Tratado de Direito Privado Tomo 3

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TRATADO DE DIREITO PRIVADO- TOMO III FATOS JURDICOSNegcios Jurdicos. Representao. Contedo. Forma. Prova.Tbua Sistemtica das MatriasParte III Fatos JurdicosCaptulo X Negcios Jurdicos 249. Conceito de negcio jurdico. 1. Conceito de ato jurdico (ato jurdico stricto sensu e negcio juridico). 2. Declaraes dc vontade e manifestaes de vontade. 3. Conscincia da manifestao de vontade 250. Os negcios jurdicos e os regras jurdicas. 1. Negcios jurdicos e relao juridica. 2. Negcios juridicos de direito pblico e negcios jurdicos de direito privado. 3. Suporte ftico da regra jurdica dispositiva e da regra juridica interpretativa 251. Suporte ftico dos negcios jurdicos. 1. Elementos necessrios dc suporte ftico. 2. O quid de vontade. 3. Supodes fticos compsitos. 4. Vontade-ncleo. 5. Elementos volitivos complementantes. 6. Elementos complementares concernentes sorte futura dc negcio jurdico. 7. Sucessividade necessria e sucessividade facultativa dos elementos componentes do suporte ftico. 8. Principio da vinculao pela manifestao de vontade. 9. Complementao por ato estatal ou paraestatal. 10. Negcios jurdicos pendente a Lide 252. Negcio jurdico e vontade. 1. Divergncias em teoria. 2. Momento em que se d a entrada do negcio no mundo juridico; negcios que no entram no mundo jurdico. 3. Problema da vontade contrria e da vontade de no-validade 253. Vontade e lei. 1. Lei e constituio do negcio jurdico. 2. Efeitos jurdicos e lei. 3. Limites vontade nos negcios jurdicos. 4. Tipos dos negcios jurdicos. 5. Limites quanto ao contedo e eficcia do negcio jurdico.6 imitao do contedo. 7. Excessividade superveniente do efeito e impossibilidade. 8. Extino do interesse do credor Captulo Xl Auto-Regramento da Vontade 254. Suporte ftico e vontade. 1. Auto-regramento ou autonomia da vontade. 2. Dimenso jurdica e dimenses poltica e moral 255. Vontade e mundo jurdico. 1. Entrada no mundo jurdico. 2. Lei e configurao das relaes jurdicas. 3. Eficcia jurdica do negcio juridico 256. Entrada no mundo jurdico. 1. Tipos de atos e tipos de negcios jurdicos. 2. Auto-regramento da vontade. 3. Entrada no mundo jurdico e invalidade. 4. Direito cogente e direito dispositivo. 5. Regras jurdicas interpretativas e negcio jurdico. 6. Regras jurdicas substituintes 257. Tipos de negcios jurdicos. 1. Tipos e criao de tipos. 2. Princpio da liberdade de negcio jurdicoCaptulo XII Elementos do Suporte Ftico do Negcio Jurdico 258. Negcio jurdico e suporte ftico. 1. Elementos voutivos e elementos no-volitivos; essencias negotii, natu ralia nego til, accidentalia negotii. 2. Accidentalia negotii. 3. Naturalia negotii 259. As conseqncias da insero de elemento acidental contra direito cogente. 1. Sano jurdica. 2. Interpretao do negcio jurdico a favor dele 260. Vontade-cerne e motivos do negcio jurdico. 1. Essencializao do acidental. 2. Motivos do negcio jurdico. 3. Motivo relevante e accidentalia negotii. 4. Relevncia do motivo e prova 261. Circunstncias no-previstas. 1. Lei e referncia a circunstncias no-previstas. 2. Relevncia da mudana das circunstncias. 3. Efeito resolutivo por mudana das circunstncias. 4. Assoberbamento de circunstncias novas e imprevistas. 5. Crtica s teorias 262. Causa. 1. Formalismo primitivo e causa. 2. A chamada causa adjunta. 3. Causa e efeito da atribuio 263. Espcies de causa. 1. Causa credendi, causa constituendi. 2. Causa solvendi. 3. Causa donandi 264. Determinao da causa. 1. Elemento volitivo e causa.2. Negcios jurdicos causais. 3. Acordo e causa. 4. Acordo condicional. 5. Reserva e causa. 6. Causa credendi e causa solvendi 265. Concorrncia de causas. 1. Pluralidade de causas: unidade e unitariedade; complexidade no suporte ftico e complexidade no negcio jurdico. 2. Causa credendi e causa donandi. 3. Causa credendi e causa solvendi 266. Causa e acordo, no tempo. 1. Acordo sobre atribuio e causa, no tempo. 2. Acordo sobre a causa, anterior atribuio. 3. Acordo sobre a causa, posterior atribuio. 4. irrevogabilidade e acordo sobre causa 267. Acordo sobre a causa e simulao. 1 Acordo sobre a causa e causa. 2. Acordo simulante sobre a causa 268. Unidade de atribuio e pluralidade de causas. 1. Atribuio com pluralidade de causas. 2. Espcies 269. Causa e motivo. 1. Fim, causa e motivo. 2. Diferena entre causa e motivo. 3. Objeto e causa. 4. Causa e direitos formativos. 5. Motivos irrelevantes e motivos relevantes. 6. Princpio da inseribilidade dos motivos. 7. Tentativa de reduo das espcies de causa. 8. O art. 1.036 e a noo de causa 270. Negcios jurdicos causais e negcios jurdicos abstratos. 1. Fim intrnseco ao contedo. 2. Causa e suporte ttico. 3. Negcios jurdicos causais e negcios jurdicos abstratos. 4. Causa e negcio causal. 5. Negcios jurdicos abstratos. 6. Figurantes do elemento causal ou do acordo causal 271. Negcios jurdicos fiducirios. 1. Conceito de fidcia e de negcio jurdico fiducirio. 2. Lei e negcio jurdico fiducirio. 3. Reminiscncias da fidcia. 4. Transmisso fiduciaria 272. As relaes jurdicas na fidcia. 1. Fiduciante e fiducirio. 2. Posio jurdica do fiducirio 273. Atribuio patrimonial fiduciria. 1. Atribuio patrimonial e fidcia. 2. Cesso de crdito e fidcia. 3. Duas relaes jurdicas, uma causal ou abstrata, outra abstrata. 4.Negcios jurdicos fiducirios para garantia 274. Situao jurdica do fiducirio. 1. A aquisio por parte do fiducirio. 2. Fim da fidcia. 3. Negcio juridico fiducirio e fraude contra credores. 4. Cesso de crdito para cobrana. 5. Fim fiducial de garantia 275. Relao jurdica fiducial. 1. Relao entre o fiduciante e o fiducirio. 2. Elemento especfico da fidcia. 3. Direitos fiducirios de garantia 276. Negcio jurdico declarativo. 1. Conceito. 2. Tipicidade. 3. Eficcia do negcio jurdico declarativo. 4. Objeto do negcio juridico declarativo 277. Vontade negocia! e eficcia do negcio jurdico.1. Vontade e efeitos do negcio juridico. 2. Nome do negcio jurdico e negcio jurdico querido. 3. Eficcia do negcio jurdico e comeo dela. 4. Exemplificao de efeitos legais de fatos juridicos. 5. Regras jurdicas cogentes, regras jurdicas dispositivas e efeitos legais. 6. Eficcia reflexa do negcio jurdico 278. Negcios jurdicos unilaterais, bilaterais e plurilaterais. 1. Unilateralidade, bilateralidade e plurilateralidade. 2. Principais negcios jurdicos unilaterais. 3. Nem correlao, nem reciprocidade. 4. Pluralidade de pessoas e unilateralidade. 5. Aceitao, manifestao de vontade com destino. 6. Espcies de aceitao. 7. Eficcia da aceitao 279. Anlise dos negcios jurdicos unilaterais. 1. Conceito. 2. A renncia. 3. Renncia prescrio e outras renncias. 4. Falsas renncias. 5. Renncia exceo e renncia pretenso. 6. Irrevogabilidade da renncia. 7. Renncia em direito pblico. 8. Renncia e promessa de renncia 280. Negcios jurdicos consensuais e negcios jurdicos reais. 1. Consensualidade e realidade. 2. Negcios jurdicos reais 281. Negcios jurdicos obrigacionais e negcios jurdicos jri-reais. 1. Negcios jurdicos obrigacionais e negcios jurdicos de direito das coisas. 2. Acordo e ato-fato jurdico 282. Aceitao e dissenso. 1. Conceito tcnico. 2. Dissenso encoberto. 3. Dissenso encoberto e erro. 4. Dissensus essentialis, dissensus concomitans. 5. Onus da prova. 6. Dissenso encoberto essencial e relatividade subjetiva 283. Ato jurdico coletivo. 1. Conceito. 2. Eficcia do ato coletivo. 3. Ato coletivo e classificao dos atos jurdicos.. Captulo XIIIUnidade, Unitariedade, Pluralidade e Complexidade 284. Excluses metdicas. 1. Quatro conceitos sobre quantitatividade. 2. Unidade no negcio jurdico 285. Pluralidade de elementos e unidade do negcio jurdico. 1. Pluralidade de sujeitos e unidade do negcio jurdico. 2. Pluralidade de prestaes. 3. Pluralidade de manifestaes de vontade 286. Unicidade e unitariedade. 1. Unidade e unicidade. 2. Fatos da vida e tipicidade jurdica 287. Estrutura do negcio jurdico. 1. Simplicidade e complexidade do negcio jurdico. 2. Problemas de pluralidade 288. Pluralidade de manifestaes de vontade. 1. Unidade do negcio jurdico e pluralidade de manifestaes de vontade. 2. Coagulao e inseparabilidade. 3. Deliberaes em ato complexo. 4. Absoro, acumulao e combinao no negcio jurdico; excluso 289. Negcios jurdicos complexos. 1. Negcio jurdico complexo e pluralidade de negcios jurdicos. 2. Negcios jurdicos mistos e falsamente mistos 290. Pluralidade e unio de negcios jurdicos. 1. Pluralidade unida e pluralidade no-unida. 2. Unio interna e unio externa. 3. Unio alternativa. 4. Vontade e negcios jurdicos mistos 291. Regras jurdicas que incidem sobre os suportes lticos dos negcios jurdicos complexos. 1. As teorias a respeito. 2. Anlise das espcies. 3. Fim comum 292. Negcios jurdicos normal e anormalmente mistos. 1. Mistura dentro do tipo. 2. Prestao com papel simplesmente facilitador 293. Complexidade e forma. 1. Extenso da forma especial. 2. Pr-contrato 294. Unidade e dfice. 1. Negcio jurdico uno e o art. 153. 2. Principio de incontagiabilidade. 3. Parte separvel do suporte ftico. 4. Negcio jurdico nico mas complexo. 5. Vcios de vontade e pluralidade de pessoas 295. Pluralidade e dfice. 1. Contagiao internegocial. 2. Extenso da unio entre negcios jurdicos. 3. Alternao e princpio de contagiao. 4. Consideraes finais 296. Pressupostos do art. 153, 1 parte (incontagiao). 1.Problemas de inexistncia e problemas de contagiao.2.O que se entende por partes do negcio jurdico. 3. Negcios jurdicos unidos e art. 153. 4. Separabilidade das partes e resoluo por inadimplemento 297. Art. 153 e negcios jurdicos unitrios. 1. Erro de doutrina e posio cientfica da questo. 2. Ilicitude de parte do negcio jurdico unitrio 298. Onus de alegar e provar. 1. Nulidade parcial e interesse. 2. Alegao e prova de haver pluralidade 299. Obrigaes principais e obriga es acessrias. 1. Regras jurdicas cogentes, no art. 153, 2 parte. 2. Juros superiores ao dobro da taxa legal. 3. Pluralidade de prestaes 300. Negcios jurdicos bilaterais que no so contratos. 1. Os chamados acordos. 2. Acordo de transferncia de direitos imobilirios. 3. Acordo de transmisso do domnio mobilirio 301. Pluripessoalidade. 1. Identidade e incindibilidade negocial. 2. Ato coletivo Captulo XIV Contratos Bilaterais 302. Conceituao e princpios. 1. Negcios juridicos bilaterais, contratos, espcie deles, e contratos bilaterais. 2. Figurantes necessrios ao contrato bilateral. 3. Falsas bilateralizaes de contratos unilaterais. 4. Nulidade e ineficcia dos contratos bilaterais. 5. Dever de pr-adimplemento 303. Exceptio non adimpleti contractus. 1. Contedo do art. 1.092, alnea 1- 2.A exceo non rite adimpleti contractus. 3. Princpio da co-pontualidade. 4. Recusa da contraprestao. 5. Exceo dilatria 304. Exceo do art. 1.092, alnea 2. 1. Pretenso segurana, em caso de perigar o adimplemento. 2. Abrangncia do art. 1.092, alnea 2 305. Conceito de distrato. 1. Conceito. 2. Teorias sobre a natureza do distrato. 3. Negcios jurdicos distratveis 306. Forma do distrato. 1. Princpio de simetria. 2. Distrato e forma. 3. Erros doutrinrios. 4. Distino quanto a outros institutos 307. Ao de restituio, se o dist rato foi re secuta. 1. Qual a espcie de ao de restituio se houve distrato re secuta. 2. Dever de restituio Captulo XV Representao 308. Conceito de representao. 