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Câmara dos Deputados
Centro de Documentação e InformaçãoEdições CâmaraBrasília | 2015
Trabalho voluntárioA solidariedade colocada em prática
Conteúdo elaborado pela Consultoria Legislativa.
CÂMARA DOS DEPUTADOS
Diretoria-GeralDiretor-Geral: Sérgio Sampaio Contreiras de AlmeidaDiretora-Adjunta: Cássia Regina Ossipe Martins Botelho
Diretoria LegislativaDiretor: Afrísio Vieira Lima Filho
Consultoria LegislativaDiretor: Eduardo Fernandez Silva
Centro de Documentação e InformaçãoDiretor: Adolfo C. A. R. Furtado
Coordenação Edições CâmaraDiretora: Heloísa Helena S. C. Antunes
Coordenação de Relacionamento, Pesquisa e InformaçãoDiretora: Elzuila Maria Crepory F. de M. Bastos
Projeto gráfico de capa e miolo: Patrícia Weiss Diagramação: Diego Moscardini Imagem da capa: @borgogniels – Thinkstock Imagens do Miolo: Thinkstock e Diego Moscardini Revisão: Seção de Revisão
Esta publicação foi elaborada por iniciativa da Presidência e da Segunda-Secretaria da Câmara dos Deputados, com texto da Consultoria Legislativa.
Câmara dos DeputadosCentro de Documentação e Informação – CediCoordenação Edições Câmara – CoediAnexo II – Praça dos Três PoderesBrasília (DF) – CEP 70160-900Telefone: (61) [email protected]
SÉRIE Câmara itinerante
n. 14
Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)Coordenação de Biblioteca. Seção de Catalogação.
Trabalho voluntário [recurso eletrônico] : a solidariedade colocada em prática / Câmara dos Deputados ; conteúdo elaborado pela Consultoria Legis-lativa. – Brasília : Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2015. – (Série Câmara itinerante ; n. 14)
Versão PDF.Modo de acesso: http://www.camara.leg.br/editoraDisponível, também, em formato impresso.ISBN 978-85-402-0417-1
1. Voluntário, Brasil. 2. Voluntário, legislação, Brasil. I. Brasil. Congresso Nacional. Câmara dos Deputados. Consultoria Legislativa. II. Série.
CDU 304(81)
ISBN 978-85-402-0416-4 (papel) ISBN 978-85-402-0417-1 (PDF)
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ......................................................................................... 5
PERGUNTAS FREQUENTES SOBRE TRABALHO VOLUNTÁRIO ............................................................................................... 7
VOCÊ SABIA? .............................................................................................. 10
PARA ENTENDER MELHOR ................................................................. 12
REGIME JURÍDICO DO TRABALHO VOLUNTÁRIO .................20
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APRESENTAÇÃO
O programa “Câmara Itinerante” é iniciativa da
Câmara dos Deputados para levar os temas nela pau-
tados para estados e municípios, bem como ouvir as
necessidades locais. Uma Câmara “de portas abertas”
busca a troca de experiências e ideias sobre políticas
públicas e o encontro entre sociedade e seus repre-
sentantes, a fim de resgatar a importância do legis-
lador e fortalecer o diálogo e a democracia no Brasil.
A Câmara visitará os 26 estados e o Distrito
Federal e abrirá espaço para ampliar a criação de po-
líticas públicas no país, resultado de ações concretas
do Parlamento.
Para cumprir o objetivo de trazer para o debate
temas atuais, esta publicação, da série Câmara Itine-
rante, apresenta informações acerca do trabalho vo-
luntário no Brasil e de sua regulamentação jurídica,
informando sobre o que é o trabalho voluntário, onde
pode ser exercido, quem pode prestá-lo e qual o regi-
me jurídico a ele aplicado.
Ser voluntário é muito mais do que ajudar, signifi-
ca doar um pouco do seu tempo, talento e trabalho em
prol do outro, buscando diminuir as desigualdades so-
ciais. O que pode parecer uma pequena ação, do pon-
to de vista individual, tem grande valor em um mundo
que cada vez mais necessita de ações voluntárias.
