Trabalho sobre Sondagens e Fundações

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TRABALHO DE CONSTRUO CIVIL E EDIFICAES SONDAGENS E FUNDAES

SONDAGEM A PERCUSSO

A sondagem a percusso tambm chamada de Simples reconhecimento ou, ainda, de Sondagem SPT. Este nome vem da abreviao dos termos ingleses Standard Penetration Test, ou seja, Teste de Penetrao Padro. Este processo muito usado para conhecer o sub-solo fornecendo subsdios indispensveis para escolher o tipo de fundao. O projeto de fundaes uma etapa importante de qualquer construo, de todos os portes. Afinal, sobre a fundao que repousa todo o peso da obra, e de nada adiante construir sobre uma base instvel. O conhecimento do tipo de solo, importante para se identificar o comportamento esperado ao receber as cargas, mas para saber o melhor tipo de fundao preciso saber: Quais so os tipos de solo que esto sob a obra, e a que profundidade; Qual altura do lenol fretico; Qual a capacidade de carga do sub-solo, em diversas profundidades; Como o solo se comporta ao receber carga. Para obter estes tipos de informao o teste mais econmico e elucidativo o ensaio SPT. A partir dele o projetista de fundaes poder solicitar exames mais especficos, caso ache necessrio.

Equipamentos utilizados O equipamento e para a ser mais

sondagem a percusso simples Existem pode relativamente solues barato.

sofisticadas em termos de facilidade e preciso, mas o material bsico consiste em: Trip Tubos equipado metlicos com de

sarilho, roldana e cabo; revestimento, com dimetro Equipamento para ensaio de percusso e medio do SPT de subsolo. interno de 63,5 mm (2,5); Hastes de ao para avano da perfurao, com dimetro interno de 25 mm; Martelo de ferro para cravao das hastes de perfurao, do amostrador e do revestimento. Seu formato cilndrico e o peso de 65 kg; Conjunto motor-bomba para circulao de gua no avano da perfurao; Trpano de lavagem constitudo por pea de ao terminada em bisel e dotada de mm; Amostrador padro de dimetro externo de 50,8 mm e interno de 34,9 mm, com corpo bipartido (vide figura abaixo). Com equipamento to simples, de suma importncia que o pessoal que vai manuse-lo seja bem treinado, srio e atento, pois um teste mal feito pode levar a concluses errneas e interferir negativamente na escolha e dimensionamento da fundao, ou seja, haver um aumento no custo e possvel perda na qualidade da edificao. COMO FEITO duas sadas laterais para a gua a ser utilizada; Trado concha com 100 mm de dimetro e helicoidal com dimetro de 56 a 62

O ensaio consiste em fazer uma perfurao vertical com dimetro normal 2,5" (63,5mm). A profundidade varia com o tipo de obra e o tipo de terreno, ficando em geral entre 10 a 20 m. Enquanto no se encontra gua, o avano da perfurao feita, em geral, com um trado espiral (helicoidal). O avano com trado feito at atingir o nvel de gua ou ento algum material resistente. Da em diante, a perfurao continua com o uso de trpano e circulao de gua, processo denominado de lavagem. O trpano uma ferramenta da largura do furo e com terminao em bisel cortante, usado para desagregar o material do fundo do furo. O trpano vai sendo cravado no fundo do furo por repetidas quedas da coluna de perfurao (trpano e hastes). O martelo cai de uma altura de 30 cm, e a queda seguida por um pequeno movimento de rotao, acionado manualmente da superfcie, com uma cruzeta acoplada ao topo da coluna de perfurao. Injeta-se gua sob presso pelos canais existentes nas hastes, esta gua circula pelo furo arrastando os detritos de perfurao at a superfcie. Para evitar o desmoronamento das paredes nas zonas em que o solo apresenta-se pouco coeso instalado um revestimento metlico de proteo (tubos de revestimento). A sondagem prossegue assim at a profundidade especificada pelo projetista (que se baseia na norma), ou ento at que a percusso atinja material duro como, por exemplo, rocha, mataces, seixos ou cascalhos de dimetro grande. Durante a perfurao, a cada metro de avano feito um ensaio de cravao do amostrador no fundo do furo, para medir a resistncia do solo e coletar amostras. Esse ensaio, denominado ensaio de penetrao ou ensaio SPT, feito com equipamento e procedimento padronizados no mundo todo, para permitir a correlao de seu resultado com a experincia consolidada de muitos estudos feitos no Brasil e no exterior.

