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ADRIANA LANGER BESSA SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO ADMINISTRAÇÃO BACHARELADO TRABALHO INDIVIDUAL Pesquisa Bibliográfica

TRABALHO INDIVIDUAL Pesquisa Bibliográfica

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Trabalho Interdisciplinar Individual apresentado ao Curso de Administração Bacharelado à Universidade Norte do Paraná – UNOPAR VIRTUAL, para as disciplinas do 7º Semestre.

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Cruz Alta2014

ADRIANA LANGER BESSA

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADOADMINISTRAÇÃO BACHARELADO

TRABALHO INDIVIDUALPesquisa Bibliográfica

Cruz Alta2014

TRABALHO INDIVIDUALPesquisa Bibliográfica

Trabalho Interdisciplinar Individual apresentado ao Curso de Administração Bacharelado à Universidade Norte do Paraná – UNOPAR VIRTUAL, para as disciplinas do 7º Semestre.

Professores: Alfredo Ribeiro de Almeida, Luiz Antônio Gabriel, Luis Cláudio Perini e Marco Ikuro Hisatomi

ADRIANA LANGER BESSA

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................3

2 DESENVOLVIMENTO..............................................................................................4

2.1 GESTÃO DE PROJETOS......................................................................................4

2.1.1 Fase de Planejamento do Projeto.....................................................................72.1.2 Fase de Execução do Projeto...........................................................................82.1.3 Fase de Controle do Projeto.............................................................................82.1.4 Fase de Finalização do Projeto.........................................................................8

2.2 ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO E LOGÍSTICA..............................................9

2.2.1 Gestão por Competência ................................................................................... 9

2.2.2 Competências individuais ................................................................................ 10

2.2.3 Competências Organizacionais ....................................................................... 11

2.2.4 Administração da Produção, Conceitos e Viabilidades.................................... 14

2.2.4.1 Projeto do produto ...................................................................................... 16

2.2.5 Aplicabilidade da Logística............................................................................... 20

2.2.5.1 Processos com ênfase administrativa......................................................... 20

2.3 EMPREENDEDORISMO E PLANO DE NEGÓCIOS..........................................24

2.3.1 Empreendedor, Administrador e Intraempreendedor...................................... 24

2.3.2 Análise de Mercado e Plano de Marketing....................................................... 25

2.3.3 Estudo de Mercado....................................................................................... 28

3 CONCLUSÃO.........................................................................................................30

REFERÊNCIAS.........................................................................................................31

1 INTRODUÇÃO

A configuração atual do mercado está centrada no dinamismo, na

tecnologia, na informação e na alta competitividade. As organizações procuram se

adaptar a essas demandas aprimorando processos de gestão e buscando maiores

resultados. Como fonte discussão foi usado case da Seleto que passou por

mudanças de marketing e sofreu com o processo decisório.

Por meio dos talentos humanos que uma organização se desenvolve

e oferece aos seus clientes e à sociedade produtos e serviços de qualidade. Nesse

sentido esse trabalho aborda a gestão de competências, pessoais e organizacionais.

Em outra abordagem vamos conhecer a Gestão de Projetos e todas

as suas fases e singularidades, sempre alinhada em buscar as melhores práticas

trazendo crescimento para a organização e por consequência, aos seus

colaboradores e a sociedade como um todo.

Em outro foco, poderemos conhecer um pouco mais sobre os

processos de logística e a administração da produção (produtos e serviços). Aliado a

esses assuntos trataremos de empreendedorismo, criatividade e inovação.

Na parte final deste trabalho será explorado o estudo de mercado,

focando especificamente a cidade de Salto do Jacuí/RS com suas carências e

oportunidades.

3

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 GESTÃO DE PROJETOS

De acordo com Kerzner (2006), os conceitos de gestão de projetos

têm aproximadamente 40 anos. Desde 1983, o PMI publica o Guia do Conjunto de

Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos, ou Project Management Body of

Knowledge – PMBOK. Essa publicação traz os principais conceitos e práticas sobre

gerenciamento de projetos e está atualmente em sua quarta edição (PMI BRASIL,

2011).

Para Maximiano (2007, p. 26) projeto é um:

[...] empreendimento temporário ou uma sequência de atividades com começo, meio e fim programados, que tem por objetivo fornecer um produto singular, dentro de restrições orçamentárias.

Desse conceito, podemos extrair uma característica fundamental

que define um projeto: trata-se da temporalidade. Quando o autor fala em “[...]

empreendimento temporário ou uma sequência de atividades com começo, meio e

fim programados [...]”, significa que todo projeto tem uma data para iniciar e uma

data para acabar. Ou seja, todo projeto é temporário.

Outra característica evidenciada no conceito trazido por Maximiano

(2007, p. 26) é a da singularidade, ou unicidade. Quando o autor diz que um projeto

“[...] tem por objetivo fornecer um produto singular [...]”, ele se remete ao fato de que

todo projeto é único, exclusivo.

Segundo Schlickmann (2011), a temporalidade e a singularidade

podem ser entendidas como as duas principais características de um projeto:

4

Quadro 1: Conceitos de Projeto

Quadro 1: Conceitos de ProjetoFonte: Schlickmann (2011)

Além da temporalidade e da singularidade, é possível destacar outras características

inerentes a um projeto:

Incerteza: é uma escala que varia de acordo com o conhecimento

sobre o resultado final do projeto e a forma de alcançá-lo (MAXIMIANO, 2007).

Quanto menos se sabe sobre o resultado final de um projeto, mais incerto ele é e

vice-versa. Assim, todo projeto lida com um grau de incerteza, seja ele de menor ou

de maior grau.

Complexidade: também pode ser entendida como uma escala e que

varia conforme o número de variáveis a serem administradas (MAXIMIANO, 2007).

Quanto mais variáveis ambientais externas e internas ao projeto maior será ser a

sua complexidade.

Não repetitivo: significa dizer que não faz parte da rotina de uma

organização, ou seja, é algo novo para as pessoas que o irão realizar (VARGAS,

2009).

Objetivo claro e definido: todo projeto tem metas e resultados bem

5

estabelecidos a serem atingidos em sua finalização (VARGAS, 2009). Essa

característica possibilita que se conheça o que se pretende com o projeto.

De acordo com Schlickmann (2011), além dessas características,

para ser bem-sucedido, um projeto normalmente é limitado por três fatores: escopo,

custo e prazo. O escopo determina o produto a ser fornecido ao final do projeto; o

custo representa a quantia que será despendida pelo projeto para fornecer o produto

final; e o prazo estabelece quando o produto final do projeto será fornecido.

