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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 2 2. ASPECTOS GEOLÓGICOS 3 2.1. O alto cristalino de Salvador 3 2.1.1. Domínio das rochas metamórficas 3 2.1.2. Domínio das rochas magmáticas 4 2.2. O sistema das coberturas sedimentares 4 2.2.1. A Bacia do Recôncavo 4 2.2.2. A Bacia do Jacuípe 5 2.2.3. As coberturas terciárias 6 2.2.4. As coberturas quaternárias recentes 6 3. OS RECURSOS MINERAIS 7 4. EVOLUÇÃO TECTÔNICA 8 5. OS ASPECTOS GEOFÍSICOS 10 6. BIBLIOGRAFIA 12 ANEXO 1–CARTA ESTRATIGRÁFICA DA BACIA DO RECÔNCAVO 13 ANEXO 2–CARTA ESTRATIGRÁFICA DA BACIA DO JACUÍPE 14

Trabalho Final

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Geo204 UFBa

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 2

2. ASPECTOS GEOLÓGICOS 3

2.1. O alto cristalino de Salvador 3

2.1.1. Domínio das rochas metamórficas 3

2.1.2. Domínio das rochas magmáticas 4

2.2. O sistema das coberturas sedimentares 4

2.2.1. A Bacia do Recôncavo 4

2.2.2. A Bacia do Jacuípe 5

2.2.3. As coberturas terciárias 6

2.2.4. As coberturas quaternárias recentes 6

3. OS RECURSOS MINERAIS 7

4. EVOLUÇÃO TECTÔNICA 8

5. OS ASPECTOS GEOFÍSICOS 10

6. BIBLIOGRAFIA 12

ANEXO 1 – CARTA ESTRATIGRÁFICA DA BACIA DO RECÔNCAVO 13

ANEXO 2 – CARTA ESTRATIGRÁFICA DA BACIA DO JACUÍPE 14

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1. INTRODUÇÃO

Este trabalho faz um estudo estrutural e geotectônico das rochas que afloram na cidade deSalvador e adjacências, mais especificamente na região que abrange os domínios da Bacia doRecôncavo, do alto cristalino de Salvador e da Bacia de Jacuípe. Esses domínios estão situados nocinturão Salvador-Esplanada, originado através da colisão de blocos há cerca de dois bilhões de anos.

O principal objetivo deste estudo é relacionar, integrar e aplicar os conceitos aprendidos nadisciplina Geotectônica e Geologia Estrutural para buscar o entendimento da geologia dessa áreaurbana e, a partir daí, investigar as possíveis aplicações geofísicas e econômicas na área.

Para adquirir os conhecimentos necessários à realização deste trabalho, o grupo utilizou osseguintes recursos: visitas de campo a afloramentos na área do Morro do Cristo da Barra, da Praia deItapoã (na região do Farol de Itapoã) e em alguns pontos da Via Parafuso; discussão e trocas deideias entre os alunos e o professor no ambiente da universidade; utilização de referênciasemprestadas pelo professor e pela biblioteca do Instituto de Geociências da Universidade Federal daBahia.

2. ASPECTOS GEOLÓGICOS

2.1. O sistema do embasamento cristalino/alto cristalino de Salvador

2.1.1. O domínio das rochas metamórficas

O embasamento cristalino da região estudada, que aflora na margem oriental do estado daBahia, é denominado alto cristalino de Salvador e se estende desde a linha da costa, a leste, onde élimitado pela Bacia do Jacuípe, até a falha de Salvador, a oeste, onde é limitado pela Bacia doRecôncavo.

Essa unidade, que faz parte docinturão de colisão Salvador-Esplanada(resultante do fechamento de bacias na erapaleoproterozoica), é separado em duasfaixas de diferentes litologias pela Falha doIguatemi, como pode ser visto na Figura 1: anoroeste da falha, predominam rochas dofácies granulito, formadas no domíniocrustal de catazona, enquanto a sudeste,predominam rochas do fácies anfibolito,formadas no domínio de mesozona.

