78
Dezembro 2000 ORIENTAÇÕES FUNDAMENTAIS ORIENTAÇÕES FUNDAMENTAIS TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Transferência de Recursos e a Lei da Responsabilidade Fiscal

Embed Size (px)

Citation preview

Dezembro 2000

ORIENTAÇÕES FUNDAMENTAISORIENTAÇÕES FUNDAMENTAIS

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Negócio Controle externo da administração pública e da gestão dos recursos públicos federais.

Missão

Assegurar a efetiva e regular gestão dos recursos públicos, em benefício da sociedade.

Visão Ser instituição de excelência no controle e contribuir para o aperfeiçoamento da administração

pública.

MINISTROS

Iram Saraiva, Presidente Humberto Guimarães Souto, Vice-Presidente

Adhemar Paladini Ghisi Marcos Vinicios Rodrigues Vilaça

Bento José Bugarin Antonio Valmir Campelo Bezerra

Adylson Martins Motta Walton Alencar Rodrigues

Guilherme Gracindo Soares Palmeira

MINISTROS-SUBSTITUTOS

José Antônio Barreto de Macedo Lincoln Magalhães da Rocha

Benjamin Zymler

MINISTÉRIO PÚBLICO

Lucas Rocha Furtado, Procurador-Geral Jatir Batista da Cunha, Subprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin, Subprocurador-Geral Ubaldo Alves Caldas, Subprocurador-Geral

Maria Alzira Ferreira, Procuradora Marinus Eduardo De Vries Marsico, Procurador Cristina Machado da Costa e Silva, Procuradora

Tribunal de Contas da União

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

TRANSFERÊNCIAS DE RECURSOS E A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

ORIENTAÇÕES FUNDAMENTAIS

Dezembro de 2000

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

Tribunal de Contas da União

Setor de Administração Federal Sul – Quadra 4, Lote 01 CEP 70042-900 Brasília – DF

PABX – 0XX61-316-7222 – FAX – 0XX61-316-7502 Internet : http://www.tcu.gov.br

Ficha catalográfica elaborada pelo Centro de Documentação do TCU

Brasil. Tribunal de Contas da União.

Transferências de recursos e a Lei de Responsabilidade

Fiscal: orientações fundamentais -- Brasília: Tribunal de Contas da União, Secretaria-Geral de Controle Externo, 2000.

120 p.

1.Transferência de recursos. 2. FPM. 3. FPE. 4.FUNDEF. I.Título. II. Lei de Responsabilidade Fiscal.

CDU 351.72

Tribunal de Contas da União

APRESENTAÇÃO

Senhor Gestor Público, A correta e eficiente administração dos recursos públicos é indispensável para o

desenvolvimento das atividades e o cumprimento da função do Estado de fortalecer a cidadania, atender às necessidades da sociedade e elevar a qualidade de vida. Para tanto, é fundamental a atuação dos gestores públicos, a fim de otimizar os resultados e evitar prejuízos.

Nesse sentido, e considerando as grandes mudanças advindas com a aprovação da

Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000), que traz implicações para o Estado ou Município que deixa de cumprir as exigências constantes daquela norma, e, por conseqüência, prejuízos à comunidade, vez que os entes da Federação ficarão impedidos, entre outras, de receber transferências voluntárias, e, ainda, levando-se em conta a oportunidade da posse dos chefes do executivo municipal em janeiro de 2001, o Tribunal preparou esta publicação sob o título TRANSFERÊNCIAS DE RECURSOS - Orientações Fundamentais, com a finalidade eminentemente pedagógica, que objetiva orientar os gestores em geral quanto a regular aplicação dos recursos públicos federais descentralizados e de sua correta prestação de contas. Nessa edição já foram consideradas os dispositivos da mencionada Lei Complementar nº 101/2000.

A responsabilização é o mais contundente aspecto da Lei de Responsabilidade Fiscal. O Estado, Distrito Federal ou Município que não cumprir as normas por ela estabelecidas, estará sujeito a sanções institucionais.

O ente da Federação ficará impedido de receber transferências voluntárias se deixar

de instituir, prever e arrecadar todos os tributos de sua competência, não observar os limites para o estoque da dívida, não envia r suas contas ao Poder Executivo Federal, deixar de publicar o relatório resumido da execução orçamentária e o relatório de gestão fiscal, ultrapassar os limites definidos para despesas total com pessoal, e na hipótese de não cumprimento dos limites constitucionais relativos à educação e à saúde.

Nos casos de não enviar suas contas ao Poder Executivo Federal, e exceder os limites

de gastos com pessoal, ficará ainda impedido de contratar operações de crédito. Além disso, até a total liquidação da dívida que tiver sido honrada pela União ou por Estado, em decorrência de garantia prestada em operação de crédito, terá suspenso o acesso a novos créditos ou financiamentos.

Experiências desenvolvidas pelo Tribunal têm demonstrado que a função de

fiscalização da gestão pública produz ótimos resultados financeiros e sociais quando acompanhada de ação de caráter pedagógico. Essas evidências mostram-se ainda mais fortes quando, ao caráter educativo, aliam-se ações preventivas. A função maior do controle não é a de reprimir culpados pela malversação ou desperdício de recursos públicos, mas sim, a de evitar que isso aconteça, e de orientar o gestor quanto à boa e regular forma de aplicação dos recursos públicos em favor da sociedade.

É significativo o volume de recursos transferidos. Dados dos últimos três anos mostram que o Governo Federal tem repassado importante soma de recursos para Estados,

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

Distrito Federal e Municípios, da ordem de R$ 11 bilhões anuais, considerando-se tão-somente as transferências voluntárias e as transferências legais na área de educação.

Os repasses feitos no período de janeiro a setembro de 2000 para os entes da

Federação (incluídos as entidades privadas, instituições multigovernamentais e organismos multinacionais), alcançaram a significava cifra de R$ 51,5 bilhões de reais, conforme dados constantes do SIAFI, consideradas todas as transferências (voluntárias e as decorrentes de determinação constitucional e legal, inclusive os recursos destinados ao SUS e a complementação ao FUNDEF).

Com a iniciativa desta publicação, o Tribunal de Contas da União procura aproximar-

se, cada vez mais, dos agentes públicos oferecendo-lhes as orientações necessárias às boas práticas na gestão dos bens e valores públicos e mostra à sociedade a sua contribuição para o aperfeiçoamento e transparência da administração pública.

Brasília, dezembro de 2000

IRAM SARAIVA Presidente

Tribunal de Contas da União

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 7 I - TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS 9 CONDIÇÕES PARA RECEBER TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS 9 EXIGÊNCIAS PARA RECEBER TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS 9 PROCEDIMENTOS PARA SOLICITAR RECURSOS FEDERAIS 12 Plano de Trabalho e Plano de Atendimento 12 INSTRUMENTOS DE TRANSFERÊNCIAS 13 Convênio 13 Contrato de Repasse 14 PROCEDIMENTOS APÓS RECEBIMENTO DOS RECURSOS 14 MEDIDAS E CUIDADOS NA FASE DE EXECUÇÃO 15 PRESTAÇÃO DE CONTAS 16 FLUXO DE TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS 19 INFORMAÇÕES NA INTERNET 20 LEGISLAÇÃO BÁSICA 20 II - TRANSFERÊNCIAS LEGAIS 21 TRANSFERÊNCIAS AUTOMÁTICAS 21 Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE 21 Programa Dinheiro Direto na Escola - PDDE 22 INFORMAÇÕES NA INTERNET 24 LEGISLAÇÃO BÁSICA 24 TRANSFERÊNCIAS FUNDO A FUNDO 24 Sistema Único de Saúde - SUS 24 Fundo Nacional de Assistência Social - FNAS 33 DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES 36 LEGISLAÇÃO BÁSICA - SUS 36 LEGISLAÇÃO BÁSICA - FNAS 37 III - TRANSFERÊNCIAS CONSTITUCIONAIS 39 FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS ESTADOS - FPE 39 FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS - FPM 40 Municípios do Interior 40 Municípios Capitais 41 Municípios da Reserva 41 Redutor financeiro 42 Criação de novos Municípios 42 Revisão de dados populacionais 43 Alteração do coeficiente municipal 43 Arrecadação e repasse 44 COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 44 BLOQUEIO DE RECURSOS DO FUNDO DE PARTICIPAÇÃO 45 FLUXO SIMPLIFICADO DOS RECURSOS DO FPE/FPM 46 DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES 47 LEGISLAÇÃO BÁSICA 47 IV – FUNDEF 49 COMPOSIÇÃO DO FUNDEF 49 DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS 50 UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS 50 Despesas com remuneração do magistério 51 Despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino 51 O FUNDEF a obrigatoriedade constante do artigo 212 da Constituição Federal 52

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

ACOMPANHAMENTO E CONTROLE SOCIAL DO FUNDEF 52 FISCALIZAÇÃO DO FUNDEF 53 FLUXO DOS RECURSOS DO FUNDEF 55 INFORMAÇÕES NA INTERNET 56 LEGISLAÇÃO BÁSICA 56 V - RECURSOS DO PETRÓLEO E GÁS NATURAL 57 ROYALTIES 57 Rateio dos royalties correspondente aos primeiros 5% da produção 57 Rateio dos royalties acima dos 5% da produção 58 PARTICIPAÇÃO ESPECIAL 59 Rateio dos valores correspondentes à Participação Especial 59 DESTINAÇÃO DOS RECURSOS 59 FISCALIZAÇÃO 60 FLUXO DOS RECURSOS DO PETRÓLEO 60 INFORMAÇÕES NA INTERNET 61 LEGISLAÇÃO BÁSICA 61

VI - INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES 63 NOTIFICAÇÃO DOS RECURSOS FEDERAIS 63 PRESTAÇÃO DE CONTAS DA GESTÃO ANTERIOR 63 SUSPENSÃO DA INADIMPLÊNCIA 63 TOMADA DE CONTAS ESPECIA L 63 CONSEQÜÊNCIAS DO JULGAMENTO PELA IRREGULARIDADE EM TOMADA DE CONTAS ESPECIAL 64 AFASTAMENTO 65 OUTRAS SANÇÕES 65 DECISÕES DO TCU 65 INFORMAÇÕES NA INTERNET 66 LEGISLAÇÃO BÁSICA 66 ENDEREÇO DAS UNIDADES 68

Tribunal de Contas da União

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

7

INTRODUÇÃO

Esta publicação contém as principais informações sobre as transferências financeiras

feitas a Estados, Distrito Federal e Municípios, com abordagem sobre a correta aplicação dos recursos e a devida prestação de contas, considerando, inclusive, as implicações previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000) sobre o assunto.

Com este documento de caráter pedagógico e informativo, o TCU busca agir

preventivamente, de forma a evitar que gestores públicos, por desconhecimento, cometam irregularidades na aplicação de recursos federais transferidos que possam ensejar a instauração de tomada de contas especial, e, conseqüentemente, ter maculada a sua gestão. Por essa razão, além de conceitos básicos, a publicação traz instruções úteis destinadas aos responsáveis diretos pela aplicação dos recursos, visando divulgar os critérios e procedimentos estabelecidos na legislação que trata das respectivas transferências federais.

São apresentadas informações conceituais, formalidades e cuidados que devem ser

observados, relativamente à aplicação de recursos transferidos mediante convênios e contratos de repasse, transferências automáticas, fundo a fundo, Fundo de Participação dos Estados e Municípios (FPE e FPM), Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF) e recursos referente aos royalties do petróleo.

Os convênios e contratos de repasse são instrumentos utilizados pela Administração

Federal para transferir recursos financeiros para execução descentralizada de projetos, atividades ou eventos, em cooperação com Estados, Distrito Federal e Municípios. A esse respeito, o trabalho contempla informações acerca dos procedimentos e condições para firmar o instrumento, bem como sobre a aplicação e prestação de contas dos recursos recebidos.

Sobre as transferências automáticas referentes aos repasses feitos na área de

educação, diretamente em conta corrente dos beneficiários, e as transferências fundo a fundo utilizadas no âmbito do SUS e na área de assistência social, repassados de um fundo da estrutura federal para outro fundo da esfera estadual ou municipal, prescindem da celebração de convênio, ajuste, acordo ou contrato.

Quanto às transferências constitucionais, este documento trata, especialmente, dos

Fundos de Participação dos Estados e Municípios, trazendo informações gerais acerca da arrecadação e repasse dos recursos, bem assim sobre a competência do TCU a respeito da matéria e os procedimentos diversos quanto à distribuição das quotas individuais dos Estados e Municípios.

Com relação ao FUNDEF, são enfatizadas a maneira como devem ser aplicados os

recursos, a forma de acompanhamento e controle social, a fiscalização exercida pelos Tribunais de Contas e a instauração de tomada de contas especial, em caso de constatada irregularidade ou a prática de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico.

Por fim, no que se refere à compensação financeira paga pela Petrobrás, pelo

resultado da exploração de petróleo e gás natural (royalties), são abordados aspectos relacionados à aplicação e fiscalização desses recursos.

Tribunal de Contas da União

8

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

9

I - TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS Transferência voluntária é a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente

da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde (Lei Complementar nº 101/2000, art. 25).

Para a realização de transferências voluntá rias de recursos da União, consignadas na

lei orçamentária e em seus créditos adicionais, para Estados, Distrito Federal ou Municípios, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000) e a Lei de Diretrizes Orçamentárias da União – LDO estabelecem as condições e exigências (nesta publicação, foi considerada a LDO aprovada para o exercício de 2001 – Lei nº 9.995/2000).

CONDIÇÕES PARA RECEBER TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS Sob pena de fic arem impedidos de receber do Governo Federal transferências

voluntárias, os Estados, Distrito Federal e Municípios devem satisfazer as seguinte condições:

• contas do exercício – enviar suas contas ao Poder Executivo Federal, nos prazos previstos, para fins de consolidação, nacional e por esfera de governo, das contas dos entes da Federação relativas ao exercício anterior. Os Estados devem encaminhar suas contas ao Poder Executivo da União até o dia 31 de maio, e os Municípios até 30 de abril, de cada ano, com cópia para o Poder Executivo do respectivo Estado (Lei Complementar nº 101/2000, art. 51, §§ 1º e 2º);

• relatório da execução orçamentária – publicar o relatório resumido da execução orçamentária, até 30 dias após o encerramento de cada bimestre (Constituição Federal, art. 165, § 3º e Lei Complementar nº 101/2000, art. 52, § 2º c/c 51 § 2º);

• relatório de gestão fiscal – publicar o relatório de gestão fiscal, até 30 dias após o encerramento de cada quadrimestre. É facultado aos Municípios com população inferior a 50 mil habitantes optar por divulgar o relatório de gestão fiscal, semestralmente, até 30 dias após o encerramento do semestre (Lei Complementar nº 101/2000, arts. 54, 55 §§ 2º e 3º c/c 51 § 2º e art. 63, II e § 1º);

• limites de gastos com pessoal – observar os limites de gastos com pessoal, verificados ao final de cada quadrimestre. Na hipótese de o Estado, Distrito Federal ou Município ultrapassar os limites definidos para despesa total com pessoal e não alcançar a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente da Federação não pode receber transferências voluntárias (Constituição Federal, art. 169, Lei Complementar nº 101/2000, art. 23).

Aos Municípios com população inferior a 50 mil habitantes, é facultado proceder à verificação do cumprimento dos limites de gastos com pessoal ao final do semestre, sendo que se ultrapassados, ficarão sujeitos aos mesmos prazos de verificação e de retorno ao limite definido para os demais entes (Lei Complementar nº 101/2000, art. 63).

A despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não pode exceder os percentuais da receita corrente líquida, indicados na Lei Complementar nº 101/2000 (art. 19): União - 50%; Estados - 60%; Municípios - 60%.

A repartição, por Poder ou órgão, desses limites globais de despesas com pessoal não pode exceder os percentuais mencionados a seguir (Lei Complementar nº 101/2000, art. 20):

Tribunal de Contas da União

10

Na esfera estadual: - 3% para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Estado; - 6% para o Judiciário; - 49% para o Executivo; - 2% para o Ministério Público dos Estados.

Na esfera municipal: - 6% para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Município, quando houver; - 54% para o Executivo.

Se a despesa total com pessoal do Poder ou órgão ultrapassar os limites acima mencionados, o percentual excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-se, entre outras, as providências previstas nos §§ 3º e 4º do art. 169 da Constituição Federal e nos arts. 22 e 23 da Lei Complementar 101/2000 (Lei Complementar nº 101/2000, art. 23).

O Poder ou órgão cuja despesa total com pessoal no exercício de 1999 estava acima dos limites estabelecidos deve enquadrar-se no respectivo limite em até dois exercícios, eliminando o excesso, gradualmente, à razão de, pelo menos, 50% ao ano, adotando-se as mesmas providências, mencionadas acima. Caso não promova os ajustes necessários, no prazo fixado, o Estado, Distrito Federal ou Município não poderá receber transferências voluntárias. Essa restrição aplica-se imediatamente se a despesa total com pessoal exceder o limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão referidos (Lei Complementar 101/2000, art. 23, § 4º, e art. 70 c/c 23, § 3º).

EXIGÊNCIAS PARA RECEBER TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS

Para fazer jus às transferências voluntárias, a unidade beneficiária, no ato da

assinatura do instrumento de transferência, deve comprovar que atende às seguintes exigências (Lei Complementar nº 101/2000, art. 25, e Lei nº 9.995/2000, art. 35):

• regularidade na gestão fiscal – que instituiu, regulamentou e arrecada todos os tributos previstos nos arts. 155 e 156 da Constituição, ressalvado o imposto previsto no art. 156, inciso III – com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 3/1993 – quando comprovada a ausência do fato gerador (Lei Complementar nº 101/2000, art. 11, parágrafo único, e Lei nº 9.995/2000, art. 35, I);

• dotação orçamentária – que existe dotação específica (Lei Complementar nº 101/2000, art. 25, I);

• despesas – que os recursos não serão destinados ao pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, do Estado, Distrito Federal ou Município (Constituição Federal, art. 167, X, incluído pela Emenda Constitucional nº 19/1998, e Lei Complementar nº 101/2000, art. 25, § 1º, III);

• quitação – que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e financiamentos devidos à União (Lei Complementar nº 101/2000, art. 25, § 1º, IV, a), mediante a apresentação dos seguintes documentos (IN STN nº 01/1997, art. 3º):

- certidão negativa de débitos, fornecida pela Secretaria da Receita Federal - SRF, pela Procuradoria -Geral da Fazenda Nacional – PGFN do Ministério da Fazenda e pelos correspondentes órgãos estaduais e municipais;

- comprovante de inexistência de débito junto ao INSS, referente aos três meses anteriores, ou certidão negativa de débito (CND) atualizada, e, na hipótese de haver débitos renegociados, também a regularid ade quanto ao pagamento das parcelas mensais;

- certificado de regularidade de situação (CRS) junto ao FGTS, fornecido pela Caixa Econômica Federal;

- comprovação de regularidade do PIS/PASEP.

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

11

• contas – que se acha em dia quanto à prestação de contas de recursos anteriormente recebidos do ente transferidor (Lei Complementar nº 101/2000, art. 25, § 1º, IV, a);

• limites constitucionais – que cumpre os limites constitucionais relativos à educação e à saúde (Lei Complementar nº 101/2000, art. 25, § 1º, IV, b);

• limites de dívidas – que observa os limites das dívidas consolidada e mobiliária, de operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, de inscrição em restos a pagar e de despesa total com pessoal. O Estado, Distrito Federal ou Município ficará impedido de receber transferências voluntárias, se a respectiva dívida consolidada ultrapassar o correspondente limite ao final de um quadrimestre, e uma vez vencido o prazo para retorno da dívida ao limite – até o término dos três quadrimestres subseqüentes – e enquanto perdurar o excesso (Lei Complementar nº 101/2000, art. 25, § 1º, IV, e art. 31, § 2º);

A dívida pública consolidada ou fundada é definida como sendo o “montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses”, incluindo-se, também, as operações de crédito de prazo inferior a doze meses cujas receitas tenham constado do orçamento. Integram, ainda, a dívida consolidada, para fins de aplicação dos limites, os precatórios judiciais não pagos durante a execução do orçamento em que houver sido incluídos. Dívida pública mobiliária é a dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil, Estados e Municípios (Lei Complementar nº 101/2000, art. 29, I e II, e § 3º, e art. 30, § 7º).

