Trabalho propriedades mecânicas do Magnésio

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Universidade de Aveiro Departamento de Engenharia Cermica e do Vidro

Materiais em Tecnologia

Magnsio

Joo Silva Juan Baptista Luis Vieira

Aveiro, 30 de Novembro de 2011

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ndiceIntroduo ..................................................................................................................................... 1 Breve introduo ao Magnsio...................................................................................................... 2 Principais caractersticas do Magnsio ......................................................................................... 3 Propriedades mecnicas ............................................................................................................... 4 Ligas de Magnsio ......................................................................................................................... 5 Tratamento trmico - Diagrama de fase e microestrutura ........................................................... 5 Melhoria da resistncia corroso da liga AZ91 .......................................................................... 7 Refinamento de Gro ma liga de magnsio AZ91D ...................................................................... 7 Processamento de peas em Magnsio ........................................................................................ 9 Principais mtodos usados para processar o Magnsio ............................................................. 10 Atravs da fundio: ............................................................................................................... 10 Atravs de processos mecnicos: ........................................................................................... 11 Abundncia de Magnsio, Obteno e Extrao ............................ Erro! Marcador no definido. Obteno ..................................................................................... Erro! Marcador no definido. Processo eletroltico ................................................................ Erro! Marcador no definido. Processo silico-trmico ........................................................... Erro! Marcador no definido. Aplicaes................................................................................................................................ 11 Referncias .................................................................................................................................. 12

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ndice de Ilustraes

ILUSTRAO 1 VARIAO DO PREO DO PETRLEO ............................................................................................... 1 ILUSTRAO 2 DIAGRAMA DE FASE E MICROESTRUTURA LIGA DE MG [3] ................................................................... 5 ILUSTRAO 3 VISTA MICROSCPICA DA MICROESTRUTURA DA LIGA DE MG AZ91D [3] ............................................ 6 ILUSTRAO 4 VISTA MICROSCPICA MOSTRANDO DISSOLUO PARCIAL DA FASE BETA E QUEBRA DA REDE BETA LOCALIZADA JUNTO DOS LIMITES DOS GROS. LIGA AZ91D COM TRATAMENTO TRMICO A 365 DURANTE 2 HORAS.[3] .............. 6 ILUSTRAO 5 LIGA AZ91D APS TRATAMENTO TRMICO A 413 DURANTE 30MIN, MOSTRANDO DISSOLUO PARCIAL DA FASEBETA-MG17AL12 E A FORMAO DOS GROS DA NOVA FASE ALPHA-MG[3] ............................................... 6 ILUSTRAO 6 - IMAGEM DA LIGA DE MG COM ADIO DE PB APS TESTE DE CORROSO (REA A NEGRO RELACIONADA COMO PRODUTOS DA CORROSO)[5]............................................................................................................ 7 ILUSTRAO 7 - IMAGEM DA LIGA AZ91 APS TESTE DE CORROSO (REA A NEGRO DA OXIDAO, EM CONTRASTE COM O RESTO DA LIGA)[5] .................................................................................................................................... 7 ILUSTRAO 8- MICROESTRUTURA DA LIGA AZ91D REFINADA A (A)0%, (B) 0.2%, (C)0.3%, (D) 0.5% DE AL TIB.[4].. 8 ILUSTRAO 9- MICORESTRUTURA DA LIGA AZ91D REFINADA A (A)0%, (B) 0.2%, (C)0.3%, (D) 0.5% DE AL TIB, E POSTERIOR RECOZIMENTO A 420C DURANTE 8HORAS.[4] .................................................................... 8 ILUSTRAO 10 - DIRECIONAMENTO DO DESENVOLVIMENTO DAS LIGAS DE MG[2] ...................................................... 10

