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Capítulo 1-A Chanson nos inícios dos cabarets franceses
Chat Noir
As chansons do Montmartre não podem passar uma representação de
chansons no cabaré alemão no final do século passado. Embora o cabaré francês
não tenha sido a única raiz do movimento alemão Überbrettl, foi em alguns aspectos
o ponto de partida e a inspiração de seu desenvolvimento na Alemanha. O
tratamento das chansons desde os começos do cabaré francês aqui pode ser
apenas introdutoria. Isto para tentar capturar fenômenos, que são de extrema
importância para o desenvolvimento de cabaré na Alemanha.
As bases do Chat Noir
O surgimento do cabaré foi favorecido por circunstâncias diferentes. O
desenvolvimento econômico da França, depois da guerra perdida de 1870/71, foi
marcado por um enfraquecimento particularmente rápido do capital financeira e do
capital industrial. Não só a alta burguesia, como também parte da média burguesia
vivia de renda. A classe superior tinha lazer, não porque os ricos trabalhassem
menos, mas porque eles nunca trabalhavam. Eles podiam levar uma vida de
despesas ostensivas, uma vida cheia de frivolidade, hipocrisia, gostos cultivados e
afrouxamento da certeza moral. É a partir da ociosidade destas pessoas que vivem
de renda, que não eram poucas na belle époque, que começam a surgir locais de
entretenimento como os cabarés parienses.
O surgimento do cabaré é impensável sem a tradição francesa das chansons.
O cabaré parisiense é apresentado inicialmente como um espaço para o debate e
criação de chansons. A chanson na França surge durante a idade média como um
meio artístico para lidar com eventos e evoluiu durante a revolução francesa,
tornando-se a porta-voz da opinião pública. Transforma-se em propriedade de todos
com o surgimento de agremiações proletárias e pequeno burguesas de Chansons já
nas primeiras décadas do século 19. Vincard Ainé, fala em suas memórias, sobre
uma dessas agremiações de chanson (a qual os seguidores do socialismo utópico
de Saint-Simon aderiram). Em 1818 estabeleceram-se em vários bairros de Paris
agremiações de chansons, chamadas de Goguettes. Elas funcionavam livremente, a
não ser pela permissão do comissário de polícia. Positiva foi a total independência
dessas reuniões, e seus principais participantes foram operários e artesãos. Os
homens cantava e declamavam versos de cunho crítico e alguns ficcionais. Nessas
reuniões nunca faltaram ataques ao governo e à igreja. Com entusiasmo eram
cantadas as chansons patrióticas de Pierre Jean de Béranger. Béranger encontrou
imitadores não apenas para seu maravilhoso talento poético, mas também para as
suas idéias as quais ele expressava tão bem. Os goguettes funcionaram como
influentes escolas cuja principal matéria era o patriotismo. Nas reuniões mediadas
por operários e artesãos eram cantados o amor por Paris e a liberdade para todos.
Dos belos épicos de Béranger o povo retirou a coragem nos Três gloriosos dias para
lidar com as imprevisíveis Revoluções de 1830. Olhando para o desenvolvimento,
em retrospecto, é preciso perceber que o tempo lançou as bases para a consciência
das pessoas. Em 1845 contabilizou-se em Paris cerca de 480 Sociétés Chantantes,
das quais naturalmente, nem todas perseguiam objetivos políticos. Durante o
Segundo Império as Goguettes foram proibidas pelo governo, sob o pretexto de
combater as sociedades secretas. As Goguettes voltariam a ser revividas
novamente, sob diversas formas. Uma nova forma que seguiu a tradição dos
Goguettes foi estabelecida com a fundação da Sociedade Les Hydropathes em outro
de 1878. Desta sociedade artística participaram os responsáveis pela fundação dos
primeiros Cabarés Parisienses. O berço do Cabaré foi o bairro de Montmartre. No
início do século 19 Montmartre era apenas um subúrbio rural de Paris, mas já na
metade do século seu apelo cênico atrai diversos pintores para a área. Em 1880
concentra-se ali uma boemia, para quem o Montmartre não era apenas uma
localização geográfica, mas o centro do que pode ser chamado de mundo
intelectual. Revela-se com o termo montmartre uma certa atitude perante a vida,
uma atitude social, um mundo que foi conectado a intuição. Erich Klossowski, um
cronista de Montmartre, define o lugar de forma lúdica: “Há nesta terra lunática um
lugar muito estranho”. Enigmático já soa seu nome: chama-se Montmartre. Alguns
arqueólogos dizem que ali foi o berço da humanidade. Porque Montmartre, que não
é outro senão Mount Arat ou Mont m'arrête o local onde aportou depois do dilúvio de
Noé com sua arca. Aqui é a primeira cidade do mundo foi fundada - ridículo que
pareça, Tebas, Nínive ou Babylon para citar uma respiração e hoje é, na verdade, a
metrópole, o centro espiritual do universo. Tudo o resto é provincial. Paris seria
apenas o primeiro posto avançado que chegou mais perto cheio de curiosidade e as
suas altas torres e edifícios são nada mais do que estações de monitoramento, dos
quais um está apontando para o topo da montanha.