• contrapartida – que existe previsão orçamentária de contrapartida, estabelecida de modo

compatível com a capacidade financeira da respectiva unidade da Federação beneficiada, tendo como limites mínimo e máximo os percentuais indicados a seguir (Lei Complementar nº 101/2000, art. 25, § 1º, IV, d, e Lei nº 9.995/2000, art. 35, III):

Contrapartida dos Municípios: - 5% e 10%, para Municípios com até 25.000 habitantes; - 10% e 20%, nos demais Municípios localizados nas áreas da Superintendência do

Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE, da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia – SUDAM e no Centro -Oeste;

- 10% e 40%, para as transferências no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS, excluídos os Municípios relacionados nos itens anteriores;

- 20% e 40%, para os demais.

Contrapartida dos Estados e do Distrito Federal: - 10% e 20%, se lo calizados nas áreas da SUDENE e da SUDAM e no Centro-Oeste; - 20% e 40%, para os demais.

Os limites mínimos de contrapartida poderão ser reduzidos quando os recursos transferidos pela União: forem oriundos de doações de organismos internacionais ou de governos estrangeiros ou oriundos de programas de conversão da dívida externa doada para fins ambientais, sociais, culturais e de segurança pública; destinarem-se a Municípios que se encontrem em situação de calamidade pública formalmente reconhecida, durante o período que esta subsistir; beneficiarem os Municípios incluídos nos bolsões de pobreza identificados como áreas prioritárias no “Comunidade Solidária” e no Programa “Comunidade Ativa”; e destinarem-se ao atendimento dos programas de educação fundamental (Lei nº 9.995/2000, art. 35, § 1º).

Além das comprovações e documentos que devem ser apresentados, o solicitante não pode se encontrar em quaisquer das seguintes situações: • inadimplente no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI

(IN STN nº 01/1997, art. 3º, V); • há mais de 30 dias inscrito no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados – CADIN (IN

STN nº 01/1997, art. 3º, VI).

Tribunal de Contas da União

12

Consoante o art. 26 da Medida Provisória no 1.973-68, de 23/11/2000, “fica suspensa a restrição para transferência de recursos federais a Estados, Distrito Federal e Municípios destinados à execução de ações sociais e ações em faixa de fronteira, em decorrência de inadimplementos objeto de registro no CADIN e no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI”, ficando dispensados da apresentação de certidões exigidas em leis, decretos e outros atos normativos, salvo quanto aos débitos junto ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS.

Para fins da aplicação das sanções de suspensão de transferências voluntárias, excetuam-se as transferências relativas a ações de educação, saúde e assistência social, à exceção do não-cumprimento do limite da despesa total com pessoal que viole o artigo 169, § 2º, da Constituição Federal (Lei Complementar nº 101/2000, art. 25, § 3º).

PROCEDIMENTOS PARA S OLICITAR RECURSOS FEDERAIS

Para receber recursos que estejam previstos no Orçamento da União, o órgão ou entidade estadual ou municipal deve elaborar o plano de trabalho ou de atendimento e apresentá-lo na sede do órgão federal descentralizador dos recursos.

Quando os recursos não estiverem incluídos no orçamento, o interessado pode solicitar o repasse de recursos junto ao órgão público federal responsável pelo programa pretendido, devendo proceder da seguinte forma:

• avaliar as necessidades do Estado ou do Município nas diversas áreas, tais como cultura, turismo, saúde, educação, desporto, saneamento básico, etc;

• verificar quais atividades, projetos ou eventos podem ser desenvolvidos ou implementados no Estado ou no Município;

• identificar os órgãos federais que descentralizam recursos para o custeio das atividades ou financiamento dos projetos ou eventos;

• verificar se o orçamento do Estado ou Município, conforme o caso, prevê verba suficiente para a contrapartida, nos percentuais indicados para cada esfera de governo;

• elaborar a solicitação, mediante plano de trabalho ou plano de atendimento. Quando se tratar de projeto ou eventos de duração certa, deve ser apresentado plano de trabalho. Quando se referir à assistência social, médica ou educacional, deve ser apresentado plano de atendimento. O modelo desses planos pode ser obtido nos órgãos repassadores.

Plano de Trabalho e Plano de Atendimento

A celebração do instrumento de transferência por órgãos ou entidades públicas

depende da aprovação prévia do plano de trabalho, apresentado pelo beneficiário dos recursos, que deve conter, no mínimo, as seguintes informações (Lei nº 8.666/1993, art. 116, e IN STN nº 01/1997, art. 2o):

• razões que justificam a celebração do instrumento;

• descrição completa do objeto a ser executado;

• descrição das metas a serem atingidas, qualitativa e quantitativamente;

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

13

• etapas ou fases da execução;

• previsão do início e do fim da execução do objeto, bem assim da conclusão das etapas ou fases programadas;

• plano de aplicação dos recursos a serem desembolsados pelo concedente e a contrapartida financeira do proponente, se for o caso;

• cronograma de desembolso;

• comprovação de que os recursos próprios (contrapartida) estão assegurados, salvo se o custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou órgão descentralizador;

• declaração do beneficiário de que não está em situação de mora ou de inadimplência junto a qualquer órgão ou entidade da Administração Pública Federal direta e indireta;

• comprovação do exercício pleno da propriedade do imóvel, mediante certidão de registro no cartório de imóvel, quando a transferência tiver por objeto a execução de obras, ou benfeitorias no mesmo.

No caso de obras ou serviços, o plano de trabalho deverá conter o projeto básico,

entendido como tal o conjunto de elementos necessários e suficientes para caracterizar, com o nível de precisão adequado, a obra ou serviço objeto do instrumento de repasse, sua viabilidade técnica, o custo, fases ou etapas, e prazos de execução, devendo conter os elementos que dispõe o inciso IX do art. 6o, da Lei no 8.666/1993 (IN STN nº 01/1997, art. 2 o, §1o).

Os planos de trabalho ou de atendimento não podem ser elaborados de forma

genérica, devendo traze r, de forma clara e sucinta, todas as informações suficientes para a identificação do projeto, atividade ou evento de duração certa (Decisão TCU nº 706/1994-Plenário).

INSTRUMENTOS DE TRANSFERÊNCIAS

Tradicionalmente, o termo de convênio tem sido o instrumento utilizado pela

Administração Federal para transferir recursos financeiros com o objetivo de descentralizar a execução de projetos, atividades ou eventos em cooperação com Estados, Distrito Federal e Municípios, ou organização particular.

Outros mecanismos de transferências passaram a ser utilizados, como é o caso do

contrato de repasse, transferência automática, e transferência fundo a fundo. As duas últimas modalidades são efetivadas sem a formalização de convênio, ajuste, acordo ou contrato. Convênio

Convênio é qualquer instrumento que discipline a transferência de recursos públicos e

tenha como partícipe órgão da administração pública federal direta, autárquica ou fundacional, empresa pública ou sociedade de economia mista que estejam gerindo recursos dos orçamentos da União, visando à execução de programas de trabalho, projeto/atividade ou evento de interesse recíproco, em regime de mútua cooperação (IN STN nº 01/1997).

Tribunal de Contas da União

14

A obrigatoriedade de celebração de convênio não se aplica aos casos em que lei

específica discipline a transferência de recursos para execução de programas em parceria do governo federal com governos estaduais e municipais (IN STN nº 01/1997, art. 1o, § 4o).

Nas hipóteses em que o valor da transferência for igual ou inferior ao previsto na

alínea “a” do inciso II do art. 23 da Lei no 8.666/1993, corrigido na forma do art. 120 do mesmo diploma legal, pode ser utilizado termo simplificado de convênio, com cláusulas simplificadas.

Contrato de Repasse

Contrato de repasse é o instrumento utilizado para transferência de recursos

financeiros da União para Estados, Distrito Federal ou Municípios, por intermédio de instituição ou agência financeira oficial federal, destinados à execução de programas governamentais. Essa nova modalidade de transferências encontra -se disciplinada pelo Decreto nº 1.819/1996.

O órgão federal competente para a execução de determinado programa ou projeto

firma termo de cooperação com instituição ou agência financeira oficial federal, que passa a atuar como mandatária da União, e que, por sua vez, celebra o contrato de repasse com o Estado, Distrito Federa, ou Município.

O contrato de repasse é firmado entre as instituições financeiras federais, na

qualidade de mandatárias da União (Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil), e o órgão ou entidade estadual ou municipal. Uma das atribuições dessas instituições financeiras é realizar o acompanhamento da aplicação dos recursos previamente à liberação das parcelas.

Esse instrumento vem sendo utilizado pelo Governo Federal predominantemente para

execução de programas sociais nas áreas de habitação, saneamento e infra-estrutura urbana e de programas relacionados à agricultura.

Os principais órgãos e entidades responsáveis pelos programas executados com a

participação de instituições financeiras oficiais são, atualmente: Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano – SEDU, da Presidência da República, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério da Agricultura e do Abastecimento, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, Instituto Nacional de Desenvolvimento do Esporte - INDESP, e o Fundo Nacional de Saúde – FNS.

Devem constar do contrato de repasse os direitos e obrigações das partes, à

semelhança do que ocorre com o instrumento de convênio. As normas aplicáveis aos convênios, constantes da Instrução Normativa STN nº 01/1997, aplicam-se, no que couber, também aos contratos de repasse (IN STN nº 01/1997, art. 39).

PROCEDIMENTOS APÓS RECEBIMENTO DOS RECURSOS

Após receber os recursos, o ente beneficiário deve observar, entre outros, os seguintes procedimentos (IN STN nº 01/1997, arts. 20 e 27):

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

15

• manter os recursos em conta bancária individualizada, ou seja, específica, e realizar saques somente para o pagamento de despesas previstas no plano de trabalho, mediante cheque nominativo ao credor ou ordem bancária, ou para aplicação no mercado financeiro;

• aplicar os recursos em caderneta de poupança de instituição financeira oficial, se a previsão de aplicação na finalidade a que se destinam for em período igual ou superior a um mês; e em fundo de aplicação financeira de curto prazo, ou operação de mercado aberto lastreada em título da dívida pública federal, quando sua utilização estiver prevista para prazos menores;

• aplicar os rendimentos das aplicações financeiras exclusivamente no objeto da transferência, e não considerar tais recursos como contrapartida;

• adotar os procedimentos para licitações e contratos previstos na Lei nº 8.666/1993.

MEDIDAS E CUIDADOS NA FASE DE EXECUÇÃO

Durante a execução do objeto, ou seja, na fase em que são desenvolvidas as atividades previstas para a consecução do produto final previsto no instrumento de transferência, o gestor não pode (IN STN nº 01/1997):

• realizar despesa a título de taxa de administração, de gerência ou similar (Decisão TCU nº 706/1994-Plenário-Ata 54);

• desviar da finalidade original, vez que é expressamente vedada a utilização de recursos transferidos em finalidade diversa da pactuada (Lei Complementar nº 101/2000, art. 25, § 2 o);

• utilizar os recursos em desacordo com o plano de trabalho ou atendimento, sob pena de rescisão do instrumento e de instauração de tomada de contas especial;

• alterar metas constantes do plano de trabalho ou atendimento, sem a anuência do concedente;

• adotar práticas atentató rias aos princípios fundamentais da Administração Pública, nas contratações e demais atos praticados, sob pena de suspensão das parcelas;

• efetuar pagamento de gratificação, consultoria, assistência técnica ou qualquer espécie de remuneração adicional a servidor pertencente aos quadros de órgão ou de entidade da Administração Pública federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, lotado ou em exercício em qualquer dos entes partícipes;

• realizar despesas com taxas bancárias, multas, juros ou correção monetária, inclusive referentes a pagamentos ou recolhimentos fora do prazo;

• incluir despesas realizadas antes ou depois do período de vigência do instrumento;

• incorrer em atraso não justificado no cumprimento de etapas ou fases programadas;

• celebrar convênio ou contrato de repasse com mais de um órgão para o cumprimento do mesmo objeto, exceto quando se tratar de ações complementares, o que deve ser consignado no respectivo instrumento, delimitando-se as parcelas referentes de disponibilidade deste e as que devam ser executadas à conta do outro instrumento.

Tribunal de Contas da União

16

PRESTAÇÃO DE CONTAS

Prestação de contas consiste do conjunto de documentos comprobatórios das

despesas efetuadas. Todo gestor público é obrigado a prestar contas dos recursos recebidos, sob pena de

aplicação de sanções previstas em lei, e de comprometer o fluxo de recursos, mediante suspensão de transferências. Assim, ao término da vigência do instrumento que efetuou a transferência de recursos, deve o responsável pela aplicação dos recursos adotar as medidas cabíveis com vistas à apresentação das contas, e, fundamentalmente, observar o que se segue (IN STN 01/1997, art. 7º):

• restituir ao concedente os valores transferidos, atualizados monetariamente a partir da data do recebimento, acrescidos dos juros legais, na forma da legislação aplicável aos débitos para com a Fazenda Nacional, quando não for executado o objeto, quando não for apresentada devidamente a prestação de contas, ou quando os recursos forem utilizados em finalidade diversa daquela pre vista no instrumento;

• restituir eventual saldo de recursos, inclusive os rendimentos de aplicação financeira, ao concedente ou ao Tesouro Nacional, conforme o caso, na data da sua conclusão ou extinção;

• recolher à conta do concedente o valor corrigido da contrapartida pactuada, quando não comprovada a sua aplicação na realização do objeto previsto;

• recolher à conta do concedente o valor correspondente a rendimentos de aplicação no mercado financeiro, referente ao período compreendido entre a liberação do re curso e a sua utilização, quando não comprovado o seu emprego na consecução do objeto, ainda que não tenha feito aplicação.

O órgão concedente tem, a partir da data do recebimento da prestação de contas, 60

dias para se pronunciar sobre a aprovação ou não da prestação de contas apresentada, sendo 45 dias para o pronunciamento da unidade técnica responsável pelo programa e 15 dias para o pronunciamento do ordenador da despesa (IN STN nº 01/1997, art. 31).

A falta de apresentação da prestação de contas no prazo regulamentar, implica na

instauração de tomada de contas especial, o que, além das sanções aplicadas ao gestor, resulta em impedimento do recebedor dos recursos de beneficiar-se de novas transferências.

Compete ao prefeito sucessor apresentar as contas referentes aos recursos federais recebidos por seu antecessor, quando este não o tiver feito ou, na impossibilidade de fazê-lo, adotar as medidas legais visando ao resguardo do patrimônio público, com a instauração da competente tomada de contas especia l, sob pena de co-responsabilidade (Súmula TCU nº 230).

Em caso de denúncia, conclusão, rescisão ou extinção do instrumento, os saldos

devem ser devolvidos, em no máximo 30 dias, sob pena de instauração de tomada de contas especial (Lei nº 8.666/1993, art. 116, § 6º).

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

17

Os documentos referentes às despesas devem ser mantidos em arquivo em boa ordem, no próprio local em que forem contabilizados, à disposição dos órgãos de controle interno e externo, pelo prazo de 5 anos, contados da aprovação da prestação ou tomada de contas, do gestor do órgão ou entidade concedente, relativa ao exercício da concessão (IN STN 01/1997, art. 30 § 2º).

Além disso, a Lei nº 8.443/1992 (Lei Orgânica do TCU), em seu art. 87, assegura o

livre ingresso em órgãos e entidades sujeitos à jurisdição do TCU e acesso a todos os documentos e informações necessários à realização de seu trabalho.

Prestação de contas parcial

A prestação de contas parcial consiste na documentação a ser apresentada para

comprovar a execução de uma parcela re cebida (em caso de três ou mais parcelas) ou sobre a execução dos recursos recebidos ao longo do ano.

Quando a liberação dos recursos ocorrer em três ou mais parcelas, a prestação de

contas parcial referente à primeira parcela é condição para a liberação da terceira; a prestação referente à segunda, para a liberação da quarta, e assim sucessivamente (IN STN 01/1997, art. 21, § 2º).

A prestação de contas parcial, referente às parcelas de recursos liberados, deve ser

composta da documentação especificada para a prestação de contas final, com exceção do plano de trabalho ou atendimento, da cópia do instrumento de transferência, e do comprovante de recolhimento do saldo de recursos (IN STN nº 01/1997, art. 32).

No caso dos instrumentos de transferências referentes ao atendimento direto ao

público nas áreas de assistência social, médica e educacional, além das peças citadas, deve ser apresentado, mensalmente, relatório de atendimento, que é condição indispensável à liberação das parcelas (IN STN nº 03/1993, art. 20).

Prestação de contas final

A prestação de contas final constitui-se da documentação comprobatória da despesa,

apresentada à unidade concedente ao final da vigência do instrumento. O prazo para a apresentação da prestação de contas à unidade concedente é até a

data final da vigência do instrumento. Nos instrumentos cuja vigência ultrapasse o final do exercício financeiro, as contas devem ser apresentadas até 28 de fevereiro do ano subsequente referentes aos recursos recebidos no exercício anterior (IN STN nº 01/1997, art. 28, § 5º).

Caso o beneficiário não apresente as contas no prazo previsto, será concedido o

prazo de 30 dias para a apresentação ou recolhimento dos saldos, incluídos rendimentos da aplicação no mercado financeiro, à conta da entidade repassadora. Após esse prazo, se não cumprida as exigências ou se existirem evidências de irregularidade de que resulte prejuízo ao erário, o órgão de contabilidade analítica instaurará a competente tomada de contas especial (IN STN nº 01/1997, art. 31, §§ 4o, 7º e 8º).

Tribunal de Contas da União

18

A prestação de contas final do total dos recursos recebidos deve ser constituída de relatório de cumprimento do objeto, acompanhada dos seguintes documentos (IN STN nº 01/1997, art. 28):

• plano de trabalho ou atendimento;

• cópia do termo firmado, com indicação da data de sua publicação;

• relatório de execução físico-financeira;

• demonstrativo da execução da receita e da despesa, evidenciando os recursos recebidos em transferência, a contrapartida, os rendimentos auferidos na aplicação dos recursos no mercado financeiro, quando for o caso, e os saldos;

• relação de pagamentos;

• relação dos bens adquiridos, produzidos ou construídos com recursos da União;

• extrato da conta bancária específica, no período que se estende do recebimento da primeira parcela até o último pagamento e, se for o caso, a conciliação bancária;

• cópia do termo de aceitação definitiva da obra, quando o objeto visar à realização de obra ou serviço de engenharia;

• comprovante de recolhimento do saldo de recursos à conta indicada pelo concedente, ou DARF, quando recolhido ao Tesouro Nacional;

• cópia dos despachos adjudicatório e homologatório das licitações realizadas ou justificativa para a sua dispensa ou a sua inexigibilidade, com o respectivo embasamento legal.

