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Rafael dos Santos Figueredo Barroso
Lucas de Oliveira Castro
Paulo Cezar Rabelo
PROJETO DE EDIFICAÇÃO RESIDÊNCIAL
UNIFAMILIAR EM ALVENARIA ESTRUTURAL COM
BLOCOS CERÂMICOS
Trabalho Final de curso apresentado ao
Departamento de Engenharia Civil da
Universidade Federal de Viçosa, como parte das
exigências da conclusão do curso de graduação
em Engenharia Civil.
Orientadora: Rita de Cássia Silva Sant’Anna
Alvarenga – 6514-5
Universidade Federal de Viçosa
Curso de Graduação em Engenharia Civil
Viçosa-MG
2012
Rafael dos Santos Figueredo Barroso
Lucas de Oliveira Castro
Paulo Cezar Rabelo
PROJETO DE EDIFICAÇÃO RESIDÊNCIAL
UNIFAMILIAR EM ALVENARIA ESTRUTURAL COM
BLOCOS CERÂMICOS
Trabalho Final de curso apresentado ao
Departamento de Engenharia Civil da
Universidade Federal de Viçosa, como parte das
exigências da conclusão do curso de graduação
em Engenharia Civil.
Orientadora: Rita de Cássia Silva Sant’Anna
Alvarenga – 6514-5
Aprovada em: xx de julho de 2012
______________________,
Membro da Banca Examinadora.
_________________________,
Membro da Banca Examinadora.
Rita de Cássia Silva Sant’Anna Alvarenga,
Orientadora.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
3
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Deus, por tudo.
À Professora Rita de Cássia e ao Professor Reginaldo, por nos instruir e auxiliar,
fazendo com que a realização deste trabalho fosse possível.
Aos nossos colegas e familiares, pelo incentivo e compreensão.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
4
RESUMO
PROJETO DE EDIFICAÇÃO RESIDENCIAL UNIFAMILIAR EM
ALVENARIA ESTRUTURAL COM BLOCOS CERÂMICOS
A alvenaria estrutural é um processo construtivo no qual os elementos que
desempenham a função estrutural são de alvenaria, sendo os mesmos projetados,
dimensionados e executados de forma racional. A crescente busca de maior eficiência
na atividade de produção dos empreendimentos está presente nas estratégias de boa
parte das empresas que vêm atuando no setor da construção civil. O desenvolvimento
tecnológico permite hoje adotar diversos métodos de construção diferentes dos
tradicionais, já adotados há décadas atrás, e diferentes posturas já arraigadas por muitos
anos. Com o intuito de minimizar as perdas, ganhar tempo e melhorar a qualidade na
construção civil, a alvenaria estrutural vem ganhando espaço no mercado, pois permite
além da racionalização, uma redução no custo da obra. O presente trabalho tem como
objetivo apresentar um projeto de alvenaria estrutural com blocos cerâmicos de uma
edificação residencial unifamiliar de dois pavimentos. Foi inicialmente idealizado um
projeto arquitetônico e, em seguida, foram desenvolvidos os projetos de modulação (1ª e 2ª
fiadas e vistas das paredes) e estrutural. São ainda apresentadas neste trabalho as
considerações de projetos adotadas como: tipo de fundação, definição do bloco,
posicionamento das paredes não estruturais, instalações elétricas e hidráulicas, tipo de
laje, posição e dimensão de portas e janelas e dimensionamento da escada e
reservatório. A distribuição de ações verticais entre as paredes de alvenaria estrutural foi
realizada por dois métodos: Método das Paredes Isoladas e Método dos Grupos de
Paredes Sem Iteração. Os resultados encontrados para a resistência dos blocos em
ambos os métodos são próximas, apesar do Método de Paredes Isoladas apresentarem
um resultado mais conservador. Por se tratar de um edifício de dois pavimentos, foram
consideradas apenas as ações verticais e as resistências encontradas foram inferiores à
mínima exigida pela norma. Contudo, em edifícios maiores devem-se considerar outras
ações relevantes, tais como ação do vento e desaprumo.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
5
ABSTRACT
PROJECT OF RESIDENTIAL EDIFICATION UNIFAMILIAR IN MASONRY
STRUCTURAL WITH CERAMIC BLOCKS
The structural masonry is a constructive process in which the elements that play
a role are structural masonry, and they are designed, dimensioned and executed in a
rational way. The crescent search of higher efficiency in the production activity of
enterprises is present in the strategies of most companies that are acting in the civil
construction sector. The tecnologic development allows today adopt many methods of
construction different of the traditional, already adopted for decades ago, and different
postures already entrenched for many years. With the aim of minimize the loses, gain
time and improve quality in civil construction, the structural masonry has been gaining
market share, because it allows further rationalization, a reduction in the cost of the
construction. The present work aims to present a project of structural masonry with
ceramic blocks of a single-family residential building with two floors. Initially was
conceived an architectural design and then the designs were developed modulation of a
single-family residential building with two floors. (1st and 2nd rows of walls and views)
and structural. Are also presented in this paper the design considerations taken as type
of foundation, block definition, placement of non-structural walls, electrical and
hydraulic installations, slab type, position and size of doors and windows and scaling
the ladder and reservoir. The vertical distribution of shares between structural masonry
walls was done by two methods: Methodos Isolated Walls and Method of Group fo
Walls Without Iteration. The results for the resistance of the blocks in both methods are
close, although of the Method of the Isolated Walls present a more conservative result.
Because it is a building of two floors, were considered only the vertical shares and the
resistances were lower than the minimum required by the standard. However, in larger
buildings should consider other relevant actions, such as wind and plumb.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
6
LISTA DE FIGURAS
Figura 3-1 - Exemplo de integração dos diferentes tipos de projeto. ............................ 14
Figura 3-2 - Blocos família (15x30) cm, dimensão padrão (14x29) cm: ....................... 17
Figura 3-3 - a) Bloco canaleta J, b) Bloco canaleta U. ................................................. 17
Figura 3-4 - Grupo de paredes delimitadas pelas aberturas de portas e janelas. ............ 19
Figura 3-5- Diagrama de esforços na viga. .................................................................. 22
Figura 3-6- Exemplo de bloco elétrico......................................................................... 26
Figura 3-7 - Blcos Hidráulicos, a) Tubulação de esgoto, b) Tubulação de água............ 26
Figura 3-8 - Detalhe da junta de dilatação. .................................................................. 28
Figura 4-1 - Fundação em sapata corrida. .................................................................... 32
Figura 4-2 – Eletrodutos e a passagem da tubulação elétrica. ....................................... 33
Figura 4-3 - Aberturas a) Portas, b) Janelas. ................................................................ 34
Figura 5-1 - Dimensionamento da laje L107 pelo método da ruptura. .......................... 52
Figura 5-2 - Detalhe da escada. ................................................................................... 61
Figura 5-3 - Exemplo de amarração direta. .................................................................. 72
Figura 5-4 - Blocos com argamassa apenas nas laterais. .............................................. 74
Figura 5-5 - Blocos com argamassa apenas nas laterais. .............................................. 75
Figura 5-6 – Viga 03 a ser dimensionado. ................................................................... 84
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
7
LISTA DE TABELAS
Tabela 5-1 - Características geométricas das lajes da edificação. ................................. 49
Tabela 5-2 - Cargas das paredes não estruturais apoiadas sob as lajes. ......................... 49
Tabela 5-3 - Levantamento de cargas atuantes nas lajes. .............................................. 50
Tabela 5-4 - Reações de apoios nas lajes. .................................................................... 53
Tabela 5-5 - Momentos atuantes nas lajes. .................................................................. 54
Tabela 5-6 - Taxa de armadura mínima para lajes de concreto armado ........................ 55
Tabela 5-7 - Cálculo da armadura positiva para lajes. .................................................. 56
Tabela 5-8 - Cálculo da armadura para lajes (continuação). ......................................... 57
Tabela 5-9 - Quadro resumo do dimensionamento da armadura da escada. .................. 62
Tabela 5-10 - Dimensionamento da alvenaria pelo Método das paredes isoladas. ........ 77
Tabela 5-11 - Dimensionamento da alvenaria pelo Método das paredes isoladas. ........ 78
Tabela 5-12 - Dimensionamento pelo Método dos grupos de paredes. ......................... 81
Tabela 5-13 - Dimensionamento pelo Método dos grupos de paredes (continuação). ... 82
Tabela 5-14 - Propriedades das vigas e resistência necessária. ..................................... 85
Tabela 5-15 - Cálculo da área para armadura de aço das vigas. .................................... 86
Tabela 5-16 – Relação de aço Elevações (Primeiro Andar). ....................................... 101
Tabela 5-17 – Relação de aço Elevações (Primeiro Andar – continuação). ................ 102
Tabela 5-18 – Relação de aço Elevações (Segundo Andar). ....................................... 102
Tabela 5-19 – Relação de aço Elevações (Segundo andar – continuação). ................. 103
Tabela 5-20 – Relação de aço Elevações (Terceiro Andar). ....................................... 103
Tabela 5-21 – Relação de aço Lajes (Primeiro Andar). .............................................. 104
Tabela 5-22 – Relação de aço na Laje (Segundo e Terceiro Andar) e escada. ............ 105
Tabela 5-23 – Quadro resumo de consumo de aço na obra......................................... 106
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
8
LISTA DE SÍMBOLOS
Coeficiente de ponderação da resistência do concreto
Coeficiente de ponderação das ações
Coeficiente de ponderação das resistências
Resistência à compressão de cálculo da alvenaria
Resistência característica à compressão simples da alvenaria
Resistência característica do concreto à compressão
Resistência característica de compressão simples do prisma
Resistência à compressão característica do bloco
Resistência de cálculo à compressão do concreto
Resistência de cálculo ao escoamento do aço da armadura
Resistência de cálculo de escoamento da armadura
Peso específico do bloco cerâmico
Peso específico do concreto
Coeficiente igual a 1,0 para paredes e 0,9 para pilares
Deformação especifica do concreto
Deformação especifica na armadura tracionada
Taxa geométrica de armadura longitudinal
Altura efetiva
Espessura efetiva do bloco
Largura real da nervura
Largura
Altura total da seção
Altura útil da seção
Altura total da seção subtraída da altura útil da seção
Espelho da escada
Piso da escada
Modulo de elasticidade
Vão ou comprimento
Maior vão da laje
Menor vão da laje
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
9
Ação permanente
Ação variável
Distância da linha neutra da seção à fibra mais comprimida
Braço de alavanca das resultantes de tração e compressão
Braço de alavanca para
Índice de esbeltez
Coeficiente de momento fletor
Coeficiente de força
Momento atuante na laje
Esforço atuante na laje
Resultante das forças de compressão na alvenaria
Resultante das forças de tração na alvenaria
Resultante das tensões de compressão no concreto
Resultante das tensões de tração na armadura
Força normal característica
Força normal de cálculo
Momento característico
Momento de cálculo
Momento fletor resistente de cálculo
Consumo diário de água fria
Área bruta da seção transversal
Área da seção transversal da armadura longitudinal de tração
Área da seção transversal mínima da armadura longitudinal de tração
Coeficiente para cálculo de área de aço
Coeficiente para calculo da armadura de aço
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
10
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 12
2. OBJETIVO GERAL ........................................................................................... 13
2.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................... 13
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 14
3.1. PROJETO EM ALVENARIA ESTRUTURAL ......................................... 14
3.2. CONCEPÇÃO ESTRUTURAL ................................................................. 15
3.3. MODULAÇÃO........................................................................................... 16
3.3.1. MODULAÇÃO VERTICAL .............................................................. 17
3.3.2. ABERTURA DAS PORTAS.............................................................. 18
3.4. DIMENSIONAMENTO DA ALVENARIA .............................................. 18
3.4.1. DIMENSIONAMENTO À COMPRESSÃO SIMPLES .................... 19
3.4.2. DIMENSIONAMENTO À FLEXÃO SIMPLES ............................... 20
3.4.2.1. ALVENARIA NÃO ARMADA ................................................. 20
3.4.2.2. ALVENARIA ARMADA........................................................... 21
3.5. PASSAGENS DAS TUBULAÇÕES ......................................................... 24
3.6. DETALHES CONSTRUTIVOS ................................................................ 26
3.6.1. FUNDAÇÃO ...................................................................................... 26
3.6.2. LAJE DE COBERTURA ................................................................... 27
3.6.3. ESCADAS .......................................................................................... 28
4. METODOLOGIA ............................................................................................... 29
4.1. DADOS GERAIS DE PROJETO ............................................................... 29
4.2. DADOS INICIAIS DE PROJETO E FLUXO DE INFORMAÇÕES ........ 31
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 35
5.1. PROJETO ARQUITETÔNICO .................................................................. 35
5.2. PROJETO ESTRTURAL ........................................................................... 44
5.2.1. PLANTA DE FORMAS ..................................................................... 44
5.2.2. DIMENSIONAMENTO DAS LAJES .............................................. 48
5.2.3. DIMENSIONAMENTO DA ESCADA ............................................ 61
5.3. DIMENSIONAMENTO DA CAIXA DE ÁGUA ...................................... 65
5.4. PROJETO DE MODULAÇÃO .................................................................. 66
5.4.1. PRIMEIRA E SEGUNDA FIADA..................................................... 67
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
11
5.4.2. DIMENSIONAMENTO DA ALVENARIA ...................................... 72
5.4.3. DIMENSIONAMENTO DE VIGAS ................................................. 82
5.4.4. DIMENSIONAMENTO DO PILAR .................................................. 86
5.4.5. ELEVAÇÕES ..................................................................................... 87
5.5. PROJETO DE INSTALAÇÕES ................................................................. 99
5.5.1. PROJETO DE INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS ................. 99
5.5.2. PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ................................ 100
5.6. RELAÇÃO DE AÇO ................................................................................ 100
5.7. TELHADO CERÂMICO.......................................................................... 106
6. CONCLUSÃO .................................................................................................. 107
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 108
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
12
1. INTRODUÇÃO
Cada vez mais distante do preconceito que a associava apenas às construções
populares, a alvenaria estrutural ganha espaço nos canteiros de obras brasileiros. A volta
da classe C ao mercado consumidor de imóveis e o empenho da engenharia nacional
estão alavancando um sistema construtivo que parecia fadado aos conjuntos
habitacionais populares.
A alvenaria estrutural caiu, por fim, no gosto do meio técnico brasileiro, atraído
pela redução de custos de até 30% proporcionada pelo sistema. A possibilidade de
construir edifícios altos com apartamentos amplos tem enterrado alguns velhos
preconceitos. O antigo chavão de que um edifício construído com alvenaria estrutural
não pode possuir hall de entrada, salão de festas ou subsolos não se sustenta mais.
Os maiores ganhos do sistema estão relacionados com a racionalização oferecida
ao construtor. Se a obra empregar, por exemplo, pré-moldados de concreto (lajes,
escadas e vergas) em composição com a alvenaria, a madeira e os carpinteiros podem
ser dispensados do canteiro. Como os blocos vazados permitem a passagem das
tubulações elétricas, também não há necessidade de quebrar paredes. A somatória disso
termina em redução de desperdício e economia no uso de formas e concreto.
