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CENTRO INTEGRADO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO HOMEM TRATAMENTO COM ELETROACUPUNTURA E MASSOTERAPIA CHINESA EM UM PACIENTE COM PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA: UM ESTUDO DE CASO MICHELE HISTER FLORIANÓPOLIS-SC 2009

TRATAMENTO COM ELETROACUPUNTURA E ... INTEGRADO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO HOMEM Especialização em Massoterapia Chinesa FOLHA DE APROVAÇÃO MICHELE HISTER TRATAMENTO COM ELETROACUPUNTURA

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CENTRO INTEGRADO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO HOMEM

TRATAMENTO COM ELETROACUPUNTURA E MASSOTERAPIA CHINESA EM UM PACIENTE COM PARALISIA FACIAL PERIFÉR ICA:

UM ESTUDO DE CASO

MICHELE HISTER

FLORIANÓPOLIS-SC 2009

CENTRO INTEGRADO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO HOMEM

Especialização em Massoterapia Chinesa

TRATAMENTO COM ELETROACUPUNTURA E MASSOTERAPIA CHINESA EM UM PACIENTE COM PARALISIA FACIAL PERIFÉR ICA:

UM ESTUDO DE CASO

Trabalho de conclusão de curso, apresentado ao Centro de Estudos e Pesquisas do Homem (CIEPH), como pré-requisito para obtenção ao título de Especialista em Massoterapia Chinesa.

Orientadora: Profa Emiliana Domingues, Esp

MICHELE HISTER

FLORIANÓPOLIS, 2009

CENTRO INTEGRADO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO HOMEM

Especialização em Massoterapia Chinesa

FOLHA DE APROVAÇÃO

MICHELE HISTER

TRATAMENTO COM ELETROACUPUNTURA E MASSOTERAPIA CHINESA EM UM PACIENTE COM PARALISIA FACIAL PERIFÉR ICA:

UM ESTUDO DE CASO Florianópolis, Março de 2009. ____________________________

Profa. Esp. Emiliana Domingues ____________________________

Profa. Esp. Tátila Barcala

_______________________________ Prof. Esp Marcelo Fabian Oliva

GRAU FINAL:_____________

Agradecimentos

Agradeço à minha mãe, Marli, pela sua delicadeza e amor durante todos os momentos;

Ao meu pai, Cláudio, que sempre me incentiva e torce pelas minhas conquistas;

A Josi, minha irmã, pela torcida e vibração em cada momento; Ao Rodrigo, pelo grande incentivo, motivação e “puxões de orelha” nos

momentos mais importantes; À Emiliana, minha orientadora e amiga, pelo seu apoio e aprendizagem, que

foram fundamentais para o sucesso deste trabalho. Muito Obrigada!

RESUMO

A Paralisia Facial é uma patologia que acomete o nervo facial responsável pela musculatura mímica da face podendo deixar seqüelas estéticas, funcionais e psicológicas. A paciente M.B., 35 anos, sexo feminino, chegou ao ambulatório do CIEPH (Centro Integrado de Estudos e Pesquisas do Homem) com diagnóstico da doença iniciada há 10 dias. M.B. foi encaminhada a Eletroacupuntura e Massoterapia Chinesa até a sua recuperação, que foi observada em quatro sessões consecutivas. Para avaliação da evolução da terapia, foram capturadas fotografias da face de M.B. antes, durante e após o tratamento associados à avaliação funcional da musculatura facial com a utilização de 4 movimentos faciais antes e depois de cada sessão. Para a avaliação das síndromes em Medicina Tradicional Chinesa foi utilizada a Ficha de Avaliação do Ambulatório do CIEPH. Desta forma, foi possível comprovar que a Eletroacupuntura e Massoterapia Chinesa foram eficazes neste tratamento pois auxiliaram no aumento da força muscular facial na paciente, passando de 0% para 100% (Tabela 1 e 4). Na análise fotográfica, foi possível observar que a paciente passou de desvio lateral da rima bucal contralateralmente a face acometida (Anexo 2), comprometimento do músculo orbicular do olho (Anexo 3) e risório (Anexo 3) para ausência de desvio lateral da rima bucal e ausência de comprometimento do músculo orbicular do olho e risório ao final da 4ª sessão Palavras-chave: Medicina Tradicional Chinesa. Paralisia Facial Periférica. Eletroacupuntura. Massoterapia Chinesa.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Trajetória e conexões do Nervo Facial.... .............................................16

Figura 2- Aspecto Facial e trajeto nervoso tipicame nte lesionado na região do

forame estilomastóideo............................. .............................................................17

Figura 3- O trajeto do Meridiano Tendino-Muscular d o Estômago....................23

Figura 4- Foto da face em repouso com desvio latera l da rima bucal...............40

Figura 5- Foto da face em movimento voluntário (sor rindo), comprometimento

do músculo orbicular do olho....................... .........................................................40

Figura 6- Foto da face em movimento voluntário (sor rindo), comprometimento

do músculo risório................................. .................................................................40

Figura 7- Foto com movimento de aproximar e comprim ir os lábios................43

Figura 8- Foto com movimento voluntário (sorrindo) da face............................45

Figura 9- Movimento de contração e elevação do supe rcílio.............................52

Figura 10- Movimento de franzir o nariz.............. .................................................52

Figura 11- Movimento de aproximar e comprimir os lá bios...............................53

Figura 12- Movimento de fechar e abrir os olhos com força..............................53

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Evolução da força facial................. ........................................................39

Tabela 2- Evolução da força facial................. ........................................................41

Tabela 3- Evolução da força facial................. ........................................................43

