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Aspectos éticos e legais sobre Transplante e doação de órgãos

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Aspectos éticos e legais sobre

Transplante e doação de órgãos

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Componentes:

• Elisângela Ribeiro

• Erico Shigeto

• Patrícia Carvalho

• Rosecláudia de Jesus

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Objetivo:

• Analisar e identificar, quais as verdadeiras

atribuições profissionais do enfermeiro no

processo de doação-transplante, assim como os

aspectos éticos legais que devem reger as

ações de enfermagem.

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Doação de órgãos e tecidos

• Conceito

• Doação é a remoção de órgãos e tecidos do corpo de

um doador cadáver ou de um doador vivo para

transplantá-lo em uma pessoa viva.

• Qualquer pessoa pode doar seus órgãos, desde que

não tenha passado por doenças que possam prejudicar

o funcionamento do órgão ou alguma doença que

infecciosa ativa. .

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• Não há limite de idade para a doação dos órgãos,

desde que o quadro clínico da pessoa seja bom e

compatível com o receptor.

• É necessário rapidez para que a doação tenha sucesso,

por isso muitas vezes recebe caráter de urgência.

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Tipos de doação

• Doadores vivos:

• Doadores não-

vivos: constatação de

morte encefálica.

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Não doadores

• Pacientes portadores de insuficiência orgânica

• Enfermidades infecto contagiosas

• Pacientes com Insuficiência de Múltiplos

Órgãos e Sistemas

• Portadores de neoplasias malignas

• Doenças degenerativas crônicas

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Órgãos que podem ser doados

• Em vida: Um dos rins, parte do pulmão, parte do fígado e medula óssea.

• Em morte: rins, pulmões, coração, válvulas cardíacas, fígado, pâncreas, intestino, córneas, ossos (do ouvido interno, crista ilíaca, cabeça do fêmur, ossos longos), cartilagens, tendão, veias e pele.

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Morte Encefálica

• É a perda irreversível da função do encéfalo, incluindo a do tronco cerebral que é a parte do cérebro que conecta os dois hemisférios à medula espinhal.

• É a parada definitiva e irreversível que provoca a falência de todo o organismo.

• Assunto disciplinado pelo Conselho Federal de Medicina, atualmente Resolução CFM 1.480/97.

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Diagnóstico

• Para confirmação do diagnóstico da morte encefálica são necessárias três avaliações, realizadas por médicos diferentes.

• As duas avaliações clínicas são realizadas por dois médicos capacitados.

Estes médicos não devem fazer parte de uma equipe transplantadora.

• O exame complementar, é realizado por um terceiro médico, entre a 1.ª e 2.ª prova clínica ou como 3.ª prova.

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Diagnóstico gráfico de Morte Encefálica

Angiografia com fluxo sangüíneo

cerebral

Angiografia com ausência de

fluxo sangüíneo cerebral

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Termo de Autorização de Doação de Órgãos e Tecidos

•Responsável Legal + Duas Testemunhas.• Deve Constar:

• Endereço;• Filiação do doador;• Respectivos órgãos e tecidos doados.

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Etapas do processo doação - transplantes

Hospital Hospital NotificadorNotificador

DiagnDiagnóóstico stico de MEde ME

OPOOPO

Entrevista Entrevista familiarfamiliar

DoaDoaçãçãoo

Retirada Retirada dos dos óórgrgããosos

TransplantesTransplantes

CNCDOCNCDODiagnDiagnóósticstico de MEo de ME

OPO / OPCOPO / OPC

EntrevistaEntrevistafamiliarfamiliar

DoaDoaçãçãoo

CaptaCaptaçãçãoo

CNCDOCNCDO

TransplantesTransplantes

HospitalHospitalNotificadorNotificador

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Transplante de órgãos e tecidos

• Conceito

Transplante pode ser entendido como a remoção de

órgãos e/ou tecidos de um corpo humano para a

implantação em outro;

Com a finalidade de sanar uma deficiência ou

patologia.

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Tipos de Transplantes

• Transplantação autoplástica ou auto-

transplante;

• Transplantação heteroplástica ou alogênico;

• Transplantação heteróloga ou

xenotransplantação ou xenogênico;

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Tempo Útil para Retirada e Transplante

Órgão/Tecido Tempo/Retirada Tempo/TX

Coração antes da PC 4 - 6 h

Pulmões antes da PC 4 - 6 h

Fígado antes da PC 12 – 24 h

Pâncreas antes da PC 12 – 24 h

Rins até 30´após PC até 48 h

Córneas até 6 h após PC 7 a 14 dias

Ossos até 6 h após PC até 5 anos

Pele até 6 h após PC até 2 anos

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Anexo 1 - Estatisticas

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Histórico

• O 1° relato encontra-se registrado na Bíblia, no livro de Gênesis 2:21-22.