1. Presentao e representao. 2. Representao e pessoas. 3. Precises quanto ao conceito de representao. 4. A pessoa do representado.. 309. Representao ativa e representao passiva. 1. Conceitos. 2. Representao e mensagem ou nunciatura. 3. Sujeito do ato jurdico 310. Poderes de representao. 1. Contedo e limites da representao. 2. Pr-excluso da representao. 3. Atos jurdicos stricto sensu. 4. A chamada representao mediata 311. Fontes do poder de representao. 1. Representao legal e representao voluntria. 2. Outorga de poder. 3. Abstrao e outorga de poder. 4. Poder aparente. 5. Destinatrio da manifestao de vontade, na outorga de poder. 6. Forma da comunicao. 7. Restries ao poder conferido. 8. Poder e instrues. 9. Interpretao da outorga de poder. 10. Comunicao de outorga de poder e outorga de poder. 11. Poder noseriamente outorgado e poder aparente. 12. Pessoa jurdica e rgo 312. Representao legal. 1. Conceito preciso. 2. Representao legal e substabelecmento de poder. 3. Exclusividade. 4. Invalidade da nomeao. 5. Extino de representao. 3. Incapacidade absoluta. 4. Erro quanto capacidade. 5. Interpretao da outorga ao incapaz. 6. Representao legal e capacidade do outorgante. 7. Capacidade e representao passiva. 3. Pluralidade de outorgados 313. Capacidade de outorga e de exerccio de poderes.1.Outorgante, outorgado e capacidade. 2. Exerccio do poder 321. Cessao do poder de representao. 1. Extino do poder de representao sem fundo. 2. Extino do poder de representao fundado. 3. Forma da revogao 314. Contedo e extenso do poder de representao. 1. Determinao. 2. Poderes mltiplos. 3. Substabelecimento e suboutorga. 4. Eficcia da outorga de poder de representao. 5. Natureza do poder outorgado e eficcia da outorga. 315. Circunstncias concernentes ao representado e ao representante. 1. Vcios de vontade. 2. Conhecimento e dever de conhecer 316. O ato de representao. 1. Suporte ftico da representao. 2. Teorias 317. Exerccio do poder de representao. 1. Prtica de ato. 2. Alcance do ato de exerccio. 3. Necessidade da manifestao de vontade. 4. Espcies em que falta a representao. 5. Quando se precisa conhecer a vontade de representar. 6. Anulabilidade das outorgas de poder 318. Negcios jurdicos do representante consigo mesmo. 1. Posio do problema. 2. Direito comum. 3. Regras jurdicas de excluso da representao e regras de nulidade 319. Sano, se h lex specialis contrria ao princpio de validade. 1. Problema de tcnica legislativa. 2. Solues de lege lata 320. Eficcia do exerccio do poder de representao. 1. Eficcia quanto ao representado. 2. Validade dependente do representado e do representante. 3. Atos jurdicos stricto sensu, negcios jurdicos unilaterais e falta de poder de representao. 4. Pendncia de eficcia. 5. Promessa de ratificao em caso de falta de poder. 6. Eficcia da ratificao. 7.Qual a fonte da eficcia em caso de ratificao. 8. Responsabilidade do representante sem poderes 322. Eficcia aps a extino do poder de representao. 1. Tutela dos interesses do outorgado e de terceiros de boa-f. 2. Tutela dos terceiros 323. Mensageiro (Nuntius). 1. Figura do mensageiro; explicao da sua natureza. 2. Espcies de mensageiros. 3. Mensageiros, epstolas e cartas. 4. Inexatido ou infidelidade na transmisso. 5. Princpios comuns nunciatura e representao Captulo XVIContedo dos Atos Jurdicos 324. Contedo do ato jurdico. 1. Conceito de contedo. 2.Elementos essenciais e elementos acidentais do ato jurdico. 3. Contedo necessrio. 4. Regras jurdicas cogentes, dispositivas e interpretativas; e contedo dos atos jurdicos 325. Interpretao dos atos jurdicos. 1. Conceito de interpretao. 2. Interpretao e ato jurdico. 3. Interpretao das leis e interpretao dos atos jurdicos 326. Vontade e interpretao. 1. Exteriorizao da vontade. 2. Simples aparncia e nenhuma aparncia 327. Princpios fundamentais da interpretao. 1. Princpios fundamentais. 2. Usos e regras jurdicas de interpretao. 3. Em boa-f. 4. Contedo do art. 85. 5. Inteno e intenes. 6. Atos jurdicos stricto sensu. 7. Atos juridicos de direito pblico. 8. Aplicao do art. 85 do Cdigo Civil 328. Interpretao e operaes para interpretar. 1. Categorias jurdicas e tipos. 2. Vontade comum 329. Meios extrnsecos de interpretao. 1. Circunstncias. 2.Regras de interpretao. 3. Interpretao completativa 330. As formas e o art, 85. 1. Inteno e forma. 2. Clusulas impressas dos instrumentos pblicos.. 331. Quem interpreta o ato jurdico. 1. Interpretao pelo figurante ou pelos figurantes. 2. Interpretao pelo juiz. 3.Questo de direito e questo de fato Captulo XVII Forma 332. Conceito de forma. 1. Fatos jurdicos e forma. 2.Forma; existncia, validade e eficcia do ato jurdico. 3. Forma e boa-f. 4. Repetio de ato 333. Forma e ato jurdico. 1. Forma e todo do ato jurdico. 2. Forma e interpretao. 3. Forma e direito cogente, dispositivo e interpretativo. 4. Forma tcita ou forma ftica 334. Forma especial. 1. Conceito. 2. Forma especial e exigncia para certo efeito, ou efeitos. 3. Forma e pr-contrato. 4. Regras juridicas sobre forma escrita 335. Elementos complementares do suporte ftico. 1. Fatos estranhos forma. 2. Qualificao legal 336. Instrumentos e suas espcies. 1. Duplo sentido. 2. Forma escrita. 3. Dicotomia 337. Instrumento pblico. 1. Conceito. 2. Lanamento do ato jurdico. 3. Que h de conter a escritura pblica? 4. Presuno de verdade do contedo 338. Pressupostos da escritura pblica. 1. Oficial pblico e instrumentao. 2. Requisitos eventuais. 3. Falta de menes. 4. Traslados 339. Instrumento particular. 1. Conceito; assinatura do escrito. 2. Duas testemunhas. 3. Poder de disposio e administrao livre dos bens. 4. Firmas reconhecidas. 5. Eficcia quanto a terceiros. 6. Texto do instrumento particular. 7. Textos e assinaturas; ordem no tempo 340. Forma e pluralidade de atos jurdicos. 1. Forma e ato jurdico. 2. Invalidade e validade; revogao. 3. Negcios jurdicos integrantes de negcios jurdicos. 4. Transmisso telegrfica. 5. Forma e recepticiedade. 6. Pluralidade sucessiva de formas. 7. Pactos adjectos. 8. Atos jurdicos unilaterais 322. Eficcia aps a extino do poder de representao. 1. Tutela dos interesses do outorgado e de terceiros de boa-f. 2. Tutela dos terceiros 323. Mensageiro (Nuntius). 1. Figura do mensageiro; explicao da sua natureza. 2. Espcies de mensageiros. 3. Mensageiros, epstolas e cartas. 4. Inexatido ou infidelidade na transmisso. 5. Princpios comuns nunciatura e representaoCaptulo XVIContedo dos Atos Jurdicos 324. Contedo do ato jurdico. 1. Conceito de contedo. 2.Elementos essenciais e elementos acidentais do ato jurdico. 3. Contedo necessrio. 4. Regras jurdicas cogentes, dispositivas e interpretativas; e contedo dos atos juridicos 325. Interpretao dos atos jurdicos. 1. Conceito de interpretao. 2. Interpretao e ato jurdico. 3. Interpretao das leis e interpretao dos atos jurdicos 326. Vontade e interpretao. 1. Exteriorizao da vontade. 2. Simples aparncia e nenhuma aparncia 327. Princpios fundamentais da interpretao. 1. Princpios fundamentais. 2. Usos e regras jurdicas de interpretao. 3. Em boa-f. 4. Contedo do art. 85. 5. Inteno e intenes. 6. Atos jurdicos stricto sensu. 7. Atos jurdicos de direito pblico. 8. Aplicao do art. 85 do Cdigo Civil 328. Interpretao e operaes para interpretar. 1. Categorias jurdicas e tipos. 2. Vontade comum 329. Meios extrnsecos de interpretao. 1. Circunstncias. 2. Regras de interpretao. 3. Interpretao completativa. 330. As formas e o art. 8.5. 1. Inteno e forma. 2. Clusulas impressas dos instrumentos pblicos.. 331. Quem interpreta o ato jurdico. 1. Interpretao pelo figurante ou pelos figurantes. 2. Interpretao pelo juiz. 3. Questo de direito e questo de fatoCaptulo XVII Forma 332. Conceito de forma. 1. Fatos jurdicos e forma. 2. Forma; existncia, validade e eficcia do ato jurdico. 3. Forma e boa-f. 4. Repetio de ato 333. Forma e ato jurdico. 1. Forma e todo do ato jurdico. 2. Forma e interpretao. 3. Forma e direito cogente, dispositivo e interpretativo. 4. Forma tcita ou forma ftica 334. Forma especial. 1. Conceito. 2. Forma especial e exigncia para certo efeito, ou efeitos. 3. Forma e pr-contrato. 4. Regras juridicas sobre forma escrita 335. Elementos complementares do suporte ftico. 1. Fatos estranhos forma. 2. Qualificao legal 336. Instrumentos e suas espcies. 1. Duplo sentido. 2. Forma escrita. 3. Dicotomia 337. Instrumento pblico. 1. Conceito. 2. Lanamento do ato jurdico. 3. Que h de conter a escritura pblica? 4. Presuno de verdade do contedo 338. Pressupostos da escritura pblica. 1. Oficial pblico e instrumentao. 2. Requisitos eventuais. 3. Falta de menes. 4. Traslados 339. Instrumento particular. 1. Conceito; assinatura do escrito. 2. Duas testemunhas. 3. Poder de disposio e administrao livre dos bens. 4. Firmas reconhecidas. 5. Eficcia quanto a terceiros. 6. Texto do instrumento particular. 7. Textos e assinaturas; ordem no tempo 340. Forma e pluralidade de atos jurdicos. 1. Forma e ato jurdico. 2. Invalidade e validade; revogao. 3. Negcios jurdicos integrantes de negcios jurdicos. 4. Transmisso telegrfica. 5. Forma e recepticiedade. 6. Pluralidade sucessiva de formas. 7. Pactos adjectos. 8. Atos jurdicos unilaterais 341. Escritos e voz em lngua estrangeira. 1. Contedo do art. 140 do Cdigo Civil. 2. Suporte ftico do ato jurdico e prova. 3. Exatido da traduo 342. Forma voluntria. 1. Conceito e determinao. 2. Meios de determinao. 343. Atos jurdicos que exigem por lei forma pblica. 1. Contedo do art. 134 do Cdigo Civil. 2. Pactos ante-nupciais e adoes. 3. Negcios jurdicos para a constituio ou translao de direitos reais sobre imveis, ou de renncia a essa ou quela. 4. Excees ao art. 134, II 344. Atos de autorizao, em senso lato, e de anuncia. 1. Manifestaes de vontade anteriores e posteriores ao ato jurdico. 2. Natureza abstrata dos atos jurdicos necessrios a outro. 3. Assentimento posterior. 4. Convalescena e eficacizaoCaptulo XVIIIProva dos Fatos Jurdicos 345. Conceito de prova. 1. Prova e convencimento. 2. Lugar, na sistemtica jurdica, em que se tem de tratar da prova. 3. Fatos e regras jurdicas. 4. Ignorncia dos fatos e ignorncia do direito. 5. Enunciados de fato. 6. Contedo no-volitivo do ato jurdico. 7. Proposies elpticas e enunciados de fato 346. Conceito de nus da prova. 1. Dever e nus, dois conceitos distintos. 2. O que nus da prova. 3. Tutela jurdica e prova. 4. Objetividade do nus da prova 347. Meios de prova. 1. Que so meios de prova. 2. Meios de prova, segundo o art. 136 do Cdigo Civil 348. Incerteza e nus da prova. 1. Incerteza e prova.2. Quem alega tem de provar. 3. Coincidncia intersubjetiva de enunciados. 4. Incerteza subjetiva 349. Eficcia da confisso. 1. Distino liminar 2. Valor probatrio. 3. Natureza da confisso extrajudicial. 4. Conf isso e negcio jurdico de reconhecimento. 5. Retratao.. 350. Traslado, certides e pblicas-formas. 1. Conceitos. 2.Pblica-forma. 3. Contedo do art. 138 do Cdigo Civil, 4.Traslados de escrives, que precisam, ou no, de concerto. 5. Contedo do art. 139 do Cdigo Civil. 6. Certides. 7.Firmas reconhecidas 351. Testemunhas e depoimento, 1. Dever e nus. 2. Testemunhas instrumentrias. 3. Contedo do art. 141 e pargrafo nico do Cdigo Civil (Cdigo Comercial, art. 123). O art. 401 do Cdigo de 1973. 4. Noincidncia do art. 401 (Cdigo Civil, art. 141, e Cdigo Comercial, art. 123, alnea le). 