O

amostrador

(figura ao lado) cravado atravs do impacto de uma massa metlica de 65 kg caindo em queda livre de 75 Amostrador padro para ensaio SPT. A padronizao cm de altura. O internacional permite comparaes entre estudos feitos em diversas parte do mundo. resultado do teste SPT ser a quantidade de golpes necessrios para fazer penetrar os ltimos 30 cm do amostrador no fundo do furo. Se o solo for muito mole, anota-se a penetrao do amostrador, em centmetros, quando a massa simplesmente apoiada sobre o ressalto. A medida correspondente penetrao obtida por simples apoio, ou zero golpes, pode ser expressiva em solos moles. Na penetrao por batida da massa conta-se o nmero de golpes aplicados, para cada 15 cm de penetrao do amostrador. As diretrizes para a execuo de sondagens so regidas pela NBR 6484, "Execuo de Sondagens de simples reconhecimento", a qual recomenda que, em cada teste, deve ser feita a penetrao total dos 45 cm do amostrador ou at que a penetrao seja inferior a 5 cm para cada 10 golpes sucessivos. A cada ensaio de SPT prossegue-se a perfurao (com o trado ou o trpano) at a profundidade do novo ensaio. No Brasil, as empresas de sondagem esto adquirindo

equipamentos com sistema hidrulico e movidos por motor a combusto, para execuo do ensaio SPT, cujo amostrador cravado no terreno por meio de martelo mecnico. CRITRIOS DE PARALISAO DA SONDAGEM O processo de perfurao, por trado ou lavagem, associado aos ensaios penetromtricos, ser realizado at onde se obtiver nesses ensaios uma das seguintes condies:

1 - Quando em 3 m sucessivos se obtiver ndices de penetrao maiores do que 45/15; 2 - Quando em 4 m sucessivos forem obtidos ndices de penetrao entre 45/15 e 45/30; 3 - Quando, em 5 m sucessivos, forem obtidos ndices de penetrao entre 45/30 e 45/45 (nmero de golpes/espao penetrado pelo amostrador). Caso a penetrao seja nula dentro da preciso da medida na seqncia de 5 impactos do martelo o ensaio ser interrompido, no havendo necessidade de obedecer o critrio estabelecido acima. Entretanto, ocorrendo essa situao antes de 8,00 m, a sondagem ser deslocada at o mximo de quatro vezes em posies diametralmente opostas, distantes 2,00 m da sondagem inicial. COLETA DE AMOSTRAS Na sondagem a percusso so coletadas amostras obtidas pelo amostrador e aquelas retiradas nos avanos dos furos entre um e outro ensaio de SPT, por trado ou lavagem. As amostras retiradas do amostrador devem ser acondicionadas em frascos hermticos para a manuteno da umidade natural e das suas estruturas geolgicas. As amostras de trado devem ser acondicionadas em sacos plsticos ou ordenadas nas prprias caixas de amostragem. As amostras retiradas por sedimentao da gua de lavagem ou de circulao tambm devem ser guardadas. Elas so constitudas principalmente pela frao arenosa do solo original, pois os finos geralmente so levados pela gua de circulao da sondagem. NDICE DE RESISTNCIA PENETRAO O ndice SPT foi definido por Terzaghi-Peck, que nos diz que o ndice de resistncia penetrao (SPT) a soma do nmero de golpes

necessrios penetrao no solo, dos 30 cm finais do amostrador. Despreza-se portanto o nmero de golpes correspondentes cravao dos 15 cm iniciais do amostrador. Ainda que o ensaio de resistncia penetrao no possa ser considerado como um mtodo preciso de investigao, os valores de SPT obtidos do uma indicao preliminar bastante til da consistncia (solos argilosos) ou estado de compacidade (solos arenosos) das camadas do solo investigadas. Veja a tabela abaixo: ndices de resistncia penetrao e respectivas designaes Solo ndice de Penetrao 50 30 Resistncia Designao Fofo Pouco compacto Medianamente compacto Compacto Muito compacto Muito mole Mole Mdia Rija Muito rija dura

NMERO DE FUROS A NBR 8036/83 (Programao de sondagens de simples reconhecimento dos solos para fundaes de edifcios) estabelece os nmeros de perfuraes a serem feitas, em funo do tamanho do edifcio, conforme segue: No mnimo uma perfurao para cada 200m de rea da projeo em planta do edifcio, at 1.200m de rea;

Entre 1.200 m e 2.400m fazer uma perfurao para cada 400 m que excederem aos 1.200 m2 iniciais; cima de 2.400m o nmero de sondagens ser fixado de acordo com o plano particular da construo. Em quaisquer circunstncias o nmero mnimo de sondagens deve ser de 2 para a rea da projeo em planta do edifcio at 200m, e trs para rea entre 200m e 400m.

