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Transformando crianças

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Cultivar uma visão de mundo bíblica significa pensar e agir como Jesus. Mas como a Igreja e os pais podem ensinar algo as suas crianças que nem eles não sabem? Muitos pais nunca tiveram treinamento espiritual, então buscam na doutrina cristã o apoio para ensinar seus filhos. O problema é que as igrejas normalmente focam suas preocupações em adolescentes e adultos, esquecendo-se que o moral da criança normalmente se desenvolve aos nove anos de idade. Qual é a resposta para isso?

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TRANSFORMANDO

criançasEM VENCEDORES ESPIRITUAIS

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GeorGe Barna

TRANSFORMANDO

criançasEM VENCEDORES ESPIRITUAIS

São Paulo, 2013

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Copyright c 2003 by George BarnaTransforming children into spiritual champions

Copyright c 2013 by Editora ÁgapeOriginally published in the U.S.A. by Regal Books,

A Division of Gospel Light Publications, Inc.Ventura, CA 93006 U.S.A.

All rights reserved

Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (Decreto Legislativo n .o 54, de 1995)

Coordenação Editorial Ana Claudia de Mauro Tradução Catia Pietro Diagramação Edivane Andrade de Matos/Efanet Design Capa Monalisa Morato Preparação Fabiana Deschamps Revisão Claudia Padovani

Barna, George Transformando crianças em vencedores espirituais / George Barna ; [tradução Catia Pietro]. -- Barueri, SP : Ágape, 2013.

Título original: Transforming children into spiritual champions

1. Aconselhamento familiar 2. Crianças - Conduta de vida 3. Edu-cação cristã da criança 4. Juventude - Conduta de vida 5. Pais e filhos 6. Vida cristã I. Título.

13-02487 cdd-248.82

Índices para catálogo sistemático:1. Crianças : Guias de vida cristã : Cristianismo 248.82

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

2013IMPRESSO NO BRASIL

PRINTED IN BRAZILDIREITOS CEDIDOS PARA ESTA EDIÇÃO À ÁGAPE EDITORA LTDA.

CEA – Centro Empresarial Araguaia IIAlameda Araguaia, 2190 – 11o andar – Bloco A – Sala 1112

CEP 06455-000 – Alphaville – SPTel. (11) 3699-7107 – Fax (11) 3699-5099

[email protected]

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S u m á r i o

Prefácio ...........................................................................................7

Reconhecimentos ..........................................................................9

Introdução ....................................................................................11Perdi o oceano

Capítulo 1 .....................................................................................19a Situação daS criançaS norte-americanaS

Capítulo 2 .....................................................................................33a Saúde eSPiritual de noSSaS criançaS

Capítulo 3 .....................................................................................52Por que aS criançaS São imPortanteS

Capítulo 4 .....................................................................................64do que aS criançaS PreciSam

Capítulo 5 .....................................................................................97aSSumindo a devida reSPonSabilidade

Capítulo 6 ...................................................................................120como aS igrejaS ajudam a criar vencedoreS eSPirituaiS

Capítulo 7 ...................................................................................154um deSemPenho melhor Por meio da avaliação

Capítulo 8 ...................................................................................171eStá na hora de criar vencedoreS eSPirituaiS

Notas Finais ...............................................................................175

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P r e f á c i o

Finalmente! Esperei quase trinta anos para ver alguém pôr em forma de livro aquilo que soube ser verdade durante quase toda a minha vida ministe-rial: as crianças importam! Elas importam para Deus, para seus pais e devem importar mais ainda para a Igreja.

Com precisão cirúrgica, George Barna corta a veia de negação na qual a maioria dos líderes da Igreja tem vivido por tempo demais – a crença de que estamos fazendo o suficiente em nossas Igre-jas para transformar as crianças comuns de nossas congregações em vencedores espirituais. É dolo-roso ver que somente poucas Igrejas pagaram o preço para quebrar décadas de ministério status quo para crianças. Aquelas que o fazem, logo desco-brem um tipo de unção de Deus que sugere que Ele bem pode favorecer as Igrejas dedicadas a edu-car os pequeninos.