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Precisamos nos unir e estimular ações de interes-
se social e comunitário em prol da sociedade. Com a
contribuição de todos, podemos melhorar a qualidade
de vida de cada vez mais pessoas e, assim, tornar o
mundo muito melhor.
Eduardo Cunha
Presidente da Câmara dos Deputados
Felipe Bornier
Segundo-Secretário da Câmara dos Deputados
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PERGUNTAS FREQUENTES SOBRE TRABALHO
VOLUNTÁRIO
O que é trabalho voluntário?
É a atividade não remunerada prestada por pessoa
física a entidade pública de qualquer natureza, ou a
instituição privada de fins não lucrativos, que tenha
objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos,
recreativos ou de assistência social, inclusive mutuali-
dade (pessoas que se unem para prestar ajuda).
O trabalho voluntário gera vínculo trabalhista?
Não, essa modalidade de trabalho não gera nenhum
vínculo trabalhista e, portanto, não é regulado pela
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Onde pode ser prestado o trabalho voluntário?
Em hospitais, escolas, asilos, creches, orfanatos, asso-
ciações, igrejas, organizações não governamentais, ou
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qualquer outro ente sem fim lucrativo voltado para o
interesse público.
Quem pode realizar o trabalho voluntário?
Jovens e adultos que disponham de habilidade e tempo,
e que desejem promover o bem-estar do próximo. Tais
pessoas são conhecidas como empreendedores sociais.
Qual a duração do trabalho voluntário?
Essa é uma decisão de quem presta o trabalho vo-
luntário, pois não há limitação legal para sua duração.
Embora haja um contrato de adesão para o exercício
da atividade, o trabalhador voluntário pode, a qual-
quer momento, interromper esse trabalho.
O contrato de adesão para trabalho voluntário pode ser renovado?
Sim, não há nenhuma restrição nesse sentido e aquele
que se dispõe a prestar serviço voluntário pode re-
novar o contrato quantas vezes desejar, dependendo
apenas de sua vontade e disponibilidade.
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O trabalhador voluntário precisa ter alguma formação específica?
Isso dependerá do trabalho a ser realizado. Atividades
ligadas à área de saúde, por exemplo, poderão reque-
rer a formação em medicina, enfermagem ou outra
pertinente ao trabalho desenvolvido; a atividade de
magistério exigirá a formação como professor da dis-
ciplina a ser ministrada, e um portador de diploma de
nível médio não poderá lecionar em uma universidade
como professor voluntário. Todavia, para atividades que
não requeiram conhecimentos especializados, qualquer
pessoa poderá prestar tais serviços como voluntário.
Qual o grau de comprometimento do trabalhador voluntário?
O trabalhador voluntário, mesmo não recebendo sa-
lário, deve exercer essa atividade com dedicação,
responsabilidade, comprometimento e seriedade. O
trabalhador deve refletir e ponderar sobre todos os
aspectos envolvidos na atividade antes de assumir
qualquer compromisso. Assim, é importante analisar
questões como: disponibilidade e tempo, disciplina,
custos, disposição, vocação, paciência, desejo de aju-
dar o próximo, entre outros.
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VOCÊ SABIA?
1 Relatório da Universidade John Hopkins
(EUA) estimou que, em 36 países pesqui-
sados, o trabalho voluntário envolvia cer-
ca de 140 milhões de pessoas entre 1995
e 2000.
2 A Assembleia Geral das Nações Unidas
(AGNU) escolheu o ano de 2001 como o
Ano Internacional dos Voluntários, com a
finalidade de aumentar o reconhecimen-
to, o acesso e a promoção do serviço
voluntário.
3 Em 1985, a ONU declarou o dia 5 de de-
zembro como o Dia Internacional do Volun-
tário. No Brasil, o Dia Nacional do Volunta-
riado é comemorado em 28 de agosto e foi
instituído pela Lei nº 7.352, de 28 de agosto
de 1985.
4 De acordo com pesquisa realizada em
2011 pelo Ibope Inteligência, 25% da po-
pulação brasileira declarou que faz ou já
fez serviço voluntário. Desse contingen-
te, 53% são mulheres.