INTERPRETAO DOS RESULTADOS Na maioria dos casos, a interpretao dos dados SPT visa a escolha do tipo das fundaes, a estimativa das taxas de tenses admissveis do terreno e uma previso dos recalques das fundaes. Assim, a empresa encarregada de fazer o ensaio fornece um relatrio dos trabalhos e uma desenho esquemtico de cada furo. A partir da, cabe ao projetista interpretar os resultados para escolher o tipo de fundao ou, se ainda achar os dados inconclusivos, pedir algum ensaio mais especfico. A escolha do tipo de fundao feita analisando os perfis das sondagens, cortes longitudinais do subsolo que passam pelos pontos sondados. A presso admissvel a ser transmitida por uma fundao direta ao solo depende da importncia da obra e tambm da experincia acumulada na regio, podendo ser estabelecida em funo de ndice correlacionado com a consistncia ou compacidade das diversas camadas do subsolo. O quadro a seguir apresenta uma correlao do mesmo tipo para solos coesivos, igualmente estabelecida por Terzaghi-Peck. Esta correlao entre o ndice de resistncia penetrao e a resistncia compresso simples ainda menos precisa que a anterior e tem tambm carter indicativo. Relao entre tenso admissvel e nmero de golpes (SPT) Tipo de solo Consistncia SPT Tenso admissvel (Kg/cm)

Muito mole Mole Argila Mdia Rija Muito rija Dura Fofa Pouco compacta Areia Compacta Muito compacta

30 6

Alm das tabelas acima, possvel estimar a carga admissvel em um solo mediante a frmula abaixo:

Assim, por exemplo, um solo com ndice SPT de 20 teria uma tenso admissvel de 3,47 Kg/cm e outro com SPT 16 teria uma tenso admissvel de 3 Kg/cm. Mas deve-se ressaltar que estes valores, tanto das tabelas quanto da frmula acima, so muito genricos e imprecisos. S mesmo uma anlise criteriosa da sondagem por um tcnico especializado pode determinar com preciso o melhor valor para a resistncia do solo. Isto porque alm do tipo de solo e sua resistncia SPT, o projetista deve levar em conta outros fatores inerentes s fundaes - forma, dimenses e profundidade - e ao terreno que servir de apoio, analisando a profundidade, nvel d'gua e possibilidade de recalques, alm da existncia de camadas mais fracas abaixo da cota de nvel prevista para assentar as fundaes. APRESENTAO DOS RESULTADOS Os dados colhidos na sondagem so mostrados na forma de perfil individual do furo, ou seja, um desenho que traduz o perfil geolgico do subsolo

na posio sondada, baseado na descrio dos testemunhos, aquelas amostras colhidas durante a perfurao. A descrio dos testemunhos feita a cada manobra e inclui: 1 - Classificao litolgica Cor, tonalidade e dados sobre formao geolgica, mineralogia, textura e tipo dos materiais. 2 - Estado de alterao das rochas Trata-se de um fator que faz variar extraordinariamente suas caractersticas. As descries do grau de alterao das rochas, embora muito informativas, so at certo ponto subjetivas por se basearem normalmente na opinio do autor da classificao. 3 - Grau de fraturamento Uma das maneiras de avaliar o grau de fraturamento da rocha atravs do nmero de fragmentos por metro, obtido dividindo-se o nmero de fragmentos recuperados em cada manobra pelo comprimento da manobra.

PERFIS GEOLGICOS TPICOS O solo varia de regio para regio, dentro do prprio lote podem ocorrer variaes bruscas de composio e resistncia do solo, da a importncia de seguir os procedimentos normatizados para ter uma representao o mais fiel do subsolo em estudo. Apesar desta variao, algumas regies so bem conhecidas dos engenheiros que lidam com fundaes. Analisando alguns destes casos, para exemplificar como o ensaio SPT pode ser utilizado para indicar o tipo de fundao mais adequado.

So Paulo - Avenida Paulista -- Localizado no topo de um espigo que corta a capital do Estado de So Paulo, ou seja, num topo de montanha que, provavelmente, j foi muito mais alta na remota antiguidade. Assim, o solo j foi compactado pela natureza, sendo relativamente firme e o lenol fretico fica baixo. Assim, construes menores podem usar fundao direta (sapatas) e os prdios maiores devem utilizar tubulo ou estacas, que podem ser tanto do tipo Strauss (moldada in loco), pr-moldada de concreto ou ao ou outras, especiais, para edifcios maiores.