Tabela 4- Evolução da força facial................. ........................................................44

SUMÁRIO 1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA............................ ...................................................10

1.1 O PROBLEMA E A SUA RELEVÂNCIA.................. ..........................................10

1.2 OBJETIVOS........................................................................................................11

1.2.1 Geral........................................ ........................................................................11

1.2.2 Específicos.................................. ...................................................................11

1.3 DEFINIÇÃO DE TERMOS..................................................................................11

2 REVISÃO DA LITERATURA............................ .....................................................15

2.1 A PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA NO OCIDENTE.......... ............................15

2.1.1 Anatomia e Fisiologia do Nervo facial..............................................................15

2.1.2 Classificação das Paralisias faciais..................................................................16

2.1.3 Conceito de Paralisia Facial Periférica.............................................................17

2.1.4 Etiologia e quadro clínico.................................................................................17

2.2 A Paralisia facial periférica segundo a Medicin a Tradicional Chinesa........19

2.2.1 A doença segundo a Medicina Tradicional Chinesa........................................19

2.2.2 Etiologia e patogenia da Paralisia Facial Periférica.........................................20

2.2.3 Tratamento.......................................................................................................21

2.2.4 Meridianos Tendino-Musculares......................................................................21

2.2.4.1 Canal de energia do Tendino-Muscular do Estômago (E)............................22

2.3 A Eletroacupuntura............................. ..............................................................24

2.3.1 Tipos de corrente elétrica e suas funções........................................................25

2.3.1.1 Onda densa...................................................................................................25

2.3.1.2 Onda esparsa................................................................................................25

2.3.1.3 Onda densa-esparsa.....................................................................................26

2.3.1.4 Onda intermitente..........................................................................................26

2.3.1.5 Onda serrada.................................................................................................26

2.3.2 Efeitos Fisiológicos da eletroacupuntura..........................................................26

2.3.3 Tratamento com eletroacupuntura para a Paralisia Facial Periférica...............28

2.4 Massoterapia................................... ...................................................................29

2.4.1 Breve Histórico da Massoterapia......................................................................29

2.4.2 Massoterapia Chinesa......................................................................................30

2.4.3 O toque na Massoterapia Chinesa...................................................................31

2.4.4 A Massoterapia Chinesa na Paralisia Facial Periférica....................................31

2.4.4.1 Histórico da Paralisia e Massoterapia...........................................................31

2.4.4.2 Tratamento pela Massoterapia Chinesa na Paralisia Facial Periférica.........32

3 METODOLOGIA...................................... ..............................................................34

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO.....................................................................34

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA................................................................................34

3.3 INSTRUMENTAÇÃO...........................................................................................34

3.3.1 Para avaliação funcional da Musculatura Facial..............................................34

3.3.2 Para avaliação em Medicina Tradicional Chinesa............................................34

3.3.3 Para o tratamento.............................................................................................35

3.4 Procedimentos.....................................................................................................35

3.4.1 Para avaliação da Musculatura Facial..............................................................35

3.4.2 Para avaliação em Medicina Tradicional Chinesa............................................35

3.4.3 Para o tratamento.............................................................................................36

3.5 TRATAMENTO DOS DADOS........................... ..................................................36

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS.................... ...........................................37

4.1 APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO..............................................................37

4.1.1 Caso M.B..........................................................................................................37

4.2 Evolução do Tratamento......................... ..........................................................38

4.2.1 Evolução do caso M.B......................................................................................38

4.3 DISCUSSÃO DOS DADOS............................ .....................................................45

5 CONCLUSÃO........................................ ................................................................46

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................... ................................................47

ANEXOS....................................................................................................................51

1-DEFINIÇÃO DO PROBLEMA 1.1 O PROBLEMA E A SUA RELEVÂNCIA

Conforme Valença Et al (2001), a paralisia facial periférica é uma afecção

sem etiologia comprovada onde o VII nervo craniano é afetado, podendo ser

precedida por dor na região mastoidiana, resultando em paralisia completa ou parcial

da mímica facial. Podem estar associados distúrbios da gustação, salivação e

lacrimejamento.

Segundo Calais Et al (2005) o VII nervo craniano é responsável pela

inervação da musculatura da face e desta forma, a paralisia facial periférica torna-se

uma situação de impacto, na qual a pessoa perde a possibilidade da comunicação

não-verbal. De acordo com Antunes Et al (2004), a mímica facial é fundamental para

a expressão e comunicação humana. A literatura reconhece os movimentos faciais

como um dos indicadores de consciência, ao lado de outros movimentos

expressivos, reações fisiológicas e relatos verbais.

Por ser a face altamente valorizada como o segmento corpóreo mais

representativo da pessoa e como centro das atenções para uma busca estética

Madeira (2001), relata que a sua alteração pode trazer inúmeras preocupações.

Contudo, é a deformação ou desfiguração facial que faz o indivíduo reagir com um

profundo sentimento de dor, medo e ansiedade. A privação dos movimentos faciais

limita dramaticamente a integração do ser humano com o seu próximo e com o meio.

Os tratamentos utilizados para esta patologia são diversos. Na medicina

ocidental, são utilizadas drogas vasodilatadoras e vitaminas do complexo B bem

como exercícios de fisioterapia e fonoaudiologia. Já Medicina Tradicional Chinesa

(M.T.C.), de acordo com Junying Et al (1996), o uso da acupuntura, associada a

eletroacupuntura e massoterapia chinesa é relativamente efetiva no tratamento

desta afecção, onde 98,5% dos casos foram curados.

