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Índice 1. Introdução........................................................ 1 1.1. Contextualização do Trabalho...................................1 1.2. Problema e sua Justificativa...................................2 1.2.1. Problema...................................................2 1.2.2. Justificativa..............................................2 1.3. Objectivos.....................................................2 1.3.1. Objectivo Geral............................................2 1.3.2. Objectivo Específicos......................................2 1.4. Enquadramento..................................................3 1.5. Metodologia....................................................3 2. Revisão da Literatura............................................4 2.1.1. Evolução Histórica da Moeda................................7 2.1.2. Funções da Moeda...........................................8 2.1.2. Oferta e Demanda da Moeda.................................10 2.2. Política Monetária............................................11 2.2.1. Os Objectivos da Política Monetária.......................12 2.2.2. Os Instrumentos de Política Monetária.....................13 2.2.3. Mecanismos de Transmissão da Política Monetária...........16 2.3. Banco Central.................................................16 2.3.1. Funções do Banco de Moçambique............................17 2.4. Mercado de Títulos............................................18 3. Conclusão........................................................ 20

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Moeda, Inflacao

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ndice 1. Introduo11.1. Contextualizao do Trabalho11.2. Problema e sua Justificativa21.2.1. Problema21.2.2. Justificativa21.3. Objectivos21.3.1. Objectivo Geral21.3.2. Objectivo Especficos21.4. Enquadramento31.5. Metodologia32. Reviso da Literatura42.1.1. Evoluo Histrica da Moeda72.1.2. Funes da Moeda82.1.2. Oferta e Demanda da Moeda102.2. Poltica Monetria112.2.1. Os Objectivos da Poltica Monetria122.2.2. Os Instrumentos de Poltica Monetria132.2.3. Mecanismos de Transmisso da Poltica Monetria162.3. Banco Central162.3.1. Funes do Banco de Moambique172.4. Mercado de Ttulos183. Concluso20

1. Introduo

Neste presente trabalho debruaremos acerca da evoluo da moeda e suas funes, comportamento da inflao noma perspectiva de vrios autores e a poltica monetria, onde sero apresentadas a contextualizao do trabalho, os objectivos preconizados e por fim a metodologia usada, como teremos a seguir

1.1. Contextualizao do Trabalho

O aparato terico da economia monetria atribui moeda o ncleo de seu paradigma. Nesse sentido, que definio se deve assumir acerca do papel da moeda na economia? Uma viso mais convencional concebe a moeda como sendo neutra, na medida em que considerada exgena ao sistema econmico. Numa linha heterodoxa, ao contrrio, a moeda considerada activa, exercendo efeitos reais sobre o sector produtivo. evidente que esta perspectiva terica assumida pela heterodoxia altera a forma e a conduo de polticas econmicas, implicando diferentes resultados sobre a economia. Alguns pontos especficos sobre a influncia da moeda na economia merecem destaque. Primeiro preciso discutir se a oferta de moeda na economia exgena. Estudos crticos negam esse princpio, pois consideram a moeda activa, endgena e no-neutra no processo econmico.Nesse sentido, o controle da oferta de moeda no estaria submetido apenas a uma autoridade central (Banco Central), mas a mecanismos financeiros complexos que, a partir da interaco dos diferentes agentes, a tornam endgena ao sistema. Ademais, a moeda interferiria na trajectria da economia por reflexo das decises econmicas envolvidas que, mais uma vez, corroboram sua endogenia. Em complemento, seria oportuno pensar que as relaes de troca esto dentro das relaes monetrias; no sendo assim, no haveria sentido pensar em moeda.

1.2. Problema e sua Justificativa

1.2.1. Problema At que ponto a relao existente entre a Moeda e a Inflao pode resultar em experiencias positivas ou negativas numa Economia de determinado Pais?

1.2.2. Justificativa

O estudo desse tema, prope nos, uma reflexo no que diz respeito a relao que nos pode trazer entre a Moeda e a Inflao frente a poltica monetria e sua conduo como instrumento poderoso do conjunto da poltica econmica, seja para combater o processo inflacionrio, ou para impactar outras variveis macroeconmicas.

1.3. Objectivos

1.3.1. Objectivo Geral

De uma forma geral este presente trabalho visa compreender questes da poltica econmica, basicamente poltica monetria em relao a Moeda e a Inflao.

1.3.2. Objectivo Especficos

Descrever a evoluo histrica da Moeda e suas funes; Explicar a relao entre Poltica Monetria, Inflao e Moeda; Indicar varias perspectivas da Poltica monetria.1.4. Enquadramento

A realizao deste trabalho enquadra-se no mbito da realizao dos trabalhos em grupo, em vigor no plano curricular do ESCOG para a cadeira de Macroeconomia.