ndice de tabelas

TABELA 1 - DENSIDADE DOS METAIS ESTRUTURAIS[1] ............................................................................................... 1 TABELA 2 - ELEMENTOS MAIS ABUNDANTES NA CRUSTA TERRESTRE ............................................................................. 2 TABELA 3 - PROPRIEDADES FSICAS DO MG ............................................................................................................. 3 TABELA 4 - PROPRIEDADES ATMICAS MG ............................................................................................................. 3 TABELA 5 - PROPRIEDADES GERAIS MG.................................................................................................................. 3 TABELA 6 PROPRIEDADES MECNICAS DA LIGA AZ91D TERMICAMENTE TRATADA SOBRE DIFERENTES CONDIES[3] ......... 6 TABELA 8- VALORES DO POTENCIAL DE CORROSO (ECORR), DENSIDADE DE CORROSO (ICORR), E RCIO DE CORROSO (CR), DA LIGA AZ91 CONSOANTE A PERCENTAGEM DE PB.[5] ........................................... 7

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Introduo

Ao longo dos anos tem-se vindo a utilizar os materiais de uma forma mais eficiente e sustentvel. No s pelo grande aumento de preos que o petrleo tem vindo a sofrer, como tambm pelas questes ambientais e climticas que ameaam o nosso futuro. Em baixo podemos ver a variao de preos do petrleo, e apercebemo-nos que j na dcada de 80 o valor do seu preo era inconstante, e logo a essa inconsistncia de valores alterou a forma como os carros se produziam. Comearam-se a introduzir materiais mais leves, que aumentassem a eficincia do consumo de combustvel.[1]

Ilustrao 1 Variao do preo do Petrleo

Com a evoluo automvel foram-se introduzindo plsticos e o alumnio para diminuio do peso e aumento da eficincia. Os plsticos tm uma utilizao limitada, devido s suas propriedades serem de baixa resistncia mecnica. J os alumnios tm uma boa resistncia mecnica e so relativamente leves, com cerca de um tero da densidade dos aos, da a sua crescente utilizao. O magnsio atualmente o material que nos oferece maiores vantagens. No s pelas suas caractersticas mecnicas, mas tambm porque tem cerca de dois teros da densidade do alumnio, como mostra a tabela.[6]Tabela 1 - Densidade dos metais estruturais[1]

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Num contexto histrico o magnsio foi primeiramente referenciado em 1618, em Epsom, Inglaterra. Este encontrava-se na gua, que posteriormente foi recolhido em forma de cristais de MgSO4, sendo chamado de cristais de Epsom. Apenas no inicio do sculo XIX que este realmente conhecido com o nome de Magnesium. O magnsio est de certa forma ligado 2 guerra mundial aquando do seu uso para o fabrico de bombas incendirias, que provocavam devastaes enormes. Tambm durante essa data o magnsio foi largamente usado na constituio de peas automveis. O caso mais conhecido foi o VW Beetle, o magnsio era ento muito usado no fabrico de caixas de velocidades e blocos de motor.[1] Breve introduo ao Magnsio O magnsio um metal alcalino-terroso, de smbolo qumico Mg, pertencente ao grupo 2, e 3 perodo da Tabela Peridica. O magnsio tem uma massa atmica de 24u. o oitavo elemento mais abundante na terra, cerca de 2% da massa da crosta terreste, sendo que tambm o podemos encontrar na gua do mar.Tabela 2 - Elementos mais abundantes na crusta terrestre

Na natureza, este metal alcalino terroso nunca encontrado na forma metlica. Encontra-se geralmente na forma de sais, carbonatos, silicatos, sulfatos, xidos e cloretos. Existem tambm vrias formas de calcrios magnesianos, como por exemplo: Magnesite: MgCO3 (27% Mg) Dolomite: MgCO3 , CaCO3 (13% Mg) Carnalite: MgCl2 , KCl , 6 H2O (8% Mg) Brucite: Mg(OH)2 Estes minerais so os mais importantes de acordo com a percentagem de magnsio existente. No entanto existem outros silicatos, como a olivina, serpentina, e talco que no tm um papel importante no refinamento do magnsio, embora representem a maioria das ocorrncias naturais dos compostos de magnsio.

