, adoptou-se uma semana de trabalho com 5 dias, excepto nas semanas de
feriados, onde se considerou tempo de descanso (“Nonworking time”) Em todos os dias de
trabalho se considera 10 horas diárias
.
4.3.1.1 Definição das actividades e nível WBS
Elaborado o Mapa de Quantidades de todas as actividades referentes à fase de Construção
Civil (Anexo 1), analisou-se detalhadamente os trabalhos e definiu-se as actividades e nível de
WBS adequado. É de referir que, estas medições, devido à sua elevada quantidade de
elementos foram agrupadas por itens. Mediu-se todas as quantidades das diversas actividades
relativas à fase de arquitectura para um piso e considerou-se que era igual para os restantes
pisos.
Numa fase inicial, define-se as actividades segundo as especialidades, ou seja, as actividades
de nível WBS 1. Estas actividades apenas englobam as tarefas a realizar em cada
especialidade, e representam marcos meramente informativos, não afectados por qualquer
duração.
Tabela 4.1 – Definição das actividades segundo a especialidade (Nível 1)
1. ARQUITECTURA
1.A ALVENARIAS
1.B IMPERMEABILIZAÇÕES
1.C CANTARIAS
1.D REVESTIMENTOS
1.E SERRALHARIAS
1.F PINTURAS
1.G CARPINTARIAS
1.H EQUIPAMENTO FIXO E MOVÉL
49
De acordo, com as soluções construtivas adoptadas no projecto, procedeu-se à subdivisão das
actividades. Este procedimento foi executado em “Microsoft Office Excel”, com o auxílio ao
Mapa de Quantidades, para melhor subdividir as actividades.
Neste projecto considerou-se um total de 59 actividades com um nível de WBS 5,
apresentadas no Anexo 2.
É de referir que, quando se introduziu as actividades no “Microsoft Office Project”, definiu-se as
relações de Sequencialidade, considerando os processos construtivos e disponibilidade dos
recursos.
4.3.1.2 Duração das Actividades
Calculou-se as durações tendo por base as quantidades de trabalho a executar, a dimensão e
rendimento da respectiva equipa. Apresenta-se no Anexo 3, a duração de todas as actividades,
assim como todos os dados necessários para o seu cálculo. A duração total do projecto foi de
377 dias, depois de revista a dimensão das equipas e de um ajuste nas relações de
Sequencialidade.
Para o cálculo das durações, recorreu-se à equação proposta no modelo. As quantidades de
trabalho a executar apresentam-se no Mapa de Quantidades e obteve-se o rendimento das
equipas com o recurso às tabelas do LNEC. É de referir que em certas actividades houve
necessidade de utilizar mais de uma ficha, facto que se deve ao grau de agrupamento das
actividades.
A tabela seguinte ilustra o cálculo das durações. O Anexo 3 apresenta o cálculo das durações
de todas as actividades e todos os elementos necessários para o efeito.
Tabela 4.2 – Cálculo das durações das actividades
Arquitectura Codigo LNEC
(1997)
Quant.
(por piso)
Quant.
(total)
Rend.
(m2 /H.h)
Equipa
(H)
Dim. da equipa
(nº equipas)
Duração
(dias)
Alvenarias
Alvenarias
Exteriores M2
Execução de
parede dupla
exterior
IC - 429 66,68 466,74 1,520 1Pedreiro
1Servente 3 29,6
Execução de
isolante térmico IC - 969 66,68 466,74 0,100
1Pedreiro
1Servente 1 5,8
50
Nesta fase, já é possível executar o planeamento e visualizar a calendarização dos trabalhos
no gráfico de Gantt. O planeamento inclui o mapa com as actividades, estimativa das durações,
relações de sequencial idade, datas de início e fim das actividades e respectivo gráfico de
Gantt.
4.3.2 Análise de Procedimentos
Para a Análise de Procedimentos, realiza-se dois documentos de extrema importância: o
caderno de encargos e as fichas FMEA. O caderno de encargos foi elaborada para cada uma
das especialidades consideradas anteriormente enquanto as fichas FMEA se destinam a
actividades que têm exigências muito específicas a nível da qualidade dos materiais ou da sua
aplicação no processo construtivo ou que influenciam directamente a duração total do projecto,
por serem críticas.
O caderno de encargos é um documento onde se pode definir as características de todos os
materiais a aplicar e o modo de aplicação dos mesmos, assim como os direitos e os deveres
do empreiteiro para com o Dono de Obra. As fichas FMEA são elaboradas pela equipa de
projecto, para serem consultadas e actualizadas consoantes as condições de obra pela equipa
de fiscalização ou outra encarregue de supervisionar os trabalhos. Estas são um documento
exclusivo de cada actividade que deve ser analisado antes e durante a execução da mesma.
No Anexo 4 e 5 apresenta-se o caderno de encargos de cada especialidade e as fichas FMEA,
respectivamente.
4.3.3 Integração de Prazos e da Análise de Procedimentos
A integração da análise de procedimentos no planeamento, realiza-se com a criação de
“hiperlinks” que fazem a ligação entre os diferentes softwares utilizados (Figura 3.2). O
elemento fundamental deste modelo são os “hiperlink”, uma vez que permitem o acesso aos
documentos necessários à análise de procedimentos. No Anexo 6 apresenta-se todas as
actividades e os “hiperlink” correspondentes.
A criação de “hiperlink” foi considerada, pelo facto destes documentos serem muito extensos e
elaborados, não se justificando a sua inserção nas notas de actividades (Tasks Information). É
de referir, que se introduziu o tipo e nome de cada documento nas notas de actividade da folha
de Gantt, para facilitar a leitura e utilização dos “hiperlink”.
O “Microsoft Office Project” é o software preponderante neste modelo uma vez que funciona
como ambiente de trabalho deste sistema integrado. É através de que se visualiza todos os
51
elementos necessários ao planeamento e o respectivo gráfico de Gantt mas também permite
aceder aos documentos.
Na fase final, realiza-se a integração de todos os elementos do modelo, onde se pode observar
as actividades e o respectivo código WBS, as durações de cada actividade, os recursos afectos
a cada trabalho, o documento associado a cada actividade, as relações de Sequencialidade e o
gráfico de Gantt (Figura 3.11). No Anexo 7, apresenta-se o planeamento com a aplicação do
modelo apresentado.
4.4 CONCLUSÃO
O Mapa de Quantidades, apesar das simplificações realizadas, apresenta uma boa
organização e um nível de precisão adequado ao caso estudo. Obtiveram-se, 59 actividades e
um nível WBS 5, o que demonstra um bom nível de desagregação das actividades, permitindo
uma melhor compreensão do projecto.
Considerou-se apenas o cálculo das quantidades das actividades referente à fase de
construção civil, recorrendo ao mapa de Excel considerado no modelo. As relações de
Sequencialidade foram elaboradas tendo por base a análise dos processos construtivos,
alcançando uma duração de 377 dias, adequada ao projecto em estudo.
No que concerne à análise de procedimentos, é um processo muito vantajoso no decorrer da
obra em termos de tempo e garantia da qualidade. A consulta das fichas FMEA e da rede de
planeamento, como se constata na validação do modelo proposto pode ser uma mais-valia
para as reuniões de preparação da obra pois permite a análise em simultâneo dos recursos
necessários à execução das tarefas como também a análise dos processos construtivos que
esses recursos terão que utilizar de forma a obter, não só a obra concluída no prazo previsto
como também no nível de qualidade pretendido. Possibilita-se assim uma avaliação prévia das
condições globais com que os trabalhos se irão realizar.
A integração dos prazos e da análise de procedimentos foi elaborada em “Microsoft Office
Project”. Este processo interactivo é extremamente simples e pode-se verificar ser muito útil
para os intervenientes de uma obra. É de referir que para o sucesso total deste modelo é
necessário rigor na aplicação do mesmo e actualizações e adaptações no decorrer da obra.
52
5. CONCLUSÕES
5.1 INTRODUÇÃO
Neste trabalho abordou-se dois vectores muito relevantes na elaboração de uma obra de
construção civil, os prazos e a qualidade da construção, onde as exigências estão cada vez
mais elevadas por parte dos clientes. A preocupação sobre a temática da qualidade aumentou
na indústria da construção civil sendo uma das prioridades quando se empreende um projecto.
5.2 AVALIAÇÃO DA REALIZAÇÃO DOS OBJECTIVOS DO TRABALHO
Numa primeira fase, este trabalho tem como objectivo realizar uma pesquisa bibliográfica dos
estudos existentes, na área do planeamento e do controlo da qualidade dos procedimentos.
Existem vários estudos que mostram formas de optimizar um projecto ao nível de prazos e
custos. Contudo a integração destes factores com a qualidade da construção é um aspecto,
que em regra, não é abordado pelos autores dos estudos nesta área.
Com base nesta constatação, optou-se por estudar de forma integrada os temas do
planeamento e do controlo da qualidade dos processos construtivos.
O estudo apresentado está essencialmente, organizado em duas partes, que abordam os
temas alvos de estudo: uma referente à metodologia aplicada na análise dos efeitos de
possiveis falha ocorrida durante os processos construtivos e outra que aborda estudos sobre o
planeamento.
Verificou-se que não existem muitos estudos que integrem estes factores, o que se explica pelo
facto do controlo da qualidade ter sido negligenciado durante muito tempo e só recentemente
merecer a preocupação devida na construção civil.
O modelo é composto por dois módulos (Figura 3.2), a seguir descritos:
• O módulo do planeamento realizado em “Microsoft Office Project”, onde se introduz os
inputs (identificação das actividades, identificação das relações de sequencialidade e a
estimativa da duração das actividades);
• O módulo da análise de procedimentos – Contém as fichas do FMEA executada em
“Microsoft Office Excel” e os itens do Caderno de Encargos em “Microsoft Office Word”.
53
Na fase seguinte do trabalho, integrou-se o sistema de planeamento com a análise dos
procedimentos, para em seguida validar o mesmo num caso estudo.
Este modelo em “Microsoft Office Project”, integra a análise preventiva das possíveis falhas em
Excel e o Caderno de Encargos de cada especialidade considerada na fase de projecto em
Word, a ligação de todos estes elementos é realizada através de “hiperlink” que conduzem ao
documento associado a cada actividade.
A metodologia aplicada na análise de possíveis falhas foi a FMEA – Failure Mode and Effects
Analysis – que apesar de ser aplicada em vários sectores nem sempre é utilizada na
construção civil. No método FMEA, aplicado neste trabalho são considerados todos os
possíveis erros e falhas que podem ocorrer durante o processo construtivo, identificando todas
as causas e efeitos, classificando três índices: a Gravidade, a Ocorrência e a Probabilidade de
Detecção. O grau de riscos de cada falha, o RPN – Risk Prioraty Number, é representado pelo
produto destes três índices. O trabalho da equipa responsável pelas fichas FMEA não
considera a consequência da falha em termos de custos, ou seja, não verificam que custa
menos as mudanças necessárias para evitar a falha do que a ocorrência da falha.
Com a aplicação do modelo ao caso estudo conclui-se:
• O Mapa de Quantidades tem uma importância fundamental na definição das actividades
e é necessário agrupar os materiais de acordo com os seus processos construtivos;
• A definição das actividades e respectivo código WBS que descrevem a fase de
Construção Civil do caso estudo, num total de 59 actividades com um nível de WBS 5,
possibilitando a definição do grau de detalhe pretendido para a construção do edifício;
• A elaboração das fichas FMEA e do caderno de encargos é um processo bastante
exigente mas de extrema utilidade no decorrer de uma obra. Estas podem ser utilizadas
pela equipa responsável por fiscalizar os trabalhos e precisam de ser revistas e
actualizadas ao longo de todo o projecto;
• As fichas FMEA, são documentos que têm interesse para as reuniões de obra, uma vez
que são elementos com uma forte vertente formativa, o que possibilita a formação de
equipas menos preparadas para o trabalho ou o acompanhamento dos trabalhos por
pessoas especializadas e informa sobre as possíveis causas de futuras anomalias
construtivas;
• A integração utilizando o modelo proposto, do planeamento e da análise de
procedimentos facilita a consulta de documentos importantes nas reuniões de
54
preparação dos trabalhos no decorrer de uma obra e aumenta a qualidade da construção
sem aumento de prazos e custos;
5.3 LIMITAÇÕES DO TRABALHO
A primeira limitação na elaboração deste trabalho foi o tempo, uma vez que este era reduzido
para a elaboração de todas as fases, desde a pesquisa bibliográfica, execução de medições, à
elaboração do modelo e respectiva validação.
A procura de artigos e estudos que integrassem os dois assuntos abordados neste trabalho,
também se apresentou como uma limitação, devido aos poucos estudos nesta área. Outra
limitação foi o acesso a estes artigos, que na sua maioria, se encontravam disponíveis em
bibliotecas dificultando a sua consulta.
Outro aspecto condicionante deste trabalho foi na elaboração das fichas FMEA, uma vez que
se teve de recorrer a bibliografia técnica especializada e contactar com especialistas do sector.
5.4 CONTRIBUTO PARA A INDÚSTRIA E PERSPECTIVAS FUTURAS
A pesquisa bibliográfica permitiu identificar os principais estudos sobre o planeamento e a
qualidade nos procedimentos e as lacunas existentes em estudos referentes à integração dos
vectores da gestão de projecto (prazos, custos e qualidade).
O principal contributo deste trabalho é a integração dos módulos de planeamento e análise de
riscos. O “Microsoft Office Project” tem um papel fundamental no modelo, uma vez que
funciona como ambiente de trabalho, facilitando a integração dos documentos relativos à
implementação do plano de qualidade no planeamento das actividades. Estas ligações,
representam uma grande vantagem no acesso, organização das actividades futuras a realizar.
A gestão da construção é uma área muito vasta, pelo que se propõe para o futuro a existência
de modelos que integrem os vectores fundamentais na construção (prazo, custos, qualidade,
segurança e ambiente) para um melhor controlo de todos os factores de uma obra. A criação
de sistemas que integrem mais módulos distintos que abordem várias temáticas da construção
civil pode ser vantajoso. Estes módulos podem ser constituídos por diversas fichas, referente à
análise de risco, ao plano de Segurança e Saúde e ao plano de Ambiente, de fácil acesso a
todos os intervenientes desde a fiscalização aos chefes de equipas.