Maximiano (2007) refere-se a esses fatores como variáveis críticas

de desempenho de um projeto, ou seja, o desempenho de um projeto pode ser

medido pelo atendimento a essas variáveis.

Em outras palavras, um projeto que é entregue conforme as

especificações do escopo e dentro dos limites de tempo e custo tem maior

probabilidade de sucesso.

PMI (2004, p. 8) define gerenciamento de projetos como a “[...]

aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas de atividades do

projeto a fim de atender aos seus requisitos”. Outro conceito interessante é o de

Kerzner (2006, p. 15), que conceitua o gerenciamento de projetos como “[...] o

planejamento, a programação e o controle de uma série de tarefas integradas de

forma a atingir seus objetivos com êxito, para benefício dos participantes do projeto”.

Os dois conceitos apresentados mencionam “atividades do projeto”

ou “tarefas integradas”, significando, portanto, que um projeto envolve várias

atividades que precisam ser gerenciadas para o atingimento de seus objetivos.

Dependendo da complexidade de um projeto e das atividades inerentes a ele, é

necessário, muitas vezes, que ele seja subdividido para tornar mais fácil seu

gerenciamento e controle.

Nesse sentido, Maximiano (2007) sugere os conceitos de programa,

subprojeto e sistema, os quais refletem a hierarquia no tamanho dos projetos.

Assim, programa é um grupo de projetos gerenciados e coordenados de forma

integrada. Subprojeto é uma parte de um projeto de grande porte que, muitas vezes,

pode ser até terceirizada. E sistema é uma atividade menor realizada por um

subprojeto ou, simplesmente, é uma parte do subprojeto.

A definição de parâmetros para se decidir por trabalhar ou não com

a abordagem de projetos deve ser considerada pela organização. De acordo com

Maximiano (2007), a opção por caracterizar e administrar uma atividade como

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projeto depende da definição de critérios.

Para Cleland (apud VARGAS, 2009), existem critérios que podemos

aplicar no momento de considerar o uso dos conceitos de gerenciamento de

projetos, os quais apresentamos no Quadro 2:

Quadro 2: Critérios para Aplicação dos Conceitos de Gerenciamento ProjetosFonte:

2.1.1 Fase de Planejamento do Projeto

Ao decidir pela utilização da abordagem de gerenciamento de

projetos, o próximo passo é planejar o projeto. Ou seja, detalhar tudo o que será

realizado pelo projeto e que foi descrito na etapa de iniciação. As atividades dessa

fase incluem a elaboração de cronogramas, a verificação das interdependências

entre as atividades, a alocação dos recursos envolvidos (materiais, humanos e

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financeiros), a análise dos custos, as formas de comunicação, a análise de riscos, a

necessidade de aquisição de materiais e de contratação de serviços, a definição dos

requisitos de qualidade do produto final do projeto, entre outras.

2.1.2 Fase de Execução do Projeto

Após a elaboração do planejamento do projeto é possível proceder à

sua execução, ou seja, implementar aquilo que foi planejado para atingir o objetivo

do projeto. Nessa etapa são integrados pessoas e recursos para a realização

daquilo que foi planejado para o projeto (PMI, 2004). Vargas (2009) destaca que é

nessa fase que os erros cometidos nas fases anteriores – como um cronograma mal

elaborado – são evidenciados. Um exemplo bem concreto disso é verificado quando,

durante a execução de um projeto, constata-se que é necessário mais tempo ou

mais recursos do que o previsto para finalizar uma determinada atividade.

2.1.3 Fase de Controle do Projeto

A fase de controle do projeto é aquela que ocorre paralelamente às

demais fases e tem como objetivo acompanhar e controlar o projeto a fim de propor

ações preventivas e corretivas tão logo seja detectada alguma anormalidade

(VARGAS, 2009). Uma função fundamental da etapa de controle é comparar o

status atual do projeto com aquele proposto na etapa de planejamento para verificar

a necessidade de eventuais ações preventivas e corretivas em caso de

discrepâncias.

De acordo com Gido e Clements (2007, p. 81),

[...] o processo de controle de projeto envolve a coleta regular de dados sobre o desempenho do projeto, a comparação do desempenho real com o planejado e a aplicação de ações corretivas se o desempenho está abaixo do planejado.

2.1.4 Fase de Finalização do Projeto

A fase de finalização é aquela que formaliza o encerramento do

projeto com a entrega do produto final do projeto. Gido e Clements (2007) afirmam

que uma das atividades que precisam ser conduzidas nesta etapa é a avaliação do

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desempenho do projeto, que deve servir como aprendizagem no sentido de

identificar o que poderia ser melhorado se um projeto semelhante fosse conduzido

no futuro. Vargas (2009) ressalta que uma forma de avaliar a execução do projeto é

realizar auditorias interna e externa (terceiros) de todas as atividades realizadas.

Sobreposição das Fases de um Projeto é válido destacar que,

embora as fases de um projeto sejam sequenciais, uma fase não precisa

necessariamente estar encerrada para que outra se inicie. Por exemplo, a fase de

planejamento somente inicia após a fase de iniciação ter começado, mas a fase de

planejamento pode iniciar ainda durante a fase de iniciação. A isso chamamos de

sobreposição das fases de um projeto. Essa sobreposição é bastante comum nas

fases de planejamento, execução e controle.

2.2 ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO E LOGÍSTICA

2.2.1 Gestão por Competência

A evolução das organizações, sobretudo, com o aprimoramento das

teorias administrativas é que cada tipo de organização possui um alinhamento

estratégico que deve estar coerente com as suas particularidades e as do mercado

em que atua. Isso é o que dá subsídios suficientes para a construção de seu modelo

de gestão. O fundamental é considerar a organização como um todo formado por

sistemas interdependentes e interagentes cujas pessoas são os executores de

mudanças.

A efetividade da gestão está diretamente relacionada ao modelo de

gestão adotado e à coerência na condução dos processos considerando

os resultados esperados. É nesse contexto que entra a Gestão por Competências,

pois é um modelo de gestão que, entre suas características, apresenta a

personalização como ponto forte e que ultrapassa os limites da Gestão de Pessoas,

no intuito de alinhar todos os processos de Recursos Humanos.

2.2.2 Competências Individuais

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Como o próprio nome sugere, as competências individuais são

aquelas que se manifestam no indivíduo, independentemente da equipe.

