Trabalho Sobre Lutero

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Lutero

Citation preview

SEMINRIO TEOLGICO PRESBITERIANO

Seminrio Teolgico PresbiterianoRev. Denoel Nicodemos Eller

Departamento Teologia Histrica

Lutero

Resumo

Eduardo Borges, Gladson Pereira da CunhaRmulo Silvrio

Trabalho da Disciplina de Histria da Igreja IIProfessor Floriano Santana

Belo HorizonteOutubro2002ndice

Introduo31.Captulo V Lutero em Wittemberg42.Captulo VI Lutero em Roma53.Captulo 3 Lutero o Doutor6Concluso8Bibliografia9Introduo

O objetivo deste trabalho resumir um trecho da vida do monge agostiniano Martin Lutero, responsvel por um grande movimento que se tornou a Reforma Protestante do Sculo XVI. Para isto, estaremos utilizando os captulo 5 7 da obra J.H. Merle Daubign intitulada a Histria da Reforma do Dcimo Sexto Sculo.Este trabalho representa uma continuidade do trabalho apresentado anteriormente por este mesmo grupo em uma das aulas desta disciplina. Sendo tambm um resumo escrito do que foi apresentado em aula.Vejamos, ento, como foi a vida deste grande servo de Deus. sdg

1.Captulo V Lutero em Wittemberg

Existem lugares e circunstncia na vida que marcam indelevelmente a sua trajetria. Para Lutero, o lugar e as circunstncias ocorreram em Wittemberg. Wittemberg poderia ser apenas mais uma cidade alem se no fosse pela Universidade fundada ali pelo Eleitor Frederico, em 1502.A ideologia desta nova universidade era a de fazer oposio ao sistema escolstico, que se fazia presente em muitas das universidades europias. Toms de Aquino, Boaventura ou qualquer outro grande nome da escolstica no seriam o seu padroeiro, porm um antigo pai da igreja receberia esta honra, isto , Agostinho.Algo que Daubign cita e que nos chamou a ateno que no decreto de fundao, Frederico declara que aquela nova escola seria uma espcie de orculo para o seu eleitorado, e portanto, muito do que seria ensinada dentro daquelas paredes guiariam as vidas das pessoas de fora delas Daubign, J.H. Merle, Histria da Reforma do Sculo Dezesseis, (So Paulo: CEP), p. 172. Por estas caractersticas podemos concluir que Wittemberg era um centro de oposio a filosofia que circulava naqueles dias, e que logo viria a ser tambm oposio a teologia reinante. Neste contexto de oposio, Martin Lutero chega para se tornar professor de filosofia escolstica e dialtica. Para ele fora reservado um claustro num convento agostiniano. Contudo, no era do seu agrado dedicar a maior parte do seu tempo ao estudo de Aristteles, ao invs de dedic-lo ao aprendizado das Escrituras. Em sua narrativa, Daubign demonstra de forma muito vivaz que esta obrigao imposta a Lutero era algo da providncia divina, pois, mais tarde, Lutero necessitou dela para combater seus acusadores Ibid., 173. Mas ao mesmo tempo que se dedicava como professor de filosofia, Lutero se empenhou no estudo das lnguas originais, afim de adquirir a cincia e a doutrina nas mesmas fontes donde saem Ibid., 173. Obteve o grau de bacharel em teologia em 9 de maro de 1509. A partir deste momento, Lutero passou a fazer conferncias bblicas diariamente em Wittemberg. A ele se ajuntavam muitos dos alunos da universidade, afim de ouvir as suas prelees. No demorou muito e foi convidado por Staupitz, que identificado como aquele reconhecia primeiramente os dons de Lutero, para pregar na capela do convento onde morava. Hesitou, pois queria que restringir s funes acadmicas e no a pregao Ibid., 173. Mas a resistncia de Lutero durou pouco. Assumiu o plpito da humilde Capela dos Agostinhos, para onde afluam diversas pessoas afim de ouvi-lo pregar. Utilizava o vernculo para que a sua pregao atingisse a todos os presentes e a usava com extraordinria facilidade no cedendo em eloqncia a nenhum do seu tempo. Da capela simples foi para a Igreja da cidade, por ordem do conselho da cidade Wittemberg. neste perodo de estudo e de pregao que Lutero lanado contra o texto que guiaria o restante da sua vida, Romanos 1.17: o justo viver por f. bem provvel que este tenha sido tema de muitos de seus sermes tanto na Capela como na Igreja.