O desenvolvimento técnico do sistema inclui completa normalização dos
materiais (blocos), produzidos com garantia de resistência e uniformidade, por exemplo,
e dos serviços envolvidos (projeto, construção da estrutura, execução de instalações e
acabamento). Estes fatores permitiram enorme salto técnico-econômico no sistema
construtivo de alvenaria estrutural com blocos de concreto e cerâmico.
Hoje a construção civil brasileira utiliza de blocos de concreto e cerâmico para a
construção em alvenaria estrutural. Os blocos são fornecidos sob critérios rigorosos de
inspeção pela Associação Brasileira de Cimento Portland. Assim, a alvenaria estrutural
é uma alternativa para construtores e incorporadores, seus clientes, que compram
qualidade a custos menores, e a sociedade, pelo seu potencial de emprego e geração de
renda.
Neste trabalho apresenta-se o desenvolvimento de um projeto arquitetônico de
uma edificação residencial unifamiliar de dois pavimentos. Foram também
desenvolvidos os projetos de modulação e estrutural para esta edificação tendo se em
vista as particularidades da alvenaria estrutural.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
13
2. OBJETIVO GERAL
O objetivo geral deste trabalho é elaborar um projeto arquitetônico de uma
edificação residencial unifamiliar de blocos cerâmicos de alvenaria estrutural de dois
pavimentos e efetuar a modulação e o projeto estrutural.
Ainda tem como objetivo definir o que é alvenaria estrutural de blocos
cerâmicos, como se faz o dimensionamento, projetos e considerações de projeto
(modulação, projeto das alvenarias, passagem de tubulações, dentre outros) e as
considerações quanto à segurança estrutural de estruturas executadas com essa
tecnologia.
2.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Os objetivos específicos deste trabalho são:
Definir as considerações de projeto como fundação, tipo de bloco, modulação,
posicionamento de paredes não estruturais, instalações elétrica e
hidrossanitárias, tipo de laje, piso, contrapiso e rebaixos, posição e dimensão de
portas e janelas, escada e reservatórios de água;
Dimensionar a estrutura a parti de dois métodos de distribuição de ações
verticais, paredes isoladas e de paredes sem integração;
Analisar a solução encontrada por cada um dos métodos;
Definir a resistência característica do bloco para resistir aos esforços que
solicitarão a edificação.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
14
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1. PROJETO EM ALVENARIA ESTRUTURAL
O projeto de alvenaria estrutural se desenvolve de maneira um pouco
diferenciada dos projetos usuais com estrutura em concreto armado, pois a integração
entre os diferentes tipos de projeto e projetistas é maior. Os projetos arquitetônico,
estrutural, elétrico e hidrossánitarios devem ser desenvolvidos em conjunto, pois não se
devem remover paredes estruturais nesse caso. Assim tem-se assim uma flexibilidade
menor de modificação do projeto.
Para o projeto em alvenaria estrutural, algumas informações são fundamentais
como: tipo de bloco, com dimensões e componentes disponíveis; posição e dimensão
das aberturas; projeto de instalações hidráulicas e sanitárias; definição de paredes
removíveis não estruturais; projeto de instalações elétricas; dentre outros. TAUIL,
CARLOS ALBERTO, Alvenaria Estrutural, editora PINI, 2010.
A figura 3.1 apresenta um esquema de integração dos diferentes tipos de projeto
(elétrico e hidrossanitário) com a alvenaria estrutural.
Figura 3-1 - Exemplo de integração dos diferentes tipos de projeto.
Fonte: http://www.fkct.com.br/bloco_ceramico_alvenaria_estrutural.html, acesso em maio de 2012.
Os objetivos do projeto arquitetônico são a divisão funcional, o desempenho, a
absorção de cargas verticais, o provimento da estabilidade e a racionalização.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
15
O projeto arquitetônico é elaborado em três etapas: estudo preliminar,
anteprojeto e projeto. Sendo o estudo preliminar e o anteprojeto integrado com o projeto
estrutural. Na etapa de estudo preliminar concebe-se a forma da edificação. No
anteprojeto, defini-se as dimensões do bloco para estabelecimento do módulo e dessa
forma, pode-se a utilizar da alvenaria estrutural evitando desperdícios.
3.2. CONCEPÇÃO ESTRUTURAL
Conceber uma estrutura consiste em se determinar, a partir de uma planta básica,
as paredes estruturais e não estruturais relativas às ações verticais e horizontais, onde se
considera os aspectos de utilização da estrutura e simetria, entre outros. PARSEKIAN,
GUILHERME ARIS, Alvenaria Estrutural em Blocos Cerâmicos, editora Nome da
Rosa, 2010.
Segundo Parsekian (2010) a função da estrutura nos edifícios é canalizar as
ações externas para o terreno onde o prédio se apóia. A concepção dos sistemas
estruturais passa pela análise de arranjos, configurações e vinculações convenientes;
análise dos materiais, das seções e resistências. A estabilidade geral dos edifícios
também deve ser verificada e pode ser aumentada dispondo paredes estruturais nas duas
direções principais da edificação.
Ainda segundo Parsekian (2010) as fundações de uma edificação residencial
em alvenaria estrutural ficam simplificadas quando as paredes chegam até o solo. Como
os carregamentos se distribuem entre as paredes estruturais, em geral bastante extensas,
são transmitidas tensões baixas ao solo.
Para solos de boa qualidade, o uso de sapatas corridas é uma solução eficiente.
Caso o solo apresente baixa capacidade de suporte podem ser utilizadas estacas de
pequena capacidade, pouco espaçadas, e vigas baldrames, que não necessitaram de
armação pesada por serem de pequenas dimensões e apoiadas sob estacas pouco
espaçadas.
Outra solução possível, caso em que o pavimento térreo será aproveitado como
garagem e/ou não é possível em que as paredes estruturais cheguem ate o solo, é a
criação de um pavimento de transição chamado de pilotis. O pilotis é um sistema
construtivo baseado na sustentação de uma edificação através de uma grelha de pilares
em seu pavimento térreo. Assim a fundação desse tipo de edifício é próxima dos casos
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
16
de estruturas convencionais, pois os carregamentos chegarão ao solo concentrados em
pilares.
3.3. MODULAÇÃO
De acordo com Parsekian (2010), no projeto de alvenaria, seja estrutural ou de
vedação, não se deve permitir a quebra de blocos. Para tanto, é necessário que as
dimensões arquitetônicas sigam o padrão modular dos blocos, ou seja, tenham medidas
múltiplas da dimensão padrão. Desta forma será possível o ajuste dos blocos na planta
de arquitetura.
As famílias de blocos e modulações mais comuns são apresentadas a seguir:
múltiplos de 15 centímetros: apresentam dimensão modular de (15x30) cm e
dimensão nominal de (14x29) cm;
todos múltiplos de 20 centímetros: dimensão modular (20x40) cm e dimensão
nominal de (19x39) cm, normalmente utilizados em galpões, depósitos e
reservatórios;
em geral múltiplos de 20 centímetros: dimensão modular (15x40) cm e
dimensão nominal de (14x39) cm.
Tomando como exemplo a família de bloco com valores múltiplos de 15
centímetros a sua dimensão nominal é (14x29) cm. Como dimensão modular é igual às
dimensões do bloco mais argamassa de um cm assim tem-se (15x30) cm.
É possível a utilização de blocos especiais de ajuste de modulação, por exemplo,
blocos de quatro centímetros, ou a mistura da família de blocos, para se conseguir
dimensões não padrões. Esse tipo de solução deve ser evitado sugerindo-se sua adoção
apenas em pontos localizados, como em vãos de portas. PARSEKIAN, GUILHERME
ARIS, Alvenaria Estrutural em Blocos Cerâmicos, editora Nome da Rosa, 2010.
A amarração das paredes pode ser feitas de modos, amarração direta ou indireta.
A amarração direta ocorre com a sobreposição dos blocos de uma parede na outra a
cada duas fiadas. Na amarração indireta não existe a sobreposição de blocos, isso tem
como desvantagem a não união total das paredes trazendo prejuízo ao comportamento
estrutural das paredes devido a uma redução da rigidez nos carregamentos laterais e
também uma pior distribuição das cargas verticais.
A figura 3-2 traz alguns detalhes dos blocos da família (15x30) cm.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
17
Figura 3-2 - Blocos família (15x30) cm, dimensão padrão (14x29) cm:
a) Bloco inteiro, b) Meio Bloco e c) Bloco de amarração.
Fonte: http://www.fkct.com.br/bloco_ceramico_alvenaria_estrutural.html, acesso em maio de 2012.
3.3.1. MODULAÇÃO VERTICAL
Existem dos tipos de modulação vertical: piso a teto e piso a piso. Na modulação
vertical piso a teto as paredes externas terminam com um bloco J e as paredes internas
usam-se blocos canaletas comuns. Quando a modulação é trabalhada com múltiplos de
20 centímetros esses blocos não são necessários.
Na modulação que se refere de piso-piso, o bloco J das paredes externas
apresentam altura menor que o convencional em uma de suas paredes para acomodação
da laje. Para as paredes internas utilizam-se de blocos compensadores para ajusta a
distância piso-teto não modulada. A figura 3-3 abaixo mostra os blocos canaleta J e U.
Figura 3-3 - a) Bloco canaleta J, b) Bloco canaleta U.
Fonte: http://www.fkct.com.br/bloco_ceramico_alvenaria_estrutural.html, acesso em maio de 2012.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
18
3.3.2. ABERTURA DAS PORTAS
A abertura de portas pode ser definida em função da modulação adotada. Os
vãos das portas adotadas podem ser de 60, 70 e 80 centímetros. Para o vão luz de 60
centímetros a folha apresenta 62 cm e abertura com 71 cm. Em vão para porta de 70 cm,
o vão luz é 72 cm e abertura de 81 cm. No caso de vão para porta de 80 cm, o vão luz é
de 82 cm e abertura de 91 cm.
Para se obter o ajuste do vão horizontal da porta algumas considerações são
tomadas, como a espessura do batente de madeira das portas igual a 3,5 cm. A fixação
dos batentes de madeira é feita com espuma rígida de poliuretano ou parafusadas e por
fim as folhas apresentam as dimensões de 62, 72 e 82 centímetros.
Outros vãos de portas podem ser obtidos utilizando blocos especiais ou
compensadores que alteram a dimensão horizontal da porta, entretanto deve se atentar a
modulação vertical adotada.
3.4. DIMENSIONAMENTO DA ALVENARIA
Em edifícios de poucos pavimentos o esforço predominante na alvenaria é a
compressão simples causada pelas cargas verticais. Outros esforços possíveis são os de
tração na flexão, compressão na flexão e cisalhamento. Esses esforços são usualmente
gerados pelas ações laterais em edifícios e têm maior intensidade conforme aumento da
altura do prédio. PARSEKIAN, GUILHERME ARIS, Alvenaria Estrutural em Blocos
Cerâmicos, editora Nome da Rosa, 2010.
Os métodos utilizados na análise estrutural para distribuição de cargas verticais,
dando ênfase nas suas vantagens e desvantagens, são:
a. Método das paredes isoladas
Neste método consideram-se as paredes atuando de forma independente, ou seja,
não havendo interação entre elas. Esse procedimento se resume em apenas somar todas
as cargas atuantes em determinada parede devida os pavimentos acima do nível
considerado.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
19
A vantagem do método é a facilidade de ser implementado. Ele consegue
projetar uma estrutura segura, sem a uniformização das cargas. A desvantagem do
método é conceber uma estrutura não muito econômica, já que produz tensões mais
elevadas e, consequentemente, exigirá de blocos mais resistentes.
b. Método do grupo de paredes sem integração
O método considera as paredes de cada grupo interagindo entre si, ou seja, existe
a uniformização de cargas entre as paredes. Considera-se também que a interação só
existe dentro de cada grupo, não havendo interação entre as paredes de outros grupos.
Cada grupo é delimitado por aberturas, janelas e portas, onde se considera que não
existem espalhamento e uniformização das cargas. A figura 3.4 mostra um exemplo de
delimitação dos grupos.
Figura 3-4 - Grupo de paredes delimitadas pelas aberturas de portas e janelas.
Fonte: LEAL (2007)
3.4.1. DIMENSIONAMENTO À COMPRESSÃO SIMPLES
Até a publicação da atual norma ABNT NBR 15812-1:2010, o dimensionamento
era feito pelo Método das Tensões Admissíveis. O critério foi modificado e atualmente
é preciso à verificação é feita pelo Método dos Estados Limites.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
20
A possibilidade de utilizar armadura para aumentar a resistência à compressão
de alvenarias não é considerada na nova norma brasileira. A resistência de prisma é
considerada com seu valor característico ( ).
A resistência característica da parede, , é admitida igual a 70% de (prisma
característico). Segundo a ABNT NBR 15812:2010 o dimensionamento pelo estado
limite último, a solicitação de cálculo não deve ultrapassar a resistência de cálculo.
Assim tem-se a expressão (1):
Usualmente tem-se: e .
Onde:
é coeficiente de ponderação das ações;
é o coeficiente de ponderação das resistências;
é a força normal característica;
é a resistência característica de compressão simples do prisma;
é a altura efetiva do bloco;
é a espessura efetiva do bloco;
é a área bruta da seção transversal.
3.4.2. DIMENSIONAMENTO À FLEXÃO SIMPLES
3.4.2.1. ALVENARIA NÃO ARMADA
A alvenaria é um material de baixa resistência à tração em comparação com a
compressão. A resistência de alvenarias não armadas é governada pela resistência à
tração. Essa resistência depende do tipo de argamassa (traço) utilizado.
Em suma a alvenaria não armada é dimensionada no Estádio I com a máxima
tensão de tração atuante de cálculo inferior à resistida pela alvenaria. Para os casos em
que a tração é maior, é necessário armadura.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
21
A ABNT NBR 15812-1:2010 permite o dimensionamento considerando Estado
Limite Último e Estádio III, com a plastificação das tensões na região comprimida.
3.4.2.2. ALVENARIA ARMADA
Nos Estados-Limite Último, admite-se Estádio III, e são feitas as seguintes
hipóteses:
há aderência perfeita entre o aço e alvenaria;
os módulos de deformação são constantes;
as tensões são proporcionais às deformações;
as seções permanecem planas após a deformação;
a alvenaria não resiste à tração, sendo esse esforço resistido apenas pelo aço;
a máxima deformação na alvenaria igual a 0,35%;
a tensão no aço é limitada a 50% da tensão de escoamento.
SEÇÃO RETANGULAR – ARMADURA SIMPLES
A tensão de escoamento do aço é limitada a 50% de seu valor real. Essa
recomendação, após muita discussão pelo comitê de elaboração da ABNT NBR15812-
1:2010, leva em conta uma limitada quantidade de ensaios nacionais sobre o tema de
vigas de alvenaria.
A recomendação acima descrita leva a taxas de armaduras maiores do que as que
seriam necessárias, caso não houvesse limitação do aço. Pode-se entender essa limitação
como uma camada extra de segurança no dimensionamento à flexão. Como a
quantidade de vigas em alvenaria é limitada, o consumo de aço, quando se pensa no
universo de obras nacionais, é também limitado. Essa precaução, portanto, não tem
impacto do ponto de vista da economia. PARSEKIAN, GUILHERME ARIS, Alvenaria
Estrutural em Blocos Cerâmicos, editora Nome da Rosa, 2010.