Se compreendemos competência como o composto das competências

comportamentais (atitude) e das competências técnicas (conhecimentos e

habilidades), é possível perceber que as competências estão centradas no indivíduo

e podem se manifestar no coletivo.

As competências individuais estão ligadas à forma de interagir

da pessoa, tais como: os conhecimentos, as habilidades individuais e as

características pessoais como base para o exercício da função do colaborador na

empresa. Envolvem fatores comportamentais, exclusivamente, constituindo-se em

uma importante referência para a generalização de ferramentas de avaliação de

desempenho.

No contexto das competências técnicas e comportamentais,

percebemos que a competência individual está focada nas competências

comportamentais, uma vez que a competência técnica é pré-requisito para ocupar

determinada função. Sendo assim, a competência técnica individual é medida antes

de o colaborador ocupar determinado cargo. O que determina seu diferencial e

qual deve ser o seu foco compreende as competências comportamentais.

Entretanto cabe destacar que, para cada processo, há um conjunto

próprio de competências. Algumas podem ser comuns a mais de um processo, mas

é o conjunto delas que determinará o perfil ideal do executor do processo.

A competência individual pode ser observada nas pessoas por meio

de seus desdobramentos, que são: o conhecimento do indivíduo; sua capacidade

intelectual, emocional e física; as habilidades que ele possui e as tarefas que é

capaz de desempenhar; os resultados esperados dele e sua capacidade de alcançar

um grau de motivação para demonstrar tais características.

As competências individuais têm alguns desdobramentos:

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Figura 2: Desdobramentos da competência individualFonte: Platt (2013)

Essa combinação de desdobramentos pode ser analisada sob dois

enfoques:

Os conhecimentos técnicos e científicos específicos da profissão, adaptados

de acordo com a realidade da organização, de seus produtos, processos,

tecnologias, mercado, modelo e instrumentos de gestão; ou

os conhecimentos dos mecanismos de interação humana no

trabalho, teorias de liderança, de motivação, de criatividade e de trabalho em

equipe.

A primeira opção é mais específica e serve apenas para aquela

organização em particular, enquanto a outra é mais genérica, e serve para

uma maior gama de possibilidades.

2.2.3 Competências Organizacionais

As competências organizacionais são aquelas referentes à visão

que os gestores detêm sobre o mercado e as tendências que impactam o negócio

em que atuam, resultando em melhorias que agregam valor ao cliente final.

Como desdobramento dessas competências, temos as competências técnicas, que

são as que fazem parte da atividade operacional de um negócio, como produção,

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vendas, RH etc; e todos os aspectos práticos do dia a dia que envolvem

metodologias, procedimentos adotados e controles sobre os resultados.

De certa forma, as competências organizacionais e as individuais

são interdependentes e complementares. A diferença delas reside no foco:

enquanto as competências individuais têm foco comportamental, as competências

organizacionais têm foco nos processos.

As competências de uma organização são mutáveis e indicam

rumos e parâmetros de avaliação dos resultados e das ações da empresa, em

determinada circunstância.

Nesse caso, vemos que competência tem relação com

competitividade. As competências de uma organização vão acompanhar as

exigências do mercado e da sociedade em que ela está inserida, para atendê-los da

melhor maneira e gerar o que Porter chama de vantagem competitiva.

Para ele, a escolha da estratégia competitiva é baseada em duas questões

centrais: a atratividade das indústrias em termos de rentabilidade a longo

prazo e os fatores que determinam essa atratividade; e os determinantes

de posição competitiva relativa dentro de uma indústria.

Entretanto, nenhuma dessas questões é suficiente por si só para

orientar a escolha da estratégia competitiva. As indústrias tornam-se mais ou menos

atrativas no decorrer do tempo, e a posição competitiva reflete uma batalha

interminável entre concorrentes.

Para Porter (1992), a vantagem competitiva surge

fundamentalmente do valor que uma empresa consegue criar para seus

compradores e que ultrapassa o custo de fabricação da empresa. O valor é aquilo

que os compradores estão dispostos a pagar, e o valor superior provém da oferta

de preços mais baixos que os da concorrência por benefícios equivalentes

ou do fornecimento de benefícios singulares que compensam um preço

mais alto.

As empresas precisam encontrar uma posição no seu setor que

lhes permita se defenderem ou influenciarem a seu favor as cinco forças

competitivas, a saber: ameaças de novos entrantes, poder de barganha dos

clientes, ameaça de produtos ou serviços substitutos, poder de barganha dos

fornecedores e o setor competindo por uma posição entre os concorrentes.

As competências organizacionais influenciam principalmente na

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rivalidade entre concorrentes existentes, a quinta força, que toma forma de uma

corrida pela posição. Essa rivalidade está ligada a diversos fatores, que tanto a

fortalecem quanto reduzem sua intensidade. São analisados todos os concorrentes,

suas forças, fraquezas, os produtos disponíveis no mercado, seus diferenciais e todo

o conjunto de ações elaboradas para manter-se no mercado e conquistar mais

clientes e suas competências essenciais.

Conhecimento é o resultado de uma atitude, perspectiva ou

intenção específica; ao contrário da informação, está relacionado à ação, é

específico ao contexto e relacional. Ao mesmo tempo, o conhecimento passou a ser

uma ameaça e uma oportunidade para as empresas, pois surge das interações que

as pessoas promovem.

Portanto, o conhecimento pode ser uma oportunidade para as

organizações valorizarem as pessoas que a compõem, apreciar suas ideias e aplicá-

las. Mas também pode ser considerado uma ameaça, ao passo que as pessoas

levam consigo o seu conhecimento; e se a organização não se preocupar em

apreender tal conhecimento para mantê-lo na organização, corre o sério risco de ser

prejudicada.

Já as habilidades (competências relacionadas ao “saber fazer”),

podemos conceituá-las como sendo o conhecimento profundo teórico e prático que

uma pessoa possui. Podem ser divididas em Técnicas, Humanas e Conceituais:

Habilidade Técnica: é a capacidade de usar os instrumentos, adotar os

processos ou aplicar as técnicas de um campo de especialização. O

administrador precisa de habilidade técnica suficiente para cuidar da

mecânica do trabalho pelo qual é responsável.

Habilidade Humana: é a capacidade de trabalhar com outras pessoas.

O administrador precisa dessa habilidade para poder participar

eficazmente dos grupos e liderá-los.