1.5. Metodologia

Tendo em conta os objectivos acima preconizados, para a elaborao deste trabalho, utilizou-se a seguinte metodologia de trabalho: Pesquisa de bibliografias que abordam os assuntos relacionados com a reviso da literatura, as quais permitiram criar uma base de sustentao conceptual sobre essas matrias de forma a redigir a fundamentao terica. Pesquisa em websites e informaes disponveis via internet.

2. Reviso da Literatura

MoedaSegundo NEVES (1992), A Moeda pode ser definida como um activo financeiro de aceitao geral, utilizado na troca de bens e servios, que tem poder liberatrio (capacidade de pagamento) instantneo. Sua aceitao garantida por lei (ou seja, a moeda tem curso forado e sua nica garantia a legal).

Moeda o conjunto de activos da economia usados regularmente pelos agentes econmicos paracomprar bens e servios uns dos outros. Sendo assim, a moeda inclui apenas os poucos tipos de activos que so regularmente aceitos por vendedores e compradores em suas transaces. O que diferencia a moeda dos outros activos da economia a sua liquidez, ou seja, a facilidade que esse activo tem de ser trocado por outros bens e servios, (Paul SAMUELSON, 1998).

A moeda e uma unidade de valor padro e um meio pelo qual so efetuadas as transaces monetrias, e um activo liquido e tambm o meio pelo qual os preos so expressos, as dividas liquidadas, as mercadorias e servios so pagas e a poupana e efetuada. a moeda pode ser o dinheiro que constitui notas ou peca metlica ou moeda bancaria ou escritural admitidas em circulao ou moeda no sentido mais amplo que significa dinheiro em circulao a moeda nacional, Rossetti (2003:695),

Poltica Monetria

Segundo Hillbretcht (1999:150), a conduo da Poltica Monetria deve ser feita de maneira a aumentar o bem-estar dos indivduos num determinado pas.

Pinho e Vasconcellos (2004:591) consideram que a Poltica Monetria diz respeito actuao do Banco Central sobre a quantidade da moeda, do crdito e do nvel da taxa de juros, com o objectivo de manter a liquidez do sistema econmico. Segundo os mesmos autores, a Poltica Monetria constitui-se nos processos de oferta de moeda, nos instrumentos utilizados e nos mecanismos de transmisso dos seus efeitos. A oferta de moeda feita pelas autoridades monetrias, pela emisso de notas e moedas metlicas e pelos bancos comerciais que no emitem a moeda, mas criam moeda atravs de captao de depsitos.

Um conceito mais breve sobre a Poltica Monetria que trazida por Mishkin (2000:9) diz que refere-se administrao da moeda e da taxa de juros, ou seja, a determinao da oferta de moeda pelos formuladores de poltica do Banco Central.

Cleto e Dezordi (2002:18), consideram que a poltica monetria, ao controlar a oferta de moeda, est a estabilizar o nvel geral de preos da economia. Os governos que necessitam de diminuir a taxa de inflao reduzem a oferta monetria e aumentam a taxa de juros e esse mecanismo controla o nvel de preos.

Uma outra viso sobre a poltica monetria trazida por Bosco et al10, onde esta poltica age directamente sobre o controle do volume de moeda em circulao com o objectivo de preservar o valor da moeda nacional. A poltica monetria pode ser expansionista, quando tem o objectivo de aumentar a procura e incentivar o crescimento econmico atravs do aumento da quantidade de moeda em circulao; ou restritiva, quando se afecta negativamente o nvel de expanso monetria, o que promove a diminuio do aquecimento da economia para evitar o aumento dos preos.

Inflao

Segundo Rossetti (2003:695), a inflao corresponde uma subida generalizada dos preos dos bens e servios, expressos em termos monetrios, ou seja, o aumento persistente no nvel geral de preos. De acordo com o autor, a inflao a principal responsvel pela variao do valor da moeda e trata-se de um fenmeno universal, comum em todos os pases. Ainda para o mesmo autor a inflao e a moeda tm uma relao recproca, pois quando se verifica uma elevao do nvel geral de preos, observa-se uma reduo equivalente no valor da moeda.

Inflao significa a perda do poder de compra da moeda de um pas. Ela se traduz numa alta generalizada dos preos dessa economia (os preos inflam, da o nome). O problema com a inflao que ela no ocorre uma vez e acaba; mesmo nesse caso, as consequncias seriam danosas, mas ela persistente. (LUQUE, C. A. e VASCONCELLOS, 1999).