55
BIBLIOGRAFIA
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[2] Athanasius, P.; Chassiakos, A. M.; Serafim, P. Sakellaropoulos, “Time-Cost Optimization of
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and Manage, 2005
[3] Bartusch, M. ; Möhring, R.; and Radermacher, F. J., “Scheduling project networks with
resource constraints and time windows” Ann. Operat. Res, 16, 201 – 240, 1998
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construção de edfícios”, LNEC, 2006
[5] Brown, Mark, “A gestão de projectos com sucesso”, Editorial Presença, colecção Gestão
Essencial, 1993
[6] CEI - IEC 60812, “Analysis techniques for system reliability – Procedure for failure mode and
effect analysis FMEA”, Geneva, 2006
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[8] Rodrigues, Pedro.; “ Contributo para a melhoria da qualidade do planeamento das obras:
Estimação de durações para a construção civil”, IST, Março 2007
[9] Diário da República – I Série – A, Decreto-Lei nº 59/99
[10] Elmaghraby, S. E.; Kamburowski, J., “The analysis of activity networks under generalized
precedence relations”, Manage, Sci., 38, 1245 – 1263, 1992
[11] Espada, J. Carvalho; Fonseca, Manuel dos Santos; Manso, Armando Costa – “Informação
sobre Custos, Fichas de Rendimentos, Volume I”, 1997, Lisboa
[12] Espada, J. Carvalho; Fonseca, Manuel dos Santos; Manso, Armando Costa – “Informação
sobre Custos, Fichas de Rendimentos, Volume II”, 1997, Lisboa
[13] Feng, C. W., Liu, L., and Burns, S.A., “Using genetic algorithms to solve construction time-
cost trade-off problems”, J. Comput. Civ. Eng, 184 – 189, 1997
56
[14] Feng, C. W., Liu, L., and Burns, S.A., “Stochastic construction time-cost trade-off analysis”,
J. Comput. Civ. Eng., 117 – 126, 2000
[15] Ferreira, José A., “Organização e Controlo de Empreitadas, Gestão de Empreendimentos e
Obras” in “Manual Prático de Gestão Autáquica”, CIDEC, 1ªedição, Lisboa, 2000
[16] Fonseca, A., “Controlo de Prazos na Construção – A metodologia Earned Value”, Trabalho
Final de Curso, IST, 2006
[17] Feio, Rui, “Gestão de Projectos com o Microsoft Project 2003”, FCA – Editora Informática,
2005
[18] Henriques, Pedro G., “Folhas de apoio à disciplina de Planeamento de Empreendimentos” ,
Mestrado em Construção, IST, 15-18, 2006
[19] International Standard Office, ISO 16949:2002, “Quality Management Systems”, 2ª Edição;
Março 2002
[20] Johnson, P.; Niezgoda, S., “Risk-based method for selecting bridge scour
countermeasures”, Journal of Hydraulic Engineering, 2004
[21] Layzell, J.; Ledbetter, S., “FMEA applied to cladding systems”, Building Research and
Information, 26- 6, 351-357, 1998
[22] Leu, S.S.; and Yang, C. H., “GA-based multicriteria optimal model for construction
scheduling”, J. Constr. Eng. Manage, 420 – 427, 1999
[23] Li, H.; Cao, J. N.; and Love, P.E.D., “Using machine learning and GA to solve time/cost
trade-off problems”, J. Constr. Eng. Manage, 446 – 454, 1995
[24] Manso, A. Costa; Fonseca, M. Santos; Espada, J. Carvalho, NS 77 – “Informação sobre
Custos. Fichas de Rendimento” (2 Volumes), LNEC, Lisboa, 2004
[25] Manuais da QS 9000, Análise de Modo e Efeitos de Falha Potencial (FMEA), Manual de
Referência, 1997
[26] Marmel, E., “Microsoft Office Project 2007 – Bible”, Wiley Publishing Inc
[27] McCollin, C., “Working around failure”, Manufacturing Engineer, 37-40, 1999
57
[28] Motawa, I. A.; Anumba C. J.; Lee, S.; Peña-Mora, F., “An integrated system for change
management in construction”, Automation in Construction, 16, 368 – 377, 2007
[29] Moussourakis, J.; and Haksever, C., “Flexible model for time/cost tradeoff problems”, J.
Constr. Eng. Manage, 307 – 314, 2004
[30] Oliveira, P. J., “Gestão de custos e recursos na construção – A metodologia Earned Value”,
Trabalho final de Curso, IST, 2006
[31] Rhee, S.J.; Ishii, K., “Life Cost-Based FMEA Incorporating Data Uncertainty”, Proc. ASME
Design Engineering Technical Conf, Montreal, 2002
[32] Rhee, S.; Spencer, C.M., “Cost Based Failure Modes and Effects Analysis (FMEA) for
Systems of Accelerator Magnets”, 2006
[33] Shtub, A.; Bard, J.; Globerson, S., “Project Management Engineering, Technology and
Implementation”, Ed. Prentice Hall, 1994
[34] Silva, M., “Microsoft Office – Project 2007 – Depressa e Bem”, Lidel – Edições Técnicas,
Ida, Editora Informática, Lda, 2007
[35] Toledo, José Carlos de; Amaral, Daniel C., “FMEA - Análise do Tipo e Efeito de Falha”
58
ANEXOS
59
ANEXO I – MAPA DE QUANTIDADES
60
QUINTA DE ALVALADE – LOTE7
ARQUITECTURA
1. ALVENARIAS
2. IMPERMEABILIZAÇÕES
3. CANTARIAS
4. REVESTIMENTOS
4.1 Tectos
4.2 Paredes
4.3 Pavimentos
4.4 Rodapés
5. SERRALHARIAS
6. PINTURAS
7. CARPINTARIAS
8. LOIÇAS SANITÁRIAS
9. DIVERSOS
(Quantidades por piso) Totais 1. ALVENARIAS (m2) m2 /un Paredes Exteriores
Execução de parede de pano duplo de tijolo de barro vermelho (15+15cm), com caixa-de-ar de 5cm, incluindo argamassa de assentamento de cimento e areia (m2) 66,68 Execução de isolamento térmico de 3cm, lã de rocha (m2) 66,68 Paredes divisórias de lotes
Execução de parede de pano simples de tijolo de barro vermelho (15cm), incluindo argamassa de assentamento de cimento e areia (m2) 63,44 Execução de isolamento térmico e acústico de 3cm, lã de rocha (m2) 63,44 Paredes divisórias de fogos
Execução de parede de pano duplo de tijolo de barro vermelho (11+11cm), incluindo argamassa de assentamento de cimento e areia (m2) 23,97 Execução de isolamento térmico e acústico 5cm, lã de rocha (m2)
23,97
61
Paredes Caixa de Escada
Execução de parede de pano duplo de tijolo de barro vermelho (11+11cm), incluindo argamassa de assentamento de cimento e areia (m2) 22,77 Execução de isolamento térmico e acústico 5cm, lã de rocha (m2) 22,77 Paredes Interiores
Execução de parede de pano simples de tijolo de barro vermelho (11cm), argamassa de assentamento de cimento e areia (m2) 185,23 Corpo de Chaminé
Fornecimento e assentamento de chaminé metálica pintada a tinta de esmalte cor cinza (un) 9,00 2. IMPERMEABILIZAÇÕES e RESVESTIMENTO Terraço (m2) 39,35 Varandas (m2) 6,04 3. CANTARIAS Soleiras, Peitoris, Ombreiras e Vergas (Exteriores) (ml)
Fornecimento e assentamento e assentamento mármores Estremoz creme, incluindo argamassas de regularização e assentamento 65,60
Pavimentos de Zonas Comuns (m2) Hall de elevadores e zonas comuns
Fornecimento e assentamento e assentamento mármores Estremoz creme, incluindo argamassas de regularização e assentamento 15,75 Paredes de hall de elevadores
Fornecimento e assentamento e assentamento calcários Moca Creme, incluindo argamassas de regularização e assentamento 41,06
Patins e patamares; Cobertores de degraus; Espelhos de degraus e Rodapés rectos e recortados de escadas
Fornecimento e assentamento e assentamento calcários Moca Creme, incluindo argamassas de regularização e assentamento
62
Em cobertores de degraus (ml) 21,60 Em espelhos de degraus (ml) 43,20 Em patins e patamares de escadas (m2)
5,76 Em rodapés rectos e recortados de escadas (ml) 14,79 4. REVESTIMENTOS 4.1 Tectos (m2) Sala e Quartos
Execução de tratamento de betão, Salpico em tectos interiores, argamassa de cimento e areia ao traço 1:4 em volume, com acabamento afagado; Estuque projectado pronto a receber pintura, inclui execução de negativos para a colocação de equipamento técnico 161,70 Hall e Corredores
Execução de tratamento de betão, Fornecimento e colocação de tecto falso em placas de gesso cartonado hidrofugado, incluindo estrutura de suspensão, aberturas para iluminação e tratamento de juntas 22,56 Cozinha
Execução de tratamento de betão, Fornecimento e colocação de tecto falso em placas de gesso cartonado hidrofugado, incluindo estrutura de suspensão, aberturas para iluminação e tratamento de juntas 28,00 IS
Execução de tratamento de betão, Fornecimento e colocação de tecto falso em placas de gesso cartonado hidrofugado, incluindo estrutura de suspensão, aberturas para iluminação e tratamento de juntas 17,95 Hall de elevadores e zonas comuns Execução de tratamento de betão, Fornecimento e colocação de tecto falso em placas de gesso cartonado hidrofugado, incluindo estrutura de suspensão, aberturas para iluminação e tratamento de juntas
15,75
63
4.2 Paredes Paredes exteriores
Salpico, emboço e reboco, devidamente desempenada com argamassa de cimento e areia, traço 1:3 incluindo aditivo impermeabilizante e anti-fendilhante de produto hidrófugo com acabamento afagado (m2) 64,69 Fornecimento e assentamento de ladrilhos de calcario branco (m2) 44,01 Fornecimento e assentamento chapa de aluminio termolacada a cinza (m2) 5,68 Fornecimento e assentamento de painel solar (2,55x2.35m) (un)
2,00 Paredes Interiores
Sala, Quartos, Corredores e Hall
Salpico, devidamente desempenado com argamassa de cimento e areia, traço 1:4, com acabamento afagado; Estuque projectado pronto a receber pintura (m2) 354,11 Cozinha
Salpico, emboço e reboco, devidamente desempenado com argamassa de cimento e areia, traço 1:4, com acabamento afagado; Fornecimento e assentamento de mosaicos cerâmicos (m2) 77,35 IS 84,41 Hall de elevadores e zonas comuns 41,06 4.3 Pavimentos (m2)
Sala, Quartos, hall e corredores
Execução de camada de enchimento regularizada por betonilha, executada com argamassa de cimento e areia ao traço 1:5 e a superfície afagada. Fornecimento e aplicação de pavimento de soalho flutuante em réguas de madeira de carvalho, com 1200mm de comprimento
184,26
64
Cozinha
Execução de camada de enchimento regularizada por betonilha, executada com argamassa de cimento e areia ao traço 1:5 e a superfície afagada. Fornecimento e assentamento de ladrilhos granito polido 28,00 IS
Execução de camada de enchimento regularizada por betonilha executada com argamassa de cimento e areia ao traço 1:5 e a superfície afagada. Fornecimento e assentamento de mosaico cerâmico polido 17,95 4.4 Alhetas (ml) Estuque Sala e Quartos
Fornecimento e colocação de alhetas em estuque incluindo tratamento de juntas e pintura. 113,17 Gesso Cartonado Cozinha
Fornecimento e colocação de sancas em gesso ou poliuretano incluindo tratamento de juntas e pintura. 30,34 IS
Fornecimento e colocação de sancas em gesso ou poliuretano incluindo tratamento de juntas e pintura. 33,10 Hall e circulação
Fornecimento e colocação de sancas em gesso ou poliuretano incluindo tratamento de juntas e pintura. 25,69 5. SERRALHARIAS Alumínio VAOS (un)
Fornecimento e assentamento de caixilharia em alumínio termolacado a cinza incluindo vidro duplo 36 db 11,00 Caixa de estores (un)
Fornecimento e montagem de caixas de estore motorizada tipo Rolicaixa, incluindo tampa em madeira 12,00 Estores (un) Estores em alumínio lacado com isolamento interior, incluindo comando por fita e calhas lacadas à cor da caixilharia.
12,00
65
Metálicas Corrimão das escadas interiores (un) Fornecimento e assentamento de corrimões metálicos 4,00 Zona comum
Fornecimento e montagem de portas de patim, metálica forrada a folha de madeira de carvalho (un) Vi1 (0,765) Porta de patamar 1,00 Corpo de Chaminé
Fornecimento e assentamento de chaminé metálica pintada a tinta de esmalte cor cinza (un) 7,00 6. PINTURAS Paredes Exteriores (m2) Fornecimento e execução de pintura a tinta plástica Lisa Elástica em 2 demãos e 1 demão de primário 15,01 Fornecimento e execução de pintura a tinta de água em 2 demãos e 1 demão de primário Em tectos interiores (m2) Sala e Quartos 161,70 Hall e Corredores 22,56 Cozinha 28,00 IS 17,95 Paredes interiores (m2)
Sala, Quartos, Corredores e Hall 354,11 7. CARPINTARIA Vãos Interiores
Fornecimento e assentamento de vãos interiores em madeira de pinho, inclui envernizamento a verniz mate, pré aros, aros em madeira maciça envernizada; Fornecimento e assentamento de portas em madeira de carvalho (un) 22,00 Roupeiros
Fornecimento e assentamento de armários completos em estrutura de madeira de carvalho com acabamentos em folha de carvalho com verniz incolor/pintado; fornecimento e assentamento de roupeiros em estrutura de carvalho, portas deslizantes em chapa de carvalho (un) 7,00
66
Quadros
Fornecimento e montagem de esqueleto e frente de quadro para contagem de água electricidade e gás em madeira de carvalho (un) 10,00 Rodapés (madeira de carvalho)
Sala, Quartos, Corredores e Hall Fornecimento e aplicação de rodapé em madeira de carvalho (ml) 138,87 8. LOIÇAS SANITÁRIAS IS Retrete
Fornecimento de loiças sanitárias, bacia cor branca e tampo para bacia cor branca, autoclismo com comando em inox (un) 5,00 Lavatório
Fornecimento de Bancadas lavatórios em pedra granito; Fornecimento de torneiras de lavatório (un) 5,00 Duche
Fornecimento de Base duche; Fornecimento de torneiras de duche (un) 1,00 Banheira
Fornecimento de Banheira e divisória para banheira; Fornecimento de torneiras de banheira (un) 3,00 Bidé
Fornecimento de bidé cor branca; Fornecimento de torneiras de bidé (un) 3,00 Cozinha
Fornecimento de cozinhas completas (Bancada de trabalho, exaustor, lava-loiça, torneira misturadora, fogão, lava-loiça, lavaroupa, frigorifico e microondas) (un) 2,00 9. DIVERSOS Fornecimento e montagem do elevador (un) 2,00
67
ANEXO II – ACTIVIDADES E NÍVEL WBS
68
ID WBS Task Name 1 1 Arquitectura 2 1.A Alvenarias 3 1.A.1 Alvenarias Exteriores 4 1.A.1.1 Execução de parede dupla exterior 5 1.A.1.2 Execução de isolante térmico 6 1.A.1.3 Execução de chaminés em alvenaria 7 1.A.2 Alvenarias Interiores 8 1.A.2.1 Execução de parede dupla interior 9 1.A.2.2 Execução de isolante acústico - lã rocha
10 1.A.2.3 Execução de parede interior simples 11 1.B Impermeabilizações 12 1.B.1 Terraço 13 1.B.2 Varandas Interiores 14 1.C Cantarias
15 1.C.1 Soleiras, Peitoris, Ombreiras e Vergas (Exteriores)
16 1.C.2 Paredes de hall de elevadores 17 1.C.3 Pavimentos de Zonas Comuns
18 1.C.4 Patins e patamares; Cobertores de degraus; Espelhos de degraus e Rodapés rectos e recortados de escadas