Na região a noroeste da falha, pode-se encontrar granulitos ácidos (constituídosprincipalmente por quartzo, ortoclásio eplagioclásio, podendo ainda conter grãos degranada) e também granulitos básicos(constituídos principalmente por quartzo,plagioclásio e piroxênio), que são rochasmais finas e escuras. As rochas dessa região,em geral, possuem bandamentos mineralógiapresentam grande número de fraturamentos.

Essas rochas puderam ser observadas pbandamento mineralógico mencionado, identifobservado. Entretanto, observou-se que, nessexistoso, o que poderia sugerir que as rochas met

A rocha no local estudado encontrava-sprimeiro possuía dobras abertas, de grandes dimformadas provavelmente durante a etapa tectônprimeira e possuía dobras pequenas, apertadaprovavelmente durante a etapa de subducção.alívio paralelas aos seus planos axiais.

Durante essa visita, também foram obmais simples que as ácidas: eram mais homogapresentava muitos planos de fratura.

Também observou-se que os granulitoproduto do metamorfismo retrógrado.

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igura 1 - Mapa do alto de Salvador mostrando a Falha

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cos que podem estar suavemente deformados e

elo grupo na visita ao Morro do Cristo, na Barra. Oicado pela alternância de faixas claras e escuras, foi

local, o material maciço se alternava com materialamórficas daí tiveram mais de um protólito.e deformada por dois sistemas distintos de dobras. Oensões, com planos axiais quase verticais, que foram

ica de pós-colisão. O segundo ocorria nos flancos das, com planos axiais sub-horizontais e foi formadoAs dobras do primeiro sistema possuíam fraturas de

servadas rochas básicas. Estas eram geologicamenteêneas e apresentavam mergulho único. Essa rocha

s desse local continham biotita, que pode ter sido

do Iguatemi e os domínios separados por ela.

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As rochas do domínio do embasamento granulítico foram observadas também durante avisita à Via Parafuso, na 2ª parada. Notou-se que a foliação da rocha era subvertical, o que sugere queela apresentava dobras com planos axiais subverticais, da fase tectônica de colisão, e também que arocha possuía fraturas de alívio.

As rochas da região de embasamento anfibolítico, a sudeste da Falha do Iguatemi, puderamser observadas na visita ao Farol de Itapoã. Eram rochas com bandas claras e escuras dobradas deforma irregular, identificadas como migmatitos. Entretanto, à medida que o grupo se aproximava dofarol, as rochas observadas deixaram de ser migmatíticas e passaram a ser tonalíticas. Estas eram maisescuras e não possuíam intrusões.

2.1.2. O domínio das rochas magmáticas

Apesar de a maior parte das rochas do alto cristalino de Salvador ser classificada comometamórfica, existem também pequenos corpos de rochas ígneas na região. Estes corpos sãorepresentados, principalmente, por diques de pegmatitos, de coloração rosa e granulação grosseira, epor diabásios, que possuem cor preta, granulação fina e são, em geral, cortados por sistemas defalhas.

No campo, os pegmatitos foram observados tanto na visita ao Morro do Cristo quanto navisita ao Farol de Itapoã. Nos dois locais, observou-se que eles tendem a ocupar zonas de fraqueza ede alívio, como as fraturas e a crista do antiforme vistas na Barra. Em Itapoã, foi observado umdique máfico, que apresentava muitas fraturas e juntas perpendiculares, encaixado em uma falha.

2.2. As coberturas sedimentares

2.2.1. A Bacia do Recôncavo

A Bacia do Recôncavo é uma bacia de rifte continental e está situada a oeste do alto cristalinode Salvador, sendo limitada pela falha de Salvador, a leste, e pela falha de Maragogipe, a oeste. Oinício da deposição dos sedimentos na bacia data da época em que o supercontinente Pangeia sofreurifteamentos devido à ação de plumas, durante a era mesozoica. Essa bacia possui sequências das trêsfases: pré-rifte, rifte e pós-rifte.