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

19

FLUXO DE TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS

Órgão/entidade Estadual ou Municipal ou organização particular

Inclui no orçamento o projeto/atividade Prevê verba no orçamento para contrapartida

Avalia a área de necessidade local. Verifica qual o projeto ou atividade se enquadra

Identifica o órgão federal que descentraliza os recursos

Elabora o plano de trabalho ou atendimento Apresenta solicitação ao órgão federal

Instituição Financeira CEF e BB

Órgão federal

Analisa o plano de trabalho ou atendimento Verifica o cumprimento das condições estabelecidas na LRF e LDO

Solicita as comprovações das exigências da LRF e LDO

Celebra contrato de repasse Celebra termo de convênio

Transfere os recursos e fiscaliza a sua aplicação

Órgão/entidade estadual ou municipal ou organização particular

Aplica os recursos

Presta contas

Não presta contas: tomada de contas

especial

Tribunal de Contas da União

20

INFORMAÇÕES NA INTERNET

• http://www.tcu.gov.br

• http://www.sfc.fazenda.gov.br

• http://www.stn.fazenda.gov.br

LEGISLAÇÃO BÁSICA

• Lei Complementar no 101, de 04/05/2000 – estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal;

• Lei no 9.995, de 25/07/2000 – dispõe sobre as diretrizes para a elaboração da lei orçamentária de 2001;

• Lei no 8.666, de 21/06/1993 – regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública;

• Decreto nº 93.872, de 23/12/1996 – dispõe sobre a unificação dos recursos de caixa do Tesouro Nacional, atualiza e consolida a legislação pertinente;

• Decreto nº 1.819, de 16/02/1996 – disciplina as transferências de recursos da União por intermédio de instituições e agências financeiras oficiais federais;

• Instrução Normativa STN nº 01, de 15/01/1997 – disciplina a celebração de convênios de natureza financeira que tenham por objeto a execução de projetos ou realização de eventos.

• Instrução Normativa STN nº 03, de 19/04/1993 – disciplina a celebração de convênios, acordos, ajustes ou instrumentos similares, que envolvam a transferência de recursos financeiros destinados à execução descentralizada de programas federais de atendimento direto ao público, nas áreas de assistência social, médica e educacional

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

21

II - TRANSFERÊNCIAS LEGAIS As transferências legais são regulamentadas em leis específicas que disciplinam os

critérios de habilitação, forma de transferência, formas de aplicação dos recursos e prestação de contas.

Incluem-se entre as transferências legais as transferências automáticas (na área de

educação) e as transferências fundo a fundo referentes ao repasse do SUS e na área de assistência social.

TRANSFERÊNCIAS AUTOMÁTICAS

Parte dos recursos descentralizados pela União para Estados, Distrito Federal e

Municípios são transferidos automaticamente para conta corrente específica aberta em nome do beneficiário, sem a necessidade de convênio, ajuste, acordo ou contrato. Essa modalidade de transferência tem sido utilizada nos repasses de recursos destinados a programas na área de educação, em especial, o Programa Nacional de Alimentação Escolar e o Programa Dinheiro Direto na Escola.

Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE

O Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE consiste na transferência de

recursos financeiros da União destinados exclusivamente à aquisição de gêneros alimentícios para atendimento aos alunos da educação pré -escolar e do ensino fundamental matriculados em escolas públicas dos Estados, Distrito Federal e Municípios, ou em estabele cimentos mantidos pela União (Medida Provisória nº 1.979-24/2000, art. 1 o).

O valor repassado é calculado com base no número de alunos matriculados no ensino

pré-escolar e fundamental de cada um dos entes governamentais, a partir dos dados oficiais de matrículas obtidos no censo escolar, relativo ao ano anterior ao do atendimento, realizado pelo Ministério da Educação. Excepcionalmente, a critério do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE, poderão ser computados como parte da rede municipal os alunos matriculados em escolas qualificadas como entidades filantrópicas ou por elas mantidas (Medida Provisória nº 1.979-24/2000, art. 1o)

A transferência de recursos financeiros objetivando a execução descentralizada do PNAE é feita automaticamente pela Secretaria-Executiva do FNDE, sem necessidade de convênio, ajuste, acordo ou contrato, diretamente para as entidades executoras responsáveis pelo recebimento e execução dos recursos financeiros, em conta única e específica para o programa, aberta pelo FNDE, no Banco do Brasil ou na Caixa Econômica Federal (Medida Provisória nº 1.979-24/2000, art. 2o, Resolução FNDE nº 15/2000, art. 10).

Os saques somente são permitidos para pagamento de despesas decorrentes da

aquisição de gêneros alimentícios, mediante cheque nominativo ao credor ou ordem bancária, ou para a aplicação obrigatória em caderneta de poupança se a previsão de uso dos recursos financeiros for igual ou superior a um mês. Quando a utilização estiver prevista para prazos menores, os recursos disponíveis devem ser aplicados em fundo de aplicação financeira de curto prazo, ou operação de mercado aberto lastreada em título de dívida pública federal, devendo os

Tribunal de Contas da União

22

rendimentos ser também aplicados na aquisição de gêneros alimentícios. Ocorrendo irregula ridade na aplicação, será suspensa a transferência de recursos financeiros até que seja regularizada (Resolução FNDE nº 15/2000, art. 10).

O FNDE deixa de proceder ao repasse dos recursos do PNAE aos Estados, Distrito

Federal e Municípios, na forma estabelecida pelo seu Conselho Deliberativo, comunicando o fato ao poder legislativo correspondente, quando esses entes: não tenha constituído o respectivo Conselho de Alimentação Escolar - CAE; não utilizarem os recursos de acordo com as normas estabelecidas para execução do PNAE; não aplicarem testes de aceitabilidade e não realizarem controle de qualidade dos produtos adquiridos com os recursos do PNAE, ou o fizerem em desacordo com a regulamentação; não apresentarem a prestação de contas nos prazos e na forma estabelecidos (Medida Provisória nº 1.979-24/2000, art. 3 o, § 7o)

Cada Estado, Distrito Federal e Município deve ter um Conselho de Alimentação Escolar – CAE como órgão deliberativo, fiscalizador e de assessoramento, constituído por sete membros (com respectivos suplentes), para mandato de dois anos não remunerado (podendo ser reconduzidos uma única vez), com a seguinte composição: um representante do Poder Executivo, indicado pelo chefe desse poder; um representante do Poder Legislativo, indicado pela respectiva mesa diretora; dois representantes dos professores, indicados pelo órgão de classe; dois representantes de pais de alunos, indicados pelos conselhos escolares, associações de pais e mestres ou entidades similares; e um representante de outro segmento da sociedade local (Medida Provisória nº 1.979-24/2000, art. 3o).

No Município com mais de 100 escolas de ensino fundamental, bem como nos

Estados e no Distrito Federal, a composição do CAE pode ser de até três vezes o número de membros mencionado acima, obedecida a mesma proporcionalidade (Medida Provisória nº 1.979-24/2000, art. 3o).

Além da fiscalização exercida pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação,

pelo Conselho de Alimentação Escolar, e pelo sistema de controle interno do Poder Executivo Federal, o Tribunal de Contas da União poderá realizar auditorias e inspeções para verificar a correta aplicação dos recursos.

Prestação de contas

Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem apresentar prestação de contas

do total dos recursos recebidos à conta do PNAE, constituída do demonstrativo sintético anual da execução físico-financeira acompanhado de cópia dos documentos que o CAE julgar necessários à comprovação da execução desses recursos (Medida Provisória nº 1.979-24/2000, art. 4o).

A prestação de contas é feita ao respectivo CAE, que analisa e encaminha ao FNDE o demonstrativo sintético anual da execução físico-financeira dos recursos repassados, com parecer conclusivo acerca da aplicação dos recursos. Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE

O Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE tem por objetivo prestar assistência

financeira, em caráter suplementar, às escolas públicas do ensino fundamental das redes estaduais, municipais e do Distrito Federal e às escolas de educação especial qualificadas como

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

23

entidades filantrópicas ou por elas mantidas, destinada à cobertura de despesas de custeio, manutenção e de pequenos investimentos, exceto gastos com pessoal, que concorram para a garantia do funcionamento dos estabelecimentos de ensino (Medida Provisória nº 1.979-24/2000, arts. 9º e 10).

A assistência financeira, concedida a cada estabelecimento de ensino beneficiário, é

definida anualmente tendo por base o número de alunos matriculados no ensino fundamental e especial, de acordo com dados extraídos do censo escolar realizado pelo Ministério da Educação no exercício anterior.

Os recursos são repassados diretamente à unidade executora ou à entidade

representativa da comunidade escolar, ou ao Estado, Distrito Federal ou Município mantenedor do estabelecimento de ensino (Medida Provisória nº 1.979-24/2000, art. 9 º).

São beneficiadas pelo PDDE as escolas públicas estaduais, do Distrito Federal e

municipais que apresentam matrícula superior a 20 alunos no ensino fundamental, in clusive educação especial (Resolução FNDE nº 008/2000, art. 2º).

A partir de 100 alunos as escolas devem dispor de unidades executoras próprias

(Caixa Escolar, Associação de Pais e Mestres, Conselho Escolar, etc.), responsáveis pelo recebimento e execução dos recursos financeiros, transferidos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE (Resolução FNDE nº 008/2000, art. 2º).

As escolas com menos de 100 alunos que não possuem unidades executoras próprias

podem receber recursos por intermédio da Secretaria de Educação do Estado, do Distrito Federal ou da Prefeitura Municipal, de acordo com a sua vinculação, ou podem consorciar-se de modo a constituírem uma única unidade executora que as represente, desde que as unidades escolares abrangidas pelo consórcio pertençam à rede de ensino da mesma esfera de governo (Resolução FNDE nº 008/2000, art. 2º). Prestação de contas

As prestações de contas dos recursos recebidos à conta do PDDE devem ser feitas

das seguintes formas (Medida Provisória nº 1.979-24/2000, art. 13):

• das unidades executoras das escolas públicas municipais, estaduais e do Distrito Federal, aos Municípios e às Secretarias de Educação a que estejam subordinadas, constituídas dos documentos e nos prazos estabelecidos pelo Conselho Deliberativo do FNDE;

• dos Municípios e Secretarias de Educação dos Estados e do Distrito Federal, ao FNDE até 28 de fevereiro do ano subseqüente ao de recebimento dos recursos.

As prestações de contas dos recursos transferidos para atendimento das escolas que

não possuem unidades executoras próprias devem ser feitas ao FNDE pelos Municípios e pelas Secretarias de Educação dos Estados e do Distrito Federal, constituídas dos documentos e no prazo estabelecido pelo Conselho Deliberativo do FNDE.

Tribunal de Contas da União

24

INFORMAÇÕES NA INTERNET

• http://www.tcu.gov.br

• http://www.fnde.gov.br

LEGISLAÇÃO BÁSICA

• Medida Provisória no 1.979-24, de 26/10/2000 – dispõe sobre o repasse de recursos financeiros do Programa Nacional de Alimentação Escolar, institui o Programa Dinheiro Direto na Escola, e dá outras providências;

• Resolução FNDE no 08, de 08/03/2000 – estabelece critérios e formas de transferência de recursos financeiros relativos ao Programa Dinheiro Direto na Escola;

• Resolução FNDE no 024, de 05/10/2000 – altera a resolução/CD/FNDE no 08, de 08/03/2000;

• Resolução FNDE no 15, de 25/08/2000 – estabelece critérios e formas de transferência de recursos financeiros relativos ao Programa Nacional de Alimentação Escolar.

TRANSFERÊNCIAS FUNDO A FUNDO Outra forma utilizada para a descentralização de recursos federais para Estados,

Distrito Federal e Municípios, é representada pela transferência fundo a fundo. Nessa modalidade de transferência, os recursos de um fundo da esfera federal são repassados para outro fundo da esfera estadual, do Distrito Federal ou municipal, como ocorre nas áreas de saúde e assistência social.

Sistema Único de Saúde - SUS

O Sistema Único de Saúde - SUS, instituído pela Constituição Federa l de 1988 e

regulamentado pelas Leis nº 8.080/1990 e nº 8.142/1990 (Leis Orgânicas da Saúde), compreende todas as ações e serviços de saúde estatais das esferas federal, do Distrito Federal, estadual e municipal, bem como os serviços privados de saúde contratados ou conveniados.

O SUS tem por objetivo proporcionar acesso universal, igualitário e integral à saúde

para a população brasileira. Como meio de atingir esse propósito, o SUS rege-se pelos princípios da participação da comunidade, da existência de rede de serviços hierarquizada e regionalizada e da descentralização.

A definição das competências das três esferas de governo no SUS está definida na

Constituição, nas Leis Orgânicas da Saúde e nas Normas Operacionais Básicas - NOBs editadas pelo Ministério da Saúde. Este texto focaliza, principalmente, as competências relacionadas à fiscalização financeira a cargo dos diversos agentes do sistema.

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

25

Cabe à União a normatização, coordenação e avaliação do sistema em caráter nacional, como também a cooperação técnica e financeira aos Estados, Municípios e ao Distrito Federal. À União compete, ainda, normatizar as relações existentes no SUS e estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria - SNA, regulamentado pelo Decreto nº 1.651/1995. A União também participa, em conjunto com Estados, Distrito Federal e Municípios, de uma série de outras atividades relacionadas à normatização, controle e execução das ações e serviços de saúde (Lei nº 8.080/1990, art. 16).

O Ministério da Saúde – MS orienta o processo de implementação do SUS, em

particular a descentralização, por intermédio da edição de portarias normativas, nos termos do art. 5° da Lei nº 8.142/1990. Entre essas, as mais importantes são as que aprovam as Normas Operacionais Básicas - NOBs. Pela complexidade e din amismo da área de saúde, é importante que os Estados, Distrito Federal e Municípios acompanhem a edição das normas pelo Ministério. Esse acompanhamento pode ser feito por intermédio do Diário Oficial da União ou pela página do MS na internet (www.saude.gov .br).

Cabe aos Estados e ao Distrito Federal a coordenação, o acompanhamento e a

avaliação do sistema em seu território, o apoio técnico e financeiro aos Municípios e a execução de ações de saúde em caráter supletivo àqueles. Além disso, os Estados participam da execução, em caráter suplementar, de uma série de atividades precípuas da União e dos Municípios (Lei nº 8.080/1990, art. 17).

Compete aos Municípios suplementar a legislação federal e a estadual no que couber

e prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e dos Estados, serviços de atendimento à saúde da população. Além de prestar os serviços e executar as políticas de saúde, os Municípios devem planejar, organizar, controlar e avaliar o sistema de saúde em seu território e participar do planejamento regional, em articulação com a direção estadual do SUS (Constituição Federal - CF, art. 30, incisos II e VII e Lei nº 8.080/1990, art. 18).

Existem diversas instâncias consultivas e deliberativas colegiadas no SUS, nas quais

gestores, especialistas e representantes dos usuários participam do planejamento e da tomada de decisão. Entre elas destacam-se o Conselho Nacional de Saúde – CNS e os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde (Lei nº 8.080/1990, arts. 36 e 37 e Lei nº 8.142/1990, art. 1º).

Financiamento do SUS

O Sistema Único de Saúde é financiado com recursos do orçamento da seguridade

social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes (Constituição Federal, arts. 195 e 198 e Lei nº 8.080/1990, arts. 31 e 32).

A descentralização de recursos no âmbito da área de saúde é concretizada

principalmente mediante convênios, contratos de repasse e repasse fundo a fundo para financiamento das ações e serviços de saúde. Este capítulo do documento trata da aplicação e da prestação de contas desses últimos. Os convênios e os contratos de repasse já foram abordados em capítulo anterior.

As NOBs instituem mecanismos de repasse financeiro com o objetivo de dar suporte à

descentralização de ações de saúde, estabelecem pré -requisitos para que Estados, Distrito Federal

Tribunal de Contas da União

26

e Municípios recebam os recursos e classificam esses entes conforme seu nível de capacidade de gestão do sistema de saúde local ou regional.

São repassados recursos especialmente voltados para o financiamento do

atendimento hospitalar, do atendimento ambulatorial, e da atenção básica à saúde. Esta última é subdivida em seis ações específicas: Programa de Saúde da Família - PSF; Programa de Agentes Comunitários de Saúde - PACS; Farmácia Básica - PAFB, Epidemiologia e Controle de Doenças - PECD; Incentivo às Ações de Combate às Carências Nutricionais – ICCN e Incentivo às Ações Básicas de Vigilância Sanitária. Cada uma dessas ações obedece a uma série de regulamentos relacionados à sua aplicação, controle e prestação de contas.

Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem se habilitar, conforme uma das

condições de gestão previstas na NOB 1/96, para receber os recursos repassados de forma regular e automática pelo Fundo Nacional de Saúde - FNS. Para os Estados, as condições de gestão estabelecidas pela NOB são a Avançada do Sistema Estadual e a Plena do Sistema Estadual. Para Municípios, as condições de gestão são a Plena da Atenção Básica e a Plena do Sistema Municipal. Cada tipo de gestão exige que os gestores do SUS local (os secretários estaduais, do Distrito Federal e municipais de saúde) assumam certas responsabilidades e cumpram requisitos especificados na NOB. Por outro lado, lhe são outorgadas prerrogativas que favorecem seu desempenho.

Basicamente, para se habilitarem, os Estados, Distrito Federal e Municípios devem

apresentar plano de saúde, comprovar o funcionamento do fundo de saúde e demonstrar capacidade técnica, administrativa e material para o exercício de suas responsabilidades e prerrogativas.

Os municípios devem comprovar que atendem aos mencionados requisitos à

Comissão Intergestores Bipartite – CIB, que adotam decisão posteriormente submetida à homologação do Ministério da Saúde. Os Estados e o Distrito Federal devem comprovar o atendimento dos requisitos à Comissão Intergestores Tripartite – CIT, para posterior homologação pelo Ministério da Saúde.

Mecanismos de repasse fundo a fundo no SUS

No repasse automático e regular fundo a fundo, os valores são depositados

diretamente do Fundo Nacional de Saúde aos fundos estaduais, do Distrito Federal e municipais. O depósito é feito em contas individualizadas, isto é, específicas dos fundos, e realizado previamente a sua utilização pelo fundo beneficiário. A aplicação dos recursos deve ser realizada conforme o disposto no plano de saúde do Estado, Distrito Federal ou Município.

Para melhor compreensão das formas de repasse de recursos federais, no âmbito do

Sistema Único de Saúde, apresentam-se, a seguir, os mecanismos de descentralização de recursos federais do SUS.

A NOB/1996 cria o Teto Financeiro da Assistência – TFA, o Teto Financeiro para

Vigilância Sanitária – TFVS e o Teto Financeiro de Epidemiologia e Controle de Doenças – TFECD, que somados compõem o Teto Financeiro Global – TFG (valor destinado a cada Estado ou Município, pelo FNS). Todavia, como o TFG engloba todas as modalidades de transferência de

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

27

recursos federais previstas para o SUS, inclusive as que não são fundo a fundo, descreve-se, aqui, apenas a descentraliz ação de recursos relativos ao TFA, que são repassados, na maior parte, mediante transferência fundo a fundo.

O fundamento legal desses repasses é: o art. 3º da Lei nº 8.142/1990; art. 1º do

Decreto nº 1.232/1994; NOB/1996; Portarias Conjuntas SE-SAS/MS nº 04/1999 e nº 42/1999 e nº 1/2000 (Teto Livre).

Ações custeadas pelas transferências regulares e automáticas fundo a fundo

• Piso de Atenção Básica – PAB: procedimentos e ações de assistência básica, de responsabilidade tipicamente municipal, divididos em parte fixa e variável.

- PAB – parte fixa: trata-se de um valor per capita nacional que, multiplicado pela população de cada Município, compõe quota anual de recursos destinados a serviços e ações básicas de saúde de natureza ambulatorial. Destina-se a Municípios habilitados em qualquer condição de gestão do SUS e a Estados habilitados (recebem as parcelas relativas aos Municípios não habilitados).

- PAB – parte variável: inclui parcelas relativas aos Programas de Saúde da Família –

PSF, de Agentes Comunitários de Saúde - PACS, Ações Básicas de Vigilância Sanitária, Incentivo ao Combate às Carências Nutricionais – ICCN, Assistência Farmacêutica Básica – PAFB e Programa de Endemias e Controle de Doenças - PECD. A parte variável do PAB aumenta o total repassado para a atenção básica na proporção em que esses programas são implementados pelo gestor local do SUS. Destina-se a Municípios habilitados em alguma condição de gestão prevista na NOB/1996 e a Estados habilitados (parcelas relativas aos Municípios não habilitados e de outros Municípios que, apesar de habilitados, tenham suas parcelas parcialmente transferidas para o fundo de saúde do respectivo Estado, por deliberação da CIB).