Na viso de Blanchard (2001:30), a inflao a elevao contnua no nvel de preos e a taxa de inflao a taxa qual o nvel de preos aumenta. Os macroeconomistas examinam em geral a medida do nvel de preos, atravs do ndice de Preos ao Consumidor (IPC) que mede o custo de vida, ou seja, fornece em moeda corrente, o custo de uma determinada lista de bens e servios ao longo do tempo. Ainda para o mesmo autor, a inflao constitui uma preocupao para os economistas porque nem todos os preos e salrios sobem de forma proporcional, o que afecta a distribuio de renda, os preos administrados, aumenta a incerteza, os custos de produo e dificulta o processo decisrio das empresas.

Segundo Rossetti (2003:695), a inflao corresponde uma subida generalizada dos preos dos bens e servios, expressos em termos monetrios, ou seja, o aumento persistente no nvel geral de preos. De acordo com o autor, a inflao a principal responsvel pela variao do valor da moeda e trata-se de um fenmeno universal, comum em todos os pases. Ainda para o mesmo autor a inflao e a moeda tm uma relao recproca, pois quando se verifica uma elevao do nvel geral de preos, observa-se uma reduo equivalente no valor da moeda.

Segundo Brue (2005:490), o economista Milton Friedman afirmava que: A inflao sempre e em qualquer lugar um fenmeno monetrio, produzido em primeira instncia por um crescimento excessivamente rpido na quantidade de moeda.

2.1. Moeda

Moeda o conjunto de activos da economia usados regularmente pelos agentes econmicos paraCompra de bens e servios uns dos outros. Sendo assim, a moeda inclui apenas os poucos tipos de activos que so regularmente aceitos por vendedores e compradores em suas transaces. O que diferencia a moeda dos outros activos da economia a sua liquidez, ou seja, a facilidade que esse activo tem de ser trocado por outros bens e servios.

2.1.1. Evoluo Histrica da Moeda

A necessidade de algum tipo de medida de valor dos bens, que servisse tambm para troc-los entre si, vem desde o final da pr-histria. As primeiras civilizaes j realizavam intensas trocas de mercadorias, tanto internamente como umas com as outras.Comunidades primitivas podem trocar os bens entre si sem precisar de moeda, simplesmente atravs da troca directa. Isso deixa de funcionar quando as trocas no so mais eventuais (produzir mais feijo do que precisava, gostaria de ter mais arroz; procuro algum que tenha excesso de arroz e o troque por feijo). Definir os valores recprocos (quanto de um vale o outro), acertar as quantidades, achar o interessado na troca exacta que desejamos fazer, tudo isso complexo e no funciona regularmente. (Paul SAMUELSON, 1998).A moeda simplifica tudo. Vendo meu feijo por moeda e utilizo-a para comprar arroz, sem precisar achar quem deseja fazer a troca inversa. Os preos dos bens tambm acabam se acertando mais facilmente. Enfim, as trocas frequentes tornaram a moeda, uma necessidade.A moeda teve vrias fases. Inicialmente, usava-se algum bem abundante na poca e no lugar: o sal foi um dos primeiros, da a palavra salrio. Gado tambm foi utilizado: carneiros na Roma antiga da a palavra pecnia, pecunirio, que se refere a algo pagos em dinheiro, cuja raiz o latim pecus gado (que tambm a origem de pecuria, peclio, etc.). Mais tarde, usou-se algum metal tido como precioso, porque muito til e escasso. Da as moedas de cobre, bronze, prata e ouro. Essa foi a fase das moedas metlicas, que durou at o final da Idade Mdia na Europa. Essas moedas primeiramente eram locais e mais tarde passaram a ser nacionais (somente o governo do pas podia emiti-las).

Cedo, elas conheceram a inflao: os reis emitiam moedas com menor teor metlico para cobrir suas despesas excedentes (j existia deficit pblico); isso gerou alguns tumultos sociais famosos naquele perodo, pois as pessoas se viam mais pobres as moedas valiam menos, o que significava preos mais altos. Uma terrvel crise inflacionria sacudiu a Europa um sculo aps a descoberta da Amrica. Os metais preciosos encontrados pelos espanhis circularam pela Europa durante o final do sc. XVI e metade do sc. XVII, quadruplicando os preos em geral. Essa exploso de preos teve importantes consequncias sociais e econmicas, as quais esto na raiz da Revoluo Industrial - origem do capitalismo contemporneo.

