TRABALHO MACRONUTRIENTES

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SUMARIO:

1.1. Introduo 2. nitrognio

2.1.introduo 2.2 formas de fixao do nitrogenio 2.2.1 fixao industrial 2.2.2 fixao biolgica 2.3 nitrognio no solo 2.3.1 formas de nitrognio no solo 2.3.2 transformaes do nitrognio no solo 2.3.2.1 amonificao 2.3.2.2 nitrificao 2.3.2.3 mineralizao 2.3.2.4 imobilizao 2.3.2.5 desnitrificao 2.4 perdas de nitrognio 2.5 nitrognio na planta 2.6 funes do nitrognio na planta 2.7 sintomatologia de carncia na planta 2.8 ciclo do nitrognio 2.9 adubos nitrogenados 3. Fsforo 3.1 introduo 3.2 fsforo no solo 3.2.1 formas de fsforo no solo 3.2.2 movimento de fsforo no solo 3.2.3 disponibilidade de fsforo no solo 3.2.4 fatores que afetam a disponibilidade de fsforo 3.2.4.1 tipo de argila 3.2.4.2 quantidade de argila 3.2.4.4 aerao 3.2.4.5 compactao 3.2.4.6 umidade 3.3 perdas de fsforo 3.3.1 remoo pelas culturas 3.3.2 perdas por eroso 3.3.3 perdas por lixiviao 3.4 fontes de fsforo 3.5 fsforo na planta 3.6 funes do fsforo na planta 3.7 sintomatologia de carncia na planta 3.8 ciclo do fsforo 3.9 adubos fosfatados 3.9.1 fosfatos naturais 3.9.2 superfosfato simples 3.9.3 superfosfato triplo ou concentrado

3.9.4 escria de thomas 3.9.5 termofosfato 3.9.6 fosfato monoamonio (map) 3.9.7 fosfato diamonio (dap) 3.9.8 parcialmente acidulado 4. Potssio Introduo 4.2 potssio no solo 4.2.1 formas de potssio no solo 4.2.2 interao do potssio com outros nutrientes 4.3 perdas de potssio 4.3.1 remoo pelas culturas 4.3.2 perdas por lixiviao 4.4 fontes de potssio 4.5 potssio na planta 4.6 funes do potssio na planta 4.7 sintomatologia de carncia na planta 4.8 ciclo do potssio 5. Clcio Introduo 5.2 clcio no solo 5.3 clcio na planta 5.4 fontes de clcio 5.5 funes do clcio na planta 5.6 sintomatologia de carncia na planta 5.7 adubos com clcio 6. Magnsio 6.1 introduo 6.2 magnsio no solo 6.3 magnsio na planta 6.4 funes do magnsio na planta 6.5 sintomatologia de carncia na planta 6.6 adubos com magnsio 7. Enxofre 7.1 introduo 7.2 enxofre no solo 7.2.1 transformaes do enxofre no solo 7.3 ciclo do enxofre 7.4 enxofre na planta 7.5 funes do enxofre na planta 7.6 sintomatologia de carencia na planta 7.7 adubos com enxofre

1.Introduo Macronutrientes no Solo a disponibilidade dos nutrientes para as plantas vai depender das entradas e sadas dos elementos no solo e das transformaes que nele o ocorrem. A converso entre formas orgnicas e minerais, imobilizao e mineralizao, operada por organismos do solo, uma componente importante na ciclagem do nitrognio, fsforo, enxofre etc. A taxa de mineralizao depende das condies de vida dos organismos em termos de caractersticas do solo (PH, arejamento, temperatura, e gua) e dos resduos orgnicos (granulometria, teores de lenhina e fenis, e equilbrio entre o carbono , nitrognio, fsforo , enxofre entre outros). A mineralizao de molculas azotadas d origem ao on amnio, que absorvido pelas plantas e organismos do solo, fixado em minerais argilosos, adsorvido no complexo de troca, perdido por volatilizao do amonaco, ou convertido a on nitrato (nitrificao). O on nitrato tambm absorvido pelas plantas e organismos do solo. facilmente perdido por lixiviao, por no ser adsorvido na matriz nem formar compostos insolveis. Em condies redutoras sofre desnitrificao, dando origem formao de azoto elementar e xido nitroso. As principais entradas de azoto no solo provm da fixao biolgica do azoto atmosfrico, da deposio a partir da atmosfera, e da aplicao de fertilizantes e gua de rega. As principais sadas resultam da remoo do nutriente nas culturas, de perdas gasosas, e de perdas por lixiviao, escoamento superficial e eroso. O fsforo encontra-se no solo como componente da matria orgnica e de argilas cristalinas e amorfas, adsorvido na matriz do solo e em soluo. Os ons fosfato so absorvidos pelas plantas e organismos do solo, adsorvidos na matriz, precipitados, e perdidos por escoamento superficial e eroso. Em solos cidos, o fsforo encontra-se precipitado com ferro, alumnio e mangansio, ou adsorvido a minerais argilosos e xidos e hidrxidos de ferro, alumnio e mangansio. Em solos calcrios, grande parte do fsforo precipitada pelo clcio ou encontra-se adsorvido superfcie das partculas de calcrio. A disponibilidade de fsforo estudada recorrendo s isotrmicas de adsoro, e traduzida pelos conceitos de intensidade (quantidade de nutriente em soluo), capacidade (quantidade de nutriente retido na matriz) tampo (capacidade do solo para se opor variao da intensidade). e poder

O enxofre encontra-se em formas minerais e orgnicas. Grande parte do enxofre pode provir da deposio atmosfrica, sobretudo em regies costeiras ou perto de indstrias. As formas minerais de enxofre dependem do estado redox do solo, podendo o nutriente sofrer oxidaes ou redues realizadas por bactrias. O on sulfato absorvido pelas

plantas e organismos do solo, adsorvido na matriz, precipitado, reduzido a cido sulfdrico em solos alagados, e perdido por lixiviao, escoamento superficial e eroso. O potssio encontra-se na estrutura de minerais, fixado em minerais argilosos, no complexo de troca e em soluo. A disponibilidade do potssio para as plantas depende do poder tampo do solo e do nvel do nutriente em soluo. O clcio e o magnsio encontram-se na estrutura de minerais ou da matria orgnica, adsorvidos no complexo de troca e em soluo. O on clcio normalmente o primeiro captio de troca, o magnsio o segundo e o potssio o terceiro. A proporo entre ons adsorvidos e em soluo depende, sobretudo do teor de cada elemento e da capacidade de troca catinica do solo, sendo que o clcio adsorvido preferencialmente ao magnsio.So considerados Macronutrientes Primrios o nitrognio (N), fsforo (P) e potssio (K); Macronutrientes Secundrios o clcio (Ca), magnsio (Mg) e o enxofre (S). Afirma que os macronutrientes primrios geralmente tornam-se deficientes no solo antes dos demais, devido a maior utilizao desses nutrientes pela planta. Os macronutrientes secundrios so geralmente menos deficientes e usados em quantidades menores, porm, a planta precisa t-los a disposio quando e onde for necessrio.