A figura 3-5 indica o diagrama de tensão x deformação para o dimensionamento
de uma seção retangular.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
22
Figura 3-5- Diagrama de esforços na viga.
Fonte: ABNT NBR 6118:2003 – Projeto de Estrutura de Concreto
Para o cálculo da armadura, deve-se fazer o equilíbrio de força e momento da
seção, conforme equação:
(2)
(3)
Em que:
é a resultante das forças de compressão na alvenaria;
é a resultante das forças de tração na alvenaria;
é a resistência de cálculo ao escoamento do aço da armadura;
é a resistência à compressão de cálculo da alvenaria;
é a distância da linha neutra da seção à fibra mais comprimida;
é a largura;
é a área da seção transversal da armadura longitudinal de tração;
é o momento fletor resistente de cálculo;
é o braço de alavanca das resultantes de tração e compressão;
é a altura útil da seção.
Com valor de x para seção balanceada no domínio 3/4 e aço CA50, têm-se para
o aço CA-50, assim (Deformação especifica na armadura tracionada).
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
23
Portanto, .
Quando for considerada armadura simples apenas, a solução conduz as
expressões (4) e (5):
(4)
Como é necessário conhecer o valor de nas duas equações acima, é preciso
deduzir o equilíbrio da seção para checar essa área, seguindo os seguintes passos:
Inicialmente verifica-se o valor de para seção balanceada, conforme
expressão (6):
(7)
(8)
Se , então se dimensiona para armadura simples:
Impondo, , tem-se
Resolve-se o valor de
Onde e , aplicando-se a
Fórmula de Bhaskara e resolvendo para x, tem-se:
Uma das raízes não faz sentido, com a outra raiz calcula-se utilizando a
seguinte fórmula e assim calcula-se :
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
24
Verifica-se a armadura mínima igual a Caso seja
superior a então é necessária armadura dupla.
As variáveis acima se encontram descritas abaixo:
é a resistência à compressão de cálculo da alvenaria
é a resistência de cálculo ao escoamento do aço da armadura
é a resistência de cálculo de escoamento da armadura
é a deformação especifica na armadura tracionada
é a largura
é a altura útil da seção
é a distância da linha neutra da seção à fibra mais comprimida
é o braço de alavanca das resultantes de tração e compressão
é o braço de alavanca para
é a resultante das forças de compressão na alvenaria
é a resultante das forças de tração na alvenaria
é o momento de cálculo
é o momento fletor resistente de cálculo
é a área da seção transversal da armadura longitudinal de tração
é a área da seção transversal mínima da armadura longitudinal de tração
3.5. PASSAGENS DAS TUBULAÇÕES
De acordo com Tauil (2010) o projeto elétrico é composto de instalações e
tubulações de eletricidade, telefonia, interfones, antena coletiva, alarmes ou outro
porventura existente.
Conforme Parsekian (2010) as tubulações elétricas, de telefone e TV são
normalmente distribuídas horizontalmente pelas lajes e verticalmente pelos dutos dos
blocos cerâmicos. É desejável que não haja rasgos nas paredes, caso seja impossível
evitá-los recomenda-se o uso de ferramentas especiais e que não se façam cortes
horizontais. As paredes que tiverem cortes verticais deverão ser descontadas como a
alvenaria de vedação, visto que não apresentam seção resistente na estrutura.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
25
Os blocos vazados devem ser utilizados para a passagem dos eletrodutos
embutidos. As caixas de tomadas e interruptores podem ser previamente instaladas em
blocos cortados, que, por sua vez, serão assentados em posições predeterminadas da
parede durante a execução da alvenaria. Alternativamente, pode-se colocar o bloco
cortado com espaço para a colocação posterior da caixa, que é então chumbada nele.
As caixas de quadros de distribuição e de passagem devem ser previamente
definidas e especificadas no projeto executivo, em dimensões que evitem cortes nas
alvenarias para sua perfeita acomodação. O projetista estrutural deverá ser informado
das dimensões e posições desses quadros, para que detalhe o reforço necessário na
abertura e, assim, mantenha a integridade estrutural da parede. TAUIL, CARLOS
ALBERTO, Alvenaria Estrutural, editora PINI, 2010.
As instalações hidrossanitárias têm um tratamento à parte, pois os diâmetros das
tubulações são maiores e podem requerer manutenção. Segundo a ABNT NBR
15812:2010 não se deve passar fluidos pelos furos dos blocos estruturais. Nesse caso,
pode-se prever a existência de paredes não estruturais ou shafts hidráulicos.
A execução de paredes não estruturais utilizando-se de blocos hidráulicos com a
mesma dimensão externa modulares do bloco estrutural, com concavidades em todos os
septos transversais e ranhuras verticais numa das faces longitudinais, para direcionar a
quebra de uma placa na face do bloco, criando uma canaleta vertical para embutimento
da tubulação.
Outra opção é a utilização é a execução de shafts hidráulicos, que são passagens
deixadas na laje em toda a altura do edifício, adjacentes à parede, por onde passaram as
tubulações. A vantagem desta opção é a facilidade de execução das instalações, pois se
elimina a interferência com serviços de pedreiros e a necessidade de quebra e
enchimento de paredes conforme cita Parsekian (2010).
Uma recomendação de Tauil (2010) no uso de shafts é que os banheiros e
cozinhas devem ser projetados o mais próximo possível, de maneira que as instalações
sejam agrupadas. Dessa forma, haverá economia de espaço na arquitetura e redução do
número de shâfts.
Para a trajetória horizontal de tubulação de maiores diâmetros, as opções são o
forro falso, a laje rebaixada ou enchimento. Assim a tubulação transporta
horizontalmente ate uma parede em que a tubulação descera na vertical.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
26
As figuras abaixo ilustram exemplos de blocos, a figura 3-6 mostra um bloco
elétrico e a seguinte mostram exemplos de tubulação hidrossanitárias que podem ser
utilizadas para a passagem da tubulação.
Figura 3-6- Exemplo de bloco elétrico.
Fonte: http://www.fkct.com.br/bloco_ceramico_alvenaria_estrutural.html, acesso em maio de 2012.
Figura 3-7 - Blcos Hidráulicos, a) Tubulação de esgoto, b) Tubulação de água.
Fonte: http://www.fkct.com.br/bloco_ceramico_alvenaria_estrutural.html, acesso em maio de 2012.
3.6. DETALHES CONSTRUTIVOS
3.6.1. FUNDAÇÃO
A qualidade e o comportamento de uma fundação dependem de uma boa
escolha, que melhor concilie os aspectos técnicos e econômicos de cada obra. Qualquer
insucesso nessa escolha pode representar, além de outros inconvenientes, custos
elevadíssimos de recuperação ou até mesmo o colapso da estrutura ou do solo.
Segundo Teixeira, fundações rasas ou diretas são assim denominadas por se
apoiarem sobre o solo a uma pequena profundidade, em relação ao solo circundante. As
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
27
sapatas são elementos de apoio de concreto armado que resistem principalmente por
flexão.
As sapatas podem assumir praticamente qualquer forma em planta, sendo as
mais frequentes as sapatas quadradas, onde o menor lado é igual à largura, retangulares
e corridas, nesse caso onde a largura é maior que o menor lado. Ainda existem as
sapatas associadas, que são empregadas nos casos em que devido a proximidade dos
pilares, não é possível projetar-se uma sapata isolada para cada pilar. TEIXEIRA,
ALBERTO HENRIQUE E GODOY, NELSON SILVEIRA, Fundação, Teoria e Prática,
editora Pini, 1998.
As sapatas corridas são empregadas para receber as ações verticais de paredes,
muros, ou elementos alongados que transmitem carregamento uniformemente
distribuído em uma direção. Essa fundação torna-se adequada para uso em estruturas
que utilizam a alvenaria estrutural por transmitirem tensões baixas ao solo, visto que
toda a carga é distribuída sob a sapata corrida.
3.6.2. LAJE DE COBERTURA
Lajes são elementos planos, em geral horizontais, com duas dimensões muito
maiores que a terceira, sendo esta denominada espessura. A principal função das lajes é
receber os carregamentos atuantes no andar, provenientes do uso da construção como
pessoas, móveis e equipamentos, e transferi-los para os apoios.
Segundo Parsekian, alguns detalhes devem ser previsto para evitar que a
dilatação da laje cause fissuras nas paredes. Para isso, algumas providências devem ser
necessárias:
Reduzir a temperatura na laje (execução de telhado, preferencialmente com
telhas cerâmicas; ventilação sob telhado; proteção térmica- isopor ou argila
expandida).
Reduzir dilatação (empregando juntas de dilatação ou amarração das bordas da
laje às canaletas cintadas – com ferragem).
Prever junta entre a laje e a parede. Neste caso as paredes do último andar ficam
separadas da laje, de maneira a permitir que a laje se movimente sobre a parede
– as fissuras ficam direcionadas para o encontro da laje / parede e podem ser
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
28
escondidas com uma moldura de gesso e/ou impermeabilizadas com material
apropriado.
Figura 3-8 - Detalhe da junta de dilatação. Fonte: http://www.fkct.com.br/bloco_ceramico_alvenaria_estrutural.html, acesso em maio de 2012.
3.6.3. ESCADAS
Escadas é uma construção formada por uma série de degraus destinada a ligar
locais com diferença de nível.
As escadas mais utilizadas em edifícios de alvenaria estrutural são as moldadas
in loco com vigas de apoio no patamar, desde que respeitem a modulação da alvenaria,
as pré-moldadas, geralmente colocadas com equipamentos de transporte e escada jacaré,
mais leves. PARSEKIAN, GUILHERME ARIS, Alvenaria Estrutural em Blocos
Cerâmicos, editora Nome da Rosa, 2010.
As escadas diferentemente da estrutura quando moldadas in loco são, em geral,
em concreto armado e terá seus apoios na alvenaria estrutural ou em algum outro apoio
como lajes e patamares.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
29
4. METODOLOGIA
4.1. DADOS GERAIS DE PROJETO
Neste trabalho foi elaborado o projeto de uma edificação residencial unifamiliar
com blocos cerâmicos de dois pavimentos. O edifício foi concebido sempre levando em
consideração as particularidades de um projeto em alvenaria estrutural.
Os grupos de projetistas envolvidos se preocuparam em resolver os mais
variados detalhes executivos, havendo uma forte interação entre eles e uma grande
preocupação em resolver as interferências entre a arquitetura, estrutura e instalações. O
resultado desse processo foi um projeto bem resolvido e com um grande nível de
detalhamento das soluções executivas. Esse tipo de projeto é denominado projeto
racionalizado.
Sabe-se que edifícios de alvenaria estrutural têm como característica possuir
elementos que funcionam ao mesmo tempo como estrutura e vedação. Portanto,
atentou-se no projeto que as paredes do edifício deveriam atender aos requisitos
arquitetônicos e estruturais simultaneamente, havendo uma forte interação entre esses
dois subsistemas. Dessa forma não foram precisos rasgos nas paredes ou improvisos, os
quais não são possíveis, pois comprometem a segurança da estrutura.
A função da estrutura nos edifícios é canalizar as ações externas para o terreno
onde o prédio se apoia. A fundação da edificação residencial unifamiliar de alvenaria
estrutural ficou simplificada visto que as paredes chegam ao solo. Como os
carregamentos se distribuem entre as paredes estruturais, e essas geralmente são
bastante extensas, são transmitidas tensões baixas ao solo.
Como se considerou o solo como sendo de boa qualidade é possível o uso de
sapatas corridas. A solução adotada é bastante eficiente, pois se faz uso de uma das
grandes vantagens que se tem ao construir em alvenaria estrutural que é poder distribuir
o carregamento ao longo de uma área maior.
Na elaboração do projeto estrutural foram desconsideradas as ações horizontais,
como vento e desaprumo, pois a edificação em questão é uma residência unifamiliar de
dois pavimentos, e as ações não afetarem significativamente a estabilidade da estrutura.
Após a definição do módulo básico a ser adotado na obra o processo de
organização modular ocorre de maneira automática, e todos os ambientes do projeto tem
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
30
suas medidas internas e externas múltiplas do módulo de referência adotado. Essa
maneira de projetar auxilia, entre muitas vantagens, na definição dos ambientes, na
definição de caixilhos, nas instalações e até mesmo na hipótese de existir alguma
mudança de projeto, durante o processo de desenvolvimento ou mesmo após a
finalização.
Adotou-se a família (15x30) cm, sendo assim, foram resolvidos os vãos de
portas e janelas com dimensões horizontais múltiplas de 15 centímetros. Em alguns
casos foram necessários a utilização de outras famílias de blocos, como os blocos
especiais de 4 cm para as esquadrias de portas. Foi possível um ajuste perfeito dos
blocos na planta de arquitetura. As dimensões verticais (incluindo a altura do peitoril)
também foram múltiplas de 20 cm.
A solução adotada é recomendada, pois o comprimento modular é igual ao dobro
da largura modular, permitindo uma amarração perfeita entre os blocos. Nas esquadrias
para se obter o ajuste do vão horizontal das portas, na modulação 15, partiu-se das
seguintes considerações como:
espessura do batente de madeira das portas igual a 3,5 cm;
fixação dos batentes de madeira com espuma rígida de poliuterano ou
parafusadas;
batentes de madeira: folha de 82 cm.
Assim, foi adotado vão para porta de 80 cm (vão de luz 80 cm, folha 82 cm e
abertura 91 cm).
Adotou-se modulação vertical de piso a teto, assim as paredes externas terminam
com bloco J, ajustando-se a altura da laje, e nas paredes internas usam-se blocos
canaletas comuns. Em relação as lajes no trabalho todas foram calculadas considerando
borda livre.
As instalações horizontais tiveram um tratamento diferenciado, pois os
diâmetros das tubulações são maiores e podem requerer manutenção. Foi adotado um
shaft hidráulico, os quais representam uma opção mais racional do que adotar paredes
não estruturais.
Os shafts hidráulicos são passagens deixadas na laje em toda a altura da
edificação, adjacentes à parede, por onde passam a tubulação. Normalmente são
executados em Box de banheiro ou junto à área de serviço, entretanto o shaft da
edificação localiza-se abaixo do patamar da escada. Teve-se como vantagens desta
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
31
opção a facilidade de execução das instalações, pois se elimina a interferência com
serviços de pedreiros e a necessidade de quebra e enchimento paredes. Além disso, os
shafts podem ser visitáveis, facilitando a manutenção. As desvantagens são o pior
isolamento acústico e a comunicação contínua de vazamentos. Em relação à passagem
de tubulações horizontais de maiores diâmetros, adotou-se forro falso no trecho onde a
tubulação passa.
No final, após a divisão dos cômodos, a residência apresenta uma garagem, três
sala, duas suítes, um quartos, um quarto de empregada, um closet, um escritório,
circulação, dois banheiros, uma área de serviço, duas varandas no pavimento térreo e
uma sacada no segundo pavimento.
As dimensões e disposições dos cômodos podem ser encontradas no projeto
arquitetônico. A edificação conta com uma escada para acesso ao segundo pavimento e
um reservatório superior com capacidade para 2000 litros.