A sedimentação pré-rifte ocorreu entre 150 e 145 milhões de anos atrás. Os sedimentosdepositados nessa sequência são intercalações de sedimentos flúvio-eólicos, das formações Aliança,Sergi e Água grande, com sedimentos lacustres, da Formação Aliança e da Formação Itaparica, comopode ser observado na carta estratigráfica em anexo.

Entretanto, as formações do pré-rifte não afloram na circunvizinhança da cidade de Salvador,que foi a área de estudo. Por esse motivo, não foi possível observar essas rochas durante a atividadede campo.

A sedimentação da fase rifte ocorreu entre 145 e 125 milhões de anos atrás. No início dasequência, a sedimentação é predominantemente de sedimentos lacustres. Depois, passaram a sedepositar turbiditos em meio aos folhelhos. Na borda da bacia, ocorre também, durante esse estágio,a deposição de leques de conglomerados. A quantidade de arenitos depositados em meio aosfolhelhos passa a ser cada vez maior à medida que a sedimentação avança. No topo da sequência,deposita-se um grande pacote de arenitos denominado Formação São Sebastião, de fácies fluvial.

O único pacote que aflora na área de estudo, e que pôde ser observado em campo, é aFormação São Sebastião, que aflora na 5ª parada feita na Via Parafuso (a aproximadamente 9,8 kmdo trevo). Era um grande pacote de areia e argila intercalados e de cor branca.

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O grupo verificou que ele apresenta padrões de estratificação cruzada, o que confirma que adeposição foi fluvial. Apesar de ter sido observada estratificação cruzada também na formaçãoBarreiras, o pacote daqui difere do que havia sido visto lá porque aqui encontraram-se também lentesde argila, areia conglomerática e também porque não foram encontrados os castelos de fada quehavia lá. As camadas argilosas puderam ser distinguidas pelo tato, pois têm a textura de massa demodelar.

Na 6ª parada durante a visita à Via Parafuso (a aproximadamente 12,8 km do trevo), foi vistooutro afloramento dessa formação. A principal feição observada no pacote foi a fluidização eobservou-se que a trepidação subsequente das camadas inferiores causaram um rearranjo dascamadas, formando-se dobras convolutas. Na parte superior do afloramento havia um nívelconglomerático. Ele deve ter se formado devido à proximidade da fonte ou então devido ao aumentoda intensidade de descarga dos sedimentos devido, por exemplo, a uma época de chuvas.

Na fase pós-rifte, que ocorreu, no caso da Bacia do Recôncavo, entre 125 e 115 milhões deanos, a sequência sedimentar é representada por sedimentos clásticos grossos (conglomerados earenitos), folhelhos e calcários pertencentes à Formação Marizal.

No campo, a Formação Marizal, foi observada na 7ª parada durante a visita à Via Parafuso.Observou-se aí a existência de arenitos e conglomerados. Isso significa que esta pode ter sido umaárea que sofreu muitas descargas torrenciais. Observou-se também que os sedimentos aqui nãoapresentam estratificação. Observou-se que a matriz é argilosa levemente arenosa. Além disso, o fatode haver muitos seixos faceados indica que a fonte dos sedimentos estava nas proximidades.

2.2.2. A Bacia de Jacuípe

A Bacia do Jacuípe é uma sequência sedimentar localizada a leste do alto cristalino deSalvador. Trata-se de uma das bacias marginais atuais formadas no estágio de subdivisão dosupercontinente Pangeia há cerca de 135 milhões de anos. A carta estratigráfica dessa bacia tambémestá em anexo.

Os sedimentos da Bacia do Jacuípe repousam sobre o embasamento granulítico do cráton deSão Francisco, assim como os da Bacia do Recôncavo. Entretanto, na Bacia do Jacuípe, ossedimentos da fase rifte repousam diretamente sobre o embasamento: não foi registrada a ocorrênciade sedimentos de sua fase pré-rifte.