Habilidade Conceitual: é a capacidade mental de coordenar e

integrar todos os interesses e atividades da organização. Requer a

capacidade de ver a organização como um todo e de compreender

como suas partes dependem umas das outras.

A Gestão por Competências pode ser visualizada como um sistema

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de gestão que direciona o recrutamento, seleção, treinamento, dentre outros, para

capacitação e desenvolvimento de competências necessárias para atingir os

objetivos de uma empresa. Os objetivos da Gestão por Competências são:

Entender, organizar e disseminar os conhecimentos ligados ao

negócio e às estratégias da empresa, buscando construir uma

organização de alta performance.

Monitorar a efetividade da disseminação do conhecimento para que

a organização alcance o ponto ótimo da relação: formação de

profissionais versus valor agregado e objetivo alcançado.

Formar uma base de dados confiável de cada empregado, tornando-

a disponível para a organização.

Servir como fonte de informação para as necessidades de T&D,

plano de sucessão, seleção interna e externa e remuneração.

De maneira geral, Semler (2002) ressalta que para criar a

necessidade de mudança é preciso que os dirigentes despertem a atenção daqueles

que desejam mudar. Para fazer com que as pessoas mudem é preciso convencê-las

de que precisam mudar. Esses são alguns dos ingredientes mais importantes no

processo de mudança nas organizações.

Fleury (2002) destaca que certos processos de mudanças muito

radicais (como, por exemplo, processos de reengenharia conduzidos de forma

bastante traumática em algumas empresas) podem gerar medo da instabilidade, da

insegurança e o desejo de não mais mudar. Já no processo gradual, as pessoas se

predispõem mais facilmente a procurar novas alternativas, soluções, a incorporar

uma dinâmica de aprendizagem permanente, na vida organizacional.

2.2.4 Administração da Produção, Conceitos e Viabilidades

A Administração da Produção é responsável pelo estudo e pelo

desenvolvimento de técnicas de gestão da produção de bens e serviços. Segundo

Slack (1999), ela tem papel fundamental dentro das organizações, pois se encarrega

de alcançar os objetivos traçados pela empresa, ou seja, trata da maneira pela qual

as organizações produzem bens e serviços.

De acordo com Klaes (2013), o Planejamento da Produção é

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composto por de procedimentos que preparam e organizam informações que

permitem a programação e o controle da produção. É nessa etapa que o

gerenciamento da produção se apoia para definir os seus parâmetros mais amplos,

sejam eles de ordem técnica, mercadológica ou financeira.

Ainda o mesmo autor afirma que a Produção pode ser de bens ou de

serviços, logo, podemos partir da premissa de que os conceitos da produção de

serviços guardam relação com aqueles da produção de bens. Administrar a

produção implica: planejar, organizar e controlar. O planejamento de um sistema de

produção deve ser entendido como o conjunto de itens antecipados no tempo que

podem ter uma duração (atualidade) relativamente longa. Já a programação, que

Primeiramente, vamos abordar a primeira fase, o planejamento.

O planejamento da produção pode ser composto das seguintes

etapas:

Projeto do Produto (que pode ser um bem ou um serviço);

Projeto do Processo de produção; e

Definição das quantidades (capacidade e demanda).

O Projeto do Produto define como será o produto e a sua

caracterização se prestará a orientar o projeto do processo e as operações,

interagindo continuadamente na direção de seu aperfeiçoamento. Consiste em

definir o que será produzido, qual resultado deverá ser alcançado ou servirá para

quê. Para tanto, são utilizados desenhos, listas de materiais, fluxogramas,

descrições e quaisquer outros instrumentos que contenham caracterizações do

serviço.

O Projeto do Processo determina como, onde e com quais recursos

o serviço projetado poderá ser produzido. Consiste em estabelecer métodos e

processos para a fabricação de um produto. O processo constitui um conjunto

ordenado de atividades.

Em outras palavras, trata-se da especificação dos processos, as

etapas e a sequência das tarefas necessárias, satisfazendo o que foi determinado

no projeto; é o plano de execução ou de elaboração e apresenta-se sob a forma de

um roteiro ou descrição das operações, indicando máquinas ou equipamentos

utilizados, mão de obra necessária e tempo de execução.

A Definição das quantidades é o volume de serviço a ser fornecido e

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a capacidade é o potencial de produção do sistema que é, normalmente, expressa

em termos de volume de saídas. A definição depende, além da capacidade, da

demanda, que é a quantidade que o mercado está disposto a absorver.

2.2.4.1 Projeto do Produto

O desenvolvimento de novos produtos, de alta qualidade, com a

possibilidade de proporcionar boa lucratividade tornou-se um fator fundamental para

as organizações. A necessidade de desenvolver novos produtos advém das

mudanças do mercado, das inovações tecnológicas e da concorrência crescente em

torno de produtos mais rentáveis.

O produto é o que deve resultar de um sistema de produção para ser

oferecido aos consumidores e assim satisfazer suas necessidades e expectativas. O

produto “é o resultado dos sistemas produtivos, podendo ser um bem manufaturado,

um serviço ou uma informação.

Segundo Slack et al. (1997), um produto pode ser visto sob três

aspectos:

Conceito – constituído dos benefícios que o consumidor

espera.

Conjunto de bens e serviços – que proporcionam os

benefícios esperados.

Processo – que é a descrição da maneira de produzi-lo. Essa

definição inclui dois dos itens fundamentais do planejamento:

o o projeto do produto, que é a sua definição e caracterização;

o e o processo, que é a maneira de obtê-lo.

O projeto do produto decorre de um processo de criatividade que se

inicia, segundo Moreira (1996), com uma etapa de “geração e filtragem de ideias”, e

segue com o “projeto inicial do produto”, a “análise econômica”, os “testes de

protótipo”, e o “projeto final”.

Temos, então, duas estratégias para criação de novos produtos: a

consulta ao mercado e a criação para antecipação à demanda. A consulta ao

mercado baseia-se em estudos de comportamento, tamanho do setor,

características do usuário, estilo de vida, gostos, capacidade de consumo etc. Isso

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nos leva, geralmente, a algum tipo de produto já conhecido e, por isso mesmo, a

uma solução de menor risco. É preciso considerar os consumidores potenciais, a

estabilidade do mercado, as tendências do mercado, os esforços promocionais, a

concorrência e a demanda.

