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Planejar adequadamente a rede de transportes de um país é fundamental para o bom desenvolvimento das atividades econômicas. A mãode-obra precisa dela para se deslocar até seu local de trabalho. O consumidor necessita dos transportes para ir às compras. Atualmente podemos efetuar nossas compras através da rede da Internet e, teoricamente, não precisamos nos deslocar de nossa residência para isso, mas não podemos esquecer também que o produto encomendado chegará em nossa casa utilizando-se de um determinado meio de transporte. As matérias-primas e fontes de energia precisam ser levadas até os centros industriais. Todos os insumos utilizados por uma indústria também se movimentam, assim como há um deslocamento da produção até os centros de consumo.

Transportes e Comércio Exterior do Brasil

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Professor Vladimir Nunes (Geografia )

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Planejar adequadamente a rede de transportes de um país éfundamental para o bom desenvolvimento das atividades econômicas. A mãode-obra precisa dela para se deslocar até seu local de trabalho. O consumidor necessita dos transportes para ir às compras. Atualmente podemos efetuar nossas compras através da rede da Internet e, teoricamente, não precisamos nos deslocar de nossa residência para isso, mas não podemos esquecer também que o produto encomendado chegará em nossa casa utilizando-se de um determinado meio de transporte.As matérias-primas e fontes de energia precisam ser levadas até oscentros industriais. Todos os insumos utilizados por uma indústria também se movimentam, assim como há um deslocamento da produção até os centros de consumo.

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Os transportes aéreo e rodoviário são os mais rápidos enquanto oferroviário e o hidroviário são mais lentos. No entanto o custo para essessistemas segue uma caracterização oposta. Os transportes ferroviário ehidroviário apresentam custos menores especialmente porque permitemtransportar muito mais carga de uma única vez consumindo menoscombustível. Agora observe a tabela que apresentamos a seguir:

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Observamos nessa tabela que a maior parte do transporte de cargas noBrasil é feito através de rodovias enquanto que o transporte hidroviário ainda épouco utilizado. Na última década, porém, observamos uma predisposição porparte da administração pública em alterar esse perfil incentivando uma maiorutilização do transporte hidroviário e recuperando o ferroviário que já foi muitoimportante no país.

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RodoviárioO Brasil possui aproximadamente 1.700.000 Km de estradas sendo amaioria sem pavimentação (a maioria delas são estradas municipais). É umtransporte que permite maior agilidade e rapidez. Seu trajeto é flexível,permitindo entregar as mercadorias de porta em porta e é ideal para pequenase médias distâncias. A expansão das rodovias pode ser verificadaespecialmente a partir da década de 1950, ainda mais com a implantação daindústria automobilística. Durante as décadas de 60 e 70 a estratégiagovernamental de integração regional leva a abertura de grandes rodoviascomo a Rio-Bahia, a Régis Bittencourt e a Transamazônica.

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As rodovias pertencentes ao plano do Governo Federal são classificadas como apresentamos abaixo:*rodovias radiais – são aquelas que partem de Brasília. Sua numeração seestende de BR-01 a BR-100, aumentando no sentido horário. Exemplos: BR-10(Belém-Brasília) e BR-70 (de Brasília a Cáceres-MT);*rodovias longitudinais – são aquelas que percorrem o país no sentido dosmeridianos (norte-sul) com a numeração se estendendo de BR-101 a BR-200.A numeração aumenta do litoral para o interior. Exemplos: BR-101 (deFortaleza-CE a Osório-RS) e BR-116 (de Fortaleza-CE a Jaguarão-RS);*rodovias transversais – são aquelas que percorrem o Brasil no sentido dosparalelos (leste-oeste) com a numeração se estendendo de BR-201 a BR-300.A numeração aumenta no norte para o sul. Exemplos: BR-230 (de JoãoPessoa-PB a Benjamin Constant-AM – trata-se da rodovia Transamazônica) eBR-262 (de Vitória-ES a Corumbá-MS);*rodovias diagonais – são aquelas traçadas diagonalmente e sua numeraçãose estende de BR-301 a BR-400. Exemplos: BR-319 (de Porto Velho-RO aManaus-AM) e BR-364 (de Cuiabá-MT a Porto Velho-RO);*rodovias de ligação – ligam estradas entre si e geralmente apresentamreduzida extensão. Sua numeração se estende de BR-401 a BR-500.Exemplos: BR- 415 (de Ilhéus a Vitória da Conquista, na Bahia) e BR-452 (deRio Verde-GO a Araxá-MG).