5. Proibidos de depor. 6. Sigilo profissional 352. Presunes. 1. Espcies de presunes. 2. Presunes legais relativas 353. Prova importada. 1. Cedides de atos processados em juzo. 2. Valor da prova importada 354. Prova pericial. 1. Natureza da prova pericial. 2. Perito 355. Indcios. 1. Indcios, conceito. 2. Prova por meio de gravao.PARTE III Fatos Jurdicos(continuao) Negcios Jurdicos 249. Conceito de negcio jurdico 1. Conceito de ato jurdico (ato jurdico stricto sensu e negcio jurdico). A prestante funo do conceito de negcio jurdico est em servir distino entre negcio juridico e ato jurdico no negocial ou stricto sensu, naqueles casos em que o suporte ftico do ato jurdico siricto sensu consiste em manifestao de vontade. Frisemo-lo bem: manifestao de vontade; para que no incorramos no erro de definirmos como coextensivos, superponveis de modo completo, a manifestao de vontade (suporte ttico) e o negcio jurdico, que apenas uma das classes dos atos jurdicos em que h, como elemento ftico, manifestao de vontade. O conceito surgiu exatamente para abranger os casos em que a vontade humana pode criar, modificar ou extinguir direitos, pretenses, aes, ou excees, tendo por fito esse acontecimento do mundo jurdico. Naturalmente, para tal poder ftico de escolha supe-se certo auto-regramento de vontade, dito autonomia da vontade, por defeito de linguagem (nomos lei); com esse autoregramento, o agente determina as relaes jurdicas em que h de figurar como termo. De antemo, excluamos a confuso entre o negcio jurdico e o suporte ftico (negotium) do negcio jurdico. Negcio jurdico classe de fatos jurdicos; e no de suportes fticos. Negcio juridico j o suporte ftico, o negotium, aps a entrada desse no mundo juridico. Se o negcio jurdico fosse o suporte ttico, que o enche, no seria possvel falar-se de negcio jurdico nulo, anulvel. rescindivel, resolvel, resilvel, denuncivel. Suportes fticos no podem ser nulos, nem anulveis, nem rescindveis, nem resolveis, nem resiliveis, nem denunciveis. Quando A joga, ou aposta, as manifestaes de vontade, que fazem o suporte ftico do negcio jurdico de jogo, ou de aposta, no so nulas: nulidade de fatos no teria sentido. Nulo o negcio jurdico de jogo, se , por exemplo, proibido, sem se lhe vedar a entrada no mundo jurdico. Para os juristas romanos, negotium era mais do que o elemento negocial que h nos negcios jurdicos segundo o conceito estrito e preciso de hoje (O. Gradenwitz, Die Ungiltigkeit obligatorischer Rechtsgescbfte, 1; sem razo, F. Sintenis, Das pra ktische gemeine Zivilrecht, 1, 2 ed., 19, nota 1). palavra negotium no corresponde exatamente negcio jurdico. No direito pretrio, era de gestum que se falava. Deve-se a Ritter Hugo a criao da expresso Rechtsgeschft, negcio jurdico, e o Cdigo Civil saxnio ( 88) foi o primeiro a defini-lo. A definio que aludiu vontade de criar relao jurdica no tem os inconvenientes de muitas que se lhe seguiram. A manifestao de vontade elemento essencial do suporte ftico, que o negcio; com a entrada desse no mundo jurdico, tem-se o negcio jurdico. Da o erro de se identificarem manifestao de vontade, que acontecimento do mundo ftico, e negcio jurdico, que juridicizao do suporte ftico (manifestao de vontade + x + incidncia da lei). H manifestaes de vontade que entram no mundo jurdico sem produzirem negcio jurdico. Tampouco, precisa ela, para produzir negcio jurdico, ser clara (= declarada). 2. Declaraes de vontade e manifestaes de vontade. Com o emprego alternado, ou desatento, das expresses declarao de vontade e manifestao de vontade, os juristas levaram o conceito de negcio jurdico a imprecises lamentveis. Desse modo, o primeiro cuidado que se h de ter, em exposio cientfica, o de se responder questo bsica: ~Existem negcios jurdicos em que o suporte ftico seja manifestao simples, em vez de declarao de vontade? A resposta afirmativa, ainda se no se dilata, como, erradamente, fazem alguns, o conceito de declarao de vontade, at conter o de manifestaes no declaradas de vontade; e negativa, se no se mantm a distino, j assente no direito comum, entre declaraes de vontade, atuaes (manifestaes simples, adeclarativas) dc vontade e atos reais, e se tomam a esses e aos outros atos-fatos como se fossem manifestaes de vontade. Desde que se entendesse como declarao de vontade toda exteriorizao de vontade e como declarao de vontade, suporte ftico do negcio jurdico, toda exteriorizao de vontade de negcio, poder-se-ia dizer que o negcio jurdico tem sempre, por suporte ftico, declarao de vontade; mas, com isso, se sacrificana unidade do continente a diversidade do contedo. A distino entre declarao de vontade (senso estrito e certo) e o ato de vontade adeclarativo, ou simples manifestao de vontade, presta servios relevantes prtica e tem todo fundamento na realidade psicolgica. No seria de admitir-se que no produzissem negcio jurdico atos humanos adeclarativos, em que h vontade de negcio, como: a aceitao da herana (art. 1.581, 12, 2parte, pro herede gestio); a aceitao da oferta pelo consumo da mercadoria, ou pela encadernao do livro ofertado, ou pela tomada de posse e uso do terreno alugando, ou outro ato de vontade, adeclarativo (mis. 1.079 e 1.084); a aprovao do dominus negotil, por atos de consumo das coisas enviadas por gestor, ou pela remessa de utenslios (arts. 1.079 e 1.343); ou o uso da coisa vendida a contento (arts. 1.079 e 1.147); a derrelico (art. 592, verbis coisa abandonada; aliter, o abandono de imvel, art. 589 e 2) e o reconhecimento da filiao, no caso dos arts. 340, II, e 341. Alguns atos adeclarativos (manifestaes simples de vontade) esto to prximos das declaraes de vontade que se tm, juridicamente, como declaraes de vontade tcitas: tal , por exemplo, a revogao do testamento pela destruio (art. 1.749). Tcito, a, significa silente, calado, sem se indagar se houve ato, ou no. Os atos volitivos adeclarativos so sem declarao, posto que manifestem vontade; os atos, de que falamos, tm declarao de vontade silente, ou porque a regra jurdica, como a propsito da revogao (re-vocatio) dos testamentos pela destruio, ou da revogao do mandato (mis. 1.079 e 1.316, 1), tenha dito que como declarao de vontade de determinado contedo se devera considerar, ou porque, segundo as circunstncias, o que deixa de falar sabia que se teria por declarao de vontade de determinado contedo o seu silncio. No ato volitivo adeclarativo, o ato indcio de vontade, talvez de vontade de negcio; na declarao de vontade tcita ou pelo silncio, ainda o , mas h o plus de declarao de vontade, embora sem palavras. Nem todos os atos volitivos adeclaratvos podem ser, ou so, suporte ftico de negcios jurdicos; alis nem todas as declaraes de vontade podem ser, ou so suporte ftico de negcios jurdicos. A restituio do penhor ato volitivo adeclarativo; no negcio jurdico. A declarao de vontade de confessar-se ao padre no suporte ftico de negcio jurdico. Deve ter-se, sempre. em retentiva: a) que h mais declaraes de vontade (A) e atos volitivos adeclarativos (B) do que aqueles que podem ser suporte ftico (5) de negcios jurdicos (A ) 5, B ) 5); b) que, nas declaraes de vontade silentes (ditas tcitas), no o ato, indicium voluntatis, que se interpreta como declarao, algo por sobre ele, tanto que se pode dar que nenhum ato tenha existido. Da no devermos colocar as declaraes de vontade silentes (= tcitas) como espcie da classe dos atos volitivos adeclarativos (= atuaes de vontade, Willensbesttigung, O. Lenel, Stellvedretung und Vollmacht, Jhenings Jahrbcher, 36, 4), como erradamente fez A. von Tuhr (Der Aligemeine Teil, II, 404, nota 24, em contradio. alis, com parte do texto). Tambm no se h de dizer que, nas declaraes de vontade silentes, no h inteno de comunicar a vontade; exatamente a respeito delas, a lei ou as circunstncias, suficientes em direito, puseram como assente que essa inteno existe. Se a prpria manifestao de vontade d resposta sobre qual seja o seu contedo, diz-se expressa. Fora da, tcita (R. Henle, Ausdrckliche und stillschweigende Willenserklrung, 30 s.). Ao ato a declarativo no necessrio que falte a inteno de comunicar vontade: o que lhe necessrio, por definio, que no ponha clara a vontade (falta-lhe o clarim, a vox). Se h vox, embora silente, h ato declarativo. Na atuao pura (= ato volitivo adeclarativo), no h declarao silente ou tcita. Na declarao, h, necessariamente, intento de divulgao (= no segredo); na atuao pura, pode haver inteno de segredo. O que apanhou, alta noite, a coisa mvel sem dono, sem querer que se saiba como a adquiriu, adquiriu, por ocupao, a coisa; e a no h suporte ftico suficiente para negcio jurdico. Se o ato volitivo adeclaratvo foi com inteno de que se soubesse. nem por isso a ocupao se fez negcio jurdico. Porm o testador que destri, s escondidas, o testamento, de cuja existncia talvez ningum soubesse, revoga-o. A dvulgabilidade nao e, pois, critrio para se distinguir o ato volitivo adeclarativo, que pode ser suporte ftico de negcio jurdico, e o ato adeclarativo, que nao pode ser suporte ttico de negcio jurdico. O que importa, para se saber se a declarao de vontade ou o ato volitivo adeclarativo pode ser suporte ttico de negcio jurdico, precisar-se se a vontade, que ali se declara, ou que aqui se manifesta, contm a de estabelecer o negcio jurdico ou o suporte ftico de negcio jurdico. No h negcio sem vontade de negcio. Vontade de negcio, e no s declarao de vontade; mais: vontade de negcio, sem ser essencial a recepticiedade. O testamento particular (= olgrafo) negcio jurdico, cujo suporte ftico declarao de vontade: o testador no s testa, mas declara-o; sem que haja intuito de divulg-lo, desde j, e sem que essa divulgao pudesse ter qualquer eficcia pr ou contra o que se testou. A declarao de vontade pode ser sem destinatrio imediato. Atos jurdicos adeclarativos quase sempre so sem destinatrio imediato. 3. Conscincia da manifestao de vontade. O elemento conscincia essencial declarao de vontade e manifestao de vontade (ato adeclarativo, que basta ao negcio jurdico). A manifestao de vontade de negcio h de ser, por exigncia da teoria mesma do auto-regramento da vontade (dita da autonomia privada), consciente. De modo que suporte ftico do negcio jurdico assim a declarao de vontade como o ato volitivo (adeclarativo), desde que a vontade, que ali se declara e aqui se indicia, seja a de negociar (= concluir negcio jurdico). Se falta a manifestao da vontade, o negcio jurdico nenhum; resta saber se nenhum quando falte a conscincia da exteriorizao da vontade de negcio, ou a conscincia de que do ato seria inferida a vontade de negcio. (O problema nada tem com o do erro, porque esse concerne ao contedo do negcio jurdico: a anulabilidade segundo o art. 86-91 s se d se o declarante, ou agente do ato volitivoadeclarativo. que suporte ttico do negcio jurdico, no quis declarao ou manifestao desse contedo que l est). a) A falta de vontade de negcio jurdico exclui a existncia da declarao de vontade ou da manifestao de vontade (= ato a declarativo) para compor suporte ftico do negcio jurdico: no h negcio jurdico. b) A falta de conscincia da exteriorizao da vontade de negcio jurdico exclui a existncia da declarao de vontade, ou da atuao de vontade (= ato volitivo adeclarativo) para compor suporte ftico de negcio jurdico. O que se sentou. no momento de aprovao de negcio jurdico de adeso, porque ia perder os sentidos, no o aprovou, exatamente como aquele que perdeu os sentidos e se sentou: ali faltou conscincia de manifestao; aqui, de vontade. Quando no h vontade, ou quando no h conscincia da exteriorizao da vontade, no h declarao de vontade, ou ato volitivo adeclaratvo que possa ser suporte ftico de negcio jurdico. (A discusso sobre ser, nos negcios jurdicos, preponderante, ou no, a lei, em relao vontade, falsa questo. A regra jurdica incide sobre o suporte ftico do negcio jurdico como incidiria sobre qualquer outro, ainda quanto seja para deixar de fora algum elemento. Se os efeitos provm, na espcie, da lei, ou do que se quis, depende da natureza das regras jurdicas que incidem, da lei, se no deixou vontade dos figurantes, ou se dispositiva e o figurante no disps, ou os figurantes no dispuseram, ou da vontade, se a lei o deixou vontade do figurante, ou dos figurantes. Nada adianta dizer-se que a vontade do figurante, ou dos figurantes, a causa efficiens e a regra jurdica a condicio sine qua non; nem pr-se em relevo o papel da lei que cria, a seu jeito, as categorias jurdicas). 