• Teto Livre: compõe-se do somatório de recursos destinados a Municípios habilitados na Gestão Plena do Sistema Municipal e a Estados habilitados (recebem as parcelas relativas aos demais Municípios e às unidades próprias estaduais), para a assistência ambulatorial e hospitalar de média complexidade.

• Alta Complexidade: procedimentos ambulatoriais e hospitalares de alta complexidade, não integrantes do Fundo de Ações Estratégicas (Portaria GM/MS nº 531, de 30/04/1999).

Aplicação dos recursos

Os recursos federais repassados pelo Fundo Nacional de Saúde para os fundos

estaduais e municipais de saúde, para cobertura das ações e serviços de saúde podem ser utilizados para investimento na rede de serviços, para a cobertura assistencial ambulatorial e hospitalar e para as demais ações de saúde (Lei nº 8.142/1990, art. 2°).

Por “demais ações de saúde” entende-se as ações de promoção, proteção e

recuperação da saúde inseridas no campo de atuação do SUS, conforme entendimento firmado

Tribunal de Contas da União

28

pela Decisão TCU nº 600/2000-Plenário -Ata 30/2000. Essa mesma Decisão define uma série de parâmetros de orientação da aplicação dos recursos, como :

• a rede de serviços do SUS constitui a parte da infra-estrutura do sistema destinada a prover as ações e os serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde inseridos no campo de atuação do SUS, não se considerando em sua abrangência órgãos, entidades e unidades voltados exclusivamente para a realização de atividades administrativas.

• na hipótese de aplicação dos recursos repassados de forma regular e automática em investimentos, esses devem ocorrer na rede de serviços, tomada na acepção do parágrafo anterior, o que afasta a possibilidade de aplicação em imóveis, móveis, equipamentos, veículos etc., destinados às atividades administrativas de setores das secretarias de saúde e dos governos municipal e estadual não dire tamente vinculados à execução de ações e serviços de saúde. Deve-se observar ainda a prioridade de seu direcionamento à rede pública (Lei nº 8.080/1990, arts. 4° e 24) e da vedação constitucional de destinação de recursos públicos para auxílios e subvenções às instituições privadas com fins lucrativos (CF, art. 199).

• na hipótese de aplicação na cobertura assistencial ambulatorial e hospitalar e nas demais ações de saúde, os recursos federais devem financiar despesas correntes exclusivamente para manutenção da assistência ambulatorial e hospitalar, das demais ações de saúde e dos órgãos, unidades e entidades que as realizam (Lei nº 4.320/1964, §§ 1° e 2° do art. 12). Não é cabível destinar esses recursos a setores das secretarias de saúde e dos governos municipal e estadual não diretamente vinculados à execução de tais ações.

Fontes de recursos assegurados pela Emenda Constitucional nº 29/2000

Com edição da Emenda Constitucional – EC nº 29, de 13/09/2000, alterando os arts.

34, 35, 156, 160, 167 e 198 da Constituição Federal e acrescentando o artigo 77 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, veio assegurar recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde, provenientes das três esferas de governo.

Resumidamente, as principais alterações introduzidas pela EC nº 29/2000 são as seguintes:

• cria a possibilidade de a União intervir nos Estados e no Distrito Federal e desses nos Municípios para assegurar a aplicação do mínimo exigido das receitas provenientes de impostos estaduais e municipais nas ações e serviços públicos de saúde;

• possibilita a progressividade do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana em razão do valor do imóvel e a diferenciação de alíquotas de acordo com sua localização e o uso que lhe é dado;

• faculta à União e aos Estados condicionarem a entrega de recursos provenientes da repartição das receitas tributárias à aplicação mínima de recursos no SUS;

• fixa valores mínimos de aplicação de recursos nas ações e serviços públicos de saúde para a União (montante empenhado no ano anterior, corrigido pela variação nominal do Produto Interno Bruto), Estados (12% do produto da arrecadação dos impostos a que se refere, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios) e Municípios (15% do produto da arrecadação dos impostos a que se refere).

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

29

Fiscalização, prestação de contas e controle social do SUS

A legislação do SUS prevê diversas instâncias de controle, que devem atuar de forma

concomitante, nas três esferas de governo. São elas:

• Controle Externo (Tribunais ou Conselhos de Contas Municipais, Tribunais de Contas da União, dos Estados e do Distrito Federal e poderes legislativos correspondentes);

• Ministério da Saúde, por intermédio do Departamento Nacional de Auditoria do SUS – DENASUS, órgão federal do Sistema Nacional de Auditoria - SNA;

• componentes do SNA nos Estados, no Distrito Federal e Municípios;

• Controle Interno do Poder Executivo;

• Conselhos de Saúde (nacional, municipais, estaduais e do Distrito Federal);

• Comissão Intergestores Tripartite, composta de representantes das três esferas de governo e Comissões Intergestores Bipartite, compostas pelos respectivos gestores estaduais e municipais.

A competência fiscalizadora do TCU decorre da natureza federal dos recursos

repassados fundo a fundo pelo FNS para Estados, Distrito Federal e Municípios. Mediante a Decisão-TCU nº 506/1997-Plenário-Ata 31/97, o Tribunal firmou entendimento, no sentido de que os recursos repassados pela União no âmbito do SUS, aos Estados, Distrito Federal e Municípios constituem recursos federais e, dessa forma, estão sujeitos à fiscalização do TCU as ações e os serviços de saúde pagos à conta desses recursos, quer sejam os mesmos transferidos pela União mediante convênio, quer sejam repassados com base em outro instrumento ou ato legal, como a transferência automática fundo a fundo.

Os recursos transferidos fundo a fundo pelo Ministério da Saúde - MS não deixam de

ser federais por passarem a integrar os Fundos Estaduais, do Distrito Federal e Municipais de Saúde ou por estarem previstos nos orçamentos de Estados e Municípios. Trata-se de exigência orçamentária fixada nas Leis nº 4.320/1964 e 8.080/1990 (vide também NOB/MS nº 01/93, item 5, subitem 4.1.1). Logo, há necessidade de se prestar contas ao órgão repassador dos recursos recebidos, segundo as normas aplicáveis ao SUS.

Apesar de o art. 1º do Decreto nº 1.232, de 30/08/1994, dispensar a celebração de

convênio ou instrumento congênere para a transferência de recursos federais fundo a fundo a Estados, Municípios e Distrito Federal, no âmbito do SUS, o conjunto de objetivos e compromissos que a legislação pertinente impõe aos integrantes do SUS caracteriza relação convenial entre a União e as demais esferas de governo, conforme Decisão TCU nº 449/1998-Plenário-Ata 28/1998,.

A competência do TCU para fiscalizar os recursos federais do SUS repassados a

outras esferas de governo é ratificada pela legislação específica do SUS (Decreto nº 1.232/1994, art. 3°).

Tribunal de Contas da União

30

A fiscalização da execução orçamentária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios deve ser exercida pelo Poder Legislativo local, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo. O controle externo a cargo do Poder Legislativo local é exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde existem (CF, art. 31).

Ao Sistema Nacional de Auditoria – SNA, instituído pelo art. 6º da Lei nº 8.689/1993,

compete a avaliação técnico-científica, contábil, financeira e patrimonial do SUS, que deve ser realizada de forma descentralizada, sem prejuízo da fiscalização exercida pelos órgãos de controle interno e externo. Isso significa que Estados, Distrito Federal e Municípios devem estruturar seus sistemas de auditoria para atuarem em articulação com o órgão do SNA no plano federal ( o Departamento Nacional de Auditoria do SUS – DENASUS).

Os Conselhos de Saúde são órgãos consultivos, deliberativos e de controle social da

gestão do sistema de saúde, inclusive dos aspectos econômicos e financeiros (Lei nº 8.080/1990, art. 33). Devem ser compostos, paritariamente, de representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários (Lei nº 8.142/1990, art. 4°). A função fiscalizadora do SUS cabe, primeiramente, ao Conselho de Saúde da esfera governamental correspondente, sem prejuízo da ação fiscalizadora do Controle Interno do Poder Executivo e do TCU.

A prestação de contas dos recursos repassados dire tamente do FNS para os fundos

estaduais, do Distrito federal e municipais de saúde deve ser feita ao órgão repassador por intermédio do relatório de gestão (a prestação de contas propriamente dita), aprovado pelo respectivo Conselho de Saúde (Decreto nº 1.651/1995, art. 6º). Tal procedimento não exclui a ação fiscalizadora concorrente do Controle Interno do Poder Executivo e do Tribunal de Contas da União.

O relatório de gestão e plano de saúde A NOB 01/96 estabelece instrumentos de planejamento, avaliação, controle e

auditoria do SUS. Esses controles são essenciais em um sistema que pretende atender toda a população brasileira e adotar um modelo de gerência descentralizado nos Estados, no Distrito Federal e em todos os Municípios do País. Entre os mecanismos de planejamento, acompanhamento e avaliação concebidos, estão o Relatório de Gestão e o Plano de Saúde.

A elaboração periódica do Plano de Saúde pelos Estados, Distrito Federal e Municípios

é obrigatória por força do art. 15, inciso VIII, da Lei nº 8.080/1990. O Plano é a base das atividades e programações de cada nível de direção do SUS e seu financiamento deve ser previsto na respectiva proposta orçamentária (Lei nº 8.080/1990, art. 36). Portanto, o Plano de Saúde precisa estar em conformidade com a Lei Orçamentária Anual - LOA. O Plano também deve servir de base para a definição do montante de recursos federais destinados à cobertura das ações e serviços de saúde a ser recebido por Estados, Distrito Federal e Municípios (Lei nº 8.142/1990, art. 4°).

Por sua vez, a avaliação da execução do Plano deve estar expressa no Relatório de

Gestão, a partir do qual devem ser processados os ajustes que venham a ser ditados pela prática.

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

31

O Relatório constitui-se na prestação de contas dessa modalidade de transferência financeira e serve também para comprovar junto ao Ministério da Saúde a aplicação dos recursos transferidos fundo a fundo para Estados, Distrito Federal e Municípios (Decreto nº 1.651/1995, arts. 3º e 6º). O Relatório de Gestão (prestação de contas) deve compor-se dos seguintes elementos:

• programação e execução física e financeira do orçamento;

• comprovação dos resultados alcançados quanto à execução do plano de saúde;

• demonstração do quantitativo de recursos financeiros próprios aplicados no setor saúde, bem como das transferências recebidas de outras instâncias do SUS;

• documentos adicionais avaliados pelos órgãos colegiados de deliberação própria do SUS.

A elaboração dos dois documentos integra o conjunto de requisitos a serem cumpridos por Estados, Distrito Federal e Municípios para a habilitação em uma das condições de gestão previstas na NOB 01/96.

Tribunal de Contas da União

32

Fluxo simplificado das Transferências fundo a fundo SUS

Orçamento Geral da União e dados populacionais

CIT define tetos financeiros estaduais, CNS homologa e MS aprova por portaria

CIB define tetos financeiros municipais e CES homologa

CIT homologa tetos municipais e MS aprova por portaria

Município elabora orçamento e plano

de saúde

FNS repassa recursos para os fundos municipais de saúde, conforme a condição de habilitação pela

NOB/96

Município aplica recursos nas ações e serviços de saúde, segundo o previsto no plano municipal desaúde

Conselho Municipal, Câmara de Vereadores,

Tribunais de Contas dos Estados ou dos

Municípios ou Conselhos de Contas

nos Municípios acompanham e

fiscalizam

Município elabora relatório de gestão, confrontando plano de saúde com ações realizadas

e resultados alcançados

Conselho Municipal de Saúde aprova relatório de gestão

Município presta contas ao órgão repassador

Acompanhamento e Fiscalização pelo Tribunal de Contas da União

CNS – Conselho Nacional de Saúde; CES – Conselho Estadual de Saúde; FNS – Fundo Nacional de Saúde; MS –Ministério da Saúde; CIT – Comissão Intergestores Tripartite; CIB – Comissão Intergestores Bipartite.

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

33

Fundo Nacional de Assistência Social - FNAS O Fundo Nacional de Assistência Social - FNAS tem por objetivo proporcionar recursos

e meios para financiar o benefício de prestação continuada e apoiar serviços, programas e projetos de assistência social (Decreto no 1.605/1995, art. 1o).

Liberação de recursos

É condição para repasses dos recursos aos Estados, Distrito Federal e Municípios, a

efetiva instituição e funcionamento do Conselho de Assistência Social, de composição paritária entre governo e sociedade civil, do Fundo de Assistência Social, com orientação e controle dos respectivos Conselhos de Assistência Social, e do Plano de Assistência Social. Excetuam os recursos necessários ao atendimento do benefício de prestação continuada (Lei nº 8.742/1993, art. 30, e Decreto no 1.605/1995, art. 6º).

É, ainda, condição para transferência de recursos do FNAS a comprovação

orçamentária dos recursos próprios destinados à assistência social, alocados em seus respectivos Fundos de Assistência Social (Lei nº 8.742/1993, art. 30).

Os recursos do FNAS, para os fundos estadual, do Distrito Federal ou municipal,

podem ser repassados automaticamente, independentemente de celebração de convênio, ajuste, acordo ou contrato. Os recursos são depositados em conta vinculada ao fundo destinatário (Lei nº 9.604/1998, art. 2o, e Decreto no 2.529/1998, arts. 1o e 4o).

A liberação dos recursos, obedecido o disposto na Lei de Diretrizes Orçamentárias,

está condicionada a que os respectivos fundos estaduais, do Distrito Federal e municipais: comprovem a efetiva instituição e funcionamento dos respectivos conselhos de assistência social; apresentem o correspondente plano de assistência social aprovado pelo respectivo conselho de assistência social; e apresentem plano de trabalho de assistência social aprovado pelo Ministério da Previdência e Assistência Social - MPAS (Decreto no 2.529/1998, art. 1o).

A transferência de recursos destinados aos fundos municipais deve observar a

compatibilização com o plano de trabalho estadual e o respeito ao princípio da eqüidade (Decreto no 2.529/1998, art. 1o).

Conforme definido na Norma Operacional Básica da Assistência Social – NOB-2,

aprovada pela Resolução CNAS nº 207, de 16/12/1998, os critérios para transferência de recursos do FNAS para os fundos estaduais, municipais e do Distrito Federal devem ser propostos pela Secretaria de Assistência Social do MPAS em articulação com os gestores estaduais e municipais, fundamentados, nos termos do art. 18 da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS (Lei no 8.742/1993), na consideração de indicadores como população, renda per capita, mortalidade infantil e concentração de renda. Tais critérios substituíram o modelo anterior baseado na série histórica de despesa, definida como o montante de recursos que vinha sendo aplicado anualmente no pagamento dos serviços assistenciais.

É condição indispensável para a liberação de novas parcelas de recursos, que o

beneficiário tenha cumprido as obrigações assumidas e que haja regularidade na aplicação dos recursos. O MPAS mantém cadastro dos beneficiários de transferências e registros relativos ao cumprimento dessas condições (Decreto no 2.529/1998, art. 3o).

Tribunal de Contas da União

34

Os gestores dos fundos estaduais, do Distrito Federal e municipais devem encaminhar

ao órgão específico do MPAS relatórios correspondentes ao período de liberação dos recursos, contendo o desempenho do programa, as receitas e despesas, o saldo anterior e para o período subseqüente ou a recolher (Decreto no 2.529/1998, art. 3o, § 1 o).

Caso não apresente o relatório, na forma e prazo estabelecidos, correspondente à

parcela de recursos recebidos, o órgão beneficiário é inscrito na condição de inadimplente no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados - CADIN e no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI, ficando impedido de celebrar convênio com a União e de receber recursos federais (Decreto no 2.529/1998, art. 3o, § 2 o).

Em caráter emergencial, o Ministro da Previdência e Assistência Social pode autorizar

o repasse de recursos financeiros do FNAS para os Municípios ou entidades e organizações de assistência social, por meio de instituição financeira oficial, caso se verifique algum prejuízo para os beneficiários na utilização dos meios ordinários de repasse (Decreto no 1.605/1995, art. 5º, § 2o).

O FNAS pode transferir recursos financeiros para o desenvolvimento das ações

continuadas de assistência social diretamente às entidades privadas de assistência social, a partir da competência do mês de dezembro de 1999, independentemente da celebração de acordo, convênio, ajuste ou contrato, em caráter excepcional, quando o repasse não puder ser efetuado diretamente ao Estado, Distrito Federal ou Município, em decorrência de inadimplência desses entes com o Sistema de Seguridade Social (Lei nº 9.604/1998, art. 2-A).

Aplicação dos recursos

Os recursos do Fundo Nacional de Assistência Social recebidos pelos fundos

estaduais, municipais ou do Distrito Federal devem ser aplicados segundo as prioridades estabelecidas nos planos de assistência social aprovados pelos respectivos conselhos, buscando, no caso de transferência aos fundos municipais, a compatibilização no plano estadual e respeito ao princípio de eqüidade (Lei nº 9.604/1998, art. 2º ).

É expressamente vedada a utilização dos recursos de forma ou para fim diverso do

estabelecido no plano de assistência social, e, enquanto não empregados na sua finalidade, devem ser aplicados na forma definida nas normas pertinentes (Decreto no 2.529/1998, art. 4 o).

Da mesma forma, os rendimentos das aplicações financeiras devem,

obrigatoriamente, ser utilizados no objeto definido no plano de assistência social, estando sujeitos às mesmas condições de prestação de contas exigidas para os recursos financeiros transferidos (Decreto no 2.529/1998, art. 4o).

A execução das ações, conforme estabelecido na NOB-2, dá-se mediante o

financiamento de benefícios de prestação continuada e eventuais; financiamento de serviços assistenciais; e financiamento de programas e projetos, assim definidos:

• Benefício de Prestação Continuada – BPC: é a garantia de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência, incapacitada para a vida independente e para o trabalho, e ao idoso com mais de 67 anos, com renda familiar per capita menor que 1/4 do salário mínimo,

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

35

segundo definição da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS (Lei no 8.742/1993). Sua concessão é de responsabilidade do Instituto Nacional de Seguro Social - INSS, sob a coordenação geral e avaliação da Secretaria de Assistência Social - SAS e sob acompanhamento e fiscalização dos gestores e dos conselhos das localidades onde vive o beneficiário;

• benefícios eventuais: pagamento de auxílio natalidade ou morte a famílias com renda mensal inferior a 1/4 do salário mínimo;

• serviços assistenciais : atividades continuadas que objetivam a melhoria de vida da população, com prioridade para a atenção à infância e à adolescência em situação de risco pessoal e social. A transferência dos recursos é feita de maneira regular e automática do FNAS aos fundos estaduais, do Distrito Federal e dos municípios, respeitada a condição de gestão em que estiverem enquadrados;

• financiamento de programas e projetos: os programas e projetos desenvolvidos na área de assistência social têm caráter diferenciado dos serviços conforme conceituação contida na LOAS. Essas ações são caracterizadas pela delimitação de objetivo, tempo e área de abrangência, não tendo, portanto, caráter continuado. Nesse sentido, os gestores estaduais, do Distrito Federal e dos municípios devem consolidar as demandas por projetos, formalizando-os para apresentação à Secretaria de Assistência Social, atendendo aos requisitos definidos na NOB, que examina a pertinência dos projetos e a disponibilidade orçamentária e financeira, realizando a transferência dos recursos do FNAS para os respectivos fundos.