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Principais caractersticas do MagnsioO Magnsio, por ser o mais leve dos metais estruturais, permite que se obtenha, dependendo da utilizao e geometria, a reduo de at 30% em peso da mesma pea em alumnio, gerando com isso, no caso de uma pea automvel, a reduo no consumo de combustvel, e melhor performance com consequente diminuio da emisso de poluentes atmosfricos. [1] O magnsio tambm tem alta condutividade trmica, boas capacidades de isolamento eletromagntico, uma estrutura estvel, e facilmente pode ser maquinado, e reciclado. E sendo o metal mais leve de todos os utilizados para aplicaes estruturais, faz deste um material muito usado em diversas aplicaes em que se quer diminuir o peso e mesmo assim obter bons resultados de resistncia mecnica. Sendo que o seu maior constrangimento a corroso, este reage facilmente com o ar criando uma camada de xido de magnsio sua volta, deteriorando as propriedades mecnicas deste metal. Como referido anteriormente, o Magnsio um metal muito usado em estruturas, com cerca de 2/3 da densidade do alumnio. A sua colorao prateada, ficando sem brilho quando exposto ao ar. Reage rapidamente, libertando calor quando o colocamos em contacto com a gua, ou quando pulverizado no ar, da ser necessrio muito cuidado a manuse-lo.[6] Abaixo encontram-se trs tabelas que nos mostram as propriedades do magnsio[1]

Tabela 5 - Propriedades gerais Mg

Tabela 4 - propriedades atmicas Mg

Tabela 3 - Propriedades fsicas do Mg

Propriedades Gerais Nome, simbulo, Magnsio nmero atmico , Mg, 12 Metais Srie qumica alcalinoterrosos Grupo, perodo, 2,3,s bloco 1738 Densidade, Kg/m3, dureza de Mohs 2.5

Propriedades atmicas Massa atmica Configurao elctronica 24.3050(6) u 3s2 2,8,2 Elctrons

Estrutura Cristalina

Hexagonal

Propriedades Fsicas Estado da slido Matria Ponto de fuso 923K Ponto de 1363K ebulio Entalpia de 8.9554 fuso KJ/mol Entalpia de 127.4 KJ/mol vaporizao Classe Paranagntico magntica Mdulo de 45 GPa Young Constante de 0.290 Poison Dureza Brinell 260 MPa

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Processos de Obteno

ObtenoO magnsio como forma de metal, pode ser obtido mediante o processo eletroltico, bem como pelo processo silico-trmico. Processo eletroltico O processo eletroltico tem como vantagem ser contnuo, apresentar um baixo custo de produo, e um menor consumo de energia, em que para extrao eletroltica do magnsio so necessrios cerca de 15000 kWh por tonelada de metal, energia comparvel a produo de alumnio. Este processo tem como principal fonte o cloreto de magnsio, proveniente da gua do mar ou de salmouras, sendo tambm possvel usar a magnesite, dolomite e gua de salinas naturais. A eletrlise do cloreto de magnsio consiste na passagem de corrente eltrica por clulas eletrolticas que contem cloreto de magnsio fundido. O que faz com que os ies de magnsio fundido sejam reduzidos a magnsio metlico e os ies de cloreto sejam oxidados a cloro gasoso. [7] O magnsio precipitado como hidrxido (Mg(OH)2+) pela adio de hidrxido de clcio (Ca(OH)2+). A extrao deve-se ao facto do hidrxido de magnsio ser bem menos solvel do que o hidrxido de clcio. Desta forma, ao se adicionar hidrxido de clcio, ocorre a precipitao do hidrxido de magnsio, que separado por decantao e filtrado. Em seguida, o hidrxido de magnsio tratado com cido clordrico, resultando o cloreto de magnsio, que depois de seco misturado com outros sais (que diminuem o seu ponto de fuso), fundido, e submetido a uma reduo eletroltica, produzindo magnsio.[7] Ca(OH)2+ + MgCl2+ Mg(OH)2+ + Ca2+Cl-2 Mg(OH)2+ + 2HCl MgCl2 + H2O Processo silico-trmico O processo silico-trmico utiliza como fontes a dolomite e a magnesite, e apresenta um produto final do magnsio com uma maior pureza, por ser obtido na forma inicial de vapor. Ao misturar um redutor metlico ao minrio dolomtico, o qual dever ser calcinado, modo, doseado e compactado, estes so lanados aos fornos de reduo, e recuperados por meio de uma cmara de reao para a sua posterior fundio. A reduo trmica do xido de magnsio baseia-se no aquecimento do xido de magnsio na presena de agentes redutores (minerais ferrossilcios, ligas de ferro e silcio) a determinadas temperaturas. Particularmente a certas temperaturas, que dependem do material redutor utilizado, sendo realizadas em vcuo e em mdia de 1200C. Assim, a reduo ocorre e o magnsio torna-se metlico. [7]