A ideia concebida deve guardar proporções com o potencial técnico

disponível, o que significa conhecimento, equipamentos e instalações apropriados. A

respeito das características tecnológicas do produto e as correspondentes

exigências do sistema de produção, várias considerações devem ser feitas, como a

tecnologia disponível para fabricar os componentes necessários, a experiência

prévia com o tipo de produto, o tempo de desenvolvimento do projeto, a flexibilidade

para permitir alterações no projeto e o custo final do produto.

Essa agilidade depende das características do sistema de produção

de cada organização, do tipo de produto, do processo, da cadeia de fornecedores e

distribuidores e, especialmente, da programação e controle da produção, além do

princípio segundo o qual a empresa opera. Ao lado dos aspectos técnicos, humanos

e gerenciais faz-se a avaliação do potencial mercadológico.

Muitas vezes, ao gerar o conceito do produto, já estamos

influenciados por alguma ideia ou concepção de estratégia de mercado ou, ainda,

pelo vislumbre de algum nicho. Existem alguns aspectos que podem influenciar

substancialmente o desempenho mercadológico do produto: a qualidade, a

velocidade com que o produto é elaborado e colocado no mercado, a confiabilidade

que garante que todos os produtos sejam produzidos de acordo com o projeto e que

tenham as mesmas características, a facilidade de uso, a estética, a imagem do

produto e da empresa e o baixo custo de uso e de aquisição do produto.

Moreira (1996), apresenta três balizadores que precisam ser

considerados quando iniciamos o projeto de um novo produto: as características

tecnológicas do produto e as correspondentes exigências do sistema de produção,

as estimativas de sucesso mercadológico e o resultado financeiro que pode ser

esperado (retorno real sobre o investimento de capital).

O desenvolvimento da ideia inicial, e após a avaliação do potencial

técnico-mercadológico, leva ao começo do projeto, visando já estabelecer uma

conexão com mercados específicos. Configura-se, então, o projeto inicial do

produto.

Nessa etapa, é necessário definir uma forma agradável e atraente

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para o produto, conciliando detalhes funcionais e tecnológicos e tendo em mente o

que o consumidor vai perceber em relação a tais fatores. Por detalhes funcionais

devemos entender a parte física (peso, tamanho, aparência), a segurança, a

necessidade de manutenção, a qualidade e a confiabilidade, além de aspectos de

funcionalidade e manuseio (MOREIRA, 1996).

A análise econômica, cujas considerações iniciais foram feitas no

momento da geração do conceito inicial, permanece presente, conjugando o produto

(o que já sabemos sobre ele) e a estimativa de demanda, seu potencial de

crescimento e duração; a demanda é um dos aspectos que define o volume a ser

produzido (o outro é a capacidade de produção do sistema), que resulta de outra

etapa do planejamento da produção: a definição de quantidades. Isso envolve a

projeção do ciclo de vida do produto, o que por sua vez se relaciona com a fase

anterior, a do projeto inicial, e as posteriores, protótipo e projeto detalhado.

O ciclo de vida compõe-se de uma fase inicial, de colocação do

produto no mercado relativamente lenta, seguida de uma fase de crescimento

acelerado; depois a maturidade, que pode ser prolongada com boas estratégias de

marketing e atualizações do produto e, posteriormente, o declínio. O

desenvolvimento do produto, em suas diversas etapas anteriormente mencionadas

deve, em tempos atuais, demorar o mínimo possível. A dinâmica do mercado é

muito acentuada e não permite ciclos longos, o que muitas vezes inviabiliza um

produto antes mesmo que ele seja lançado.

A tomada a decisão de levar adiante o projeto e analisadas e

incorporadas as modificações sugeridas, as alternativas definitivas são geradas.

Também são construídos os protótipos que permitirão a realização de testes

preliminares de desempenho de função e de mercado. A materialização da ideia

permitirá que a equipe envolvida faça suas avaliações e encaminhe as modificações.

O projetista do produto (ou equipe) verificará se o produto atende satisfatoriamente

às necessidades funcionais e de desempenho para as quais foi criado. Ao designer

competirá avaliar a forma e o equilíbrio do produto com a funcionalidade e a

tecnologia envolvida. Os testes de protótipo servirão, também, para finalizar as

decisões sobre materiais e equipamentos utilizados.

É uma etapa de intensa interação entre os projetistas (pesquisa e

desenvolvimento) e o marketing, sendo possível introduzir modificações; as decisões

são de grande importância, tanto pelo volume de dinheiro envolvido como pelo risco,

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pois algumas vezes plantas fabris devem ser inteiramente remodeladas ou até

mesmo reconstruídas. O tipo de produto será determinante neste caso,

especialmente se o seu processo de produção exigir o emprego intensivo de capital.

A capacidade do processo, que já terá sido levada em conta nas

fases anteriores, deve novamente ser considerada. A interação entre o projeto do

produto e o do processo assume contornos mais precisos, pois as operações

necessárias devem ser possíveis e estarem disponíveis a custos adequados e em

quantidade e qualidade necessária.

Apesar de uma ordem lógica, o projeto do produto não segue

necessariamente uma orientação sequencial e sim simultânea. Isso significa, por

exemplo, que a análise econômica pode e deve a esta altura ser retomada, assim

como quaisquer etapas a qualquer hora, como forma de maximizar as chances de

acerto.

2.2.5 Aplicabilidade da Logística

Ballou (2006) organiza os Processos Logísticos em quatro

atividades-chave e seis atividades de suporte. Essa classificação se dá devido ao

fato de que as primeiras sempre ocorrem no circuito crítico (ciclo do

pedido) “cliente-pedido-estoque-transporte”, além de contribuírem com a maior

parcela dos custos logísticos totais. Já as atividades de suporte não

são realizadas por todas as empresas, mas especificamente em empresas

prestadoras de serviço cujo foco não são materiais, mas pessoas e informações:

Atividades-chave: serviço ao cliente; transportes;

administração de estoques; fluxo de informações e

processamento de pedidos.

Atividades de suporte: armazenagem; manuseio de materiais;

compras; embalagem protetora; cooperação com a produção/

operações; manutenção de informação.

As decisões desses processos logísticos passam pela quantificação

e racionalização de custos dos níveis de serviços logísticos, relacionados

ao lote de compra, ao inventário, às tecnologias para o processamento de

pedidos, ao transporte e à armazenagem. Gerenciá-los de forma integrada

trará eventualmente maiores investimentos e custos, porém irá permitir

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que o planejamento e o controle sejam mais abrangentes e integrados,

possibilitando a redução nos custos logísticos totais.