19 1.D Revestimentos 20 1.D.1 Revestimentos de tectos 21 1.D.1.1 Sala e Quartos 22 1.D.1.2 Hall e Corredores 23 1.D.1.3 Cozinha 24 1.D.1.4 IS 25 1.D.1.5 Hall de elevadores, Hall de entrada e zonas comuns 26 1.D.2 Revestimentos de paredes 27 1.D.2.1 Paredes exteriores 28 1.D.2.1.1 Reboco 29 1.D.2.1.2 Pedra calcária 30 1.D.2.1.3 Chapa de alumínio 31 1.D.2.1.4 Painel Solar 32 1.D.2.2 Paredes Interiores 33 1.D.2.2.1 Salas, Quartos, Corredores e Hall 34 1.D.2.2.2 Cozinha 35 1.D.2.2.3 IS 36 1.D.2.2.4 Hall de elevadores, Hall de entrada e zonas comuns 37 1.D.3 Revestimentos de pavimentos 38 1.D.3.1 Sala, Quartos, Corredores e Hall de entrada 39 1.D.3.2 Cozinha 40 1.D.3.3 IS 41 1.D.4 Alhetas 42 1.D.4.1 Estuque 43 1.D.4.1.1 Salas, Quartos, Corredores e Hall 44 1.D.4.2 Pladur 45 1.D.4.2.1 Cozinha e IS 46 1.E Serralharias 47 1.E.1 Metálicas 48 1.E.2 Alumínio 49 1.F Pinturas
69
ID WBS Task Name
50 1.F.1 Pinturas Exteriores 51 1.F.2 Pinturas Interiores 52 1.G Carpintarias 53 1.G.1 Vãos Interiores 54 1.G.2 Roupeiros 55 1.G.3 Rodapés 56 1.H Elementos de Equipamento Fixo e Móvel 57 1.H.1 Fornecimento de cozinhas
58 1.H.2 Fornecimento de Casa de Banho
59 1.H.3 Fornecimento e montagem de elevador
70
ANEXO III – DURAÇÕES
71
Arquitectura Código LNEC (1997) Quantidade (por piso)
Quantidade (total)
Rendimento (m2 /H.h)
Equipa (H)
Dimensão da equipa (nº equipas)
Duração (dias)
Alvenarias
Alvenarias Exteriores
Execução de parede dupla exterior IC - 429 66,68 466,74 1,520 1Pedreiro 1Servente
3 29,6
Execução de isolante térmico IC - 969 66,68 466,74 0,100 1Pedreiro 1Servente 1 5,8
Execução de chaminés em alvenaria IC-339 ;IC.341 ;IC-343 ;IC-343 9,00 9,00 - 2Pedreiro
1Servente - 14,8
Alvenarias Interiores
Execução de parede dupla interior IC - 426 110,19 771,30 0,970 2Pedreiro 1Servente 3 31,2
Execução de isolante acústico - lã rocha IC - 974 110,19 771,30 0,100
2Pedreiro 1Servente 1 9,6
Execução de parede interior simples IC - 462 185,23 1296,62 1,600 2Pedreiro 1Servente 3 86,4
Impermeabilizações
Terraço IC-992 39,35 39,35 0,600 1Impermeabilizador 1Servente
1 3,0
Varandas Interiores IC-996 6,04 42,28 0,600 1Impermeabilizador 3Servente 1 3,2
Cantarias
Soleiras, Peitoris, Ombreiras e Vergas (Exteriores) (5cm) IC-1555 ;IC-1559; IC-1562 65,60 459,20 - 2Pedreiro
1Servente - 6,7
Paredes de hall de elevadores IC-2179 41,06 287,39 0,274 1Canteiro 4Pedreiro 2Servente
1 9,8
Pavimentos de Zonas Comuns IC-2180 15,75 110,25 0,237 1Canteiro 4Pedreiro 2Servente
1 3,3
Patins e patamares; Cobertores de degraus; Espelhos de degraus e Rodapés rectos e recortados de
escadas (ML e M2)
IC-2181; IC-2195; IC-2194; IC-2189
142,16 995,09 - 2Pedreiro 1Servente
- 19,3
72
Arquitectura Código LNEC (1997) Quantidade (por piso)
Quantidade (total)
Rendimento (m2 /H.h)
Equipa (H)
Dimensão da equipa (nº equipas)
Duração (dias)
Revestimentos
Revestimentos de tectos
Sala e Quartos IC-1874 ;IC-2233 161,70 1131,90 - 2Servente 2Estucador
1Pintor - 19,8
Hall e Corredores IC-1874 ;IC-1501 45,12 315,84 - 3Servente 2Pedreiro
2Carpinteiro - 5,3
Cozinha IC-1874 ;IC-1501 28,00 196,00 - 3Servente 2Pedreiro
2Carpinteiro - 6,6
IS IC-1874 ;IC-1501 17,95 125,65 - 3Servente 2Pedreiro
2Carpinteiro - 4,2
Hall de elevadores e zonas comuns IC-1874 ;IC-2233 15,75 110,25 - 2Servente 2Estucador
1Pintor - 5,8
Revestimentos de paredes
Paredes exteriores
Reboco IC-1659 64,69 452,84 0,400 2Pedreiro 1Servente 2 11,3
Pedra calcária IC-1246 44,01 308,05 1,290 1Canteiro 1Pedreiro 1Servente
3 16,6
Chapa de alumínio IC-1669 5,68 39,73 1,000 2Pedreiro 1Servente
1 5,0
Painel Solar - 2 14,00 - - - 14,0
73
Arquitectura Código LNEC (1997) Quantidade (por piso)
Quantidade (total)
Rendimento (m2 /H.h)
Equipa (H)
Dimensão da equipa (nº equipas)
Duração (dias)
Paredes Interiores
Salas, Quartos, Corredores e Hall IC - 1852 ;IC-1874 354,11 2478,80 - 2Pedreiro 1Servente 1Estucador
- 53,7
Cozinha IC - 1852 ;IC-1840 77,35 541,48 - 1Pedreiro 1Servente
1Ladrilhador - 37,2
IS IC - 1852 ;IC-1827 84,41 590,84 - 1Pedreiro 1Servente
1Ladrilhador - 28,3
Hall de elevadores zonas comuns IC - 1852 ;IC-1874 41,06 287,39 - 2Pedreiro 1Servente 1Estucador
- 9,3
Revestimentos de pavimentos
Sala, Quartos, Corredores e Hall de entrada IC-1514 ;IC-2091 ;IC-1538 184,26 1289,82 -
3Parqueador 1Servente
1Encerador - 34,9
Cozinha IC-1514 ;IC-2045 28,00 196,00 - 1Ladrilhador 1Servente
- 16,5
IS IC-1514 ;IC-2020 17,95 125,65 1Ladrilhador 1Servente - 11,0
Alhetas
Estuque
Salas e Quartos IC-1542 113,17 792,22 0,080 3Estucador 1Servente 1 7,9
Gesso Cartonado
Cozinha, IS, Corredores e Hall IC-1542 81,72 572,07 0,080 3Estucador 1Servente 1 5,7
74
Arquitectura Código LNEC (1997) Quantidade (por piso)
Quantidade (total)
Rendimento (m2 /H.h)
Equipa (H)
Dimensão da equipa (nº equipas)
Duração (dias)
Serralharias
Metálicas IC-1172 ;IC1418 5 35,00 -
2Servente 2Serralheiro 1Carpinteiro 1Pedreiro
- 1,6
Alumínio IC-1058 ;IC-1144 ;IC-1470 33,00 231,00 -
1Vidraceiro 1Carpinteiro 1Pedreiro 1Servente
1Mont. Estores
- 9,3
Pinturas
Pinturas Exteriores IC-1568 ;IC-1569 15,01 105,07 - 10Pintor 1Servente - 0,8
Pinturas Interiores IC-1593 ;IC-1594 584,32 4090,27 - 10Pintor 1Servente
- 38,3
Carpintarias
Vãos Interiores IC-1395 ;IC-1444 0,00 - 1Carpinteiro 1Servente - 19,9
Roupeiros IC-1403 10,00 70,00 1,200 1Pedreiro
8Carpinteiro 2Servente
1 10,5
Rodapés IC-2245 138,87 972,08 0,070 3Pedreiro
3Carpinteiro 1Servente
1 8,5
Elementos de Equipamento Fixo e Móvel
Fornecimento de cozinhas - 14 - - - - 28,0
Fornecimento de Casa de Banho IC-2668 ;IC-2665 ;IC-2659 ;IC-2658 ;IC-2662
2 14 - 4Pedreiro
2Canalizador 1Servente
- 8,4
Fornecimento e montagem de elevador
- 2 - - - - 3,0
75
ANEXO IV – CADERNO DE ENCARGOS
76
Caderno de Encargos – Alvenarias
A. ALVENARIAS
A.1 GENERALIDADES
As alvenarias deverão ser executadas de harmonia com as prescrições do projecto, em conformidade
com o dimensionamento referido nos desenhos de pormenor e obedecer às condições gerais, à Norma
Portuguesa NP-80 e às recomendações relativas à utilização de tijolos (Especificação LNEC E160-1965).
Deverá ser sempre apresentado para aprovação da fiscalização, projectistas e Dono de obra a
preparação deste trabalho antes da sua execução.
A.2. INÍCIO E SUPERFÍCIE DE ASSENTAMENTO
A.2.1 O início do assentamento só poderá ser realizado após a descofragem do pavimento superior,
daquele em que assentam as alvenarias e antes das marcações das tubagens.
A.2.2 As superfícies de assentamento de betão serão limpas de poeiras ou sujidades e, se necessário,
serão aferroadas e lavadas com jacto de água para se apresentarem rugosas e húmidas no início da
colocação da argamassa de assentamento dos tijolos.
A.2.3 As superfícies de assentamento de alvenarias serão limpas das argamassas que tenham feito presa
e, se necessário, devem ser molhadas.
A.3. IMPLANTAÇÃO DAS ALVENARIAS
A.3.1 O Empreiteiro, a partir do projecto de estrutura, definirá um sistema coordenado de referências a
partir dos eixos dos elementos de estrutura.
A.3.2 Com base neste sistema coordenado, o Empreiteiro implantará nas plantas de cada piso da
estrutura, todas as paredes de alvenaria, referenciando todas as medidas e cotas das paredes a este
sistema. A Fiscalização pode subordinar o início dos trabalhos de alvenaria à aprovação destas plantas.
A.3.3 A implantação em obra será feita com utilização de ripa de madeira (fasquia) graduadas e de
cérceas, a partir daquele sistema coordenado de referências.
A.3.4 No primeiro piso, a marca de referência para o nivelamento dos vãos será o nível do pavimento
(limpo) da porta de entrada principal.
A.3.5 Nos pisos, a marca de referência será indicada pela Fiscalização e será localizada, em regra, 1.00
m acima do revestimento (limpo) do pavimento. O transporte desta marca para os vãos far-se-á com o
nível de bolha de ar.
A.4. ABERTURAS DE ROÇOS E CAVIDADES
A.4.1 Antes da execução das alvenarias ou betão, o Empreiteiro deverá tomar conhecimento dos
traçados das canalizações de água, de esgotos, das condutas de ar condicionado, ou de outras
instalações destinadas a ficarem embebidas ou que atravessem paredes.
A.4.2 A execução das alvenarias deverá ter em consideração estes traçados, de modo a ser realizada a
condição seguinte:
Ao longo dos traçados de canalizações de água e de esgotos, e das tubagens de electricidade que ficam
embebidas nas paredes, serão tomadas as disposições, sempre que tal seja possível, para se evitar a
abertura posterior de roços e cavidades.
A.4.3 Quando não seja viável a utilização de tijolos ou blocos especiais, serão tomadas as disposições
necessárias para que as alvenarias não sejam deterioradas com a execução dos roços e cavidades de
acordo com as condições seguintes:
77
Caderno de Encargos – Alvenarias
Depois da marcação dos traçados, as aberturas nas alvenarias serão executadas por pessoal competente,
utilizando ferramentas adequadas e bem afinadas.
De preferência, serão utilizadas serras mecânicas com discos abrasivos que limitarão os cortes nas
profundidades necessárias, procedendo-se a seguir à abertura e remoção dos fragmentos de tijolo e de
argamassa.
A.4.4 As cavidades destinadas ao assentamento ou passagem de quadros, caixas e outras aparelhagens
ou equipamentos, serão deixados abertos durante a execução das alvenarias. Se não forem conhecidas
com precisão as dimensões respectivas, estas aberturas serão dimensionadas com as folgas suficientes
para permitirem a sua fixação, sem demolição das alvenarias.
A.4.5 Não é permitido a abertura de cavidades nas paredes já executadas para introdução de suportes de
andaimes. Quando tal for necessário, serão deixadas aberturas durante a execução das alvenarias que,
posteriormente, serão preenchidas com argamassa da mesma composição dos revestimentos.
A.4.6 Depois da instalação de todos os equipamentos e instalações que atravessam as paredes, serão
vedadas as folgas, resultantes do sobredimensionamento das aberturas, com materiais especificamente
destinados a este fim.
A.5. CONDIÇÕES DE EXECUÇÃO
A.5.1 Os tijolos terão as dimensões indicadas no "Mapa de Quantidades".
A.5.2 Os tijolos serão inteiros, sem fendas ou fissuras e deverão estar saturados de água, por imersão ou
rega.
A.5.3 As alvenarias serão executadas com as argamassas apropriadas. (Argamassa de assentamento:
cimento, cal hidratada e areia grossa lavada, traço 1:2:8 em volume)
A.5.4 As juntas verticais serão alternadas e as horizontais niveladas, com nível de bolha de ar.
A.5.5 A espessura nominal das juntas será de 1.00 cm.
A.5.6 Nos remates das paredes, a disposição dos tijolos deverá ser ensaiada a seco.
A.5.7 As juntas serão completamente preenchidas com argamassa. Para isso, os tijolos serão assentes e
comprimidos de forma que a argamassa reflua para os lados, em toda a superfície de assentamento.
A.5.8 O acabamento dos paramentos deverá obedecer às condições seguintes:
As superfícies de ambas as faces das paredes ficarão bem alinhadas e desempenadas, com tolerância
admissível, no alinhamento e na verticalidade de cada paramento, de 0.5 cm.
Depois da execução da alvenaria, as paredes serão limpas de resíduos de argamassa, leitanças, poeiras
ou outras substâncias que possam prejudicar a aderência dos revestimentos ou o aparecimento de
eflorescências, manchas ou fissuras.
Os paramentos deverão também ser limpos de todos os elementos mal fixos ou que ultrapassem a sua
superfície.
A.5.9 Os recipientes de transporte e armazenamento de argamassas serão limpos, no fim dos períodos
de trabalho.
A.5.10 O ensaio de eflorescência é obrigatório para os tijolos a utilizar nos paramentos exteriores de
alvenaria.
A.5.12 As paredes duplas de alvenaria de tijolo deverão obedecer aos seguintes requisitos:
Os dois paramentos interiores serão ligados entre si por grampos de arame zincado ou de outro metal
inoxidável, com o diâmetro mínimo de 0.5 cm, na proporção de um grampo por cada metro quadrado de
paramento. As extremidades dos grampos terminarão com ganchos que devem ficar bem embebidos na
argamassa das juntas.
78
Caderno de Encargos – Alvenarias
Os grampos serão inclinados para o paramento exterior da parede.
1A caixa-de-ar entre as duas paredes deverá ser limpa de modo a eliminar todas as substâncias que
estabeleçam contacto entre os dois paramentos.
A superfície de fundo da caixa-de-ar, entre os dois paramentos será ligeiramente inclinada para o exterior,
e depois da execução da alvenaria, deve ser limpa de resíduos de argamassa, leitanças ou outros
materiais.
A.5.13 Sobre os paramentos exteriores, será, em todos os casos, aplicado um salpicado ou argamassa
de cimento e areia, ao traço 1:3 (em peso) para garantir a aderência dos revestimentos.
A.6. CRITÉRIOS DE MEDIÇÃO
A unidade de medição é o metro quadrado.
A.7. PREÇO
O preço unitário corresponde à unidade de medição engloba todos os trabalhos e encargos relacionados
com o fornecimento, execução e assentamento dos trabalhos descritos e tratamento de zonas e casos
particulares.
79
Caderno de Encargos – Impermeabilizações
B. IMPERMEABILIZAÇÕES
B.1. GENERALIDADES
B.1.1 Esta especificação tem por finalidade fornecer indicações técnicas gerais, tipos de utilização e
modo de aplicação dos vários sistemas de impermeabilização a executar na obra.
B.1.2 Na aplicação dos vários sistemas de impermeabilização deverão ser seguidas rigorosamente as
instruções e recomendações do fabricante.
B.2. TRABALHOS PRELIMINARES
Antes de se começar os trabalhos de impermeabilização deverão assegurar-se as seguintes condições:
B.2.1 O conteúdo de humidade da base de aplicação (betonilha, camada de forma, reboco, etc.), é
adequado para a aplicação da impermeabilização; no caso das bases de suporte horizontais (ex. lajes),
assegurar drenagem adequada antes de se aplicar a camada de forma.