Neste contexto, lança-se a seguinte pergunta: “O uso das práticas de

eletroacupuntura e massoterapia chinesa auxiliam quanto ao alivio de sintomas

relacionados à Paralisia Facial Periférica?”

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Geral

Demonstrar a eficácia da Eletroacupuntura e Massoterapia Chinesa no

tratamento da Paralisia Facial Periférica em um estudo de caso.

1.2.2 Específicos

- Verificar os efeitos físicos do tratamento por eletroacupuntura e

massoterapia chinesa na paciente;

- Verificar alterações faciais em testes de avaliação da musculatura facial e

análises fotográficas;

- Proporcionar à paciente em estudo, o alívio de sintomas relacionados à

Paralisia;

- Proporcionar uma melhor qualidade de vida à paciente, restabelecendo-a

em suas atividades funcionais;

- Servir como base para novos trabalhos na área.

1.3 DEFINIÇÕES DE TERMOS

- ACUPUNTURA

Consiste na aplicação de agulhas nos pontos de acupuntura que situam sobre

os Canais, localizados abaixo da superfície do corpo, em lugares anatômicos

específicos e que representam os pontos nos quais o fluxo de Substâncias dentro

dos Canais pode ser ajustado a fim de se promover a harmonia (ROSS, 1994).

- DEFICIÊNCIA

O conceito de Deficiência está ligado aos princípios de padrões de

Desarmonia na Medicina Chinesa (Frio, Calor, Deficiência, Excesso, Interno,

Externo). Referem-se geralmente quando existem padrões internos crônicos

associados com a debilidade de uma ou mais Substanciais e de um ou mais órgãos

internos. Na Medicina Chinesa, os padrões de Deficiência caracterizam-se por uma

fraqueza geral e um estado de vazio, com cansaço e voz, respiração e movimentos

fracos (ROSS, 1994).

- ELETROACUPUNTURA

Um tipo especial de método terapêutico no qual é aplicada uma carga elétrica,

semelhante à eletricidade biológica do corpo humano, às agulhas já inseridas nos

pontos (MAO-LIANG, 2001).

- ESTAGNAÇÃO DE QI

A estagnação de Qi caracteriza-se pela distenção e inflamação, que podem

ser migratórias (ROSS, 1994).

- ESTAGNAÇÃO DE XUE

É mais material do que a Estagnação de Qi, onde os inchaços palpáveis

serão mais duros e mais persistentes. É caracterizado por dores intensas, com

sensação de golpes que são constantes e fixos, pois a obstrução é mais material e

constante (pulso cheio, língua e pele escuras) (ROSS, 1994).

- FATORES EXTERNOS

A Medicina Tradicional Chinesa considera o clima a mais importante fonte

externa como originador de fatores de doenças. O clima é composto de seis

fenômenos climáticos básicos ou de fatores ambientais: Vento, Frio, Calor, Umidade,

Secura e Calor de Verão (ROSS, 1994).

- MASSOTERAPIA CHINESA

Técnica da Medicina Tradicional Chinesa, a massoterapia chinesa atua em

canais, pontos de acupuntura, pontos de alívio da dor e partes afetadas do corpo

com diversas técnicas para suavizar a dor e curar doenças (SHEN, 1999).

- MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

Sistema de cura onde o corpo é um sistema de energia dinâmica dividido em

yin e yang. As alterações funcionais e orgânicas podem provocar o aparecimento de

sintomas e sinais causados pelo desequilíbrio da energia interna Qi, das emoções

retidas, de fadigas, da alimentação, do repouso desregrado, e, até, de outras origens

internas, mas também do meio ambiente e de outras causas externas. São utilizadas

diversas técnicas para restabelecer o equilíbrio energético como: fitoterapia,

acupuntura, exercícios, massagens, meditação e entre outros (TIAN, 1995).

- PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA

Decorre da interrupção do fluxo nervoso de qualquer um dos segmentos do

nervo facial. Seu acometimento resulta em paralisia completa ou parcial da mímica

facial e pode estar associada a: distúrbios da gustação, salivação e lacrimejamento

(GARANHANI Et al, 2007).

- QI

É a base de todos os fenômenos no universo e proporciona uma continuidade

entre as formas material e dura e as energias tênues, rarefeitas e imateriais. É a

energia vital e está presente em todo o corpo (MACIOCIA, 1996b).

- VENTO

O Vento é um fator climático importante no diagnóstico da Medicina

Tradicional Chinesa. Quando o corpo está enfraquecido, e se o Vento estiver em

relativo Excesso, pode penetrar e lesar o corpo. O Vento patogênico no corpo

incluem movimentos anormais como rigidez da cabeça, dos membros ou do tronco,

assim como a parestesia, os espasmos, os tremores e as convulsões. Pelo fato do

vento ser leve e ter característica Yang, tende afetar a parte alta do corpo,

principalmente a cabeça, o pescoço e a face (ROSS, 1994).

- XUE

É o sangue na Medicina Tradicional Chinesa (SUSSMANN, 2000).

- YING-YANG

São aspectos opostos de matéria e fenômenos na natureza, mas são

complementares e interdependentes. O princípio Yin-Yang é a base da teoria e da

prática da medicina chinesa tradicional (SHEN,1999).