Aqui, no Boulevard Rochechouart 84 em Montmartre, o pintor Rodolphe Salis,
uma mistura de artistas, charlatão e empresário, abriu em 18 de novembro de 1881
um Cabaret, que a princípio tinha características muito parecidas com a de um café.
Ele nomeou seu estabelecimento de Chat Noir e sua intenção é que o local fosse um
Cabaret Artistique, ou seja, deveria ser destinado a artistas. Artistas e escritores
compareciam a tais reuniões formando uma imagem dominante na paisagem
cultural da antiga Paris. Os centros intelectuais não eram mais os restritos salões
aristocráticos, mas sim os acessíveis cafés. O Chat Noir, o mais famoso Cabaret, foi
mobiliado com inspiração na boêmia e virou o mundo intelectual de cabeça para
baixo.
Os Hydropathes, liderados por Goudeu, eram convidados frequentes de Salis.
Eles se reuniam no Chat Noir toda sexta-feira para compartilhar suas canções e
poemas. O mérito de salis está justamente em ter aberto este tipo de espaço
artístico para o púlico, a palavra mérito aqui tem um duplo sentido: Salis foi o
primeiro a ver no comportamento marginal dos artistas uma forma de obter lucro. O
que começou como entretenimento noturno de poetas, pintores e músicos, tornou-se
uma atração para um público burguês que estava ansioso para observar a boêmia
em estado selvagem. Em poucas palavras: O cabaret nasceu a partir da
comercialização do não conformismo.
Um programa, uma declaração de determinadas intenções artísticas - qual
mais tarde farão os pais do cabaré alemão – não serão encontrados nos Cabarés de
Montmartre. Os artistas apresentavam o que gostavam. O novo gênero – produto do
cruzamento entre um crescente entretenimento burguês com a rebeldia da boêmia –
surgiu de improviso. Também deve-se notar que entre os debates de Chansons nos
cafés-concertos, o francês Music Hall, e os cabarés de Montmartre existia inter-
relações óbvias, de modo que o Café-Concerto - além dos Goguettes – devem ser
vistos como precursores diretos do cabaret. O cancionista mais proeminente de
Montmartre, Aristide Bruant, começou sua carreira nos Cafés Concertos e mesmo
depois estar bem sucedido no Cabaré, continuou a se apresentar em cafés
concertos.
O Montmartre chansonnier mais proeminente Aristide Bruant, foi antes de ele
entrou no Chat Noir, ocorreu no Café Concerto e também apareceu no tempo de seu
trabalho no cabaret continua no Café-Concerto. Ele deve ter pelo menos uma parte
do seu repertório cantado tanto em cabaré quanto nos cafés-concertos. Yvette
Guilbert, a quem nós até hoje vemos como um protótipo de diva do Cabaré, cantou
quase que exclusivamente nos grandes teatros de variedades e cafés-concertos. A
inter-relação de ambos os gêneros merecia ser examinada mais de perto. Tanto o
Café-concerto como cabaret eram locais de prazeres noturnos, ambos foram um
campo de domínio da chanson, no entanto cabaré tinha um nível literário mias
sofisticado. O cabaret estabeleceu-se como o gêmeo mais antigo do Café-Concerto.
Em 1885 Salis mudou seu Cabaré para um elegante restaurante na Rue de
Laval (agora rue Victor Massé), a razão da mudança (provavelmente não é a única)
é muitas vezes apresentada com detalhes anedóticos: dizem que ele havia sido
ameaçado pelo Lumpenproletariado da área, mas na verdade ele precisava de um
ambiente mais comercialmente favorável para o seu Cabaré. Enfim, o que pode-se
entender das descrições contemporâneas é que o segundo Chat Noir foi uma
grande atração cheia de obras de arte e curiosidades, tornando-se na sensação
artística mais quente de Paris até 1897, quando depois de 12 fechou suas portas.