O lote onde a edificação será instalada apresenta as dimensões de 18,0 por 25,0
metros, contando assim com uma área de 450 metros quadrados. A edificação possui
uma área total de 351,0 metros quadrados distribuídos. Possui uma taxa de ocupação de
38,22% e seu coeficiente de aproveitamento de 0,78.
Assim ao fim do trabalho seguem elaborado o projeto arquitetônico da
edificação residencial, as plantas de primeira e segunda fiadas, as plantas de elevação de
todas as paredes, bloco por bloco, com representação das aberturas cotadas, mostrando
os detalhes de como a parede deve ser executada, identificando os tipos de bloco (meio-
bloco, inteiro, bloco e meio e canaletas J), os eventuais grauteamentos verticais e
horizontais, a indicação das intersecções de paredes.
4.2. DADOS INICIAIS DE PROJETO E FLUXO DE INFORMAÇÕES
Diferentes fatores estão envolvidos nas escolhas a serem feitas durante a
execução do projeto. É importante uma reunião inicial entre os projetistas de
arquitetura, estrutura, hidráulica, elétrica e fundações, o engenheiro gerente da obra e o
proprietário do empreendimento.
Dentre as informações necessárias e escolhas feitas nessa primeira reunião,
pode-se destacar:
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
32
a. Tipo de fundação:
Foi considerado que o solo da fundação era de boa qualidade, e, portanto foi
feito uso de sapatas corridas, como mostra a Figura 4-1, por ser uma solução eficiente.
Esse tipo de fundação permitiu utilizar de uma das grandes vantagens da utilização da
alvenaria estrutural: a transmissão de baixas tensões para o solo.
Figura 4-1 - Fundação em sapata corrida.
Fonte: http://arquitectandoufpb.blogspot.com.br/2012/06/fase-da-obra-fundacoes.html, acesso maio de
2012.
b. Tipo do bloco:
Como a edificação possui apenas dois pavimentos, foi utilizado em toda
estrutura blocos de mesma resistência.
c. Modulação:
A solução adotada foi blocos da família (14x29) cm, sendo que esse tipo de
bloco permite a amarração direta, sem utilização de blocos especiais. Isso ocorre devido
o comprimento do bloco ser proporcional à largura.
d. Posicionamento de paredes não estruturais:
Tendo em vista que a utilização de paredes não estruturais reflete negativamente
na estrutura, evitaram-se as mesmas, entretanto, foi utilizada uma única parede não
estrutural. Pois quanto maior o número de paredes estruturais, menor é a concentração
de esforços.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
33
e. Instalações:
Foram previstos shafts para passagem de instalações hidráulicas. As
distribuições horizontais das instalações elétricas foram feitas dentro das lajes, ficando
os eletrodutos verticais embutidos dentro dos furos dos blocos. A figura 4-2 mostra o
esquema de uma tubulação elétrica embutida dentro dos furos do blocos.
Figura 4-2 – Eletrodutos e a passagem da tubulação elétrica. Fonte: http://www.fkct.com.br/bloco_ceramico_alvenaria_estrutural.html, acesso em maio de 2012.
f. Tipo de laje, piso, contrapiso, rebaixos:
A escolha do tipo de laje depende dos seguintes fatores do número de andares,
número de repetições da laje, tamanho do empreendimento, disponibilidade de
equipamentos, prazo de execução entre outros. Para o projeto em questão, foi escolhida
a laje maciça moldada no local.
Simplificadamente foi considerado para o carregamento referente à
pavimentação e revestimento o valor de .
g. Portas e janelas:
A família de blocos adotada foi a de (15x30) cm. Nesse caso, teve-se atenção em
projetar os vãos de portas e janelas múltiplos de 15 cm. Sendo assim, não foi necessária
a utilização de outras famílias de blocos, ou blocos de quatro cm. A figura 4-3 ilustra
exemplos de abertura de porta e janela.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
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(a) (b)
Figura 4-3 - Aberturas a) Portas, b) Janelas. Fonte: http://www.fkct.com.br/bloco_ceramico_alvenaria_estrutural.html, acesso em maio de 2012.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A seguir são apresentados os projetos elaborados de uma edificação residencial
unifamiliar em alvenaria estrutural com blocos cerâmicos. Para melhor entendimento o
projeto será apresentado em partes que compõem todo o conjunto.
Primeiramente será apresentado o projeto arquitetônico, posteriormente a divisão
de todas as lajes com o contorno da mesma na planta de formas. Em seguida o projeto
estrutural e de modulação.
5.1. PROJETO ARQUITETÔNICO
O projeto de arquitetura é o processo pelo qual uma obra de arquitetura é
concebida e também a sua representação final. É considerada a parte escrita de um
projeto. O projeto arquitetônico é essencial para que a obra saia como planejada. É
constituído de plantas baixas, cortes e elevações, fachada, planta de cobertura e
implantação.
Segue abaixo os seguintes projetos:
Projeto Arquitetônico (Esc.: 1/75);
Cortes e fachada (Esc.: 1/75);
Cobertura (Esc.: 1/150);
Situação (Esc.: 1/250);
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
44
5.2. PROJETO ESTRTURAL
Após a finalização do projeto arquitetônico foi realizado um estudo das lajes e
quais seriam as paredes estruturais na qual as lajes se apoiariam. Com a definição dessas
paredes estruturais foi possível traçar os contornos das lajes para a realização do projeto
estrutural das mesmas.
O levantamento das características geométricas das lajes foi possível após a
elaboração da planta de formas, pois foi possível determina o contorno, dimensões e
vãos de cada laje.
5.2.1. PLANTA DE FORMAS
Em seguida encontra-se a planta de formas dos três pavimentos em escala 1/75.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
48
5.2.2. DIMENSIONAMENTO DAS LAJES
No projeto de lajes, a primeira etapa consiste em determinar os vãos livres ( ),
os vãos teóricos ( ) e a relação entre os vãos teóricos. Vão livre é a distância livre entre
as faces dos apoios. No caso de balanços, é à distância da extremidade livre até a face
do apoio. O vão teórico ( ) é denominado vão equivalente pela ABNT NBR 6118:2003,
que o define como a distância entre os centros dos apoios, não sendo necessário adotar
valores maiores do que:
Em laje isolada, o vão livre acrescido da espessura da laje no meio do vão;
Em vão extremo de laje contínua, o vão livre acrescido da metade da dimensão
do apoio interno e da metade da espessura da laje no meio do vão.
Em geral, para facilidade do cálculo, é usual considerar os vãos teóricos até os
eixos dos apoios ou acrescer dez centímetros ao vão livre.
Conhecidos os vãos teóricos considera-se o menor vão, o maior e a
relação entre . De acordo com o valor de λ, é usual a seguinte classificação:
λ ≤ 2 - laje armada em duas direções;
λ > 2 - laje armada em uma direção.
A etapa seguinte do projeto das lajes consiste em identificar os tipos de vínculo
de suas bordas. Existem, basicamente, três tipos: borda livre, borda simplesmente
apoiada e borda engastada, entretanto no trabalho foram consideradas todas as lajes com
borda simplesmente apoiada. Para tal foi elaborado uma planilha que expressa essas
características.
Abaixo segue a Tabela 5-1, características geométricas das lajes, que mostra os
resultados obtidos.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
49
Tabela 5-1 - Características geométricas das lajes da edificação.
Laje (L) Dimensões (m)
(m)
(m) λ
Tipo de
vinculação Tipo de armação
da laje Espessura
(m) menor maior
L101 3,60 4,20 3,70 4,30 1,20 1 2 direções 0,10
L102 3,60 4,35 3,70 4,45 1,25 1 2 direções 0,10
L103 1,80 3,60 1,90 3,70 1,95 1 2 direções 0,10
L104 1,50 3,60 1,60 3,70 2,35 1 1 direção 0,10
L105 1,50 4,95 1,60 5,05 3,20 1 1 direção 0,10
L106 3,30 3,60 3,40 3,70 1,10 1 2 direções 0,10
L107 2,45 3,00 2,55 3,10 1,25 1 2 direções 0,10
L108 0,40 1,00 0,50 1,10 2,20 1 1 direção 0,10
L109 3,00 3,60 3,10 3,70 1,20 1 2 direções 0,10
L110 2,55 4,50 2,65 4,60 1,75 1 2 direções 0,10
L111 3,60 4,20 3,70 4,30 1,20 1 2 direções 0,10
L201 3,60 4,20 3,70 4,30 1,20 1 2 direções 0,10
L202 3,60 4,35 3,70 4,45 1,25 1 2 direções 0,10
L203 1,80 3,60 1,90 3,70 1,95 1 2 direções 0,10
L204 1,50 3,60 1,60 3,70 2,35 1 1 direção 0,10
L205 4,95 4,95 5,05 5,05 1,00 1 2 direções 0,10
L206 3,30 3,60 3,40 3,70 1,10 1 2 direções 0,10
L207 3,00 3,60 3,10 3,70 1,20 1 2 direções 0,10
L208 2,55 4,50 2,65 4,60 1,75 1 2 direções 0,10
L301 1,50 3,60 1,60 3,70 2,35 1 1 direção 0,10
Em seguida verificou-se em quais lajes haveria paredes apoiadas diretamente
sob a mesma para o levantamento de cargas. As cargas de paredes apoiadas diretamente
na laje podem, em geral, ser admitidas uniformemente distribuídas na laje desde que
sejam armadas em duas direções. Abaixo se encontra a tabela 5-2 com o levantamento
de carga da parede não estrutural apoiada sob a laje.
Tabela 5-2 - Cargas das paredes não estruturais apoiadas sob as lajes.
Laje Dimensões da parede (m) Material da
parede Peso da Parede
(kN/m²) Carga distribuída
na laje (kN/m²) Comprimento Altura
L202 1,35 2,8 4 2,2 0,51
Pé direito Arquitetônico 2,8 m
Por fim foi possível levantar todas as cargas que atuam nas lajes. Foi
considerado o peso próprio, peso de revestimentos de piso e forro, peso de divisórias e
cargas de uso.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
50
Na avaliação do peso próprio, conforme item 8.2.2 da ABNT NBR 6118:2003,
admite-se o peso específico de para o concreto armado. As cargas relativas
aos revestimentos de piso e da face inferior da laje dependem dos materiais utilizados.
Pela norma também o valor de pode ser adotado para representar a carga
relativa ao revestimento.
Os valores das cargas de uso dependem da utilização do ambiente arquitetônico
que ocupa a região da laje em estudo e, portanto, da finalidade da edificação
(residencial, comercial, escritórios, etc.) e se encontram no anexo A deste trabalho.
A tabela 5-3 a baixo mostra o levantamento de cargas atuantes nas lajes.
Tabela 5-3 - Levantamento de cargas atuantes nas lajes.
Laje Peso Próprio
(kN/m²)
Peso do
revestimento
(kN/m²)
Tipo de utilização
Sobrecarga de
utilização
(kN/m²)
Carga de Parede (kN/m²)
Carga
Total
(kN/m²)
L101 2,5 1 red1 1,5 0,00 5,00
L102 2,5 1 red1 1,5 0,00 5,00
L103 2,5 1 red2 2 0,00 5,50
L104 2,5 1 red1 1,5 0,00 5,00
L105 2,5 1 red1 1,5 0,00 5,00
L106 2,5 1 red1 1,5 0,00 5,00
L107 2,5 1 red1 1,5 0,00 5,00
L108 2,5 1 est 2 0,00 5,50
L109 2,5 1 red1 1,5 0,00 5,00
L110 2,5 1 red1 1,5 0,00 5,00
L111 2,5 1 red1 1,5 0,00 5,00
L201 2,5 1 red1 1,5 0,00 5,00
L202 2,5 1 red1 1,5 0,51 5,51
L203 2,5 1 red1 1,5 0,00 5,00
L204 2,5 1 red1 1,5 0,00 5,00
L205 2,5 1 red1 1,5 0,00 5,00
L206 2,5 1 red1 1,5 0,00 5,00
L207 2,5 1 red1 1,5 0,00 5,00
L208 2,5 1 red1 1,5 0,00 5,00
L301 2,5 1 red1 1,5 0,00 5,00
Onde:
é o tipo de utilização referente a residência como dormitórios, copa, sala,
cozinha e banheiro (1,5 kN/m²);
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
51
é o tipo de utilização referente a residência como despensa, área de serviço e
lavanderia (2,0 kN/m²);
é o tipo de utilização referente a escritório (2,0 kN/m²).
O próximo passo foi o calculo das reações de apoio, ou seja, as ações atuantes
nas lajes que são transferidas para a alvenaria estrutural que servem como apoio para as
lajes. Embora essa transferência aconteça com as lajes em comportamento elástico, o
procedimento de cálculo proposto pela ABNT NBR 6118:2001 baseia-se no
comportamento em regime plástico, a partir da posição aproximada das linhas de
plastificação, também denominadas charneiras plásticas. Este procedimento é conhecido
como processo das áreas.
As reações de apoio das lajes podem ser feita de duas maneiras a primeira, como
já dita anteriormente é feita pelo processo das áreas, a segunda maneira mediante o uso
de tabelas, como as encontradas em PINHEIRO (1993).
Mediante o uso de tabelas elaboradas por PINHEIRO (1993) foi possível o
cálculo das reações de apoio das lajes, exceto uma, pois o tipo de vinculação que a laje
se encontra não se enquadrava em nenhuma tabela disponível. Assim a laje L107 foi
calculada pelo processo das áreas. Em seguida é mostrado o cálculo dessa laje.
Para o cáculo das reações de apoio da laje 107 a ABNT NBR 6118:2003 – item
14.7.6.1, permite-se calcular as reações de apoio de lajes retangulares, com carga
uniformemente distribuída, considerando-se para cada apoio carga correspondente aos
triângulos ou trapézios obtidos traçando, a partir dos vértices, na planta de laje, retas
inclinadas de:
45 graus, entre dois apoios de mesmo tipo
60 graus, a partir do apoio quando o outro apoio for livremente apoiado
90 graus, a partir do apoio quando a borda vizinha for livre.
Assim dividindo a laje conforme preconiza a norma encontra-se a figura 5-1
abaixo:
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
52
Figura 5-1 - Dimensionamento da laje
L107 pelo método da ruptura.
Dados:
Aço: CA-50 e concreto com .
Laje 107: 3 apoios e 1 apoio livre.
;
;
;
Assim a reação de apoio será dada por:
Todas as demais lajes foram calculadas a parti das tabelas elaboradas por
Pinheiro. Tais tabelas, baseadas no Processo das Áreas, fornecem coeficientes
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
53
adimensionais ( , , , ) a partir das condições de apoio e de λ, com os quais se
calculam as reações, dadas por:
Onde , , correspondem às reações de apoio na direção do vão e ,
correspondem às reações de apoio na direção do vão .
A tabela 5-4 abaixo mostra todas as reações das lajes que serão utilizadas
posteriormente para o dimensionamento da alvenaria estrutural em blocos cerâmcos.
Tabela 5-4 - Reações de apoios nas lajes.