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 A PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA NO OCIDENTE

2.1.1 Anatomia e Fisiologia do Nervo Facial

O nervo facial constitui, com o homólogo contralateral, o sétimo (VII) par de

nervos cranianos. É o nervo de maior diâmetro que passa dentro de um conduto

ósseo e é o nervo que mais frequentemente sofre paralisia (ESBORRAT apud

CALAIS Et al, 2005). Origina-se no núcleo do facial situado na ponte, emergindo da

parte lateral do sulco bulbo-pontino, próximo, pois, do cerebelo (ângulo ponto

cerebelar). A seguir, penetra no osso temporal pelo meato acústico interno, emerge

do crânio pelo forame estilomastóideo, passa pela glândula parótida e se distribui

aos músculos da mímica por meio de ramos (MACHADO, 1993).

O nervo facial é constituído de duas raízes, sendo uma motora e maior,

enquanto a outra menor é por fibras pré-ganglionares parassimpáticas que se

destinam aos gânglios submandibulares. As conexões pós - ganglionares são para

as glândulas sublinguais, submandibulares e gânglio pterigopalatino. Esta divisão

menor é denominada nervo intermediário de Wrisberg (aferências sensitivas e

parassimpáticas) e a divisão motora maior é o nervo facial. As fibras motoras são

responsáveis pelos movimentos da face e as aferências sensitivas pela sensação

gustativa dos 2/3 anteriores da língua. A parte parassimpática também é

responsável pela inervação das glândulas lacrimais, submaxilares, sublingual e da

cavidade nasal (LIANZA, 2001). A seguir, a figura 1 mostra a trajetória e as

conexões do nervo facial.

Figura 1: Trajetória e conexões do Nervo Facial Fonte: http://www.sistemanervoso.com

2.1.2 Classificação das Paralisias faciais

Ocorrendo o acometimento do VII par craniano, nesta condição, de acordo

com Calais Et al (2005), vários critérios podem ser adotados para classificar as

paralisias faciais e uma destas classificações se baseia na localização da lesão.

Desta forma, esta localização não só permite um correto diagnóstico, mas também

estabelecer o melhor prognóstico do tratamento. As paralisias faciais podem ser

divididas em: paralisia facial central (PFC) ou supranucleares e paralisia facial

periférica (PFP) ou infranucleares.

As supranucleares consistem em lesões dos neurônios motores piramidais do

córtex frontal (responsáveis pelos movimentos voluntários), que chegam aos núcleos

motores do facial ipsi (parte superior da face) e contralateralmente (parte superior e

inferior) (LAZARINI Et al, apud CALAIS Et al, 2005). Nesta situação, os movimentos

involuntários ou emocionais podem estar preservados. Geralmente são decorrentes

de lesões vasculares, tumorais, processos degenerativos ou inflamatórios e

costumam ser acompanhadas de outras manifestações neurológicas como

hemiplegia e disartria (BENTO Et al apud CALAIS Et al, 2005).

As paralisias nucleares apresentam manifestações semelhantes aos

supranucleares, porém, o que difere é o local da lesão, sendo o núcleo motor do

facial (terço inferior da protuberância) a região comprometida. Os sintomas também

são diferentes, na qual ocorre a paralisia de todos os músculos da hemiface do

mesmo lado da lesão tanto para movimentos voluntários como involuntários (reflexos

e emocionais). Devido à proximidade do núcleo motor do VII par com o núcleo motor

do VI par (abducente) é freqüente o acometimento a este par craniano (ESBORRAT

apud CALAIS Et al, 2005). Contudo, as lesões infranucleares são aquelas em que o

local comprometido se dá abaixo do núcleo motor do facial e se manifestam com

quadros de paralisia facial completa.

2.1.3 Conceito Paralisia Facial Periférica (P.F.P.)

Decorre da interrupção do fluxo nervoso de qualquer um dos segmentos do

nervo facial. Seu acometimento resulta em paralisia completa ou parcial da mímica

facial e pode estar associada a: distúrbios da gustação, salivação e lacrimejamento

(GARANHANI Et al, 2007).

2.1.4 Etiologia e Quadro clínico

Em torno de 50% da população acometida por paralisia facial periférica a

etiologia é desconhecida. A primeira maior incidência é a idiopática, ou de Bell, e a

segunda é traumática, entre outras (GARANHANI, 2007). A paralisia facial periférica

apresenta diversas etiologias como diabetes mellitus, viroses, otites médias,

infecções (lepra, sífilis, doença de Lyme), gravidez e puerpério são apontadas como

condições associadas (LIANZA, 2001). A seguir, a figura 2 mostra o aspecto facial e

a região lesionada por paralisia facial idiopática de Bell.

Figura 2: Aspecto facial e trajeto nervoso tipicame nte lesionado na região do Forame Estilomastóideo.

Fonte: http://www.sistemanervoso.com

Os sintomas dependem do grau de disfunção do nervo facial e do local de

compressão; alguns pacientes podem referir ao inicio do quadro dor retroauricular e

edema na hemiface; após, surgem alterações na mímica facial com desvio da

comissura facial para o lado normal, lagoftalmo (fechamento incompleto das

pálpebras), fenômeno de Bell (rotação do globo ocular para cima durante a tentativa

de fechar o olho), perda da sensibilidade gustativa dos 2/3 anteriores da língua,

alterações da secreção salivar e lacrimal, hipoacusia (tolerância reduzida aos sons)

e hipoestesia (diminuição da sensibilidade) (LIANZA, 2001).