A Secretaria de Assistência Social vem priorizando, também, o apoio a projetos

especiais caracterizados pelo desenvolvimento de ações que abrangem temas incluídos na agenda de política social do país e que priorizem a infância e a adolescência no enfrentamento de formas intoleráveis de vida, realidades e práticas ilegais e anti-sociais que não respeitam direitos fundamentais e inalienáveis da pessoa humana (NOB-2).

Prestação de Contas

A prestação de contas da aplicação dos recursos financeiros oriundos do FNAS deve

ser feita pelo beneficiário diretamente ao Tribunal de Contas do Estado ou do Distrito Federal, no caso desses entes federados, e à Câmara Municipal, auxiliada pelos Tribunais de Contas dos Estados ou Tribunais de Contas dos Municípios ou Conselhos de Contas dos Municípios, quando o beneficiário for o Município, e também ao Tribunal de Contas da União, quando por esse determinado (Lei nº 9.604/1998, art. 1o).

O prazo para apresentação das contas é de 60 dias após o encerramento do período

definido para a execução do objeto da transferência, previsto no plano de trabalho aprovado pelo Ministério da Previdência e Assistência Social. Cabe ao fundo destinatário dos recursos comunicar ao MPAS que a prestação de contas foi apresentada aos órgãos competentes, bem como, posteriormente, o resultado da sua análise e julgamento (Decreto no 2.529/1998, art. 2o).

A documentação comprobatória da aplicação dos recursos deve ficar arquivada na

entidade beneficiária à disposição dos órgãos de controle externo estaduais ou municipais, e das Câmaras Municipais, conforme o caso, bem como do Tribunal de Contas da União e dos órgãos do sistema de controle interno do Poder Executivo Federal (Decreto no 2.529/1998, art. 2 o).

Tribunal de Contas da União

36

É assegurado ao Tribunal de Contas da União e ao sistema de controle interno do Poder Executivo da União o acesso, a qualquer tempo, à documentação comprobatória da execução da despesa, aos registros dos programas e a toda documentação pertinente à assistência social custeada com recursos do FNAS (Lei nº 9.604/1998, art. 1o).

DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES

Outras informações sobre o SUS e FNAS podem ser obtidas na internet nos sites:

• http://www.tcu.gov.br

• http://www.saude.gov.br

• http://www.datasus.gov .br

• http://www.conselho.saude.com.br

• http://www.previdenciasocial.gov.br

LEGISLAÇÃO BÁSICA – SUS

• Constituição Federal de 1988;

• Emenda Constitucional nº 29, de 13/09/2000;

• Leis nºs 8.080, de 19/09/1990 e 8.142, de 28/12/1990 – Leis Orgânicas da Saúde;

• Lei nº 9.452, de 20/03/1997 – determina que as Câmaras Municipais sejam obrigatoriamente notificadas da liberação de recursos federais para os respectivos Municípios;

• Lei nº 4.320, de 17/03/1964 - estatui normas gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, Estados, Municípios e Distrito Federal;

• Lei nº 8.443, de 16/07/1992 – Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União;

• Decreto nº 1.232, de 30/08/1994 – dispõe sobre as condições e forma de repasse regular e automático de recursos do Fundo Nacional de Saúde para os fundos de saúde estaduais, municipais e do Distrito Federal;

• Decreto nº 1.651, de 28/09/1995 – regulamenta o Sistema Nacional de Auditoria no âmbito do SUS;

• Norma Operacional Básica nº 01/1996, de 6/11/1996, alterada pela Portaria GM/MS nº 1.822, de 18/12/1997.

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

37

LEGISLAÇÃO BÁSICA - FNAS

• Lei nº 8.742, de 07/12/1993 – dispõe sobre a organização da Assistência Social;

• Lei nº 9.604, de 05/02/1998 – dispõe sobre a prestação de contas de aplicação de recursos a que se refere a Lei nº 8.742/1993;

• Decreto no 1.605, de 25/08/1995 – regulamenta o Fundo Nacional de Assistência Social, instituído pela Lei nº 8.742/1993;

• Decreto no 2.529, de 25/03/1998 – dispõe sobre a transferência de recursos do Fundo Nacional de Assistência Social – FNAS, para os fundos estaduais, do Distrito Federal e municipais, e sua respectiva prestação de contas, na forma estabelecida na Lei nº 9.604/1998.

Tribunal de Contas da União

38

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

39

III - TRANSFERÊNCIAS CONSTITUCIONAIS Transferências constitucionais são parcelas de recursos arrecadados pelo Governo

Federal transferidas a Estados, Distrito Federal e Municípios. Entre as quais destacam-se as seguintes:

• Fundo de Participação dos Estados (FPE);

• Fundo de Participação dos Municípios (FPM);

• Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO);

• Fundo Constitucional do Norte (FNO);

• Fundo Constitucional do Nordeste (FNE);

• Fundo Constitucional de Compensação pela Exportação de Produtos Industrializados (FPEX).

Nesta publicação são abordadas as transferências constitucionais relacionadas aos

Fundos de Participação dos Estados e dos Municípios, previstos no art. 159 da Constituição Federal. Os recursos desses fundos provêm da arrecadação das receitas do imposto de renda (IR) e do imposto sobre produtos industrializados (IPI), nos seguintes percentuais: 21,5% do IR e IPI para o FPE e 22,5% do IR e IPI para o FPM.

O cálculo das quotas referentes aos Fundos de Participação é feito pelo Tribunal de

Contas da União com base no número de habitantes dos Estados, Distrito Federal e Municípios, e nos dados de renda per capita, observando-se os critérios fixados pela legislação vigente.

FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS ESTADOS - FPE

O FPE constitui importante instrumento de redistribuição da renda nacional, ao

transferir parcela dos recursos arrecadados em áreas mais desenvolvidas para áreas menos desenvolvidas do País.

A distribuição do valor total do FPE é feita na proporção de 85% dos recursos para

os Estados das Regiões Norte, Nordeste e Centro -Oeste e 15% para os Estados das Regiões Sul e Sudeste.

Com base na tabela de coeficientes constante do anexo à Lei Complementar nº

62/1989, os percentuais que cabem às diferentes regiões são os seguintes:

Distribuição percentual do FPE

NORTE NORDESTE CENTRO-OESTE SUL SUDESTE

25,37% 52,46% 7,17% 6,52% 8,48%

Tribunal de Contas da União

40

Da receita bruta arrecadada com pagamentos do IR e do IPI, inclusive multas e juros, são retirados os incentivos fiscais (FINOR, FINAM, FUNRES, PIN e PROTERRA) e as restituições líquidas. Do valor resultante (receita líquida), 21,5% constituem o montante do FPE e, de acordo com a Emenda Constitucional nº 14/1996, 15% das quotas financeiras distribuídas a cada Estado participante do FPE constituem recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério - FUNDEF.

A parcela de FPE que cabe a cada Estado é obtida pela multiplicação do total a ser

distribuído pelo coeficiente individual do Estado (anexo à Lei Complementar nº 62/1989). Compete à Secretaria do Tesouro Nacional informar ao Banco do Brasil o valor total do FPE para que efetue o cálculo do valor a ser distribuído por Estado.

FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS - FPM

O valor total do FPM, correspondente a 22,5% da arrecadação da receita líquida do

IR e do IPI, é distribuído entre os Municípios aplicando-se os coeficientes individuais estabelecidos pelo TCU. Os percentuais do FPM destinados aos Municípios de cada Estado foram fixados com base na Lei Complementar nº 62/1989.

A distribuição do FPM aos Municípios é feita da seguinte forma:

• 10% para as capitais;

• 86,4% para os demais Municípios do interior;

• 3,6% para os Municípios do interior que fazem parte da reserva, com mais de 142.633 habitantes (excluídas as capitais).

O montante correspondente ao FPM é obtido pelo mesmo procedimento utilizado no

FPE, diferindo apenas quanto ao percentual, ou seja, da receita líquida, 22,5% constituem o montante do FPM, sobre o qual também são deduzidos os 15% do FUNDEF, quando da distribuição da quota financeira que cabe a cada Município.

Municípios do Interior

Do total dos recursos do FPM, 90% destina-se aos Municípios do interior e são

distribuídos com base nos coeficientes de participação divulgados anualmente pelo TCU, os quais são obtidos a partir dos dados populacionais levantados anualmente pelo IBGE e as faixas de número de habitantes estipuladas pelo Decreto-Lei nº 1.881/1981, conforme tabela a seguir:

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

41

FAIXA DE HABITANTES COEFICIENTE

Até 10.188 0,6

De 10.189 a 13.584 0,8

De 13.585 a 16.980 1,0

De 16.981 a 23.772 1,2 De 23.773 a 30.564 1,4

De 30.565 a 37.356 1,6

De 37.357 a 44.148 1,8

De 44.149 a 50.940 2,0

De 50.941 a 61.128 2,2

De 61.129 a 71.316 2,4 De 71.317 a 81.504 2,6

De 81.505 a 91.692 2,8

De 91.693 a 101.880 3,0

De 101.881 a 115.464 3,2

De 115.465 a 129.048 3,4

De 129.049 a 142.632 3,6 De 142.633 a 156.216 3,8

Acima de 156.216 4,0

Os Municípios participantes da reserva (Municípios com população superior a 142.633 habitantes) também participam da distribuição do interior.

Municípios Capitais

Do valor total do FPM, 10% é destinado aos Municípios Capitais e distribuído

proporcionalmente a um coeficiente que é atribuído a cada capital, de acordo com sua população e com o inverso da renda per capita do Estado a que pertence.

O art. 4º da Lei Complementar nº 91/1997 ratificou os critérios definidos no Código

Tributário Nacional (Lei nº 5.172/1966) e assegurou aos Municípios capitais, a partir do exercício de 1998, no mínimo, o mesmo coeficiente atribuído no exercício de 1997, sendo os ganhos adicionais, em relação aos coeficientes legalmente indicados, sujeitos a redutor financeiro.

Municípios da Reserva

A Reserva foi instituída pelo art. 2º do Decreto-Lei nº 1.881/1981 e corresponde a

4% do valor do FPM destinado aos municípios do interior. Os recursos da Reserva são destinados aos Municípios com população superior a 142.633 habitantes, ou seja, aos Municípios enquadrados nos coeficientes 3,8 e 4,0 da tabela constante do referido Decreto -Lei.

A distribuição dos recursos da Reserva baseia -se em coeficientes calculados a partir

da população de cada Município participante e da renda per capita do respectivo Estado, as quais

Tribunal de Contas da União

42

são informadas pelo IBGE (Lei nº 5.172/1966 - Código Tributário Nacional e Decreto-Lei nº 1.881/1981).

A partir do exercício de 1998, a cada participante foi garantido, no mínimo, o mesmo

coeficiente atribuído no exercício de 1997. Todavia, os ganhos adicionais, em relação aos coeficientes legalmente indicados, estão sujeitos a redutor financeiro (Lei Complementar nº 91/1997, art. 3º, § 2º).

Redutor financeiro

De acordo com o § 2º do art. 1º da Lei Complementar nº 91/1997, ficaram

mantidos, a partir de 1998, os coeficientes do FPM atribuídos em 1997 aos Municípios que apresentaram redução de seus coeficientes, inclusive os da reserva e capitais, aplicando-se, no entanto, um redutor financeiro gradativo sobre o ganho adicional, a contar de 1º de janeiro de 1999, conforme segue:

• 20% no exercício de 1999;

• 40% no exercício de 2000;

• 60% no exercício de 2001;

• 80% no exercício de 2002;

Para o exercício de 2003, com o fim do redutor financeiro, os coeficientes individuais de participação no FPM serão fixados, exclusivamente, de acordo com a faixa de habitantes estabelecida pelo Decreto-Lei nº 1.881/1981.

Criação de novos Municípios

Anteriormente à Lei Complementar nº 62/1989, quando havia desmembramento de

Municípios, o coeficiente do Município matriz era dividido com a nova unidade de maneira proporcional à população cedida. Com a edição da Lei Complementar nº 62/1989, os coeficientes de novos Municípios são fixados conforme a respectiva faixa de habitantes, adotando-se o mesmo critério de todos os demais Municípios.

Os efeitos financeiros decorrentes da atribuição de coeficientes de participação no

FPM a novos Municípios somente repercutem nas unidades municipais do respectivo Estado e a partir da instalação dos novos entes municipais, ou seja, a partir da posse dos prefeitos eleitos.

Para assegurar recursos do FPM aos novos Municípios são reduzidas,

proporcionalmente, as parcelas devidas aos demais Municípios do Estado a que pertencem, não afetando assim, Municípios de outros Estados.

Dessa forma, quando são criados novos Municípios, a quota individual do FPM dos

demais Municípios existentes no Estado diminui, uma vez que os novos Municípios recebem também coeficientes individuais de participação, que são somados aos coeficientes já existentes para a distribuição do FPM, destinado aos Municípios do Estado. Conseqüentemente, como a

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

43

participação estadual na quota global do FPM permanece a mesma e o número de participantes aumenta, a quota individual de todos diminui.

Revisão de dados populacionais

Conforme descrito anteriormente, o TCU efetua o cálculo do coeficiente no FPM de

cada Município, obedecendo critérios previamente estabelecidos na legislação pertinente e com base nos dados populacionais fornecidos pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

Compete ao IBGE publicar no Diário Oficial da União, até o dia 31 de agosto de cada

ano, a relação das populações por Estados e Municípios, que será utilizada pelo TCU para cálculo das quotas referentes aos fundos de participação.

Cumpre, também, ao IBGE informar a renda per capita apurada para efeito de cálculo

dos coeficientes dos Municípios Capitais e daqueles que integram a Reserva. As reclamações quanto aos dados populacionais divulgados devem ser submetidas ao

próprio IBGE no prazo de 20 dias, a contar da mencionada publicação. (Lei nº 8.443/1992, art. 102).

Uma vez solucionadas eventuais divergências nos dados, o IBGE encaminha ao TCU,

até o dia 31 de outubro de cada ano, a relação das populações por Estados e Municípios, indicando, quando for o caso, os Municípios a serem instalados no ano seguinte e os respectivos Municípios de origem, as populações cedidas e as remanescentes, e as alterações de nomes ocorridas no período, que são adotadas como base de cálculo para estabelecer os coeficientes de cada unidade participante dos fundos de participação, os quais terão vigência no ano seguinte .

Assim, para que ocorra a revisão do número de habitantes, com conseqüente

alteração do coeficiente de participação no FPE ou FPM, estabelecido por Decisão Normativa do TCU, é indispensável que o IBGE informe ao Tribunal dados que atualizem o resultado do último censo demográfico.

Alteração do coeficiente municipal

A revisão dos coeficientes dos Fundos de Participação é feita anualmente, a partir da

divulgação dos dados populacionais atualizados pelo IBGE nos termos da Lei Complementar nº 59/1988.

O Município pode mudar de coeficiente, desde que o levantamento anual realizado

pelo IBGE indique alteração no número de seus habitantes. Havendo alteração populacional, o TCU é informado e procede ao cálculo dos novos coeficientes, os quais produzirão efeitos financeiros a partir do ano seguinte.

No caso de criação e instalação de novos Municípios, o TCU, baseado nos dados

populacionais divulgados pelo IBGE, faz a revisão dos coeficientes individuais de participação dos Municípios do Estado a que pertence, de modo a assegurar recursos do FPM ao Município recém-criado (Lei Complementar nº 62/1989, art. 5º).

Tribunal de Contas da União

44

Ocorrendo alteração de coeficientes em muitos Municípios do mesmo Estado, os

efeitos sobre a quota individual de cada um dependem da relação entre a mudança do seu próprio coeficiente e a dos demais. Assim, no caso de criação de novos Municípios, pode haver diminuição no valor das quotas individuais, mesmo que um Município tenha elevado seu coeficiente, dependendo da quantidade dos Municípios recém-criados.

Arrecadação e repasse

Os recursos que constituem os Fundos de Participação são recolhidos na rede

bancária por meio de Documento de Arrecadação da Receita Federal – DARF e centralizados no Banco Central. Os comprovantes de arrecadação são encaminhados ao SERPRO, órgão encarregado de efetuar a classificação da receita e remeter as informações produzidas à Secretaria do Tesouro Nacional - STN, onde ocorre a contabilização dos valores arrecadados.

Efetuadas as deduções legais (restituições e incentivos fiscais – FINOR, FINAM,

FUNRES, PIN e PROTERRA) e aplicado sobre a receita líquida os percentuais do FPE e do FPM, a quantia resultante é comunicada ao Banco do Brasil, para distribuição aos Estados e Municípios, de acordo com coeficientes fixados pelo TCU.

A União repassa os recursos do Fundo de Participação por meio de créditos em

contas individualizadas dos Estados, Distrito Federal e Municípios, nos prazos a seguir indicados (Lei Complementar nº 62/1989, art. 4º):

PERÍODO DE ARRECADAÇÃO

(IR e IPI) DATA DO REPASSE A ESTADOS,

DISTRITO FEDERAL e MUNICÍPIOS

01 a 10 do mês dia 20 do mês

11 a 20 do mês dia 30 do mês

21 ao último dia do mês dia 10 do mês seguinte

COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Compete ao TCU efetuar o cálculo das quotas referente ao FPE e ao FPM, fixar os

coeficientes de participação de cada Estado, Distrito Federal e Município, fiscalizar a entrega dos recursos que devam ser efetivamente creditados aos beneficiários e, também, acompanhar, junto aos órgãos competentes da União, a classificação das receitas que lhes dão origem.

O acompanhamento dos valores arrecadados, das deduções legais e dos créditos

efetuados a cada participante é realizado mensalmente, a partir de informações publicadas no Diário Oficial da União, mediante acompanhamento dos sistemas informatizados utilizados no âmbito da Administração Pública Federal, por meio de análise dos demonstrativos elaborados pela STN e pelo Banco do Brasil, disponibilizados ao Tribunal e, ainda, por meio de outros documentos requisitados aos órgãos federais.

A fiscalização da entrega desses recursos, é feita por meio de realização de

inspeções, levantamentos e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária e patrimonial.

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

45

Os Municípios podem encaminhar ao Tribunal de Contas da União reclamações quando os recursos recebidos não corresponderem aos seus respectivos coeficientes e/ou quando houver atraso no repasse dos valores devidos, excetuando os casos de bloqueio das quotas dos fundos de participação.

Até o último dia útil de cada exercício, o TCU publica no Diário Oficial da União e

comunica ao Banco do Brasil e à Secretaria do Tesouro Nacional os coeficientes individuais de participação dos Estados e Distrito Federal, no FPE, e dos Municípios, no FPM, que prevalecerão para todo o exercício subseqüente.

BLOQUEIO DE RECURSOS DO FUNDO DE PARTICIPAÇÃO As parcelas dos fundos de participação podem ser bloqueadas ante a inadimplência

dos Estados, Distrito Federal ou Municípios junto ao governo federal e suas autarquias. Esse bloqueio encontra respaldo no parágrafo único do art. 160 da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 3/1993, que faculta à União e suas autarquias condicionar o pagamento de seus créditos à entrega de recursos a que têm direito Estados, Distrito Federal e Municípios.

O bloqueio, bem como o desbloqueio, que se dá com a regularização da

inadimplência, são da competência dos órgãos federais, entre os quais destacamos:

• órgãos regionais da Secretaria da Receita Federal, quanto aos débitos relativos ao PASEP;

• Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, quando se tratar de débitos inscritos na dívida ativa da União;

• Instituto Nacional do Seguro Social, com relação aos débitos previdenciários;

• Tribunais de Contas, quando forem verificadas irregularidades ou nos casos de descumprimento de suas determinações.

Para obter a liberação dos recursos retidos, Estados, Distrito Federal e Municípios

devem procurar o órgão responsável pela retenção e efetuar a regularização da eventual situação de mora ou inadimplência com o Governo Federal.