2. NITROGNIO Entre os elementos essenciais para a vida da planta h mais tomos de nitrognio na matria seca do que de qualquer outro elemento, geralmente, cerca de trs vezes mais (MALAVOLTA, 1981). O nitrognio o nutriente mais utilizado, mais absorvido, mais exportado pelas culturas e de obteno mais cara (dificuldade na quebra de suas molculas-N2). Esse elemento, por ser altamente requerido pela maioria das culturas, constitui-se no fator mais limitante de produo, com exceo das leguminosas que conseguem fix-lo de maneira diferente das demais plantas. O nitrognio constitui quase 78% da atmosfera, a qual a principal fonte do elemento, sendo encontrado na forma de N2 (gs nitrognio), no diretamente aproveitvel pelas plantas. Embora seja um dos elementos mais difundidos na natureza, o nitrognio, praticamente no existe nas rochas que do origem aos solos. 2.1 FORMAS DE FIXAO DO NITROGENIO Para que seja possvel o aproveitamento do nitrognio atmosfrico existem dois processos que fixam o elemento e o transferem para o solo deixando-o disponvel s plantas. Esses processos so: a fixao biolgica e a fixao industrial. 2.2.1 FIXAO INDUSTRIAL O processo de fixao industrial baseia-se em captar o N2 atravs da sua reduo por H proveniente de

compostos derivados do petrleo, na presena de alta temperatura (450C), alta presso (200 atm) e de catalisador, tendo como produto final o gs amnia (NH3), que o produto base para a obteno de adubos nitrogenados. Esse processo responsvel por 20% de todo o N fixado por ano e devido a sua complexidade envolve um alto investimento.

2.2.2 FIXAO BIOLGICA A fixao biolgica responsvel por 80% do N fixado por ano, podendo ocorrer tanto em ambiente aqutico como terrestre. Filho (2007) classifica a fixao biolgica da seguinte forma: a) Sistema livre: ocorrem livres no solo, em condies aerbicas, dependem de um filme de umidade para proliferarem. Exemplos: Bactria - Beijerinckia (3-9 kg/ha. ano, consorciada com a cana); Azotobacter (6-8 kg/ha ano); Cianobactrias (3-12 kg/ha ano). b) Associaes menos ntimas: associaes com a finalidade de ajuda mtua. Exemplos: Lquen - Fungo + Alga + Bactria; Azolla - Cianobactria + Pteridfita. c) Sistema simbiticos: associao de plantas + bactrias, sendo bastante importante para o contexto agrcola. Exemplos: Leguminosas + Rhizobium e cana-de-acar + Acetobacter diazotrophicus. No sistema simbitico a planta e a bactria beneficiam-se mutuamente. A bactria recebe da planta carboidratos da fotossntese e a planta se beneficia com o N fixado pelas bactrias no interior dos ndulos. Os organismos responsveis pela fixao so as bactrias dos gneros Rhizobium (feijo), Bradyrhizobium (soja) e Azorhizobium (outras espcies) 2.3 NITROGNIO NO SOLO 2.3.1 FORMAS DE NITROGNIO NO SOLO No solo, o nitrognio, apresenta-se ligado MO, sendo que somente cerca de 2% liberado ao ano na forma de NO3-, que prontamente aproveitado pela planta. No entanto, pode ocorrer de diversas formas no solo. O nitrognio elementar (N2) encontrado em abundncia no ar do solo. Em formas inorgnicas combinadas o nitrognio ocorre nos solos como xido nitroso (N2O), xido ntrico (NO), nitrognio amoniacal (NH4+) e nitrato (NO3-) 2.3.2 TRANSFORMAES DO NITROGNIO NO SOLO O nitrognio no solo est sujeito a um grande nmero de processos, que resultam em transformaes de formas orgnicas em inorgnicas e vice-versa, e que podem resultar em ganhos ou perdas do sistema

como um todo (VAN RAIJ, 1991). As principais transformaes que o nitrognio sofre no solo incluem os processos de amonificao, mineralizao, nitrificao, imobilizao, desnitrificao e a fixao biolgica (descrita anteriormente). 2.3.2.1 Amonificao: A amonificao refere-se a transformao do nitrognio orgnico em NH3;

A nitrificao compreende a passagem de NH4+ a NO3-, sendo dividida em dois processos: a) Nitritao: oxidao do NH4+ a NO2-, tendo como agentes os nitrossomomas;

b) Nitratao: reduo de NO2- a NO3-, tendo como agentes as nitrobacter.

2.3.2.3 Mineralizao A mineralizao um processo de transformao do nitrognio orgnico, no sendo assimilvel pelas plantas dessa forma, para a forma mineral, assimilvel. Este processo compreende duas etapas: amonificao e nitrificao (j descritas). 2.3.2.4 Imobilizao A imobilizao um processo inverso mineralizao, ou seja, a transformao do nitrognio da forma mineral para a forma orgnica, devido a sua utilizao por microrganismos do solo. , portanto uma transformao do N da forma assimilvel para a forma no assimilvel pelas plantas. 2.3.2.5 Desnitrificao A desnitrificao o principal processo de perda de N e consiste na produo de formas gasosas de N a partir de NO2- e NO3-. Esse processo ocorre em condies de solo encharcado, ou seja, anaerobiose. 2.4 PERDAS DE NITROGNIO Alm da remoo pelas culturas, o nitrognio pode ser perdido por lixiviao, volatilizao e eroso. Trabalhos apresentados por Van Raij (1991) mostraram que o nitrognio o nutriente que mais se perde por eroso, devido a sua concentrao nas camadas mais superficiais do solo, onde o processo de eroso atua. Alm disso, as partculas de MO (sua maior concentrao) e de argila envolvidas com MO erodem mais facilmente do que as partculas minerais maiores do solo. De todo o nitrognio perdido por lixiviao cerca de 9% encontra-se na forma de nitrato. Isso se deve a sua alta solubilidade na gua e ao fato de possuir cargas negativas, ou seja, mesma carga do complexo de troca. As perdas por volatilizao referem-se s perdas quando ocorre a desnitrificao, mas a volatilizao mais temida pelo agricultor da amnia que pode ser originada da mineralizao do N da MO ou da adio de fertilizantes. 2.5 NITROGNIO NA PLANTA

Nitrato e Amnio so as maiores formas de nitrognio inorgnico que podem ser absorvidos pelas razes de plantas superiores. A maior parte de amnia incorporada a compostos orgnicos nas razes, enquanto que o nitrato devido sua mobilidade no xilema pode ser encontrado nos vacolos de razes, folhas e em rgos de armazenamento. O acmulo de nitrato nos vacolos so importantes para o balano ctionnion, para o equilbrio osmtico e para a qualidade de vegetais e de forrageiras em geral (FILHO, 2007). A absoro de N via radicular ocorre em ordem decrescente de preferncia, nas formas de aminocidos (A), amidas, uria, NH4+ e NO3-, sendo que as formas de NH4+ e NO3- dependem da mineralizao da matria orgnica e do pH do solo, pois se o pH cido h o predomnio de NH4+ e se o pH tende neutralidade, temos o NO3-.