O diagnóstico da paralisa facial periférica deve ser precoce devido às

importantes seqüelas físicas e psíquicas. Os exames neurológicos visando à

detecção de vírus devem ser realizados: o teste ELISA (detecta a presença de

anticorpo em um soro com o auxilio de uma reação enzimática), a fixação de

complemento para os anticorpos antivirais inclusive o nível de liquor. Já os exames

de radioimagem utilizados são: RX de crânio e mastóide, tomografia

computadorizada e ressonância nuclear magnética. Estes exames estudam a

estrutura anatômica e não captam as alterações funcionais que podem ser definidas

pela eletrofisiologia: teste de Schirmer (mede o lacrimejamento basal e reflexo),

reflexo estapédico (predição do limiar auditivo), teste de secreção salivar e lacrimal,

gustometria, eletroneuronografia (condução motora do nervo facial), eletromiografia,

eletroneuronografia (avaliação comparativa do grau de bloqueio pela amplitude dos

potenciais) e reflexo de piscamento. Estas avaliações permitem, para a medicina

ocidental, um prognóstico com uma precisão de 90%. A evolução dos meios

propedêuticos auxilia no diagnóstico e nas condutas terapêuticas corretas, com base

no prognóstico e grau de lesão (LIANZA, 2001).

O grau de recuperação da função do nervo facial depende da idade do

paciente, do tipo de lesão, da etiologia, nutrição do nervo, comprometimento

neuromuscular e terapêutica instituída. A recuperação da lesão do nervo facial pode

ocorrer em algumas semanas, até quatro anos (GARANHANI Et al, 2007).

O tratamento da paralisia facial periférica, na medicina ocidental, é através do

uso de medicação a base de corticóides e terapia periférica. Os corticóides devem

ser usados nas fases iniciais, por aproximadamente 10 dias (LIANZA, 2001). Para os

pacientes que são examinados nos primeiros 7 dias após a paralisia, em geral, são

prescritas drogas vasodilatadoras ( do tipo Pentoxifilina), Prednisona e vitaminas do

complexo B, desde que não haja contra-indicação (VALENÇA Et al, 2001).

As modalidades mais recomendadas na Medicina Ocidental são a

massoterapia, os exercícios assistidos e eletroterapia.

2.2 A PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA SEGUNDO A MEDICIN A

TRADICIONAL CHINESA

2.2.1 A doença segundo a Medicina Tradicional Chine sa

Segundo a Organização Mundial de Saúde - OMS, a saúde é definida como

“estado de completo bem-estar físico, mental e social e não consistindo somente da

ausência de uma doença ou enfermidade”. Conforme esta definição, a saúde poderá

ser alcançada quando corpo e mente estão em harmonia. A Medicina Tradicional

Chinesa (M.T.C.) tem como proposta trabalhar estes aspectos do ser humano em

sua totalidade e inclui para isso, práticas para os cuidados da saúde.

Nos dias atuais, devido ao excesso de atividades diárias, o ser humano vive

fragmentado em tempo, espaço, corpo e mente. Com isso, a M.T.C. propõe que para

se alcançar uma boa saúde o primeiro passo é ver, sentir e cuidar da saúde.

Tornando-se consciente da importância do cuidado da saúde física, mental e

emocional, poder-se-á assim ter a manutenção da saúde e bem-estar.

O verbo cuidar em português denota atenção, cautela, desvelo, zelo. Assume

ainda características de sinônimo de palavras como imaginar, meditar, empregar

atenção ou prevenir-se. Como uma atitude e característica primeira do ser humano,

Boff (1999), relata que o cuidado revela a natureza humana e a maneira mais

concreta de ser humano. Sem o cuidado, o homem deixa de ser humano

desestrutura-se, definha, perde o sentido e morre. Se ao longo da vida a pessoa não

fizer com cuidado tudo o que empreender, acabará por prejudicar a si mesmo e por

destruir o que estiver a sua volta. Para Damas (2004), a atitude de cuidar representa

mais que um momento de atenção, sendo uma atitude de preocupação, ocupação,

responsabilização e envolvimento afetivo com nós mesmos ou com o outro.

Seguindo esta linha de cuidado, na Medicina Tradicional Chinesa (M.T.C.), o

homem pode cuidar-se e preservar a saúde através do reconhecimento dos padrões

da natureza e das ações harmônicas que estabelece com o meio em que está

inserido. As teorias do Yin e Yang, dos Cinco Elementos (ou movimentos), dos

Canais e Colaterais e dos Zang Fu (órgãos e vísceras) fornecem as bases

fisiológicas da medicina chinesa, sob o ponto de vista energético. Uma enfermidade

é a conseqüência do desequilíbrio entre o Yin e o Yang, energias antagônicas que

se complementam. Segundo Tian (1993), essas energias podem representar tudo o

que existe na natureza, ou seja, um só existe na presença do outro, um se

transforma no outro.

A Medicina Chinesa enfatiza que alterações funcionais e orgânicas podem

provocar o aparecimento de sintomas e sinais que são acompanhados de alterações

nos exames clínicos e laboratoriais. Os fatores causais podem advir do desequilíbrio

da energia interna Qi, das emoções retidas, de fadigas, da alimentação, do repouso

desregrado, e, até, de outras origens internas, mas também do meio ambiente e de

outras causas externas (TIAN, 1993).

De acordo com Ross (1994), o clima é considerado como a mais importante

fonte externa originador de fatores de doença. O clima é composto de seis

fenômenos climáticos básicos ou de fatores ambientais: Vento, Frio, Calor, Umidade,

Secura e Calor de Verão. Se o corpo estiver saudável, o Yin e o Yang estão em

equilíbrio, o Qi será suficiente e o corpo não será afetado pelas variações climáticas.

Porém, se houver alguma desarmonia interna e se o corpo estiver enfraquecido, os

fatores climáticos poderão invadir o corpo tornando-se “Influências Perniciosas”. Na

concepção da Medicina Chinesa, o tratamento tem como objetivo ajudar o corpo a

dispensar e expulsar os Fatores de Doenças Externos quando estes invadiram e se

alojaram no corpo.