Estamos em grande dívida com George por ele ter escrito este livro.

Bill HybelsPastor Sênior

Igreja Willow Creek Community

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r e c o n h e c i m e n t o S

Agradecimentos sinceros devem ser dados à equipe de pesquisa no Barna Research Group du-rante a época em que eu estava escrevendo este livro. À equipe – Lynn Gravel, Cameron Hubiak, Pam Jacob, David Kinnaman, Jill Kinnaman, Dan Parcon, Celeste Rivera e Kim Wilson – cuidou tranquilamente de todas as coisas permitindo-me ficar focado neste projeto.

Sou grato a dezenas de pastores e líderes de Igrejas que nos permitiram fazer entrevistas, ana-lisar documentos da Igreja e nos intrometer em seu ministério enquanto conduzíamos a pesquisa deste livro. Espero que o tempo por vocês inves-tido reverta em frutos que ajudem muitas outras Igrejas a se tornarem ministérios capacitados para formar crianças que amadurecerão em vencedo- res espirituais.

Aprecio a paciência e assistência da equipe da Regal Books. Obrigado especialmente a Kim Bangs, Deena Davis, Bill Denzel, Kyle Duncan, Bill Greig III, Bill Schultz e Rob Williams.

Estou em dívida com a minha família por me deixar abandoná-la por algumas semanas para que eu pudesse editar este livro. Minha esposa,

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Nancy, e minhas filhas, Samantha e Corban, mere-cem muito crédito por serem flexíveis em relação às exigências intensas de minha agenda. Oro para que Nancy e eu sejamos mais capazes de criar nossas garotas para serem vencedoras espirituais graças às percepções que colhemos da pesquisa e da redação deste livro.

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Poucos adivinhariam que, um dia, eu me tornaria um de-fensor apaixonado pelo ministério para crianças. Até recente-mente, nem eu mesmo apostaria dinheiro nisso.

Em minha cabeça, as crianças sempre fizeram parte do pacote: nós queremos alcançar os adultos com o Evangelho e, depois, ajudá-los a amadurecer sua fé em Jesus. Assim, temos as crianças como uma “jogada de escanteio”. A suma impor-tância de um ministério sério e de alta prioridade para crianças não era algo que eu considerasse muito importante.

Minha mentalidade não se devia à falta de envolvimento com crianças. Durante anos, tive interações regulares e satisfa-tórias com os jovens: dando aulas na escola pública, treinando o time de basquete em uma escola cristã, sendo um jovem líder na Igreja, sendo um ancião supervisionador cristão, estudando as crenças e os comportamentos dos jovens em uma pesquisa

Introdução

Perdi o oceano

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inicial, trabalhando como membro da diretoria para ministé- rios dedicados às necessidades das crianças e sendo pai de duas meninas.

De fato, as crianças sempre estiveram sob o meu radar. Sempre, como um pesquisador diligente, fui capaz de citar esta-tísticas relacionadas à quantidade de crianças nos Estados Uni-dos, à qualidade de vida delas, aos padrões de comportamento e conduta que adotavam, a quantas aceitaram Jesus como seu salvador, à natureza de suas crenças espirituais e, até mesmo, à importância delas para trazer adultos para as Igrejas. Sabia mui-to sobre as crianças e sua situação na Igreja local, nas escolas, no mercado e em casa. Com base em nossos estudos de alcance nacional, cheguei a escrever muitos livros sobre adolescentes.

De alguma forma, porém, a sabedoria e a necessidade de ver as crianças como o foco principal do ministério nunca me ocorreram. Nesse quesito, talvez eu tenha sido simplesmente um produto de meu ambiente. Como a maioria dos adultos, eu estava ciente sobre as crianças, gostava delas e estava disposto a investir alguns recursos nelas – mas, na verdade, não estava totalmente dedicado a seu desenvolvimento. Em minha cabeça, elas estavam a caminho de se tornarem significativas – isto é, a caminho da idade adulta –, porém, ainda não mereciam os recursos de escolha.