Santos (SP) - Orla da praia -- Este um caso clssico na mecnica dos solos. A cidade de Santos mundialmente conhecida pelos seus edifcios fora de prumo beira mar. Isto ocorreu porque, na poca de sua construo, utilizouse fundaes rasas apoiadas a cerca de 8 m de profundidade, onde se encontra um solo relativamente rgido (SPT 8). Entretanto, cerca de 10 m abaixo, encontra-se uma areia argilosa mutio mole, cujo SPT 1/60, ou seja, o martelo d uma batida e j penetra 60 cm. Muitos edifcios foram construdos sobre sapatas, isto , com fundao rasa. Em ambos os casos, ao longo dos anos a argila vai recalcando, o solo vai cedendo e os edifcios afundam. H casos em que os prdios desceram mais de 1 metro em relao ao nvel original. Os prdios mais novos utilizam estacas mais profundas, que vo buscar o solo mais duro a mais de 27 metros de profundidade. os edifcios ficaram tortos porque no afundaram por igual, pois um prdio faz presso sobre a fundao do vizinho, e naquele local ambos afundam mais pois existe uma presso maior sobre o sub-solo.

Campinas (SP) -- Esta uma grande cidade do interior do Estado de So Paulo e que tem diversos tipos de solo. Sua regio central j foi bastante estudada, contendo solo ideal para fundao direta ou rasa, para obras pequenas e mdias, e estaqueamento para prdios maiores. Para estes ltimos, o lenol fretico baixo (-15m) permite escavao manual sem equipamento especial, permitindo o uso de tubules ao invs de estacas. A existncia de solo residual indica que a regio j foi coberta por gua em eras remotas.

So Paulo (SP) - Cidade Universitria -- Esta regio fica na margem do Rio Pinheiros, do lado oposto onde aconteceu o desmoronamento na Linha 4 da obra do Metr no incio de 2007. Trata-se de um solo instvel, tpico de locais que j estiveram em baixo da gua por muitos milhares de anos. O solo constitudo por uma camada de aterro que repousa em cima de argila orgnica, tpica de reas pantanosas. Assim, qualquer obra de fundao nesta regio precisa ser estudada com muita ateno, em geral usa-se-se fundao profunda com estacas pr-moldadas ou tubules a ar comprimido, devido ao fato do lenol fretico estar praticamente superfcie.

SONDAGEM ROTATIVA Finalidades: - Usada quando a sondagem alcana uma camada de rocha ou solo de alta resistncia, blocos ou mataces. - Pode ser usada tambm para solos quando a investigao do solo pormenorizada. - S rotativa quando a rocha aflora. Principais objetivos: - Obter testemunho, amostra da rocha para identificar as descontinuidades do macio rochoso. - Realizar ensaios "in situ" como perda d'gua (permeabilidade e localizao de falhas e fendas). Equipamentos: - Motor: as sondas so acionadas por motores a diesel, gasolina ou eltricos. - Guincho: permitem o controle na operao das aladoras, hastes, revestimentos e retirada de testemunhos. - Cabeote de perfurao: faz girar a coluna de perfurao e exerce presso na ferramenta de corte propiciando o movimento de avano do furo.

- Sondas: manuais, mecnicas e hidrulicas. - Manuais - o avano feito manualmente atravs de um volante associado a uma cremalheira. - Mecnicas - o avano conseguido atravs de um sistema de parafusos diferenciais concntricos com um parafuso sem - fim. - Hidrulicas - a presso sobre as hastes proporcionada por cilindros hidrulicos de duplo efeito, usado para grandes profundidades. - Hastes: so tubos ocos sem costuras de comprimentos variveis, ligados entre si. Transmitem pea de corte no fundo do furo os movimentos de rotao e penetrao para o avano da sondagem e conduzem gua e lama para a refrigerao das peas de corte e ao transporte dos detritos da perfurao superfcie. - Barriletes: tubos ocos destinados a receber o testemunho de sondagem e so presos primeira haste a penetrar no solo. Os mais usuais so: a) barriletes simples (rocha s, alterao de rocha). b) duplo rgido (melhor recuperao formaes geolgicas mdias e duras, pouco fraturadas). c) duplo giratrio (formaes moles e fragmentadas garante boa recuperao). d) especial (srie D, M ou L, usados em materiais onde fcil obter a alta recuperao do testemunho). - Coroas: ferramentas de corte de uma sondagem (alto custo), composta de matriz de ao que o elemento de fixao dos diamantes ferramenta, corpo da coroa que parte de ao, sadas de gua que so os espaos abertos na superfcie da coroa e os diamantes que podem ser cravados ou impregnados. Orientao para escolha do tipo de coroa em funo das formaes geolgicas dureza e abraso da rocha. Coroa de widia (material pouco resistente) mais baratas (com pastilhas de carboneto de tungstnio) - Revestimentos: so indispensveis quando as paredes do furo tendem a desabar (1 a 3 m). Compostos de tubos de ao com paredes finas, mas de elevada resistncia mecnica.