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Propriedades mecnicasO magnsio pode ser fornecido com um estado de purez superior a 99,8%, mas neste estado no utilizado para aplicaes estruturais, mas sim para a formao de ligas, pois estas conseguem ter melhores propriedades mecnicas, permitindo-nos usar este metal em inmeras aplicaes.[8] A corroso, um dos principais problemas do magnsio. Este possui um carcter electronegativo, sendo facilmente oxidado. Em contacto com o ar forma-se sua superficie uma camada de MgO. Em meios aquosos h formao de Mg(OH)2 que no favorece a sua proteco. Da a sua utilizao deva ser evitada em meios demasiado hmidos. Outra das causas de este material ser propenso corroso a existencia de impurezas. A existncia de ferro, nquel e cobre, mesmo em concentraes muito baixas, diminuem em muito a resistncia corroso do magnsio.[6]

Ligas de MagnsioAs ligas de magnsio conseguem ter uma boa resistncia mecnica, sendo possivel utiliza-las em aplicaes estruturais, tirando aquelas que esto sujeitas a abraso. Outra propriedade que as ligas de magnsio tm, a sua capacidade de amortecimento. Esta propriedade pode ser muito boa para aplicaes aroneuticas ou at para aplicaes elctronicas, uma vez que estas ligas conseguem absorver vibraes provenientes de deformaes plsticas e elsticas. [6] As ligas de magnsio, tambm tm boa resistncia fadiga. Para melhorar esta propriedade, as ligas devem ser maquinadas a frio, e no obtidas por fundio. Uma vez que, quando so obtidas por fundio, o seu acabamento no vai ser to perfeito, com uma rugosidade e porosidade maior, logo a sua resistncia fadiga vai ser menor. Atualmente, uma das ligas mais utilizadas em todo o mundo a AZ91, em que os seu elementos principais de liga, so o aluminio, com uma percentagem de 9%, e o zinco, com 1% na constituio da liga de magnsio. De todo o magnsio produzido por fundio, 90% usado para o fabrico desta liga. Que fornece optimas propriedades resistncia mecnica e de corroso a temperaturas ambiente. [6]

Tratamento trmico - Diagrama de fase e microestruturaO diagrama de fase mostra-nos, que esta liga a determinada composio, tem 2 fases. Estas fases vo tendo mais ou menos concentrao na liga, consoante a temperatura a que se encontrem. constituida, ento, pela fase -Mg e pela fase -Mg17Al12. Vamos poder obrservar as suas estruturas cristalinas, consoante a temperatura a que o tratamento trmico se vai realizar.[3]Ilustrao 2 Diagrama de fase e microestrutura liga de Mg [3]

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A figura ao lado mostra-nos a imagem da liga sem o tratamento trmico obtida por fundio rotacional (RDC). Esta foi obtida a uma temperatura de 216C, correspondente temperatura T5, representada no diagrama de fase. Podemos observar que a liga est bastante homognia, e que os seus gros so pequenos e pouco desenvolvidos. E como podemos verificar no diagrama de fases esta composta por ambas as fases, e .[3]Ilustrao 3 Vista microscpica da microestrutura da liga de Mg AZ91D [3]

Aps o tratamento trmico a Tx durante 2 horas, podemos observar alguma dissoluo da fase , sendo que os gros restantes esto predominantemente na fronteira de gro.