Os processos logísticos serão apresentados de acordo com a

seguinte classificação:

Processos com ênfase administrativa – há predominância,

seja em custos, quantidade de pessoal envolvido e tempo

despendido em atividades de planejamento, análise,

organização, coordenação e controle, isto é, em atividades

administrativas. Vamos incluir os processos de serviço ao

cliente, administração de estoques, processamento de

pedidos e gestão do fluxo e manutenção de informações,

compras, cooperação com a produção/operações e decisão

de localização de instalações.

Processos com ênfase operacional – há predominância, seja

em custos, infraestrutura, quantidade de pessoal envolvido e

tempo despendido em operações junto ao fluxo de materiais

da rede logística (Cadeia de Suprimentos). Estão inclusos os

processos de transportes, armazenagem, manuseio de

materiais e embalagem protetora.

Processos com ênfase nas atividades pós-venda – os processos

aqui inclusos referem-se à administração e à operacionalização dos fluxos logísticos

após a venda e entrega dos produtos, sendo que muitos deles estão relacionados ao

conceito de Logística Reversa; Os processos são: suporte de peças de reposição e

serviços; reaproveitamento e remoção de refugos e a administração das devoluções.

2.2.5.1 Processos com Ênfase Administrativa

Esses processos caracterizam-se pela maior intensidade de

atividades administrativas, então, vamos a eles:

Serviço ao Cliente - Considerado o ponto de partida para qualquer

projeto de sistema logístico ao considerarmos a identificação das necessidades dos

clientes como a base para qualquer oferta de produtos e serviços.

Para isso, o serviço logístico deve ser projetado a fim de que os

produtos sejam entregues no momento, no lugar, em quantidades, especificações e

20

informações corretas, e ao menor custo possível.

Gestão do Pedido e das Informações consideram o processo de

pedidos como o sistema nervoso da Cadeia de Suprimentos, pois é onde acontece

todo o fluxo de informações que disparam os processos de atendimento às

demandas. A Figura 1 mostra as etapas envolvidas nesse processo.Figura: Processamento de pedidosFonte: Platt (2013)

Christopher (1997) afirma que para a ótica do cliente existe somente

um prazo: o tempo entre a realização do pedido e a sua entrega. Bertaglia

(2003) menciona que as especificações do pedido, os tempos despendidos

nas negociações e na entrega influenciam no prazo do ciclo do pedido,

cabendo à empresa gerenciar todo o processo para garantir o pedido perfeito (em

tempo, no lugar e com qualidade), ao menor custo e com maior valor agregado,

visando obter diferenciais competitivos. Para gerenciar a complexidade desse

processo, envolvendo o fluxo de informação entre o cliente, a empresa e seus vários

departamentos e os fornecedores, as organizações utilizam sistemas integrados de

informação, também denominados ERP (Enterprise Resources Planning).

A estrutura de um sistema integrado de gestão é composta de

módulos que incorporam os processos de negócio da organização, baseados nas

melhores práticas mundiais de execução desses processos e desenvolvidos

por fornecedores como SAP, Oracle, JD Edwards, TOTVs. Esses sistemas

possuem como características:

a utilização de uma linguagem de programação para todos os

módulos (finanças, produção, pessoal, compras, distribuição,

etc.) do software agilizando a transmissão e o recebimento da

21

informação entre todos os departamentos;

uma base de dados única centraliza a informação permitindo

que seja acessada em tempo real, otimizando o processo de

tomada de decisão; e

a conectividade com outros sistemas via web, permitindo o

acesso remoto e a troca de informações entre empresas de

uma Cadeia de Suprimentos.

Entender os objetivos estratégicos da existência e do gerenciamento

estoques e a forma como afetarão as atividades produtivas da empresa,

bem como suas relações com o mercado fazem parte dos processos logísticos. A

política de administração de estoques consiste em decidir sobre o que comprar ou

fabricar, em que momento agir, quais quantidades estarão envolvidas e onde

localizar estrategicamente os estoques. O Processo de Administração de Estoques

possui os seguintes objetivos:

conseguir economias de escala;

equilibrar oferta e demanda;

ter a capacidade de especializar a fabricação;

proteger a empresa contra incertezas na demanda e no ciclo

de pedidos; e

a regulação de fluxo entre as interfaces do sistema logístico.

Dentre as técnicas de administração de estoques, destacamos o

método ABC, que mostra a importância de cada item em estoque em

função de parâmetros como consumo, custos, lucratividades, etc. Essa

técnica permite verificar as diferenças entre produtos de alto volume e

baixo volume, possibilitando alternativas diferentes para o gerenciamento

de cada um deles.

Outras técnicas estão relacionadas à determinação do ponto do

pedido (momento em que o pedido deve ser enviado aos fornecedores

para que o estoque seja abastecido), estoque de segurança e o cálculo do

lote econômico que visa equilibrar os custos de pedido e de manutenção

do estoque. A seguir veremos um processo que auxilia muito na administração de

22

estoques.

O termo Cadeia de Suprimentos que, para Lambert e Stock (1993),

abrange um conceito que complementa o de Logística Integrada. Como o conceito

de Logística Integrada preconiza uma configuração coesa dos fluxos de materiais,

serviços e informações dentro da organização, como já vimos, a Cadeia de

suprimentos exigirá de seus gestores que padronizem e integrem seus processos

internos com os das demais organizações.

A Gestão da Cadeia de Suprimentos engloba o conjunto de

atividades relacionadas à extração da matéria-prima, passando pelos processos de

elaboração do produto até chegar ao consumidor final.

Christopher (2007) aponta que a Cadeia de Suprimentos constitui se

de uma rede de organizações e processos que criam valor na forma de

produtos e serviços entregues aos usuários finais. Podemos evidenciar nesses

conceitos que as organizações na cadeia são dependentes umas das outras,

seja efetuando a venda ou a compra de bens, serviços ou informações. É importante

ressaltar alguns pontos dessas definições:

Os materiais (podendo ser desde matérias-primas, produtos

semielaborados ou mesmo documentos) existem em qualquer

organização, seja indústria, prestadores de serviço ou

comércio.

Agregar valor aos produtos para atender às exigências dos

clientes tende a considerar desperdício todas as atividades

que não são percebidas pelo cliente como importantes.

Um aspecto relevante nos conceitos apresentados concerne à

conectividade entre as empresas, formando redes de

informações, materiais e serviços.