- Sistema de circulao de gua: usado para assegurar a refrigerao da coroa, a expulso de fragmentos, a diminuio da frico da coluna contra paredes e a conservao de uma presso hidrosttica que contribua para manter firmes as paredes do furo. Para formaes permeveis utiliza-se a mistura de gua com bentonita. Obs.: Os dimetros das coroas, revestimentos, etc. so padronizados pelo Sistema DCDMA (Associao dos Fabricantes de Ferramentas Diamantadas, USA) pelas letras E, A, B, N, H (furos de 1 a 4 polegadas). Grupo X tubos mais leves que possuem passos de rosca fina. Grupo W tubos mais pesados com passos de rosca grossa.

Operao: Consiste basicamente na realizao de manobras consecutivas (rotao + avano), isto , a sonda imprime haste os movimentos rotativos e de avano na direo do furo e estas os transferem ao barrilete provido da coroa. Comprimento da manobra = comprimento do barrilete (1,5 a 3 metros). Dimetro do testemunho: 41, 54, 76mm podendo chegar a 165 mm. Apresentao dos resultados: So apresentados, em forma de perfil individual do furo, os perfis geolgicos do subsolo (boletim de sondagem), baseados na descrio dos testemunhos, considerando: - Classificao litolgica - Estado de alterao das rochas para fins de engenharia (extremamente alterada a s) - Grau de fraturamento (nmero de fragmentos por metro - %) qualidade da rocha - RQD = Rock Quality Designation = percentagem da soma dos fragmentos superiores a 10 cm pelo comprimento da manobra (recuperao modificada). Percentagem de recuperao: R % = comp. total dos testemunhos / comp. total da manobra. Tipo de rocha Boa qualidade Medianamente alterada Muito alterada R% >80 80 50 < 50

Este resultado funo mais da qualidade da sondagem do que da qualidade da rocha.

Qualidade da rocha Muito fraca Fraca Regular Boa Excelente

RQD % 0-25 25-50 50-75 75-90 90-100

Rocha Ocasionalmente fraturada Pouco fraturada Medianamente fraturada Muito fraturada Extremamente fraturada Em fragmentos

No de fraturas /metro 1 1-5 6-10 11-20 >20 Pedaos de diversos tamanhos, dispersos.

Vantagens: progresso rpido; distrbio leve do solo abaixo do furo. Desvantagens: quando o solo tem uma alta percentagem de pedregulhos (no corta).

ESTACAS MOLDADAS IN LOCO ESCAVADAS MECANICAMENTE (TRADO MECNICO)

HLICE CONTNUA Estaca de concreto moldada in loco, executada atravs de um equipamento que possui um trado helicoidal contnuo, que retira o solo conforme se realiza a escavao, e injeta o concreto simultaneamente, utilizando a haste central desse mesmo trado. um sistema que proporciona uma boa produtividade e, por esse motivo, recomendvel que haja uma central de concreto nas proximidades do local de trabalho. Alm disso, as reas de trabalho devem ser planas e de fcil movimentao. O sistema pode ser empregado na maioria dos tipos de solos, exceto em locais onde h a presena de mataces e rochas. Estacas muito curtas, ou que atravessam materiais extremamente moles tambm devem ter sua utilizao analisada cuidadosamente.

ESTACA-RAZ Estacas escavadas com perfuratriz, executadas com equipamento de rotao ou rotopercusso com circulao de gua, lama bentontica ou ar comprimido. recomendado para obras com dificuldade de acesso para o equipamento de cravao, pois emprega equipamento com pequenas dimenses (altura de aproximadamente 2m). Pode atravessar terrenos de qualquer natureza, sendo indicado tambm quando o solo possui mataces e rocha, por exemplo. Pode ser executada de forma inclinada, resistindo a esforos horizontais.

ESTACA BARRETE Estacas escavadas com uso de lama bentontica, executadas com equipamentos de grande porte, como o clam-shell. Pode ser escavada abaixo do nvel dgua, at a profundidade de projeto. Na execuo, a escavao preenchida pela lama simultaneamente retirada do solo escavado.