Ilustrao 4 Vista microscpica mostrando dissoluo parcial da fase Beta e quebra da rede beta localizada junto dos limites dos gros. Liga AZ91D com tratamento trmico a 365 durante 2 horas.[3]

A imagem direita corresponde ao tratamento trmico a T4 durante um perodo de 30 minutos. Podemos observar que a fase , est ainda mais dissolvida, umas vez que o tratamento trmico foi feito a 413C.

Ilustrao 5 Liga AZ91D aps tratamento trmico a 413 durante 30min, mostrando dissoluo parcial da faseBeta-Mg17AL12 e a formao dos gros da nova fase Alpha-Mg[3]

O quadro a seguir, mostra-nos que o tratamento trmico, melhora ou piora as propriedades do material consoante o tempo e temperatura a que a liga sujeita. Aps anlise da tabela, podemos afirmar que a Tx, a ideal, uma vez que a combinao das propriedades melhor a esta temperatura, e ainda o custo do tratamento trmico menor em relao aos anteriores.[3]Tabela 6 Propriedades mecnicas da liga AZ91D termicamente tratada sobre diferentes condies[3]

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Melhoria da resistncia corroso da liga AZ91

A corroso um dos principais problemas do magnsio, como j foi referido anteriormente. Como forma de melhorar a resistncia corroso, acrescenta-se uma pequena percentagem de Pb liga.[5] Os resultados desta adio de Pb, so mostrados nas figuras abaixo .

Ilustrao 7 - Imagem da liga AZ91 aps teste de corroso (rea a negro da oxidao, em contraste com o resto da liga)[5]

Ilustrao 6 - Imagem da liga de Mg com adio de Pb aps teste de corroso (rea a negro relacionada como produtos da corroso)[5]

A ilustrao 1, mostra a liga sujeita a um teste de corroso, sem adio de qualquer quantidade de Pb, j a ilustrao 2 contm 1% de Pb, como resultado, verificamos que os efeitos causados pela corroso, denotados nas imagens pela parte mais escura, so muito menores na liga que contm Pb. Sendo ento este um tratamento eficaz na proteo da liga contra a corroso.[5]

Tabela 7- Valores do potencial de corroso (Ecorr), densidade decorroso (Icorr), e rcio de corroso (CR), da liga AZ91 consoante a percentagem de Pb.[5]

Refinamento de Gro ma liga de magnsio AZ91DOs efeitos da refinao do gro da liga de AZ91D usando uma liga de Al TiB como refinador foram estudados no artigo[4]. Consoante a quantidade desta liga, o tamanho de gro varia. Neste estudo, avalia-se qual a percentagem da liga Al TiB que deve ser utilizada para otimizar este processo de refinao e desta forma conseguirmos obter o maior refinamento possvel, e assim melhorar as propriedades mecnicas da liga AZ91D. O processo de refinao, foi feito com adio de diferentes concentraes de AlTiB, a uma temperatura de 750 C, com um tempo de envelhecimento de 30 min, e uma percentagem de arrefecimento de 0,7C/s. A ilustrao 8 mostra-nos o resultado da refinao a diferentes concentraes de Al TiB. Atravs da anlise da ilustrao8 , apercebemo-nos que obtemos um maior refinamento com 0.3% de Al TiB.[4] 7

Ilustrao 8- Microestrutura da liga AZ91D refinada a (a)0%, (b) 0.2%, (c)0.3%, (d) 0.5% de Al TiB.[4]

Para melhorar as propriedades da liga, faz-se um recozimento a 420C e um envelhecimento durante 8h. Desta forma obtermos os gros mais bem definidos como mostrado na ilustrao 9. Os resultados deste recozimento e envelhecimento em termos de propriedades mecnicas so mostrados no grfico 1.