2.2.2 Etiologia e Patogenia da Paralisia Facial Per iférica

A Paralisia Facial Periférica é proveniente de prejuízo isolado dos nervos

periféricos. O paciente é capaz de mover apenas uma sobrancelha ao tentar franzi-

las, e os sulcos da frente da cabeça estarão ausentes no lado paralisado

(MACIOCIA, 1996a). Na Medicina Chinesa, com desvio da boca ou do olho está

associada com a invasão dos canais da face (Yangming e Shaoyang) pelo Vento

Frio externo, que leva à Estagnação de Qi e de Sangue, resultando em nutrição

insuficiente dos músculos. A invasão inicial por Vento Frio pode ser facilitada pela

Deficiência de Qi e de Sangue (ROSS, 2003). Durante o exame clínico, deve-se

solicitar ao paciente que feche os olhos, distenda as bochechas, sorria e assopre

para se detectar a localização e a extensão da paralisia. O olho do lado paralisado

não fechará completamente, a boca se desviará na direção do lado não afetado e os

lábios no lado paralisado não se moverão mediante a tentativa de sorrir. Esse

procedimento auxiliará uma linha de conduta na seleção dos pontos (MACIOCIA,

1996a).

2.2.3 Tratamento

O tratamento da paralisia facial periférica é baseado em eliminar o vento

patogênico, remover a obstrução dos canais e colaterais e regular o Qi e a

circulação do sangue. Serão selecionados pontos distais e locais onde os pontos

distais são aplicados em sedação, caso a paralisia seja inferior a um mês de

duração, e com método neutro, se persistir por mais tempo. Pode-se utilizar também

a moxabustão e pequenas ventosas sobre a bochecha (MACIOCIA, 1996a).

Escolher os pontos dos meridianos Yangming da mão (Intestino Grosso) e do pé

(Estômago) como principais, suplementados pelos pontos dos meridianos Shaoyang

(Meridiano Triplo-Aquecedor) (MAO-LIANG, 2001).

Conforme Junying (1996), a acupuntura é relativamente efetiva no tratamento

desta doença. Entre 47 casos, 21 foram curados, efeito marcante foi observado em

14, melhora foi apresentada em 10 e 2 casos não apresentaram efeito. A taxa total

efetiva foi de 98,5% dos casos (FUJIAN JOURNAL OF TRADITIONAL CHINESE

MEDICINE apud JUNYING, 1996). No entanto, resultados mais rápidos serão

obtidos se a acupuntura for combinada junto à massoterapia, compressas quentes e

medicação chinesa ou ocidental.

2.2.4 Meridianos Tendino - Musculares

Conforme Pérez (2007), os meridianos Tendino – Musculares são canais de

energia secundários, de caráter Yang, que circulam pelos tendões e músculos com

ramificação nos membros, no tórax, no dorso e na cabeça. Estes meridianos tem a

função energética de mover os músculos e as articulações, possibilitando-lhes a

extensão e a flexão. Quando estes meridianos são atingidos por fatores patógenos

externos as atividades dos tendões e dos músculos podem ficar afetados, além das

articulações e das manifestações álgicas.

Alguns fatores são determinantes no desequilíbrio destes meridianos, tais

como: vazio wei; grau de intensidade do fator climatológico; tempo de exposição e

predisposição ou debilidade do sistema por causas genéticas, dietéticas ou

emocionais.

A seguir, serão descritos o trajeto, sintomatologia e tratamento do canal de

energia do Tendino-Muscular do Estômago, pois, de acordo com Pérez (2007), é o

canal que apresenta características sintomatológicas semelhantes à Paralisia Facial

Periférica.

2.2.4.1 Canal de energia do Tendino-Muscular do Est ômago (E)

Percorrido:

- Inicia no ponto ting;

- Vai para o dorso do pé e tornozelo;

- Sobe lateralmente pela perna, pela coxa, pelo quadril;

- Segue pelo abdômen;

- Na altura das últimas costelas toma seu sentido posterior, inserindo-se na

coluna vertebral dorsal;

- No tornozelo parte um ramo que na parte interna da tíbia e face anterior

do joelho;

- Segue pela face anterior da coxa indo para a região pélvica até o

abdômen e tórax;

- Na altura da região supra-clavicular, dirige-se para o pescoço, contorna

os lábios e segue para o olho;

- Um ramo sai da mandíbula e atravessa a face, conectando-se com a

orelha. (Figura 3).

Figura 3: O trajeto do meridiano Tendino-muscular d o Estômago (E)

FONTE: PÉREZ, A.C.N. Acupuntura Bioenergética y Moxibustion - Semiologia y Diagnóstico- Desarrollo Biofísico de la teoria de la M.T.C- Tomo II. España: C.E.M.E.T.C.S.L, 2007.

- Sintomatologia:

Podem ocorrer contraturas do segundo dedo do pé, que pode se estender

para o terceiro e quarto dedos; paralisia facial, com deformação da boca, podendo

chegar aos olhos e câimbras nos músculos da coxa; dores e contraturas dos

músculos do pescoço e da mandíbula e espasmos dos músculos abdominais.

- Tratamentos para os Meridianos Tendino-Musculares :

- Tratamento Rama: Ponturar pontos locais;

- Tratamento Raiz: Ponturar o ponto Ting do Meridiano Principal

correspondente a área afetada;

- Técnica yuan-Luo;

- Tonificar Meridiano principal correspondente.