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FerroviárioO Barão de Mauá implantou a primeira ferrovia no Brasil em 1854 no Riode Janeiro. Nas últimas décadas do século XIX e início do século XX(aproximadamente até 1920) ocorreu significativa expansão da malhaferroviária no país, coincidindo com a expansão da cultura cafeeira. Asferrovias seguiram para o interior junto com o café facilitando seu escoamentopara exportação, especialmente pelo Porto de Santos. Mas posteriormente,com a evolução do transporte rodoviário e com a mudança do eixo econômicodo Brasil do campo para a cidade, e da agricultura para a indústria, otransporte ferroviário passou por uma fase de estagnação e decadência.Iniciou-se a fase de expansão das rodovias no Brasil.A rede ferroviária apresenta uma série de problemas. A falta deplanejamento na expansão ferroviária determinou a falta de integração entreos vários percursos. As bitolas (distância entre um trilho e outro) das ferroviassão diferentes e o traçado está concentrado junto ao litoral com a finalidade defacilitar o escoamento de produtos para os portos exportadores. Adesorganização administrativa, os equipamentos deficientes e/ou obsoletos, afalta de eletrificação e a falta de manutenção prejudicaram muito o transporteferroviário nas últimas décadas. A própria extensão total das ferrovias no Brasilsofreu redução nas últimas décadas. Atualmente o Brasil possui apenas 28.000 Km de ferrovias, uma extensão muito reduzida diante da área total do país.

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As ferrovias brasileiras pouco avançam para o interior e durante muitotempo estiveram sob administração do Estado, principalmente através daRFFSA e da FEPASA. A incapacidade do Estado em administrar as ferrovias enelas investir para sua recuperação e modernização também levou a umapolítica de privatização no setor através de sua concessão após a realização deleilões. O objetivo é ampliar o transporte de cargas por ferrovias, desafogandoas rodovias e diversificando a base dos transportes no país. Nas áreasurbanas, a administração dos trens metropolitanos e de subúrbio também estásendo repassada para a iniciativa privada.O relevo planáltico do Brasil, por vezes muito irregular com muitosmorros leva a um traçado sinuoso. A distribuição geográfica mostra maiorconcentração na Região Sudeste, seguida pelo Nordeste, Sul, Centro-Oeste eNorte.

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Observe alguns destaques da malha ferroviária brasileira pósprivatização:

*Ferrovia Novoeste – administra a EF Noroeste do Brasil que liga Bauru (SP) a Corumbá (MS)*Ferrovia Sul-Atlântica – administra ferrovias que integram os Estados da Região Sul*Ferrovia Tereza Cristina – serve a região carbonífera no sul de SC *Ferrovia Centro-Atlântica – administra ferrovias que interligam oNordeste e o Sudeste*Ferrovia MRS Logística – administra ferrovias entre SP-RJ-MG como a EF Central do BrasilAlgumas ferrovias brasileiras mostram muito claramente o papel de facilitar o escoamento de produtos para exportação como:*EF do Amapá – era utilizada para transportar manganês da Serra do Navio até o Porto de Santana em Macapá;*EF dos Carajás – permite o escoamento dos minérios da Serra dos Carajás até o Porto de Itaqui, em São Luís;*EF Vitória-Minas – administrada pela CVRD (Companhia Vale do Rio Doce) é uma das mais modernas do país e facilita a exportação de minério de ferro e outros produtos através do Porto de Tubarão no ES.Podemos também lembrar da construção de duas novas ferrovias que, se concluídas, permitirão maior interiorização desse transporte no país:*EF Norte-Sul – pretende ligar a EF dos Carajás até o Distrito Federal atravessando Tocantins e Goiás. Apenas um pequeno trecho no Maranhão (Açailândia até Imperatriz) está sendo operado;*FERRONORTE – pretende ligar Aparecida do Taboado (MS, na divisa com o Estado de SP) até Cuiabá. O trecho no MS já está em operação e as obras prosseguem. Futuramente deve ser expandida para o sul do Pará e para Rondônia, além de um outro ramal partindo do MatoGrosso até o Triângulo Mineiro

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HidroviárioHistoricamente podemos dizer que o transporte hidroviário nunca teveprioridade nos planejamentos da rede de transportes no Brasil. Nosso paíspossui um predomínio de rios de planalto, com percurso acidentado eexcelentes para a produção de energia hidrelétrica. Apesar disso, muitos denossos rios são de planície e mesmo alguns de planalto podem ser utilizadospara navegação em parte de seu curso com a execução de algumas obras deretificação. No entanto é importante lembrar que esse tipo de transporte podese tornar “caro” econômica ou ambientalmente. A eliminação das curvas dosrios e serviços de dragagem do fundo de seus leitos podem ter um custoelevado, além de permitirem um escoamento das águas dos rios com maiorvelocidade. Recentemente passou a se incentivar um maior uso das hidrovias noBrasil, especialmente com programas de integração entre os vários meios detransporte. O sistema hidroviário é lento e, necessariamente, fica-se preso aoleito do rio. Assim, para o deslocamento das cargas, é importante que asempresas possam integrar o transporte hidroviário com ferrovias e rodoviasatravés dos terminais intermodais. Esse sistema integrado flexibiliza ostrajetos e garante maior alcance do sistema, atraindo mais os empresáriospara que dele se utilizem.

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Esse sistema apresenta a vantagem de um reduzido custo de operaçãodevido ao reduzido consumo de combustível e a poder transportar muita carga de uma única vez. Confira abaixo algumas das mais importantes hidroviasbrasileiras, já tradicionalmente utilizadas ou de recente utilização:Paraguai – ParanáTietê – ParanáTocantins-AraguaiaXinguMadeiraSão FranciscoJacuí – Lagoa dos Patos

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