Ilustrao 9- Micorestrutura da liga AZ91D refinada a (a)0%, (b) 0.2%, (c)0.3%, (d) 0.5% de Al TiB, e posterior recozimento a 420C durante 8horas.[4]

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Grafico 1-Propriedades mecnicas da Liga AZ91D.[4]

Como podemos observar a partir do grfico, a resistncia mecnica da liga aumenta se fizermos a adio de Al TiB. Mas aumenta ainda mais se fizemos o recozimento e ainda mais se for feito um envelhecimento. Comprovando assim a eficcia deste mtodo no refinamento do gro da liga AZ91D e na melhoria das suas propriedades mecnicas.

Processamento de peas em MagnsioA baixa solubilidade do ferro nas ligas de magnsio provoca menor ataque na superfcie do molde de fundio, permitindo que a durabilidade das ferramentas utilizadas para processar as peas de magnsio seja em mdia 50% superior aos moldes de peas correspondentes para processamento de alumnio, visto que nas ligas de alumnio, o ferro extremamente solvel, ocasionando desgaste acelerado por eroso nas matrizes. Uma interessante vantagem do magnsio na produo de peas em alta escala provm do facto de apresentar baixo esforo de corte na maquinagem. Com isso, altas velocidades de corte so possveis de serem utilizadas permitindo um ciclo de maquinagem menor, com consequente ganho de produtividade e diminuio de custos em comparao a outras peas de geometria similar e de ligas diferentes. Algumas das mais importantes caractersticas do magnsio e suas ligas esto nos seus baixos valores de Entalpia (1105,4 kJ/kg a 650 C), Calor Latente (368 kJ/kg) e Ponto de Fuso (650 C). Esses fatores permitem uma acelerada solidificao da pea no molde, com consequente reduo no ciclo de fundio da pea. As ligas de magnsio possuem tambm baixa viscosidade, resultando em muito boa fluidez, apresentando ainda uma excelente estabilidade dimensional, o que permite ao projetista do componente ou pea, liberdade na utilizao de paredes finas, podendo atingir at 1 mm de espessura, bem como desenvolver geometrias complexas.

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Existem diferentes tipos de ligas de magnsio, consoante a utilizao que se pretende utilizam-se ligas com determinadas propriedades. O esquema seguinte, mostra-nos a relao de propriedades mecnicas com os diferentes tipos de ligas e com os diferentes tipos de obteno das mesmas

Ilustrao 10 - Direcionamento do desenvolvimento das ligas de Mg[2]

Principais mtodos usados para processar o MagnsioAtravs da fundio:- Injeo por vazamento em moldes de areia - ligas AZ63; AZ92 e AM100 Principais Caractersticas: Este processo capaz de produzir gamas de peas com tolerncias correntes de 0,5% do tamanho e em circunstncias mais pormenorizadas pode ir at 0,15% (s permitido em peas mais pequenas). As peas podem pesar entre poucos gramas at os 35Kg. possvel obter espessuras de 1mm. -Injeo por presso - Liga AZ91 Principais Caractersticas: Aplicaes que requeiram grandes quantidades de produo de peas com tamanho mdio e pequeno. E para peas que necessitem de um bom acabamento superficial com grande nvel de detalhe e boa consistncia dimensional. - Entre outros, sendo que estes outros so os mtodos mais tradicionais para diversos tipos de peas, como vazamento em molde de areia, etc. Tendo estes como caractersticas comuns, a necessidade de se fundir o material ao estado lquido para se poder fazer o vazamento do metal nos moldes.