Tribunal de Contas da União

46

FLUXO SIMPLIFICADO DOS RECURSOS DO FPE/FPM

Credita conta única do Tesouro Nacional

Mediante autorização

da STN, debita conta

única credita valor

total do FPE/FPM no Banco do

Brasil

Calcula e publica anualmente os coeficientes de participação no

FPE/FPM

Rede Arrecadadora

Estados e Municípios Banco Central TCU

Receita Federal/STN

Classifica a receita, calcu la os valores totais dos Fundos e autoriza

o BACEN a creditar os valores do FPE/FPM no Banco do Brasil.

Processa os cálculos das

quotas individuais de

cada Estado e Município, segundo

coeficientes dados pelo TCU

Banco do Brasil

Credita as quotas

individuais nas contas

específicas de cada Estado e

Município

ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO PELO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Arrecada Tributos

Aplicam os

recursos

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

47

DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES O Tribunal de Contas da União mantém na internet a homepage Contas Públicas,

que contém, entre outras, informações relativas às transferências constitucionais dispostas no endereço eletrônico http://www.tcu.gov.br.

A Secretaria do Tesouro Nacional divulga, entre outras, as informações sobre as

transferências constitucionais relativas à estimativa para elaboração dos orçamentos do exercício seguinte, a estimativa das quotas decendiais para o mês e o trimestre, o fator de multiplicação realizado em cada decêndio, as datas das transferências e a publicação dos valores transferidos que podem ser encontradas no endereço http://www.fazenda.gov.br.

LEGISLAÇÃO BÁSICA

• Constituição Federal de 1988;

• Emenda Constitucional nº 14, de 12/09/1996;

• Emenda Constitucional nº 17, de 22/11/1997;

• Lei Complementar nº 59, de 22/12/1988 – dá nova redação ao § 3º do art. 91 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional);

• Lei Complementar nº 61, de 26/12/1989 – estabelece normas para a participação dos Estados e do Distrito Federal no produto da arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados, relativamente às exportações;

• Lei Complementar nº 62, de 28/12/1989 – estabelece normas sobre o cálculo, a entrega e o controle das liberações dos recursos dos fundos de participação e dá outras providências;

• Lei Complementar nº 91, de 22/12/1997 - dispõe sobre a fixação dos coeficientes de Participação dos Municípios (revogou os §§ 4º e 5º, art. 91 da Lei nº 5.172/1966);

• Lei nº 5.172, de 25/10/1966 - dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de Direito Tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios - Código Tributário Nacional;

• Lei nº 8.443, de 16/07/1992 – dispõe sobre a Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União e dá outras providências;

• Decreto-Lei nº 1.881, de 27/08/ 1981- altera a Lei nº 5.172, de 25/10/1966, cria a reserva do Fundo de Participação dos Municípios e dá outras providências;

• Instrução Normativa do TCU nº 31, de 24/11/1994 - dispõe sobre os procedimentos atinentes ao cálculo das quotas de participação, ao acompanhamento e à fiscalização da entrega dos recursos a que se refere o parágrafo único do art. 161 da Constituição Federal e legislação correlata.

Tribunal de Contas da União

48

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

49

IV - FUNDEF O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização

do Magistério – FUNDEF é um fundo de natureza contábil, instituído no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal.

O FUNDEF foi previsto pela Emenda Constitucional nº 14, de 12/09/1996, que alterou

o art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, e instituído pela Lei nº 9.424/1996, visando à melhoria da qualidade da educação, à valorização do magistério e à municipalização do ensino fundamental, como decorrência da aplicação de uma política de descentralização e democratização da gestão do ensino público nacional. Sua implantação ocorreu a partir de janeiro de 1998.

COMPOSIÇÃO DO FUNDEF

O FUNDEF é composto dos seguintes recursos (Lei nº 9.424/1996, art. 1º):

• 15% do ICMS (incluindo na base de cálculo desse valor, o montante de recursos financeiros transferidos a título de compensação financeira pela perda de receitas decorrentes da desoneração das exportações de que trata a Lei Complementar nº 87/1996);

• 15% do Fundo de Participação dos Estados - FPE;

• 15% do Fundo de Participação dos Municípios - FPM;

• 15% do IPI – Exportação.

Além desses recursos, o Fundo recebe complementação da União sempre que, no

âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, seu valor por aluno não alcançar o mínimo definido nacionalmente (Lei nº 9.424/1996, art. 6º). Os recursos complementares são transferidos, a cada mês, diretamente às contas únicas e específicas vinculadas ao FUNDEF, instituídas para esse fim.

Os recursos do Fundo devem constar de programação específica nos orçamentos dos

Estados, Distrito Federal e Municípios.

Valor mínimo anual por aluno O valor mínimo nacional por aluno é fixado anualmente por ato do Presidente da

República (publicado no Diário Oficial da União) e não pode ser inferior ao resultado da divisão da previsão da receita total para o Fundo pelo total de matrículas no ensino fundamental no ano anterior (1ª a 8ª séries), acrescida do total estimado de novas matrículas (Lei nº 9.424/1996, art. 6º).

O valor mínimo nacional fixado para 1998 e 1999 foi de R$ 315,00 por aluno. Em

2000, foi estabelecido de forma diferenciada, sendo de R$ 333,00 para os alunos da 1ª a 4ª séries e de R$ 349,65 para os alunos da 5ª a 8ª séries e da educação especial.

Tribunal de Contas da União

50

DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS A distribuição dos recursos do FUNDEF, no âmbito de cada Estado e do Distrito

Federal, é feita entre o governo estadual e os governos municipais (Lei 9.424/1996, art. 2º). O valor destinado ao Fundo em cada unidade da federação é creditado em contas individuais e específicas dos Governos dos Estados, Distrito Federal e Municípios, mediante aplicação de coeficientes de distribuição fixados anualmente (Decreto nº 2.264/1997, art. 2º).

No cálculo dos coeficientes de distribuição dos recursos do Fundo devem ser

considerados: o número de alunos matriculados nas 1ª a 8ª séries do ensino fundamental regular das respectivas redes de ensino, apurado no censo escolar do ano anterior ao da distribuição; a estimativa de novas matrículas, elaborada pelo Ministério da Educação - MEC; a diferenciação do custo por aluno, segundo os níveis de ensino -1ª a 4ª séries e 5ª a 8ª séries - e os tipos de estabelecimentos - ensino especial e escolas rurais (Decreto nº 2.264/1997, art. 2º).

Retificação dos dados do censo educacional

O censo educacional é realizado anualmente pelo MEC e seu resultado é publicado no

Diário Oficial da União até o dia 30 de novembro de cada ano (Decreto nº 2.264/1997, art. 2º). Os Estados, Distrito Federal e Municípios podem apresentar recurso para

retificação dos dados do censo, no prazo de 30 dias da data de sua publicação. O recurso deve ser dirigido ao MEC, que decidirá conclusivamente sobre o assunto (Lei nº 9.424/1996, art. 2º e IN TCU nº 36/2000, art. 4º).

Contestação do cálculo dos coeficientes

A tabela de coeficientes de distribuição dos recursos do Fundo é elaborada pelo MEC

e publicada no Diário Oficial da União até o último dia útil de cada ano (Decreto nº 2.264/1997, art. 2º). Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem apresentar contestação junto ao TCU, no prazo de 30 dias a partir da publicação da tabela, quando houver inconsistência no cálculo dos índices estabelecidos (IN TCU nº 36/2000). A revisão dos coeficientes só é admitida quando determinada pelo TCU (Decreto nº 2.264/1997, art. 2º).

UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS

Os recursos do FUNDEF devem ser aplicados no ensino fundamental público e na

valorização de seu magistério (Lei nº 9.424/1996, art. 2º). É proibida a utilização dos recursos do Fundo como garantia de operações de crédito

internas e externas contraídas pelos governos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. É admitida sua utilização como contrapartida em operações que se destinem, exclusivamente, ao financiamento de projetos e programas do ensino fundamental (Lei nº 9.424/1996, art. 2º).

Os saldos financeiros existentes na conta do FUNDEF, enquanto não utilizados,

podem ser aplicados em fundos de aplicação de curto prazo ou em operações de mercado aberto, lastreadas em títulos da dívida pública, junto à instituição financeira depositária dos recursos

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

51

(Banco do Brasil). Os rendimentos das aplicações financeiras devem ser incorporados ao Fundo para utilização exclusiva na finalidade a que se destina (Lei nº 9.424/1996, art. 3º).

Despesas com remuneração do magistério

Pelo menos 60% dos recursos do FUNDEF, incluindo a complementação da União, se

houver, devem ser destinados à remuneração dos profissionais do magistério, em efetivo exercício de suas atividades no ensino fundamental público (Lei nº 9.424/1996, art. 7º).

Até dezembro de 2001, é permitida a utilização de parte dos recursos da parcela de

60% do FUNDEF na capacitação de professores leigos em atuação no ensino fundamental (Lei nº 9.424/1996, art. 7º).

Despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino

Deduzida a remuneração dos profissionais do magistério (mínimo de 60% do

FUNDEF), o restante dos recursos deve ser utilizado nas despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental.

São consideradas despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino aquelas

realizadas com vistas à consecução dos objetivos básicos das instituições educacionais de todos os níveis, conforme a Lei nº 9.394/1996, art. 70, compreendendo as que se destinam a:

• remuneração e aperfeiçoamento dos demais profissionais da educação;

• aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e equipamentos necessários ao ensino;

• uso e manutenção de bens e serviços vinculados ao ensino;

• levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas visando principalmente ao aprimoramento da qualidade e à expansão do ensino;

• realização de atividades-meio necessárias ao funcionamento dos sistemas de ensino;

• concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas públicas e privadas;

• amortização e custeio de operações de crédito destinadas a atender a despesas com manutenção e desenvolvimento do ensino;

• aquisição de material didático-escolar e manutenção de programas de transporte escolar.

Não são consideradas como despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino,

segundo a Lei nº 9.394/1996, art. 71, as despesas realizadas com:

• pesquisa, quando não vinculada às instituições de ensino, ou, quando efetivada fora dos sistemas de ensino, que não vise, principalmente, ao aprimoramento de sua qualidade ou à sua expansão;

• subvenção a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial, desportivo ou cultural;

Tribunal de Contas da União

52

• formação de quadros especiais para a administração pública, sejam militares ou civis, inclusive diplomáticos;

• programas suplementares de alimentação, assistência médico -odontológica, farmacêutica e psicológica, e outras formas de assistência social;

• obras de infra-estrutura, ainda que realizadas para beneficiar direta ou indiretamente a rede escolar;

• pessoal docente e demais trabalhadores da educação, quando em desvio de função ou em atividade alheia à manutenção e desenvolvimento do ensino.

O FUNDEF e a obrigatoriedade constante do artigo 212 da Constituição Federal

A instituição do FUNDEF e a aplicação de seus recursos não isentam os Estados,

Distrito Federal e Municípios da obrigatoriedade de aplicar parcelas específicas de recursos na manutenção e desenvolvimento do ensino, na forma prevista no artigo 212 da Constituição Federal, conforme detalhamento a seguir (Lei nº 9.424/1996, art. 8º):

• pelo menos 10% do montante de recursos originários do ICMS, FPE, FPM, da parcela do IPI-Exportação e ICMS-Desoneração (Lei Complementar nº 87/1996), de modo que os recursos do FUNDEF, somados a esses recursos, garantam a aplicação do mínimo de 25% desses impostos e transferências, em favor da manutenção e desenvolvimento do ensino;

• pelo menos 25% dos demais impostos e transferências. Desses recursos, 60% devem ser aplicados na manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental.

ACOMPANHAMENTO E CONTROLE SOCIAL DO FUNDEF

Em cada Estado, Município e no Distrito Federal, deve ser constituído um Conselho de

Acompanhamento e Controle Social, com a atribuição de acompanhar e controlar a repartição, transferência e aplicação dos recursos do Fundo, verificar os registros contábeis e demonstrativos gerenciais mensais e atualizados relativos aos recursos repassados ou recebidos à conta do FUNDEF, bem como supervisionar o censo educacional anual (Lei nº 9.424/1996, art. 4º).

O Conselho nos Estados deve ser constituído por, no mínimo, sete membros,

representando respectivamente:

• o Poder Executivo Estadual;

• os Poderes Execu tivos Municipais;

• o Conselho Estadual de Educação;

• os pais de alunos e professores das escolas públicas do ensino fundamental;

• a seccional da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação – UNDIME;

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

53

• a seccional da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE; a Delegacia do MEC no Estado.

Nos Municípios, o conselho deve ser constituído por, no mínimo, quatro membros,

representando respectivamente:

• a Secretaria Municipal de Educação ou órgão equivalente;

• os professores e os diretores das escolas públicas do ensino fundamental;

• os pais dos alunos;

• os servidores das escolas públicas do ensino fundamental.

Se no Município houver um Conselho Municipal de Educação, um de seus membros

também deve integrar o Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEF. Os gestores dos recursos do FUNDEF devem manter os demonstrativos gerenciais

mensais relativos aos recursos repassados ou recebidos à conta do Fundo, permanentemente atualizados e à disposição dos conselhos responsáveis pelo acompanhamento e controle social, bem como dos Tribunais de Contas da União, dos Estados e dos Municípios e dos órgãos federais, estaduais e municipais de controle interno (Lei nº 9.424/1996, art. 5º).

Os conselhos não podem ter estrutura administrativa própria e não é permitido que

seus membros percebam remuneração pela participação no colegiado, seja em reunião ordinária ou extraordinária (Lei nº 9.424/1996, art. 4º).

FISCALIZAÇÃO DO FUNDEF

A fiscalização da aplicação dos recursos do FUNDEF é exercida pelos órgãos do

sistema de ensino, Tribunal de Contas da União – TCU, Tribunal de Contas do Estado – TCE e Tribunal de Contas dos Municípios - TCM.

Atuação do TCU

O TCU atua em diversas fases dos procedimentos do FUNDEF, controlando a

distribuição dos recursos, acompanhando os valores repassados e fiscalizando sua aplicação. O controle compreende o exame e poder de revisão das planilhas de cálculo dos

coeficientes de distribuição dos recursos (Decreto 2.262/1997, arts. 2º e 3º). O acompanhamento dos valores repassados, com a respectiva complementação

federal, é feito mensalmente, quando o Tribunal recebe as informações com esses valores do Ministério da Fazenda, por ocasião da distribuição das parcelas dos recursos do Fundo aos Estados, Distrito Federal e Munic ípios (Decreto 2.262/1997, art. 3º e IN TCU nº 36/2000, art. 1º).

Tribunal de Contas da União

54

A fiscalização da aplicação dos recursos do FUNDEF, é feita pelo TCE ou TCM e concorrentemente pelo TCU, quando há complementação da União, mediante inspeções, auditorias, análise de demonstrativos próprios, relatórios, dados e informações pertinentes.

Ao apreciar processos decorrentes de fiscalização no Estado ou Município gestor do

FUNDEF que tenha recebido complementação da União, o TCU pode aplicar multa se ficar comprovada a ocorrência de irregularidade ou ato de gestão ilegítimo ou antieconômico que tenha resultado prejuízo ao Fundo. O Tribunal também pode determinar a instauração ou conversão do processo em tomada de contas especial, caso se verifique desfalque ou desvio de recursos da finalidade do Fundo (IN TCU nº 36/2000, art. 2º).

Se ficar comprovado que houve irregularidades ou ato de gestão ilegítimo ou

antieconômico com prejuízo ao FUNDEF, o TCU envia cópia da documentação ao Tribunal de Contas do Estado ou do Município para conhecimento e providências de sua alçada, e também aos Ministérios Públicos da União e dos Estados para as medidas que entenderem necessárias quanto ao ajuizamento das ações civis e penais cabíveis (IN TCU nº 36/2000, art. 2º).

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

55

FLUXO DOS RECURSOS DO FUNDEF

FUNDEF dos Estados e Distrito Federal

Composição FUNDEF • 15% de ICMS + desoneração de

exportações • 15% FPE

• 15% FPM • 15% IPI - Exportação

Prefeituras Municipais Governos Estaduais Governo do Distrito Federal

Aplicação exclusiva no ensino fundamental

público e na valorização de seu magistério

Fiscalização pelos órgãos de ensino, TCU, TCE e TCM

Acompanhamento e controle pelo Conselho

Social

Prestação de Contas

Desvios

Tomada de Contas Especial

Ações civil e penal

Complementação da União quando não atingido o mínimo nacional

TCU: Exame e revisão

da p lanilha de cálculo dos

coeficientes de distribuição;

acompanhamento dos repasses

Tribunal de Contas da União

56

INFORMAÇÕES NA INTERNET

Outras informações sobre o FUNDEF poderão ser obtidas na internet nos sites:

• http://www.tcu.gov.br

• http://www.mec.gov.br

• http://www.stn.fazenda.gov.br

• http://www.bb.com.br

• http://www.inep.gov.br

LEGISLAÇÃO BÁSICA

• Constituição Federal de 1988 – arts. 205 a 214 e Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, art. 60, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 12/09/1996;

• Lei nº 9.424, de 24/12/1996 - dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério - FUNDEF;

• Lei nº 9.394, de 20/12/1996 - estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB);

• Decreto nº 2.264, de 27/06/1997 - regulamenta a Lei nº 9.424/1996;

• Decreto nº 2.530, de 26/03/1998 - acresce o §3º ao art. 5º do Decreto nº 2.264/1997;

• Decreto nº 3.326, de 31/12/1999 – fixa o valor mínimo anual por aluno, para 2000;

• Instrução Normativa do TCU nº 36, de 06/09/2000 – dispõe sobre os procedimentos para a fiscalização do cumprimento do disposto no art. 212 da Constituição Federal e art. 60 do ADCT e nas Leis nº 9.394/1996 e 9.424/1996 no âmbito federal.

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

57

V - RECURSOS DO PETRÓLEO E GÁS NATURAL Os recursos do petróleo e gás natural são recursos devidos a Estados, Distrito

Federal e Municípios a título de compensação financeira pelo resultado da exploração de petróleo, xisto betuminoso e gás natural, extraídos de bacia sedimentar terrestre e de plataforma continental. Essa compensação financeira concretiza-se por meio de pagamento na forma de royalties e participação especial ( Lei nº 9.478/1997).

ROYALTIES

Os recursos dos royalties a serem distribuídos correspondem a 10% do total da

produção de petróleo e gás natural de um campo durante o mês pelos seus respectivos preços de referência.

A apuração dos royalties é mensal, a partir do mês em que ocorrer o início da

produção. O recolhimento é feito pela empresa exploradora (concessionária) à Secretaria do

Tesouro Nacional - STN, em moeda nacional, até o último dia útil do mês subseqüente àquele em que ocorreu a produção (Decreto nº 2.705/1998, art. 20).

Pode haver redução do percentual de 10 % até um mínimo de 5 % do volume total

da produção, tendo em vista os riscos geológicos, expectativas de produção e outros fatores. O percentual a ser adotado para o cálculo dos royalties deve constar, obrigatoriamente, do contrato de concessão firmado entre a Agência Nacional do Petróleo – ANP e as empresas exploradoras (Lei nº 9.478/1997 e Decreto nº 2.705/1998).

O preço de referência do petróleo produzido é igual à média ponderada dos seus

preços de venda praticados pelo concessionário, em condições normais de mercado, ou ao seu preço mínimo estabelecido pela ANP.

Rateio dos royalties correspondente aos primeiros 5% da produção

A parcela do valor dos royalties previsto no contrato de concessão correspondente ao

montante mínimo de 5% da produção é distribuída de acordo com os seguintes critérios ( Lei nº 7.990/1989 e Decreto nº 01/1991):

• os valores a serem distribuídos são baseados sobre o valor do óleo bruto e do gás extraído de seus respectivos territórios, onde se fixar a lavra do petróleo ou se localizarem instalações marítimas ou terrestres de embarque ou desembarque de óleo bruto ou de gás natural, obedecidos os seguintes critérios:

- 70% aos Estados produtores;

- 20% aos Municípios produtores;

- 10% aos Municípios onde se localizarem instalações marítimas ou terrestres de embarque ou desembarque de óleo bruto ou gás natural.