O contato de nitrognio com a raiz da planta ocorre por fluxo de massa (9%) e somente 1% ocorre por interceptao radicular. O transporte do nitrognio dentro da planta ocorre pelo xilema na forma em foi absorvido (NH4+ e NO3-) e sua redistribuio feita atravs do floema na forma de aminocidos (A) e amidas. 2.6 FUNES DO NITROGNIO NA PLANTA

que se encontram nas plantas e indica os processos que participamO nitrognio possui duas funes principais: estrutural e participao em processos metablicos. A tabela 1 relaciona os principais compostos nitrogenados Tabela 1. Compostos nitrogenados e sua participao em alguns processos. Aminocidos Protenas Bases nitrogenadas cidos nuclicos Enzimas Coenzimas Vitaminas Glicoprotenas Todos (constituintes) Absoro inica Fotossntese Respirao Sntese em geral Multiplicao e Diferenciao celular Herana Gnica Pigmentos Fonte: Malavolta, 2006. O nitrognio tambm est relacionado qualidade de produo atravs de: - estimulo ao crescimento de razes; - ajuda na absoro de clcio (NO3-); - estimulo a formao e o desenvolvimento de gemas florferas e frutferas; - maior vegetao e perfilhamento (gramneas); - aumento do teor de protenas em gros 2.7 SINTOMATOLOGIA DE CARNCIA NA PLANTA O principal sintoma da carncia ou falta de nitrognio nas plantas uma clorose generalizada nas folhas mais velhas, enquanto que as folhas mais novas se mantm verdes. A colorao amarelada est associada

degradao da clorofila e com a modificao da forma do cloroplasto. Dentre os demais sintomas visveis pode-se citar: - folhas amareladas, inicialmente as mais velhas; - ngulo agudo entre caule e folhas; - dormncia de gemas laterais; - reduo do perfilhamento; - senescncia precoce; - crescimento em geral diminudo, com possvel aumento no comprimento das razes; Dentre os sintomas qumicos pode-se citar: - baixo teor de clorofila; - produo de outros pigmentos; Dentre os sintomas citolgicos pode-se citar: - pequenos ncleos; - cloroplastos pequenos; Dentre os sintomas metablicos pode-se citar: - reduo da sntese de protenas; - alto contedo de aucares e alta presso osmtica. Em caso de excesso de nitrognio na planta, esta apresenta os seguintes sintomas: - aumento da fase vegetativa; - atraso no florescimento; - pode haver reduo na frutificao; Em geral, as principais causas de deficincia de nitrognio no Brasil so: - solos pobres em matria orgnica; - acidez - menor mineralizao; - lixiviao; - seca prolongada; 2.8 CICLO DO NITROGNIO Malavolta (2006) descreve o ciclo do carbono da seguinte forma: O nitrognio responsvel por 5% da matria orgnica do solo (MO). Cerca de 98% est em forma orgnica e somente 2% encontra-se em forma mineral. No deve-se esquecer a presena de formas gasosas (N2 do ar do solo e dos xidos de nitrognio). Os compostos nitrogenados so mineralizados pelos microrganismos do solo. A multiplicao e a atividade dos microrganismos que decompem os restos vegetais e animais, transformando-os em MO, exige a assimilao de N mineral em protoplasma microbiano. O nitrognio pode ser adicionado ao solo como fertilizante mineral, restos orgnicos, gua das chuvas (que arrastam o

N da atmosfera combinado com oxignio) e pela fixao biolgica. Pela decomposio do nitrato, nitrito e volatilizao da amnia, parte do N fixado volta atmosfera de onde veio fechando o ciclo como mostra a figura 2. 2.9 ADUBOS NITROGENADOS A fertilizao nitrogenada uma complementao capacidade de suprimento de nitrognio dos solos, a partir da mineralizao de seus estoques de MO. Em funo de sua forma de atuao e das condies gerais de emprego habitual classificar os fertilizantes nitrogenados em orgnicos e qumicos, cuja seleo de uma ou outra forma depende dos fatores e condies do solo, das condies climticas, da velocidade de atuao e do valor econmico. Devido sua alta mobilidade, a quantidade total de nitrognio adicionada com os fertilizantes nitrogenados deve ser aplicada de forma fracionada, a fim de que a planta possa encontrar no solo o nitrognio que necessita, nos perodos crticos do seu ciclo vital.

Figura 2. Ciclo do Nitrognio. Os principais adubos nitrogenados minerais so divididos em quatro grupos: Amoniacais: apresentam o nitrognio na forma amoniacal. Ntricos: apresentam o nitrognio na forma ntrica. Ntrico-amoniacais: apresentam o nitrognio na forma ntrica e amoniacal. Amdicos: apresentam o nitrognio na forma amdica (uria). Os fertilizantes nitrogenados orgnicos so provenientes da mineralizao dos resduos vegetais e animais, atravs da ao efetiva da microbiota do solo. Tabela 2. Principais fertilizantes minerais e orgnicos nitrogenados. FERTILIZANTES MINERAIS FERTILIZANTES ORGNICOS Fertilizante % de N Forma do N Fertilizante % de N Amnia anidra 82 NH4+ Esterco eqino 1,4 gua amoniacal 10 NH4+ Esterco bovino 1,67 Nitrato de sdio 15 NO3- Esterco suno 1,86