Nessa poca, comeou a circular a chamada moeda-papel, ttulos emitidos pelos bancos e casas de crdito em nome do depositante do metal real. Os negcios fluam muito rapidamente dentro dos pases e entre estes. Ningum saa mais carregando sacolas de ouro e prata, substitudos por esses documentos das instituies a quem o metal estava confiado. Eles tinham aceitao geral e as casas de crdito intercambiavam-nos entre si, cobrindo apenas o saldo devedor com metal sonante.

O passo seguinte foi a emisso do papel-moeda (as cdulas oficiais do dinheiro de cada pas) emitido e garantidas pelo governo atravs de uma reserva em ouro o lastro da moeda. O sistema foi acertado entre as principais potncias e passou a ser chamado de padro ouro. Cada pas emitia sua moeda (em metal comum e em papel) de acordo com suas reservas em ouro e o governo comprometia-se a troc-la por ouro a quem desejasse, a uma taxa fixa. Assim, tambm, as contas dos diversos pases nas suas transaces comerciais eram acertadas, seguindo as taxas de converso para o ouro de cada moeda nacional.

2.1.2. Funes da MoedaAs principais funes da moeda so as seguintes:

a) Meio ou Instrumento de troca - Num sistema econmico baseado na especializao e diviso do trabalho, imprescindvel que exista um instrumento que facilite as trocas de mercadorias. Se no houvesse esse instrumento, as trocas teriam que ser directas (economia de trocas ou de escambo), trocando-se bens por bens. Isso exigiria dupla coincidncia de desejos (um criador de galinhas que desejasse comprar roupas deveria encontrar um alfaiate que desejasse comer galinhas). Ademais, ocorreria um problema de indivisibilidade (se um fabricante de mveis quisesse tomar um cafezinho, como ele faria?). Acrescente-se que se perderia muito tempo para viabilizar essas trocas directas (at o criador de galinhas encontrar um alfaiate que queira comprar galinha). A moeda permite que as trocas sejam indirectas e supera essas dificuldades, reduzindo custos de transaco;

b) Unidade de medida (ou unidade de conta) - A moeda serve para comparar e agregar o valor de mercadorias diferentes: podemos somar o valor de um caminho com o valor de uma bola de futebol. Ela serve como medida do valor de troca das mercadorias, sendo que o preo de um bem a expresso monetria do valor de troca desse bem: se uma ma vale $ 500,00 e uma banana $50,00, uma ma pode ser trocada por 10 bananas;

c) Reserva de valor - A moeda representa um direito que seu possuidor tem sobre outras mercadorias. Ela pode ser guardada para uso posterior, pelo que ela serve como reserva de valor ou forma de poupana. A moeda serve de reserva de valor para uma pessoa, mas no para toda a sociedade (o que chamado de falcia ou sofisma da composio): o que vale para o indivduo no vale para a sociedade, pois o que determina a riqueza de um pas sua produo global e no o montante de moeda existente.

No passado, toda moeda, ou papel-moeda, era lastreada em ouro (moeda lastreada), o chamado padro-ouro. Com o desenvolvimento do comrcio internacional, no foi mais possvel fazer a converso de moeda em ouro. Hoje, temos a moeda fiduciria (de fidcia, confiana), sem lastro, e sua aceitao garantida por lei. Com a passagem do padro ouro para a moeda fiduciria, a moeda no mais funo do estoque de ouro, o que d s autoridades monetrias maior capacidade de afectar a quantidade de moeda, de acordo com os objectivos da poltica monetria.

2.1.2. Oferta e Demanda da Moeda

2.1.2.1. Demanda por MoedaDemanda por moeda a quantia de dinheiro (moeda) que as pessoas retm em seu poder, seja no seu prprio bolso ou em depsitos em conta corrente. A demanda por moeda tem trs motivos principais: Demanda de moeda para transaces: o dinheiro que as pessoas reservam para pagar suas dvidas/despesas no decorrer do ms. Demanda de moeda para precauo: o dinheiro que as pessoas retm para imprevistos, contas no planejadas. Demanda de moeda para especulao: o dinheiro que no foi investido e no est sendo guardado para transaes ou precauo, ele se destina a aplicaes que rendam juros, no entanto apenas ser aplicado caso os juros sejam atraentes para o investidor. Caso contrrio este dinheiro continuar em mos do possuidor. A demanda para especulao tem, ento, relao inversa com a taxa de juros.Pode-se concluir que a demanda por moeda tem um componente influenciado pela taxa de juros (especulao), e outro que no depende da taxa de juros (transaces e precauo), mas depende da renda.A demanda de moeda pela colectividade corresponde quantidade de moeda que o sector privado no-bancrio retm, em mdia, seja com o pblico, seja no cofre de empresas, e em depsitos vista em bancos comerciais.