Laje Tipo de
vinculação λ
Vx
(kN/m) Vy
(kN/m) V`x
(kN/m) V`y
(kN/m)
x y x' y'
L101 1 1,20 2,92 2,50 - - 5,40 4,63 - -
L102 1 1,25 3,00 2,50 - - 5,55 4,63 - -
L103 1 1,95 3,72 2,50 - - 3,89 2,61 - -
L104 1 >2 5,00 2,50 - - 4,00 2,00 - -
L105 1 >2 5,00 2,50 - - 4,00 2,00 - -
L106 1 1,10 2,73 2,50 - - 4,64 4,25 - -
L107 1 1,25 3,00 2,50 - - 4,26 5,68 - -
L108 1 >2 5,00 2,50 - - 1,38 0,69 - -
L109 1 1,20 2,92 2,50 - - 4,53 3,88 - -
L110 1 1,75 3,57 2,50 - - 4,73 3,31 - -
L111 1 1,20 2,92 2,50 - - 5,40 4,63 - -
L201 1 1,20 2,92 2,50 - - 5,40 4,63 - -
L202 1 1,25 3,00 2,50 - - 6,11 5,09 - -
L203 1 1,95 3,72 2,50 - - 3,53 2,38 - -
L204 1 >2 5,00 2,50 - - 4,00 2,00 - -
L205 1 1,00 2,50 2,50 - - 6,31 6,31 - -
L206 1 1,10 2,73 2,50 - - 4,64 4,25 - -
L207 1 1,20 2,92 2,50 - - 4,53 3,88 - -
L208 1 1,75 3,57 2,50 - - 4,73 3,31 - -
L301 1 >2 5,00 2,50 - - 4,00 2,00 - -
O cálculo dos momentos atuantes nas lajes também foi desenvolvido por meio
de tabelas desenvolvidas por Pinheiro. O emprego dessas tabelas é semelhante ao
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
54
apresentado para as reações de apoio. Os coeficientes tabelados , , , ) são
adimensionais, sendo os momentos fletores por unidade de largura dados pelas
expressões:
Onde , , correspondem ao momento fletor na direção do vão e ,
correspondem ao momento fletor na direção do vão . Na tabela 5-5 encontram-se
todos os momentos das lajes.
Tabela 5-5 - Momentos atuantes nas lajes.
Laje Tipo de
vinculação λ
(kNm/m)
(kNm/m)
(kNm/m)
(kNm/m)
L101 1 1,20 5,75 4,22 - - 3,936 2,889 - -
L102 1 1,25 6,10 4,17 - - 4,175 2,854 - -
L103 1 1,95 9,73 3,23 - - 1,932 0,641 - -
L104 1 >2 12,50 3,16 - - 1,600 0,404 - -
L105 1 >2 12,50 3,16 - - 1,600 0,404 - -
L106 1 1,10 5,00 4,27 - - 2,890 2,468 - -
L107 1 1,25 6,10 4,17 - - 1,983 1,356 - -
L108 1 >2 12,50 3,16 - - 0,172 0,043 - -
L109 1 1,20 5,75 4,22 - - 2,763 2,028 - -
L110 1 1,75 8,95 3,53 - - 3,143 1,239 - -
L111 1 1,20 5,75 4,22 - - 3,936 2,889 - -
L201 1 1,20 5,75 4,22 - - 3,936 2,889 - -
L202 1 1,25 6,10 4,17 - - 4,597 3,143 - -
L203 1 1,95 9,73 3,23 - - 1,756 0,583 - -
L204 1 >2 12,50 3,16 - - 1,600 0,404 - -
L205 1 1,00 4,23 4,23 - - 5,394 5,394 - -
L206 1 1,10 5,00 4,27 - - 2,890 2,468 - -
L207 1 1,20 5,75 4,22 - - 2,763 2,028 - -
L208 1 1,75 8,95 3,53 - - 3,143 1,239 - -
L301 1 >2 12,50 3,16 - - 1,600 0,404 - -
Por fim é feito o dimensionamento das armaduras. Conhecidos os momentos
fletores característicos ( ), passa-se à determinação das armaduras. Esse
dimensionamento é feito da mesma forma que para vigas, admitindo-se a largura
, obtendo-se, dessa forma, uma armadura por metro linear.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
55
Inicialmente, determina-se o momento fletor de cálculo, em kN.cm/m pela
equação:
, com
Em seguida, calcula-se o valor do coeficiente , com e ,
pois foi considerado como dois centímetros:
Conhecidos o concreto, o aço e o valor de , obtém-se, na tabela desenvolvida
por Pinheiro, o valor de . Calcula-se, então, a área de armadura necessária:
Então se escolhe o diâmetro das barras e o seu espaçamento verificando os
valores mínimos recomendados pela ABNT NBR 6118:2003 de no item
17.3.5.2.1. Para isso, calcula-se dado por:
Os valores de são dados em função do e encontra-se na ABNT NBR
6118:2003, a tabela abaixo mostra esses valores. No presente trabalho foi utilizado
, visto que o utilizado é de 25MPa.
Tabela 5-6 - Taxa de armadura mínima para lajes de concreto armado
fck (Mpa) 20 25 30 35 40 45 50
(%) 0,15 0,15 0,173 0,201 0,23 0,259 0,288
Fonte: ABNT NBR 6118:2003 – Projeto de Estrutura de Concreto
A seguir segue o dimensionamento acima descrito executado na tabela 5-7, na
tabela apenas a armadura positiva foi calculada, visto que cada laje foi calculada
considerando simplesmente apoiada. Em seguida a tabela 5-8 que descreve a armadura a
ser utilizada em cada laje contendo informações como número e bitola de cada barra e
espaçamento.
No final das tabelas ainda segue o projeto estrutural com o detalhamento de
todas as lajes em escala 1/75.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
56
Tabela 5-7 - Cálculo da armadura positiva para lajes.
Laje Momento
(kNm/m)
(cm)
(cm)
(cm²/kN)
(cm²/kN)
(cm²/m)
(cm²/m)
L101 5,750
10 8 8,0 0,024 2,42 1,01
4,220 10,8 0,024 1,77 1,01
L102 6,100
10 8 7,5 0,024 2,56 1,01
4,170 11,0 0,024 1,75 1,01
L103 9,730
10 8 4,7 0,025 4,26 1,01
3,230 14,2 0,024 1,36 1,01
L104 12,500
10 8 3,7 0,026 5,69 1,01
3,160 14,5 0,024 1,33 1,01
L105 12,500
10 8 3,7 0,026 5,69 1,01
3,160 14,5 0,024 1,33 1,01
L106 5,000
10 8 9,1 0,024 2,10 1,01
4,270 10,7 0,024 1,79 1,01
L107 5,750
10 8 8,0 0,024 2,42 1,01
4,220 10,8 0,024 1,77 1,01
L108 5,750
10 8 8,0 0,024 2,42 1,01
4,220 10,8 0,024 1,77 1,01
L109 8,950
10 8 5,1 0,025 3,92 1,01
3,530 13,0 0,024 1,48 1,01
L110 6,440
10 8 7,1 0,024 2,70 1,01
4,120 11,1 0,024 1,73 1,01
L111 5,750
10 8 8,0 0,024 2,42 1,01
4,220 10,8 0,024 1,77 1,01
L201 6,100
10 8 7,5 0,024 2,56 1,01
4,170 11,0 0,024 1,75 1,01
L202 9,730
10 8 4,7 0,025 4,26 1,01
3,230 14,2 0,024 1,36 1,01
L203 12,500
10 8 3,7 0,026 5,69 1,01
3,160 14,5 0,024 1,33 1,01
L204 4,230
10 8 10,8 0,024 1,78 1,01
4,230 10,8 0,024 1,78 1,01
L205 5,000
10 8 9,1 0,024 2,10 1,01
4,270 10,7 0,024 1,79 1,01
L206 5,750
10 8 8,0 0,024 2,42 1,01
4,220 10,8 0,024 1,77 1,01
L207 8,950
10 8 5,1 0,025 3,92 1,01
3,530 13,0 0,024 1,48 1,01
L208 6,440
10 8 7,1 0,024 2,70 1,01
4,120 11,1 0,024 1,73 1,01
L301 1,600
10 8 28,6 0,023 0,64 1,01
0,404 113,0 0,023 0,16 1,01
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
57
Tabela 5-8 - Cálculo da armadura para lajes (continuação).
Laje
(cm²/m) Espaçamento
(cm) Diâmetro
(mm)
Núm. de barras
(unidade) Descrição
L101 2,42 13 6,3 29 29 Ø 6.3 c/13
1,77 20 8,0 22 22 Ø 8.0 c/20
L102 2,56 12 6,3 30 30 Ø 6.3 c/12
1,75 20 8,0 22 22 Ø 8.0 c/20
L103 4,26 8 6,3 24 24 Ø 6.3 c/8
1,36 20 8,0 19 19 Ø 8.0 c/20
L104 5,69 8 6,3 20 20 Ø 6.3 c/8
1,33 20 8,0 19 19Ø 8.0 c/20
L105 5,69 8 6,3 20 20 Ø 6.3 c/8
1,33 20 8,0 25 25 Ø 8.0 c/20
L106 2,10 15 6,3 23 23 Ø 6.3 c/15
1,79 20 8,0 19 19 Ø 8.0 c/20
L107 2,42 13 6,3 20 20 Ø 6.3 c/13
1,77 20 8,0 16 16 Ø 8.0 c/20
L108 2,42 13 6,3 4 4 Ø 6.3 c/13
1,77 20 8,0 6 6 Ø 8.0 c/20
L109 3,92 8 6,3 39 39 Ø 6.3 c/8
1,48 20 8,0 19 19 Ø 8.0 c/20
L110 2,70 12 6,3 23 23 Ø 6.3 c/12
1,73 20 8,0 23 23 Ø 8.0 c/20
L111 2,42 13 6,3 29 29 Ø 6.3 c/13
1,77 20 8,0 22 22 Ø 8.0 c/20
L201 2,56 12 6,3 30 30 Ø 6.3 c/12
1,75 20 8,0 22 22 Ø 8.0 c/20
L202 4,26 8 6,3 46 46 Ø 6.3 c/8
1,36 20 8,0 22 22 Ø 8.0 c/20
L203 5,69 8 6,3 24 24 Ø 6.3 c/8
1,33 20 8,0 19 19 Ø 8.0 c/20
L204 1,78 18 6,3 9 9 Ø 6.3 c/18
1,78 20 8,0 19 19 Ø 8.0 c/20
L205 2,10 20 8,0 25 25 Ø 6.3 c/20
1,79 20 8,0 25 25 Ø 8.0 c/20
L206 2,42 13 6,3 26 26 Ø 6.3 c/13
1,77 20 8,0 19 19 Ø 8.0 c/20
L207 3,92 8 6,3 39 39 Ø 6.3 c/8
1,48 20 8,0 19 19 Ø 8.0 c/20
L208 2,70 12 6,3 23 23 Ø 6.3 c/12
1,73 20 8,0 23 23 Ø 8.0 c/20
L301 1,01 20 6,3 8 8 Ø 6.3 c/20
1,01 20 8,0 18 18 Ø 8.0 c/20
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
61
5.2.3. DIMENSIONAMENTO DA ESCADA
Dados:
Aço: CA-50 e concreto com .
Para o levantamento de cargas atuantes na escada a ABNT NBR 6120:1980
recomenda o uso de sobrecarga (sem acesso ao público) e para
pavimentação/revestimento .
O espelho tem altura de vinte centímetros ( ), que representa o módulo
básico do bloco cerâmico, e o piso de vinte e cinco centímetros ( ).
Figura 5-2 - Detalhe da escada.
Calculando o comprimento de cada trecho obtêm :
e comprimento do trecho : ;
Para o cálculo das ações atuante é necessário conhecer , adotando como
é possível calcular e . Assim:
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
62
As ações atuantes na escada são o peso próprio, peso da
pavimentação/revestimento e sobrecarga de utilização. O peso próprio é dado por:
Assim, , o
peso da pavimentação/revestimento recomendado pela ABNT NBR 6120:1980 é de
e sobrecarga de .
Valor total da ação:
Calculando os esforços solicitantes, o momento fletor será utilizado para o
dimensionamento da armadura da escada e as reações de apoio serão utilizadas para o
carregamento que será aplicado na alvenaria estrutural.
O momento fletor é calculado pela fórmula 20 e a reação de apoio dado pela
fórmula 21, o passo a passo será omitido visto que os resultados foram colocados em
forma de tabela.
Os passos seguintes são semelhantes ao dimensionamento de uma laje, aplicam-
se as fórmulas 13, 14, 15 e 16 acima já citadas para o cálculo da área de aço para
armadura da escada. O utilizado para o dimensionamento é de 25 MPa. Na tabela 5-
9 encontra-se o dimensionamento da armadura da escada.
Tabela 5-9 - Quadro resumo do dimensionamento da armadura da escada.
Trecho (cm)
(kN/m)
(kN*m/m)
(cm)
(cm)
(cm²/kN)
(cm²/kN) (cm²) (cm²/m)
L1 250 11,13 6,95 9 6 3,70 0,024 3,89 Φ 6,3 c/19
L2 235 10,46 6,14 9 6 4,19 0,025 3,58 Φ 6,3 c/9
Abaixo segue o detalhamento da escada em escala 1/25.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
65
5.3. DIMENSIONAMENTO DA CAIXA DE ÁGUA
A estimativa do consumo de água em uma residência é baseada no numero de
pessoas para qual a edificação foi projetada. As instalações de água fria devem ser
projetadas e construídas de modo a garantir o fornecimento de água de forma continua,
em quantidade suficiente, compressões e velocidades adequadas para o sistema de
tubulações e peças de utilização (chuveiro, torneiras, etc) funcionem perfeitamente;
preservar rigorosamente a qualidade da água do sistema de abastecimento e garantir o
máximo de conforto aos usuários, incluindo a redução dos níveis de ruído nas
tubulações.
A Norma que fixa as exigências à maneira e os critérios para projetar as
instalações prediais de água fria, atendendo às condições técnicas mínimas de higiene,
economia, segurança e conforto aos usuários, é a ABNT NBR 5626 – Instalação Predial
de Água Fria.
O dimensionamento será feito sem o aprofundamento da norma, de acordo com
a tabela de estimativa de consumo predial diário a estimativa pode ser feito. Uma pessoa
residente em uma edificação consome em média 200 litros de água por dia e algum
empregado tem um consumo médio de 150 litros diários.
A edificação possui um quarto de empregada, para um empregado, um quarto e
duas suítes, assim o numero de pessoas estimadas são um empregado e cinco pessoas.
Como consumo por pessoa é de litros diários pela empregada e litros diários as
demais pessoas.
O consumo total é dado por litros. Consumo
total em um dia = 1050 litros, multiplicando por um coeficiente de segurança. A ABNT
NBR-5626 estabelece que esse valor do reservatório deva atender a casa por dois dias,
esse valor deverá ser multiplicado por 2. Assim o consumo total é dado por
litros.
O uso do bom senso nos casos onde a capacidade calculada da caixa ultrapassar
as condições financeiras do consumidor e as condições técnicas da obra pode ser
aplicado. No dimensionamento acima, como o calculo foi feito para dois dias e em
eventuais faltas de abastecimento de água e o consumidor já tem por hábito economizar
água, pode se decidir pelo uso de uma caixa de menor capacidade, que atenda o
consumo de pelo menos 1 dia. Assim um reservatório de 2000 litros seria o suficiente.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
66
5.4. PROJETO DE MODULAÇÃO
O projeto de modulação é fundamental para a alvenaria estrutural. Sua
importância está relacionada à estabilidade da edificação por sua estrutura ser de
sustentação e por estar relacionada a outros componentes que, no futuro do projeto e da
obra, comporão toda a edificação pronta para uso.