• Outro relato milenar e até mitológico, trata-se da história de dois médicos chineses, Itoua To e Pien Tsio;

• Um dos mais importantes passos na história dos transplantes foi as primeiras tentativas de transfusão de sangue.

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• O transplante de órgãos não vitais aumentou significativamente no século 20. Os enxertos de pele iniciaram no fim dos anos 20;

• Os primeiros transplantes de córnea começaram em 1905, e sua prática cotidiana só foi consolidada em 1944;

• Entretanto, a era moderna dos transplantes começou na década de 1950 com o transplante de órgãos não regeneráveis;

• No Brasil, o primeiro transplante de órgãos ocorreu em São Paulo, em 1965, com o transplante de rim.

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• O transplante adquiriu notoriedade na mídia, em dezembro de 1967, quando Christian Barnard realizou o primeiro transplante cardíaco.

• O grande problema era a rejeição dos órgãos. Uma vez que dentre mais de 100 pacientes transplantados, entre o período de 1968 a 1969, quase todos estavam mortos em dezembro de 1969;

• . Nas décadas de 60 e 70 desenvolveram-se fármacos com uma ação imunossupressora e expressivos efeitos colaterais;

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• Em 1983, uma nova droga com mais seletiva e de menor efeito colateral, a ciclosporina foi desenvolvida;

• Em 1980 ocorreu a padronização nas retiradas múltiplas dos órgãos dos doadores cadáveres e o desenvolvimento de uma nova solução de conservação dos órgãos;

• Os transplantes constituem hoje um sofisticado recurso terapêutico utilizado em pacientes com insuficiência de um ou mais órgãos.

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Aspectos Religiosos

• Todas as religiões têm em comum os

princípios da solidariedade e do amor ao

próximo que caracterizam o ato de doar.

• Sendo que algumas possuem certas restrições.

– Hinduísmo;

– Cristianismo;

– Budismo;

 

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– Religião judaica

– Islamismo

– Testemunhas de Jeová;

– Igreja Anglicana;

– Católica;

– Espirita;

– Protestantes;

– Evangélicos.

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Comércio de órgãos• Em alguns países ocorre de forma

legal, sendo que em outros é proibido.

• Na república islâmica do Irã;• Nos Estados Unidos;• Na Filadélfia;• Na Índia;• No Brasil a venda de a venda de órgãos é ilegal

e é condenada pela (OMS) e pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).

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Lista de Espera

• Portaria 1.160 para que seja de responsabilidade da equipe a manutenção ou a exclusão do paciente na lista;

• Portaria N.º 3.407 de 05 de agosto de 1998– Constituído por um conjunto de critérios

específicos de distribuição para cada tipo de órgão ou tecido, selecionando, assim, o receptor adequado.

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• Sistema MELD e PELD.

• Critérios para priorização:

• Urgência;

• Gravidade clínica (MELD, PELD);

• Situações especiais.

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Anexo 2 – Lista de espera

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Fundamentos ético-legais

• Constituição Brasileira, de 1988, no artigo 199, parágrafo 4º diz:

“ § 4º- A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização”.

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Lei dos Transplantes

• A 1° Lei regida foi a 5.479 de 10 de agosto de 1968.

• Essa lei que foi regulamentada pelo Decreto 2.268, de 30 de junho de 1997;

• Tornou-se conhecida como a “Lei dos Transplantes”;

• Admitia a doação presumida de órgãos e tecidos (exceto o sangue, o esperma e o óvulo).

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Lei 5.479 de 10 de agosto de 1968.

• Art. 1º A disposição gratuita de tecidos, órgãos e partes do corpo humano, em vida ou post mortem, para fins de transplantes e tratamento, é permitida na forma dessa Lei.

• Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, não estão compreendidos entre os tecidos a que se refere este artigo o sangue, o esperma e o óvulo.

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Pós morte – Morte encefálica

“ Art.3º. A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina.”

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• Nesta lei o artigo 4º diz:

“Salvo manifestação de vontade em contrário, nos termos desta Lei, presume-se autorizada a doação de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano, para finalidades de transplantes ou terapêutica post mortem.”,

• Sendo que este artigo foi reformulado através da lei 10.211 de 23 de março de 2001 e sua nova redação afirma que:

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• “A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade terapêutica, dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte”.