- Técnicas complementares:

- Ponto de reunião dos 3 meridianos Tendino-Musculares;

- Ponto neutralizante de um fator climático;

- Técnica Nó-raiz, aceleração-arraste;

2.3 A ELETROACUPUNTURA

A eletroacupuntura consiste na aplicação de impulsos eletromagnéticos em

forma de corrente elétrica, sobre agulhas situadas sobre pontos de acupuntura,

canais de acupuntura ou outras zonas do corpo. O termo eletroacupuntura deve-se

que, inicialmente, supunha-se que a corrente elétrica alimentava os meridianos de

energia através das agulhas colocadas sobre os pontos de acupuntura (PÉREZ,

2007).

Esta técnica auxilia na normalização dos desequilíbrios do Zang-Fu, quando

não respondem de forma adequada à aplicação da Acupuntura tradicional, pois,

tem-se a vantagem de possibilitar o fornecimento do ritmo direto nos nervos e

músculos afetados por tempo determinado (SAWATSUGAWA, 1997).

Os pontos selecionados para a manipulação em Eletroacupuntura são

semelhantes aos empregados na acupuntura tradicional onde a aplicação só é

realizada após a sensação de deqi (exceto em distúrbios mentais, insensibilidade ou

crianças) (MAO-LIANG, 2001).

Após a seleção de pontos, é necessário estar atento às reações do paciente

ao fazer uso do aparelho de Eletroacupuntura onde, uma intensidade superior ao

limite (dor e sensorial) poderá ser desconfortável. Para saber o momento certo de

dar continuidade ao aumento ou diminuição da intensidade aos estímulos,

geralmente, as cargas que causam uma sensação entre o limite sensorial e o limite

da dor são as intensidades adequadas. Se houver a sensação de entorpecimento e

picada, causada pela eletricidade, é sinal que o “limiar sensorial” do paciente foi

atingido. Porém, este limiar varia de indivíduo para indivíduo juntamente com as

condições da doença (MAO-LIANG, 2001). As recomendações para a manipulação

em Eletroacupuntura são as seguintes:

“Cátodo (pólo negativo) geralmente corresponde a um eletrodo preto e o ânodo (pólo positivo), a um eletrodo vermelho; para Tonificar ou sedar é necessário usar correntes e parâmetros adequados, assim como uma correta aplicação das agulhas; Para sedar, maiores intensidades, maiores freqüências, pulso retangular (ou trapezoidal), maior largura do pulso, densidade de corrente maior, cátodo e maior tempo de aplicação, em média 20 minutos; Para tonificar, menores intensidades, menores freqüências, pulso triangular (ou logarítmico), menor densidade de corrente, ânodo e menor tempo de aplicação, em média 15 minutos” (Amestoy, 1998 apud Mattioli, 2006, p.15)

2.3.1 Tipos de Corrente Elétrica e suas funções

A corrente elétrica consiste em movimentos ordenados de cargas elétricas,

originadas por um condutor elétrico e este, por sua vez, é o que permite a

mobilidade fácil dos elétrons. Quando o corpo humano é estimulado por um condutor

elétrico, na qual a forma de onda e a freqüência mudam constantemente, os íons da

célula mudam a sua movimentação, deixando o seu estado polarizado, afetando,

consequentemente as funções corporais (MAO-LIANG, 2001).

O efeito de uma carga elétrica de baixa freqüência varia com diferentes

formas de onda e freqüências. Existem as ondas densas, que são produzidas por

altas freqüências (50 a 100 Hertz); as ondas esparsas, que são produzidas com

baixa freqüência (2 a 5 hertz); ondas esparsas-densas; ondas intermitentes e entre

outras (MAO-LIANG, 2001).

2.3.1.1 Onda densa

É aplicada para alivio de dor, espasmos musculares e vasculares. Este tipo

de onda age através da inibição do funcionamento excessivo do sistema nervoso

(nervos sensoriais e nervos motores) (MAO-LIANG, 2001 apud MATTIOLI, 2006).

2.3.1.2 Onda Esparsa

É utilizada para tratar Síndromes Wei, ferimentos nas articulações,

ligamentos, tendões e músculos. Esta onda pode causar contração dos músculos e

aumentar o tônus muscular. Apresenta lenta ação inibitória sobre o Sistema nervoso

(nervos sensoriais e motores) (MAO-LIANG, 2001 apud MATTIOLI, 2006).

2.3.1.3 Onda Densa- esparsa

É usada para aliviar perturbação na circulação do Qi e Xue, paralisia facial,

entre outros. Auxilia na nutrição do tecido e reduz o edema inflamatório devido a sua

forte ação dinâmica e excitatória. Sua função apresenta aspecto alternativo entre

ondas densas e esparsas, onde cada uma permanece 1,5 segundo, o que evita a

adaptação fácil do paciente (efeito comumente observado em ondas isoladas)

(MAO-LIANG, 2001 apud MATTIOLI, 2006).

2.3.1.4 Onda intermitente

Produz excelente contração dos músculos estriados sendo utilizada no

tratamento da Síndrome Wei, paralisia, entre outros. Esta corrente ocorre em

intervalos regulares- o intervalo dura 1,5 segundo- e a onda densa começa a

funcionar 1,5 segundo. Para o organismo, com este tipo de onda é difícil de adaptar,

auxiliando no tratamento (MAO-LIANG, 2001 apud MATTIOLI, 2006).