A deposição de sedimentos da fase rifte ocorreu entre 135 e 115 milhões de anos atrás. Nessasequência, incluem-se conglomerados nas bordas da bacia, folhelhos de lago profundo e arenitos.

A deposição de sedimentos da fase pós-rifte ocorreu entre 115 e 112,5 milhões de anos atrás.Durante essa época, foram depositados principalmente arenitos e folhelhos de leques alúvio-deltaicos. Entretanto, pode-se encontrar também arenitos, evaporitos e folhelhos de mar raso.

A partir de 115 milhões de anos atrás, a bacia entrou na fase drifte, ou seja, de separação doscontinentes. No início dessa sequência, pode-se encontrar folhelhos e rochas carbonáticasdepositadas em ambiente marinho raso. Sobre essa sequência, os sedimentos que predominam são osfolhelhos marinhos, que ocupam quase toda a sequência drifte. Outros materiais que podem ser aíencontrados são pequenas lentes de arenitos e corpos de rochas vulcânicas. Na parte superior dessasequência, foram depositados arenitos e rochas carbonáticas devido à regressão do mar.

Nas visitas de campo feitas, não houve oportunidade de visitar a região que compreende aBacia de Jacuípe, pois ela é uma bacia marginal e, portanto, de difícil acesso.

2.2.3. As coberturas terciárias

Na Bacia do Recôncavo, pode-se identificar duas formações sedimentares do terciário: aformação Sabiá e a formação Barreiras, as quais formam um cinturão paralelo ao litoral da Bahia.

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A formação Sabiá consiste em folhelhos (principalmente) cinza esverdeados e calcáriosmarinhos datados do mioceno, os quais se encontram situados sobre a formação São Sebastiãodistribuídos aleatoriamente e denotam uma sedimentação de ambiente marinho aberto de águasprofundas.

Já a formação Barreiras é composta por material clástico continental grosseiro disposto demodo tabular pela costa nordestina e frequentemente cortado por falésias junto à linha de costa. Suaconstituição litológica é variada, podendo apresentar, principalmente, arenitos de cores variadas, quepodem apresentar estratificação cruzada. Pode-se também identificar a presença de siltitos efolhelhos intercalados aos arenitos com camadas de espessuras variando entre alguns centímetros oudezenas de metros. Através da litologia podemos identificar o ambiente sedimentar como fluvial eque a formação é proveniente de uma tectônica de estabilidade.

No campo, a Formação Barreiras foi vista na 1ª parada na Via Parafuso (a 3 km do frevo).Observou-se que é uma formação friável e que possui mais de uma cor (talvez devido à presença deferro): era vermelha e branca e seus grãos são imaturos. A sedimentação poderia ter tido váriasorigens, mas a partir das análises feitas, concluiu-se que a sedimentação foi fluvial, conformeindicado pela literatura.

Foram vistos também muitos castelos de fadas no afloramento. Eles se formam porque osgrãos de cima são mais grosseiros e seguram a estrutura (é uma consequência de os grãos seremimaturos — há grãos maiores em meio aos finos).

2.2.4. As coberturas quaternárias

Os sedimentos quaternários são representados por depósitos litorâneos, depósitos eólicos epor depósitos aluviais. Elas são materiais de natureza terrígena, cujo material pode ser grosseiro oufino (além de inconsolidado), apresentando, também, material carbonático.

No campo foi possível identificar coberturas quaternárias no Farol da Barra e na praia deItapoã, na forma de areia de praia (sedimento clástico inconsolidado). Os solos vistos nas visitas àVia Parafuso e ao Morro do Cristo na Barra também são exemplos de coberturas quaternárias.