Tribunal de Contas da União

58

• também é devida compensação financeira aos Estados, Distrito Federal e Municípios confrontantes, quando o óleo e o gás forem extraídos da plataforma continental em 5% sobre o valor do óleo bruto ou do gás natural, sendo:

- 30% aos Estados e Distrito Federal confrontantes;

- 10% aos Municípios onde se localizarem instalações marítimas ou terrestre s de embarque e desembarque de óleo bruto ou gás natural;

- 30% aos Municípios confrontantes e suas respectivas áreas geoeconômicas;

- 20% ao Comando da Marinha;

- 10% para constituir o Fundo Especial a ser distribuído entre todos os Estados e Municípios na proporção de 20% para os Estados e 80% para os Municípios.

Consideram-se confrontantes os Estados e Municípios contíguos à área marítima

delimitada pelas linhas de projeção dos respectivos limites territoriais até a linha de limite da plataforma continental, onde estiverem situados os poços ou campos produtores.

A área geoeconômica de um Município confrontante é definida a partir de critérios

referentes às atividades de produção de uma dada área de produção petrolífera marítima e a impactos dessas atividades sobre áreas vizinhas.

Rateio dos royalties acima dos 5% da produção

A parcela do valor dos royalties previsto no contrato de concessão, que exceder ao montante mínimo de 5% da produção é distribuída de acordo com os seguintes critérios ( Lei nº 9.478/1997 e Decreto nº 2.705/1998):

• exploração em terra, lagos, rios, ilhas fluviais e lacustres:

- 52,5% aos Estados onde ocorrer a produção;

- 15,0% aos Municípios onde ocorrer a produção;

- 7,5% aos Municípios que sejam afetados pelas operações de embarque e desembarque de petróleo e gás natural, na forma e critério estabelecidos pela ANP;

- 25,0% ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

• exploração no mar (plataforma continental):

- 22,5% aos Estados produtores confrontantes;

- 22,5% aos Municípios produtores confrontantes;

- 15,0% ao Comando da Marinha;

- 7,5% aos Municípios que sejam afetados pelas operações de embarque e desembarque de petróleo e gás natural, na forma e critério estabelecidos pela ANP;

- 7,5% para a constituição do Fundo Especial, a ser distribuído entre todos os Estados, Territórios e Municípios;

- 25,0% ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

59

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL A participação especial constitui compensação financeira extraordinária devida aos

Estados, Distrito Federal e Municípios nos casos de grande volume de produção ou de grande rentabilidade (Decreto nº 2.705/1998).

A receita líquida da produção corresponde à receita bruta da produção deduzidos os

royalties, os investimentos na exploração, os custos operacionais, a depreciação e os tributos previstos na legislação em vigor.

O valor da participação especial é obtido aplicando-se alíquotas progressivas sobre a

receita líquida da produção trimestral de cada campo, de acordo com a localização da exploração (lavra), o número de anos de produção, e o respectivo volume de produção trimestral fiscalizada (Decreto nº 2.705/1998).

O valor da participação especial é apurado trimestralmente pela empresa exploradora

(concessionária), e recolhido à STN até o último dia útil do mês subseqüente a cada trimestre. Esses recursos são distribuídos pela STN, com base nos cálculos dos valores devidos a cada beneficiário, fornecidos pela ANP, e creditados em contas específicas no Banco do Brasil.

Rateio dos valores correspondentes à Participação Especial

Os recursos correspondentes à participação especial são distribuídos na seguinte proporção ( Lei nº 9.478/1997, art. 50):

• 40,0% ao Ministério de Minas e Energia;

• 10,0% ao Ministério do Meio Ambiente;

• 40,0% ao Estado onde ocorre a produção em terra, ou confrontante com a plataforma continental onde se realizar a produção;

• 10,0% ao Município onde ocorrer a produção em terra, ou confrontante com a plataforma continental onde se realizar a produção.

DESTINAÇÃO DOS RECURSOS

Até a promulgação da Lei nº 9.478/1997, os recursos do petróleo estavam

disciplinados pela Lei nº 7.525/1986, que determinava sua destinação, exclusivamente, para despesas com energia, pavimentação de rodovias, abastecimento e tratamento de água, irrigação, proteção ao meio ambiente e em saneamento básico.

Atualmente, com o advento da Lei nº 9.478/1997, não existe restrição para a

utilização dos recursos do petróleo, exceto quanto à proibição de pagamento de dívidas e de pagamento do quadro permanente de pessoal ( Lei nº 7.990/1989, art. 8º, com a redação dada pelo art. 3º da Lei nº 8.001/1990).

Tribunal de Contas da União

60

São vedadas as transferências, ainda que temporárias, da conta que movimenta os recursos do petróleo para outras contas.

Os Estados e Municípios devem manter registro contábil auxiliar para o controle das

receitas e despesas relativas aos recursos recebidos do petróleo, por meio de livros, fichas ou processamento eletrônico de dados.

Os documentos e comprovantes relativos aos pagamentos das despesas realizadas

com recursos do petróleo devem ser identificados com carimbo próprio e guardados pelo prazo mínimo de cinco anos, contados a partir da data da aplicação dos recursos.

A Medida Provisória nº 1.985-33, de 26/10/2000, autorizou a União, até 31/12/2000,

a adquirir dos Estados e do Distrito Federal créditos relativos à participação governamental obrigatória nas modalidades de royalties, participações especiais e compensações financeiras, relativos à exploração de petróleo e gás natural.

FISCALIZAÇÃO

Compete ao Tribunal de Contas da União fiscalizar a aplicação dos recursos

provenientes da compensação financeira pela exploração do petróleo, do xisto betuminoso e do gás natural.

A fiscalização é feita por meio de inspeções e auditorias, dispensando-se a

apresentação de contas ao Tribunal. As inspeções e auditorias podem ser realizadas com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou dos Municípios, conforme estabelecido em Acordos de Cooperação (IN-TCU nº 12/1996 art. 28).

O Tribunal de Contas da União pode aplicar sanções aos administradores ou

responsáveis, na forma prevista na Lei nº 8.443/1992 e no seu Regimento Interno, nos casos de irregularidades na aplicação dos recursos provenientes da compensação financeira resultante da exploração do petróleo e gás natural.

FLUXO DOS RECURSOS DO PETRÓLEO

Concessionários apuram e

repassam recursos à STN

STN credita nas contas dos beneficiários no

Banco do Brasil

Banco do Brasil disponibiliza os recursos aos beneficiários

ANP calcula os valores devidos aos beneficiários

STN notifica as Câmaras Municipais da liberação de recursos

Estados e Municípios aplicam

os recursos

TCU fiscaliza a aplicação dos

recursos

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

61

INFORMAÇÕES NA INTERNET

Outras informações úteis podem ser obtidas na internet nos sites:

• http://www.tcu.gov.br

• http://www.anp.gov.br

• http://www.petrobras.gov.br

• http://www.senado.gov.br

• http://www.stn.gov.br

LEGISLAÇÃO BÁSICA

• Constituição Federal de 1988 – art. 20, § 1º;

• Lei nº 7.525, de 27/07/1986 – estabelece normas complementares ao art. 27 da Lei nº 2.004/1953;

• Lei nº 7.990, de 28/12/1989 – institui, para os Estados, Distrito Federal e Municípios, compensação financeira pelo resultado da exploração de petróleo ou gás natural;

• Lei nº 8.001, 13/03/1990 – define os percentuais da distribuição da compensação financeira de que trata a Lei nº 7.990/1989;

• Lei nº 8.443, 16/07/1992 – dispõe sobre a Lei Orgânica do TCU e dá outras providências – art. 198, III;

• Lei nº 9.478, de 06/08/1997 – dispõe sobre a política energética nacional;

• Decreto nº 01, de 11/09/1991 – regulamenta o pagamento da compensação financeira instituída pela Lei nº 7.990/1990;

• Decreto nº 2.705, 3/08/1998 – define critérios para cálculo e cobrança das participações governamentais de que trata a Lei nº 9.478/1997;

• Instrução Normativa -TCU nº 9 – 16/02/1995 - dispõe sobre inspeções, auditorias e acompanhamentos;

• Instrução Normativa -TCU nº 12 – 12/04/1996 - estabelece normas de organização e apresentação de Tomadas e Prestações de Contas e rol de responsáveis, e dá outras providências;

• Regimento Interno do Tribunal de Contas da União;

• Medida Provisória nº 1.985-34, de 23/11/2000 - autoriza a União, até 31/12/2000, a adquirir dos Estados e do Distrito Federal créditos relativos à participação governamental.

Tribunal de Contas da União

62

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

63

VI - INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES Esta parte final apresenta assuntos que são comuns a mais de um tópico

apresentados neste documento, tais como a notificação do recebimento dos recursos, conseqüências da tomada de contas especial julgada irregular, multas e medidas cautelares a que estão sujeitos os responsáveis pela aplicação dos recursos públicos federais.

NOTIFICAÇÃO DOS RECURSOS FEDERAIS

Após receber recursos transferidos, a qualquer título, a Prefeitura do Município

beneficiário deve comunicar o recebimento aos partidos políticos, sindicatos de trabalhadores e entidades empresariais, com sede no Município, no prazo de dois dias úteis, contado da data de recebimento dos recursos, cabendo às Câmaras Municipais representar ao Tribunal de Contas da União, no caso de descumprimento (Lei nº 9.452/1997).

PRESTAÇÃO DE CONTAS DA GESTÃO ANTERIOR

Compete ao Prefeito sucessor apresentar as contas referentes aos recursos federais

recebidos por seu antecessor, quando este não o tiver feito ou, na impossibilidade de fazê-lo, adotar as medidas legais visando ao resguardo do patrimônio público com a instauração da competente tomada de contas especial, sob pena de co -responsabilidade na omissão do dever de prestar contas ou outra irregularidade (Súmula TCU nº 230).

SUSPENSÃO DA INADIMPLÊNCIA

O art. 5º § 1º, Incisos I e II da IN-STN nº 1/1997 define as situações em que o

convenente é considerado em inadimplência. Neste caso, a entidade, se tiver outro administrador que não o faltoso, após a instauração da tomada de contas especial e remessa do processo ao TCU, será liberada para receber novos recursos federais, mediante suspensão da inadimplência, pela unidade de controle interno a que tiver jurisdicionado o concedente.

TOMADA DE CONTAS ESPECIAL

A tomada de contas especial é medida de exceção, e constitui processo devidamente

formalizado com objetivo de apurar a responsabilidade daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao Erário.

Sob pena de responsabilidade solidária, a autoridade administrativa competente deve

adotar providências com vistas à apuração dos fatos, identificação dos responsáveis, quantificação do dano e ao imediato ressarcimento ao Erário.

A tomada de contas especial é instaurada nas seguintes hipóteses:

• diante da omissão no dever de prestar contas (IN-TCU nº 13/1996, art. 2º);

• em razão da não comprovação da aplicação dos recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres (IN-TCU nº 13/1996, art. 2º);

Tribunal de Contas da União

64

• diante da ocorrência de desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos (IN-TCU nº 13/1996, art. 2º);

• diante da prática de ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico de que resulte dano aos cofres públicos (IN-TCU nº 13/1996, art. 2º);

• por determinação do TCU, se entender que o fato motivador possui relevância suficiente para ensejar a apreciação pelo Plenário ou suas Câmaras (IN-TCU nº 13/1996, art. 9º);

• na hipótese de não aprovação das contas em decorrência de não execução total do objeto, de atingimento parcial dos objetivos, de desvio de finalidade, de impugnação de despesas, de não cumprimento dos recursos da contrapartida e/ou de não aplicação dos rendimentos decorrentes de aplicações financeiras no objeto do convênio (IN STN nº 01/1997, art. 38).

CONSEQÜÊNCIAS DO JUL GAMENTO PELA IRREGULARIDADE EM TOMADA DE CONTAS

ESPECIAL

Os responsáveis pela aplicação de recursos transferidos pela União, que tiverem suas contas julgadas irregulares pelo Tribunal de Contas da União - TCU, entre outras sanções:

• serão condenados, havendo débito, ao pagamento da dívida atualizada monetariamente, acrescida dos juros de mora devidos, podendo estar sujeito ainda ao pagamento de multa de até 100% do valor atualizado do dano causado ao Erário (Lei nº 8.443/1992, art. 19, Regimento Interno do TCU, art. 160 c/c 219);

• terão o nome incluído no cadastro de contas julgadas irregulares (CADIRREG), mantida pelo TCU, e no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal - CADIN (Resolução TCU nº 113/1998, Decisão TCU nº 094/2000-Plenário);

• será autorizada a cobrança judicial do débito, caso não comprovado o recolhimento da dívida (Lei nº 8.443/1992, art. 28);

• não havendo débito, mas tendo incorrido na omissão no dever de prestar contas, ou praticado ato de gestão ilegal, ilegítimo, antieconômico, infração às normas, ou causado desfalque ou desvio de dinheiro, bens ou valores públicos, estarão sujeitos ao pagamento de multa (Regimento Interno do TCU, art. 160 c/c 220, I, e Portaria TCU nº 216/1994);

• terão os seus nomes enviados à Justiça Eleitoral e ao Ministério Público Eleitoral, após o trânsito em julgado da decisão, e poderão ficar impossibilitados de candidatar-se a cargos eletivos por cinco anos (Lei Complementar nº 64/1990, art. 1º, I, g, e art. 3º c/c o art. 91 da Lei no 8.443/92, e Resolução TCU nº 113/1998);

• poderão ficar inabilitado para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança no âmbito da Administração Pública Federal, por um período de cinco a oito anos (Lei 8.443/1992, art. 60, e Regimento Interno do TCU, art. 222);

• ficarão sujeitos a ações civis e penais, nos casos de dano ao Erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico, e de desfa lque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos,

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

65

pois que o TCU remeterá cópia da documentação ao Ministério Público da União (Lei no 8.443/1992, art. 16).

AFASTAMENTO

No início ou no curso de apuração de irregularidades, o Tribunal, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pode determinar, cautelarmente, o afastamento temporário do responsável, se existirem indícios suficientes de que, prosseguindo no exercício de suas funções, possa retardar ou dificultar a realização de auditoria ou inspeção, causar novos danos ao Erário ou inviabilizar o seu ressarcimento (RI TCU art. 224).

OUTRAS SANÇÕES

O gestor público também está sujeito a medidas previstas em outras legislações,

como a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000) e Lei dos Atos de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/1992), além das sanções aplicáveis pelo TCU .

DECISÕES DO TCU

O Tribunal de Contas da União, no uso de sua competência institucional, tem

firmado, em várias decisões, entendimentos sobre os mais diversos aspectos que envolvem as transferências de recursos federais, entre os quais, para os objetivos desta publicação, merecem destaque:

• a documentação encaminhada diretamente ao TCU, referente aos recursos recebidos por intermédio de convênio, embora constituída de elementos de uma prestação de contas, não é suficiente para ajuizamento da sua regularidade quando não apreciada pelo ordenador de despesa e pelo órgão de controle interno, por não se poderem suprimir instâncias de controle, sem o prejuízo de anularem-se atribuições e competências;

• é inadmissível o desvio de finalidade na aplicação de recursos provenientes de convênios, constituindo prática de infringência a cláusulas pactuadas e gerando obrigação de ressarcimento ao órgão repassador, ainda que os recursos tenham sido aplicados em benefício da prefeitura, ensejando o julgamento pela irregularidade das contas, com a aplicação da multa prevista na Lei Orgânica do TCU, Lei nº 8.443/1992;

• a inobservância, pelos Estados e Municípios, do preceito constitucional contido no art. 212, impede a celebração de convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres com órgãos e entidades da Administração Pública Federal;

• o recolhimento dos valores consolidados na dívida pessoal de prefeito, efetuado pelos cofres da prefeitura municipal, não desobriga o responsável do débito que lhe foi imputado;

• é vedada a realização de despesas a título de taxa de administração em convênios ou instrumentos similares, por configurar desvio de finalidade na aplicação de recursos federais repassados com finalidade específica.

Tribunal de Contas da União

66

INFORMAÇÕES NA INTERNET • http://www.anp.gov.br • http://www.bb.com.br • http://conselho.saude.com.br • http://www.datasus.gov.br

• http://www.fazenda.gov.br • http://www.fnde.gov.br

• http://www.inep.gov.br • http://www.mec.gov.br

• http://www.petrobras.gov.br • http://www.previdenciasocial.gov.br

• http://www.saude.gov.br • http://www.senado.gov.br • http://www.sfc.fazenda.gov.br • http://www.stn.fazenda.gov.br

• http://www.tcu.gov.br

LEGISLAÇÃO BÁSICA

• Constituição Federal de 1988; • Emenda Constitucional nº 14, de 12/09/1996; • Emenda Constitucional nº 17, de 22/11/1997; • Emenda Constitucional nº 29, de 13/09/2000; • Lei Complementar nº 101, de 04/05/2000 – estabelece normas de finanças públicas voltadas

para a responsabilidade na gestão fiscal; • Lei Complementar nº 59, de 22/12/1988 – dá nova redação ao § 3º do art. 91 da Lei nº 5.172,

de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional); • Lei Complementar nº 61, de 26/12/1989 – estabelece normas para a participação dos Estados

e do Distrito Federal no produto da arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados, relativamente às exportações;

• Lei Complementar nº 62, de 28/12/1989 – estabelece normas sobre o cálculo, a entrega e o controle das liberações dos recursos dos fundos de participação e dá outras providências;

• Lei Complementar nº 91, de 22/12/1997 - dispõe sobre a fixação dos coeficientes de Participação dos Municípios (revogou os §§ 4º e 5º, art. 91 da Lei nº 5.172/1966);

• Lei nº 4.320, de 17/03/1964 - estatui normas gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, Estados, Municípios e Distrito Federal;

• Lei nº 5.172, de 25/10/1966 - dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de Direito Tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios - Código Tributário Nacional;

• Lei nº 7.525, de 27/07/1986 – estabelece normas complementares ao art. 27 da Lei nº 2.004/1953;

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

67

• Lei nº 7.990, de 28/12/1989 – institui, para os Estados, Distrito Federal e Municípios, compensação financeira pelo resultado da exploração de petróleo ou gás natural;

• Lei nº 8.001, 13/03/1990 – define os percentuais da distribuição da compensação financeira de que trata a Lei nº 7.990/1989;

• Lei nº 8.443, de 16/07/1992 – Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União; • Lei nº 8.666, de 21/06/1993 – regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal,

institui normas para licitações e contratos da Administração Pública; • Lei nº 8.742, de 07/12/1993 – dispõe sobre a organização da Assistência Social; • Lei nº 9.394, de 20/12/1996 - estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB); • Lei nº 9.424, de 24/12/1996 - dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do

Ensino Fundamental e Valorização do Magistério - FUNDEF; • Lei nº 9.452, de 20/03/1997 – determina que as Câmaras Municipais sejam obrigatoriamente

notificadas da liberação de recursos federais para os respectivos Municípios; • Lei nº 9.478, de 06/08/1997 – dispõe sobre a política energética nacional; • Lei nº 9.604, de 05/02/1998 – dispõe sobre a prestação de contas de aplicação de recursos a

que se refere a Lei nº 8.742/1993; • Lei nº 9.995, de 25/07/2000 – dispõe sobre as diretrizes para a elaboração da lei orçamentária

de 2001; • Leis nºs 8.080, de 19/09/1990 e 8.142, de 28/12/1990 – Leis Orgânicas da Saúde; • Decreto-Lei nº 1.881, de 27/08/ 1981- altera a Lei nº 5.172, de 25/10/1966, cria a reserva do

Fundo de Participação dos Municípios e dá outras providências;

