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Trabalho tramandaí curso 4

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Page 1: Trabalho tramandaí   curso 4

Trabalho da Rede Multicêntrica

“A Proposta de intervenção”

Cássio Streb Nogueira1

Cristiane Rodrigues Del'fabro2

Fabiane Aldrighi Bommer3

Vanessa Flores4

1. Caracterização da demanda:

Tramandaí é uma cidade da região do litoral Norte do Rio Grande do Sul distante a 118 Km

da capital Porto Alegre.

Segundo dados do IBGE Tramandaí tem uma população de cerca de 42.000 habitantes número

que se multiplica três ou quatro vezes durante o período de verão quando o município por situar-se

muito perto da capital torna-se a capital das praias.

Trata-se de um município balneário, que apresenta uma sazonalidade ímpar com uma migração

progressiva. O município recebe sistematicamente um inchaço populacional advindo de camadas

mais empobrecidas, ou seja, pessoas que vem para o litoral, principalmente no período de verão

para tentar alternativas no mercado informal e que acabam permanecendo na baixa temporada sem

alternativas de inclusão no mercado de trabalho. Desta forma constitui-se um caldo cultural de

famílias desempregadas que passam a solicitar bens e serviços do Executivo Municipal,

contribuindo assim para o aumento da violência urbana, consumo de drogas, tráfico e dependência

química.

A cidade dispõe de um hospital Municipal que atende SUS e convênios. A rede básica de saúde

conta com 5 unidades de Estratégia de Saúde Família com uma cobertura de 43% da população

local e 4 Postos de Saúde e um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) que funciona como

referência para a saúde mental do município, ainda possui o serviço de Ação Social feito na própria

Secretaria de Ação Social, o CRAS Casa da Cidadania, o CREAS e a Casa da Criança. Também na

área da educação há o serviço chamado CAPE.

O SAE em Tramandaí é uma unidade multiprofissional que conta com urologista, ginecologistas

e realiza os atendimentos dos portadores de tuberculose do município. Conta-se ainda com um

Pronto Atendimento, o Posto 24 horas e um Centro de Testagem e Aconselhamento conhecido pela

população local como "posto PAI” (posto de Atendimento Integrado) por constar no seu quadro de

funcionários médico infectologista, pediatra, Psicólogo e Programa de Redução de Danos.

1 Psicólogo, Especialista em Saúde Mental, Mestrando em Psicologia Social e Institucional (UFRGS), trabalha no CAPS de Tramandaí;

2 Psicóloga, trabalha no CAPS de Tramandaí;3 Psicóloga, Especialista em Saúde Mental, trabalha na Redução de Danos de Tramandaí;4 Assistente Social, trabalha do CRAS de Tramandaí.

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Estes serviços funcionam de forma fragmentada, não conseguindo organizar uma rede formal de

assistência ao usuário. A esse quadro acrescentem-se a desvalorização dos trabalhadores de saúde,

expressiva precarização das relações de trabalho, baixo investimento num processo de educação

permanente desses trabalhadores, pouca participação na gestão dos serviços e frágil vínculo com os

usuários.

Um dos aspectos que mais tem chamado a atenção é o despreparo dos trabalhadores para lidar

com a dimensão subjetiva que toda prática de saúde supõe. Ligado a esse aspecto, um outro que se

destaca é a presença de modelos de gestão centralizados e verticais desapropriando o trabalhador de

seu próprio processo de trabalho.

O cenário indica, então, a necessidade de mudanças. Mudanças no modelo de atenção que não

se farão sem mudanças no modelo de gestão.

2. Proposta de Intervenção

Visando aquecer a rede de assistência a saúde do município, propomos:

- criar um trabalho de apoio matricial, que visa capacitar os trabalhadores destes serviços

para o fazer em saúde mental;

- pensar conjuntamente na saúde do trabalhador, reapropriando suas capacidades criativas

para inventarem novas intervenções em saúde mental,

- articular a rede de serviços de saúde da região, no caso serviço especializado e rede básica,

possibilitando um fluxo de encaminhamentos não burocratizado, compartilhando responsabilidades;

- pensar ações de promoção à saúde e prevenção ao uso prejudicial em álcool e outras

drogas junto à rede básica.

A partir de nossa experiência neste curso, onde vimos que o mais importante foi o encontro

dos profissionais do município, criando uma “redinha”, gostaríamos que esta rede fosse tomando

corpo e se formasse um fórum permanente para discussão e acompanhamento aos casos de saúde

mental, sendo este trabalho um disparador para o encontro dos trabalhadores da rede.

Passo 1: criaremos um grupo de trabalho com os trabalhadores que participaram do curso da

Rede Multicêntrica e demonstrarem interesse para montar a proposta;

Passo 2: apresentar ao município;

Sendo uma aposta ético-estético-política, não sabemos onde chegaremos, acompanharemos

os processos do coletivo envolvido e o que ele é capaz de produzir, apostando na vitalização dos

processos de atenção à saúde de nosso município.