Como muitos cristãos, minha vida está comprometi-da em conhecer, amar e servir a Deus o melhor que puder. Meu foco tem sido aumentar a saúde espiritual e a influência cultural da Igreja local, bem como a vida particular daqueles que creem. Não há nada que eu deseje mais do que ouvir o Senhor dizer: “bom trabalho, servo bom e fiel”. Minha suposi-ção, nunca realmente desafiada por minhas próprias reflexões

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ou por argumentos alheios, era de que o caminho mais efi-ciente para receber tal honra de Deus seria o da dedicação in-tensa ao desenvolvimento moral e à transformação espiritual de adultos.

Nunca considerei seriamente abordagens alternativas. Afi- nal, não são os adultos os que dão as cartas no mundo e de- terminam os cursos da realidade atual e futura? Se a família é central para uma sociedade saudável e uma Igreja forte, não deveríamos investir nossos recursos predominantemente nos adultos que lideram essa unidade? No que diz respeito a com-preender os fundamentos, as sutilezas e as implicações da fé cristã, não são os adultos os que têm maior capacidade intelec- tual e de aprendizado, os quais podem usar seus dons e recur-sos para o crescimento do Reino?

Não, não, não e não. Olhando para trás, minha visão esta-va tão turva que eu não apenas perdi o barco – perdi o oceano inteiro!

uma mente tranSformada

Após eu ter passado as duas primeiras décadas de meu ministério engajado em pesquisa e liderança que tinham como alvo os adultos, o Senhor realizou recentemente uma coisa ex-traordinária em minha vida: Ele mudou minha opinião sobre a natureza do ministério eficiente em nosso país hoje.

Por vinte anos, informações verossímeis e convincentes sobre a importância das crianças para a saúde e o bem-estar futuro da Igreja estiveram diante de meus olhos. Durante esse tempo, trabalhei consistentemente (o que não significa de for-ma alguma com exclusividade) com ministérios cujo sucesso poderia ser encontrado na sincera devoção às necessidades e

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ao desenvolvimento das crianças. Quando, no entanto, aceitei Jesus aos 25 anos de idade, fui seduzido a acreditar no gran-de mito do ministério moderno: as ações do Reino estão nos adultos.

De alguma maneira, Deus conseguiu tirar o véu de meus olhos a tempo para que eu pudesse ganhar sabedoria. Nos úl-timos anos, tenho repensado os fundamentos das atividades baseadas na Igreja e procurado entender como a Igreja pode revolucionar a vida e a fé nos Estados Unidos. Foi difícil per-ceber que eu estava agindo com base em algumas suposições bem falhas.

Minha perspectiva sobre o ministério foi completamente revolucionada ao voltar a prioridade para as crianças. Minhas percepções em relação à adoração, ao evangelismo, à disciplina, ao comissariado, ao trabalho comunitário, à família – enfim, a tudo o que tem que ver com o ministério – mudaram. Isso não significa que, de repente, sei tudo o que se precisa saber e, por isso, você deve me ouvir com atenção e seguir-me. Na verda-de, essa transformação permitiu que eu entendesse situações que pareciam complexas demais para compreender e desafios muito grandes para confrontar voluntariamente. O ministério sempre será uma jornada difícil e repleta de sacrifícios, porém, colocar as crianças em uma posição mais apropriada em rela-ção ao todo o torna mais compreensível e mais esperançoso.

o método de deuS

Sempre ouvi dizer que os professores da Bíblia afirmam que Deus o encontrará onde quer que você esteja e o levará aonde você precisar ir se estiver disposto a segui-Lo. Acredito que é exatamente isso o que Deus tem feito em minha vida nos dois últimos anos.