B.2.2 As superfícies estão limpas, secas e devidamente preparadas para receberem o primário.
B.2.3 As pendentes e caleiras estão correctamente executadas e aprovadas, de acordo com o respectivo
projecto.
B.3. SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO
B.3.1 COBERTURAS ACESSÍVEIS À CIRCULAÇÃO E PERMANÊNCIA DE PESSOAS
Cobertura Tradicional (sem isolamento térmico) constituída por:
A Camada de forma
B Primário em emulsão betuminosa filarizada solúvel em água.
C Membrana betuminosa de 2.5kg/m2, com armadura de fibra de vidro com o mínimo de 50g/m2
protegida a talco ou polietileno.
D Membrana betuminosa de 4.0kg/m2, com armadura de poliéster com o mínimo de 180g/m2,
protegida a talco ou polietileno.
E Separador em tecido de poliéster calandrado, com mínimo de 80g/m2.
A gramagem/resistência deverá ser aumentada de acordo com a protecção mecânica a receber.
G Protecção pesada de acordo com o Projecto de Arranjos Exteriores.
B.3.2 VARANDAS e PATAMARES EXTERIORES
A Camada de forma.
B Primário em emulsão betuminosa filarizada solúvel em água.
C Membrana betuminosa de 4.0kg/m2, com armadura de poliéster com o mínimo de 130g/m2,
protegida a talco ou polietileno.
D Separador em tecido de poliéster calandrado, com o mínimo de 80g/m2.
E Barramento a massa cimentosa impermeabilizante.
F Protecção pesada de acordo com o respectivo projecto.
B.4. NORMAS DE BOA EXECUÇÃO
B.4.1 CAMADA DE FORMA
B.4.1.1 Deverá executar-se de acordo com o respectivo projecto e ser aprovada pela fiscalização antes
de se proceder com a execução das impermeabilizações.
B.4.1.2 A espessura mínima será determinada de forma a garantir uma inclinação não inferior a 1% às
caleiras que encaminharão as águas para as quedas, e nunca será inferior a 3cm.
80
Caderno de Encargos – Impermeabilizações
B.4.1.3 A superfície deverá ser afagada, não apresentar depressões que permitam empoçamentos e ter
uma inclinação mínima de 1%.
B.4.1.4 Deverá regularizar-se a superfície utilizando uma argamassa fina de cimento e areia ao traço 1:5,
apenas com a espessura suficiente para a impermeabilização assentar numa base desempenada.
B.4.2 SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO
B.4.2.1 Primário
Antes da aplicação do primário deverá garantir-se que a camada de forma está bem limpa e seca. A
emulsão será diluída, à excepção dos perímetros e zonas ou pontos singulares onde se deverá aplicar
pura.
B.4.2.2 Zonas ou pontos singulares
O empreiteiro deverá elaborar todos os desenhos de pormenor necessários para a resolução de casos
particulares não especificados no projecto e submetê-los à aprovação dos Projectistas e Fiscalização.
B.4.2.3 Ensaios
Após a execução da impermeabilização, os tubos de queda deverão ser devidamente tapados e a
cobertura inundada para que fique completamente submersa durante 48 horas, a fim de se verificar
alguma deficiência.
B.4.2.4 Garantias
O prazo de garantia dos trabalhos de impermeabilização/isolamento térmico será de 10 anos e deverá
tomar a forma de termo de responsabilidade, perante o dono-da-obra.
B.4.2.5 Precauções
Todos os operários ligados ao trabalho de impermeabilização e sua protecção, deverão usar
obrigatoriamente calçado com sola de borracha, devendo as zonas a impermeabilizar ser vedadas a
pessoas ou materiais estranhos ao serviço, de forma a evitar possíveis danos na membrana
impermeabilizante.
No caso de perfuração acidental da tela, deverão obrigatoriamente ser assinalados os locais e efectuadas
de imediato as reparações necessárias.
B.5. CRITÉRIOS DE MEDIÇÃO
A unidade de medição é o metro quadrado.
B.6.PREÇO
O preço unitário correspondente à unidade de medição engloba todos os encargos relacionados com o
fornecimento, execução do sistema de impermeabilização, drenagem, isolamento e tratamento de zonas
ou pontos singulares.
81
Caderno de Encargos – Cantarias
C. CANTARIAS
C.1. OBJECTIVOS
A presente especificação tem por finalidade dar indicações técnicas sobre as cantarias descritas no Mapa
Quantidades e nos Desenhos.
C.2. CARACTERÍSTICAS
As cantarias a fornecer e aplicar, não devem apresentar defeitos naturais, tais como facturas, buracos ou
perfurações e outros, que prejudiquem não só a aparência, como o futuro comportamento em obra. Não
serão aceites peças com riscados de serra ou de discos.
As peças serão sempre homogéneas no seu acabamento, podendo o projectista e fiscalização recusar a
aplicação destas por falta de cumprimento estético pretendido. As peças que se destinem ao mesmo local
devem ser obtidas de blocos que permitam manter uniformidade de aspecto e cor.
Quando é especificado um determinado acabamento para uma peça tal significa que, salvo expressa
indicação em contrário, esse acabamento se aplica a todas as faces visíveis da peça.
O Empreiteiro deve apresentar à Fiscalização antes do trabalho de preparação das peças pelo canteiro,
um desenho das unidades a executar com as cotas definidas já em relação ao levantamento da obra.
Esses desenhos darão às peças as dimensões necessárias para que as estereotomias sejam as
indicadas no Projecto, tendo em conta as espessuras exigidas para as juntas, e mantendo sempre as
espessuras definidas no Projecto.
O material a utilizar deverá ser de textura homogénea, compacta e inalterável pelo ar e pela água. Todas
as cantarias em contacto com o exterior são devidamente impregnadas em substância anti-fúngica e
hidrófuga.
C.2.1 AMOSTRAS
O Empreiteiro providenciará para que sejam obtidas amostras de todos os tipos de pedras a usar em obra
quer para exteriores quer para interiores e deverá pô-las à apreciação dos Projectistas para Aprovação.
C.3. ASSENTAMENTO
C.3.1 TIPO DE LIGAÇÃO
Consideram-se para efeitos de assentamento de cantarias para este projecto um tipo de ligação,
Tradicional usando argamassas de cimento e fazendo uso de gatos e pernes metálicos quando
necessário.
C.3.2 ASSENTAMENTO COM ARGAMASSA
C.3.2.1 No assentamento das cantarias serão utilizadas argamassas de cimento e areia ao traço 1:3.
Deve-se molhar e limpar convenientemente as superfícies do assentamento.
C.3.2.2 Sempre que necessário, utilizar-se-ão gatos e pernes para ligação dos elementos em cantarias
entre si, ou fixação das mesmas, em latão ou ferro galvanizado, colocados em números que garanta uma
perfeita estabilidade dos conjuntos e localizados de forma a não se notar a sua existência.
C.3.2.3 Para "calçar" as peças ou definir espaçamentos, não são permitidas palmetas de madeira,
preferindo-se a utilização de pequenas tiras de chumbo com as espessuras adequadas.
C.3.2.4 As juntas entre elementos de qualquer conjunto, deverão ser executadas com o máximo esmero e
de tal forma que não sejam perceptíveis ressaltos, depressões ou outras irregularidades. As juntas entre
as peças não deverão ter largura superior a 1 mm e devem estar
bem alinhadas. A superfície da junta deve ser regularizada e a argamassa não deverá sobrepor-se aos
bordos das pedras.
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Caderno de Encargos – Cantarias
C.4. PEDRAS NATURAIS PARA REVESTIMENTOS, DEGRAUS E PATINS
C.4.1 CARACTERÍSTICAS
C.4.1.1 As pedras naturais a utilizar em revestimentos, são obtidas por serragem da pedra natural, que
não deve apresentar fendas nem descontinuidades, nomeadamente quando para aplicar em locais
sujeitos à acção dos agentes atmosféricos.
C.4.1.2 A resistência à rotura por compressão das pedras a utilizar, será igual ou superior a 660 kgf/cm2,
devendo as pedras destinadas a ser colocadas em zonas de grande circulação, ter baixa porosidade e
apresentar uma tensão de rotura por compressão não inferior a 1 081 kgf/cm2.
C.4.1.3 A determinação da tensão de rotura à compressão será feita de acordo com a EN 165 - 1964.
C.4.2 DIMENSÕES, TOLERÂNCIAS E ACABAMENTOS
C.4.2.1 A espessura mínima de peças de dimensões inferiores a 40 cm, será de 2 cm, podendo ser
excepcionalmente reduzida para um 1 cm em peças de dimensões não superiores a 30 cm, e com a
tensão de rotura por compressão superior a 1 081 kgf/cm², desde que a Fiscalização e o Projectista
aprovem, com revisão de preço.
C.4.2.2 As peças de dimensões superiores a 40 cm, deverão ter uma espessura mínima de 3cm, podendo
este valor reduzir-se para 2 cm, se a tensão de rotura por compressão na pedra for superior a 831 kgf/cm²
e se for aprovado por Fiscalização e Projectista, com revisão de preço.
C.5. PEDRAS NATURAIS PARA PEITORIS, VERGAS E OMBREIRAS
C.5.1 CARACTERÍSTICAS
Os peitoris, vergas e ombreiras serão executadas conforme desenhos de pormenor. A inclinação do canal,
quando existente, será de 0.5%. Os peitoris, vergas e ombreiras com mais de 1.00m de comprimento
terão duas furações ou canais para o exterior, em princípio paralelas entre si e perpendiculares à maior
dimensão das peças.
Quando não definido nas peças desenhadas, devem considerar-se os coroamentos com uma pendente
mínima de 2%, para o interior das coberturas, e sempre incluindo lacrimal na sua face inferior.
C.6. ARMAZENAMENTO
As pedras naturais a utilizar, deverão ser armazenadas em lotes distintos, tendo bem evidente a sua
designação, características e aplicação que lhes está destinada, e de forma a evitar a acção de agentes
estranhos que possam comprometer o seu bom estado de conservação.
C.7. CRITÉRIOS DE MEDIÇÃO
As superfícies revestidas a pedra serão medidos sempre os valores totais das áreas, destinadas a
receber o acabamento e com especificação da sua espessura, em metro quadrado.
Os peitoris, vergas e ombreiras serão medidas ao metro linear de desenvolvimento da peça em questão.
83
Caderno de Encargos – Revestimentos
D. REVESTIMENTOS
D.1. GENERALIDADES
A presente especificação tem por finalidade dar indicações técnicas sobre os revstimentos descritas no
Mapa Quantidades e nos Desenhos.
D.1.2 TRABALHOS PRELIMINARES (GERAL)
Antes de se aplicar os revestimentos deverão assegurar-se as seguintes condições:
D.1.2.1 A sequência de trabalhos está acordada e coordenada com as outras especialidades.
D.1.2.2 Outros trabalhos que possam danificar os revestimentos estão concluídos.
D.1.2.3 As áreas de trabalho no interior estão à prova de intempéries.
D.1.2.4 As áreas de trabalho no exterior estão adequadamente protegidas de intempéries.
D.1.2.5 Os níveis de temperatura e humidade são adequados e, no caso de aplicação em interiores,
dever-se-ão manter constantes.
D.1.2.6 Iluminação adequada.
D.1.2.7 Trabalhos adjacentes adequadamente protegidos.
D.1.2.8 A base de aplicação está limpa e devidamente preparada para receber o revestimento.
D.1.2.9 A base de aplicação está desempenada dentro dos valores de tolerância especificados (se se
verificar o contrário, deve obter-se autorização para desbastar, encher, reconstruir, etc.)
D.1.2.10 Deverão certificar-se que as condições de trabalho são adequadas e que as bases de
assentamento são apropriadas para os revestimentos que se pretendem aplicar.
D.1.3 CONDICIONAMENTO DE MATERIAIS
Antes da sua aplicação, deverá assegurar-se o correcto condicionamento dos revestimentos, a uma
temperatura e humidade apropriada, durante um período adequado.
D.1.4 PROGRAMAÇÃO DOS TRABALHOS
Deverá evitar-se a aplicação de revestimentos enquanto os trabalhos das outras especialidades
continuarem por concluir.
D.1.5 TRANSIÇÃO ENTRE REVESTIMENTOS
D.1.5.1 A transição entre revestimentos será feita através de alhetas ou um terceiro material que poderá
tomar a forma de soleira, perfil de remate, etc.
D.1.5.2 Quando a transição é feita através de um terceiro material, esta deve ser feita de acordo com o
projecto e o material deve ser aplicado de acordo com as respectivas especificações noutra parte desta
especificação.
D.2. REBOCOS E ESTUQUES (em paredes e tectos)
D.2.1 REBOCOS
D.2.1.1 DOSAGEM DE ARGAMASSA
Esta especificação tem aplicação não só para os rebocos e estuques destinados a receber outros
acabamentos, como para aqueles em que o acabamento será dado directamente na superfície do próprio
reboco (areado).
Nas argamassas serão usadas as seguintes dosagens:
Rebocos interiores - cimento e areia ao traço 1:4
Rebocos exteriores - cimento e areia ao traço 1:3.
D.2.1.2 PREPARAÇÃO DA PAREDE BASE
D.2.1.2.1 A parede base deverá estar devidamente preparada para receber o reboco ou estuque. A
superfície a cobrir deverá ser totalmente desembaraçada de partículas com aderentes ou quaisquer
84
Caderno de Encargos – Revestimentos
outros corpos que possam afectar as argamassas. Além disso, deverá apresentar a rigidez indispensável
e estar perfeitamente desempenada para que não se tenha de empregar espessuras de reboco
superiores a 2.5 cm.
D.2.1.2.2 Imediatamente antes da aplicação do reboco, a parede base deverá ser abundantemente
molhada, de modo a que se encontre totalmente húmida na altura da aplicação da argamassa, sem que,
contudo, apresente cavidades com água retida.
D.2.1.2.3 Nas paredes exteriores e interiores, dever-se-á proceder a uma picagem de todas as superfícies
rebocadas que se encontrem degradadas (zonas bolorentas, fissuras, fendas, etc.) até ao encontro da
parede base e com largura e altura a aprovar pela Fiscalização. Será aplicada em seguida uma nova
argamassa com as características a seguir enunciadas.
D.2.1.2.4 Base de alvenaria
Quando não tenha sido possível evitar irregularidades no desempeno da parede base, superiores às
tolerâncias, deverão todas as depressões ser previamente cheias com argamassa idêntica à do reboco,
colocada por camadas, consoante as espessuras, que funcionarão como base no reboco a colocar
posteriormente.
A espessura de cada camada não deverá exceder 2 cm. Deverá certificar-se um intervalo de tempo de,
pelo menos, duas semanas, entre o enchimento das depressões da parede base e aplicação do reboco.
D.2.1.3 TOLERÂNCIA DE DESEMPENO DA BASE
D.2.1.3.1 Quando nada em contrário for determinado pela Fiscalização, a tolerância admitida, ou seja, a
diferença entre os pontos da superfície mais salientes e os mais reentrantes, não deverá ser superior a
1.5 mm.
D.2.1.3.2 O desempeno poderá ser avaliado, em paredes planas, com uma régua desempenada de
comprimento superior a 2 m ou condicionado pelas dimensões da parede.
D.2.1.4 APLICAÇÃO DE SALPICO
D.2.1.4.1 Parede de alvenaria
Sempre que a Fiscalização não tenha dispensado a aplicação do salpico, este deverá ser feito
imediatamente após a conclusão da parede, depois desta ter sido bem molhada. A argamassa a utilizar,
deverá ter traço 1:1 a 1:3, conforme os casos a serem projectados com força contra a parede de modo a
constituir uma camada rugosa e aderente de espessura compreendida entre 1 e 3mm.