O valor entregue aos clientes resulta da sinergia entre os

participantes, levando em consideração o fluxo de informações, produtos, serviços,

recursos financeiros e conhecimento. Além disso, tal arranjo conecta logicamente

uma empresa aos fornecedores, distribuidores e clientes, devendo todo esse

processo ser alinhado e administrado desde seu ponto de início ao seu ponto final.

2.3 EMPREENDORISMO E PLANO DE NEGÓCIOS

23

2.3.1 Empreendedor, Administrador e Intraempreendedor

Empreender significa fazer coisas novas, ou desenvolver formas

diferentes de fazer as coisas. Portanto, a inovação de um empreendimento pode

estar na forma de oferecer um serviço ou de utilizar um recurso e não

necessariamente na criação de produtos de alta tecnologia.

O processo empreendedor que, segundo a literatura,

é composto basicamente por quatro etapas: a primeira delas trata da identificação e

avaliação das ideias e oportunidades; a segunda é o desenvolvimento do plano de

negócios; a terceira etapa está relacionada com a busca de recursos necessários

para o empreendimento; e, finalmente, a gestão do empreendimento.

Figura 3: O Processo EmpreendedorFonte: Adaptada de Hisrich, Peters e Shepherd (2006)

José Dornelas (2008), um dos especialistas sobre o tema no

Brasil, defende que o empreendedorismo tem sido a fonte das várias

transformações e invenções que revolucionaram o estilo de vida das pessoas no

século XX.

Devido a sua importância para o desenvolvimento das organizações

e da sociedade como um todo, o empreendedorismo tornou-se um tema de

interesse acadêmico e passou a ser estudado de maneira sistemática por diferentes

áreas do conhecimento. Os pesquisadores da área de administração passaram a se

interessar pelo tema, à medida que a capacidade de realizar, de forma inovadora,

novos projetos tornou-se um elemento essencial para a sobrevivência das empresas

em um ambiente globalizado.

A capacidade de colocar as ideias em prática nunca foi tão

24

demandada pelas organizações. A habilidade de dar vida aos próprios projetos,

tirando-os do papel e transformando-os em novos produtos, processos ou serviços,

é atualmente uma das qualidades mais valorizadas pelo mercado de trabalho. As

empresas querem, mais do que nunca, saber quem são os funcionários – em todos

os níveis da organização – que têm a veia empreendedora.

Para Dornelas (2008), além dos atributos encontrados em

administradores, como visão sistêmica, liderança e organização, os

empreendedores são indivíduos que fazem a diferença, sabem explorar as

oportunidades, são determinados e dinâmicos, dedicados ao trabalho, otimistas e

apaixonados pelo que fazem, são independentes e construtores do próprio destino,

sabem construir uma rede de relacionamentos internos e externos à empresa,

planejam cada passo do negócio, sabem buscar e aplicar o conhecimento. Além

disso, eles conseguem assumir riscos calculados e criam valor para a sociedade na

qual o empreendimento encontra-se instalado.

Iniciativas mundiais, como o Pacto Global proposto pelas Nações

Unidas e pelas articulações nacionais como as do Instituto Ethos tem alavancado o

intraempreendedorismo social nas grandes corporações. Nessa modalidade de

intraempreendedorismo, o objetivo dos projetos é a geração de Impacto

Socioambiental Positivo nas comunidades onde a corporação atua, a partir das

iniciativas e projetos propostos e executados pelos intraempreendedores sociais,

geralmente patrocinados e apoiados pela própria corporação.

2.3.2 Análise de Mercado e Plano de Marketing

Richers (2000, p. 5) sintetiza sua interpretação, definindo Marketing

como “a intenção de entender e atender o mercado”. Podemos notar, pelos

conceitos apresentados, que a visão de Marketing atualmente busca o

desenvolvimento de relações de longo prazo entre os envolvidos e seu

conceito extrapola a comercialização de bens de consumo, incluindo ideias,

estratégias, objetivos individuais, programas organizacionais e sociais.

O conceito de Marketing baseia-se em quatro aspectos principais, quais sejam:

O mercado: identificar segmentos e nichos e estar atento às tendências,

oportunidades e ameaças nas relações comerciais (oferta e procura;

compras e vendas).

25

O cliente e parceiros externos e seus relacionamentos:

estabelecer um relacionamento permanente satisfatório e interativo com os

parceiros (fornecedores, clientes) e clientes externos.

O cliente interno e os processos: capacitar e motivar os

funcionários, dialogar e saber ouvir sugestões, detectar problemas, gerando

satisfação e integrando todas as áreas, visando um objetivo comum –

atender às necessidades e desejos do cliente externo.

Resultados: planejar e criar meios para saber aonde se quer

chegar e que objetivos e metas alcançar. Mas conseguir êxito

nos resultados projetados deve ser uma consequência de um conjunto de

ações organizacionais estrategicamente formuladas, integrando pesquisas de

mercado, design de produtos e serviços, publicidade, pós-venda, dentre

outros.

Nas palavras de Kotler (1998, p. 32), a Administração de Marketing

“é o processo de planejamento e execução da concepção, do preço, da

promoção e da distribuição de ideias, bens e serviços para criar trocas que

satisfaçam metas individuais e organizacionais”. Para o referido autor, o

conceito de Administração de Marketing envolve os seguintes elementos:

um processo de análise, planejamento, implementação e controle; bens,

serviços e ideias; a noção de troca; a meta de produzir e a satisfação para

as partes envolvidas, isto é, os stakeholders.

Temos como principais objetivos da área da Administração de

Marketing:

Criar ou identificar valor, produzindo inovações estratégicas

em produtos, processos e modelagem de negócios, a partir

de um profundo conhecimento do perfil e das demandas dos

mais diferentes públicos e mercados.

Desenvolver e entregar valor, obtendo os resultados

estratégicos esperados a partir das políticas de Marketing

consistentes.

Alinhar as pessoas aos valores criados, liderando e

motivando os colaboradores e parceiros para a mudança e

incentivando o alto desempenho com base em

relacionamentos sustentáveis.

26

Criando, conservando e ampliando a clientela da empresa,

o Marketing evolui de uma posição acessória na organização

para a função principal, levando suas atividades a um nível de integração jamais

visto nas orientações anteriores. O sucesso da empresa no longo prazo pressupõe

compreender muito bem as necessidades e os desejos dos clientes e, com base

nisso, oferecer produtos, serviços e ideias para satisfazer a esses clientes

melhor do que a concorrência, podendo, dessa forma, criar a fidelidade deles com a

empresa e competir mais eficientemente com os concorrentes.