2.Captulo VI Lutero em Roma

Em 1510, e alguns chegam a dizer 1511 ou 1512, Lutero, por sua eloqncia e autoridade nas Escrituras, foi convocado para ir a Roma para defender a sua Ordem diante do Papa, porque sete conventos agostinianos que era a ordem da qual ele fazia parte estavam divergido com o VigrioGeral.Observando este captulo, podemos afirmar que Daubign tenta demonstrar que esta ida de Lutero a Roma foi obra da Providncia, para mostrar ao Frade Alemo o que realmente era a Cidade Eterna, um lugar desprovido daquela virtude que lhe era atribuda. Alguns acontecimentos citados pelo autor confirma o que afirmamos, como, por exemplo, a banalizaro e zombaria que faziam parte do cerimonial eucarstico, quando os sacerdotes claramente demonstravam o seu desprezo pela religio.Ou mesmo antes chegar a Roma, no Convento Beneditino que ficava na Lombardia, Lutero chocou-se com a opulncia em que viviam os frades dali. Era algo que o incomodava, pois entendia que a igreja proibia tal coisa. Tanto que ele mesmo teve, em sua juventude, que mendigar para obter o sustento para o seu convento na Alemanha.Toda aquela idia de santidade que revestia Roma uma grande reverncia se desfez para Lutero, que passou a ver o que realmente era a igreja. Descaso, impiedade, luxria (entendendo que estamos falando de uma vida guiada pelos prazeres temporais) foi o que Lutero encontrou em lugar da paz, harmonia, simplicidade e santidade. Como diz, Daubign: Havia sonhado santidade, e no enxergava seno profanao Ibid., 184. Porm, esta viagem no foi de toda perdida. Em Roma, Lutero se dedicou ao estudo de hebraico com um grande rabino daquela poca chamado Elias Levita, o que lhe capacitou a compreender melhor o que estava contido nas pginas Sagradas. Outro ponto que Daubign afirma ser de grande importncia nesta viagem o fato dele ter compreendido o que estava acontecendo em Roma e com boa parte do clero, o que fortificou em muito a f viva que Deus havia depositado nele Ibid., 186.A partir de ento, Lutero comeou a estruturar e desenvolver a sua confisso de f, que Daubign chama de doutrina fundamental do cristianismo, isto , a justificao pela f. interessante as palavras finais deste captulo: Foi cidade dos pontfices buscar a soluo de algumas dificuldades () voltou com a salvao da igreja em seu corao Ibid., 188. 3.Captulo 3 Lutero o Doutor

Se aceitamos como verdadeira a afirmao anterior de Daubign, devemos tambm afirmar que esta ida Roma no foi uma boa coisa para a Igreja Catlica Romana. Lutero estava desapontado com o que vira em Roma. Suas estruturas estavam terrivelmente abaladas, entretanto a Palavra ganhava em seu corao tudo o que a igreja perdia nele. Separou-se de uma [a igreja] para entregar-se a outra Ibid., 189. E isto no foi bom.De volta a Wittemberg, Staupitz e o prncipe Frederico resolveram dar a Lutero o grau de Doutor em Teologia. Lutero, por causa da sua humildade monstica, no aceitou o prmio pelo seu trabalho. Ele no via em si mesmo condies para receber este grau, como tambm no dispunha de condies financeiras para cobrir as despesas para a colao.No dia 18 de outubro de 1512 Lutero recebeu o grau de bacharel em teologia e no dia seguinte o grau de Doutor em Bblia, das mos do Dr. Andr Bodenstein, decano da faculdade de teologia de Carlstadt. Pelo o que Daubign fala sobre ele, parece que se tratava de uma pessoa de grande respeito no meio acadmico. Daubign d uma grande nfase no juramento prestado por Lutero em seu colao de grau. Lutero havia prometido pregar, estudar, ensinar e defender a Sagrada Escritura pura e fielmente. E segundo o autor, foi este juramento que deu foras a Lutero, nos momentos difceis. Esta , segundo Daubign, a terceira fase na vida Martin Lutero.Como doutor, os primeiros adversrios atacados por Lutero foram os escolsticos. Ele se ops as idias desta escola, a qual estava baseada na filosofia aristotlica e na Suma Teolgica e nas demais obras de Toms de Aquino. Porm, no somente de inimigos foi feita esta fase na vida de Lutero. Ao tomar partido contra os escolsticos, Lutero aproximava-se cada vez mais do partido de Erasmo e Reuchlin. Podemos considerar Reuchlin e Spalatin como dois deste amigos do Doutor.Jorge Spalatin foi secretrio e capelo do prncipe Frederico e posteriormente foi preceptor (mestre, conselheiro) de Joo Frederico, sobrinho de Frederico. Daubign traa o perfil de Spalatin envolto em meio a humildade e simplicidade que se tornaram sua marca registrada. Apesar de toda a honra que possui na corte imperial, Sapalatin vivia como se aquilo nada significasse.Outro grande amigo de Lutero foi Reuchlin, grande estudioso da lngua hebraica, quem posteriormente apresentaria a Lutero aquele que viria a ser o seu brao direito, Filipe Melanchton. Daubign narra um problema envolvendo Reuchlin e alguns frades que desejavam queimar escritos hebraicos, que tinham em seu contedo blasfmias contra a pessoa de Jesus Cristo. Lutero foi chamado por Frederico para dar um parecer sobre a situao. Este parecer soou mais como um ataque a hipocrisia religiosa daqueles dias do que necessariamente como um parecer.

Concluso

Quando voltamos os nossos olhos sobre a histria verificamos que Deus cumpre cabalmente todos os seus propsitos e que ele mesmo tem dirigido a histria deste mundo. E a histria de Martim Lutero um grande exemplo disto. Quem poderia dizer que um filho de mineiros se tornaria um divisor de guas na Histria Ocidental? Quem naqueles dias percebeu o agir de Deus em providenciar meios dos mais diversos para que ele ocupasse o lugar que lhe estava preparado? Uma Universidade, uma viagem e um doutorado estes forma os meio usados por Deus que produziram uma mudana de vida e mentalidade. E a pergunta que nos cabe hoje esta: Qual tem sido o propsito de Deus para as nossas vidas nestes anos em que estamos neste Seminrio? O que ser de ns? O que Deus tem preparado em nosso ministrio?A verdade que nem mesmo temos respostas para estas perguntas, assim como Lutero no as tinha em seu tempo. Ele como muitos de ns deixou um futuro promissor em outras reas de trabalho para se dedicar a Deus e a sua obra. Conclumos, que assim como Lutero devemos apenas nos entregar confiantemente a Deus, que o Senhor da Seara, que tem nos chamado para uma obra que pouco conhecemos, e que da mesma forma sejamos usados para transformarmos o mundo e a realidade em que vivemos.

Bibliografia

1.Daubign, J.H. Merle, Histria da Reforma do Sculo Dezesseis, So Paulo: Casa Editora Presbiteriana