D.2.1.4.2 Parede de betão
Quando a Fiscalização dispensar a picagem geral da parede base e for utilizado o salpico, este deverá
ser efectuado imediatamente após a desmoldagem, com a parede bem molhada.
Deverá ser utilizada uma argamassa de traço compreendido entre 1:1 e 1:2, conforme os casos, que será
projectada com força contra a parede, formando uma camada rugosa e aderente de espessura
compreendida entre 1 e 3 mm.
D.2.2 ESTUQUES
D.2.2.1 GENERALIDADES
Os estuques serão executados sempre por duas camadas. A primeira camada de esboço será executada
a massa de areia com gesso. A composição dos estuques será a mais adequada aos acabamentos
previstos e nela se empregarão tanta cal como gesso de primeira qualidade.
Todas as superfícies estucadas deverão apresentar-se perfeitamente desempenadas, regulares e isentas
de manchas ou quaisquer outras imperfeições.
Todas as sancas ou molduras deverão ser executados com perfeição, de modo a garantirem uma ligação
perfeita e ficarem isentas de fendilhações.
85
Caderno de Encargos – Revestimentos
As cores e os acabamentos das superfícies serão fixados conforme as instruções especiais do projecto e
de acordo com a fiscalização.
D.2.2.2 DOSAGEM DE ARGAMASSA
A argamassa do esboço será de cal em posta e areia fina ao traço 1:2.
A do estuque será de gesso de 1ª e cal em pasta aos traços de 2:5 e 2:7, respectivamente, em tectos e
paredes.
D.2.2.3 APLICAÇÃO MECÂNICA DE ESTUQUE
D.2.2.3.1 Com a autorização da Fiscalização, os rebocos poderão ser aplicados mecanicamente,
seguindo-se as instruções correspondentes ao tipo de máquina utilizada para o efeito. No entanto e sem
prejuízo das instruções a seguir em cada caso, poderão ser adoptadas as regras seguintes:
A boca da pistola deverá manter-se numa posição perpendicular ao paramento a revestir.
A velocidade do material à saída da pistola, deverá ser condicionada pelo diâmetro da boca.
A pressão da água deverá ser maior do que a do ar, para garantir uma molhagem mais completa dos
materiais e facilitar ao operador uma regularização mais rápida e eficaz.
D.2.2.3.2 Cura do estuque
Quando se verifiquem temperaturas elevadas, sol forte ou vento, deverão os estuques manter-se
permanentemente húmido, durante o mínimo de 3 dias, o que poderá ser feito por meio de rega, de
aspersão ou qualquer outro sistema adequado. Só a Fiscalização poderá dispensar o cumprimento desta
determinação.
D.2.3 APLICAÇÃO DE REBOCOS E ESTUQUES
D.2.3.1 A argamassa deverá ser utilizada imediatamente após o seu fabrico, devendo ser totalmente
aplicada antes de iniciar a presa.
D.2.3.2 Durante o período em que aguarde aplicação, deverá estar protegida do sol, chuva ou vento.
D.2.3.3 Será interdito o aproveitamento de argamassa já endurecida, mesmo com adição de água.
D.2.3.4 A argamassa endurecida deverá ser retirada do local de trabalho.
D.2.3.5 Considera-se que a argamassa está endurecida quando apresentar quebra de trabalhabilidade
ou tiver sido amassada há mais de uma hora no Verão e duas horas nas restantes estações.
D.2.3.6 Condições atmosféricas
A aplicação de rebocos exteriores deverá ser interdita sempre que se verifiquem temperaturas inferiores a
3ºC, ou superiores a 30ºC, vento forte, chuva ou quando se preveja a formação de geada.
No caso de rebocos interiores, poderá recorrer-se a aquecedores para manter a temperatura a nível
conveniente, mas estes devem ser colocados a uma distância da parede que não provoque aquecimento
ou secagem exagerados.
D.2.3.7 Espessura do reboco e estuque
Salvo determinação em contrário da Fiscalização, sempre que a espessura total do reboco exceda 1.5 cm,
deverá ser aplicado em duas camadas intervaladas no mínimo de 24 horas.
A primeira camada deverá ter 1.0 a 1.5 cm de espessura e a segunda a diferença para a espessura total.
No caso de não ser previamente fixada pela Fiscalização, a espessura total não deverá exceder 2.5 cm.
A massa de estuque deverá, no mínimo, ter uma espessura de 1.0 cm.
D.2.3.8 Impermeabilização
O reboco aplicado em paredes exteriores deverá conter sempre um produto hidrófugo previamente
aprovado pela Fiscalização.
Quando este for aplicado em mais de uma camada, o produto impermeabilizante será aplicado à
argamassa que constituirá a primeira camada do reboco.
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Caderno de Encargos – Revestimentos
Deverá ser dada preferência a produtos hidrofugados que se misturem previamente com água de
amassadura, líquidos ou a diluir antes da amassadura.
Sem a aprovação da Fiscalização, não será permitida a utilização de produtos em pó que obtenham o
efeito hidrófugado à custa do grau de finura.
D.2.3.9 Execução do trabalho
Quando se trata de duas camadas, a primeira será aplicada e bem apertada à colher e só depois será
sarrafada. A segunda, de igual forma, será aplicada, apertada e, consoante o acabamento pretendido,
sarrafada, talochada, passada à esponja, espátula ou queimada à colher.
A segunda camada poderá ser feita com o mesmo tipo de areia que a primeira, ou com areia mais fina,
areia de acabamento, conforme for estipulado.
D.2.4 MEDIÇÃO
O reboco e o estuque serão medidos por m2 de superfície rebocada ou estucada, incluindo o emboço.
D.2.5 PREÇOS
Os preços incluirão todos os trabalhos necessários à perfeita execução de trabalho, mesmo que não
expressamente mencionados nesta cláusula.
D.3. BASE DE ASSENTAMENTO
D.3.1 BETONILHA DE REGULARIZAÇÃO E ENCHIMENTO
As betonilhas de regularização para o assentamento deverão estar limpas, secas e desempenadas, e
serão executadas em harmonia com as prescrições no projecto, em conformidade com o
dimensionamento referido nos desenhos de pormenor e obedecer às condições gerais, às normas
portuguesas NP-52, 56,80, 259 e 260, e à parte aplicável dos regulamentos em vigor.
A composição da argamassa para a betonilha, deverá garantir um máximo de capacidade, que poderá ser
aumentada, particularmente se se destinar a superfícies de desgaste, à custa da incorporação de
elementos destinados a esse fim e tratados em especificação própria ou aprovados pela Fiscalização.
Estas betonilhas serão executadas com argamassa de cimento e areia ao traço 1:5 e a superfície afagada.
D.3.2 GARANTIAS
O prazo de garantia do produto será de 10 anos e deverá tomar a forma de termo de responsabilidade
perante o dono-da-obra.
D.3.3 CRITÉRIOS DE MEDIÇÃO
A unidade de medição é o metro quadrado.
D.3. 4 PREÇO
O preço unitário correspondente à unidade de medição engloba todos os encargos relacionados com o
fornecimento, aplicação da alcatifa e limpeza do local após a conclusão dos trabalhos, e eventuais
desperdícios resultantes de cortes.
D.4. TECTOS FALSOS
D.4.1 PLACAS DE GESSO CARTONADO
A serem utilizadas em tectos contínuos e bordaduras/sancas.
D.4.1.1 Compreende o fornecimento, assentamento e montagem das diversas situações de tecto falso em
que se apliquem as placas de gesso cartonado conforme o mapa de quantidades e desenhos de
pormenor e detalhes deste projecto, assim como todos os materiais e acessórios necessários à execução
dos trabalhos descritos. A estrutura de fixação do tecto será aparafusada ou suspensa da estrutura
87
Caderno de Encargos – Revestimentos
metálica e lajes existentes. O processo será posteriormente acordado entre o projectista a fiscalização e o
empreiteiro.
D.4.1.2 Dever-se-á seguir todas as recomendações e especificações do fabricante para o correcto uso
das placas e acessórios e de todas as diversas fases de montagem assim como para o fecho de juntas e
outras situações especiais.
Pontualmente, deverão ser previstos painéis de acesso a homem nos tectos em placas de gesso
cartonado devendo estes ser coordenados em obra com os Projectistas para a sua melhor localização.
Em todas as esquinas deverão ser utilizadas cintas próprias "guarda-vivos" e em todos os remates
deverão ser utilizados perfis de remate especificamente destinados a esta utilização e objecto de
especificação própria. Em zonas húmidas, tipo instalações sanitárias e afins o gesso cartonado terá
sempre características hidrófugas.
D.4.1.2 MARCAÇÕES DE TECTOS FALSOS
D.4.1.2.1 A marcação de tectos falsos seguirá rigorosamente as indicações e instruções das plantas de
tecto do respectivo Projecto de Arquitectura, quanto ao tipo de tecto a aplicar, cotas altimétricas, tipo de
acessórios, remates, sancas, etc. como especificado também no Mapa de Quantidades.
D.4.1.2.2 Sempre que surgirem dúvidas de interpretação de desenhos e indefinições do Projecto
consultar-se-ão sempre os Projectistas para esclarecimentos, informação e aprovação de possíveis
alterações apresentadas pelo Empreiteiro.
D.4.1.2.3 Deverá o Empreiteiro Geral fazer a coordenação com as outras especialidades nomeadamente
electricidade, segurança, instalações mecânicas e esgotos.
D.4.1.2.4 Os tectos falsos deverão ter capacidades para suportar os pesos de todos os equipamentos
destinados a serem por eles comportados.
D.4.1.2.5 Deverá assegurar-se o travamento permanente dos tectos.
D.5. REVESTIMENTO DE PAREDES COM AZULEJOS
D.5. 1. OBJECTIVO
Fixação das condições de execução de revestimentos de paredes com azulejos de acordo com a norma
portuguesa NP 56 - Assentamento de azulejos e ladrilhos.
D.5.2. EXECUÇÃO
D.5.2.1 TRABALHOS PREPARATÓRIOS
Antes de iniciar a execução deste revestimento, o Empreiteiro deve certificar-se de que todos os trabalhos
referentes às instalações electromecânicas e redes de esgotos e de fluídos, relacionados com o
revestimento em causa, estão devidamente executados e ensaiados e, embebidos na argamassa.
Será expressamente proibido abrir roços ou levantar e recolocar azulejos depois do trabalho ser dado por
concluído.
D.5.2.2 EXECUÇÃO DO REVESTIMENTO
D.5.2.2.1 Preparação da base
Na execução deste revestimento devem ser respeitadas as seguintes condições:
A base estrutural sobre a qual se vai executar o revestimento deve ter sido concluída há mais de um mês;
Para melhorar a aderência do revestimento à base, esta deve ser bem limpa, eliminando-se os resíduos
de leitança, poeiras e outras substâncias prejudiciais; a base deve ser aferroada ou picada, de forma a
apresentar-se rugosa. Esta rugosidade também pode ser obtida, e de preferência, fazendo a lavagem da
base antes do endurecimento, com jacto de água, de modo a remover a leitança superficial.
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Caderno de Encargos – Revestimentos
D.5.2.2.2 Camada de regularização
Sobre a base assim preparada, e quando está apresentar irregularidades sensíveis ou for necessário
fazer enchimento, será executada uma camada de regularização constituída por com cerca de 1,5 cm de
espessura.
A argamassa deverá ser fortemente projectada, apertada à colher e sarrafada, mas não afagada à colher
ou à desempenadeira, para que a rugosidade resultante do sarrafar melhore a aderência desta.
D.5.2.2.3 Preparação dos azulejos
O tardoz das peças deve ser convenientemente limpo de poeiras ou quaisquer outras substâncias que
possam ser prejudiciais ao bom assentamento e ligação dos azulejos à camada de assentamento; antes
de serem aplicadas as peças, estas devem se imersas em água durante mais de 12 h e deixadas a
escorrer momentos antes de serem aplicadas.
D.5.2.2.4 Assentamentos dos azulejos
No assentamento, os azulejos devem ser cuidadosamente batidos nas suas posições definitivas, de modo
a expulsar todo o ar que se tenha interposto entre a peça e a argamassa de assentamento, o que
diminuiria a aderência; de preferência, os azulejos devem ser assentes aplicando uma argamassa fluída,
de 3 kN (300 kg) de cimento por m 3 de areia grossa, no tardoz de cada um deles com, pelo menos, um
dia de antecedência sobre o assentamento; este deve ser feito preparando com a argamassa de
assentamento uma área proporcionada à rapidez da operação e ao endurecimento da argamassa e
colocando sobre ela os azulejos de modo anteriormente indicado; o excesso de argamassa que reflua nas
juntas dos zulejos por virtude de estes serem compridos e batidos deve ser imediatamente eliminada com
um pano húmido.
D.5.2.2.5 Execução das juntas
As juntas entre azulejos devem apresentar-se segundo direcções paralelas e perpendiculares entre si,
sem objecto de especial atenção o seu alinhamento, a uniformidade das peças e o desempeno da
superfície acabada.
No caso de juntas da estrutura, as juntas do azulejo deverão ficar em correspondência com elas;
Devem ser tomadas precauções para que o revestimento das paredes seja executado com o maior
número possível de peças inteiras; os remates nos vãos e portas, a concordância de painéis contíguos e
os remates com outras superfícies deverão ser ensaiados a seco antes de se fazer o assentamento
definitivo, de modo a evitar que fiquem peças cortadas com pequenas ou desiguais dimensões.
D.5.2.2.6 Acabamento das juntas
As juntas entre azulejos devem ser cuidadosamente refechadas com uma pasta de cimento branco ou de
cimento branco pigmentado na cor desejada pela Fiscalização, pelo emprego de aditivos em pó por ela
aprovados;
As juntas entre azulejos devem ter largura uniforme e com cerca de 1 a 2 mm;
As juntas refechadas a cimento branco devem ser pintadas
D.5.3. CRITÈRIOS DE MEDIÇÃO
A medição é feita por m2 de revestimento assente e aprovado.
D.5.4. PREÇO
Os preços incluem todos os trabalhos e acessórios e complementares necessários à correcta execução
do trabalho, mesmo que não expressamente indicados nesta cláusula.
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Caderno de Encargos – Revestimentos
D.6 MOSAICO CERÂMICO (em pavimentos e rodapés)
D.6.1. OBJECTIVO
Fixação técnica de execução de revestimentos de pavimentos com mosaicos cerâmicos de acordo com a
norma portuguesa NP 56 – Assentamento de azulejos e ladrilhos.
D.6.2. EXECUÇÃO
D.6.2.1 Generalidades
Antes de iniciar a execução dos pavimentos, com este tipo de mosaicos, o Empreiteiro deve certificar-se
de que todos os trabalhos referentes às instalações eléctricas, de águas e de esgotos, relacionados com
o pavimento em causa, estão devidamente executados e ensaiados.
Será expressamente proibido abrir roços ou levantar e recolocar mosaicos depois do trabalho ser dado
por concluído. No caso de alguma rede não funcionar, o Empreiteiro será totalmente responsável pela sua
reparação e será à sua custa que o pavimento será reposto.
D.6.2.2 Execução do revestimento
D.6.2.2.1 Preparação da base
Para melhorar a aderência da base à superfície onde vão ser aplicadas, esta deve ser bem limpa,
eliminando-se os resíduos de leitanças, poeiras e outras substâncias prejudiciais; deve ser aferroada ou
picada, de forma a apresentar-se rugosa. Esta rugosidade também pode ser obtida e, de preferência,
fazendo a lavagem da superfície do betão da laje ou do massame antes do endurecimento, com jacto de
água de modo a remover a leitança superficial;
A base estrutural sobre a qual se vai executar o pavimento deve ter sido concluída há mais de um mês.