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Quase todos os livros que escrevo passam pelo mesmo processo: após considerável observação, discussão, oração e reflexão, conduzo uma pesquisa inicial e analiso os resultados. Carregado desses dados, busco confirmar minhas interpreta-ções por meio das experiências de Igrejas e indivíduos no mi-nistério do mundo real. Quando estou confiante de que tenho algo relevante a apresentar, compartilho os resultados por meio da palavra escrita.

Foi por meio desse procedimento-padrão que Deus abriu minha mente e meu coração para elevar o ministério para as crianças ao topo da lista de prioridades. Ele poderia ter usado um sem-número de táticas inusitadas, mas escolheu atrair a minha atenção de uma maneira que não apenas faria sentido, mas que também não me deixaria negar a mensagem. Fiel à forma, Ele pôs a mensagem em um contexto em que eu pu-desse digeri-la.

Para este livro, minha empresa conduziu uma variedade de pesquisas de alcance nacional: seis pesquisas com adultos e pais, duas com adolescentes e jovens, quatro com pastores protestantes e um projeto com jovens trabalhadores ligados à Igreja. Após examinar os dados e colocá-los dentro de uma perspectiva coerente, conduzimos, então, estudos aprofunda-dos sobre o ministério para crianças em dezenas de Igrejas em todo o país: queríamos ver se nossas hipóteses eram verdadei-ras e também colher mais ideias para um ministério eficaz para as crianças. O conteúdo deste livro representa a visão testada e refinada desse empenho de dois anos.

a miSSão revelada

O que a minha epifania tem que ver com você? Não estou apenas interessado em lhe informar a situação das crianças e

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as oportunidades de se ministrar a elas. Permita-me descrever minha oração e meus objetivos para este livro. Meu sonho tem cinco facetas:

1. Alcançar entendimento. Se você não compartilha de mi-nha visão de que o ministério para crianças é o minis-tério mais estratégico no Reino de Deus, espero, então, que este livro desafie suas noções comuns. Minha tese é que, se você quiser que sua vida conte para o Reino de Deus, há muitas maneiras viáveis de usar seus dons, talentos e recursos. Se, porém, você quiser ter o maior impacto possível (isto é, alcançar um legado duradouro de legados espirituais), então considere pôr em prática esses recursos no ministério para os jovens.

2. Ver o desenvolvimento espiritual como o principal. Fiquei desencorajado ao descobrir que a maioria dos norte--americanos adultos – incluindo a maior parte dos pais – considera o desenvolvimento espiritual das crianças mais como uma sugestão para agregar valor do que como o aspecto mais importante para o desenvolvi-mento delas. Você está convidado a reconsiderar a prio-ridade do crescimento espiritual na vida das crianças e aceitar isso como mais importante do que o desenvol- vimento intelectual, físico e emocional.

3. Motivar a ação. Faz sentido para nós transferirmos os re-cursos que Deus nos confiou àqueles ministérios e em direção às pessoas que nós podemos afetar da maneira mais positiva para os objetivos de Deus. Não há grupo que precise mais de tal investimento – ou um que pague melhores dividendos a esse investimento – do que as crianças. Estando ciente do fato de que a maioria dos

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adultos prefere devotar os recursos de seu ministério a outros segmentos etários, meu desejo é desafiar sua preferência atual em favor de colocar mais recursos no ministério para crianças.

4. Facilitar o vínculo apropriado. No curso da reflexão sobre as crianças e seu crescimento espiritual, é fundamental entendermos as expectativas de Deus sobre como elas devem ser educadas. A Igreja local é crucial nesse pro-cesso, porém, a família da criança é central. Ganhar a perspectiva certa na parceria entre a Igreja e os pais no esforço mútuo de criar crianças que amem a Deus e O temam é primordial. Capacitá-las a abraçar e apoiar essa perspectiva é ainda outro objetivo deste livro.