Uria 4 NH2 Esterco de galinha 2,76 Nitrato de amnio 32 NO3- Torta de amendoim 7,65 Sulfato de amnio 21 NH4+ Torta de coco 4,37 Cloreto de amnio 25 NH4+ Torta de soja 6,56 Nitrato de sdio 16 NO3- Sangue seco 1,80 Nitrato de potssio 13 NO3- Bagao de cana 1 Nitrato de clcio 16 NO3- Torta de algodo 5 Nitrato de amnio e clcio 20 NH4+ e NO3- Torta de mamona 5 Nitrosulfoclcio 25 NH4+ e NO3- Borra de caf 2,30 3. FSFORO 3.1 INTRODUO Dentre os trs macronutrientes primrios, o fsforo o menos exigido pela plantas e, contraditoriamente, o nutriente mais utilizado em adubaes no Brasil. Essa situao resultante da carncia generalizada de fsforo nos solos brasileiros e, principalmente devido sua forte interao com o solo, especialmente solos argilosos. Assim, ao estudar o fsforo, torna-se necessrio reconhecer as interaes do elemento com o solo e compreender a dinmica das formas disponveis para as plantas. Tal conhecimento indispensvel para a avaliao da disponibilidade do nutriente no solo e para orientar a prtica da adubao fosfatada (VAN RAIJ, 1991). 3.2 FSFORO NO SOLO 3.2.1 FORMAS DE FSFORO NO SOLO O fsforo (P) encontra-se na soluo como ons ortofosfatos, o qual uma forma derivada do cido artofosfrico (H3PO4). Este elemento pode ocorrer no solo em formas inorgnicas ou orgnicas, sendo que o ltimo se eleva com o aumento da MO e com a diminuio do pH. A forma qumica do P no solo depende do seu pH, sendo que na faixa entre 4 e 8 predomina a forma H2PO4-, sendo esta a forma preferencial de absoro pela planta. Este elemento fortemente influenciado pela concentrao de Mg2+ , ou seja, sinergismo. Pode ainda ser encontrado nas seguintes condies: Fsforo fixado: encontra-se na forma inorgnica e est fortemente adsorvido ao solo, geralmente ligado ao Al, Fe e Ca dos minerais de argila; Fsforo disponvel: encontra-se na forma inorgnica e est fracamente adsorvido ou presente na soluo do solo; Fsforo solvel: encontram-se na forma inorgnica, disponvel s plantas e est nas formas H2PO4-, HPO42-, PO43-; Fsforo orgnico: refere-se ao fsforo ligado aos compostos orgnicos, como cidos nuclicos, fosfolipdeos, etc.

Figura 3. Formas de Fsforo no sistema solo-planta. 3.2.2 MOVIMENTO DE FSFORO NO SOLO O fsforo se movimenta pouqussimo na maioria dos solos, sendo que geralmente permanece onde colocado, seja por intemperismo dos minerais seja por adubao. Dessa forma, raramente ocorrem perdas de fsforo por lixiviao, mesmo que este tenha maior mobilidade em solos arenosos. Quase todo o fsforo movimenta-se no solo por difuso, sendo um processo lento e de pouca amplitude, o qual depende da umidade do solo. Devido baixa mobilidade do fsforo a sua absoro pode ficar ainda mais comprometida em solos compactados, devido ao fato da resistncia mecnica do solo reduzir a habilidade das razes em absorver o fsforo alm de favorecer a sua adsoro especfica. 3.2.3 DISPONIBILIDADE DE FSFORO NO SOLO As plantas absorvem P da soluo do solo. Sob esse ponto de vista, o nico P imediatamente disponvel, um dado momento, ria aquela em soluo (VAN RAIJ, 1991). Infelizmente, os teores de P presentes na soluo do solo so, geralmente, muito baixos, fazendo com o P seja um fator limitante de produo, principalmente em solo tropicais. Grande parte dos solos brasileiros so intemperizados e apresentam xidos de Fe e Al e argilas do grupo da caulinita como principais constituintes da frao argila, minerais caracterizados pela presena de cargas de superfcie variveis segundo a reao do solo. Nas condies de reao cida a moderadamente cida, os xidos de ferro e alumnio apresentam-se preferencialmente com cargas positivas, sendo assim capazes de reter em sua superfcie vrios tipos de nions, predomnio de ons fosfatos, esse fenmeno conhecido como adsoro especfica1. Este tipo de adsoro de baixa reversibilidade e constitui-se no principal responsvel pela fixao de P no solo, principalmente nos solos descritos acima.

3.2.4 FATORES QUE AFETAM A DISPONIBILIDADE DE FSFORO Quando fosfatos so adicionados ao solo, a maior parte do fsforo passa para a fase slida atravs. De acordo com Lopes (1989), a disponibilidade do fsforo pode ser afetada por diversos fatores: 1Adsoro especfica: reteno de nions pela fase slida, por meio de ligaes fortes (covalentes), passando a fazer parte da estrutura da micela. Solos com altos teores de argilas cauliniticas ou xidos de Fe e Al fixam mais fsforo adicionado do que qualquer outro solo. 3.2.4.2 Quantidade de Argila Solos com alto teor de argila fixam mais fsforo do que solos argilosos. 3.2.4.3 poca de Aplicao Quanto maior for o perodo de contato do solo com o fsforo adicionado, maiores so as chances para fixao. Em solos com alta capacidade de fixao, a cultura precisa absorver o fsforo antes que este seja adsorvido pelo solo, sendo necessrias adubaes em linha que reduzam ao mximo as chances dessa fixao ocorrer. O oxignio necessrio para o crescimento da planta e para a absoro dos nutrientes. Isso se deve por que o oxignio tambm essencial para decomposio biolgica da matria orgnica, a qual fonte de P. A compactao reduz a aerao e o espao poroso na zona radicular, reduzindo a absoro de fsforo e o crescimento das plantas. Dessa forma, diminui o volume de solo que as razes podem penetrar limitando o acesso das mesmas ao fsforo do solo e favorecendo sua adsoro nas micelas do solo. O aumento da umidade do solo at nveis timos torna o P mais disponvel para as plantas, mas o excesso de umidade exclui o O2, limitando o crescimento das razes e reduzindo a absoro de P. 3.3 PERDAS DE FSFORO 3.3.1 REMOO PELAS CULTURAS Todas as culturas removem muito pequenas quantidades de fsforo do solo. Dos trs macronutrientes principais, o menos absorvido pelas plantas. A mdia de remoo em torno de 5kg/ha/ano (COELHO, 1973). 3.3.2 PERDAS POR EROSO A eroso um tipo de a perda mais drstica do que a remoo pelas culturas. Entretanto, o P removido pelas plantas est em forma disponvel, enquanto o removido pela eroso possui pequena proporo das formas de fsforo disponvel. As perdas por eroso so grandes porque o P contido em grande parte pela MO, a qual concentrada na camada superficial. 3.3.3 PERDAS POR LIXIVIAO Os fertilizantes fosfatados solveis reagem rapidamente com o solo, permanecendo, em sua maior parte,