250. Os Negcios jurdicos e as regras jurdicas 1. Negcios jurdicos e relao jurdica. Todo negcio jurdico cria relao jurdica, constituindo, ou modificando, ou constituindo negativamente (extintividade) direitos, pretenses, aes, ou excees. Essa projeo efcacial do negcio jurdico, no tempo, traa o que se h de entender criado, modificado, ou extinto, parecendo-se com a projeo eficacial das leis no tempo, porm sem que se possa tirar dessa parecena qualquer assimilao, menos ainda identificao. O que os interessados no negcio jurdico estabelecem no mais do que eficcia do negcio jurdico; no e, sequer, vontade que permanece, nem se h de confundir a vontade, que traou a conduta futura e o futuro do prprio negcio jurdico, com a eficcia do negcio jurdico que aponta essa conduta e faz preestabelecido o futuro do negcio jurdico. Por vezes, preciso que o contedo e o futuro da eficcia do negcio jurdico sejam previstos claramente; dai a tcnica legislativa adotar a) regras jurdicas dispositivas, regras jurdicas preenchentes, que tomem o lugar das manifestaes de vontade que deveriam ter sido feitas num ou noutro sentido e no no foram, e b) regras jurdicas interpretativas, que sirvam, na dvida, para se entender o que foi que quiseram os manifestantes obscuros. Regras jurdicas somente para os casos em que se no haja adotado alguma declarao, ou manifestao, as regras jurdicas dispositivas nada sofrem com ficarem sem incidncia. Elas mesmas se marcaram esses limites. So normas para se encher vazio de declarao ou de manifestao de vontade. As regras jurdicas interpretativas nada dispem: resolvem dvida, que o prprio manifestante deixou. 2. Negcios jurdicos de direito pblico e negcios jurdicos de direito privado. As regras jurdicas, em virtude de cuja incidncia suportes fticos se fazem fatos jurdicos, inclusive negcios jurdicos, podem ser de direito pblico ou de direito privado. De direito privado, tanto de direito de famlia quanto de direito das obrigaes, das coisas e das sucesses. Onde a pessoa pode escolher suporte ftico, que leve ao negcio jurdico A, ou suporte ftico, que leve ao negcio jurdico B, ou, ainda, onde pode querer ou no querer o negcio jurdico A, ou B, a declarao suficiente de vontade ou a manifestao suficiente de vontade exerccio do auto-regramento de vontade. H negcios jurdicos de direito das gentes, de direito constitucional, de direito administrativo, de direito social, de direito processual, de direito privado. O direito privado no rege aqueles, ainda quando tenham efeitos no plano do direito privado. Se a regra jurdica, que de direito privado, tambm regra jurdica de algum daqueles ramos questo que s se pode responder no direito de fontes de cada ramo.3. Suporte ftico da regra juridica dispositivo e da regra jurdica interpretativa. O suporte ftico da regra jurdica dispositiva a parte, falha (= vazia) em manifestao de vontade, ou em declarao de vontade, do suporte ftico do negcio jurdico. No a falha de vontade, e sim a falha de manifestao. declarativa ou adeclarativa. O suporte ftico da regra jurdica interpretativa do negcio jurdico a manifestao de vontade, declarativa ou adeclarativa, que precisa ser entendida em operao mediata (= ela obscura) e para a qual a regra jurdica d a soluo dessa operao. 251. Suporte ftico dos negcios jurdicos 1.Elementos necessrios do suporte ftico. No suporte ftico dos negcios jurdicos, ho de estar os elementos necessrios a todos os negcios jurdicos, a certa subclasse deles, ou a certa categoria jurdica. Naturalmente, ho de estar, precipuamente, os elementos necessrios aos fatos jurdicos, porque negcio jurdico j subclasse. A capacidade de direito pressuposto necessrio comum a todos os atos jurdicos. A capacidade civil, se falta, torna deficiente o suporte ftco e faz nulo (arts. 50 e 145, 1) ou anulvel (arts. 6 e 147, 1) o negcio jurdico. A falta de capacidade de direito determinaria inexistncia do negcio jurdico, porque no seria s deficiente, mas insuficiente, o suporte ftico. 2. O quid de vontade. No suporte ftico do negcio jurdico, h de estar declarao suficiente de vontade ou manifestao suficiente de vontade. A prova de que o negcio jurdico pode ter, no seu suporte ftico, mera manifestao de vontade, em vez de declarao de vontade, est em que o consumo das coisas pelo dominus negotii suporte ftico suficiente de negcio jurdico, bem assim a derrelico. Na revogao das disposies testamentrias pela destruio do testamento, a lei aponta declarao silente. Naqueles dois casos, e no nesse, quer-se e manifesta-se o querer, sem se declarar o que se quer. 3. Suportes fticos compsitos. A declarao de vontade ou a manifestao de vontade, que est no suporte ftico, pode estar so, ou com outras declaraes ou manifestaes de vontade a latere. ou com atos-fatos, ou com fatos humanos, ou extra-humanos, como o decorrer do tempo, ou com ato de autoridade judicial, ou no ou de pessoa encarregada pelo Estado de integrar o suporte ftico. Algumas vezes, o outro elemento de outro suporte ftico, que se segue ao negcio jurdico, s o integrando na eficcia. a) Se a declarao de vontade (A). ou a manifestao de vontade (B), suficiente composio do negcio jurdico, sozinha, o negcio jurdico , nesse particular, coincidente com a declarao ou manifestao de vontade. Em todo o caso, so de distinguir-se desse elemento sozinho o elemento que s e no o podia ou no o devia ser (= suporte ftico insuficiente ou deficiente), bem como o elemento s em manifestao, mas acompanhado de outro, pela incidncia de regra jurdica dispositiva. b) Se a declarao ou manifestao multplice, a declarao ou manifestao de vontade est acompanhada de outros fatos (A ou B ( suporte ftico): ou o agregado de A, A, A ou ou A, B, ou A, B, A etc., compe o suporte ftico, ou h, junto aos elementos de vontade, elementos que no entram (C) na classe das declaraes ou das manifestaes de vontade. Num e noutro caso, evidencia-se que no se podem identificar as declaraes ou manifestaes de vontade com o suporte ftico total (podem s ser parte dele), menos ainda com o negcio jurdico. 4.Vontade-ncleo. Se o elemento de vontade multplice, alguma declarao de vontade, ou alguma manifestao de vontade exerce papel de ncleo, isto , de elemento definidor do contedo especifico do negcio jurdico. Noutros termos: sem esse elemento, ou o negcio jurdico no seria, ou seria outro negcio jurdico. Em torno do ncleo, esto os outros elementos volitivos, inclusive os que as regras jurdicas dispositivas revelam; sem que sejam necessrios determinao do contedo especfico do negcio jurdico. Sem eles, o negcio jurdico, tal qual , em sua especificidade, seria; e a diferena entre o negcio jurdico sem eles ou o negcio jurdico com eles no lhe afetaria a natureza (cf. art. 87). A capacidade civil, especialmente a capacidade para os negcios jurdicos (capacidade negocial), o poder de disposio, a procurao etc., so elementos do suporte ftico e acompanham todas as declaraes ou manifestaes de vontade, sem que a falta deles ou de algum deles exclua a suficincia do suporte ftico: s o torna deficiente. E.g., o negcio jurdico do louco nulo, e no inexistente. A alienao do bem mvel, com a tradio, pelo que no tem poder de disposio, nula; a venda, a troca, ou outro contrato sobre o bem mvel, pelo no-proprietrio, ou por pessoa que no tem o direito de disposio, ineficaz para a alienao. O elemento do suporte ftico em contacto com o ncleo ou a) o completa (elemento completante do ncleo) ou b) o complementa (elemento complementar). 5. Elementos volitivos complementantes. Os elementos volitivos que complementam o ncleo (evite-se diz-los acessrios; no h, a, qualquer acessoriedade), duos complementares ou com pIementantes (diferente de completantes, como se o ncleo composto de dois elementos volitivos, pois um completa o outro) podem ser declaraes ou manifestaes de vontade. (a) A capacidade civil e o poder de disposio so pressupostos subjetivos, complementares do ncleo; o assentimento de terceira pessoa (do pai ou tutor do menor relativamente incapaz, do cnjuge para alienao ou gravame de bens particulares seus), nao: nem pressuposto subjetivo, nem declarao ou manifestao de vontade ncleo do suporte ftico; faz parte do suporte ftico como condicio uns e a sua falta d ensejo anulabilidade (simples deficincia do suporte ftico). Quem presta o assentimento no negociador, pessoa anexa ao negcio jurdico. No se deve dizer, sequen que parte anexa, figurante anexo. Os Cdigos Civis e Comerciais costumam tratar dos atos volitivos dos pais, tutores, curadores, cnjuges etc., ao mesmo tempo que dos pressupostos; isso de modo nenhum os faz pressupostos: a manifestao de vontade do menor relativamente incapaz parte do suporte ftico, ncleo, ou no, dele; a sua capacidade civil pressuposto subjetivo (parte no-volitiva do suporte ftico); a assistncia (= prestao de assentimento) do titular do ptrio poder ou do tutor manifestao de vontade complementante e das outras declaraes ou manifestaes de vontade. A sua presena serve validade; a sua falta determina anulabilidade do negcio jurdico. Por onde se v que, fora do ncleo, tudo que aparece no suporte ftico s interessa validade ou eficcia do negcio jurdico, no sua existncia. Se complementante do ncleo, h nulidade, se falta. Se complementante do elemento, a falta acarreta anulabilidade. Surge, aqui, o problema da capacidade de direito. Onde est ela no suporte ftico? A capacidade de direito (no direito processual. capacidade de ser parte) outro nome para a qualidade de pessoa (personalidade). Sem ela, a declaraoncleo ou manifestao-ncleo de vontade no elemento suficiente; o suporte ftico insuficiente, e no s deficiente. No pode haver suporte ftico suficiente para regras jurdicas regras que so interpersonais se a declarao-ncleo ou a manifestao-ncleo no vontade de pessoa. Quando se fala de declarao ou de manifestao de vontade, necessariamente se entende feita por aqueles que tm capacidade de direito. Em conseqncia, se no h capacidade de direito (= personalidade), no h suporte ftico suficiente, no pode haver negcio jurdico. H