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3. OS RECURSOS MINERAIS

O território do estado da Bahia, por ter uma Geologia muito diversificada, como já foimencionado, apresenta uma grande riqueza mineral. Entretanto, muitos desses recursos não estãodisponíveis na área estudada, que envolve as bacias do Recôncavo e do Jacuípe e o alto cristalino deSalvador. Na área estudada, os principais recursos que podem ser explorados são a água mineral, opetróleo e materiais de construção.

A água mineral, por exemplo, pode encontrada na região da Formação São Sebastião, ondeexiste uma intercalação de camadas de areia (que atua como reservatório) com camadas argilosas (queé uma camada confinante) que funciona com um ambiente propício para se ter água armazenada.

A Formação Barreiras também é favorável para o armazenamento de água, pois é formadapor arenitos, que são ótimos reservatórios devido a sua alta permeabilidade e porosidade, e tambémporque a água se tende a se depositar nas partes mais profundas das calhas no embasamento.

A água pode ser encontrada também, embora em menor escala, na região do Alto Cristalinode Salvador devido a quantidade de falhas e fraturas existentes nessa região devido a sua históriageológica. Os locais onde há a intercomunicação de falhas são ainda mais propícios para a exploraçãode água subterrânea.

Na Bacia do Recôncavo, um dos principais recursos econômicos que pode ser explorado é opetróleo. Como foi descrito anteriormente, durante a fase pré-rifte e a fase rifte dessa bacia, foramdepositados grandes volumes de folhelhos (que, a depender da quantidade de matéria orgânica quecontêm, podem ser geradores) e de arenitos intercalados, além turbiditos (que podem serreservatórios). Além disso, outro fato que favorece a existência de petróleo nessa bacia é odeslocamento e o basculamento provocado pelas falhas normais que cortam essas sequências, quepodem colocar os geradores e os reservatórios em contato.

Por fim, na região de Salvador, pode ser extraído também minério para material deconstrução como areia, pedras para construção, cascalho, entre outros.

A areia, por exemplo, pode ser extraída das formações mais friáveis da Bacia do Recôncavo,na região metropolitana de Salvador, como na formação São Sebastião. O embasamento cristalino daregião, que possui muitos tipos de rochas resistentes, pode ser utilizado como fonte de pedras paraconstrução.

4. EVOLUÇÃO TECTÔNICA

A Bahia possui uma geologia bastante complexa e diversificada (como pode ser visto naFigura 2), pois em seu território afloram rochas formadas ao longo de quase toda a escala do tempogeológico. Entretanto, na pequena área estudada (a cidade de Salvador e suas adjacências), foipossível encontrar afloramentos de rochas de apenas três eras geológicas distintas.

A história da evolução tecpaleoproterozoica. Durante esse ium estágio de colisão denominaocorreu nessa era, antigas rochassofrer os correspondentes efeitoregiões que não sofreram efeitoscolisão. Exemplos de cinturões deSalvador-Curaçá.

O embasamento de todaEsplanada. Isso justifica o fato danfibolíticas) apresentarem muitaígneas.

Nas eras subsequentes, fmesoproterozoico, que foi uma erfizeram esforços sobre o superccriaram-se bacias de riftes e ocor

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tônica da área começa entre 2,5 e 2,0 bilhões de anos atrás, na erantervalo de tempo, o ciclo de Wilson da Terra se encontrava emdo Ciclo Transamazônico. Devido ao fechamento de bacias quearqueanas que estavam próximas às zonas de colisão passaram a

s metamórficos e deformacionais. Atualmente, as rochas dessastectônicos posteriores fazem parte dos chamados cinturões de

colisão na Bahia são o Salvador-Esplanada, o Salvador-Itabuna e o

a região estudada faz parte do cinturão de colisão Salvador-e as rochas cristalinas do embasamento observadas (granulíticas es deformações, metamorfismo de médio a alto grau e intrusões

ormaram-se três grandes grupos de coberturas. O primeiro, noa em que o calor da Terra diminuiu muito e as plumas ascendentesontinente (Colúmbia) formado no estágio de colisão. Com isso,reu magmatismo do tipo underplate. O segundo grande grupo é do

Figura 2 – Mapa geológico da Bahia

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proterozoico superior e está relacionado às bacias de margens passivas formadas devido à subdivisãodo supercontinente. No final desse mesmo período, os continentes novamente se reuniram em umúnico supercontinente, formando-se as colagens brasilianas. O terceiro grupo é do início do éonfanerozoico (era paleozoica), quando o supercontinente Gondwana já havia se formado, e estárelacionado aos sedimentos depositados nas depressões formadas por equilíbrio térmico e isostáticodurante o período de calmaria tectônica.