2.1.2.3. Oferta de MoedaA emisso ou oferta de moeda depende da poltica econmica do governo, que determina qual ser a quantidade de moeda a ser emitida durante determinado perodo de tempo, no caso do Brasil este perodo corresponde ao ano civil.A oferta de moeda pode dar-se pelos Bancos Comerciais e pelo Banco Central, o qual controla os bancos comerciais e tem o monoplio da emisso de moeda.Os Bancos Comerciais dependem da quantidade de depsitos vista efetuados para calcular a quantidade de moeda a ser ofertada ao pblico sob a forma de emprstimos. Ao receberem depsitos vista os bancos retero moeda atravs de reservas voluntrias, necessrias para a movimentao rotineira do banco, e de reservas obrigatrias, estipulados pelo Bacen (Banco Central) como forma controladora da oferta de moeda.O Banco Central controla, ento, a oferta de moeda atravs das reservas obrigatrias, que determinam aos bancos reterem uma certa percentagem dos depsitos vista creditados nele.Outro instrumento da poltica monetria para controlar a oferta de moeda so as Operaes de Mercado Aberto. Este controle ocorre atravs da compra ou venda de ttulos governamentais por parte do Bacen. Caso ele compre ttulos, aumentar a moeda ofertada pelos bancos comerciais, uma vez que os vendedores iro depositar o dinheiro em seus bancos. Se o Banco Central vender ttulos haver uma diminuio na oferta de moeda, pois os clientes dos bancos comerciais que comprarem os ttulos iro dar cheques dos seus bancos e estes tero que pag-los ao Banco Central, diminuindo a sua capacidade de ofertar moeda.Alm das Reservas Obrigatrias e das Operaes de Mercado Aberto h a Poltica do Redesconto, atravs da qual o Banco Central faz emprstimos aos Bancos Comerciais. Na medida em que o Bacen adota uma poltica liberal de crdito, oferecendo emprstimos abundantes a juros baixos, os Bancos Comerciais tambm podero faze-los aos seus clientes, aumentando a oferta de moeda. Caso o Bacen limite os emprstimos ou eleve as taxas de juros, o mesmo acontecer com os Bancos Comerciais, diminuindo a oferta de moeda.

2.2. Poltica Monetria

A Poltica Monetria a base da economia dum pas, visto que o crescimento e desenvolvimento duma nao esto intimamente ligados poltica econmica que o pas adopta para uma determinada ocasio e de acordo com os planos polticos dum Governo.2.2.1. Os Objectivos da Poltica Monetria

De acordo com Hillbretcht (1999:151), a Poltica Monetria tem como objectivos a estabilidade de preos, da taxa de juros e do sistema financeiro, o elevado nvel de emprego, o crescimento econmico e a estabilidade do mercado cambial.

desejvel para um pas a estabilidade de preos, pois a inflao pode ser extremamente prejudicial economia e assim torna difcil a interpretao da informao que os preos transmitem no que concerne escassez de recursos que leva, deste modo, m distribuio dos mesmos e consequentemente, queda do bem-estar da populao. A inflao pode dificultar ainda a elaborao de projectos do Governo, de empresas e das famlias, pois gera incerteza na economia, em relao a preos futuros (Hillbretcht, 1999:151). Uma economia deve procurar ter a estabilidade na taxa de juros, pois igualmente s flutuaes dos nveis de preos, as taxas de juro do lugar incerteza na economia, o que pe em causa a tomada de decises das famlias e das empresas em relao poupana, aos projectos e aos investimentos.O Banco Central considera a estabilidade da taxa de juros como um objectivo da Poltica Monetria, devido necessidade de criar um ambiente favorvel para as decises de poupana, investimentos e existncia de presses polticas, pois, o Banco Central frequentemente responsabilizado pelas elevaes das taxas de juro (Hillbretcht, 1999:151).

A estabilidade do sistema financeiro contribui para a transferncia eficiente dos fundos das pessoas que poupam para indivduos e empresas que pretendem investir e permite reduzir o grau de incerteza nas decises das instituies financeiras (Banco Central, bancos comerciais, de investimento, empresas de seguro, fundos de penso, cooperativas de crdito, entre outras.)