o nada. E o caso de animal ou do homem incapaz de ter certo direito ou pretenso. (b) Em negcios jurdicos, pode dar-se que duas ou mais prestaes sejam devidas, mas de tal maneira que o cumprimento de uma baste, cabendo ao devedor ou ao credor a escolha. So as obrigaes alternativas. A escolha determinao da prestao; direito formativo modificativo (precisan te, pela determinao), nascido da incidncia das regras jurdicas sobre os suportes fticos, em que a declarao ou manifestao de vontade acompanhada de declarao de vontade ou de manifestao que d a escolha ao credor, ou, se nada se disse, ou se disse de modo duvidoso, ao devedor (a regra, no direito brasileiro, dispositiva, art. 884, ou interpretativa, a fortiori; no direito alemo, interpretativa). A vontade que a se declara, ou manifesta, elemento complementar; no nuclear. Tambm complementar, e no contempornea do ncleo, a declarao de vontade pela qual se escolhe (declarao unilateral de vontade, receptcia, irrevogvel); sem se excluirem a declarao silente de vontade, ou a manifestao de vontade pelo adimplemento, ou pela aceitao da prestao. (c) Nas obrigaes de prestar gnero, o ncleo a declarao que deixou a incerteza, sendo complementar a vontade sobre quem h de determinar a coisa. Tambm a, ou h declarao, ou cabe a regra jurdica dispositiva ou interpretativa (art. 875, atendida a 2 alnea). Tanto aqui como a respeito das obrigaes alternativas, h declarao ou manifestao de vontade, posterior, que complementa elementos, porm apenas com repercusso na eficcia. No importa se essa eficcia ex nunc, ou se tem de ser atendida desde a perfeio do negcio jurdico. Trata-se de negcios jurdicos que tm suporte ftico, com ncleo, no tempo A, e declaraes ou manifestaes de vontade no tempo B. O negcio jurdico tem a sua existncia e validade no tempo A; a declarao ou manifestao de vontade posterior s estabelece ou s completa a sua eficcia. Nos casos em que o assentimento posterior (aprovao), ou s se deu posteriormente (ratificao), d-se algo de parecido; apenas, em vez de se tratar de suporte ftico que se haveria de integrar mais tarde, o negcio jurdico deveria ter no tempo A o elemento complementar que somente ocorre depois, se bem que ainda em tempo, por subsistir o negcio jurdico.Algumas vezes, as declaraes de vontade ou as manifestaes de vontade complementares foram concebidas com certa independncia, isto , como suportes fticos parte; ento, funcionam duplamente: so ncleo de negcios jurdicos auxiliares (Hilfgeschfte) e so elementos complementares do negcio jurdico auxiliado. Exemplo: o acordo posterior, autnomo, ou dentro de outro negcio jurdico, sobre a escolha, em caso de dvida no negcio jurdico auxiliado, em se tratando de obrigao de gnero ou de obrigaes alternativas. A esse respeito, no de admitir-se a repulsa, a priori, de tais negcios jurdicos auxiliares, porque influem noutros e pois so dependentes; nem a possibilidade de poderem quaisquer declaraes ou manifestaes de vontade complementares eficaciais ser construdas como negcios jurdicos auxiliares (sem razo, ali, P. Eltzbacher, Die Handlungsfhigkeit, 123; aqui, A. von Tuhr, Der Allgemeine Teil, II, 149). Se a declarao ou manifestao de vontade, elemento complementar, faz parte de outro negcio jurdico como ncleo de suporte ftico, ou elemento do suporte ftico de outro negcio jurdico, questo de fato. As instrues e ordens, inclusive regulamentos, que se expedem ou comunicam, de viva voz, sobre prestaes (as que se do ao locador de servios, as do empregador ao empregado, as do mandante ao mandatrio), no so declaraes, ou manifestaes de vontade, elementos complementares do suporte ftico e pois, do negcio jurdico: so exerccio do direito ou pretenso do credor da prestao; entram, como declaraes ou manifestaes de vontade, nesse contedo de exerccio; nem seria possvel pensar-se, j ento, em negcios jurdicos parte, ou em complemento de suporte ftico. J se passam na atmosfera ou plano de eficcia do negcio jurdico. Se, no compor-se o suporte ftico do negcio jurdico, se incluram instrues ou ordens, ou regulamentos, deturpou-se o conceito de instrues, de ordens ou de regulamentos, porque se lhes retirou o que essencial sua definio, o serem exerccio de direito ou pretenso, o serem regramento por parte de algum para outro ou para outros. Trata-se, ento, de suporte ftico de negcio jurdico, porque assim o quiseram os contraentes, ou assim o quis quem deu ensejo ao negcio jurdico: so instrues, ordens (de servio ou do dono do negcio), ou regulamentos internos s no nome. Instrues, no verdadeiro sentido (e.g., art. 1.313), so declaraes ou manifestaes de vontade dentro de campo de exerccio; no so negcio jurdico, nem elemento complementar de suporte ftico de negcio jurdico. Por vezes, tm por fito, to-somente, regrar, de maneira uniforme, a atividade dos que prestam servios, ou regr-la segundo plano geral, com diviso do trabalho. Nesse sentido, os regulamentos da administrao pblica, as instrues de servios pblicos e as ordens de servios pblicos tm a mesma natureza que os regulamentos internos, as instrues de servios e as ordens de servios dos empregadores. Esses sobem de classe (= fazem-se suporte ftico de negcio jurdico); como aqueles, ao se tornarem regras jurdicas. No importa em transformao em regras jurdicas a generalizao das ordens de servio pblico; nem em integrao no suporte ftico do negcio jurdico a s generalizao ou a s adoo permanente, ou a generalizao e a adoo permanente. Aliter, a insero daqueles na lei (cf. A. Hnel, Das Gesetz Em formellen und materiellen Sinne, 245), se o legislador os fez lei; ou a desses no suporte ftico do negcio jurdico. (d)O suporte ftico do negcio jurdico pode conter declarao ou manifestao de vontade, ou declaraes ou manifestaes, ou uma e outra, ou umas e outras, mais ato real (ato-fato). So os negcios jurdicos ditos, por isso, reais (L. Enneccerus, Rechtsgeschft, Bedingungen und Anfangstermin, 489 s.). Aqui, convm afastar duas concepes erradas do que em verdade se passa: a) o elemento real no precisa ser, em si, negcio jurdico, e, de ordinrio, somente ato real (ato-fato), agregado aos outros elementos do suporte ftico, s vezes ncleo, outras vezes no (sem razo, pois, quem quer que veja em tais negcios jurdicos reais, necessariamente, suporte ftico composto de elementos volitivos declarativos ou adeclarativos e negcios jurdicos reais); b) no se pode dizer, tampouco, como L. Enneccerus (Rechtsgeschft, Bedingungen und Anfangstermin, 509; Lehrbuch, 1, 354, nota 16), que se trate de efeito prvio (k/orwirkung), porque seria negar-se, logicamente, a existncia mesma de negcios jurdicos reais para s se admitir a realidade da eficcia, a, por acomodao para a teoria, reduzida a eficcia prvia. Que se fale de efeitos prvios ou pr-efeitos, no sentido de efeitos do negcio jurdico antes da eficcia completa quando se complementar o suporte ttico (H. Ftting, liber den Begriff der Rckziehung, 69; F. Regelsberger, Pandekten. 438), entende-se: so prvios antes da eficcia que quase diramos final do negcio jurdico (e.g., os efeitos pendente a condio ou termo suspensivo). Que se fale de efeitos prvios ou pr-efeitos, em caso de oferta vinculativa (irrevogabilidade), tambm se entende, se bem que seja de evitar-se. Mas falar-se de pr-efeito, efeitos prvios, ou pr-eficcia, quando se trata de negcios jurdicos reais, de modo nenhum. O argumento de que o mtuo e a doao, contratos reais, so vlidos, ainda se o muturio, ou donatrio, adquiriu a coisa por usucapio, ou comisto, e no pela tradio, prova que o enunciado a) verdadeiro, e no que o enunciado contrrio a b) o seja. O elemento real componente do suporte ftico do negcio jurdico real, talvez ncleo ou parte do ncleo do negcio jurdico, ou da realidade do negcio jurdico (ali,na falta, no existe negcio jurdico; aqui, na falta, existe negcio jurdico, porm no negcio jurdico real). O elemento real pode ser simultneo s declaraes ou manifestaes de vontade, ou anterior (considero transmitido em dao em soluto a B o anel que lhe emprestara, ou como emprstimo o dinheiro que iria pagar-me). Quanto a poder ser posterior, o exemplo que deu L. Enneccerus (Lehrbuch, 1, 355) falso: se concluo contrato de mtuo, ou de doao, segundo o qual a prestao, que o muturio ou donatrio me h de pagar, deva ser tida como emprestada, ou doada, j o elemento real est no suporte ftco, ou se trata de simples pr-contrato (pactum de mutuo dando ou de donando). Fora da, surgiria a questo do mtuo de prestao futura ou de doao de bem futuro. O mtuo ou doao de valor marcado, ou a apurar-se, dandose coisas que o muturio ou donatrio aliene para obter o que foi mutuado ou doado, no argumento, quanto a ser possvel o elemento real posterior: a j o elemento real ocorreu. Dizia L. Enneccerus que se pode exercer a ao real para se cobrar o mtuo ou a doao; mas, a, suposto est que tenha havido o contrato real, e cai-se em petio de princpio. A aluso a efeito prvio, em vez de elemento real do suporte ftco, mal disfara que o jurista alemo no teve a audcia de afirmar a consensualidade do contrato do mtuo e da doao. Se a tradio no se lhe seguiu, a doao verbal inexistente (art. 1.168, pargrafo nico, que alis emprega expresso imprpria, verbis ser vlida... se, versando sobre bens mveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinente a tradio, porque a tradio imediata (= simultnea ou quase simultnea) elemento real do ncleo. A promessa de doar obriga; a doao verbal, sem a tradio, no obriga. Quanto s doaes de bens imveis, o contrato de doao, contrato real, contm a transmisso, que elemento do ncleo; se no o contm, promessa de doao. Quanto ao mtuo, contrato real, e no se pode demandar o mutuante que no completou o ncleo do suporte ttico; posto que o que prometeu mtuo possa ser condenado s perdas e danos (Manuel Mendes de Castro, Practica Lusitana, II, 227). Uma coisa o contrato de mtuo que no se perfez. e outra, o pactum de mutuo dando. O Cdigo Civil brasileiro no tem o principio de que Todos os contratos se ho de ter por contratos consensuais (aliter. o direito suo, salvo a propsito de transportes em vias frreas). Durante algum tempo, existiu no direito portugus e luso-brasileiro (cf. MeIo Freire, Institutiones, IV, 16, por influncia, provvel, de 5. Stryk) o principio da separabilidade do consensual (ex solo consensu obliga tio oriatur), ruas, em verdade, esse no foi o principio do direito comum, nem o do direito romano. Noutros termos: para o direito contemporneo, como para o comum e o romano, o elemento real dos contratos e outros negcios reais parte do ncleo do suporte ftico ou elemento complementar, no simples efeito que deveria ter sido prvio (= pelo menos efeito simultneo). O ncleo do suporte ftico da doao composto pela conveno sobre a gratuidade e pela transmisso. O ncleo do suporte ftco do mtuo composto pela conveno sobre o reembolso e pela transmisso. Muito diferente o ser a transmisso simples efeito. Assim, se houve mandato, pode bem ser que se d, mais tarde, ato real (ato-fato), que determina a pretenso de reembolso do mandatrio. Est-se na atmosfera ou plano de eficcia da relao jurdica de mandato. O contrato de locao consensual: O locatrio pode pedir que se lhe entregue a coisa locada, ou que se lhe prestem perdas e danos; se a coisa foi entregue (ato