Até a publicação da atual norma em questão ABNT NBR 15812-1:2010 o
dimensionamento era feito através da verificação da carga admissível na parede.
Todavia, é necessária uma verificação do estudo limite último, onde considera o uso da
resistência característica e não o valor médio.
Existem muitas possibilidades de escolhas para melhor compatibilização entre
custo e resistências necessárias aos carregamentos. Nível de argamassa de assentamento
nos blocos, grautes, peso da casa de máquinas, estabilidade, tipo de argamassa (traço) e
confinamento são fatores determinantes no dimensionamento. Além de determinantes,
pequenos critérios adotados modificam o preço final da estrutura. Deve sempre levar em
conta a possibilidade do uso de armaduras para aumentar a resistência, principalmente
nos casos onde a tração atinge valores significativos.
A alvenaria é um material com baixa resistência a tração comparada com a
compressão. A resistência à flexão simples de alvenaria não armada será governada pela
resistência a tração. Essa resistência depende do tipo de argamassa (traço) utilizado.
Para os casos em que é admitido dimensionamento sem consideração da plastificação
das tensões de compressão (diagrama linear de compressão no Estádio I e II) é
permitido um aumento na resistência a compressão devido ao confinamento. Isso ocorre
visto que a região com tensões mais elevadas é confinada pela região onde a tensão é
menor. Geralmente isso ocorre em alvenarias não armadas, pois o dimensionamento é
feito no Estádio I, com a máxima tensão de tração inferior à revestida pela alvenaria.
Para o dimensionamento de carregamentos menos complexos, compressão
simples, admite-se um espalhamento da carga a 45 graus e tensões de tração usualmente
não significativas em planos perpendiculares diferenciais. O valor característico da
resistência do bloco pode ser de 10% a 30% menor do valor médio e o coeficiente de
minoração
A resistência ao cisalhamento depende do traço de argamassa utilizada, que
define a aderência inicial e, do nível de pré-compressão (baseado nas ações
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
67
permanentes). A aderência aumenta com o efeito da pré-compressão, sendo importante,
pois o dimensionamento segue o critério de resistência de Coulomb.
A alvenaria não é um material isotrópico, apresentando diferentes resistências
em diferentes direções de carregamento. No entanto nos edifícios, o esforço
predominante na alvenaria é a compressão simples causada pelas cargas verticais.
Outros esforços possíveis são os de tração, tração na flexão, compressão na flexão e
cisalhamento. São esforços caudados por ações laterais em edifícios e têm maior
intensidade conforme a altura do prédio.
Como se trata de uma casa residencial com dois pavimentos, os esforços
provenientes de ações laterais não levam a uma inversão de tensões na estrutura ou a um
aumento que possa levar aos resultados obtidos nos cálculos referentes à compressão
simples.
5.4.1. PRIMEIRA E SEGUNDA FIADA
O projeto de alvenaria estrutural, pela sua importância no todo da edificação, é o
desenho preciso de cada lâmina de parede que sustentará a edificação trabalhando em
conjunto com outras em todos os sentidos e nas 3 direções ou coordenadas. É o projeto
que substitui a estrutura de concreto fornada por pilares e vigas. Além disso, é o projeto
que determina os vãos modulares de janelas, portas e todas as demais interferências da
edificação, como shafts, localização de instalações, espaços comuns no térreo,
elevadores, posição de caixas d água até vagas de garagem, tudo é dimensionado para a
medida modular da alvenaria.
Após a determinação das paredes que seriam portantes, ou seja, aquelas que
terão a função de suportar as cargas da edificação e serão responsáveis pela sua
estabilidade foi possível traçar a modulação, primeira e segunda fiada de toda a
edificação. O traçado ficou simplificado visto que todas as medidas de cômodos e
aberturas foram previamente pensadas e estudadas para que não houvesse algum tipo de
problema durante essa fase de projeto.
A seguir encontra-se o projeto de modulação, primeira e segunda fiada em escala
1/75.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
72
5.4.2. DIMENSIONAMENTO DA ALVENARIA
Em seguida serão apresentados memoriais de cálculo relativos a dois métodos:
carregamento por paredes isoladas e grupo de paredes. Os métodos partem da mesma
equação de metodologia da compressão simples, no entanto as simplificações são
diferenciadas.
O modelo mais simples, e adequado para casos onde não há amarração entre
paredes considera que não existe qualquer distribuição de esforços entre paredes que se
cruzam, assim o carregamento de uma determinada parede ‘N’, chegará à estrutura de
apoio apenas pela parede ‘N’.
Quando há efetiva ligação entre paredes, amarração direta como mostra a
figura 5.3, é possível e recomendável considerar que os esforços verticais serão
uniformizados da parede mais carregada para a menos carregada. O modelo mais
simples é de grupo de paredes que considera a uniformização total entre paredes que
têm ligação, sendo adequados para vãos moderado e consequente comprimentos de
parede limitados.
Figura 5-3 - Exemplo de amarração direta. Fonte: http://www.fkct.com.br/bloco_ceramico_alvenaria_estrutural.html, acesso em maio de 2012.
Para determinação da resistência necessária característica do bloco , deve-
se primeiramente determinar qual o valor do prisma característico , conforme a
fórmula de compressão simples:
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
73
Onde:
é coeficiente de ponderação das ações, usualmente igual a 1,4;
é o coeficiente de ponderação das resistências, usualmente igual a 2,0;
é um coeficiente igual a 1,0 para paredes e 0,9 para pilares;
é a força normal característica;
é a resistência característica de compressão simples do prisma;
é a altura efetiva;
é a espessura efetiva do bloco;
é a área bruta da seção transversal.
Como considerações de cálculo teve-se a eficiência , mas com
assentamento com argamassa apenas nas laterais, exemplo mostrado na Figura 5.4, a
uma diminuição de resistência para 82 % do original, daí:
Eficiência resultante é Assentamento
com argamassa apenas nas laterais). Altura efetiva , espessura efetiva do
bloco , e (paredes). Abaixo segue a figura 5-4 com o modelo de
como a argamassa será aplicado no bloco cerâmico. Existem dois métodos de aplicação
de argamassa nos blocos cerâmicos, no primeiro tipo a argamassa é colocada em todos
os septos do tijolo, no segundo método de aplicação a argamassa é colocada apenas nos
septos principais. Isso é feito quando não é necessária uma resistência alta, o caso do
presente trabalho, e ainda há uma economia de argamassa na obra.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
74
Figura 5-4 - Blocos com argamassa apenas nas laterais.
Fonte: PARSEKIAN, GUILHERME ARIS, Alvenaria Estrutural em Blocos Cerâmicos.
Para chegar ao carregamento total da parede, determina a reação de apoio da laje
associada, o peso próprio da parede e outros possíveis carregamentos como: as cargas
do ático de caixa da água, casa de máquinas e barrilete. Todas as lajes, excetuando a
L107, foram consideradas apoiadas nas paredes.
Multiplica-se o valor da reação de apoio da laje pelo trecho para achar o esforço
normal proveniente da laje e, posteriormente soma-se com o peso referente da parede.
Como são dois pavimentos, esse valor é dobrado. Não são subtraídos os pesos das
aberturas, uma vez que mesmo sem descontar a resistência necessária dos blocos
encontrada são menores que a mínima. A carga do telhado é igual numericamente à
carga acidental das ações. O resultado das reações de apoios encontra-se em uma tabela
já apresentada.
Abaixo será apresentado o dimensionamento de uma parede como exemplo
pelos dois métodos, método das paredes isoladas e método do grupo de paredes sem
integração, as demais se encontram em uma planilha que foi elaborada para o
dimensionamento.
A seguir segue a figura 5-5 com a imagem da elevação 01 a ser dimensionada.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
75
Figura 5-5 - Blocos com argamassa apenas nas laterais.
Fonte: Projeto de Modulação.
1) Dimensionamento pelo método das paredes isoladas:
Comprimento da parede, .
Peso específico do bloco cerâmico, .
Trechos: Primeiro com e laje 101, reação ;
Segundo com e laje 102, reação ;
Terceiro com e laje 103, reação .
A determinação esforço normal é determinada por trechos, assim:
Trecho 1:
;
Trecho 2:
;
Trecho 3:
;
Observação: O motivo da aplicação fixa de dois na fórmula é devido ao
carregamento devido a dois pavimentos como mencionado anteriormente.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
76
Para se determinar aplica-se a fórmula da compressão simples, com o
respectivo de cada trecho, sendo que para todos os casos têm-se, onde e
:
Assim, aplicando a equação 01:
Trechos:
O adotado por fim é igual ao maior . Para a determinação da
resistência do bloco necessário aplica-se a eficiência da alvenaria:
Assim o maior valor de necessário para a parede 01 é ,
. O valor encontrado de é menor que o especificado pela
ABNT NBR 15812-1:2010, como a norma determina que a resistência mínima do bloco
cerâmico seja , tem-se o . Todas as demais paredes encontram-se
dimensionadas em planilhas que seguem os mesmos passos acima. A tabela 5-10 e 5-11,
dimensionamento da alvenaria pelo método das paredes isoladas é apresentada a seguir.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
77
Tabela 5-10 - Dimensionamento da alvenaria pelo Método das paredes isoladas.
DIMENSIONAMENTO À COMPRESSÃO SIMPLES: fbk DOS BLOCOS NECESSÁRIO
Identificação Carga distribuída
Parede Trecho
(m) (m)
Laje Alvenaria
ID Reação
(kN/m) (m) (m)
Índice
esbeltez
P01 Único 10,95
4,425 L101 5,40 2,8 0,14 20,00
Não
armada
4,500 L102 5,55 2,8 0,14 20,00
2,025 L103 2,61 2,8 0,14 20,00
P02
A 4,65 4,650 L101 + L104 9,40 2,80 0,14 20,00
B 5,40 3,375 L102 + L105 10,68 2,80 0,14 20,00
2,025 L103 2,61 2,80 0,14 20,00
P03 Único 3,90 3,900 L104+L106 8,64 2,8 0,14 20,00
P04 Único 1,05 1,050 Escada 10,46 2,80 0,14 20,00
P05 A 4,50 4,500 L106+L110 9,37 2,8 0,14 20,00
B 4,20 4,200 L110 4,73 2,8 0,14 20,00
P06 A 1,65 1,650 L110 4,73 2,80 0,14 20,00
B 1,65 1,650 L110 4,73 2,80 0,14 20,00
P07 Único 3,30 3,300 L109 4,26 2,8 0,14 20,00
P08 Único 3,90 3,900 L109 4,98 2,80 0,14 20,00
P09 Único 3,90 3,900 L101 4,63 2,8 0,14 20,00
P10 Único 5,25 3,525 L106 4,25 2,80 0,14 20,00
1,725 L104 2,00 2,80 0,14 20,00
P11 A 2,70 2,700 L109+L110 8,29 2,8 0,14 20,00
B 0,30 0,300 L109+L110 8,29 2,8 0,14 20,00
P12
A 2,40 2,400 L106+L107 8,09 2,80 0,14 20,00
B 0,75 0,750 L106+L107 8,05 2,80 0,14 20,00
C 2,85 2,850 L101+L102 9,26 2,80 0,14 20,00
D 0,30 0,300 L101+L102 9,26 2,80 0,14 20,00
P13 Único 2,55 2,550 L110+L111 7,85 2,8 0,14 20,00
P145 Único 0,60 0,600 L108 7,00 2,80 0,14 20,00
P15 A 2,70 2,700 L102+L103 8,52 2,8 0,14 20,00
B 0,30 0,300 L102+L103 8,52 2,8 0,14 20,00
P165
(Escada)
A 3,60 3,600 L205+L105+escada 19,44 2,80 0,14 20,00
B 0,30 0,300 L205+L105+escada 19,44 2,80 0,14 20,00
P17 Único 3,90 3,900 L111 4,54 2,8 0,14 20,00
P18 Único 3,90 3,900 L103 3,89 2,8 0,14 20,00
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
78
Tabela 5-11 - Dimensionamento da alvenaria pelo Método das paredes isoladas.
DIMENSIONAMENTO À COMPRESSÃO SIMPLES: DO BLOCO NECESSÁRIO
Identificação Carga distribuída Resistência
Parede Área(m²) 1 laje 2 lajes 2 par. Total
(MPa)
(MPa)
Adotada
(kN) (kN) (kN) (kN) (MPa)
P01
0,62 23,90 47,79 45,10 92,89 0,69 1,67 3,0
0,63 24,98 49,95 45,86 95,81 0,70 1,70 3,0
0,28 5,29 10,57 20,64 31,21 0,50 1,23 3,0
P02
0,65 43,71 87,42 47,39 134,81 0,95 2,31 3,0
0,47 36,05 72,09 34,40 106,49 1,03 2,51 3,0
0,28 5,29 10,57 20,64 31,21 0,50 1,23 3,0
P03 0,55 33,70 67,39 39,75 107,14 0,90 2,19 3,0
P04 0,15 10,98 10,98 0,34 0,83 3,0
P05 0,63 42,17 84,33 45,86 130,19 0,94 2,30 3,0
0,59 19,87 39,73 42,81 82,54 0,64 1,57 3,0
P06 0,23 7,80 15,61 16,82 32,43 0,64 1,57 3,0
0,23 7,80 15,61 16,82 32,43 0,64 1,57 3,0
P07 0,46 14,06 28,12 33,63 61,75 0,61 1,49 3,0
P08 0,55 19,42 38,84 39,75 78,59 0,66 1,60 3,0
P09 0,55 18,06 36,11 39,75 75,86 0,64 1,55 3,0
P10 0,49 14,98 29,96 35,93 65,89 0,61 1,49 3,0
0,24 3,45 6,90 17,58 24,48 0,46 1,13 3,0
P11 0,38 22,38 44,77 27,52 72,28 0,87 2,13 3,0
0,04 2,49 4,97 3,06 8,03 0,87 2,13 3,0
P12
0,34 19,42 38,83 24,46 63,29 0,86 2,10 3,0
0,11 6,04 12,08 7,64 19,72 0,86 2,09 3,0
0,40 26,39 52,78 29,05 81,83 0,94 2,29 3,0
0,04 2,78 5,56 3,06 8,61 0,94 2,29 3,0
P13 0,36 20,02 40,04 25,99 66,02 0,85 2,06 3,0
P145 0,08 4,20 6,12 10,32 0,56 1,37 3,0
P15 0,38 23,00 46,01 27,52 73,53 0,89 2,17 3,0
0,04 2,56 5,11 3,06 8,17 0,89 2,17 3,0
P165 (Escada) 0,50 69,98 36,69 106,68 0,97 2,36 3,0
0,04 5,83 3,06 8,89 0,97 2,36 3,0
P17 0,55 17,71 35,41 39,75 75,16 0,63 1,53 3,0
P18 0,55 15,17 30,34 39,75 70,09 0,59 1,43 3,0
2) Dimensionamento pelo método do grupo de paredes sem integração:
Os grupos de paredes são definidos segundo os limites de abertura de portas ou
janelas e extremidades de paredes. Neste modelo as paredes são nomeadas na direção X
e Y, da esquerda para direita e de cima para baixo. A seguir é apresentada a divisão.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
80
O grupo 01 é formado pelas paredes e , o cálculo do para o grupo 01
de paredes é semelhante ao anterior, entretanto o comprimento e as reações de apoio
agora adotados são os das paredes do grupo.