5. Dar uma olhada nas metodologias aplicadas. Por termos es-tudado muitos ministérios, quero descrever os princí-pios e os modelos em comum que nós encontramos nas Igrejas que desenvolvem, de maneira eficaz, jovens completos espiritualmente. Não acredito que estou prescrevendo um modelo adequado para todos aderi-rem – já vi essa abordagem comprometer muitos minis-térios. Um dos processos que serviram bem a milhares de Igrejas no passado, contudo, foi o de identificar prin-cípios em comum e as melhores práticas entre as Igrejas mais eficazes. Espero que esses elementos possam ser adaptados para o contexto de seu ministério sem criar a necessidade de aceitar e adotar um conjunto inteiro de filosofias, estruturas, valores e programas de um minis-tério alheio.

Por fim, a razão desse esforço é capacitar a Igreja a se enga-jar no processo de transformar simples crianças em vencedores

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espirituais. Isso pode ser feito. Eu sei, pois vi isso em primeira mão, estudei de perto e fui beneficiado pessoalmente. Peço en-carecidamente a você que esteja aberto o suficiente para ver o meu lado e levar minha perspectiva em honesta consideração. Que Deus o guie em sua recepção – nós confiamos com a se-gurança de que Ele sabe a melhor maneira de guiar a sua vida.

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Elas são mais numerosas do que as nações hispânicas e afro-americanas juntas. Elas têm mais energia do que uma má-quina de poder nuclear e são tão confusas quanto o orçamento federal. Elas têm gostos tão fluidos quanto o Rio Missouri e sonhos que redefinirão o futuro. Elas são o pote de ouro dos marqueteiros no final do arco-íris e os seres mais amáveis e frustrantes na vida de todos os pais.

Nós estamos falando das crianças norte-americanas. Você não precisa procurar muito para encontrá-las. Em 2003, o censo reportou que havia 73 milhões de habitantes com 18 anos ou menos vivendo nos Estados Unidos1. Elas vêm em diferentes formas e em todos os tamanhos e cores e estão distribuídas indiscriminadamente pelos cinquenta estados.

Nossas crianças definirão o futuro, o que faz delas nosso legado mais significativo e permanente. Afinal, Deus nunca

Capítulo 1

a Situação daS criançaS

norte-americanaS

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disse a Seus seguidores para tomarem o mundo por meio da força e da inteligência. Ele apenas lhes disse para ter filhos e criá-los para honrar a Deus em tudo o que fizessem. Portanto, você pode concluir de forma lógica que conduzir e criar crian-ças não é só nosso legado mais permanente, mas também uma de nossas maiores responsabilidades pessoais.

Neste livro, concentrarei meus esforços para entender e afetar a vida das crianças que estão no coração do grupo da juventude (isto é, crianças entre 5 e 12 anos)2. Esse grupo, cer-ca de 31 milhões de jovens, representa quase a metade daqueles abaixo dos 18 anos no país. Isso é quase a população total do estado da Califórnia.

Por que focar nessa parcela particular do mercado de jovens? Porque, se você qui-ser moldar a vida de uma pessoa – esteja você interessado no desenvolvimento moral, físico, espiritual, emocional ou econômico dele ou

dela –, é durante esses oito anos cruciais que os hábitos, os valores, as crenças e as atitudes que perdurarão a vida inteira serão formados.

Quatro dimenSõeS do Bem-eStar de noSSaS criançaS

No caminho para a vida adulta, a vida de todos passa por desafios, dificuldades e adversidades. Se, porém, colocarmos na balança, a maioria das crianças norte-americanas leva uma vida boa, especialmente se comparada à vida de crianças de muitas outras nações ao redor do mundo.

ADVERTÊNCIA PASTORAL

Nossas crianças

definirão o futuro, o que

faz delas nosso legado mais

significativo e permanente.