real), o locatrio no tem de devolv-la (art. 486). e os aluguis so por esse uso que se deu ao locatrio. Discute-se se o mtuo est nas condies da doao (contrato real), ou nas condies da locao (contrato consensual). No direito romano e no comum, era contrato real; no direito contemporneo (salvo o caso especial do direito suo), discute-se se o mtuo contrato real ou se contrato consensual. Ali, o entregar a coisa seria elemento do suporte ftico, aqui, s eficcia do negcio jurdico. Haveria, aqui, um s contrato, ou dois negcios jurdicos (o do contrato de promessa de mtuo e o contrato real). No se pode ten a respeito de ponto to importante, atitude dbia: E real, ou no real o contrato? No se confunda o problema com o da existncia, ou no, dos pacto de mutuo dando, que so pr-contratos. O contrato de mtuo e. assim no direito brasileiro como em outros sistemas jurdicos, contrato real; as obrigaes, que se regulam na lei, so obrigaes do muturio, e no cabe invocarem-se outras regras jurdicas dos contratos bilaterais. Se o contrato de mtuo s o na redao de algumas frases, por se tratar, em verdade, de pactum de mutuo dando, como tal que se h de considerar: se isso no ocorre, no h ao do muturio para pedir a coisa, pois o contrato, que seria real, no se perfez. O mesmo raciocnio h de ser feito a propsito do depsito e do comodato. Tentaram alguns juristas a construo do mtuo como contrato consensual; porm a tradico romana do contrato real resistiu. E velha a tentativa de assimil-lo locao (G. Demelius, i. Unger. H. Dankwardt, J. Kohler) e ainda, em tempos recentes, se pretendeu conceber o contrato de mtuo como consensual, contra a letra das legislaes (,.J. Kohler, Das Vereinbarungsdarlehn. Archiv fr Brgerliches Recht, 33, 1 5.; H. Hoenigen Zur Vereinbarungsdarlehn, Archiu, 33, 278 5.; O. Boehmer, Realvertrge im heutgen Rechte, Archiu,38. 314 s.; E. Lbbert. Der Kredtvertrag, Jherings Jahrbcher, 52, 377 s.; A. von Tuhr. Der Allgemeine Teil, II. 150). Nem se h de pensar em dois contratos sucessivos, um consensual e outro real, de modo que, falhando esse, aquele estivesse concludo e perfeito. Os sistemas jurdicos somente conhecem um contrato de mtuo, que o real (= o elemento real elemento do ncleo do suporte ftco), ou o consensual (= o elemento real eficcia pessoal, portanto provvel; direito suo). O dever de devoluo, nos sistemas juridicos que tm o contrato de mtuo como contrato real, nascedo contrato mesmo, ao perfazer-se ele; para que no exista o dever, preciso que o muturio alegue no se ter perfeito o contrato, ou ter sido entregue antes do prazo ao mutuante, ou por ele tomada a coisa emprestada. (e)Nos negcios jurdicos a causa de morte, somente ao ocorrer a morte comea a eficcia do negcio jurdico. H lapso entre a declarao ou manifestao (rarissma!) de vontade e o inicio da eficcia, com o fato da morte. Aqui, no est em exame ato humano, que se tenha de agregar ao suporte ftico do negcio jurdico; nem o fato de tratar-se como nuclear, de jeito que, faltando, o negcio jurdico no existisse, ou como elemento complementar do suporte ftico indispensvel a sua validade. Os negcios jurdicos perfazem-se antes dele; o elemento ftico apenas serve para que o negcio jurdico comece de irradiar a sua eficcia. O testamento e as doaes mortis causa so negcios jurdicos existentes e vlidos, antes da morte. A morte espcie tpica de elemento ftico eficacial, como o advento do ltimo dia do prazo ou o advento do termo. Nos casos de fixao legal, o dia suporte ftico da regra jurdica; nos casos de fixao pelos declarantes, o dia elemento ftico da declarao de vontade e sobre essa, elemento do suporte ftico, que incide a regra jurdica. (1)A diferena entre prazo e termo da maior importncia na terminologia e na tcnica jurdicas. O prazo o trato de tempo, o pedao temporal (de a a b ou de a a c); o termo o momento, o ponto de tempo (a, ou b, ou c). H prazo de prescrio, e no termo de prescrio. H termo de morte, e no prazo de morte, posto que se possa conceber prazo at a morte de A. O prazo para que algo se d, ou no se d, dentro dele, que lineal no tempo; o termo momento, que inicia, modifica ou extingue algum estado ou fato. (g)As exigncias de forma especial merecem toda a ateno. A forma, como os outros elementos fticos, pode ser elemento do ncleo do suporte ftico, e ento pressuposto de existncia do negcio jurdico: sem ela, no existe o negcio jurdico. Ou ser elemento complementar, de cuja falta resulte nulidade (= ser da substncia do negcio jurdico), ou resulte anulabilidade. Ou ser elemento complementar para a eficcia. Ou ser elemento complementar, to-s. O casamento que no foi celebrado no existe (nosso Tratado de Direito de Famlia, 1, 3 ed., 294 5.; antes Direito de Famlia, 41 s.). Diante da regra jurdica que exige a forma especial. tem-se de indagar se elemento do ncleo do suporte ftico, ou se elemento complementar necessrio, indeslocvel no tempo (= invalidade irratificvel), ou deslocvel (= invalidade ratificvel), ou se apenas recomendvel, ou se para algum efeito. O art. 145,111, do Cdigo Civil considera causa de nulidade, precisamente. (portanto irratificvel), a infrao de regra legal sobre forma (verb is: nulo o ato jurdico: III. Quando no revestir a forma prescrita em lei) e remete aos arts. 82 e 130. Aquele diz que a validade do ato juridco requer agente capaz, objeto licito e forma prescrita ou no defesa em lei; esse, que no vale o ato se deixa de revestir a forma especial, determinada em lei, salvo quando se comine sano diferente contra a preterio da forma exigida. Os trs textos so acordes em no considerarem elemento do ncleo do suporte ftico o elemento da forma especial exigida pela regra jurdica. E elemento complementar que deve ocorrer simultaneamente (pressuposto necessrio objetivo, indeslocvel no tempo). De modo que as referncias dos arts. 133 e 134 substncia do ato so pertinentes a pressupostos, e no a ncleo do suporte ftico (= falta de substncia no falta de existncia, falta de validade). Muito diferente o que se passa com o casamento: a celebrao elemento do ncleo do suporte ftico; e no elemento complementar, ainda que indeslocvel. Sem ela, o casamento no existe. As formalidades registrrias no registro de imveis ou de ttulos e documentos so elementos fticos de eficcia em relao a terceiros, porm elementos nucleares (estatais) do suporte ftico da transmisso entre vivos da propriedade imvel e da constituio de direitos reais. Note-se bem: da transmisso (eficcia do negcio jurdico do acordo ou conveno de transmisso, devida ao registro). Portanto, se houve escritura de venda e compra, em que se inseriu o plus da conveno de transferncia, a falta do registro no registro de imveis no afeta a venda e compra, mas preciso que ocorra para se integrar a eficcia do negcio jurdico do acordo. As inscries e transcries, que a Lei n 6.015, de 31 de dezembro de 1973, considera no art. 168 englobadas na designao genrica de registro, quando so elementos para a eficcia, so elementos deslocveis; isto , no h, de ordinrio, prazo para que se proceda ao registro. A autorizao do juiz, a que se refere o art. 428, quanto a atos do tutor, no elemento do ncleo do suporte ftico; diz respeito apenas validade: , portanto, elemento complementar. D-se o mesmo quanto a atos do titular do ptrio poder (art. 386), ou do curador (art. 453), ou da mulher (arts. 245, 251, pargrafo nico, IV), ou do marido (art. 237). A escritura pblica, que o art. 375 exige adoo de quem no seja nem criana nem adolescente, elemento complementar necessrio, de modo que, sem ela, o negocio jurdico e nulo, conforme o princpio geral revelado pelos arts. 82, 130 e 145, III, se bem que, de iure condendo, melhor fosse ter-se concebido como elemento do ncleo do suporte ftico. Em todos esses casos, a formalidade estatal no faz existente, nem vlido, o negcio jurdico que no existia, ou no valia; mas, por se tratar de ato de terceiro, funcionrio estatal, ou de pessoa com funo estatal, tem-se de ir contra esse ato ou diretamente ou indiretamente,obtendo-se sentena que, declarativa, ou constitutiva negativa, ou mandamental, ou executiva, tenha carga de constitutividade negativa, ou mandamental, suficiente para se excluir o ato do funcionrio estatal ou da pessoa com funo estatal. O ato estatal pode apagar vcios e (at) dar existncia, se se trata, nesses pontos, de aplicao de regras jurdicas, para a qual seja competente o agente integrador, e essas regras jurdicas so sobre existncia e validade; porm, ainda a, no h, propriamente, apagamento, e sim a antinomia, que bem conhecida dos juristas, entre incidncia, que infalvel, e aplicao, que falvel. No mais, o elemento estatal ou paraestatal indispensvel ao negcio jurdico, ou sua validade, ou sua eficcia, apenas, sendo, valendo e sendo eficaz por si, exige que se discuta, antes e fora dele, o resto do suporte ttico a que ele se une; salvo se a sua existncia vlida e eficaz torna abstrato o que o ato juridico suscitou. A respeito dos negcios jurdicos em cujo suporte ftico, alm da declarao de vontade, ou da manifestao de vontade, entra ato do Estado, ou paraestatal, cumpre advertir em que essa colaborao do Estado no desloca para o direito pblico o negcio jurdico. O que importa a declarao ou manifestao de vontade elemento nuclear, sobre a qual incide a regra jurdica: se essa regra de direito privado, negcio jurdico privado que resulta da sua incidncia. O ato do funcionrio estatal de direito pblico, como ato de exercicio da sua competncia; no como elemento do suporte ftico do negcio jurdico privado. So regras de direito pblico as regras jurdicas sobre a existncia, validade, eficcia e cancelamento do registro (e.g.. Lei n 6.015, de 31 de dezembro de 1973. arts. 164-166, 248-259. 288-291, 293-296). Assim, se o ato estatal foi sentena, ao direito pr-processual e processual que se h de perguntar se e como se pode vir a declarar-lhe a inexistncia, ou decretar-lhe a nulidade, ou rescindi-Ia. Se a eficcia do ato estatal ex nunc. ou ex tunc. o direito, que rege o negcio jurdico de cujo suporte ttico o ato estatal um dos elementos, que h de responder; inclusive se h eficcia, pendente recurso administrativo ou judicial. A declarao de inexistncia, a decretao de nulidade, ou a declarao de ineficcia, por sentena, quanto ao negcio jurdico, torna, em princpio, cancelvel o ato estatal. A abstrao, se o caso, cria excees ao principio. 6. Elementos complementares concernentes sorte futuro do negcio jurdico. Dos elementos complementares do negcio jurdico alguns concernem sua validade ou rescindibilidade, ou resolutividade, ou resilibilidade, ou denunciabilidade (= se faltam, ou nulo, ou anulvel, ou rescindvel, ou resolvel, ou resilvel. ou denuncivel o negcio jurdico). Dizem respeito, portanto, sua sorte futura. No presente, eles so. (No se fala, aqui, de revogabilidade, porque o ser revogvel s se refere manifestao de vontade, voz, que se retire, e pois ao suporte ftico, que desfalcvel; o negcio jurdico somente cai em conseqncia disso). Outros s sua eficcia; portanto, a falta de qualquer deles nem atinge a existncia, nem a validade. Ento, cada espcie de elemento complementar eficacial tem a sua parte na eficcia do negcio jurdico: agrega-se ao suporte ftico; enche, com ele, o negcio jurdico; e determina a irradiao do efeito ou o efeito instantneo. No elemento complementar eficacial o assentimento ao que manifestou o relativamente incapaz, ou o que dele precisava, porque concerne validade: o seu efeito (no confundir com o efeito do negcio jurdico) determin-la, complementando o ncleo do suporte ttico; nem o a ratificao, porque o seu efeito completa~ tarda porm no extemporaneamente, o suporte ftico do negcio juridico. diferena da aprovao, que o assentimento em tempo devido, a ratificao, se no parte do ncleo, elemento complementar, fora do seu momento mais prprio. 