Um elevado nvel de emprego, que acompanhe a estabilidade do nvel de preos, considerado um objectivo da Poltica Monetria, pois, o desemprego elevado representa um srio problema social. Uma das solues para a reduo do nvel de desemprego pode ser a definio duma poltica do Governo de forma a criar mais postos de trabalho, fornecer as melhores informaes sobre emprego e elaborar os programas de formao

O objectivo de crescimento econmico est associado com o objectivo de elevado nvel de emprego, pois as empresas tendem a investir em bens de equipamento para aumentar a sua eficincia na produo. Quando o desemprego elevado, as empresas procuram produzir com mo-de-obra intensiva versus capital intensivo

importante para uma economia globalizada a estabilidade do mercado cambial, pois, as oscilaes das taxas de cmbio causam incerteza e prejudicam os negcios dos exportadores e importadores, o que torna mais difcil planificar as actividades futuras (Mishkin, 2000:287). Uma valorizao ou apreciao cambial torna a indstria nacional menos competitiva nos mercados internacionais, enquanto, uma desvalorizao ou depreciao cambial torna caro os produtos e pode elevar o nvel de preos dos produtos domsticos por isso o Banco Central procura tomar medidas de Poltica Monetria para evitar alteraes repentinas significativas da taxa de cmbio.

2.2.2. Os Instrumentos de Poltica Monetria

Os Instrumentos de Poltica Monetria so meios que o Banco Central utiliza para controlar e manipular a Poltica Monetria do pas. Atravs da utilizao desses instrumentos, as autoridades monetrias podem influenciar a oferta de moeda e regular a taxa de juros duma determinada economia. Pode-se fazer a distino de controlo monetrio directo e indirecto da Poltica Monetria.

O controlo directo acontece quando definido o nvel das variveis que o Banco Central pretende alcanar atravs da fixao administrativa da taxa de juros para todos os bancos e da fixao administrativa da concesso de crdito que os bancos comerciais devem dar ao pblico. O controlo monetrio indirecto usa o conceito de mercado para a determinao das variveis e para influenciar os seus objectivos recorre aos instrumentos como reservas obrigatrias, taxa de redesconto e operaes de mercado aberto.

Na viso de Lopes e Vasconcellos (2000:68), o Banco Central tm disposio apenas trs instrumentos para o controle da moeda nomeadamente as reservas obrigatrias, a taxa de redesconto e as operaes de mercado aberto.

No entanto, Rossetti (2003:671) na sua discusso sobre os instrumentos de Poltica Monetria considera tambm as reservas obrigatrias, a taxa de redesconto e as operaes de mercado aberto, mas acrescenta o controle selectivo do crdito, que consiste nas intervenes directas do Banco Central no mercado de crdito em que este selecciona as actividades produtivas que sero alcanadas pelas operaes financeiras e o seu volume e categorias dos agentes econmicos com que realizaro cada uma das operaes de financiamento. As autoridades monetrias tm o poder de controlar o volume e a distribuio das linhas de crdito, de impor limites s taxas de juros e de orientar a finalidade na concesso dos mesmos e de determinar os prazos, limites e condies.

As reservas obrigatrias (tambm denominada reserva legal) so consideradas uma espcie de imposto sobre os depsitos vista dos bancos comerciais. exigido aos bancos comerciais que mantenham uma fraco dos seus recursos vista junto do Banco Central. A taxa de reservas obrigatrias afecta basicamente o tamanho do multiplicador dos meios de pagamento, ao determinarem qual ser o montante de moeda que ficar disponvel para os bancos comerciais cederem emprstimos (Lopes e Vasconcellos, 2000:68).

Uma alterao nas reservas obrigatrias afecta a oferta de moeda, o que faz com que o multiplicador se modifique. Um aumento na taxa de reservas obrigatrias reduz a quantidade de depsitos que podem ser criados por um dado nvel de base monetria o que leva a uma contraco da oferta de moeda; e uma reduo das reservas obrigatrias leva a uma expanso da oferta de moeda devido uma maior criao mltipla de depsitos. Uma pequena modificao nas reservas obrigatrias tem efeitos significativos sobre a oferta da moeda pois altera o multiplicador monetrio, por isso o Banco Central raramente recorre ou altera este instrumento de controle monetrio. Ainda para Lopes e Vasconcellos (2000:60) os bancos comerciais podem formar trs tipos de reservas: a moeda corrente guardada nos prprios bancos, uma espcie de caixa dos bancos comerciais ou tambm chamado de encaixes do sistema bancrio; as reservas voluntrias no Banco Central para atenderem o excesso de pagamentos frente a recepo na compensao de cheques; e as reservas obrigatrias recolhidas junto ao Banco Central como a proporo dos depsitos vista, so utilizadas, entre outras coisas, para garantir-se a segurana mnima ao sistema bancrio