ESTACA STRAUSS Definio: As estacas do tipo Strauss so moldadas in loco, com processo relativamente simples e eficaz. A perfurao executada com o auxlio de uma sonda, denominada piteira, com a utilizao parcial ou total de revestimento recupervel e posterior Concretagem da fundao no local. VANTAGENS E DESVANTAGENS Vantagens: Simples Execuo; Baixo Custo; Capacidade de carga e dimetros diversos;

Desvantagens: No pode ser executada abaixo do N.A. Concreto de baixa qualidade (feito mo). Muita lama proveniente escavao. Execuo lenta.

CARACTERSTICAS DAS ESTACAS STRAUSS As principais caractersticas das Estacas Strauss so:

Reduzida trepidao e, conseqentemente, pouca vibrao nas edificaes vizinhas obra. Possibilidade de execuo da estaca com o comprimento projetado, permitindo cotas de arrasamento abaixo da superfcie do terreno. Facilidade de locomoo dentro da obra.

Permite conferir durante a percusso, por meio de retirada de amostras do solo, a sondagem realizada. Permite verificar, durante a perfurao, a presena de corpos estranhos no solo, mataces e outros, possibilitando a mudana de locao antes da concretagem. Capacidade de executar estacas prximas s divisas do terreno, diminuindo assim, a excentricidade nos blocos. Execuo de estacas com capacidade de 20 ton, 30 ton e 40 ton. EQUIPAMENTO PARA EXECUO DA ESTACA STRAUSS Consta de um trip de madeira ou de ao, um guincho acoplado a motor a exploso ou eltrico, uma sonda de percusso munida de vlvula em sua extremidade inferior para retirada de terra, um soquete com aproximadamente 300 quilos, linhas de tubulao de ao, com elementos de 2,00 a 3,00 metros de comprimento, rosqueveis entre si, um guincho manual para retirada da tubulao, alm de roldanas, cabos e ferramentas. MTODO EXECUTIVO Centralizao da estaca: O trip localizado de tal maneira que o soquete preso ao cabo de ao fique centralizado no piquete de locao.

Inicio da perfurao: Com o soquete iniciada a perfurao at a profundidade de 1,00 a 2,00 m, furo esse que servir de guia para a introduo do primeiro tubo, dentado na extremidade inferior, chamado "coroa". Perfurao: Com a introduo da coroa, o soquete substitudo pela sonda de percusso, a qual, por golpes sucessivos vai retirando o solo do interior e abaixo da coroa, e a mesma vo se introduzindo no terreno. Quando estiver toda cravada, rosqueado o tubo seguinte, e assim por diante, at atingir uma camada de solo resistente e/ou que se tenha um comprimento de estaca considerado suficiente para garantia de carga de trabalho da mesma. A seguir, com a sonda, procede-se limpeza da lama e da gua acumulada durante a perfurao. Concretagem: 1 - Nessa etapa, a sonda substituda pelo soquete. lanado concreto no tubo em quantidade suficiente para se ter uma coluna de aproximadamente 1 metro. Sem puxar a tubulao apiloa-se o concreto formando uma espcie de bulbo. 2 - Para execuo do fuste, o concreto lanado dentro da tubulao e, medida que apiloado, esta vai sendo retirada com emprego de guincho manual. Para garantia da continuidade do fuste, deve ser mantida, dentro da tubulao durante o apiloamento, uma coluna de concreto suficiente para que o mesmo ocupe todo o espao perfurado e eventual vazios no subsolo. Dessa forma o pilo no tem possibilidade de entrar em contato com o solo da parede da estaca e provocar desbarrancamento e mistura de solo com o concreto. Colocao dos ferros: A operao final ser a colocao dos ferros de espera para amarrao aos blocos e baldrames, sendo colocados 4 ferros isolados, com 2 metros de comprimento, que so simplesmente enfiados no concreto. Os ferros serviro apenas para ligao das estacas com o bloco ou baldrame, no constituindo uma armao propriamente dita.