7.Sucessividade necessria e sucessividade facultativa dos elementos componentes do suporte ftico. At aqui apenas temos aludido, de leve, no-simultaneidade dos elementos componentes dos suportes fticos. O assunto merece trato mais concentrado e mais extenso. Os elementos componentes do suporte ttico ou tm de ocorrer, todos, no mesmo momento; ou possvel, juridicamente, que se dem em momentos diversos, com ou sem fixao, e ento so deslocveis, ou sem repercusso na validade do negcio, ou com repercusso; ou tm de ser em momentos diversos. Diz-se que h sucessividade necessria quando inelidvel para a existncia ou para a validade; diz-se que h sucessividade facultativa quando indiferente que haja simultaneidade ou sucessividade. Aflorou o assunto R. von ihering (Geist des rdmischen Rechts, 3 ed., 111, 157); continuou-o L. Enneccerus (Rechtsgeschft, Bedingung und Anfangstermin, 219 s. e 240 s.). O princpio da simultaneidade exige que os elementos do suporte ftico sejam no mesmo momento, ou pelo menos alguns (combinao com o princpio da sucessividade livre ou no). O princpio da sucessividade exige certa ordem, ou a simples sucesso. As doaes dos arts. 312-314 tm de ser antes do casamento, mas o casamento no o elemento do suporte ftico: se o casamento no se realiza, a doao caduca; a doao perfez-se; a restituio pedida, alegado o fato extintivo (no-casamento). A priori, seria mais cmodo, e mais natural, conceber-se o casamento como condicio iuris, portanto como elemento complementar, ou mes-mo nuclear do negcio jurdico. A concepo das doaes propter (ante) nuptias , porm, histrica. A sponsalicia largitas seu dona tio era doao perfeita antes do casamento. Foi Constantino (L.10 e 11, C., de donationibus ante nuptias vel propter nuptias et sponsaliciis, 5, 3) quem as tornou atingveis se no ocorreu o casamento. Atingveis, dissemos; e no atingidas. Charles Maynz (Cours de Droit Romain, III, 56) falava de revogabilidade, com o que se contradisse, pois antes (16) as considerara sob condio. No se pode raciocinar certo, sem se jogar com conceitos exatos e precisos. A questo h de ser posta em termos rigorosos; sem tal cuidado, cai-se em ambigoidades ou em equvocos. A doao contrato real, ainda quando se trate de doaes antenupciais. Se no houve transferncia, s se poderia pensar em pacto de don ando, e no em contrato de doao. Tendo-se perfeito o contrato real, a transmisso deu-se. Para se ir buscar o bem, preciso que haja fato que seja suficiente para extinguir a relao jurdica entre o donatrio e o sujeito passivo total ou no-total (doao de dvidas ativas). A natureza desse fato havia de intrigar os juristas. Porm houve a assimilao das doaes antenupciais ao dote, e tambm a as fontes romanas ora fazem pensar-se em pressuposio, ora em condio (cf. B. Windscheid, Die Lebre des romischen Rechts von der \/oraussetzung, 146 S.; A. Erxleben, Die condictiones sitie causa, II, 92 s.). O prprio Cdigo Civil alemo no ousou decidir-se por uma ou outra figura e falou apenas do direito e pretenso restituio ( 1.301). A eficcia da doao ocorreu, porque o contrato real; com o rompimento inicia-se a ineficcia do contrato de doao, e cabe a condictio causa data causa non secuta. O enriquecimento faz-se, desde a, injustificado. A no-realizao do casamento causa de caducidade da doao, por falta do resultado proposto, que ai no ato do donatrio sozinho (condictio ob causam datorum). O fim resulta do contedo mesmo do negcio jurdico; e falhou. No se deve pensar em condio, nem em pressuposio; mesmo porque a pressuposio no daria ensejo condictio. 8. Principio da vinculao pela manifestao de vontade. Quando o suporte ftico componvel em sucesso, tem-se de indagar se o negcio se perfez antes dos elementos que faltam. O princpio da vinculao pela manifestao de vontade impe a perfeio antes de se inserir no suporte ftico o elemento, se aps ela que os outros elementos tm de ocorrer. A irrevogabilidade, nos casos de oferta de contrato (arts. 1.080 e 1.081), no exceo ao princpio, porque resulta dos termos da oferta, ou da natureza do negcio, ou das circunstncias do caso (art. 1.080), ou da lei (art. 1.081). Tampouco exceo ao princpio o no ter de entregar o que fez acordo de transmisso do bem mvel (art. 620; sem razo, A. von Tuh~ Der Algemeine Teil, II, 152); porque o acordo, sozinho, negcio jurdico, e a lei concebeu o acordo para se transmitir bem mvel como obrigacional, sem criao de direito formativo, como seria o caso do acordo de transferncia de imvel. Nem, no direito brasileiro, o exigir-se a prova da extino para o cancelamento da hipoteca (art. 851, parte) e casos semelhantes. A morte do que comps o suporte f tico do negcio jurdico no o destri (= no exclui a incidncia do princpio) se o que foi composto, s por si. perfez negcio jurdico, ainda que parte de outro (e.g., contrato). No seria exato dizer-se que, quando o suporte f tico sucessivo, a morte de uma das pessoas figurantes no impede a perfeio do negcio jurdico (sem razo, A. von Tuhr. Der Allgemeine Teu. II, 153). Tal enunciado trai o resduo romanstico da oferta no-vinculante, resduo que no permite ver no contrato dois negcios jurdicos que se acordam para formar outro. Mudou-se de concepo da oferta e da aceitao, sem se mudar a concepo da estrutura do negcio jurdico bilateral; e o pensamento dos juristas se ressente disso. O conceito mesmo de negcio juridico unilateral recente e a nova dogmtica da oferta, com o problema da vinculao do oferente, comeou, rigorosa-mente, em torno da oferta entre ausentes. Melhor dizer-se que o contrato a concordncia de duas declaraes de vontade, que produziram, por si ss, negcios jurdicos interintegrativos. Se a oferta no fosse negcio jurdico, haveria dificuldade em conceituarse negcio jurdico. A promessa de recompensa negcio jurdico unilateral independente; a oferta, negcio jurdico dependente ou integrativo. Se h suporte ftico em que entra declarao de vontade, ou manifestao de vontade, suficiente para se excluir a livre revogao, h negcio jurdico. As declaraes de vontade, em si, so revogveis; s a regra jurdica, incidindo sobre elas, as pode tornar irrevogveis. Para os textos e os juristas romanos, a oferta no era negcio jurdico; exatamente nisso consistiu a transformaco do direito dos contratos. A declarao de vontade, a vox, pode chegar ao destinatrio depois da morte do declarante. A transmisso da propriedade imvel e a constituio de direitos reais s se operam pelo registro (antes da Lei n 6.015. de 31 de dezembro de 1973. art. 168, (transcrio, inscrio). Tal ato estatal posterior perfeio do contrato consensual e integrativo da eficcia do acordo, que no contrato jri-real dependente do ato de registro, conforme demonstraremos ao tratarmos da classificao dos negcios juridicos. O acordo (transmito a A... e A aceita) negcio juridico; no contrato real. Aqui, nem se deve considerar o acordo mais o registro contrato real (certo, E. Brodmann, em G. Plancl, Kommentar, III, 1 ed.,363, para quem a transmisso efeito), nem se lhe h negar o ser negcio juridico per se, posto que lhe falte, para o efeito real, o registro. Se a transmisso da propriedade nunca se fizesse, no se teria perfeito o contrato jri-real; o negcio jurdico de transmisso l estaria, como l estaria a oferta de contrato, se morresse, antes da aceitao, o declarante. O que falta s o efeito. Passa-se o mesmo com o negcio jurdico da fundao por escritura pblica, ainda quando em disposio de ltima vontade: a aprovao dos estatutos pela autoridade pblica indispensvel personalidade (Decreto-Lei n0 9.085. de 25 de maro de 1946, art. 1, 1. in fine; Lei n 6.015, de 31 de dezembro de 1973. arts. 114, 1, e 119). O negcio jurdico est perfeito e transmisso falta eficcia, porque no se personalizou, ou ainda no se personalizou a fundao. Personalizando-se, a eficcia ex tunc, porque a aprovao elemento do suporte ftico dos estatutos, como elemento de suporte ftico para a eficcia o registro da transmisso do imvel ou da constituio do direito real. Esses elementos podem ocorrer aps a morte porque no dependem da vontade atual do declarante, que pode, at, ter mudado de vontade. A construo, que considera o registro dentro de contrato jri-real, errnea; errnea tambm a que no v no acordo de transmisso negcio jurdico. Contrato jri-real (dinglicher k/ertraq) conceito artificial, auxiliar, conforme demonstraremos. Certamente, a transferncia 50 se perfaz com a formalidade registrria e a fundao somente adquire personalidade quando se lhe registram os estatutos aprovados; porm s no plano da eficcia que tudo isso acontece: no se pode pensar em se excluir o acordo antes da realidade, isto , a despeito de se ainda no ter operado a transferncia do direito de propriedade ou da posse. A eficcia, e s ela, est em exame quando se registra, por exemplo, documento de aquisio de bem mvel, se a tradio j foi feita. Mas, se a tradico no foi feita e o transmitente morre, o ato do herdeiro, com a entrega do bem mvel, ato integrativo do acordo de transmisso, no dentro do contrato, mas sim fora dele. 9.Complementao por ato estatal ou paraestatal. (a) Algumas vezes, para a produo do ato, que h de complementar o ncleo do suporte ftco, so exigidos atos que provoquem a atividade estatal ou paraestatal. So, de ordinrio, requerimentos, que se dirigem, verbalmente ou por escrito, ou por preenchimento e assinatura de papeleta impressa, a autoridades pblicas, inclusive tabelies e escrives, ou peties ou requerimentos a autoridades judicirias, para que se proceda a alguma formalidade registrria, ou autorizao, ou homologao de negcio jurdico. Em si, esses atos, que se pedem, no so de direito privado, so de direito pblico; mas fazem parte de suporte ftico sucessivo. Os atos de requerimento ou petio so exerccio de pretenso tutela jurdica, quase sempre pretenso a constituio. e so estranhos ao negcio jurdico a que servem; so atos fora do negcio juridico, de cujo suporte 1 tico, no entanto, elemento o ato estatal, ou paraestatal, que se deseja. Dizer-se, a priori, que no so negcios jurdicos, porque no tm por fito, diretamente, efeito de direito privado (sem razo, A. von Tuh~ Der Algemeine Teil, II, 154) seria errado: primeiro, porque se preelimina o poder ser negcio jurdico, por si. de direito pblico; segundo, o efeito de direito privado no o que o ato de requerimento ou petio espera, esse efeito mediato e, no raro, a formalidade regstrria tem efeitos com que no contava, ou, pelo menos, em que no pensavam os requerentes ou peticionrios. O Estado serve aos particulares na poltica legislativa e na prtica dos registros e outros atos integrativos do suporte ftico ou s de eficcia; no intervm de ofcio, e sim apenas por provocao; algumas vezes, estabelece normas