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Tensão da Umidade do Solo
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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais – Campus Januária
Engenharia Agrícola e Ambiental
Rodrigo Nogueira Martins
Manejo de Irrigação Tensão x Umidade do Solo
Trabalho apresentado ao Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
do Norte De Minas Gerais – Campus
Januária como parte das exigências da
disciplina de Manejo de Irrigação do curso
de Engenharia Agrícola e Ambiental
ministrada pelo professor Matheus Colares.
JANUÁRIA - MG MAIO/2016
Disponibilidade de Água no Solo
A água disponível às plantas, classicamente definida como uma característica
estática representa a quantidade de água que um solo poderia reter ou armazenar entre a
“capacidade de campo” (Cc) e o “ponto de murchamento” (Pm). Esse conceito
pressupõe que a água do solo entre as umidades correspondentes à saturação e à
capacidade de campo não é disponível às plantas, indo perder-se nas partes mais
profundas do perfil do solo, por ação da gravidade.
Em verdade, esta água, erroneamente designada de gravitacional, muitas vezes é
absorvida pelas plantas. Só em casos de solos muito permeáveis, submetidos a
irrigações ou chuvas excessivas, com culturas de sistema radicular pouco profundo,
muita água é perdida por percolação, mas, mesmo assim, não existe um intervalo fixo
de umidade para definir a água perdida por percolação profunda. Não obstante, o
conceito clássico de água disponível nos dá um critério para caracterizar o solo quanto à
sua capacidade de armazenar água.
Em solos profundos e com grande “capacidade de retenção” de água, pode ser
possível cultivar vegetais de sistema radicular bem desenvolvido, sem irrigação ou
chuva adicional, desde que o solo seja bem umedecido até uma profundidade
considerável, por época do plantio. Se a capacidade de retenção de água de um solo for
pequena, por ser o solo raso ou de textura grossa, freqüentes irrigações serão
necessárias. (Figura 1).
Figura 1 – Condições de Umidade do Solo com vários tipos de textura
Tensão x Umidade do solo (Curva de Retenção)
A água, ou solução do solo, ocupando os espaços porosos, fica sob a ação de
forças de retenção que se desenvolvem entre suas moleculas e as partículas minerais e
cátions em solução ou adsorvidos. A característica bipolar das moléculas de água é
favorável ao desenvolvimento de ligações de natureza eletrostática que se estabelecem,
mais pronunciadamente, com as partículas minerais em estado coloidal no solo.
A magnitude dessas forças em relação às partículas do solo (adesão) é tanto
maior quanto mais estreita for à película d’água envolvendo as partículas menores do
solo. Por outro lado, quanto maior o teor de umidade no solo maior será a expressão das
forças de coesão (forças de união molecular), também responsáveis pelo potencial
capilar. Estes aspectos físicos, associados ao movimento d’água no solo, se expressam
muito bem através das curvas de retenção de umidade, as quais são plotadas em função
do conteúdo de umidade a diferentes tensões.
As curvas de retenção apresentam a forma sigmóide e seu estudo tem sido
amplamente usado em física do solo. A curva de retenção relaciona o teor ou o conteúdo
de água no solo com a força de tensão com que ela está retida pelo mesmo (ex. Fig. 2).
É uma propriedade físico-hídrica do solo, determinada em laboratório,
preferencialmente com amostras indeformadas, coletadas em anéis apropriados,
submetidos a diferentes tensões, com o auxílio de placas porosas, em câmaras de
pressão.
Obtém-se a curva relacionando-se o teor de água do solo para diversas tensões,
por exemplo: 0,1, 0,3, 0,5, 1,0, 3,0, 5,0, 10,0 e 15,0 bar. A avaliação da curva de
retenção permite uma estimativa rápida da disponibilidade de água no solo para as
plantas, na profundidade de solo considerada. Assim, pode-se determinar a quantidade
máxima de armazenamento de água (capacidade de campo = CC), o armazenamento
mínimo (ponto de murchamento = PM) ou o armazenamento em qualquer ponto da
curva.
Exemplo prático de uma curva de retenção de água no solo:
Quadro 1. Umidade média obtida e estimada em diferentes pressões de um Latossolo
Vermelho distrófico típico de textura argilosa (55%)
Figura 2 – Curva de retenção de umidade de um
Latossolo Vermelho Distrófico com textura argilosa.
Abaixo seguem algumas equações para determinação da disponibilidade de água no
solo.
Disponibilidade total de água (DTA)
DTA – mm / cm de solo
Ucc – umidade de capacidade de campo com base em massa (%)
Upmp - umidade de ponto de murcha permanente com base em massa (%)
p - g/cm³
Capacidade total de água no solo (CTA)
Em que:
Z – Profundidade efetiva do sistema radicular (cm)
CTA - mm
Capacidade real de água no solo (CRA)
Em que:
f – fator de disponibilidade (decimal)
CRA - mm
Referências
BERNARDO, S. Manual de irrigação. Viçosa: UFV, 1989. 488p.
KIEHL, E.J. Manual de edafologia, relações solo-planta. São Paulo, Ceres, 1979. 264p.
SILVEIRA, P.M. da & STONE, L.F. Manejo da irrigação de feijoeiro: uso do
tensiômetro e avaliação do desempenho do pivô central. Brasília: EMBRAPA-SPI,
1994. 46p. (EMBRAPA-CNPAF. Circular Técnica, 27).