D.6.2.2.2 Camada de regularização
Sobre a base assim preparada, e quando esta apresentar irregularidades sensíveis ou for necessário
fazer enchimentos, será executada uma camada de regularização constituída por uma argamassa com
4KN (400 Kg) de cimento por m3 de areia, bem compactada, sarrafada e afagada à colher ou à
desempenedeira mecânica. A argamassa de regularização deve ser feita à cota necessária para que a
superfície do pavimento acabado fique à cota indicada no Projecto, ou com as inclinações nele
estabelecidas.
A base para assentamento dos mosaicos deve, antes de qualquer aplicação, apresentar-se lisa,
perfeitamente seca e limpa de quaisquer outras sujidades e isentas de partículas facilmente destacáveis.
Todas as manchas de gorduras ou outras que possam dificultar o assentamento devem ser removidas.
D.6.2.2.3 Preparação dos mosaicos
O assentamento dos mosaicos só deverá iniciar-se depois de terminados e secos todos os trabalhos de
reboco, emboço e estuque.
O tardoz das peças deve ser convenientemente limpo de poeiras ou quaisquer outras substâncias que
possam ser prejudiciais ao bom assentamento e ligação dos mosaicos à camada de assentamento; antes
de serem aplicadas as peças, estas devem ser imersas em água durante bastante tempo e deixadas a
escorrer momentos antes de serem aplicadas.
D.6.2.2.4 Assentamento de mosaicos
No assentamento, os mosaicos devem ser cuidadosamente batidos nas suas posições definitivas, de
modo a expulsar todo o ar que se tenha interposto entre a peça e a argamassa de assentamento, o que
diminuiria a aderência; o excesso de argamassa que reflua nas frentes dos mosaicos deve ser
imediatamente eliminado com um pano húmido;
As juntas entre mosaicos, quer estejam alinhados quer resultem de assentamento a matar juntas, devem
apresentar-se segundo direcções paralelas e perpendiculares entre si, sendo objecto de especial atenção
o seu alinhamento, a uniformidade das peças e o desempeno da superfície acabada. Este pode ser
90
Caderno de Encargos – Revestimentos
avaliado encharcando o pavimento e observando a formação ou não de poças, ou então pelo
assentamento de uma régua rígida com 200 cm de comprimento.
Devem ser tomadas precauções para que o revestimento dos pavimentos seja executado com o maior
número possível de peças inteiras; os remates nos vãos e portas, a concordância de painéis contíguos e
os remates com paredes ou maciços de fundação de máquinas deverão ser ensaiados a seco antes de se
fazer o assentamento definitivo. Não será autorizada a aplicação de tiras de mosaico inferior a metade
das peças em inteiro.
As juntas entre ensaios serão refechadas com calda de cimento branco à qual se juntará pó de pedra, ou
outro processo indicado pelo fabricante ou proposto pelo empreiteiro e sujeito à aprovação da fiscalização.
Havendo necessidade disso, o refechamento das juntas deverá ser feito com uma argamassa fluida com
5 KN (500 Kg) de cimento por m3 de areia fina;
Depois de refechamento das juntas o pavimento deverá ser tratado do seguinte modo:
- Estando seco, será escovado de forma a eliminar a maior parte possível de argamassa utilizada no
refechamento das juntas;
- Será varrido cuidadosamente de modo a eliminar toda a poeira resultante da operação anterior;
- Será lavado com água abundante;
- Estando de novo seco, repetem-se as operações anteriores até à completa eliminação de manchas na
superfície
- Se for caso disso será impregnado com produtos adequados (serradura ou outros) de modo a
conservar-se resistente a nódoas de gordura, e de coloração uniforme; esta operação poderá ser
precedida de uma lavagem com aguarrás. Nas operações de lavagem poderá ser adicionado à água um
produto detergente adequado, que deverá ser previamente submetido à fiscalização.
D.6.2.2.5 Utilização do pavimento
A utilização do pavimento acabado não deve iniciar-se antes de decorridos três dias após a sua
conclusão, devendo-se protegê-lo com serradura, em conformidade com a NP 56.
D.6.3 CRITÉRIOS DE MEDIÇÃO
A unidade de medição é o metro quadrado (pavimento) e o metro linear (rodapés).
D.6.4 PREÇO
O preço unitário correspondente à unidade de medição engloba todos os encargos relacionados com o
fornecimento e execução da argamassa base e o assentamento do mosaico e eventuais desperdícios
resultantes de cortes.
D.7 PAVIMENTO FLUTUANTE EM MADEIRA DE CARVALHO
D.7.1. OBJECTIVO
Fixação das condições de execução de pavimentos em soalho flutuante.
D.7.2. EXECUÇÃO
D.7.2.1 Trabalhos preparatórios
Antes de iniciar a execução deste trabalho, o empreiteiro deve certificar-se de que todos os trabalhos
referentes às instalações eléctricas e redes técnicas, relacionadas com o pavimento em causa, estão
devidamente executadas e ensaiadas.
Será expressamente proibido abrir roços ou levantar e recolocar as réguas de madeira depois do trabalho
ser dado por concluído.
91
Caderno de Encargos – Revestimentos
D.7.2.2 Base para assentamento
A base para assentamento das réguas de madeira deverá ser uma argamassa de cimento de
regularização de acabamento áspero muito bem apertado e muito perfeito, tanto em nivelamento como
em imperfeições da superfície.
D.7.2.3 Assentamento do soalho flutuante
O assentamento só deve iniciar-se depois de terminados e secos todos os trabalhos de rebocos e
estuques e concluída a montagem de caixilharias e vidros.
Os trabalhos só poderão efectuar-se quando a temperatura ambiente for superior a + 5º C.
A base para assentamento deve apresentar-se lisa, perfeitamente seca e limpa de gorduras ou quaisquer
outras sujidades, e isenta de partículas facilmente destacáveis.
A tela de amortecimento em cortiça, que servirá de base/suporte para colocação do soalho, tem que estar
perfeitamente nivelada, intacta e limpa para não haver problemas no encaixe das réguas. As juntas
devem ficar totalmente fechadas. Coloque a tela até atrás do rodapé e até à altura do mesmo.
A união das réguas deve realizar-se através do encaixe macho/fêmea nas 4 orlas.
O acabamento deve ser a base de verniz acrílico especial com acabamento acetinado.
Os pavimentos deverão ficar rigorosamente nivelados, não se admitindo posteriores enchimentos
pontuais. Devem ser respeitadas as cotas de limpo e perfis indicados em desenho, bem como o
alinhamento com as cotas dos pavimentos adjacentes.
D.7.2.4 Utilização
Após o assentamento o pavimento deve ser preservado dos efeitos da circulação, devendo ainda ser
tomadas as precauções necessárias para evitar a incidência directa dos raios solares antes de se
efectuar o acabamento.
D.7.3 CRITÈRIOS DE MEDIÇÂO
A medição é feita por m2 de pavimento assente a aprovado.
D.7.4 PREÇO
Os preços incluem todos os trabalhos preparatórios necessários à correcta execução do trabalho, mesmo
que não expressamente indicados nesta cláusula.
92
Caderno de Encargos – Serralharias
E. SERRALHARIAS
E.1. ALUMÍNIO
E.1.1 OBJECTIVO
A presente especificação tem por finalidade dar indicações técnicas gerais sobre caixilharia executada
com perfis de alumínio, caixa de estores e estores, conforme mapa de vãos, desenhos de pormenor e
lista de medições,
E.1.2 GENERALIDADES
E.1.2.1 Estas caixilharias serão executadas com perfis de alumínio termolacado, ou conforme indicação
do projecto, sendo objecto de especificação própria e as cores segundo as indicadas em Mapa de
Acabamentos, ou indicação do projectista.
Toda a fachada tem de cumprir o disposto na Legislação de Segurança e Riscos contra incêndio.
E.1.2.2 De um modo geral, os caixilhos são de forma rectangular.
E.1.2.3 Dada a grande variedade de perfis e a diversidade das combinações possíveis, consegue-se
normalmente encontrar solução para outras formas.
E.1.2.4 A rigidez e a inconformidade dos conjuntos são obtidas por encaixe dos próprios perfis, por
colagem, soldadura, aparafusamento dos elementos uns aos outros de forma adaptada ao seu interior,
conferindo ao alumínio as características mecânicas que este não tem.
E.1.2.5 Não é permitido, em caso algum, a utilização de materiais que originem processos electrolíticos
com o alumínio.
E.1.2.6 Os elementos metálicos ferrosos, com excepção do aço inoxidável, que seja necessário introduzir
para dar aos aros e caixilhos a indeformabilidade e rigidez pretendida, como por exemplo, esquadros,
serão previamente protegidos da corrosão, por galvanização ou outro meio adequado.
E.1.2.7 Quando a ligação se processar por intermédio de parafusos, estes serão galvanizados e de
preferência, de alumínio ou aço inoxidável.
E.1.3. VÃOS EM ALUMINIO TERMOLACADO
E.1.3.1 OBJECTIVO
Fixação das condições de fornecimento, execução e assentamento referentes a caixilharias de janelas e
vãos fixos envidraçados, de alumínio termolacado.
E.1.3.2 GENERALIDADES
Quanto à qualidade de execução, os caixilhos deverão ter:
- Rigidez necessária a um bom funcionamento;
- A forma e a dimensão a que se destina a sua aplicação;
- Os perfis dos caixilhos que se justaponham, definirão uma linha uniforme ao longo da sua junção. A
junta por eles formada será mínima e igual em todos os caixilhos;
- Os remates de topo far-se-ão a 90º ou a meia esquadria. A junta formada pelas peças de encontro será
mínima, uniforme e igual em todos os caixilhos;
- Os elementos móveis trabalharão suavemente, sem prisões, silenciosamente e o seu encaixe com os
elementos fixos far-se-á harmoniosamente. A junta definida pelo seu encaixe com os elementos fixos, aos
longos de toda a sua extensão, será mínima, uniforme e igual em todos os caixilhos;
- Facilidade de limpeza.
E.1.3.2 EXECUÇÃO
E.1.3.2.1 Os perfilados e chapas de alumínio termolacadas serão da marca indicada no Projecto ou
equivalente. Qualquer alteração de marca ou perfis deverá ser aprovada pelo Projectista e Fiscalização.
93
Caderno de Encargos – Serralharias
As caixilharias móveis e fixas serão executadas com perfis de alumínio termolacado, na cor fixada nas
cláusulas técnicas especiais, estruturados entre si por soldaduras e parafusos, devendo procurar-se
soluções que evitem parafusos aparentes.
A execução destas estruturas deve ser confiada a especialistas.
Todo o contorno entre aros e as partes da construção onde se fixam, e ainda todo o contorno das partes
móveis, serão perfeitamente estanques devido à interposição de vedantes de boa qualidade.
Exige-se particular cuidado nas operações de assentamento para que os diferentes elementos fiquem
rigorosamente implantados, não se admitindo furações ou cortes nos elementos termolacados; as
estruturas devem por consequência ser fornecidas nas medidas exactas e com as furações necessárias à
sua fixação. Deverá ser garantida a rigidez do conjunto e o bom funcionamento das partes móveis.
As caixilharias serão fornecidas com as respectivas ferragens, e as suas ligações às respectivas
estruturas serão feitas com chumbadouros apropriados.
As guias das janelas de abrir deverão ser feitas em perfil de alumínio devidamente encabeçadas e
guiadas por peças adequadas em neoprene, nunca podendo ser as referidas guias em aço ainda que
este esteja devidamente protegido.
E.1.3.3 ASSENTAMENTO
E.1.3.3.1 Quer os aros da caixilharia exterior quer os do interior, serão assentes contra elementos
estruturais rígidos que permitam a sua fixação.
E.1.3.3.2 Essa fixação será executada por intermédio de molas, parafusos e buchas de metal inoxidável,
com dimensões compatíveis com os perfis.
E.1.3.3.3 Ao longo de todo o contorno dos pré-aros, contra os elementos rígidos onde se vão fixar, serão
colocados cordões de mástique ou espuma de poliuretano impregnada de produto betuminoso, que
confira também à caixilharia a estanquicidade atrás apontada.
E.1.3.3.4 As ligações dos caixilhos com os elementos de construção onde se fixam, sem prejuízo da
estanquicidade pretendida, não deverão ser totalmente rígidas, permitindo compensar dilatações
diferenciais.
E.1.3.4 VIDROS
E.1.3.4.1 Objectivo
Definições das condições de fornecimento e regras de execução do assentamento de vidros em janelas
E.1.3.4.2 Generalidades
Os vidros duplos têm que ser rigorosamente dimensionados pela empresa vidreira, de acordo com a
legislação aplicável e de acordo com os estudos inerentes à fachada, sejam eles de resistência ao vento,
ao fogo, ao embate, às questões térmicas, ou a outros factores, e deve ser apresentada a solução de
forma a respeitar as normas vigentes bem como a queda de pessoas ou objectos.
Os dois vidros deverão ser sempre temperados.
Os vidros terão as características e espessuras indicadas e o cumprimento do projecto térmico, acústico e
factor solar. Os valores e características são no mínimo: vidro incolor 8mm temperado caixa de a de
15mm.
E.1.3.4.3 Execução
E.1.3.4.3.1 Trabalhos preliminares
A fixação dos vidros será efectuada para que fique assegurado o seu comportamento quando sujeito à
acção da temperatura quer de forma directa ou, indirectamente, através da caixilharia.
94
Caderno de Encargos – Serralharias
E.1.3.4.3.2 Assentamento de vidros
As chapas de vidro deverão ser cortadas de modo que entre as arestas das chapas e o fundo dos
caixilhos haja uma folga mínima de 3mm, não devendo ter qualquer falha.
Em toda a periferia serão aplicadas bandas contínuas de neoprene conforme indicação do fabricante e
indicação nos desenhos de pormenor.
As arestas da vidraça deverão ser depois cobertas com mastique, de tipo elástico homologado pelo LNEC,
que se alisará de encontro ao bite.
Nas caixilharias de alumínio poderá a chapa de vidro ser vedada por silicone substituindo as borrachas.
E.1.3.5 CRITÉRIO DE MEDIÇÃO
A medição é feita por unidade de vão completo conforme pormenores do projecto, dimensões e
especificações do Mapa de Vãos e Acabamentos.
E.1.3.6 PREÇO
O preço unitário correspondente à unidade de medição estabelecida compreende o fornecimento e
aplicação das ferragens adequadas ao sistema previsto no projecto para o fornecimento da caixilharia, o
fornecimento e aplicação dos acessórios necessários à fixação e vedação da caixilharia, de acordo com o
material envolvente dos vãos (parafusos e buchas metálicas, material vedante, etc) e compreende
também o fornecimento dos dispositivos de manobra necessários à abertura e fecho das janelas e
ventiladores a partir de locais de fácil acesso.
Compreende ainda o vidro ou outros materiais de preenchimento tais como grelhas, conforme indicado no
Projecto.
E.1.4 CAIXA DE ESTORES E ESTORES
Todos os vãos terão estores exteriores com comando eléctrico por estore encaixado entre perfis de
fachada.
- As lamelas são de 80mm, assentes em caixa superior com 0.15m de largura e com 0.24m de altura, de
alumínio, com 1,5mm, auto lubrificante
- A cor é a cinzenta, incluindo as guias laterais
- As guias laterais, serão em varão inox
-Inclui corda condutora para segurar as lamelas superiores e inferiores, resistente aos ácidos e às
intempéries
- Inclui fita de sustentação resistente à atmosfera, aos ácidos, aos UV e a forças de 1000N, e terá
facilidade de ajuste e de substituição.
- Caixa de estore em alumínio anodizado igual à fachada, fixa ao Betão por elemento rígido.
- Inclui fornecimento e assentamento, com todos os trabalhos complementares, incluindo ligações
eléctricas, mecânicas e outras
E.2. METÁLICAS
E.2.1 OBJECTIVO
A presente especificação tem por objectivo fornecer indicações técnicas para a execução de serralharias
metálicas, portas e guarda de escada.