de obrigatoriedade dos registros, com sanes, inclusive penais; para que os interessados exeram a pretenso frente ao Estado, as leis e os regulamentos administrativos fixam os pressupostos subjetivos e objetivos; na maioria dos casos, a lei permite o requerimento verbal, abstraindo da existncia dele no caso de ter sido levada a cabo a formalidade registrria. se poderia ter sido feito e deferido; se a lei exige o requerimento, formal ou aformal, e esse no foi feito, ou teve vcios, o ato estatal existe, e s a lei pode dizer se desconstituvel e como se pode ele desconstituir. (b)O ato estatal pode ser sentena. H, ento, a relao jurdica processual entre o que o pediu e o Estado; a sentena a prestao jurisdicional. No parte do negcio jurdico a petio, nem se pode ver no exerccio da pretenso tutela jurdica, ainda ai, mais do que exerccio de direito. A funo da sentena pode ser constitutiva integrativa de forma, ou constitutiva de toda a forma; ou ser a funo de elemento volitivo do suporte ftico do negcio jurdico, ou a de elemento integrativo de volio; ou ser a funo de aplicao das regras jurdicas, contempornea ou posterior constituio do negcio jurdico. No possvel tratar a todas as espcies como se fossem regidas pelos mesmos princpios. O que importa saber-se se a sentena se encaixa ou cola ao suporte ftico, para a existncia, ou para a validade, ou para a eficcia do negcio jurdico. Cumpre, porm, observar-se que o requerimento ou pedido de ato estatal no exerccio de direito privado ou pretenso de direito privado constituio (direito e pretenso formativos geradores), como pareceu a A. von Tuhr (Der Algemeine Teil, II, 156, nota 78), nem cabe dizer-se que os direitos formativos geradores s se podem exercer por meio de negcio jurdico, como, a priori, lanou E. Seckel (Die Gestaltungsrechte, Fest gabe, 241). Quanto primeira opinio, peca em confundir a pretenso tutela juridica, que pr-processual, porm no nascida no direito material que rege o negcio jurdico que se quer perfazer, e afuno integrativa, que se passa no direito material; quanto segunda, se bem que o negcio jurdico seja o meio ordinrio para se exercer direito formativo gerador, h os meios menos freqentes, como o ato de caar (quando se outorgou direito de caa) e, at, sem interveno da vontade, como se o que achou coisa perdida a entrega autoridade pblica e o proprietrio, aparecendo, declara que derrelinqira antes a propriedade, pois, nessa espcie, a coisa tem de ser restituida ao achador e no ser posta em hasta pblica (arts. 604 e 606). (c)As aes de constituio negativa so exerccio de direitos formativos extintivos, ou de pretenses formativas extintivas. como se d com a separao judicial, ou com o divrcio litigioso, nos Estados que o tm. A separao judicial por mtuo consentimento dos cnjuges, ou o divrcio consensual, onde o h, negcio jurdico extintivo, ali, da sociedade conjugal, aqui, do vinculo conjugal, cujo suporte ftico tem como elementos nucleares as declaraes dos cnjuges e a sentena trnsita em julgado. No h separao judicial sem que os dois elementos ocorram, embora necessariamente um aps outro (suporte ftico sucessivo). Nas aes de separao judicial, ou de divrcio, onde o h, no h negcio jurdico; a sentena constitutiva negativa, com forte carga de condenao, e o autor e o reconvinte exercem, na res in udicium deducta, direito formativo extintivo, pelo nico meio que a lei lhe permite, que a demanda judicial. A concepo da atacabilidade dos negcios jurdicos e outros fatos jurdicos de dois tipos diferentes, conforme o sistema jurdico adota o direito de impugnao ou a ao de impugnao ou de anulabilidade (judicial). No direito alemo, por exemplo, h, por vezes, o direito de impugnao, que pode ser res in ludicium deducta de ao declarativa, depois de exercido: o impugnante exerce o seu direito de impugnao, que direito formativo extintivo; a sentena, que sobrevm. apenas diz que houve a impugnao. No direito brasileiro, as aes de impugnao so aes constitutivas negativas; e, de regra, no h o direito formativo extintivo, mas s a ao de impugnao. Portanto, se no houve negcio jurdico extintivo, pelo acordo entre os interessados, o caminho nico o pleito. 10. Negcios jurdicos pendente a lide. H negcios jurdicos que se perfazem durante relao jurdica processual. Discutiu-se se, por serem em forma que as regras processuais regulam, a) teriam de seguir a sorte dos atos processuais, ou b) se conservariam o seu carter de negcios jurdicos de direito material. Segundo a primeira opinio, a tais negcios juridicos seriam revogveis as manifestaes de vontade, de regra declaraes de vontade, contidas no suporte ftico e. no caso de no terminar com sentena sobre eles o processo, no teriam qualquer significao Ci. Kohler. Kompensation und Prozess, Zeitschrift fr deutschen Zivilprozess, 22, 15 5.; Die Aufrechnung nach dem 8GB, Zeitschrift. 24. 17 s.; Prozesshandlung mit Zivilrechtswirlung. Zeitschrift. 29, 1 5.; A. Wach. Prozessvollmacht und Einrede der Aufrechnung, Zeitschrift, 27, 1 5.: P. Langheineken, Anspruch und Em-rede, 128), por serem negcios jurdicos que se fizeram processuais, na forma e nos pressupostos. A isso contraps-se a segunda opinio, que sustentou no perderem tais negcios jurdicos, por ocorrerem no processo, a sua natureza de negcios jurdicos reguIados alhures (e.g., no direito civil), devendo, em seus pressupostos e eficcia, ser inclumes ao direito processual (G. Planck, Rommentar, 1, 44 ed., 225; A. von Tuh~ Der Algemeine Teil, 11, 158), terem eficcia imediata, serem irrevogveis e independentes do xito do processo as declaraes de vontade negociais ou em exerccio de direito. Tentou sntese 1 Hellwig (Prozesshandlung und Rechtsgeschft, 24 s.. destoando de Lehrbuch. 1, 241 s.. e II, 386 s.). Nos Comentrios ao Cdigo de Processo Civil de 1939 (1, 88) escrevemos: Alguns negcios jurdicos privados so contedo de ato processual (a transao judicial, a compensao etc.). Vistos pelo lado do direito processual, so atos processuais. Vistos pelo lado do direito material, so negcios jurdicos privados. Os dois ramos do direito enlaam o mesmo ato, submetendo-o aos seus preceitos. Os efeitos de direito material independem da eficcia ou subsistncia da eficcia como ato processual, salvo regra do direito material. Nos atos jurdicos heterotpcos, o plano de direito em que s deveriam estar o plano que prima; aquele em que se permitem decide em segundo lugar. A anlise das espcies mais correntes, sobre ser de interesse terico, til. Na petio inicial pode achar-se denncia, interpelao, reconhecimento, impugnao, renncia, protesto, exerccio de direito de escolha, ou exerccio de direito de opo (senso estrito), derrelico ou abandono, ou declarao de vontade sobre algum direito, para cuja disposio a lei exija declarao de vontade. Esses atos podem ocorrer, tambm, aps a petio, salvo se h regra jurdica que s admita algum deles na petio. A cita o do devedor, ainda que ordenada por juiz incompetente, ato interruptivo da prescrio e dos prazos preclusivos, desde a data da propositura da ao, se feita nos dez dias subsequentes ao despacho que a ordenar, prorrogveis at o mximo de noventa dias, conforme o Cdigo Civil, art. 172, 1, o Cdigo de Processo Civil, art. 219, 193o, e as Leis n 5.925, de 1 de outubro de 1973, e 8.952, de 13 de dezembro de 1994. O protesto, feito na petio inicialou depois, tem os seus efeitos especficos mais o de interromper a prescrio, ainda se incompetente o juiz (art 172. 11). A apresentao do ttulo de crdito em juzo de inventrio (no s hereditrio!) ou em concurso de credores tambm interrompe a prescrio (art. 172,111). Trata-se, a, de ttulos de apresentao (Prsentationspapiere), ttulos que entram na classe dos ttulos de resgate (Einlsungspapiere) e na classe das obrigaes de ir receber (Holschuld), e tambm de ttulos que no so de apresentao, porm entram na classe dos ttulos de resgate, entrem ou no na classe dos ttulos com o ter-se de ir receber. Os ttulos de crdito que no entram na classe dos titulos de resgate, esses no so ttulos de apresentao, e estariam excludos do art. 172, III, devido expresso apresentao. Em verdade, no art. 172, III, apresentao equivalente a produo (Anrneldunq, cf. Cdigo Civil alemo, 209, alnea 2t 2; e suo, art. 135, 2, texto francs, intervention) e no a apresentao sensu stricto. Todas essas espcies so fatos jurdicos (citao, protesto, apresentao ou produo do ttulo de crdito), porm no negcios jurdicos. Tampouco tem eficcia negocial o protesto de exercer no futuro algum direito ou pretenso (e.g., exibio de livro ou coisa, Cdigo de Processo Civil, arts. 355-363). a)A denncia tem no suporte ftico declarao ou manifestao de vontade de um s lado (unilateral), que enseja negcio jurdico; receptcia, feita pelo que no tem poder de representao, pode ser ratificada; denegada a ratificao, responde o que se fez representante; idem, se feita a representante sem poderes. O ncleo, os elementos completantes e os elementos complementares so fixados pelo direito material; a forma processual tem de obedecer s regras do direito processual, desde que foi permitida pelo direito material. O princpio, a propsito de forma, o do primado permissivo: a forma tem de ser o que se exige, ou uma das que se admitem em direito processual, salvo se o prprio direito material estatuiu diferentemente. b)A interpelao, ato jurdico stricto sensu, exteriorizao de vontade que no tem efeitos per se. De ordinrio, a regra jurdica liga-os a ato ou omisso de interpelado. As lnguas latinas no tm duas palavras para a interpelao nos casos em que a pretenso tem por objeto prestao positiva e para a interpelao nos casos em que a pretenso tem por objeto prestao negativa. A terminologia alem possui Mahnung e Abmahnung, que como se dissssemos advertir do ato e advertir da omisso; ali, advertncia impositiva, aqui, opositiva (alis, por vezes, fala-se de oposio a atos e a omisses, ou s a atos, cf. arts. 550, 618. 698, verbo incontestada). A interpelao pode ser extrajudicial e judicial. A interpelao judicial a que se faz mediante prestao jurisdicional: pede-se ao juiz que seja comunicado ao interpelado, pelo juzo, o contedo da interpelao. A forma processual usada, ento, como a mais segura e enrgica, ainda quando no se d ao juiz qualquer exame declarativo. Exerce-se, atravs do Estado, a pretenso. Algumas regras jurdicas fazem exigida essa forma, excluindo a interpelabilidade extrajudicial; diz-se, assim, que a pretenso s exercivel judicialmente, o que diminui no exerccio da pretenso e no na pretenso mesma. A forma normal do exerccio das pretenses a extrajudicial; a forma judicial excepcional; mais excepcional ainda, a forma judicial exigida. Os princpios, que dai derivam, so os seguintes: a) se no h excluso da forma extrajudcial, entende-se que basta essa; b) salvo se, na espcie, no se admite interpelao judicial, ao interessado cabe escolher. A interpelao manifestao de vontade, no negcio jurdico; ato jurdico a negocial. ato jurdico stricto sensu. A discusso a respeito foi memorvel, at que se chegasse concluso de que a interpelao no negcio jurdico; os seus efeitos jurdicos so ex lege, e no ex voluntate. Dois dos ltimos ainda a sustentarem que a interpelao negcio jurdico foram Ernst Zitelmann (Selbstmahnung des Schuldners, Fest gabe fOr Paul Krger, 28