Quando houver necessidade de colocao da armao para resistir a esforos outros que no de compresso, devem-se tomar os seguintes cuidados: a) b) A bitola mnima para execuo ser 7 de estacas no de armadas mnimo 30 32cm; cm;

Os

estribos usuais

devem tm

espaados m

c) As armaes sero sem emendas at 6 m de comprimento, uma vez que os trips comprimento; d) Os estribos, sem ganchos, devero ser firmemente amarrados aos ferros longitudinais e, se possvel, no havendo prejuzo ao ao, soldados; e) O concreto dever ser francamente plstico, para vazar atravs da armao. Armao: 1. Os dados a seguir so limitaes para se garantir a perfeita concretagem da estaca. 2. Armaes mais pesadas podero ser usadas em casos especiais. Preparo da cabea da estaca: J a cargo do construtor, h necessidade de se preparar a cabea da estaca, para a sua perfeita ligao com os elementos estruturais. O concreto da cabea da estaca geralmente de qualidade inferior, pois ao final da concretagem h subida de excesso de argamassa, ausncia de pedra britada e possibilidade de contaminao com o barro em volta da estaca. Por isso, a concretagem da estaca deve terminar no mnimo 20 cm acima da cota de arrasamento. A preparao ou "quebra" da cabea das estacas, ou seja, a remoo do concreto excedente deve ser feita com ponteiros, os quais devem ser aplicados verticalmente. O acabamento da cabea dever ser feito com o ponteiro inclinado, para se conseguir uma superfcie plana e horizontal. A estaca dever ficar embutida 5 cm dentro do bloco ou baldrame. Quando se usa lastro de concreto magro, abaixo do bloco ou baldrame, a cabea da estaca deve ficar livre 5 cm acima do mesmo.

ESTACA DE CONCRETO As estacas de concreto podem ser pr-moldadas ou concretadas no local. a) Estacas pr-moldadas de concreto So largamente usadas em todo o mundo possuindo como vantagens em relao as concretadas no local um maior controle de qualidade tanto na concretagem, que de fcil fiscalizao quanto na cravao, alm de poderem atravessar correntes de guas subterrneas o que com as estacas moldadas no local exigiriam cuidados especiais. Podem ser confeccionadas com concreto armado ou protendido adensado por centrifugao ou por vibrao, este de uso mais comum. Tanto nas estacas vibradas quanto nas centrifugadas a cura do concreto feita a vapor, de modo a permitir a desforma e o transporte da mesma no menor tempo possvel. Tendo em vista que a cura a vapor s acelera o ganho de resistncia nas primeiras horas, mas no diminui o tempo total necessrio para que o concreto atinja a resistncia final, as estacas devem permanecer no estoque pelo menos at que o concreto atinja a resistncia de projeto. A seo transversal dessas estacas geralmente quadrada, hexagonal, octogonal ou circular, podendo ser vazadas ou no. A carga mxima estrutural das estacas pr-moldadas em geral indicada nos catlogos tcnicos das empresas fabricantes, no entanto a carga admissvel s poder ser fixada aps a anlise do perfil geotcnico do terreno e sua cravabilidade. Para no onerar o custo de transporte das estacas, desde a fabrica at a obra, o seu comprimento limitado a 12m. Por isso, quando se precisar de estacas com mais de 12m as peas devem ser emendadas. Essas emendas podem ser constitudas por anis metlicos ou por luvas de encaixe tipo macho e fmea quando as estacas no estivem sujeitas a esforos de trao tanto na cravao quanto na utilizao (figura 12), ou em caso contrrio, emenda do tipo soldvel, como indicada na figura 13, onde a altura h e a

espessura e da chapa so funo do dimetro da armadura longitudinal e do dimetro da estaca.

(a) Emendas por anel metlico e (b) emendas por luvas.

Emenda tipo soldvel em estaca pr-moldada. Existem vrios processos para cravao das estacas prmoldadas, no entanto qualquer que seja o processo, utilizado em geral de modo a facilitar a passagem da estaca pelas diversas camadas do terreno, no final a estaca ser sempre cravada por percusso. Para tanto, utiliza-se um tipo de guindaste especial chamado de bate-estaca que pode ser dotado de martelo (tambm chamado de pilo) de queda livre ou automtico tambm denominado martelo diesel. Para amortecer os golpes do pilo e uniformizar as tenses por ele aplicadas estaca, instala-se no topo desta um capacete dotado de cepo e coxim conforme mostrado na figura abaixo.