A orientação do marketing socialmente responsável:

[...] assume que a tarefa da organização é determinar as necessidades, desejos e interesses dos mercados-alvos e atender às satisfações desejadas mais eficaz e eficientemente do que osconcorrentes, de maneira a preservar ou ampliar o bem-estardos consumidores e da sociedade. (KOTLER, 1998, p. 44).

O eixo interpretativo dessa filosofia de Administração de

Marketing é a convicção de que os clientes têm consciência sobre as consequências

que seus atos de consumo podem trazer para a sociedade. Por isso, tais clientes

são impulsionados a buscar produtos que tenham características de preservação

socioambiental. Hoje, vemos muitas organizações preocupadas em destacar selos

de preservação que dão aos seus clientes a certeza dessa filosofia de gestão.

A orientação do marketing holístico: Kotler e Keller (2006)

destacam uma abordagem em que a empresa deve tentar compreender e

administrar toda a complexidade envolvida na gestão de Marketing. É a abordagem

que reconhece e tenta harmonizar o escopo e as dificuldades de todas as atividades

de Marketing

2.3.3 Estudo de Mercado

Para servir os seus clientes de forma eficiente, o fornecedor deve

estar certo de quais são as múltiplas necessidades do cliente, qual a melhor maneira

de satisfazê-las, e como comunicar eficazmente a natureza dos bens ou serviços

27

que oferece.

Tais são os objetivos dos estudos de mercado:

reduzir o risco nas decisões de gestão;

detectar problemas e novas oportunidades de negócio,

controlar e avaliar o grau de penetração de um produto (novo

ou já existente) no mercado bem como a sua imagem e

notoriedade.

Abordagens semelhantes são também usadas em outras áreas de

estudo: por exemplo, na medição de comportamentos e atitudes do público em

relação a aspectos sociais, políticos ou outros, elaborados a pedido do Governo ou

de organismos políticos, dos media ou de instituições académicas.

Definir o problema de estudo consiste em identificar a população a

estudar e que tipo de informações deverá recolher sobre ela. Em regra, as principais

informações a obter sobre os consumidores dividem-se em quatro grandes

categorias:

Características externas dos consumidores: Esta categoria inclui as

informações de carácter genérico sobre o cliente como o sexo, a idade, o

rendimento, a nacionalidade, a localização geográfica, o nível de instrução, a

atividade profissional, o número de pessoas do seu agregado familiar, etc.

Comportamentos de consumo: São os dados relativos à forma como os

consumidores interagem com os produtos ou serviços.

Atitudes dos consumidores: Estas informações pretendem definir não só o

que os clientes fazem mas, sobretudo, o que pensam sobre a marca. Nesta

categoria é comum fazer-se uma distinção entre as atitudes de carácter

cognitivo .

Processo de decisão de compra: Pretende-se descobrir quais são as

verdadeiras motivações por trás do comportamento dos clientes; quais são os

critérios de escolha que mais valorizam, qual o grau de envolvimento afetivo e

de lealdade que têm com a marca e, por fim, a que fontes informação e de

conselho recorrem.

Métodos de experimentação: São testes de mercado que visam prever as

reações dos consumidores às ações de marketing que a empresa tenciona

efetuar. Para tal as empresas implementam estas ações a uma escala

reduzida para serem medidos os seus efeitos junto de um determinado

28

público-alvo.

Como cidade objeto de estudo trago a cidade de Salto do

Jacuí/RS. Situada na parte central do Rio Grande do Sul, a cidade é conhecida

como a “Capital Gaúcha da energia elétrica”, por ter três usinas hidrelétricas

instaladas, e como capital nacional da pedra Ágata, por ser a maior jazida desse

mineral. Contando com pouco mais de 11 mil habitantes a economia da cidade está

ligada aos royalties da geração de energia elétrica, basicamente.

A taxa de desemprego é elevada e a cidade vem encolhendo em

número de habitantes, sendo que entre os dois últimos censos a cidade perdeu 500

habitantes. Grande parte da culpa dessa diminuição se dá pela baixa oferta de

empregos e a falta de expectativa de crescimento econômico. Na cidade não há

nenhuma indústria instalada. Os jovens, na busca de qualificação, acabam mudando

para cidades maiores e com eles, em alguns casos vai a família inteira.

Geograficamente, Salto do Jacuí está situada entre cidades tidas

como grandes, como Passo Fundo, Santa Maria, Salta Cruz do Sul e Cruz Alta.

Esse seria um ponto favorável para a instalação de qualquer indústria. A cidade

dispõe de uma das maiores pistas de aeroporto do estado, também.

Outro ponto que poderia ser explorado é o turismo, pois o munícipio

é banhado pelo maior lago artificial do estado, que poderia trazer lazer aos

visitantes. Existe um camping, mas é pouco divulgado, sendo procurado apenas

pelos moradores locais. As usinas também são atração, mas não há uma

organização no sentido de fomentar as visitas. No interior do município há aldeias

indígenas e cachoeiras naturais, que poderiam ser uma ótima maneira de fomentar o

turismo cultural e ecológico.

Como argumentado, as oportunidades são variadas. Falta é buscar

investidores externos à cidade ou despertar o empreendedorismo dos próprios

moradores da localidade. Salto do Jacuí também é chamada de “a cidade do tinha”,

pois tinha tudo que precisava e hoje não tem.

29

3 CONCLUSÃO

Gerenciar projetos com eficácia requer um esforço de trabalho

focado em adotar metodologias de controle. As organizações e os profissionais que

irão trabalhar neste campo devem estar cientes de que esta é uma atividade que

demanda uma grande energia de toda a empresa, e uma harmonia entre os

departamentos que tenham alguma relação. Com tal sintonia, e a gestão sendo

realizada de maneira eficaz e eficiente, certamente a empresa escreverá uma

história de sucesso no mercado, se destacando em meio à concorrência e

fidelizando seus clientes.

Além disso, existem outros conhecimentos que são imprescindíveis

para o correto funcionamento das organizações tais como os processos de logística

e a gestão de competências individuais e organizacionais. A logística e

administração da produção e o plano de marketing podem ser consideradas como

grandes pilares de sustentação das empresas.

Por mais difícil que seja o processo de tomada de decisão, quando

bem auxiliado com os subsídios corretos, a decisão será a mais correta possível.

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