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Atravs de processos mecnicos:-Extruso -Ligas AZ31B Principais aplicaes: Perfis estruturais, Tendo estes processos a necessidade de se aquecer o material a uma temperatura elevada, mas no ao seu ponto de fuso de modo a poder tornar mais fcil a passagem do material pela matriz. Processos adicionalmente necessrios: (Soldadura) A maioria das ligas de magnsio podem ser soldadas atravs de mtodos de soldaduras convencionais como as de TIG (Tungsten Inert Gas) ou MIG (Metal Inert Gas). Soldaduras locais so tambm possveis mas apenas em aplicaes de baixa exigncia mecnica, sendo que sempre que possvel recomendado a unio de componentes atravs de rebites ou parafusos (elementos mecnicos), preferencialmente de alumnio ou inox de modo a evitar a corroso dos componentes.

AplicaesNa atualidade, vrias indstrias apostam na versatilidade do magnsio, tendo em conta a sua baixa densidade, nomeadamente a indstria automvel e aeronutica, que consomem mais de metade do magnsio que produzido. Tambm na indstria qumica, eletrnica, farmacutica e medicina, entre outras, este metal ou os seus compostos tm variadas aplicaes. Indstria Automvel - O uso de magnsio nesta indstria teve o objetivo de construir carros de corrida e comerciais mais leves, para haver uma maior eficincia no uso de combustvel. A sua aplicao foi em jantes, peas de motores, caixa de velocidades, volantes, bancos, e na prpria carroaria. Aplicaes Aeroespaciais - Nesta indstria, tal como na automvel, a reduo do peso um dos objetivos mais importantes devido necessidade crescente de reduo de emisses e eficincia de combustvel. O magnsio aplicado a carcaas de avies comerciais, militares, helicpteros, motores, sendo importante na reduo do peso na altura da descolagem, bem como nas suas caractersticas mais resistentes a elevadas temperaturas. Aplicaes Mdicas e Farmacuticas - Na medicina o magnsio utiliza-se em materiais ortopdicos como implantes sseos, graas sua baixa densidade, grande resistncia fratura e tem um mdulo de elasticidade e fora comparvel s do osso normal. Na indstria farmacutica o magnsio utiliza-se em produtos cosmticos para regenerao celular e preveno do envelhecimento da pele. Aplicaes Desportivas - Para o desporto, a procura da melhor performance e de melhores resultados, o magnsio graas s suas caractersticas de amortecimento a choques e vibraes, e ao seu baixo peso, usado no fabrico de raquetes de tnis, tacos de golfe, flechas, patins, ou bicicletas de alta competio. Aplicaes Eletrnicas - A fim de tornar maior a portabilidade de alguns produtos pessoais, o magnsio por ser leve e duradouro, com capacidade de escudo a interferncias eletromagnticas e rdio frequncia, aplica-se a telemveis, computadores, e outros aparelhos portteis. 11

Referncias

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Manoj Gupta, N.M.L.S., Magnesium, magnesium alloys, and magnesium composites2011: Hoboken, N.J. : Wiley. 258. Mordike, B.L. and T. Ebert, Magnesium: Properties - applications - potential. Materials Science and Engineering: A, 2001. 302(1): p. 37-45. Wang, Y., G. Liu, and Z. Fan, Microstructural evolution of rheo-diecast AZ91D magnesium alloy during heat treatment. Acta Materialia, 2006. 54(3): p. 689-699. Chen, T.J., et al., Grain refinement of AZ91D magnesium alloy by AlTiB master alloy and its effect on mechanical properties. Materials & Design, 2012. 34(0): p. 637648. Candan, S., et al., Improvement of mechanical and corrosion properties of magnesium alloy by lead addition. Materials Science and Engineering: A, 2009. 501(1-2): p. 115118. Figueiredo, A.P., Dissertao para obteno do ttulo de Mestre em Engenharia: Anlise da Solidificao de Ligas de Magnsio para aplicao na fabricao de motores, in Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre 2008. BIANCARDI, C.B., D.U. ROCHA, and H.K.F. NOGUCHI, METALURGIA DO MAGNSIO, 2011: Departamento de Engenharia Metalrgica e de Materiais, So Paulo. p. 9-18. e-escola - Instituto Superior Tcnico, Magnsio. Available from: http://www.eescola.pt/topico.asp?id=411&ordem=1.

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