Sobre o público do Chat Noir e de outros cabarés de Montmartre tem-se
pouca informação exata. Presumivelmente, havia uma grande parte destes visitantes
que eram artistas, escritores, musicistas, entre outros. Certamente também o publico
burguês foi fortemente representado. Klossowski, ao comentar sobre este novo Chat
Noir, menciona que o publico não era formado por reis e grandes nomes da elite
europeia, mas principalmente de jovens artistas que iam até o Chat Noir
compartilhar suas impressões, humores, ideias e conceitos. Por outro lado,
desenhista e artista gráfico Alexandre Theophile Steinlen, que estava intimamente
familiarizado com o cabaré de Montmartre, mostra em suas Ilustrações de
Chansons et Monólogos de que em meio aos visitantes do cabaré é possível ver
claramente em roupas e atitudes que algumas pessoas pertencem a um estrato
superior da sociedade. Um visitante alemão descreveu a audiência da Boite à Fursy,
sucessora do Chat noir, em 1901: no salão via-se uma sociedade escolhida a dedo,
senhores com monóculos usavam smoking e gravatas brancas, senhoras e jovens
mulheres usavam grandes vestidos com decotes e diamantes decorados, todos
membros do demimonde.
O cabaret Chat Noir desencadeou uma onda de fundações. Nos anos oitenta
e noventa vários Cabarés foram fundados não só em Montmartre como também no
Quartier Latin. Em 1885 Aristide Bruant abriu o seu famoso Mirliton. Diversos
cabarés conhecidos foram inaugurados nesta época, tais como: Aux Quat’-z-Arts, La
Boîte à Fursy, Le Chien Noir, La Purée, Les Noctambules, Les Pantins, Le Lapin
agile. O nível e a natureza de cada empresa eram diferentes. Perfomances cênicas
espalharam-se para espaços como o Tréteau de Tabarin e o grande Roulotte. Em
grande parte esses Cabarés se assemelhavam à teatros, nos quais o programa da
noite era muito bem definido. Muitos desses cabarés viraram atrações turísticas – O
Cabaret du Neánt servia suas refeições em caixões e os garçons traziam as bebidas
servidas em crânios, já no Cabaret de L’enfer o anfitrião recebia o público vestido de
diabo.
Os cabarés achatadas muitas vezes uma mera atração turística - O Cabaret
du Néant como alimento foram para beber em caixões de garçons seviert com
crânios para escurecer Cabaret de l'Enfer funcionava diabo como operador.
PAGINA 85 DIE ELF SCHARFRICHTER
Não por acaso era o cabaré mais importante do século, em Munique. Aqui
prevaleceu em comparação com o norte da Prússia um clima relativamente liberal
que tinha a ver tanto com o separatismo tradicional da Baviera e no que diz respeito
às áreas industriais de desenvolvimento económico para trás alemão das terras
agrícolas Bavaria. As diferenças de renda eram muito mais baixos do que no
capitalismo desenvolvido na Alemanha; houve menos luxo e menos mendicidade,
pequeno ódio de classe, sem isolamento mútuo e arrogância. Estas condições
ajudaram a fazer de Munique o centro de atração para a classe artística
inconformista. Estas condições ajudaram a fazer de Munique são o centro de
atração de um Künstlerschaft inconformista. Aqui mesmo encontrado até
contraditórios movimentos intelectuais um terreno fértil como o culto esotérico de
Stefan George círculo e a sátira anti Wilhelmine de Simplicissimus.
Os Simplicissimus estavam perto de vários dos artistas e escritores que vieram
juntos para iniciar um cabaré. Com Wolzogen sua intenção em comum para
combinar arte e entretenimento juntos para refinar os elementos literários de
variedade, tudo eas estava lá capaz de desenvolvimento artístico, devem unir-se
zurücken em outra esfera, artística e para fornecer um lugar de entretenimento, fie
todas as comodidades exteriores Especialidades teatro com fruição artística real. Em
contraste com Wolzogen, porém, foi sua atitude. Enquanto Wolzogen intenção de
satisfazer o Conselho Privado, bem como o jovem homem sobre a cidade em suas
demandas em uma conversa divertida, era o lema de Munique cabaret fundador:
Épatez le bourgeois. Com este ponto de vista, que tinham escolhido o nome de seus
artistas Uberbrettl: The Elf Executioner. Heinrich Mann caracteriza "havia selvagem
ocorrendo arte cigana, convencido, trouxeram o completo desrespeito para com as
pessoas de classe média no palco do cabaré dela Munique dos seus Cafés, um
pouco literatura poderia ser movido um máximo no blefe, zombaria, malícia e vícios
incorretos atrás dele. Contrastes caracterizar seu cabaret-operação: por um lado,
propensão para a romântica adesão humor, a folksong melancolia - do outro lado os
seus cidadãos desprezo, seu desejo de afronta social.