• Medida Provisória nº 1.979-24, de 26/10/2000 – dispõe sobre o repasse de recursos financeiros do Programa Nacional de Alimentação Escolar, institui o Programa Dinheiro Direto na Escola, e dá outras providências;

• Medida Provisória nº 1.985-34, de 23/11/2000 - autoriza a União, até 31/12/2000, a adquirir dos Estados e do Distrito Federal créditos relativos à participação governamental;

• Decreto nº 1.232, de 30/08/1994 – dispõe sobre as condições e forma de repasse regular e automático de recursos do Fundo Nacional de Saúde para os fundos de saúde estaduais, municipais e do Distrito Federal;

• Decreto nº 1.651, de 28/09/1995 – regulamenta o Sistema Nacional de Auditoria no âmbito do SUS;

• Decreto nº 93.872, de 23/12/1996 – dispõe sobre a unificação dos recursos de caixa do Tesouro Nacional, atualiza e consolida a legislação pertinente;

• Decreto nº 01, de 11/09/1991 – regulamenta o pagamento da compensação financeira instituída pela Lei nº 7.990/1990;

• Decreto nº 1.605, de 25/08/1995 – regulamenta o Fundo Nacional de Assistência Social, instituído pela Lei nº 8.742/1993;

• Decreto nº 1.819, de 16/02/1996 – disciplina as transferências de recursos da União por intermédio de instituições e agências financeiras oficiais federais;

• Decreto nº 2.264, de 27/06/1997 - regulamenta a Lei nº 9.424/1996; • Decreto nº 2.529, de 25/03/1998 – dispõe sobre a transferência de recursos do Fundo Nacional

de Assistência Social – FNAS, para os fundos estaduais, do Distrito Federal e municipais, e sua respectiva prestação de contas, na forma estabelecida na Lei nº 9.604/1998;

• Decreto nº 2.530, de 26/03/1998 - acresce o §3º ao art. 5º do Decreto nº 2.264/1997;

Tribunal de Contas da União

68

• Decreto nº 2.705, 3/08/1998 – define critérios para cálculo e cobrança das participações governamentais de que trata a Lei nº 9.478/1997;

• Decreto nº 3.326, de 31/12/1999 – fixa o valor mínimo anual por aluno, para 2000; • Regimento Interno do Tribunal de Contas da União; • Instrução Normativa TCU nº 31, de 24/11/1994 - dispõe sobre os procedimentos atinentes ao

cálculo das quotas de participação, ao acompanhamento e à fis calização da entrega dos recursos a que se refere o parágrafo único do art. 161 da Constituição Federal e legislação correlata;

• Instrução Normativa TCU nº 36, de 06/09/2000 – dispõe sobre os procedimentos para a fiscalização do cumprimento do disposto no art. 212 da Constituição Federal e art. 60 do ADCT e nas Leis nº 9.394/1996 e 9.424/1996 no âmbito federal;

• Instrução Normativa TCU nº 12 – 12/04/1996 - estabelece normas de organização e apresentação de Tomadas e Prestações de Contas e rol de responsáveis , e dá outras providências;

• Instrução Normativa TCU nº 9 – 16/02/1995 - dispõe sobre inspeções, auditorias e acompanhamentos;

• Instrução Normativa STN nº 01, de 15/01/1997 – disciplina a celebração de convênios de natureza financeira que tenham por objeto a execução de projetos ou realização de eventos;

• Instrução Normativa STN nº 03, de 19/04/1993 – disciplina a celebração de convênios, acordos, ajustes ou instrumentos similares, que envolvam a transferência de recursos financeiros destinados à execução descentralizada de programas federais de atendimento direto ao público, nas áreas de assistência social, médica e educacional;

• Norma Operacional Básica nº 01/1996, de 6/11/1996, alterada pela Portaria GM/MS nº 1.822, de 18/12/1997;

• Resolução FNDE nº 024, de 05/10/2000 – altera a resolução/CD/FNDE nº 08, de 08/03/2000;

• Resolução FNDE nº 08, de 08/03/2000 – estabelece critérios e formas de transferência de recursos financeiros relativos ao Programa Dinheiro Direto na Escola;

• Resolução FNDE nº 15, de 25/08/2000 – estabelece critérios e formas de transferência de recursos financeiros relativos ao Programa Nacional de Alimentação Escolar.

Informações adicionais poderão ser obtidas nas Secretarias de Controle Externo do Tribunal

de Contas da União listadas a seguir:

Brasília: Telefone: (0XX) (61) 316-7202/316-7203 Fax: (0XX) (61) 316-7502 E-mail: [email protected] Endereço: Tribunal de Contas da União – TCU Secretaria da Presidência Setor de Administração Federal Sul/Lote 01 Edifício Sede – Sala 249 CEP: 70042-900 Brasília – DF Internet: http://www.tcu.gov.br/ http://www.contaspublicas.gov.br/

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

69

Acre: Telefone: PABX (0XX) (68) /224-1053/224-1071 Fax: (0XX) (68) 224-1052 ramal 210 E-mail: [email protected] Endereço: Tribunal de Contas da União – TCU Secretaria de Controle Externo no Estado do Acre Rua Marechal Deodoro 105 Ed. Rio Shopping – Salas 301 a 315 – Centro CEP: 69900-210 Rio Branco-AC Alagoas: Telefone: PABX (0XX) (82) 221-5686 – Ramal 204 Telefax: (0XX) (82) 336-4799 E-mail: [email protected] Endereço: Tribunal de Contas da União – TCU Secretaria de Controle Externo no Estado de Alagoas Avenida Assis Chateaubriand, nº4.118 Ed. Ministro Freitas Cavalcante – Trapiche da Barra CEP: 57010-070 – Maceió-AL Amapá: Telefone: PABX (0XX) (96) 223-7730/7731/7733 Fax: (0XX) (96) 223-0370 E-mail: [email protected] Endereço: Tribunal de Contas da União – TCU Secretaria de Controle Externo no Estado do Amapá Rua Cândido Mendes 501 – Centro CEP: 68906-260 – Macapá-AP Amazonas: Telefone: (0XX) (92) 622-8169/622-7578 Telefax: (0XX)(92) 622-1576 E-mail: [email protected] Endereço: Tribunal de Contas da União – TCU Secretaria de Controle Externo no Estado do Amazonas Avenida Joaquim Nabuco, 1193 – Centro CEP: 69020-030 – Manaus-AM Bahia: Telefone: (0XX)(71) 341-9965/341-1966 Fax: (0XX)(71) 341-1955 E-mail: [email protected] Endereço: Tribunal de Contas da União – TCU Secretaria de Controle Externo no Estado da Bahia Avenida Tancredo Neves, nº 2242 STIEP CEP: 41820-020 – Salvador-BA Ceará: Telefone: PABX (0XX)(85) 226-2655 Fax: (0XX)(85) 221-1461 E-mail: [email protected] Endereço: Tribunal de Contas da União – TCU Secretaria de Controle Externo no Estado do Ceará Rua Major Facundo, 869 – Centro CEP: 60025-100 – Fortaleza- Ceará Espírito Santo: Telefone: (0XX)(27) 325-9498 Fax: (0XX)(27) 324-3966 E-mail: [email protected]

Tribunal de Contas da União

70

Endereço: Tribunal de Contas da União – TCU Secretaria de Controle Externo no Estado do Espírito Santo Rua Luiz Gonzalez Alvarado, s/nº CEP: 29050-380 – Enseada do Suá – Vitória-ES Goiás: Telefone: (0XX)(62) 255-3995 Fax: (0XX)(62) 255-3922 E-mail: [email protected] Endereço: Tribunal de Contas da União – TCU Secretaria de Controle Externo no Estado de Goiás Av. Couto Magalhães Quadra S30 Lote 03 Setor Bela Vista CEP: 74823-410 – Goiânia-GO Maranhão: Telefone: (0XX)(98) 232-9500/PABX (0XX)(98) 2329970 Fax: Ramal 217 E-mail: [email protected] Endereço: Tribunal de Contas da União – TCU Secretaria de Controle Externo no Estado do Maranhão Av. Senador Vitorino Freire, nº 48 Areinha – Trecho Itaqui/Bacanga CEP: 65010-650 – São Luís-MA Mato Grosso: Telefone: PABX (0XX)(65) 644-3164 Telefax: (0XX)(65) 644-2772 E-mail: [email protected] Endereço: Tribunal de Contas da União – TCU Secretaria de Controle Externo no Estado de Mato Grosso Rua 2 – esquina com Rua C – Setor A Quadra 4 – Lote 4 – Centro Político Administrativo (CPA) CEP: 78050-970 – Cuiabá-MT Mato Grosso do Sul: Telefone: (0XX)(67) 782-7552/782-3716/783-2968 Fax: (0XX)(67) 721-3489 E-mail: [email protected] Endereço: Tribunal de Contas da União – TCU Secretaria de Controle Externo no Estado de Mato Grosso do Sul Rua Paraíba, 930, Bairro Jd. Estados CEP: 79020-050 – Campo Grande-MS Minas Gerais: Telefone: PABX (0XX) (31) 3374-4487/3374-7277/3374-7239 Fax: (0XX) (31) 3374-6893 E-mail: [email protected] Endereço: Tribunal de Contas da União – TCU Secretaria de Controle Externo no Estado de Minas Gerais Rua Campina Verde, nº 593 – Bairro Salgado Filho CEP: 30550-340 – Belo Horizonte-MG Pará: Telefone: (0XX) (91) 242-7269/222-1826/242-7033 Fax: (0XX) (91) 241-8189 E-mail: [email protected] Endereço: Tribunal de Contas da União – TCU Secretaria de Controle Externo no Estado do Pará Rua Gaspar Viana, nº 125

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

71

CEP: 66010-060 – Belém-PA Paraíba: Telefone: PABX (0XX) (83) 221-1552/221-4114 Fax: (0XX) (83) 221-4659 E-mail: [email protected] Endereço: Tribunal de Contas da União – TCU Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba Praça Barão do Rio Branco, 33 – Centro CEP: 58010-760 – João Pessoa – PB Paraná: Telefone: (0XX) (41) 362-8282 Fax: (0XX) (41) 362-8645 E-mail: [email protected] Endereço: Tribunal de Contas da União – TCU Secretaria de Controle Ext erno no Estado do Paraná Rua Dr. Faivre nº 105 – Centro CEP: 80060-140 – Curitiba-PR Pernambuco: Telefone: DDR (0XX) (81) 3424-8109/3423-4873 Fax: (0XX) (81) 3423-4519 E-mail: [email protected] Endereço: Tribunal de Contas da União – TCU Secretaria de Controle Externo no Estado de Pernambuco Rua Major Codeceira, nº 121 CEP.: 50100-070 – Recife-PE Piauí: Telefone: (0XX) (86) 218-2990/218-1800/218-2399 Fax: (0XX) (86) 218-1918 E-mail: [email protected] Endereço: Tribunal de Contas da União – TCU Secretaria de Controle Externo no Estado do Piauí Avenida Pedro Freitas, 1.904 Centro Administrativo CEP: 64018-000 – Teresina-PI Rio de Janeiro: Telefone: (0XX) (21) 3805-4200/3805-4201 Telefax: (0XX) (21) 240-1296 E-mail: [email protected] Endereço: Tribunal de Contas da União – TCU Secretaria de Controle Externo no Estado do Rio de Janeiro Av. Presidente Antonio Carlos, nº 375 Ed. do Ministério da Fazenda 12º andar – sala 1204 – Bairro Centro CEP: 20030-010 – Rio de Janeiro-RJ Rio Grande do Norte: Telefone: PABX (0XX) (84) 211-2743/211-8754 Telefax: (0XX) (84) 201-6223 E-mail: [email protected] Endereço: Tribunal de Contas da União – TCU Secretaria de Controle Externo no Estado do Rio Grande do Norte Avenida Rui Barbosa, 909, Morro Branco CEP: 59075-300 – Natal-RN

Tribunal de Contas da União

72

Rio Grande do Sul: Telefone: (0XX) (51) 228-6231 Fax: PABX (0XX) (51) 228-0788 Ramal: 218 E-mail: [email protected] Endereço: Tribunal de Contas da União – TCU Secretaria de Controle Externo no Estado do Rio Grande do Sul Rua Caldas Júnior, nº 120 – 20º andar Ed. BANRISUL – Centro CEP: 90018-900 – Porto Alegre – RS Rondônia: Telefone: (0XX)(69) 224-5703/224-5712/224-5713 Fax: (0XX) (69)224-5712 E-mail: [email protected] Endereço: Tribunal de Contas da União – TCU Secretaria de Controle Externo no Estado de Rondônia Rua José Ribeiro Filho, 1.553 – Jardim América CEP: 78904-190 – Porto Velho – RO Roraima: Telefone: PABX (0XX) (95) 623-9411/623-9412 Telefax: (0XX) (95) 623-9414 E-mail: [email protected] Endereço: Tribunal de Contas da União – TCU Secretaria de Controle Externo no Estado de Roraima Avenida Ville Roy, 766-E Bairro São Pedro CEP: 69306-000 – Boa Vista – RR Santa Catarina: Telefone: (0XX) (48) 222- 4094/223-6301 Fax: (0XX) (48) 224-8954 E-mail: [email protected] Endereço: Tribunal de Contas da União – TCU Secretaria de Controle Externo no Estado de Santa Catarina Rua São Francisco, 234 – Centro CEP: 88015-140 – Florianópolis –SC São Paulo: Telefone: (0XX) (11) 228-2329/228-2350 Fax: (0XX) (11) 3277-0388 E-mail: [email protected] Endereço: Tribunal de Contas da União – TCU Secretaria de Controle Externo no Estado de São Paulo Avenida Prestes Maia, nº 733- 21º andar Ala Prestes Maia – Ed. do Ministério da Fazenda – Bairro Luz – Centro CEP: 01031-001 – São Paulo – SP Sergipe: Telefone: (0XX) (79) 259-2780 Fax: (0XX) (79) 259-3079 E-mail: [email protected] Endereço: Tribunal de Contas da União – TCU Secretaria de Controle Externo no Estado de Sergipe Av. Dr. Carlos Rodrigues da Cruz, 1.340 Centro Administrativo Augusto Franco – CENAF CEP: 49080-103 – Aracaju-SE

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

73

Tocantins: Telefone: (0XX) (63) 225-1610 Fax: (0XX) (63) 225-1362 E-mail: [email protected] Endereço: Tribunal de Contas da União – TCU Secretaria de Controle Externo no Estado de Tocantins Av. Juscelino Kubitschek ACSV-NE 14 Lote 14 – Centro CEP: 77166-480 – Palmas – T O

Tribunal de Contas da União

74

Tribunal de Contas da União

Telefone: (OXX) (61) 316-7094/316-7327 Fax: (OXX) (61) 316-7535

E-mail: [email protected] Endereço: Tribunal de Contas da União -TCU

Secretaria-Geral de Controle Externo Setor de Administração Federal Sul, Quadra 4, Lote 01

Anexo I - Sala 422 CEP: 70042-900 Brasília - DF

Secretária-Geral de Controle Externo Rosângela Paniago Curado Fleury

Coordenador de Fiscalização e Controle José Moacir Cardoso da Costa

Coordenador de Planejamento e Gestão

Mauro Giacobbo

Secretária da 4ª Secretaria de Controle Externo Marília Zinn Salvucci

Secretário da 11ª Secretaria de Controle Externo

Raimundo Nonato Gomes

Equipe técnica Dagomar Henriques Lima

Milson do Carmo Nascimento Mônica de Lima Macedo

Onesild José da Silva Sólon Lopes Pereira

Zucca Maria Mendonça

Transferências de Recursos e a Lei de Responsabilidade Fiscal

SECRETARIAS DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Secretaria da Presidência Maria Inês Soares Bueno de Arruda Assessoria de Cerimonial e de Relações Institucionais Erivan Carlos de Carvalho Assessoria de Imprensa Francisco Raul Félix de Sousa Ramos Assessoria de Relações Internacionais Ana Beatriz Pascal Kraft Assessoria para Assuntos Legislativos Severino Lucena da Nóbrega Consultoria Jurídica Ricardo de Mello Araújo Instituto Serzedello Corrêa Ismar Barbosa Cruz Secretaria de Controle Interno Leila Fonseca dos Santos Vasconcellos Ferreira

Secretaria-Geral das Sessões Eugênio Lisboa Vilar de Melo Secretaria do Plenário Elenir Teodoro Gonçalves dos Santos Secretaria da 1ª Câmara Francisco Costa de Almeida Secretaria da 2ª Câmara Miguel Vinicius da Silva

Secretaria-Geral de Administração Antônio José Ferreira da Trindade Secretaria de Engenharia e Serviços Gerais Mário Fabbris Riccó Secretaria de Material, Patrimônio e Comunicação Administrativa Antônio de Miranda Castro Secretaria de Orçamento, Finanças e Contabilidade Pedro Martins de Sousa Secretaria de Recursos Humanos Cláudia de Faria Castro

Secretaria-Geral de Controle Externo Rosângela Paniago Curado Fleury Coordenadoria de Fiscalização de Controle José Moacir Cardoso da Costa Coordenadoria de Tecnologia da Informação Antônio Júlio Ferreira Coordenadoria de Planejamento e Gestão Mauro Giacobbo 1ª Secretaria de Controle Externo Cláudio Souza Castello Branco 2ª Secretaria de Controle Externo Gilberto Fernando da Silva 3ª Secretaria de Controle Externo Carlos Nivan Maia 4ª Secretaria de Controle Externo Marília Zinn Salvucci 5ª Secretaria de Controle Externo Rosendo Severo dos Anjos Neto 6ª Secretaria de Controle Externo Antonio Newton Soares de Matos 7ª Secretaria de Controle Externo Cláudio Sariam Altounian 8ª Secretaria de Controle Externo Eduardo Duailibe Murici 9ª Secretaria de Controle Externo Jorge Pereira de Macedo 10ª Secretaria de Controle Externo Gérson Cardoso de Lima 11ª Secretaria de Controle Externo Raimundo Nonato Gomes Secretaria de Controle Externo/AC Dion Carvalho Gomes de Sá Secretaria de Controle Externo/AL Edimilson Monteiro Batista Secretaria de Controle Externo/AP Jorge Luiz Carvalho Lugão Secretaria de Controle Externo/AM Helena Montenegro Valente Secretaria de Controle Externo/BA Evilásio Magalhães Vieira Secretaria de Controle Externo/CE Paulo Nogueira de Medeiros Secretaria de Controle Externo/ES Hamilton Caputo Delfino Silva Secretaria de Controle Externo/GO Maria Elizabeth de Melo Pontes Frascino Secretaria de Controle Externo/MA Osmir da Silva Freire Secretaria de Controle Externo/MT Luiz Guilherme da Boamorte Silveira Secretaria de Controle Externo/MS Raimundo Nonato Coutinho Secretaria de Controle Externo/MG Élsio Jeová dos Santos Secretaria de Controle Externo/PA José Márcio Paulino Murta Secretaria de Controle Externo/PB Raimundo Nonato Soares Araújo Secretaria de Controle Externo/PR Nazaré do Socorro G. do Rosário Zuardi Secretaria de Controle Externo/PE Ildê Ramos Rodrigues Theodoro Secretaria de Controle Externo/PI José Maria Araújo Lima Secretaria de Controle Externo/RJ Francisco Carlos Ribeiro de Almeida Secretaria de Controle Externo/RN Marcos Valério de Araújo Secretaria de Controle Externo/RS Antônio José Martins de Almeida Secretaria de Controle Externo/RO Fábio Arruda de Lima Secretaria de Controle Externo/RR Rainério Rodrigues Leite Secretaria de Controle Externo/SC Rafael Blanco Muniz Secretaria de Controle Externo/SP Eloi Carnovali Secretaria de Controle Externo/SE Maria Salete Fraga Silva Palma Secretaria de Controle Externo/TO Carlos Martins dos Santos