perto do local de adio. Em conseqncia da baixa solubilidade e limitado movimento do P no solo, sua perda por lixiviao desprezvel na maioria dos solos. 3.4 FONTES DE FSFORO As fontes minerais de fsforo so todas originadas de rochas fosfticas, conhecidas como fosfatos naturais, que so encontrados na forma de compostos de ferro, alumnio e de clcio. Os fosfatos de ferro e de alumnio tm sua solubilidade aumentada com a elevao do pH do solo. Os fosfatos de clcio (apatitas e fosforitas), por sua vez, so mais solveis em solos com pH cido. No comrcio, so encontradas fontes naturais de fsforo e fontes industrializadas, obtidas a partir das naturais. Existem trs grupos de rochas fosfticas ou fosfatos triclcicos: Fluorapatitas: Ca10(PO4)6F2; Hidroxiapatitas: Ca10(PO4)6OH2; Carbonatoapatitas: Ca10(PO4)6CO3. A reatividade do fosfato natural est diretamente relacionada com o grau de substituies isomrficas, ou seja, quanto maior substituio do PO4-3 pelo CO3-2+F- maior a reatividade do mesmo. 3.8 CICLO DO FSFORO O fsforo entra no sistema do solo atravs de resduos vegetais e animais ou por fertilizantes. Os resduos liberam o P para o solo ao sofrerem mineralizao e os fertilizantes disponibilizam-no diretamente para a planta. No entanto, esse P adicionado perdido por inmeros motivos, podendo ser retirado pela colheita, pela lixiviao (pouco significante) e principalmente pela eroso, ocorrendo assim a sua sada do sistema solo-planta.

Figura 4. Ciclo do fsforo. 3.9 ADUBOS FOSFATADOS

Figura 5. Origem dos adubos fosfatados. 3.9.1 FOSFATOS NATURAIS Os fosfatos naturais de maior ocorrncia so as apatitas. Esses fosfatos possuem um teor considervel de fsforo total (24 a 27% de P2O5 total), contudo, de baixa solubilidade. A solubilidade desses materiais aumentada em meio cido. 3.9.2 SUPERFOSFATO SIMPLES Obtido por meio da mistura estequiomtrica de H2SO4 com fosfatos naturais (apatitas). Possui, no mnimo, 18% de P2O5 solvel em soluo de citrato neutro de amnio (CNA), 1% de S e 19% de Ca. 3.9.3 SUPERFOSFATO TRIPLO OU CONCENTRADO Obtido a partir da mistura estequiomtrica de H3PO4 com fosfatos naturais (apatitas). Possui 43% de P2O5 solvel em CNA e 13% de Ca. 3.9.4 ESCRIA DE THOMAS um subproduto da indstria do ao. Possui 17% de P2O5 total, 12% de P2O5 solvel em cido ctrico (AC) a 2%, 25% de Ca e pequenas quantidades de Si, Mg, Fe e Mn. 3.9.5 TERMOFOSFATO Obtido pela fuso a 1450oC de fosfato natural (apatita ou fosforita) com uma rocha magnesiana (serpentina). Contm 18% de P2O5 total, 16,5% de P2O5 solvel em AC a 2%, 20% de Ca e 9% de Mg. 3.9.6 FOSFATO MONOAMONIO (MAP) Obtido por meio da neutralizao parcial de H3PO4 pela amnia. Possui 48% de P2O5 solvel em CNA e 9% de N. 3.9.7 FOSFATO DIAMONIO (DAP) Obtido por meio da neutralizao parcial de H3PO4 pela amnia. Possui 45% de P2O5 solvel em CNA e 16% de N. 3.9.8 PARCIALMENTE ACIDULADO Obtido pela reao do fosfato natural (apatita) com uma quantidade de cido sulfrico inferior necessidade estequiomtrica para a reao completa. Contm

26% de P2O5 total, 10% de P2O5 solvel em CNA, 25% de Ca e 6% de S. 4. POTSSIO 4.1 INTRODUO O potssio (K) o segundo macronutriente presente em maior quantidade nas plantas. Esse elemento, depois do P, o mais consumido como fertilizante pela agricultura brasileira. Segundo Van Raij (1991), o comportamento do nutriente em solos tropicais aparenta ser muito mais simples do que em solos de clima temperado. Alm disso, s h praticamente um adubo potssico de grande importncia. 4.2 POTSSIO NO SOLO O K um elemento muito abundante em rochas e em solos, sendo que grande parte encontra-se em minerais que contm o elemento nas estruturas cristalinas. 4.2.1 FORMAS DE POTSSIO NO SOLO De acordo com Filho (2005), o potssio pode ser encontrado no solo nas seguintes formas: Rede cristalina (90 a 98%): presente nos minerais que deram origem aos solos como os feldspatos, micas e argilas miccias; Fixado: (1 a 10%): imobilizao do potssio pelas lminas de argila 2:1 (vermiculita e montmorilonita); Trocvel: todo K adsorvido nos colides do solo; Solvel: presente na soluo do solo; Matria orgnica (0,5 a 2%): liberado pela mineralizao da MO, sendo a principal fonte de K orgnico. Figura 6. Formas de potssio no solo. 4.2.2 INTERAO DO POTSSIO COM OUTROS NUTRIENTES Potssio e Nitrognio: normalmente a presena de N aumenta a absoro de K, resultando em aumento de produo e diminuio de acamamento (principalmente em gramneas); Potssio e Magnsio: a elevao do K na adubao diminui o teor de Mg na planta e vice-versa; Potssio e Clcio: a elevao do K na adubao diminui o teor de Ca na planta. A elevao de Ca na soluo do solo diminui a absoro de K e Mg pela planta e a elevao do K na soluo leva a uma diminuio na absoro do Ca e Mg; Potssio e Fsforo e Enxofre: o K promove um melhor aproveitamento do H2PO4- e do SO42-, com melhora na qualidade de produo; Potssio e Zinco: adubaes com Zn levam a uma diminuio do teor de K na planta e deficincia de Zn eleva os teores de Ca, Mg e K; Potssio e Boro: a presena de H3BO3 na adubao do solo aumenta o teor de K na planta, porm, isso no ocorre inversamente; Potssio e Sdio: competem pelo mesmo stio ativo de absoro; Potssio e Alumnio: a presena de Al no solo desloca o K do colide, resultando em uma maior lixiviao do K no perfil do solo. 4.3 PERDAS DE POTSSIO