5 A média de idade é de 39,1 anos, sendo
que 22% têm entre 30 e 39 anos e 19%
entre 40 a 49 anos. Grande parte dos en-
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trevistados (47%) declarou-se casada ou que
mora com alguém, e 42% são solteiros. Expres-
siva maioria dos que fazem serviço voluntário
trabalha fora (67%); dentre esses, 51% traba-
lham em período integral.
6 49% dos voluntários exercem suas atividades
em instituições religiosas, enquanto 25% exer-
cem o serviço voluntário em instituições de as-
sistência social.
7 Quanto à escolaridade, 38% dos entrevistados
possuem ensino médio completo ou superior
incompleto, e 20% já completaram curso supe-
rior. Metade dos entrevistados realiza serviço
voluntário de forma constante, enquanto a ou-
tra metade não tem uma frequência definida.
Em média, os entrevistados dedicam aproxima-
damente 4,6 horas por mês ao serviço voluntá-
rio. Em geral, realizam esse serviço há 5 anos.
8 A pesquisa identificou a solidariedade e a
vontade de ajudar os outros como a principal
motivação para realizar esse tipo de atividade
(67%), seguida pela vontade de fazer a diferen-
ça e melhorar o mundo (32%). A maioria dos
entrevistados se sente totalmente motivada a
continuar o serviço voluntário.
De acordo com pesquisa realizada em 2011 pelo Ibope Inteligência, 25% da população brasileira declarou que
faz ou já fez serviço voluntário.
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PARA ENTENDER MELHOR
DIFERENÇA ENTRE ESTÁGIO VOLUNTÁRIO E TRABALHO VOLUNTÁRIO
O estágio é um ato educativo escolar supervi-
sionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que
visa à preparação para o trabalho produtivo de edu-
candos que estejam frequentando o ensino regular
em instituições de educação superior, de educação
profissional, de ensino médio, da educação especial e
dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade
profissional da educação de jovens e adultos.
Conforme determinação das diretrizes curricu-
lares da etapa, modalidade e área de ensino e do
projeto pedagógico do curso, o estágio pode
ser obrigatório ou não obrigatório. Obrigatório é
aquele definido como tal no projeto do curso, cuja
carga horária é requisito
para aprovação e obtenção
de diploma. Não obriga-
tório é o desenvolvido
como atividade opcio-
nal, acrescida à carga ho-
rária regular e obrigatória.
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O estágio é regulado pela Lei nº 11.788, de 25
de setembro de 2008, e pode ser oferecido pelas pes-
soas jurídicas de direito privado e pelos órgãos da ad-
ministração pública direta, autárquica e fundacional,
de qualquer dos poderes da União, dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios, bem como por pro-
fissionais liberais de nível superior, devidamente regis-
trados em seus respectivos conselhos de fiscalização
profissional. Em qualquer caso, obrigatório ou não, o
estágio não cria nenhum tipo de vínculo empregatício.
O trabalho voluntário, denominado “serviço volun-
tário” pela Lei nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998, é a
atividade não remunerada, prestada por pessoa física a
entidade pública de qualquer natureza, ou a instituição
privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos,
culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de
assistência social, inclusive mutualidade. O trabalho vo-
luntário, assim como o estágio, não gera víncu-
lo empregatício, nem obrigação de natureza
trabalhista, pre-
videnciária ou
afim e será exer-
cido mediante a
celebração de ter-
mo de adesão entre
a entidade, pública
ou privada, e o pres-
tador do serviço
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voluntário, dele devendo constar o objeto e as condi-
ções de seu exercício.
O trabalho voluntário, entretanto, pode ser feito
diretamente pelo prestador, sem a interveniência de
uma instituição pública ou privada, o que não ocor-
re com o estágio, que precisa ser supervisionado por
uma instituição de ensino.