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Doadores vivos

• Questões são fundamentais:A autonomia A motivação

• Quanto à autonomiaMenores, prisioneiros, incapazes e recém-natos

portadores de malformações neurológicas incompatíveis com a sobrevida.

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Anencefálicos

• Resolução CFM 1.752, de 13 de setembro de

2004, que concede autorização ética para o uso

de órgãos e/ou tecidos de anencéfalos para

transplante, mediante autorização dos pais.

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Código Civil - Lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002.

• O art. 13: Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.

Parágrafo único: O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial

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• O art. 14: É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte”.

• Parágrafo único: “O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo”.

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Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem• Princípios Fundamentais:

“O profissional de enfermagem respeita a vida, a dignidade e os direitos humanos, em todas as suas dimensões”.

• Art. 19 : Respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade do ser humano, em todo seu ciclo vital, inclusive nas situações de morte e pós-morte.

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Das Proibições

• Art. 27 : Executar ou participar da assistência à saúde sem o consentimento da pessoa ou de seu representante legal, exceto em iminente risco de morte.

• Art. 43: “Colaborar, direta ou indiretamente com outros profissionais de saúde, no descumprimento da legislação referente aos transplantes de órgãos, tecidos, esterilização humana, fecundação artificial e manipulação genética.

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Penalidades

• Artigo 126 da Aplicação das Penalidades do

Capítulo VI do CEPE: pena de multa para

infrações dos artigos 19 e/ou 43

• Artigo 125 da Aplicação das Penalidades do

Capítulo VI do CEPE: pena de advertência

verbal para infração do artigo 27

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A Enfermagem e os Transplantes

• Antes da aprovação da Lei dos Transplantes

– Em 1991 criação da Central de Transplantes,

que inicialmente era composta por enfermeiros.

– Tinha a função de manutenção dos potenciais

doadores, a abordagem à família e distribuição

os órgãos doados às equipes cadastradas.

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– Era função dos enfermeiros:

– Explicar a situação e obter consentimento formal

das famílias para a doação;

– Não forçar uma decisão da família,

– Ddeve ser abordado em uma sala de ambiente

calmo, com todas as pessoas sentadas e

acomodadas.

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Após a aprovação da Lei dos Transplantes• O Ministério da Saúde era responsável pelo:

– Detalhamento técnico, operacional e normativo do Sistema Nacional de Transplantes, através de sua Coordenação Nacional.

– Com o Regulamento Técnico de Transplantes foram definidas as atribuições das coordenações estaduais, como o sistema de lista única e critérios específicos para a distribuição de cada tipo de órgão ou tecido.

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• A função da equipe de enfermagem é:

– Estar alerta para esclarecer dúvidas e

questionamentos dos familiares, que deve ser feito

de forma clara.

– Além de obter consentimento expresso da família,

evitando complicações legais e até mesmo

criminais.

– Incluindo o cuidado, a preservação e restauração

da vida.

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Papel da Enfermagem

• A equipe de enfermagem é responsável pelo cuidado direto ao potencial doador;

• O enfermeiro que trabalha na Central de Captação e Doação de Órgãos deve atuar:– Junto ao familiar do doador, entrevistando-o e

dando todas as informações, antes de obter o seu consentimento formal de doação.

– Considerar a liberdade e a consciência do familiar doador e o respeito à dor da perda do ente querido naquele instante em que tomar a decisão.

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– Garantir uma adequada preservação e posterior viabilidade destes órgãos para até a extração;

– Conhecer as alterações fisiológicas decorrentes da morte encefálica, para auxiliar equipe médica;

– Manutenção do potencial doador;– Controle de todos os dados hemodinâmicos do

potencial doador. – Controle e manutenção hídrica, glicêmica, da

pressão arterial, de distúrbios de coagulação, de temperatura, de ventilação e oxigenação.

– Precauções universais devem ser tomadas para impedir as complicações infecciosas.

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• Em caso de parada cardíaca, o enfermeiro, junto com o médico, deve instituir as manobras ressuscitadoras básicas e avançadas.

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Conclusão

• O profissional de enfermagem respeita a vida, a dignidade e os direitos humanos, em todas as suas dimensões incluindo o processo doação – transplante.

• E exerce suas atividades com competência para a promoção do ser humano na sua integralidade, de acordo com os princípios da ética e da bioética.

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Fim...