4.3.1 REMOO PELAS CULTURAS

K absorvido pela planta K na soluo do solo K trocvel K no trocvel K mineral K aplicado K lixiviado Segundo Van Raij (1991), em condies normais de solo e com adequado suprimento de nutrientes, elevada a remoo de K pelas culturas. Quando tm disponveis grandes quantidades de K, as plantas possuem a tendncia de assimilar K em quantidades que excedem suas necessidades. Esse fenmeno chamado de consumo suprfluo ou de luxo, pois sua absoro em excesso no aumenta o rendimento das culturas. 4.3.2 PERDAS POR LIXIVIAO Grandes quantidades de K so perdidas atravs da gua de drenagem, nos solos minerais, principalmente quando tenham sido adubados com este elemento. Solos arenosos sofrem grandes perdas de K, no entanto, solos argilosos, mesmo sem receberem adubaes potssicas sofrem maiores perdas devido a sua maior quantidade do elemento. 4.4 FONTES DE POTSSIO Os minerais primrios mais importantes como fontes de potssio so aqueles encontrados em rochas gneas, tais como feldspatos e as micas muscovita e biotita. Os minerais secundrios so as argilas 2:1 ilita e vermiculita. O intemperismo do material de origem e o grau de intemperismo do prprio solo afetam os minerais e, consequentemente, as formas e as quantidades de K existentes no solo (VAN RAIJ, 1991). No caso das micas, ao sofrerem intemperizao formam as ilitas tambm chamadas de micas hidratadas. Estas, por sua vez, medida que o grau de intemperismo avana, do lugar caulinita, que no possui K em sua estrutura. 4.5 POTSSIO NA PLANTA O K caracterizado pela sua alta seletividade no momento de absoro e, est intimamente ligado atividade metablica na planta. Apresenta uma alta mobilidade na planta, tanto no xilema como no floema. O K est ligado tambm ao controle osmtico da clula (bombas de K). Sua absoro pela planta ocorre na forma predominante nos colides e na soluo do solo, ou seja, na forma K+. Seu contanto com a raiz ocorre, em sua maioria por difuso, sendo que h 25% por fluxo de massa e 3% por interceptao radicular. Tanto no xilema como no floema, o K caminha na forma de K+, sendo rapidamente transportado pelo xilema aos rgos novos, onde se relaciona com as citocinas e com o metabolismo de N na planta. Sua redistribuio muito rpida pelo floema. 4.6 FUNES DO POTSSIO NA PLANTA A funo do Potssio de natureza cataltica e osmtica, sendo essencial para as diversas funes vitais na planta.

O K tem como caracterstica a baixa afinidade por ligantes orgnicos, sendo necessrio altas concentraes para que ocorram poucas ligaes. Em relao a funo osmtica, o K regula a turgidez dos tecidos, controlando os movimentos estomticos que essencial para o processo fotossinttico. Sua atividade cataltica refere-se a ativao enzimtica, pois o K ativa cerca de 60 enzimas participando de reaes de Fosforilao, sntese de protenas, metabolismo de N e carboidratos, transporte de carboidratos e outros produtos da respirao no floema e fixao simbitica do nitrognio. Participa ainda dos seguintes processos: Promoo do crescimento dos tecidos meristemticos, Resistncia seca, geadas e salinidade, Resistncia doenas e ao acamamento (gramneas), qualidade do produto: atua na cor, tamanho, acidez, resistncia ao transporte e melhoria no valor nutritivo (N, Vitaminas e aucares). 4.7 SINTOMATOLOGIA DE CARNCIA NA PLANTA Os sintomas de deficincia de K aparecem primeiro nas folhas mais velhas, com clorose das bordas para o centro da folha, com posterior necrose. A deficincia de K diminui a fotossntese e aumenta a respirao, reduzindo o suprimento de carboidratos e, por conseguinte o crescimento da planta. Os sintomas visveis so: clorose e posterior necrose das margens e pontas das folhas, inicialmente as mais velhas, interndio mais curto em plantas anuais, diminuio da dominncia apical, menor tamanho dos frutos em laranjeiras, deficincia de ferro induzida (acmulos de ferro nos ns inferiores). Os sintomas anatmicos incluem a diferenciao prejudicada dos tecidos condutores e perda da atividade cambial. Os sintomas qumicos so: aumento das fraes de N-alfa amdicos e amnicos, alto contedo de cidos orgnicos e menor teor de acares e amido em rgos de reserva; Em caso de altas concentraes de K no solo, as plantas apresentam deficincia de Magnsio induzida, alm da absoro de luxo j descrita. 4.8 CICLO DO POTSSIO O K entra no sistema do solo atravs de resduos vegetais e animais (adubao orgnica) e via fertilizantes minerais. Esse K adicionado pode ser absorvido pelas plantas, perdido por lixiviao ou tornar-se indisponvel devido a sua fixao nos minerais do solo.

Figura 7. Ciclo do Potssio. 4.9 ADUBOS POTSSICOS A fertilizao potssica tem que garantir uma concentrao de K na soluo do solo suficientemente alta para satisfazer as necessidades da planta nos perodos em que o elemento mais exigido. Este objetivo poder ser alcanado quando forem evitadas perdas por lixiviao e fixao. A eficincia dos fertilizantes potssicos depende sistematicamente da maneira de como so aplicados e das condies do solo a ser fertilizado. Diante disso, podem-se inferir algumas sugestes quanto ao uso do potssio no solo: a) Solos naturalmente pobres em potssio requerem adies freqentes e moderadas; b) Prticas culturais que melhoram as condies de aerao do solo (arao, gradagem, drenagem), bem como aquelas que evitam as perdas por lixiviao (adio de matria orgnica e calagem) e por eroso (plantio em nvel, terrao, etc) tendem a promover um melhor aproveitamento do K no solo; c) A tendncia para o equilbrio entre o K no trocvel, trocvel e em soluo e as perdas s quais o K solvel est sujeito, sugerem dois princpios bsicos para a adio de K como fertilizante: o primeiro que o elemento deve ser aplicado parceladamente em lugar de toda a quantidade necessria de uma s vez; o segundo que se deve concentrar o K no sulco ou na cova de plantio, sempre que possvel.

Os adubos potssico mais utilizados so: Tabela 3. Principais fertilizantes fosfatados comercializados no Brasil. Fertilizantes Garantia mnima Forma do nutriente Observaes Cloreto de K 58% de K2O K2O solvel em gua (cloreto) 45-48% de Cl.

Sulfato de K 48% de K2O K2O solvel em gua (sulfato)

Sulfato de K e Mg 18% de K2O e 4,5% de Mg K2O e Mg solvel em gua (sulfato) Nitrato de K 4% de K2O 13% de N K2O solvel em gua N na forma NO3- Fonte: Lopes (1989). 5. CLCIO 5.1 INTRODUO O Clcio (Ca) de fundamental importncia dentro da planta, pois o elemento formador de parede celular, garantindo o desenvolvimento da parte area e do sistema radicular. o elemento que juntamente com o Boro no apresentam caminhamento no floema, gerando problemas de morte de meristema apical de galhos, ramos e frutos (FILHO, 2007). O Ca est intimamente ligado aplicao de calcrio no solo, sendo este uma de suas principais fontes. 5.2 CLCIO NO SOLO A forma predominante de Ca no solo em sua forma inica Ca2+ ou nas formas de CaCO3, CaSO4, CaHPO4, Ca(PO4)2. No entanto, pode ser encontrado em vrias formas no solo. So elas: Minerais primrios: o Ca est presente principalmente na augita, anortita, epidoto e apatita; Matria Orgnica: funo do material de origem e das condies climticas, podendo ocorrer como quelatos e/ou complexos; Ca-trocvel: este se encontra ligado aos colides do solo; Ca-disponvel: todo Ca livre na soluo do solo na sua forma inica Ca2+. 5.3 CLCIO NA PLANTA Para a maioria das culturas, a retirada de Ca encontra-se abaixo das quantidades extradas em N e K, entretanto para culturas como citros e eucalipto, e retirada de Ca supera a retirada de N e K. O Ca possui muitos efeitos no crescimento e desenvolvimento da planta, atrasando seu amadurecimento, a senescncia e a absciso, melhorando a qualidade dos frutos e das hortalias, a fotossntese e outros processos como a diviso celular, etc.