Assim, a principal diferença entre o estágio não obrigatório e o trabalho voluntário é que o primeiro é uma etapa da formação educa-cional e o segundo se constitui no compro-misso de a pessoa, de forma desinteressada e responsável, conforme suas habilidades e no seu tempo livre, desenvolver ações que auxiliem indivíduos, famílias e comunidades a superar suas carências, oferecendo-lhes bem--estar social, educacional ou cultural.
Enquanto o estágio é um ato educacional, o tra-
balho voluntário é uma ação solidária.
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TRABALHO VOLUNTÁRIO E POLÍTICAS PÚBLICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
Para o desenvolvimento da política pública de
assistência social, nos termos dos arts. 203 e 204 da
Constituição Federal de 1988, pode-se contar com
a participação de entidades de assistência social
para realização dos seus objetivos, entre os quais se
destacam a proteção social à família, à maternidade, à
infância, à adolescência e à velhice.
Tais entidades integram o Sistema Único de As-
sistência Social (Suas) como prestadoras complemen-
tares de serviços socioassistenciais e se dedicam ao
trabalho com pessoas ou famílias que enfrentam difi-
culdades no exercício de seus direitos básicos de cida-
dania. Elas buscam prover proteção social para idosos,
pessoas com deficiência, crianças ou adolescentes,
pessoas vítimas de violência doméstica, pessoas em
situação de rua, enfim, pessoas que vivem em situação
de vulnerabilidade social, geralmente na pobreza ou
extrema pobreza, ou que vivenciam a fragilização de
seus vínculos familiares ou comunitários.
A proteção pode se dar pelo amparo, abriga-
mento, pela capacitação, orientação, promoção, ga-
rantia e defesa de direitos, além de outras ações que
visem o acesso a políticas sociais e melhoria da quali-
dade de vida dessas pessoas.
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Em geral, essas entidades de assistência social,
que não cobram pelos serviços que prestam à popula-
ção, contam com a colaboração de serviço voluntário.
Como auxiliam o Estado brasileiro na garantia do di-
reito à assistência social e, portanto, desenvolvem um
trabalho de interesse público, também podem cele-
brar convênios, contratos, acordos ou ajustes com o
poder público para receber recursos que as auxiliem
na execução de suas ações.
De acordo com o
art. 3º da Lei nº 8.742, de
7 de dezembro de 1993,
consideram-se entidades
e organizações de assis-
tência social aquelas sem
fins lucrativos que, isola-
da ou cumulativamente,
prestam atendimento e
assessoramento aos be-
neficiários abrangidos por essa lei, bem como as que
atuam na defesa e garantia de direitos.
Para celebrar convênios, contratos, acordos ou
instrumentos congêneres e receber recursos públicos
que contribuam para a execução de suas ações, as en-
tidades de assistência social que atuam no âmbito do
Suas devem observar as normas expedidas pelo Con-
selho Nacional de Assistência Social (CNAS).
Em geral, essas entidades de assistência social, que não cobram pelos serviços que prestam à população, contam com a colaboração de serviço voluntário.
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O funcionamento das entidades de assistên-
cia social depende de prévia inscrição no respectivo
Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS) ou
no Conselho de Assistência Social do Distrito Federal
(CAS/DF), conforme o caso.
A obtenção do Certificado de Entidade Bene-
ficente de Assistência Social (Cebas) e a isenção de
contribuições para a seguridade social serão conce-
didas às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins
lucrativos, reconhecidas como entidades beneficentes
de assistência social com a finalidade de prestação de
serviços nas áreas de assistência social, desde que a
instituição preencha os requisitos legais, previstos na
Lei nº 12.101, de 27 de novembro de 2009.
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Resumidamente, constituem requisitos para a
certificação de uma entidade de assistência social:
• prestar serviços ou realizar ações socioas-
sistenciais, de forma gratuita, continuada e
planejada;
• estar inscrita no respectivo Conselho Munici-
pal de Assistência Social ou no Conselho de
Assistência Social do Distrito Federal, confor-
me o caso; e
• integrar o cadastro nacional de entidades e
organizações de assistência social.