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Sucesso educacional e desenvolvimento intelectualA maioria das crianças norte-americanas consome bas-

tante tempo dentro da sala de aula – e nós pagamos por isso. Em todo o país, o sistema de ensino público gastou mais de US$ 380 bilhões em 20003. Mais do que antes, as crianças têm um início educacional cedo atualmente – mais da metade das crianças entre três e quatro anos vai à escola, e quase dois ter-ços das crianças de cinco anos fazem parte de algum programa pré-escolar integral4.

Nem os gastos com escolas nem a presença dos alunos, porém, são indicadores confiáveis de sucesso ou qualidade educacional. Estudos que medem esses fatores levantam ques-tões problemáticas.

Por exemplo, estima-se que um terço das crianças em ida-de escolar está, pelo menos, um ano atrasado em seu desem-penho acadêmico5. Menos do que três em dez alunos da quarta série leem no nível esperado. Isso não melhora conforme o tempo. Apenas um terço da oitava série é formado por leitores proficientes, e apenas um quarto é proficiente em Redação e Matemática6. Tais achados são especialmente alarmantes por causa da correlação entre habilidades acadêmicas escassas e qualidade de vida. Estudos dos Institutos Nacionais de Saúde e da Associação Nacional para o Progresso Educacional des-cobriram que pouca capacidade de leitura é um prenúncio para gravidez na adolescência, atividade criminosa, pouco sucesso educacional e para deixar o ensino médio antes da graduação7.

Testes com estudantes revelam que o desempenho das crianças norte-americanas quando comparado ao de crianças de outros países é muito pequeno. Estudos recentes com alu-nos da oitava série de 25 países industrializados mostraram

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que os estudantes norte-americanos ficaram na 10.ª posição em Ciências e na 21.ª em Matemática8.

Curiosamente, muitos pais estão felizes com a qualidade de ensino que seus filhos recebem. Uma pesquisa recente de Gallup mostra que, a cada dez pais, sete estão satisfeitos com a qualidade da educação que suas crianças têm9. Nossa pes-quisa revelou que a maioria dos pais acredita que suas crianças são bem cuidadas, bem ensinadas e têm acesso a instalações e programas adequados. Relativamente poucos pais consideram que seus filhos estão inseguros e expostos a pressões sociais não razoáveis na escola. Também é interessante notar que a maioria dos pais pensa que as escolas frequentadas pela maior parte das outras crianças no país não possuem uma educação de qualidade10.

A exposição à tecnologia está crescendo nas salas de aula dos Estados Unidos. Mais de quatro em cinco crianças abai-xo dos 13 anos usam o computador regularmente na escola. Ainda está para ser descoberto se a integração da tecnologia ao regime acadêmico diário elevará o aprendizado dos alunos.

Desenvolvimento físico e da saúdeAvanços nos cuidados médicos e da saúde reduziram subs-

tancialmente a mortalidade infantil no meio do século passado. Com novas descobertas na pesquisa médica e na tecnologia, hoje, as crianças têm mais possibilidades de ter uma vida longa e saudável do que antes.

Há, contudo, hoje, cinco desafios principais relacionados à saúde que as crianças enfrentam. O mais prevalente deles é a obesidade. Estima-se que cerca de uma em cada oito crianças abaixo dos treze anos está acima do peso ou é obesa, o que é o

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dobro de há duas décadas. A combinação de comportamento sedentário, jogos de computador, medo da falta de segurança em espaços públicos, como parquinhos e academias, refeições de fast-food gigantescas e diminuição de programas de atletismo nas escolas contribui para o problema. Enquanto as agências do Governo afirmam que somente 25% das crianças entre 2 e 5 anos têm uma dieta saudável constantemente, isso se reduz a 6% entre os adolescentes11. De fato, se o modelo do estilo de vida é uma influência significativa no comportamento, então o futuro parece ainda pior em relação à condição física dos jovens, pois diversos profissionais da Medicina estimaram que 65% dos adultos estão acima do peso ou obesos12.