Detalhe do capacete da estaca.

b) Estacas concretadas in situ Existe uma grande variedade de tipos de estacas concretadas no local, diferenciadas entre si, principalmente, pela forma que so escavadas e pela forma de colocao do concreto. De um modo geral crava-se um tubo de ao at a profundidade prevista pela sondagem geotcnica, enchendose com concreto que vai sendo apiloado at que se retire o tubo. Entre os vrios tipos existentes destacam-se as estacas tipo Franki e as estacas tipo Strauss. A estaca tipo Franki usa um tubo de revestimento cravado dinamicamente com a aponta fechada por meio de bucha e recuperado aps a concretagem da estaca. O concreto usado na execuo da estaca relativamente seco com baixo fator gua-cimento, resultando em um concreto de slump zero, de modo a permitir o forte apiloamento previsto no mtodo executivo. O concreto com estas caractersticas deve atingir fcc28 20 MPa e o controle tecnolgico do concreto durante a execuo da estaca deve prever retirada regular de corpos-de-prova, para serem ensaiados a 3, 7 e 28 dias, iniciando-se ao se executar as primeiras estacas, e continuar para cada grupo de 15 ou 20 estacas executadas. A armao da estaca constituda por barras longitudinais e estribos que devem ter dimenses compatveis com o dimetro do tubo e do pilo. A execuo de estacas tipo Franki, quando bem aplicada, praticamente no sofre restries de emprego diante das caractersticas do subsolo, salvo casos particulares como aqueles constitudos por espessas camadas de solo muito mole. A tabela 6 apresenta as cargas admissveis usuais adotadas em projetos de rotina das estacas tipo Franki executadas pelas empresas que atuam no mercado brasileiro. A adoo dessas cargas depende da anlise dos elementos do projeto, podendo ser diminudas ou aumentadas em projeto de condies especiais.Tabela: Dados bsicos para projeto das estacas tipo Franki. L Qc (kN) Qt (kN) 30 15 45 0 85 35 18 40 22 52 30 60 35

55 80 130 1700 0 0 0 10 13 240 270 0 0 L profundidade mxima recomendvel Qc carga admissvel de compresso Qt carga admissvel de trao

ESTACAS METLICAS As estacas metlicas so constitudas principalmente por peas de ao laminado ou soldado tais como perfis de seo I e H, como tambm por trilhos, geralmente reaproveitados aps sua remoo de linhas frreas, quando perdem sua utilizao por desgaste. A principal vantagem das estacas de ao est no fato de se prestarem cravao em quase todos os tipos de terreno, permitindo fcil cravao e uma grande capacidade de carga. Sua cravao facilitada, porque, ao contrrio dos outros tipos de estacas, em lugar de fazer compresso lateral do terreno, se limita a cortar as diversas camadas do terreno. Hoje em dia j no existe preocupao com o problema de corroso das estacas metlicas quando permanecem inteiramente enterradas em solo natural, porque a quantidade de oxignio que existe nos solos naturais to pequena que a reao qumica to logo comea, j acaba completamente com esse componente responsvel pela corroso. Entretanto, de modo a

garantir a segurana a NBR 6122 exige que nas estacas metlicas enterradas seja descontada a espessura de 1,5 mm de toda sua superfcie em contato com o solo, resultando uma rea til menor que a rea real do perfil. A carga mxima atuante sobre a estaca obtida multiplicando-se a rea til pela tenso admissvel do ao fc = fyk/2 onde fyk tenso caracterstica ruptura do ao da estaca.

Figura 11: rea til de estaca metlica. A tabela abaixo apresenta a carga para alguns perfis e trilhos fabricados pela CSN (Companhia Siderrgica Nacional), calculada com c = fyk/2 = 120 MPa. A utilizao de trilhos velhos como estacas s possvel quando a reduo do peso no ultrapassar 20% do terico e nenhuma seo tenha rea inferior a 40% da rea do trilho novo.Tabela: Tipo de perfil Perfis laminados CSN (1 alma) Trilhos (CSN) Cargas mximas rea (cm2) 47,3 34,8 48,1 77,3 31,4 40,9 47,3 56,8 64,2 72,6 em estacas metlicas Carga mxima (kN) 400 300 400 700 250 (200) 350 (250) 400 (300) 450 (350) 550 (400) 600 (450) completamente enterradas. Denomina o H 6x 6 I 8x 4 I 10x 45/8 I 12 x 51/4 TR 25 TR 32 TR 37 TR 45 TR 50 TR 57 Peso (N/m) 371 273 377 606 246,5 320,5 371,1 446,5 503,5 569,0

Nota: Os valores entre parnteses referem-se a trilhos velhos com reduo mxima de peso de 20% e nenhuma seo com reduo superior a 40%.

Referncias Bibliogrficas:

http://www.webartigos.com/articles/60227/1/Topicos-de-Fundacao/pagina1.html#ixzz1MCBfYtRt http://www.mrsondagens.com/servicos2.asp http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=9&Cod=126 http://www.carisia.com.br/mecSolosII-Aula2-investigacaogeotecnicaparteII.pdf http://www.ufrrj.br/institutos/it/dau/profs/edmundo/Cap%EDtulo2-%20Funda%E7%F5es.pdf