Paredes: com e laje 101, reação ;
com e laje 102, reação ;
Comprimento total é
Peso específico do bloco cerâmico, .
Empregando o mesmo raciocínio utilizado para o modelo de paredes isoladas na
determinação do das paredes.
Parede :
;
Parede :
;
Para a uniformização do carregamento utilizamos a seguinte formula 22,
conforme mostrado abaixo:
Assim:
O próximo passa a ser o calculo do , utilizando a formula um tem-se:
Portanto o necessário deve ser superior a 0,66MPa. A determinação da
resistência do bloco necessário é análogo ao método das paredes isoladas, basta aplicar
a eficiência para seu calculo .
Assim o maior valor de necessário para a parede 01 é ,
. O valor encontrado de é menor que o especificado pela
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
81
ABNT NBR 15812-1:2010, como a norma determina que a resistência mínima do bloco
cerâmico seja , tem-se o . Todas as demais paredes encontram-se
dimensionadas em planilhas que seguem os mesmos passos acima. A tabela 5-12 e 5-13,
dimensionamento da alvenaria pelo método do grupo de paredes sem integração é
apresentada a seguir.
Tabela 5-12 - Dimensionamento pelo Método dos grupos de paredes.
MÉTODO DOS GRUPOS DE PAREDE
Dimensionamento à compressão simples: fbk dos blocos necessário
Grupo Trecho (m) Laje
(kN/m) Área (m²) (m)
Paredes
(kN) Laje
(kN) (kN)
PX1 1,5 5,4 0,210 2,8 7,64 8,10 31,49
PY3 1,35 4,63 0,168 2,8 6,12 5,56 26,26
PX2 2,85 5,5 0,399 2,8 14,52 15,68 60,40
PX3 2,4 4,5 0,336 2,8 12,23 10,80 46,06
PY17 1,2 3,89 0,168 2,8 6,12 4,67 21,57
PX4 4,5 9,4 0,630 2,8 22,93 42,30 130,46
PY2 1,2 4,5 0,168 2,8 6,12 5,40 23,03
PY6 0,6 2 0,084 2,8 3,06 1,20 8,52
PY10 2,55 9,26 0,357 2,8 12,99 23,61 73,22
PX5 5,4 8,52 0,756 2,8 27,52 46,01 147,05
PY13 2,55 4,26 0,357 2,8 12,99 10,86 47,72
PY16 1,2 3,89 0,168 2,8 6,12 4,67 21,57
PX6 3,6 8,64 0,504 2,8 18,35 31,10 98,90
PY5 1,5 4,25 0,210 2,8 7,64 6,38 28,04
PY9 0,67 7,68 0,094 2,8 3,41 5,15 17,12
PX7 4,5 8.52 0,630 2,8 22,93 38,34 122,54
PX11 0,9 3,88 0,126 2,8 4,59 3,49 16,16
PY1 3,6 4,53 0,504 2,8 18,35 16,31 69,31
PY4 0,9 4,25 0,126 2,8 4,59 3,83 16,82
PY8 2,4 9.93 0,336 2,8 12,23 23,83 72,12
PX9 1,5 4,73 0,210 2,8 7,64 7,10 29,48
PX12 0,9 3,88 0,126 2,8 4,59 3,49 16,16
PY7 2,61 7,85 0,365 2,8 13,30 20,49 67,58
PX10 1,65 4,73 0,231 2,8 8,41 7,80 32,43
PY11 0,83 8,71 0,116 2,8 4,23 7,23 22,92
PX8 4,2 7,42 0,588 2,8 21,40 31,16 105,13
PY12 0,83 8,71 0,116 2,8 4,23 7,23 22,92
PY14 3,3 6,31 0,462 2,8 16,82 20,82 75,28
PY15 3,9 5,4 0,546 2,8 19,87 21,06 81,87
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
82
Tabela 5-13 - Dimensionamento pelo Método dos grupos de paredes (continuação).
Carregamento e grupo de paredes
Grupo Paredes (m) Total (kN) Carga (kN/m) (Mpa ) (MPa)
1 X1, Y3 2,85 57,75 20,26 0,66 1,61
2 X2 2,85 60,40 21,19 0,69 1,63
3 X3 2,40 46,06 19,19 0,63 0,87
4 Y17 1,20 21,57 17,98 0,59 1,44
5 X4, Y2, Y6, Y10 8,85 247,60 27,98 0,91 2.22
6 X5, Y13, Y16 9,15 216,34 23,64 0,77 1,88
7 X6, Y5, Y9 5,77 144,06 24,97 0,82 2,00
8 X7, X11, Y1, Y4, Y8 12,30 296,95 24,14 0,79 1,93
9 X9, X12, Y7 5,01 113,22 22,60 0,74 1,80
10 X10, Y11 2,48 55,35 22,32 0,73 1,78
11 X8, Y12, Y14, Y15 12,23 285,20 23,32 0,76 1,85
5.4.3. DIMENSIONAMENTO DE VIGAS
Como em todo projeto, às vezes torna-se necessário que não haja interferência
da estrutura com o arquitetônico, assim utiliza-se de outros meios para que isso não
ocorra. No presente trabalho para que não houvesse a utilização de pilares e viga de
concreto armado foi empregada à alvenaria estrutural como vigas podendo assim vencer
vãos e servirem de apoios para o pavimento superior.
Hipóteses de cálculo para alvenaria armada submetida à flexão simples, no
estado limite último admitindo estádio III:
as tensões são proporcionais às deformações;
as seções permanecem planas após as deformações;
os módulos de deformação são constantes;
há aderência perfeita entre o aço e a alvenaria;
máxima deformação da alvenaria igual a 0,35%;
a alvenaria não resiste à tração, sendo esse esforço resistido apenas pelo aço;
a tensão no aço é limitada a 50% da tensão de escoamento.
Considerações de cálculo:
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
83
O bloco canaleta estará totalmente grauteada, assim ,
como a resistência à compressão do bloco é igual a 70% da resistência do prisma tem-se
.
Considerando a tensão limite no aço correspondente a 50% do escoamento (aço
Ca-50, ), utiliza-se a equação 10.
Formulas desenvolvida através das hipóteses:
a posição da linha neutra entre estádios III e IV é dada por ;
a distâncias entre o centroide de compressão e de tração na seção transversal
;
o momento máximo resistente de cálculo da seção transversal é dado por
;
a resistência à compressão na flexão de cálculo é dado por ;
quando determina-se a profundidade da linha neutra que resiste
aos esforços com armadura simples através de uma equação do segundo grau
com parâmetros a, b e c. Onde , e
;
com a nova posição da linha neutra, determina e finalmente a armadura
necessário sendo o maior valor entre e mostrado na equação 10.
Como exemplo de dimensionamento será calculado a viga 03, as demais vigas
encontram-se dimensionadas em tabelas e seguem o mesmo padrão de
dimensionamento. A figura 5-6 ilustra a viga juntamente com o pilar 01.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
84
Figura 5-6 – Viga 03 a ser
dimensionado.
As características da viga são, vão real , dimensões e
, assim . Carga atuante na viga: .
Cálculo do vão efetivo, e momento fletor solicitante de
cálculo, para viga bi apoiada com carregamento uniformemente distribuído o momento
é dado por , assim:
;
;
.
Determinação do momento máximo resistente de cálculo:
, canaleta totalmente grauteada;
;
;
;
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
85
Como utiliza-se armadura simples. O próximo passo é a
determinação dos parâmetros , , e para o cálculo da armadura simples.
Calculando a posição da linha neutra:
Novo com a posição da linha neutra,
Cálculo da área de aço:
;
Como adota-se , logo .
Segue abaixo o dimensionamento das demais vigas do projeto elaboradas em
planilhas. As vigas foram dimensionadas conforme método apresentado acima.
Viga 01, viga que se encontra entre as lajes 107, 105 e a escada;
Viga 02, viga que se encontra entre as lajes 107 e 110;
Viga 03, viga que se encontra na garagem (apoio da laje 111)
Tabela 5-14 - Propriedades das vigas e resistência necessária.
(m)
(m)
Carga
(kN/m)
(kNm)
(kNm)
(cm)
(cm)
(cm)
(MPa)
(MPa)
(MPa)
(cm)
(cm)
Md(máx) R
(kNm)
V3 2,85 3,24 4,63 6,08 8,51 14 39 35 6 4,8 3,36 22,0 26,2 10,84
V2 2,25 2,64 9,93 8,65 12,11 14 39 35 8 6,4 4,48 22,0 26,2 14,45
V1 3,75 4,14 9,93 8,87 12,42 14 39 35 8 6,4 4,48 22,0 26,2 14,45
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
86
Tabela 5-15 - Cálculo da área para armadura de aço das vigas.
Tipo de
armadura
(cm²)
(cm²)
(cm²)
V3 Armadura
simples 75,26 65,86 8,51 71,75 15,75 18,01 0,27 1,41 0,49 1,41
V2 Armadura
simples 100,35 87,81 12,11 70,34 17,16 17,16 0,28 1,98 0,49 1,98
V1 Armadura
simples 100,35 87,81 12,42 69,76 17,74 17,74 0,28 2,05 0,49 2,05
Armadura:
Viga 1: (2,40cm²);
Viga 2 = Viga 102: (2,40cm²);
Viga 3: (1,41cm²);
Contra vergas e vergas: Será adota armadura mínima (0,49cm²).
Todas as cintas na ultima fiada de cada pavimento também serão armadas com
armadura mínima, assim será utilizado .
5.4.4. DIMENSIONAMENTO DO PILAR
O dimensionamento de pilares com alvenaria cerâmica segue o mesmo padrão
de formulação que paredes submetidas à compressão simples. Os esforços adicionais
devido a excentricidades e efeitos secundários não levam a uma modificação
significativa no dimensionamento. Os blocos apresentam rigidez necessária não sendo a
possível a flambagem para o comprimento do pilar, mesmo que este seja de canto.
Para o dimensionamento do pilar será utilizado à mesma equação utilizada para
o dimensionamento da alvenaria, entretanto neste caso o valor de por se tratar
de pilar, a figura 5-6 acima ilustra o pilara a ser dimensionado, assim:
Como considerações de cálculo será adotado o espalhamento de argamassa em
toda a face superior dos blocos, portanto tem-se , e a
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
87
eficiência como . Ainda a carga será centrada, ou seja, sem
excentricidades.
Para o cálculo da carga atuante no pilar deve-se avaliar os carregamentos que
chegam ate o mesmo. A viga 03 que se apoia no pilar está submetida a uma carga
uniformemente distribuída de , como a viga está biapoiada a carga que
chega ao pilar é dada por:
Aplicando a formula 01:
Isolando na equação encontra-se , portanto a resistência
necessária do bloco é . . O valor encontrado de
é menor que o especificado pela ABNT NBR 15812-1:2010, como a norma
determina que a resistência mínima do bloco cerâmico seja , tem-se o
. No final de todos os dimensionamentos obtém o detalhamento como segue a
seguir.
5.4.5. ELEVAÇÕES
Abaixo são apresentadas as elevações de todas as paredes do projeto da
edificação residencial unifamiliar em alvenaria estrutural com blocos cerâmicos
conforme dimensionamento acima em escala 1:50. O projeto contem a identificação de
cada elevação e encontro de paredes, identificação dos blocos canaletas, enumeração
vertical das fiadas e ferragens na verga, contra-verga e cinta.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
99
5.5. PROJETO DE INSTALAÇÕES
O trabalho em questão foca o projeto de uma edificação de alvenaria estrutural
com uso de blocos cerâmicos, com a determinação da resistência necessária ao esforço
preponderante, no caso a compressão simples. Embora não seja enfatizado o
dimensionamento, detalhamento e concepção do projeto das correntes instalações
(elétrica e hidrosanitárias), diferentes soluções podem ser adotadas. Isso porque não são
permitidas as quebras dos blocos, as quais resultam em efeitos negativos significativos
na segurança, conforto e aceitabilidade da obra.
Cada projeto possui uma particularidade. No projeto de instalações
hidrosanitárias é importante estabelecer uma concentração das instalações próximas a
compartimentos de necessidade (banheiro e cozinha). No projeto de instalações elétricas
devem ser previamente determinados a posição das peças no Projeto Executivo, sendo o
fator condicionante o Projeto Arquitetônico.
5.5.1. PROJETO DE INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS
No projeto de instalações hidráulicas devem-se prever todas as soluções
possíveis que evitem os rasgos ou quebras dos blocos para o embutimento das
instalações. Rasgos nas paredes significam trabalho, desperdício, maior consumo de
material e mão de obra e, principalmente, problemas estruturais devido à diminuição da
seção resistente e minimização da segurança no dimensionamento.
Muitas são as soluções recomendadas para passagem de dutos hidrossanitários.
Paredes nas quais não existam graute podem ser utilizadas para embutimento das
tubulações pelos furos dos blocos. Outra solução interessante é o emprego de paredes
não estruturais próximas a banheiros e cozinhas, com menor espessura, sobre as quais
são instalados os dutos, com posterior enchimento da diferença de espessura.
A melhor alternativa do ponto de vista construtivo e estrutural, é o uso de shafts.
Deve-se estar atento quanto à localização e dimensões. Os mesmos podem ser fechados
com painéis pré-fabricados, parafusados a parede, permitindo a remoção fácil em
necessidade de verificação e manutenção.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
100
Os banheiros e cozinhas devem ser projetados o mais próximos possível, de
forma a agrupar as instalações obtendo maior economia de espaço na arquitetura e
redução do número necessário de shafts.
5.5.2. PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
O projeto elétrico é definido a partir de especificações e fatores condicionantes
contidos no Projeto Arquitetônico. O detalhamento do Projeto Executivo deverá ser
planejado pelo arquiteto, apresentando nas elevações os locais onde serão utilizados
blocos apropriados para as instalações.
Para a passagem de eletrodutos embutidos devem ser utilizados blocos vazados.
Caixas de tomadas e interruptores podem ser previamente instaladas em blocos
cortados, que serão assentados em posições predeterminadas da parede durante a
execução da alvenaria. Outra alternativa é a colocação do bloco cortado com espaço
para a colocação posterior da caixa, que é chumbada no bloco.
Quanto às caixas do quadro de distribuição e de passagem devem ser
previamente definidas e especificadas no Projeto Executivo, em dimensões que evitem
cortes na alvenaria para acomodação consistente. O projetista deve ser informado das
dimensões e posições desses quadros, de forma a detalhar o reforço necessário na
abertura para a manutenção da integridade estrutural.
5.6. RELAÇÃO DE AÇO
Após a conclusão de todos os projetos foi realizado o levantamento de consumo
de aço de toda a estrutura. A seguir é apresentado as tabelas 5-16 a 5-22 onde é
levantado o consumo de aço pelas elevações, lajes e escada. Na tabela 5-23 encontra-se
uma tabela resumo com o consumo de aço em peso.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
101
Tabela 5-16 – Relação de aço Elevações (Primeiro Andar).