Sua absoro pela ocorre totalmente por fluxo de massa e, geralmente, nas formas de Ca2+, Ca-quelato e Ca-glutamato. O mecanismo de absoro pela planta pode ser passivo ou ativo (somente em condies de extrema deficincia). Sua distribuio ocorre pelo xilema atravs de fluxo de massa e por trocas eletrnicas com Mg, Zn e Mn na superfcie da parede do floema. No h distribuio do Ca na planta pelo floema. 5.4 FONTES DE CLCIO O Ca tem sua origem primria nas rochas gneas, estando contido em minerais como a dolomita, calcita, apatita, feldspatos clcicos e anfiblios, que ocorrem tambm em rochas sedimentares e metamrficas. Em solos especialmente, cidos de clima tropical esses minerais so intemperizados e o Ca , em grande parte, perdido por lixiviao. 5.5 FUNES DO CLCIO NA PLANTA O Ca um nutriente extremamente importante na nutrio das plantas sendo o mais abundante, depois do K. Grande parte deste nutriente est localizada nas folhas, sendo que as mais velhas apresentam os maiores contedos. muito importante no desenvolvimento e funcionamento das razes e necessrio na formao de folhas normais. Influencia, tambm, a translocao e armazenamento de carboidratos e protenas. O Ca essencial para manter a integridade da membrana estrutural e das paredes celulares: quando h deficincia, as membranas comeam a vazar, a compartimentao celular rompida e a ligao do Ca com a pectina da parede celular afetada. O pectato de Ca da lamela mdia atua como cimento entre uma clula e outra, sendo depositado durante a citocinese. Sua funo estrutural integrar o Pectato de Clcio na Lamela Mdia, conferindo rigidez parede celular e controlando o aumento do volume celular. 5.6 SINTOMATOLOGIA DE CARNCIA NA PLANTA Os sintomas visveis incluem: Amarelecimento de regio limitada da margem das folhas mais novas; Crescimento no uniforme da folha do qual resultam formas tortas e s vezes com um gancho na ponta da folha; Murchamento e morte de meristema apical, gemas laterais dormentes; Deformao de tubrculos acompanhada de desintegrao interna; Murchamento das folhas e colapso do pecolo; Razes com aparncia gelatinosa das pontas, plos inchados, cessao do crescimento apical; Pequena frutificao ou produo de frutos anormais (podrido apical no tomateiro e pimento, podrido amarga e bitter pit na ma); Produo pequena ou nula de sementes, mesmo com flores normais (cereais); Menor nodulao de leguminosas. Os sintomas anatmicos incluem mitocndrias menores e com menos protenas, clulas radiculares no se diferenciam, dificuldade para mitoses. O Ca em excesso pode provocar deficincia de K e de Mg. 5.7 ADUBOS COM CLCIO Os calcrios constituem-se nas principais fontes de altos teores Ca, os qual est presente tambm no gesso agrcola. Tabela 4. Tipos de calcrio e quantidade de Ca. TIPOS % DE Ca

Calctico 49 Magnesiano 39 Dolomtico 30 O gesso agrcola contm cerca de 26% de Co, mas o Ca pode ser encontrado ainda em outros fertilizantes: Tabela 5. Fontes de Clcio. Fertilizantes % de CaO Super simples 20 Super triplo 10 Termofosfato 30 Nitrato de Ca 26 Nitroclcio 10 Calcrio calcinado 42 Cal virgem 68 Cal hidratada 50

6. MAGNSIO O magnsio (Mg) o constituinte central da molcula de clorofila, sendo que este representa 10% de todo o magnsio foliar. considerado um ativador enzimtico por excelncia, e grande parte do Mg presente na planta encontra-se envolvido na regulao do pH celular e do balano ction-anion. 6.1 MAGNSIO NO SOLO O Mg encontrado no solo em menores quantidades que o Ca, estando presente ligado a: Mineral primrio: os principais so os piroxnios, anfiblios, olivinas, turmalinas, muscovita e biotita; Mineral secundrio: vermiculita, montmorilonita, ilita e clorita; Carbonatos e sulfatos: MgSO4, MgCO3, CaMg (CO4)2; Matria orgnica: encontra-se num teor dez vezes maior que o K; Coloides: Mg trocvel; Soluo: todo Mg em forma imediatamente disponvel planta. 6.2 MAGNSIO NA PLANTA Reconhecidamente, o papel mais importante do Mg a sua presena na molcula de clorofila, em que ocupa o centro de uma estrutura planar formada por um anel tetrapirrlico e uma cauda de fitol. Sua absoro via radicular ocorre na forma qumica presente na soluo do solo, Mg2+, sendo o contato do on com a raiz atravs do fluxo de massa atravs de mecanismo passivo. O Mg est relacionado ao transporte de P na planta, sendo que um bom suprimento deste pode aumentar a utilizao do P dos fertilizantes. O transporte do Mg na planta ocorre pelo xilema na forma Mg2+, e sua redistribuio realizada pelo floema e ocorre em todas as direes. 6.4 FUNES DO MAGNSIO NA PLANTA A principal molcula de quem o Mg participa a clorofila, representando 2,7% de seu peso molecular, e representa 10% do total de Mg presente na folha. O restante do Mg+2 est envolvido com a ativao enzimtica dentro da clula, em quantidades semelhantes ativao enzimtica proporcionada pelo K+. O Mg participa dos processos: Ativador enzimtico (Tioquinases, Quinases, Hexoquinases, Enolase, Desidrogenase, Descarboxilases, Carboxilases, Sintetases e Transferases entre outras); Absoro inica e trabalho mecnico, principalmente na emergncia de plntulas e no crescimento de razes; Fotossntese; Respirao (glicolise e ciclo dos cidos tricarboxlicos); Armazenamento e transferncia de energia (ATPases, fosforilases,