Outra séria preocupação é o aumento de atividade sexual entre os jovens. O Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) reporta que um a cada dez adolescentes teve re-lações sexuais antes de seu 13.º aniversário – e esse número está aumentando constantemente. Além das graves consequências morais, emocionais e espirituais da atividade sexual prematura, com frequência tais experiências introduzem doenças sexual-mente transmissíveis (DST). O CDC mostrou que, apesar de poucos adolescentes terem contraído uma DST – menos de um milhão de jovens abaixo dos quatorze anos –, esses jovens têm maior risco de adquirir uma ou mais das diversas doenças permanentes e incuráveis do que indivíduos mais ve-lhos, o que é uma realidade particularmente desconcertante dado o aumento de atividade sexual entre crianças13.

O abuso de substâncias – tabaco, drogas e álcool – é uma tentação a qual milhões de crianças sucumbem. Estimativas atuais indicam que um a cada dez alunos da oitava série fuma diariamente (a proporção sobe para um a cada quatro aos 17 anos); um a cada cinco usou algum tipo de droga no último ano

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(indo da maconha, passando por alucinógenos até as drogas de festa, como o ecstasy); e mais de um a cada três jovens bebeu no último ano, com um número significativo de adolescentes que dizem ingerir álcool regularmente, chegando até a bebedei-ra excessiva. Para uma pequena, mas significativa percentagem daqueles que abusam de tais substâncias, o comportamento torna-se um vício; já para uma porção maior, o dano tempo- rário de sua habilidade de tomar decisões resulta em sérias con-sequências físicas.

Ainda, outro perigo que põe em risco a vida de milhões de pré-adolescentes é ser vítima da violência. Cerca de 45% das escolas de ensino fundamental reportaram um ou mais in-cidentes de crimes violentos; isso sobe para 74%, três quartos, nas escolas de ensino médio. Em um ano comum, 4% das es-colas de ensino fundamental e 19% das de ensino médio infor-mam um ou mais crimes violentos sérios (isto é, assassinato,

estupro, suicídio, uso de armas, roubo). Os alunos estão mais sujeitos à violência em es-colas onde há gangues presentes; sabe-se que há gangues em três a cada dez escolas públi-cas. Durante um ano escolar comum, um em quatorze alunos é ameaçado na escola com uma arma; um em cada sete alunos está envol-vido em uma série briga física no território da escola. Um resultado comum é que os pais se sentem desconfortáveis em relação à segurança de seus filhos, e mais de um milhão de adoles-

centes perderam pelo menos um dia na escola no último ano por temer violência física14.

Por fim, a condição física dos jovens sofre impacto de seu convênio de saúde. Apesar da atenção dada a essa questão na

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Mais de um milhão de

adolescentes perderam pelo

menos um dia na escola no último

ano por temer violência física.

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última década, uma a cada oito crianças abaixo dos treze anos não tem seguro-saúde e, assim, não tem o acesso necessário à aten-ção médica qualificada. Além da questão dos convênios super-caros, as crianças sofrem com desafios médicos muito mais do que as pessoas percebem. Um estudo recente revelou que cerca de 20% dos jovens nos Estados Unidos mostram alguns sinais de doenças psiquiátricas, as quais passam sem diagnóstico15. Uma das condições mais discutidas é o transtorno de déficit de aten-ção com hiperatividade (TDAH), que aflige cerca de 7% das crianças no grupo de 6 a 11 anos de idade. Milhões são tratados com Ritalina, antidepressivos e outras drogas psiquiátricas; ou-tros milhões não recebem tratamento algum.

Devemos apontar que tanto a saúde das crianças quanto a participação delas em comportamentos de risco têm sérias ramificações. Diversos estudos conduzidos na década passada demonstraram uma forte correlação entre seis comportamen-tos de risco praticados pelos adolescentes – ter relação sexual, beber excessivamente, fumar, usar drogas ilegais, deprimir-se e cometer suicídio – e seu impacto frequentemente negativo16.