RELAÇÃO DE AÇO - PRIMEIRO ANDAR
ELEVAÇÃO AÇO DIÂMETRO NUM. QUANT. COMPRIMENTO
(CM) COMPRIMENTO
TOTAL (CM)
Elev. 01 CA-50 10 mm
N1 2 200 400 N2 2 230 460 N3 1 140 140 N5 1 475 475
N12 1 685 685
Elev. 02 CA-50 10 mm N3 1 140 140
N10 1 235 235 N14 1 910 910
Elev. 03 CA-50 10 mm N5 1 475 475
N15 1 925 925 Elev. 04 CA-50 10 mm N16 1 160 160
Elev. 05 CA-50 10 mm
N9 1 460 460 N16 1 160 160 N17 1 370 370 N18 1 305 305 N19 1 190 190
Elev. 06 CA-50 10 mm N20 1 505 505 N21 1 215 215
Elev. 07 CA-50 10 mm N1 1 200 200 N2 1 230 230 N8 1 340 340
Pilar CA-50 10 mm N17 1 370 370 N22 2 320 640
Elev. 08 CA-50 10 mm N6 1 430 430
Elev. 09 CA-50 10 mm N1 1 200 200 N2 1 230 230 N6 1 430 430
Elev. 10 CA-50 10 mm
N1 1 200 200 N2 1 230 230 N3 1 140 140
N17 1 370 370 N19 1 190 190 N29 1 100 100
Elev. 11 CA-50 10 mm N7 1 415 415
N23 1 170 170
Elev. 12 CA-50 10 mm
N4 1 155 155 N7 1 415 415
N19 1 190 190 N24 1 395 395 N25 1 365 365
Elev. 13 CA-50 10 mm N1 1 200 200 N2 1 230 230
N26 1 280 280
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Tabela 5-17 – Relação de aço Elevações (Primeiro Andar – continuação).
RELAÇÃO DE AÇO - PRIMEIRO ANDAR
ELEVAÇÃO AÇO DIÂMETRO NUM. QUANT. COMPRIMENTO
(CM) COMPRIMENTO
TOTAL (CM)
Elev. 14 CA-50 10 mm N27 1 70 70
Elev. 15 CA-50 10 mm N4 1 155 155
N7 1 415 415
Elev. 16 CA-50 10 mm
N1 1 200 200
N21 1 215 215
N28 1 550 550 Elev. 17 CA-50 10 mm N6 1 430 430 Elev. 18 CA-50 10 mm N6 1 430 430
TOTAL 29050
Tabela 5-18 – Relação de aço Elevações (Segundo Andar).
RELAÇÃO DE AÇO - SEGUNDO ANDAR
ELEVAÇÃO AÇO DIÂMETRO NUM. QUANT. COMPRIMENTO
(CM) COMPRIMENTO
TOTAL (CM)
Elev. 101 CA-50 10 mm
N1 2 200 400 N2 2 230 460 N5 1 475 475
N12 1 685 685
Elev. 102 CA-50 10 mm
N10 1 235 235 N13 1 850 850 N19 1 190 190 N29 1 100 100
Elev. 103 CA-50 10 mm N3 1 140 140 N6 1 430 430
Elev. 105 CA-50 10 mm
N4 1 155 155 N8 1 340 340
N16 1 160 160 N19 1 190 190 N30 1 490 490 N31 1 290 290
Elev. 106 CA-50 10 mm N1 1 200 200 N2 1 230
N30 1 490 490
Elev. 107 CA-50 10 mm N1 1 200 200 N2 1 230 230 N8 1 340 340
Elev. 108 CA-50 10 mm N6 1 430 430
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Tabela 5-19 – Relação de aço Elevações (Segundo andar – continuação).
RELAÇÃO DE AÇO - SEGUNDO ANDAR
ELEVAÇÃO AÇO DIÂMETRO NUM. QUANT. COMPRIMENTO
(CM) COMPRIMENTO
TOTAL (CM)
Elev. 109 CA-50 10 mm N1 1 200 200
N2 1 230 230
N6 1 430 430
Elev. 110 CA-50 10 mm
N1 1 200 200 N2 1 230 230
N3 1 140 140 N29 1 100 100
N32 1 535 535
Elev. 111 CA-50 10 mm N4 1 155 155
N6 1 430 430
Elev. 112 CA-50 10 mm
N7 1 415 415
N11 1 220 220
N17 1 370 370
N19 1 190 190
Elev. 113 CA-50 10 mm N4 1 155 155
N31 1 290 290
Elev. 115 CA-50 10 mm N4 1 155 155
N7 1 415 415 Elev. 116 CA-50 10 mm N28 1 550 550 Elev. 117 CA-50 10 mm N6 1 430 430 Elev. 118 CA-50 10 mm N6 1 430 430
TOTAL 25430
Tabela 5-20 – Relação de aço Elevações (Terceiro Andar).
RELAÇÃO DE AÇO - TERCEIRO ANDAR
ELEVAÇÃO AÇO DIÂMETRO NUM. QUANT. COMPRIMENTO
(CM) COMPRIMENTO
TOTAL (CM)
Elev. 202 CA-50 10 mm N6 1 430 430 Elev. 203 CA-50 10 mm N6 1 430 430 Elev. 210 CA-50 10 mm N11 1 220 220 Elev. 212 CA-50 10 mm N11 1 220 220
TOTAL 1300
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
104
Tabela 5-21 – Relação de aço Lajes (Primeiro Andar).
RELAÇÃO DE AÇO - LAJES E ESCADA
LAJE AÇO DIÂMETRO NUM. QUANT. COMPRIMENTO
(CM) COMPRIMENTO
TOTAL (CM)
Laje 101 CA-50 6.3 N1 22 375 8250 8.0 N3 29 435 12615
Laje 102 CA-50 8.0 N1 22 375 8250 6.3 N6 30 450 13500
Laje 103 CA-50 6.3 N1 24 375 9000 8.0 N5 19 195 3705
Laje 104 CA-50 6.3 N1 20 375 7500 8.0 N4 9 165 1485
Laje 105 CA-50 6.3 N2 20 510 10200 8.0 N4 25 165 4125
Laje 106 CA-50 6.3 N1 23 375 8625 8.0 N7 19 345 6555
Laje 107 CA-50 6.3 N7 20 345 6900 8.0 N8 16 252 4032
Laje 108 CA-50 8.0 N9 6 55 330
Laje 109 CA-50 6.3 N1 39 375 14625 8.0 N10 19 315 5985
Laje 110 CA-50 8.0 N11 23 270 6210 6.3 N12 23 465 10695
Laje 111 CA-50 6.3 N1 29 375 10875 8.0 N13 22 300 6600
Lajes Primeiro Andar
Sub- Total (6.3mm) 100170
Sub- Total (8.0mm) 59892
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
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Tabela 5-22 – Relação de aço na Laje (Segundo e Terceiro Andar) e escada.
RELAÇÃO DE AÇO - LAJES E ESCADA
LAJE AÇO DIÂMETRO NUM. QUANT. COMPRIMENTO
(CM) COMPRIMENTO
TOTAL (CM)
Laje 201 CA-50 6.3 N1 22 375 8250
8.0 N3 30 435 13050
Laje 202 CA-50 8.0 N1 22 375 8250
6.3 N6 30 450 13500
Laje 203 CA-50 6.3 N1 24 375 9000
8.0 N5 19 195 3705
Laje 204 CA-50 6.3 N1 20 375 7500
8.0 N4 19 165 3135
Laje 205 CA-50 6.3 N2 25 510 12750
8.0 N2 25 165 4125
Laje 206 CA-50 6.3 N1 26 375 9750
8.0 N7 19 345 6555
Laje 207 CA-50 6.3 N1 39 375 14625
8.0 N10 19 315 5985
208 CA-50 8.0 N11 23 270 6210
6.3 N12 23 465 10695
Lajes Segundo Andar
Sub - Total (6.3mm)
75375
Sub - Total (8.0mm)
51015
Laje 301 CA-50 6.3 N1 8 375 3000
8.0 N4 18 165 2970
Lajes Terceiro Andar
Sub - Total (6.3mm)
3000
Sub - Total (8.0mm)
2970
Escada CA-50
8.0 N14 18 402 7236
6.3 N15 54 119 6426
8.0 N16 18 114 2052
Escada
Sub - Total (6.3mm)
6426
Sub - Total (8.0mm)
9288
TOTAL
Total (6.3mm) 184971
Total (8.0mm) 123165
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
106
Tabela 5-23 – Quadro resumo de consumo de aço na obra.
QUADRO RESUMO DO AÇO
LOCAL AÇO DIÂMETRO (mm) COMPRIMENTO TOTAL (m) PESO + 10% (kg)
Elevações CA-50 10.0 318,4 85,8
Estrutura CA-50 6.3 1849,71 803,7
8.0 1231,65 835,9
PESO TOTAL 1725,4
Diâmetro Nominal (mm) Massa Nominal (kg/m) 6.3 0,245 8.0 0,395 10.0 0,617 * Fonte site do grupo Gerdal (www.gerdal.com.br)
5.7. TELHADO CERÂMICO
A cobertura é um subsistema de edifício dividido em lajes de concreto
impermeabilizadas e coberturas em telhado. Neste trabalho foi adotado cobertura em
telhado, pois disponibiliza vantagens relativas ao peso, melhor estanqueidade, maior
durabilidade, menor participação estrutural e, principalmente por se tratar de uma
residência de bloco cerâmico dispõe de um excelente caráter estético e arquitetônico.
Em relação ao peso materiais de revestimento utilizados são mais leves (telhas) e
os vãos vencidos por treliças, resultando em estruturas leves. A estanqueidade é
garantida pelo detalhe de justaposição das telhas e com inclinação fundamental de
forma a garantir uma velocidade de escoamento das águas que evite a penetração pelas
juntas quando o material não é suficientemente impermeável.
As coberturas em telhados apenas se apoiam sobre o suporte, não tendo
participação estrutural significativa no conjunto de edificação. Assim no
dimensionamento do bloco cerâmico foi adotada carga do telhado equivalente a carga
acidental (1,5 kN/m² a 2 kN/m²) para simplificação de cálculo. Ângulo de inclinação de
(30 %) com seu pendural maior de 1,54m.
As telhas adotadas são do tipo cerâmico, de uso mais comum em construções
residenciais unifamiliares. No local não existe problemas quanto à estanqueidade e
desempenho térmico que venham a tornar inviável o seu uso.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
107
6. CONCLUSÃO
O emprego de blocos cerâmicos em alvenaria estrutural na construção civil deve
ser analisado de forma a obter uma racionalização de economia e viabilização quanto ao
tipo de edificação. No presente trabalho o bloco de resistência mínima de 3 MPa é com
folga suficiente em relação a compressão simples, que é o esforço predominante para
pequenas edificações. Assim não existe um aproveitamento significativo da resistência
última do bloco.
Para o caso de grandes edificações o aproveitamento da resistência é maior, no
entanto devem ser levados em conta o cisalhamento e a flexão, sendo necessária uma
avaliação mais rigorosa no intuito de garantir rigidez à estrutura.
Os blocos cerâmicos juntamente com as lajes, geralmente não conferem rigidez
para grandes edificações. Assim, mesmo com a economia no uso de blocos cerâmicos, o
uso de elementos estruturais de concreto armado pode ser inviável, pois a tensão de
escoamento do aço é limitada a 50% levando a uso demasiado de aço. Para pequenas
edificações a economia é uma certeza, pois, em geral a estabilidade global é satisfeita.
Desde a concepção do projeto até o canteiro de obras é importante que haja
integração entre o arquiteto e engenheiro, pois o projeto estrutural deve acompanhar o
elétrico, hidráulico e sanitário. Assim as decisões tomadas são empregadas em toda a
concepção estrutural e processo construtivo.
A escolha da família dos blocos define o padrão das dimensões arquitetônicas de
forma a obter um ajuste perfeito dos blocos na planta. É importante a escolha correta da
família dos blocos para um menor uso de blocos especiais, o que torna mais simples a
modulação, e menos susceptível a erros de construção no canteiro de obras. Foi
utilizada a modulação 15x30 cm, permitindo dimensão horizontal de janelas múltiplas
de 15 cm e dimensões verticais múltiplas de 20 cm, o que conduz a uma melhor
compatibilização das fiadas.
O grande problema no ramo de blocos cerâmicos é quanto à produção. Na
maioria das empresas o sistema ainda é artesanal, baseado em um processo
convencional de produção. Não se adéquam as normas técnicas e recomendações do
atual Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat. Assim muitas
regiões produzem blocos de baixa qualidade no que se refere às características
geométricas e higrotérmicas.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
108
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] - PARSEKIAN, GUILHERME ARIS E MÁRCIA MELO SOARES, Alvenaria
estrutural em blocos Cerâmicos, projeto, execução e controle, São Paulo, Editora O
Nome da Rosa, 1ª Edição, 2010.
[2] - TAUIL, CARLOS ALBERTO; FLÁVIO JOSÉ MARTINS NESE, Alvenaria
Estrutural, São Paulo, Editora PINI, 1a edição, 2010.
[3] – CLÍMACO, JOÃO CARLOS TEATINI DE SOUZA, Estruturas de Concreto
Armado: fundamentos de projeto, dimensionamento e verificação, Brasília, Editora
Universidade de Brasília: Finatec, 2008, 2a edição, 2008.
[4] - LIBÂNIO M. PINHEIRO; CASSIANE D. MUZARDO; SANDRO P. SANTOS,
Estruturas de Concreto Armado, Notas de aula. Escola de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo, SP, 2007.
[5] – TEIXEIRA, ALBERTO HENRRIQUE; GODOY, NELSON SILVEIRA,
Fundações, Teoria e Prática, São Paulo, Editora PINI, 1998, 2 a
edição, 1998.
[6] – FRANCO, L. S.; Racionalização Construtiva, Inovação Tecnológica e
Pesquisa, São Paulo, Curso de Formação em Mutirão Escola Politécnica da USP,
Alvenaria Estrutural, 1996.
[7] – BRICKA; Alvenaria Estrutural – Manual de Tecnologia, Pinhais, Editora
Bricka, 2008.
[8] – SANT’ANNA, RITA DE CÁSSIA ALVARENGA, Alvenaria Estrutural,
Viçosa, Notas de Aula CIV-356 Sistemas Estruturais I - UFV, 2011.
[9] - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15812-1 e NBR
15812-2 Projeto e Execução de Alvenaria Estrutural de Blocos Cerâmicos. Rio de
Janeiro: ABNT 2010.
[10] - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto
de estruturas de concreto - Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.
CIV 400 – TRABALHO FINAL DE CURSO
109
[11] - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6120: Cargas
para o cálculo de Estruturas de Edificações. Rio de Janeiro: ABNT, 1980.
[12] - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5626:
Instalação Predial de Água Fria. Rio de Janeiro: ABNT, 1996.
[13] - GUERDAL. <http://www.guerdal/au405/AU405_2007/acos.pdf> O aço
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[14] - FKCT, disponível em:
<http://www.fkct.com.br/bloco_ceramico_alvenaria_estrutural.html>, Blocos
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[15] - ARQUITECTANDO UFPB, disponível em:
<http://arquitectandoufpb.blogspot.com.br/2012/06/fase-da-obra-fundacoes.html>,
Fases da Obra, acesso maio de 2012.