Entretanto, apesar de esses grupos de coberturas ocuparem em conjunto mais da metade doterritório brasileiro, não foi possível observar as rochas de nenhum deles durante as visitas de campo.Além disso, a área estudada não foi afetada pelas colagens brasilianas e por esse motivo recebe adenominação Cráton de São Francisco.

A tectônica que irá, de fato, afetar as rochas e formar as rochas estudadas é do mesozoico,era que é marcada por grandes plumas. Foi através da ação dessas plumas que se formaram bacias deriftes continentais (e dentre elas, a Bacia do Recôncavo) e as bacias marginais do território brasileiroatual (como a Bacia do Jacuípe). Estima-se que o fraturamento do supercontinente Pangeia se inicioua 237 milhões de anos, assim como a consequente formação do Oceano Atlântico.

Na era cenozoica, em que a estabilidade tectônica já havia se estabelecido após a separaçãodos continentes, a erosão passou a ser um processo predominante nos continentes. Assim, noperíodo terciário, praticamente toda a costa baiana foi coberta pelos sedimentos da FormaçãoBarreiras.

Atualmente, a erosão e a deposição de sedimentos continuam, formando-se os pacotesrecentes (do período quaternário) já mencionados anteriormente, como os depósitos eólicos ealuviais.

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5. OS ASPECTOS GEOFÍSICOS

A partir da descrição geológica do local estudado, pode-se prever as respostas que seriamobtidas se fosse realizado um levantamento geofísico da região.

Inicialmente, deveria ser feito um levantamento regional (de baixa escala), para que fossemseparadas as grandes estruturas (o alto do embasamento, e as bacias do Recôncavo e do Jacuípe).Poderiam ser utilizados nesse levantamento, por exemplo, os métodos eletromagnético, radiométrico(gama) e magnético.

Se fosse feito um levantamento aéreo, utilizando-se esses três métodos, através de um perfilnoroeste-sudeste cortando a cidade de Salvador, seriam verificadas variações nas medidas de cadamétodo quando o avião ultrapassasse o contato entre cada uma das grandes unidades.

Na transição de uma das bacias para o embasamento, por exemplo, ocorrerá uma anomaliapositiva magnética, pois as rochas cristalinas, que afloram no alto de Salvador, são, em geral, maismagnéticas que as rochas sedimentares das bacias. Além disso, o manto está a uma menorproximidade no alto de Salvador, o que contribui para aumentar a anomalia magnética.

Já com os métodos radiométrico, provavelmente seriam medidas anomalias maiores sobre asbacias, pois estas podem conter pelitos, arenitos grossos e folhelhos de matéria orgânica(principalmente a Bacia do Jacuípe). O que podem concentrar elementos radioativos. Através dométodo eletromagnético, poderia-se distinguir os dois domínios litológicos devido aos padrões dasanomalias: sobre o embasamento, elas tenderiam a ter um padrão mais retilíneo, pois estariamcontroladas por fraturas e por diques diabásicos, enquanto as da bacia poderiam estar sendocontroladas também por água subterrânea contida entre os grãos dos sedimentos.