Situação econômica

Nas últimas três décadas, a situação econômica das crian-ças realmente melhorou. O Governo Federal expandiu seu apoio às crianças, fundando atualmente mais de 150 programas dedicados a elas, que dão mais de US$ 50 bilhões por ano17. Apesar disso, uma alta e inaceitável proporção de jovens (33%) vai viver na pobreza antes de alcançar a idade adulta, enquanto metade (17%) poderá ficar estagnada a qualquer momento18. (Note que, ainda que a porcentagem seja pequena, o sofrimento

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humano é enorme – quase sete milhões de adolescentes norte--americanos são amaldiçoados com a pobreza algum dia.) A maioria das crianças vive em circunstâncias adequadas, e oito a cada dez adolescentes disseram receber mesada de seus pais ou membros da família. De modo geral, os adolescentes recebem um pouco mais de US$ 20 por semana.

Desenvolvimento emocional e comportamentalMuito da estabilidade e da maturidade emocional das

crianças vem de sua relação com a família. Ainda que a maioria dos pais acredite estar fazendo um bom trabalho em criar seus filhos – e não há dúvidas de que a maioria leva sua responsa-bilidade a sério –, há abundantes evidências que sugerem que muitos estão superestimando seu desempenho.

Os efeitos da coabitação, do divórcio, dos nascimentos de pais não casados e das mães trabalhadoras estão tendo um efei-to significativo nas crianças – um grupo impactado que agora alcança os milhões. Uma a cada três crianças nascidas nos Es-tados Unidos vem de uma mulher solteira. Atualmente, uma a cada quatro crianças vive com um dos pais, e metade delas se encontram nessa situação antes de celebrar seus 18 anos. Três a cada cinco mães de crianças estão no mercado de trabalho – grosso modo, o dobro da proporção de apenas 25 anos atrás19.

A confluência de fatores isolados levou a maioria dos pais de adolescentes a admitir que eles não passam tempo de qua-lidade o suficiente com seus filhos20. Um terço das crianças entre oito e doze anos disse que gostaria de passar mais tempo com suas mães, apesar do fato de os pré-adolescentes de hoje passarem 31 horas por semana com suas mães – um pulo de cerca de seis horas a cada semana em comparação a duas dé-cadas atrás21. Os adolescentes passam menos tempo com seus

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pais – cerca de 23 horas por semana –, o que também é um aumento quando comparado ao início dos anos 1980. Uma parcela substancial para o aumento do tempo entre pais e fi-lhos, contudo, é atribuída à escalada na quantidade de tempo gasto em levar as crianças de uma atividade à outra, o que é um empenho não normalmente considerado como um momento significativo ou tempo de qualidade.

A boa notícia é o aumento vagaroso na porcentagem de crianças que vivem com seus pais biológicos (de uma criança dentre duas na década passada a seis crianças dentre dez hoje em dia). Essas famílias tendem a ser mais estáveis financeira e emocionalmente, a viver em áreas mais seguras e com mais possibilidades de lazer e a pôr suas crianças em escolas de qua-lidade superior.

Apesar de – ou talvez graças a – mudanças na realidade das famílias, como as crianças estão se saindo? Há muitos as-pectos a serem considerados, porém, eis aqui alguns fatores que devem ser ponderados:

• A maioria dos adolescentes se considera feliz, amada, segura e otimista quanto ao seu futuro. Descobrimos que grande parte deles, contudo, acredita que os adultos consideram os jovens rudes, arrogantes, preguiçosos e descuidados.

• As crianças entre 2 e 7 anos consomem em média 25 horas por semana de mídia de massa; entre crianças de 8 a 13 anos, o número sobe para quase 48 horas sema-nais22. A mídia favorita é a internet, de acordo com 54% das crianças abaixo dos 8 anos e com 73% daquelas entre 8 e 12 anos, o que é uma evidência da mudança dos tempos e de uma nova geração23.

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