E.2.2 CARACTERÍSTICAS
Guarda metálica de tubo oco de aço laminado a frio de 90 cm de altura, com caixilho simples e montantes
e barras verticais, para escada recta de dois tramos com descanso.
95
Caderno de Encargos – Serralharias
E.2.3 EXECUÇÃO
E.2.3.1 Todas as serralharias deverão ser executadas de forma a garantirem a necessária rigidez dos
conjuntos e o perfeito funcionamento das partes móveis.
E.2.3.2 Todas as superfícies metálicas deverão ser limpas a jacto abrasivo ou escova de arame,
conforme o seu grau de sujidade ou de oxidação, metalizadas a zinco e pintadas ou galvanizado a quente,
de acordo com a especificação que lhe corresponde nos Mapas de Quantidades de Trabalho, projecto,
especificações a que se referem.
E.2.4 CORRIMÃOS E GUARDAS
E.2.4.1 Objectivo
Compreende o fornecimento e assentamento de tubos, prumos, barras e demais acessórios necessários
à execução dos trabalhos conforme indicado nas peças desenhadas e desenho de pormenor.
E.2.4.2 Execução dos trabalhos
Os perfis a empregar deverão ser de origem e os trabalhos executados por firma especializada de
reconhecida competência.
Fornecimento e colocação de guarda metálica de tubo oco de aço laminado a frio de 90 cm de altura, com
caixilho simples, formado por remate de guarda superior, que faz de corrimão, e remate de guarda inferior;
montantes verticais e barras verticais, para escada recta de dois tramos com descanso. Inclui elemento
de agarre, fixação através de aparafusamento em parede de alvenaria com buchas e parafusos de aço.
Elaborada em oficina e montada em obra.
E.3 MEDIÇÃO
A medição será feita por unidade completa de cada tipo montada, incluindo aros, ligações fixações e
acabamentos.
E.4 PREÇO
Os preços incluem todos os trabalhos complementares e acessórios necessários à correcta execução do
trabalho, mesmo que não expressamente indicados nesta cláusula.
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Caderno de Encargos – Pinturas
F. PINTURAS
F.1 OBJECTIVO
A presente especificação estabelece as condições técnicas a que devem satisfazer os materiais e a
execução dos trabalhos de pinturas nas aplicações correntes em Engenharia Civil.
F.2 MATERIAIS
F.2.1 Quando se proceder a diluição de tintas ou vernizes, elas deverão ser feitas nas percentagens
indicadas pelo fabricante.
Para cada tipo de tintas ou vernizes, só podem ser indicados os diluentes indicados pelo fabricante.
São interditas as pinturas de tintas ou vernizes de marcas diferentes, bem como de materiais de
características diferentes, embora da mesma marca.
Todas as tintas e vernizes deverão satisfazer as prescrições gerais estabelecidas nas Normas
Portuguesas aplicáveis.
F.2.2 O Empreiteiro deverá ter sempre em depósito, as quantidades de materiais necessários para
garantir o andamento normal dos trabalhos.
As diferentes qualidades de materiais, serão arrumados em lotes separados e perfeitamente identificáveis.
Se, devido a armazenagem prolongada, as tintas apresentarem uma "pele" contínua e espessa à
superfície, dever-se-á cortá-la junto à parede do recipiente e retirá-la.
Se a "pele" for pouco espessa ou descontínua, bastará passar a tinta por uma rede fina. Depois de
retirada a "pele", deve-se mexer a tinta, para desfazer completamente o "depósito" de pigmentos que
possa existir.
F.2.3 Todas as latas que contenham tintas, serão, após utilização parcial, tapadas, voltadas e retornadas
à sua posição normal, para se conseguir uma vedação ao ar a mais perfeita possível.
No caso de uma lata com tinta ficar quase vazia, deve mudar-se o seu conteúdo para outro recipiente
mais pequeno, pois um volume de ar relativamente grande da lata, ocasionará a perda da qualidade da
tinta e, portanto, interdição do seu emprego.
F.2.4 Não será permitido fazer lume, nem criar fontes de calor junto dos recipientes com tintas, ou nos
locais onde possa haver forte concentração de vapores diluentes, por estes serem voláteis e inflamáveis.
F.3 EXECUÇÃO
F.3.1 Na execução dos trabalhos são integralmente cumpridas todas as instruções do fabricante dos
materiais aplicados, com especial atenção no que se refere a diluições e tempos de secagem.
F.3.2 Sejam quais forem os materiais a utilizar, ou o seu modo de emprego, não deverão aplicar-se
camadas excessivamente espessas, pois originam escorrimentos nas superfícies inclinadas e formam
rugosidades nas superfícies horizontais, causando, em qualquer dos casos, um aspecto suficiente, que
será motivo de rejeição das pinturas que se apresentem com esses defeitos.
F.3.3 A aplicação dos materiais deve, em todos os casos, ser feita de maneira uniforme, de modo a evitar
estriações e desigualdades de aspecto, procurando-se obter um acabamento homogéneo. Deverá haver
especial cuidado em evitar que as tintas engrossem nas depressões, curvas ou reentrâncias, ou que
tenham tendência a fugir das arestas, deixando películas excessivamente finas.
F.3.4 A espessura final a obter, para o conjunto de todas as camadas de tinta aplicadas sobre cada
superfície, será definida conforme sistema de pintura a utilizar.
F.3.5 A superfície a pintar deverá estar bem limpa e sem humidade. Além disso, tratando-se de uma
segunda demão, só deverá ser executada depois da primeira estar convenientemente seca. Se a película
de tinta se apresentar muito dura e lisa, terá que ser lixada para se obter melhor aderência.
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Caderno de Encargos – Pinturas
F.3.6 Será da responsabilidade do Empreiteiro a execução e conservação de um painel com amostras
aplicadas de todos os tipos diferentes de pinturas a executar em obra que deverá ser aprovado pelos
Projectistas
Este painel servirá de referência padrão a todos os diferentes lotes e tipos de pintura a aplicar.
F.4 PINTURAS
F.4.1 Pinturas exteriores
-Pinturas sobre rebocos exteriores: As pinturas com tinta plástica obedecerão ao seguinte à NP EN ISO
9001. Aplicar 3 demãos, a primeira deve ser um acabamento liso à base de tinta plástica, a segunda deve
ser um acabamento texturado de tinta de areia e a terceira demão deve ser uma membrana elástica.
A tinta a utilizar nas fachadas deve ser baseada em dispersões aquosas de resinas sintéticas e sílicas de
granolometria seleccionada e pigmentos de grande solidez que lhe conferem uma grande resistência aos
agentes atmosféricos.
F.4.2 Pinturas interiores
-Pintura sobre rebocos interiores: A pintura a tinta de água em superfícies rebocadas será precedida de
uma demão de primário anti-alcalino, diluído em partes iguais com diluente. O primário deve ser aplicado
à trincha e ser bem puxado. Depois de seco, serão dadas duas demãos de tinta de água, sem qualquer
diluente, uma a seguir à outra, aplicadas à trincha ou a rolo.
- Pintura sobre gesso Cartonado: Sistema à base de emulsões aquosas vinílicas e estireno acrílicas, com
acabamento liso semi-mate. As superfícies devem estar perfeitamente secas, coesas, limpas, isentas de
poeiras, gorduras e outros contaminantes Aplica-se uma demão de primário. Como acabamento, aplicam-
se 2 demãos de tinta à base de resinas vinílicas.
-Envernizamento de madeiras
Aplicação à base de verniz celuloso (Acabamento à pistola). Preparação da superfície, com lixa de grão
fino. As superfícies devem estar secas, limpas, e isentas de poeiras e gorduras. Aplicar 2 demãos de
verniz - “Tapa Poros Celuloso”. Aplicar uma demão de verniz - Verniz Celuloso Satinado
F.5 MEDIÇÕES
A medição será feita por m2 de superfície pintada ou incluída no artigo da peça a pintar.
F.6 PREÇOS
Os preços incluem todos os trabalhos complementares e acessórios necessários à correcta execução do
trabalho, mesmo que não expressamente indicados nesta cláusula.
98
Caderno de Encargos – Carpintarias
G. CARPINTARIAS
G.1. OBJECTIVOS
Esta especificação tem por objectivo dar indicações técnicas gerais sobre a madeira a utilizar, cuja
natureza é definida, nos vários elementos do projecto, como pavimentos, rodapés, armários, etc.
G.2. CARACTERÍSTICAS
G.2.1 A madeira a utilizar será de fibras direitas e unidas, sem nós podres, fendidos ou lascados, sem
cavidades, fendas ou podridões, resultantes ou não, de ataques de fungos. Não deverão apresentar
sinais de infestamento por animais xilófagos, manchas ou outros defeitos que comprometam a sua
duração, resistência ou efeito estético.
G.2.2 A madeira de falso borne será também rejeitada.
G.2.3 Dever-se-á seguir, para determinação da qualidade das madeiras e de acordo com o fim a que se
destinam, as Normas Portuguesas:
NP 180 - Anomalias e defeitos de madeira
NP 987 - Madeiras serradas - medição de defeitos.
G.2.4 Deste modo, a madeira apresentar-se-á seca, ao ar, isto é, com uma humidade média de
aproximadamente 15%, perfeitamente desempenada, sem descaímentos ou falhas de laboração,
observando nas suas características mecânicas, ou valores para o efeito fixados pelas Normas
Portuguesas em vigor.
G.2.5 As peças de madeira serão cuidadosamente executadas, segunda as indicações técnicas e os
desenhos de pormenor, maciças, sem emendas, apresentando as dimensões indicadas no projecto.
G.2.6 Para a execução de peças que tenham por base madeira, contraplacados, aglomerados e fibras de
madeira, como portas, pavimentos e rodapés, dever-se-á seleccionar firmas especializadas na execução
desses trabalhos, de reconhecida competência usando pessoal especializado principalmente oficiais de
marcenaria.
G.2.7 Toda a madeira utilizada, quer nos vãos como nos roupeiros e quadros deve ser de madeira de
carvalho.
G.3 EXECUÇÃO
G.3.1 Montagem de carpintarias
As carpintarias interiores (vãos, roupeiros e outras), não devem ser montadas senão quando o estado
higrométrico do local e o teor da humidade das madeiras sejam compatíveis.
Assim:
- Para um estado higrométrico compreendido entre 60 e 85 %, ou entre 60 e 80 % em caso de
aquecimento central, o teor da humidade das madeiras deve estar compreendido entre 12 e 16%;
- Para um estado higrométrico compreendido entre 40 e 65 %, ou entre 40 e 60 % em caso de
aquecimento central, o teor de humidade das madeiras deve estar compreendido entre 9 e 12%.
- Em todas as carpintarias que possam estar submetidas a um teor de humidade superior a 18 %, ainda
que por curtos períodos, as colas empregadas devem resistir à humidade.
A determinação da humidade deve ser feita de acordo com a E 69 - 1961.
G.3.2 Assentamento das carpintarias
O assentamento das carpintarias, na sua posição definitiva, só poderá ser iniciado quando todas as
condições seguintes forem satisfeitas:
- Os locais onde se vai fazer o assentamento estejam desempenados e limpos;
- O conjunto das divisórias esteja executado ou traçado no chão;
99
Caderno de Encargos – Carpintarias
- Os trabalhos estejam suficientemente adiantados e os locais onde estão as carpintarias montadas
estejam convenientemente protegidos de águas, de tal modo que não haja, na distribuição das
carpintarias e seu assentamento, risco de deformação ou de descolamento das carpintarias.
G.3.3 Portas
G.3.3.1 Objectivos
Compreende o fornecimento e assentamento das folhas, o fornecimento das ferragens e a sua aplicação,
envernizamento, pintura, velatura, colagem de laminados, chapas metálicas de protecção, visores com
caixilho para vidro, grelhas metálicas de ventilação e borracha de espera de porta nos pavimentos e
paredes.
G.3.3.2 Características
As portas a utilizar deverão corresponder às características gerais requeridas pelos ensaios de
Qualificação de Componentes de Edifícios do LNEC, sendo as ferragens a utilizar de acordo com as
normas específicas do mesmo laboratório. Segundo a situação nos edifícios onde se enquadram, serão
fornecidas com o fim de constituírem portas interiores de distribuição, direitas ou esquerdas.
G.3.3.3 Constituição
As portas normalizadas, geralmente fabricadas em série, serão constituídas por engradados de madeira
interiores, alveolares, revestidos exteriormente por placas lisas de contraplacados, folheados de madeira
ou outros produtos do tipo melanímico.
Quer a qualidade dos contraplacados e folheados a utilizar, quer o tipo de acabamento, deve estar de
acordo com o indicado nos mapas de acabamentos.
G.3.3.4 Assentamento
No assentamento de portas, em locais com pavimento já acabado, a folga em relação a este deve estar
assegurada em todas as posições de abertura. No caso excepcional de as portas serem colocadas antes
do revestimento do pavimento, devem ser afinadas pelo nível de metro, tendo em conta as folgas devidas.
A fixação das portas à estrutura deve oferecer segurança suficiente em função das dimensões do vão e
dos mecanismos ou ferragens, aplicando-se um mínimo de 3 dobradiças por folha.
G.3.3.5 Equipamentos
Nos equipamentos inamovíveis, tais como armários, roupeiros, etc., proceder-se-á tal como ficou
anteriormente para as Portas, em tudo o que for comum.
No caso destas tolerâncias não serem consentidas por outros elementos da construção, as rectificações
necessárias ficam a cargo do empreiteiro.
G.4 ARMAZENAMENTO
G.4.1 As madeiras serão armazenadas por natureza, por categorias e por dimensões e por lotes de cada
fornecimento.
G.4.2 O armazenamento será realizado em telheiros ou armazéns fechados que abriguem as madeiras
das chuvas e assegurem a ventilação suficiente para facilitar a sua secagem natural. Para isso, entre
cada duas peças, devem ser sempre interpostas ripas com a espessura mínima de 1 cm espaçadas no
máximo de 60 cm.
G.5 MEDIÇÕES
A medição será feita por unidade completa de cada tipo montada, incluindo aros, ligações fixações e
acabamentos.
G.6 PREÇOS
Os preços incluem todos os trabalhos complementares e acessórios necessários à correcta execução do
trabalho, mesmo que não expressamente indicados nesta cláusula.
100
Caderno de Encargos – Loiças Sanitárias
H. LOIÇAS SANITÁRIAS
H.1. OBJECTIVO
A presente especificação destina-se a fornecer indicações técnicas gerais, características e aprovação de
loiças de cerâmica vidrada e equipamento.
H.2. CARACTERÍSTICAS
H.2.1 GENERALIDADES
H.2.1.1 Todas as loiças sanitárias a aplicar na presente obra, encontram-se descritas no Mapa de
Quantidades, assim como todas as descrições referentes a torneiras a aplicar nas respectivas peças
sanitárias.
H.2.1.2 Para alterações às peças sanitárias e tipo de torneiras indicadas no Mapa de Quantidades dever-
se-á consultar os projectistas e só depois da sua aprovação e da Fiscalização, poderão ser instalados em
obra.
H.2.2 FORMA
Nas características de forma, será respeitado para cada um dos tipos de aparelhos sanitários os
seguintes princípios:
-uniformidade
-limpeza fácil
-ausência de formação de bolsas de água
-formato robusto
H.2.3 MATERIAL BASE
Todos os aparelhos sanitários deverão ser fabricados de materiais não absorventes. De uma maneira
geral, os aparelhos sanitários deverão ter superfícies lisas, ser isentos de fendas, falhas ou outros
defeitos de fabrico.
H.2.4 CLASSIFICAÇÃO QUANTO A DEFEITOS
H.2.4.1 Na verificação da continuidade do vidrado e resistência às manchas será aplicável a NP310.
H.2.4.2 Alguns defeitos de fabrico, dão lugar a defeitos relativos a funcionamento, dos quais o principal, é
a má vazão ou retenção de águas, o que implica na imediata rejeição do aparelho das categorias de
escolha.