Após serem distinguidas as grandes unidades, podem-se iniciar levantamentos de semi-detalhe para realizar a busca de possíveis pontos de interesse. Para isso, poderiam ser utilizadostambém levantamentos aéreos com os métodos acima. Na Bacia do Recôncavo, por exemplo, seriamverificadas variações nas medidas magnéticas devido aos altos e baixos provocados pelo sistema defalhas, como pode ser visto na Figura 3. Além disso, nessa mesma região, poderiam-se verificarvariações nas medidas eletromagnéticas associadas às falhas e ao cisalhamento que elas provocam.

Realizando-se um levantamento de semi-detalhe na Bacia do Jacuípe, seria possível distinguira quebra da plataforma continental e do talude devido à diminuição da anomalia magnética causada,por exemplo, pelo aumento da profundidade das camadas dos sedimentos.

Sobre o alto cristalino, a variação geofísica mais marcante seria encontrada na passagem doembasamento granulítico para o anfibolítico, demarcada pela Falha do Iguatemi. Os granulitos, porterem sido formados em maior profundidade e assim estarem mais próximos do manto,provavelmente gerariam anomalias magnéticas maiores e, por estarem mais fraturados, anomaliaseletromagnéticas maiores também.

A fim de identificar as estruturas menores no alto cristalino, seria interessante realizar nesselocal também um levantamento de detalhe. Para isso, poderiam ser utilizados, além dos métodosacima, os métodos de eletrorresistividade e gravimétrico. Seriam obtidas anomalias relacionadas aosdiques (pegmatíticos e diabásicos), às falhas e às dobras. As dobras, por exemplo, poderiam geraranomalias desses métodos com padrão simétrico. Além disso, na crista dessas dobras, podem existirfraturas de alívio capazes de provocar anomalias de eletrorresistividade. As falhas provocariamanomalias de padrão retilíneo cuja intensidade em cada método dependeria do material que contém(água ou diques magmáticos), de sua abertura e de sua profundidade.

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Figura 3 – Seção geológica esquemática da Bacia do Recôncavo.

Na Bacia do Recôncavo, para essa análise de detalhe, seria útil a utilização do método sísmico(um método caro) para a delineação das estruturas e das interfaces entre as camadas sedimentares, oque contribuiria para facilitar a procura por recursos econômicos como o petróleo e a águasubterrânea.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Boletim de Geociências da Petrobras. Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, 2007.FUGIMORI, Shiguemi. Granulitos e Charnockitos de Salvador, Bahia. 1967. Escola de

Geologia, Universidade Federal da Bahia.Fundação Paleontológica Phoenix. Bacias sedimentares brasileiras, n° 49, janeiro de 2003.JOHILDO, S. F. Barbosa; GOMES, Luiz César Correa; SOUZA; Jailma Santos de.

Petrografia e litogeoquímica da parte oeste do alto de Salvador – Bahia, Revista Brasileira deGeociências.

MARQUES, Telésforo Martinez; JESUS, Vilton Fernandes de. Estudos petrográficos easpectos estruturais dos granulitos de Itapoã e áreas adjacentes. Salvador, Bahia. 1984. UniversidadeFederal da Bahia.

MEDEIROS, Rodi Alves; PONTE, Francisco Celso. 1981. Roteiro geológico da Bacia doRecôncavo (Bahia). Boletim da Petrobras.

SOUZA, Jailma Santos de. Mapeamento geológico do Farol da Barra. 2008. Trabalho deGraduação. Universidade Federal da Bahia.

GEO 205 – Geotectônica e Geologia Estrutural

Prof. Telésforo Martinez Marques

"Aspectos Tectônicos, Geológicos e Geofísicos

da Região de Salvador-Ba e Adjacências"

Estudantes: Gabriel Meireles da Cruz Bomfim

Luara Rodrigues Pereira

Tiago Santos Cabral

Salvador – BA

Julho de 2009

U N I V E RSI D A DE FE DE R AL DA B AH I AI N S T I T U T O D E G E O C I Ê N C I A S

D e p a r t a m e n t o d e G e o l o g i a e G e o f í s i c aA p l i c a d a

Campus Universitário de Ondina,Salvador, Bahia, Brasil