TRABALHO VOLUNTÁRIO E INTERNET
O trabalho voluntário pode ser desenvolvido
também pela internet, através de pesquisas, textos,
diagramações e traduções, sendo necessário para tan-
to apenas um computador.
A Unesco possui uma série de parcerias com as-
sociações, institutos, empresas e programas que bus-
cam, muitas vezes, o auxílio de voluntários em seus
É possível realizar trabalhos para os mais diferentes tipos de organizações, a qualquer hora do dia e em qualquer lugar, bastando
cadastrar-se como voluntário no Brasil ou até mesmo no exterior.
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projetos sociais, cujas informações encontram-se dis-
poníveis nos seus sites.
A ONU possui um programa de voluntários que
trabalham em prol da paz, da ajuda e do desenvolvi-
mento em diversos países. Ele é administrado pelo
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD), por meio de seus escritórios nacionais, que en-
viam voluntários para diversas missões internacionais,
como ajuda humanitária e promoção dos direitos hu-
manos. O programa pode ser acessado por meio da
internet e oferece a oportunidade para voluntários em
diversas atividades espalhadas pelo mundo.
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REGIME JURÍDICO DO TRABALHO VOLUNTÁRIO
O trabalho voluntário é regido pela Lei nº 9.608,
de 18 de fevereiro de 1998, cujos principais artigos
transcrevemos:
Art. 1º Considera-se serviço voluntário, para fins desta lei, a atividade não remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza, ou a ins-tituição privada de fins não lucrativos, que tenha obje-tivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recre-ativos ou de assistência social, inclusive mutualidade.
Parágrafo único. O serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista previdenciária ou afim.
Art. 2º O serviço voluntário será exercido mediante a celebração de termo de adesão entre a entidade, pú-blica ou privada, e o prestador do serviço voluntário, dele devendo constar o objeto e as condições de seu exercício.
Art. 3º O prestador do serviço voluntário poderá ser ressarcido pelas despesas que comprovadamente re-alizar no desempenho das atividades voluntárias.
Parágrafo único. As despesas a serem ressarcidas de-verão estar expressamente autorizadas pela entidade a que for prestado o serviço voluntário.
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Merece ser mencionado também o Programa
Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem), instituído
pela Lei nº 11.129, de 30 de junho de 2005, que é des-
tinado a jovens de 15 a 29 anos, e tem como objetivo
promover sua reintegração ao processo educacional,
sua qualificação profissional e seu desenvolvimento
humano. O ProJovem é composto das seguintes mo-
dalidades: Projovem Adolescente – Serviço Socioedu-
cativo; Projovem Urbano; Projovem Campo – Saberes
da Terra; e Projovem Trabalhador.
Há ainda que se mencionar o Decreto nº 5.313, de
16 de dezembro de 2004, que regulamenta o art. 3º-A
da Lei nº 9.608, que dispõe sobre o serviço voluntário.
Esse decreto autoriza a União a conceder auxílio finan-
ceiro no valor de até 150 reais, pelo período máximo
de 6 meses, ao prestador de serviço voluntário com
idade de 16 a 24 anos, integrante de família com renda
mensal per capita de até meio salário mínimo.
Para o recebimento desse auxílio, o prestador
de trabalho voluntário deverá preencher os seguintes
requisitos:
• estar em atividade de qualificação social e
profissional;
• prestar de 6 a 10 horas semanais de serviço
voluntário.
Cabe às entidades conveniadas fiscalizar e com-
provar, perante o Ministério do Trabalho e Emprego, o
cumprimento da carga horária ajustada com o voluntário.
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De acordo com esse decreto, as demais condi-
ções de exercício voluntário serão fixadas no termo de
adesão a ser celebrado entre a entidade, pública ou
privada, e o voluntário; e o órgão ou entidade pública
ou a entidade privada sem fins lucrativos, previamente
cadastrado no Ministério do Trabalho e Emprego, efe-
tuará o pagamento do auxílio financeiro.
Prevê também o decreto que o Ministério do
Trabalho e Emprego poderá firmar convênio com ins-
tituição financeira para que esta entregue o auxílio fi-
nanceiro ao jovem voluntário.
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