A taxa de redesconto uma de taxa de juros cobrada pelo Banco Central pelos emprstimos aos bancos comerciais que pode ser usada tanto para sinalizar as taxas de juros a serem praticadas pelo mercado, como, principalmente, para determinar a disposio dos bancos em ter mais ou menos liquidez, isto , a taxa de redesconto permite a concesso de emprstimos do Banco Central aos bancos comerciais para cobrir eventuais problemas de liquidez (Lopes e Vasconcellos, 2000:68). Se a taxa cobrada pelo Banco Central for superior taxa de juro de emprstimo dos bancos comerciais (de mercado), estes reduziro a concesso de crdito, para reduzirem o risco de ter de recorrer ao Banco Central. Numa situao contrria, em que a taxa de cobrada pelo Banco Central for inferior da taxa de juros do mercado, os bancos comerciais iro expandir as suas operaes de crdito. As operaes de mercado aberto so instrumentos que o Banco Central utiliza quando tem como objectivo de contrair ou expandir a base Monetria. Se o Banco Central tem o objectivo de contrair a base Monetria, este vende parte dos seus ttulos pblicos e desta forma retira a moeda em circulao. Mas se pretende fazer a expanso monetria, o Banco Central compra ttulos pblicos no mercado, o que aumenta a moeda em circulao (Lopes e Vasconcellos, 2000:68). As operaes de mercado aberto so instrumentos importantes de Poltica Monetria, pois, so os principais determinantes dos movimentos da taxa de juros de curto prazo, da base monetria e so as maiores fontes de flutuaes da oferta de moeda, isto , as compras de Bilhetes de Tesouro (BTs) 15 no mercado aberto expandem a base monetria, o que eleva, portanto, a oferta de moeda e reduz as taxas de juro de curto prazo. As vendas de BTs no mercado aberto reduzem a base monetria e a oferta de moeda (Mishkin, 2000:275). O Banco Central conduz dois tipos de operaes de mercado aberto, nomeadamente as operaes dinmicas de mercado aberto que visam implementar mudanas na Poltica Monetria como alteraes no nvel de reservas e a base monetria e as operaes defensivas de mercado aberto que tem como objectivo anular o efeito das flutuaes da base monetria e das reservas como por exemplo mudanas nos depsitos do Tesouro (Hillbretcht, 1999:145).

2.2.3. Mecanismos de Transmisso da Poltica Monetria2.3. Banco Central

De acordo com a Lei no 01/92 de 3 de Janeiro (Lei Orgnica do Banco de Moambique), o Banco de Moambique uma pessoa colectiva de direito pblico, dotada de autonomia administrativa e financeira, com a natureza de uma empresa pblica29. Ainda luz da mesma lei, o Banco de Moambique o Banco Central da Repblica de Moambique, tem como o principal objectivo a preservao do valor da moeda nacional e visa alcanar os seguintes fins:

a) Promover a realizao da correcta Poltica Monetria; b) Orientar a Poltica de Crdito com vista promoo do crescimento e desenvolvimento econmico e social do pas; c) Gerir as disponibilidades externas de forma a manter o volume adequado dos meios de pagamentos necessrios ao comrcio internacionald) Disciplinar a actividade bancaria

2.3.1. Funes do Banco de Moambique

Como Banco Central, o Banco de Moambique exerce funes de:

Banqueiro do Estado em que poder conceder ao Estado anualmente, crdito sem juros sob forma de conta corrente, em moeda nacional at ao montante mximo de dez por cento das receitas ordinrias do Oramento Geral do Estado (OGE) arrecadadas no penltimo exerccio;

Consultor do Governo no domnio financeiro onde cabe ao Banco de Moambique: (i) prestar informaes e pareceres sobre questes de natureza monetria, financeira e cambial; (ii) aconselhar nas negociaes sobre acordos e financiamentos externos e; (iii) participar em reunies especiais ou prprias em matria de Poltica Monetria, financeira e cambial;

Orientador e controlador das polticas monetrias, financeira e cambial onde compete ao Banco de Moambique regular o funcionamento do mercado monetrio;

Gestor das disponibilidades externas do pas e tem a responsabilidade de: (i) definir, para a defesa da moeda nacional, os princpios reguladores das operaes sobre o ouro e divisas estrangeiras; (ii) fixar os limites das disponibilidades em ouro e divisas estrangeiras que podem ser detidas pelas entidades autorizadas a exercer o comrcio de cmbios; (iii) fixar os cmbios e dar-lhes divulgao diria e; (iv) licenciar e fiscalizar toda e qualquer actividade de recuperao, por meios qumicos ou mecnicos do ouro, prata e platina, que se encontram incorporados em ligas metlicas ou outros produtos;