etc); Snteses orgnicas (sintetases); Balano eletroltico (juntamente com K+, Cl-, H+, Na+, OH-, HCO3-); Garante a estabilidade dos ribossomas (no permitindo a modificao da seqncia gnica da molcula que poderia afetar a codificao de enzimas e protenas para o desenvolvimento da planta); O Mg tido como o carregador de P por excelncia, garantindo principalmente o aumento da absoro do H2PO4-, devido a sua atuao nas reaes de fosforilao. 6.5 SINTOMATOLOGIA DE CARNCIA NA PLANTA O Mg por ser um nutriente com grande mobilidade dentro da planta ir apresentar deficincia em folhas velhas. Os sintomas visveis incluem clorose em folhas velhas - clorose internerval, s vezes seguida de necrose ou pelo desenvolvimento de cor alaranjada(presena de carotenos e xantofilas em substituio clorofila), vermelha(antocianina) ou roxa; Os sintomas anatmicos so numerosos cloroplastos pequenos e paredes celulares muito finas. Os sintomas qumicos incluem menor teor de clorofila, carregador de P ou simplesmente uma conseqncia do papel do Mg em sistemas enzimticos implicados no metabolismo do P. Em situaes de excesso de Mg ocorrer uma possvel carncia de Ca e K . 6.6 ADUBOS COM MAGNSIO Como principais fontes de Mg tm os calcrios citados anteriormente, mas existem ainda outros fertilizantes: Tabela 6. Fertilizantes com Magnsio. Fertilizantes % MgO Sulfato de Mg 16 K-Mag 18 Termofosfatos 19 Hidrxidos de Mg 69,1 Fosmag (multifosfato magnesiano) 5 Magnesita (MgO) 90-100 Silicato de Mg 40,2 7. ENXOFRE 7.1 INTRODUO O enxofre (S), juntamente com o N e P, participa de compostos orgnicos no solo. Na atmosfera o S aparece na forma de dixido de enxofre (SO2), gs sulfdrico e outros. 7.2 ENXOFRE NO SOLO A maior fonte de S para as plantas no solo a MO, a qual possui cerca de 80 a 90% do S total do solo. Na MO, o S encontra-se ligado a compostos fenlicos (S no ligados a C) e ligados a aminocidos (S ligado a C). Em solos arejados, o S encontra-se na forma oxidada, ou seja, na forma de sulfatos (SO4-2) que aproveitvel pela planta. 7.2.1 TRANSFORMAES DO ENXOFRE NO SOLO No solo, o S passa por diversas transformaes: a) Mineralizao: esse processo ocorre juntamente com a decomposio da MO, que consiste na transformao do S-orgnico para S-mineral, disponibilizando-o

na forma de SO4-2. A mineralizao ocorre na presena dos microrganismos Thiobacillus denitrificans e Thiobacillus thioxidans. b) Imobilizao: o processo inverso da mineralizao, ou seja, o S-mineral assimilado pelos microrganismos, sendo incorporado em seus tecidos, tornando-se temporariamente indisponvel pela planta; c) Oxidao: existem no solo microrganismos que, em boas condies de aerao do solo, convertem as formas SO32-, S2O32-, S0, S2- para SO4-2. d) Reduo: processo contrrio a oxidao, ou seja, reduo das formas oxidadas para H2S, s ocorre em solos com problemas de aerao ocasionados poma drenagem ou compactao. 7.3 CICLO DO ENXOFRE As adies de enxofre no solo ocorrem por deposio atmosfrica, resduos vegetais e animais (adubo orgnico) e fertilizantes minerais. O S presente na MO torna-se disponvel atravs de sua mineralizao. Parte do S absorvido pelas plantas ocorre via foliar e a outra parte entra no solo transformando-se em sulfato, o mesmo ocorre pelas demais entradas de S. Esse sulfato sofre vrias transformaes no solo, se sofrer imobilizao passa a fazer parte dos tecidos microbianos, se no, pode ser absorvido pela planta, perdido por lixiviao, volatilizao ou eroso ou atravs da exportao pelas culturas.

Figura 7. Ciclo do Enxofre. 7.4 ENXOFRE NA PLANTA O S absorvido ativamente pelas razes principalmente na forma de SO4-2. No entanto, as folhas tambm podem absorver o gs SO2 existente na atmosfera, porm pouco eficaz. As razes so capazes de absorver S orgnico como aminocido (cistina e cistena). O contato do nutriente com a raiz ocorre, em sua maioria, por fluxo de massa, ocorrendo 5% por interceptao radicular. O seu transporte e redistribuio ocorrem principalmente numa direo ascendente e pelo xilema. 7.5 FUNES DO ENXOFRE NA PLANTA O S na planta participa de: aminocidos, grupos prostticos, protenas, atua como catalisador orgnico de algumas enzimas, ou at mesmo, compostos volteis que contribuem para o odor caracterstico de plantas como o alho, a cebola e o abacaxi.

7.6 SINTOMATOLOGIA DE CARENCIA NA PLANTA A carncia de S causa vrios sintomas visveis. Dentre eles: Clorose: primeiro nas folhas mais novas com colorao adicional (vermelha, rocha ou laranja) em algumas plantas; Folhas pequenas; Enrolamento das margens das folhas; Necrose e desfolhamento; Interndios curtos; Reduo do florescimento; Menor nodulao em leguminosas; O S pode alterar ainda nos processos metablicos das plantas: Diminuio da fotossntese e atividade respiratria; Queda da sntese de protenas; Reduo no teor de gorduras; Diminuio da fixao biolgica de N. As principais causas de deficincia de S nos solos ocorrem devido a pobreza de MO, alta acidez (menor mineralizao), lixiviao e seca prolongada. 7.7 ADUBOS COM ENXOFRE Os principais adubos com enxofre comercializados no Brasil so: Tabela 7. Principais fontes de enxofre. Fertilizantes % de S Enxofre Elementar 9 Sulfato de Clcio (Gesso ou fosfogesso) 16 Superfosfato Simples 10 12 Sulfato de mnio 2 24 Sulfato de Potssio e Magnsio 2 23 Sulfato de Potssio 15 17 Sulfato de Magnsio 12 14 Sulfonitrato de mnio 13 15 Fosfato Parcialmente Acidulado 0 - 6

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS:http://www.pimentas.info/forum/viewtopic.php?f=11&t=102 http://agronomiacomgismonti.blogspot.com.br/2009/06/os-macronutrientes-secundarios.html http://isa.utl.pt/dqaa/soloseambiente/PSA_Resumo.pdf http://fisicomaluco.com/wordpress/2010/04/09/macronutrientes-e-micronutrientes/ http://www.yarabrasil.com.br/fertilizer/fertilizer_facts/crop_nutrition/secondary_nutrients/index .aspx www.adaptasertao.net/.../002%20-%20Solos%20-%20Apostila%20t... www.mcarmo.bio.br/disciplinas/FisiologiaVegetal/nutricaoMineral.pdf http://www.forthjardim.com.br/html/fique_por_dentro/dicas.php?ID=NA==