Relativamente ao assentamento, designa-se por empeno a diferença de medidas segundo a maior
dimensão da peça relativamente a um plano horizontal de assentamento, o qual não deverão exceder 3
mm (três milímetros).
H.3. ASSENTAMENTO
H.3.1 Os aparelhos sanitários serão sempre instalados de nível servindo de referência às arestas das
abas das superfícies curvas.
H.3.2 Os aparelhos sanitários serão fixados quer às paredes quer aos pavimentos onde se localizarem.
H.3.3 A fixação às paredes será obtida por intermédio de consolas metálicas que permitam a imobilização
do aparelho e o seu apoio. A fixação também poderá ser obtida por meio de tacos embebidos na parede e
parafusos inoxidáveis, os quais deverão dispor de anilhas de chumbo ou de borracha para permitir o
aperto sem danificar o material cerâmico.
H.3.4 Fornecimento e assentamento de acessórios sanitários descritos no Mapa de Quantidades e suas
Generalidades – aro e tampo de plástico branco em cada bacia de retrete, piassaba e porta piassaba,
junto de cada uma dessas bacias, porta rolos de papel higiénico idem, porta sabão líquido junto de cada.
Os fechos a instalar nas portas são de aço inox de 50mm de diâmetro.
101
ANEXO V – FICHAS FMEA
102
Ficha FMEA 1 – Parede de Alvenaria Simples
Nome do Processo Função do processo
Falha Potencial Medidas de
controlo
Índices Acção
Recomendada Medidas
Aplicadas Modo Efeito Causa O G D RPN
Execução de parede simples de alvenaria com argamassa de assentamento de cimento e areia
Assentamento de tijolo de barro vermelho com argamassa de cimento e areia
Erro na preparação e na colocação da argamassa de assentamento
Perda de trabalhabilidade da argamassa e aderência ao suporte
Argamassa preparada com a relações cimento e areia incorrectas
Entregar a relação de água/cimento/areia ao responsável pela equipa de trabalho
Tijolo desnivelado e mal assente e deficiente isolamento sonoro
Colocação de argamassa insuficiente no leito e nas juntas
Garantir que o tijolo é colocado em fiadas alternadas (juntas desfasadas) com a argamassa necessária
Erro na preparação e técnica de colocação do tijolo de barro cerâmico
Absorção da água da argamassa pelos tijolos
Tijolo não foi molhado com água
Verificar previamente se o tijolo se encontra molhado
Não horizontalidade da fiada e aprumo do pano
Percussão insuficiente do tijolo e não sobreposição com a fiada inferior
Verificar o aprumo da parede com régua e fio de prumo
103
Ficha FMEA 2 – Parede de Alvenaria Dupla
Nome do Processo
Função do processo
Falha Potencial Medidas de
controlo
Índices Acção
Recomendada Medidas
Aplicadas Modo Efeito Causa O G D RPN
Execução de parede dupla de alvenaria com caixa-de-ar de 5cm e argamassa de assentamento de cimento e areia
Assentamento de pano duplo de tijolo de barro vermelho com argamassa de cimento e areia
Erro na preparação e na colocação da argamassa de assentamento
Perda de trabalhabilidade da argamassa e aderência ao suporte
Argamassa preparada com a relações cimento e areia incorrectas
Entregar a relação de água/cimento/areia ao responsável pela equipa de trabalho
Tijolo desnivelado e mal assente e deficiente isolamento sonoro
Colocação de argamassa insuficiente no leito e nas juntas
Garantir que o tijolo é colocado em fiadas alternadas (juntas desfasadas) com a argamassa necessária
Erro na técnica de colocação do tijolo de barro cerâmico
Absorção da água da argamassa pelos tijolos
Tijolo não foi molhado com água
Verificar previamente se o tijolo se encontra molhado
Não horizontalidade da fiada e aprumo do pano e não paralelismo dos panos
Percussão insuficiente do tijolo e não sobreposição com a fiada inferior
Garantir a utilização correcta da régua de nível e de fio-de-prumo
Erro na execução da caixa-de-ar
Mau escoamento das águas infiltradas e ocorrência de condensações na parede
Caixa-de-ar não apresenta a largura devida, não se encontra ventilada e não se encontra livre de entulho
Garantir a largura de projecto e limpar convenientemente a caixa-de-ar
Erro na colocação das placas de isolamento
Deficiente isolamento do edifício
Colocação das placas na face interior do pano exterior em vez de colocar na face exterior no pano interior
Supervisionar a correcta colocação das placas de isolamento
104
Ficha FMEA 3 – Impermeabilização do Terraço
Nome do Processo Função do processo
Falha Potencial Medidas de
controlo
Índices Acção
Recomendada Medidas
Aplicadas Modo Efeito Causa O G D RPN
Impermeabilização e Revestimento do Terraço
Impermeabilização e assentamento dos mosaicos com argamassa
Erro na preparação da base de suporte
Formação de uma camada pulvurenta entre o suporte e o reboco
Suporte não se encontra devidamente limpo, impurezas entre o suporte e os mosaicos
Verificar previamente se o suporte se encontra devidamente limpo e livre de impurezas
Erro na execução da camada de forma
Acumulação de água no pavimento do terraço
Camada de forma apresenta inclinação incorrecta
Respeitar os declives dos planos de escoamento do terraço
Erro na execução das juntas de dilatação
Mosaicos descolam do suporte
Diferentes coeficientes de dilatação térmica do suporte e dos mosaicos
Garantir a execução de juntas de dilatação
Mosaicos apresentam um aspecto abaulado ou levantam na zona das juntas
Dimensionamento incorrecto das juntas de dilatação
Garantir o correcto dimensionamento das juntas de dilatação
Infiltrações na área adjacentes ao terraço
Juntas de dilatação não se encontram devidamente impermeabilizadas
Colocação de betume nas juntas de dilatação
105
Ficha FMEA 4 - Cantarias
Nome do Processo
Função do processo
Falha Potencial Medidas de
controlo
Índices Acção
Recomendada Medidas
Aplicadas Modo Efeito Causa O G D RPN
Fornecimento e assentamento de cantarias
Assentamento de cantarias com argamassa de cimento e areia
Erro na preparação da base de suporte
Perda de aderência da argamassa ao suporte e absorção da água da argamassa de assentamento pelo suporte
Superfície de assentamento não se encontra devidamente limpa e molhada
Verificar previamente se o suporte se encontra devidamente limpo e livre de impurezas
Erro na preparação de argamassa de assentamento
Perda de trabalhabilidade da argamassa e aderência ao suporte
Argamassa preparada com a relação cimento e areia incorrectas
Entregar a relação de água/cimento/areia ao responsável pela equipa de trabalho
Erro na colocação das cantarias
Mau escoamento das águas e escoamento da água através da parede
Inclinação das cantarias e presença de goteiras
Garantir que as cantarias apresentam a inclinação devida
Erro de execução nas juntas entre os elementos
Infiltração de água nas juntas
Falta de betume nas juntas entre os elementos
Colocação de betume nas juntas de dilatação
106
Ficha FMEA 5 – Revestimentos de Paredes Exteriores
Nome do Processo
Função do processo
Falha Potencial Medidas de
controlo
Índices Acção
Recomendada Medidas
Aplicadas Modo Efeito Causa O G D RPN
Revestimento de paredes exteriores
Assentamento de Pedra Calcária na fachada
Erro na colocação da pedra calcária
Pedra solta-se da parede devido a incorrecta colocação dos grampos
Argamassa de assentamento na suporta peso da pedra e falta de colocação de grampos que segurem a pedra
Garantir a colocação de grampos suficientes para segurar a pedra
Erro na execução das juntas
Infiltração de água pelas juntas originado escorrência de material pela pedra
Incorrecta colocação de betume nas juntas
Garantir a correcta execução da juntas
Execução de reboco na fachada
Erro na execução das juntas
Fendas no reboco perto das juntas de dilatação
Inexistência de cordão nas juntas de dilatação
Verificar a colocação de cordão nas juntas de dilatação
Erro na execução do reboco
Fissuras no reboco
Retracção da argamassa por falta de água no reboco ou na argamassa
Respeitar a relação e modo de preparação do suporte
107
Ficha FMEA 6 – Mosaicos Cerâmicos
Nome do Processo
Função do processo
Falha Potencial Medidas de
controlo
Índices Acção
Recomendada Medidas
Aplicadas Modo Efeito Causa O G D RPN
Fornecimento e assentamento de mosaicos cerâmicos
Assentamento de azulejos e mosaicos com argamassa de assentamento
Erro na preparação dos azulejos e mosaicos
Perda de aderência dos azulejos e mosaicos ao suporte
Tardoz das peças não se encontra totalmente limpo de poeiras
Verificar previamente se o suporte se encontra devidamente limpo e livre de impurezas
Absorção da água da argamassa
Peças não foram molhadas antes da sua colocação
Verificar previamente se a peça se encontra molhada
Erro na execução do reboco
Peças colocados de maneira incorrecta apresentando desníveis
Reboco da parede apresenta espessuras diferentes
Garantir a utilização de bitolas para uniformizar a espessura do reboco
Erro na execução das juntas
Juntas não se apresentam paralelas e perpendiculares entre si
Colocação incorrecta das peças e juntas apresentam diferentes espessuras
Garantir que as peças são colocadas com as juntas alinhadas
108
Ficha FMEA 7 – Pavimento Flutuante
Nome do Processo
Função do processo
Falha Potencial Medidas de
controlo
Índices Acção
Recomendada Medidas
Aplicadas Modo Efeito Causa O G D RPN
Fornecimento e aplicação de pavimento de soalho flutuante em réguas de madeira de carvalho
Revestimento do pavimento com soalho flutuante de madeira de carvalho
Erro na preparação da base de assentamento
Desnivelamento do pavimento
A base para assentamento não se apresenta lisa, perfeitamente seca, limpa e isenta de partículas facilmente destacáveis.
Garantir a limpeza da base antes do assentamento
Erro na colocação do pavimento
Pavimento com zonas solta (vazios)
A tela de amortecimento em cortiça, que servirá de base/suporte para colocação do soalho, não se encontra perfeitamente nivelada, intacta e limpa
Verificar se a tela apresenta as condições necessárias para a colocação do pavimento
109
Ficha 8 – Pinturas Exteriores
Nome do Processo
Função do processo
Falha Potencial Medidas de
controlo
Índices Acção
Recomendada Medidas
Aplicadas Modo Efeito Causa O G D RPN
Fornecimento e execução de pintura a tinta plástica em 2 demãos e 1 demão de primário
Aplicação de tinta plástica na fachada
Erro na preparação da superfície a pintar
Pintura apresenta irregularidades no aspecto final
A superfície a pintar não se apresenta seca e perfeitamente limpa, livre de poeiras, gorduras, restos de argamassa
Verificar previamente se a superfície se encontra devidamente limpo e livre de impurezas
Tinta perde qualidade
A superfície a pintar não está protegida das intempéries
Garantir a protecção da superfície a pintar
Erro na aplicação da tinta
Pintura não apresenta a espessura e aspecto devido
Não respeito à diluição indicada pelo fornecedor
Garantir que a tinta respeita as especificações do fornecedor
Aspecto final da pintura apresente irregularidades
Não respeito ao tempo de secagem entre as demãos
Supervisionar o tempo de secagem entre demãos
110
Ficha FMEA 9 – Pinturas Interiores
Nome do Processo
Função do processo
Falha Potencial Medidas de
controlo
Índices Acção
Recomendada Medidas
Aplicadas Modo Efeito Causa O G D RPN
Fornecimento e execução de pintura a tinta de água em 2 demãos e 1 demão de primário
Aplicação de tinta para os revestimentos de tectos e paredes interiores
Erro na preparação da superfície a pintar
Pintura apresenta irregularidades no aspecto final
A superfície a pintar não se apresenta seca e perfeitamente limpa, livre de poeiras, gorduras e restos de argamassa
Verificar previamente se a superfície se encontra devidamente limpo e livre de impurezas
Erro na preparação e aplicação da tinta
Pintura perde durabilidade
Tinta preparada à base de cal
Garantir que a tinta é preparada de acordo com o especificado pelo fornecedor
Pintura não apresenta a espessura e aspecto devido
Não respeito à diluição indicada pelo fornecedor
Garantir que a tinta respeita as especificações do fornecedor
Aspecto final da pintura apresente irregularidades
Não respeito ao tempo de secagem entre as demãos
Supervisionar o tempo de secagem entre demãos
111
ANEXO VI – HIPERLINKS
112
ID WBS Notes Hiperlink
1 1 2 1.A Caderno de Encargos Caderno_Encargos\A.Alvenaria.doc 3 1.A.1 4 1.A.1.1 Ficha FMEA nº2 Fichas_FMEA\FMEA_alvenariadupla_2.xls 5 1.A.1.2 6 1.A.1.3 Ficha FMEA nº1 Fichas_FMEA\FMEA_alvenaria_1.xls 7 1.A.2 8 1.A.2.1 9 1.A.2.2
10 1.A.2.3 11 1.B Caderno de Encargos Caderno_Encargos\B.Impermeabilização.doc 12 1.B.1 Ficha FMEA nº3 Fichas_FMEA\FMEA_terraço_3.xls 13 1.B.2 14 1.C Caderno de Encargos Caderno_Encargos\C.Cantarias.doc 15 1.C.1 Ficha FMEA nº4 Fichas_FMEA\FMEA_cant_4.xls 16 1.C.2 Ficha FMEA nº4 Fichas_FMEA\FMEA_cant_4.xls 17 1.C.3 Ficha FMEA nº4 Fichas_FMEA\FMEA_cant_4.xls 18 1.C.4 Ficha FMEA nº4 19 1.D Caderno de Encargos Caderno_Encargos\D.Revestimentos.doc 20 1.D.1 21 1.D.1.1 22 1.D.1.2 23 1.D.1.3 24 1.D.1.4 25 1.D.1.5 26 1.D.2 27 1.D.2.1 28 1.D.2.1.1 29 1.D.2.1.2 Ficha FMEA nº5 Fichas_FMEA\FMEA_Revest_EXt_5.xls 30 1.D.2.1.3 31 1.D.2.1.4 32 1.D.2.2 33 1.D.2.2.1 34 1.D.2.2.2 Ficha FMEA nº6 Fichas_FMEA\FMEA_revest_azuj_mosaic_6.xls 35 1.D.2.2.3 Ficha FMEA nº6 Fichas_FMEA\FMEA_revest_azuj_mosaic_6.xls 36 1.D.2.2.4 37 1.D.3 38 1.D.3.1 Ficha FMEA nº7 Fichas_FMEA\FMEA_pav_7.xls 39 1.D.3.2 Ficha FMEA nº6 Fichas_FMEA\FMEA_revest_azuj_mosaic_6.xls 40 1.D.3.3 Ficha FMEA nº6 Fichas_FMEA\FMEA_revest_azuj_mosaic_6.xls 41 1.D.4 42 1.D.4.1 43 1.D.4.1.1 44 1.D.4.2 45 1.D.4.2.1 46 1.E Caderno de Encargos Caderno_Encargos\E.Serralharias.doc 47 1.E.1 48 1.E.2 49 1.F Caderno de Encargos Caderno_Encargos\F.Pinturas.doc 50 1.F.1 Ficha FMEA nº 8 Fichas_FMEA\FMEA_pinturas_ext_8.xls 51 1.F.2 Ficha FMEA nº9 Fichas_FMEA\FMEA_pinturas_int_9.xls
113
ID WBS Notes Hiperlink
52 1.G Caderno de Encargos Caderno_Encargos\G.Carpintarias.doc 53 1.G.1 54 1.G.2 55 1.G.3 56 1.H 57 1.H.1 58 1.H.2 59 1.H.3
114
ANEXO VII – MODELO PROPOSTO
115