O intermedirio nas relaes monetrias internacionais em que o Banco de Moambique poder relacionar-se com as instituies financeiras estrangeiras e internacionais, celebrar contratos e assinar acordos bancrios ou de cooperao com instituies do mesmo gnero, pblicas ou privadas de outros pases e organizaes internacionais;

O supervisor das instituies financeiras em que compete ao Banco de Moambique: (i) apreciar e dar parecer sobre os pedidos de constituio das referidas instituies, com vista sua operao bem como sobre a fuso, rotura ou transformao e propor a revogao das autorizaes concedidas, quando for caso disso; (ii) definir as condies de abertura de filiais, agncias, delegaes e outras formas de representao das mencionadas instituies, no territrio nacional ou no estrangeiro e decidir dos respectivos pedidos; (iii) apreciar a capacidade dos titulares de participaes sociais nas instituies em que representem mais de dez por cento do respectivo capital social, bem como a aptido tcnico-profissional dos seus administradores ou directores e definir as condies imperativas do exerccio dessas funes; (iv) estabelecer directivas para a actuao dessas instituies e; (v) assegurar os servios de centralizao de informaes e de riscos de crdito (Lei no. 01/92, Lei Orgnica do Banco de Moambique).

2.4. Mercado de TtulosOs contratos so mais genricos e padronizados de forma que podem ser transferveis a terceiros, ou seja, tais contratos podem ser negociveis em mercados secundrios, ganhando liquidez. No h intermediao financeira, o banco apenas promove o encontro entre investidores e tomadores com a cobrana de uma taxa de corretagem.Divide-se em: Ttulos de Propriedade (Aes) Ttulos de Dvidas (Debentures, Commercial Papers, bnus-bonds) Mercado Primrio

Os ttulos de divida publica so lanados no mercado pela primeira vez atravs de leiles realizados pelo Banco Central junto as instituies financeiras interessadas.

Mercado SecundrioOs ttulos da divida publica so adquiridos no mercado primrio no so necessariamente carregados at o vencimento, podendo ser negociados com outras instituies financeiras no open market.

Os Ttulos pblicos so considerados activos de renda fixa porque o rendimento pode ser dimensionado no momento da aplicao, ao contrario dos activos de renda varivel (aces etc.), cujo retorno no pode ser estimado no instante da aplicao.

3. Concluso

Neste presente trabalho abordamos de forma clara e concisa os impactos que a inflao pode trazer a economia Cumprimos todos os objectivos predefinidos e absorvemos muito conhecimento no que concerne ao meio envolvente transaccional onde as empresas operam e, o trabalho tambm permitiu-nos desenvolver competncias de investigao.

4. Referencias Bibliogrficas

PINHO, Diva B., VASCONCELLOS, Marco A., Equipe de Professores da USP, Manual de Economia, 5 ed., Editora Saraiva, So Paulo, 2004.MISHKIN, Frederic S., Moedas, Bancos e Mercados Financeiros, 5 ed., Traduo, Li-vros Tcnicos e Cientficos Editora S.A., Rio de Janeiro, 2000.HILLBRECHT, Ronald, Economia Monetria, Editora Atlas S.A., So Paulo, 1999.CLETO, Carlos I. e DEZORDI, Lucas, Economia Empresarial, Universidade Federal do Paran, Curitiba, 2002.BOSCO, Ednil, KOBAL, Flvia, MARCON, Loiva e MESSA, Patrick, Poltica Monet-ria, artigo, Brasil,BLANCHARD, Olivier, Macroeconomia: Teoria e Poltica Econmica, Traduo da 2 edio, Editora Campus, Rio de Janeiro, 2001.BM, Banco de Moambique 1975-2010: Cronologia, Centro de Documentao e Infor-mao, Maputo, 2010.ROSSETTI, Jos Paschoal, Introduo Economia, 20 ed., Editora Atlas S.A., So Pau-lo, 2003.LUQUE, C. A. e VASCONCELLOS, M. A. S. Consideraes sobre o problema da inflao. In: Professores da USR Manual de economia. 3. ed. So Paulo: Saraiva, 1999.PINDYCK, Robert S. e PINDYCK, Daniel L., Microeconomia, 5 edio, PrenticeHall, So Paulo, 2002SAMUELSON, P.& W. Nordhaus; Economia, 16 Edio, McGraw Hill, 1998Legislao

Lei n.01/92 de 3 de Janeiro, Lei Orgnica do Banco de Moambique.