2.3.1.5 Onda Serrada

Auxilia na regulação das funções dos canais e melhora a circulação do Qi e

Xue. Tem uma forma de onda ondulatória com mudança serrada em amplitude. Sua

freqüência é de 16 a 20 vezes por minuto ou 20 a 25 vezes por minuto, comparando-

se ao ritmo respiratório dos humanos. Desta forma, este tipo de corrente pode ser

utilizada para estimular a respiração artificial em casos de falha respiratória (MAO-

LIANG, 2001 apud MATTIOLI, 2006)

2.3.2 Efeitos Fisiológicos da Eletroacupuntura

No Ocidente, a acupuntura ganhou credibilidade principalmente por seu efeito

no alívio da dor, seja ela de várias origens. A ação analgésica da acupuntura, de

natureza neuro-humoral, se inicia na periferia, e se manifesta ao longo do neuro-

eixo, atuando em 3 níveis do sistema nervoso central: espinhal, troncoencefálico e

diencefálico. O sistema de modulação da dor compreende: certos núcleos cerebrais,

áreas do sistema límbico, moduladores peptídicos, neurotransmissores, hormônios.

De acordo com Maya (2001), alguns grupos de investigadores sugerem que a

acupuntura ativa a ação dos peptidios opióidides.

O sistema opióide (semelhante à morfina) e o sistema não opióide de

analgesia (os neurotransmissores) suprimem a percepção da dor, enquanto que o

sistema antiopióide (por ex., colecistoquinina) trabalha contra a analgesia opióide.

Opióides são liberados durante acupuntura e a administração prévia de naloxona

(droga bloqueadora que reverte os efeitos da heroína, morfina e de outras drogas

semelhantes) anula o efeito da acupuntura; porém se a acupuntura for realizada

previamente à administração de naloxona não há bloqueio do seu efeito. Além disto

observou-se aumento da concentração de endorfinas e também de serotonina no

líquido cefaloraquidiano de doentes submetidos a acupuntura. Experimentos

realizados em Beijing Medical University, de acordo com Han (1992) apud Moya

(2001), comprovaram que a eletroacupuntura a diferentes freqüências de

estimulação também promove a liberação de diferentes tipos de peptidios opióides.

Pode-se também obter alivio da dor através da inserção de agulhas nos pontos

dolorosos ou ashi.

A acupuntura não causa apenas um efeito analgésico, ela provoca múltiplas

respostas biológicas. Estudos em animais e humanos mostram que o estímulo por

acupuntura pode ativar o hipotálamo e a glândula pituitária, resultando num amplo

espectro de efeitos sistêmicos, aumento na taxa de secreção de neurotransmissores

e neurohormônios, melhora do fluxo sanguíneo, e também a estimulação da função

imunológica são alguns dos efeitos já demonstrados.

A Eletroacupuntura, através das conduções elétricas diretas sobre os

músculos, tem efeitos positivos sobre os mesmos, melhorando a circulação e

ativando o metabolismo. A ação da Eletroacupuntura, de acordo com o ponto de

vista da biologia ocidental, sobre um músculo depende da freqüência que atua sobre

o mesmo. Em uma freqüência de 4 Hertz, o músculo conserva sua inervação,

contraindo-se, produzindo assim um aumento do tônus muscular. Este tipo de

freqüência é utilizado habitualmente na reabilitação muscular. Quando são utilizadas

freqüências altas (superiores a 60 Hertz) o músculo fibrila, ao fibrilar é produzido um

relaxamento muscular. Desta forma, esta freqüência é utilizada nas técnicas de

analgesia (PÉREZ, 2007).

2.3.3 Tratamento com Eletroacupuntura para Paralisi a Facial Periférica

Como objetivo do tratamento com Eletroacupuntura, pode-se pensar em dois

recursos. Um deles é a aplicação da agulha diretamente no músculo do nervo

afetado, visando a recuperação da função com estímulo mecânico ou elétrico; e

outro é através da estimulação dos pontos relativos e área afetada, otimização da

função do nervo central através dos meridianos relativos, facilitando desta forma, a

distribuição da excitabilidade dos meridianos descentralizados. O estímulo ideal para

aumentar a função é o tratamento pela acupuntura com eletroestimulação.

Efetuando estes métodos simultaneamente ou em seqüência, a terapia de

mobilização no músculo afetado voluntariamente atingirá o resultado pretendido

(SAWATSUGAWA, 1997).

A Condição e estimulação para a Paralisia Facial Periférica ideal seria o

estímulo intermitente, aplicando durante 2 segundos, sem estímulo e combinado

com 2 Hertz por 3 segundos, durante 15 a 20 minutos ou 5 Hertz por 4 segundos,

combinado com 3 segundos sem estímulo. Não dispondo de aparelho equipado com

este tipo de pulso, aplica-se pulso uniforme de 1 a 1,5 Hertz. Quanto à quantidade

elétrica, conforme o grau da Paralisia e as características do paciente determinarão

a tensão elétrica, de preferência consultando o paciente com relação à sua

susceptibilidade à aplicação (SAWATSUGAWA, 1997; JUNYING, 1996).

Para aumentar a motricidade do músculo de toda a face, Sawatsugawa

(1997), relata que no nervo facial, do lado da paralisia, deve-se aplicar de 2 a 3 cm

de agulha no ponto VB-2, na área do trago da orelha, conectando-se o pólo negativo

nesta, e aplicando 1 a 1,5 cm de agulha nos 2 pontos E-7 e E-5, conectando no pólo

positivo e conduzindo a corrente. Para aumentar a força muscular da área palpebral,

deve-se aplicar 1 cm de agulha no ponto Taiyo, conectando o pólo negativo,

posteriormente aplica-se 5 mm de agulha nos pontos acima da cavidade ocular e no

ponto B-2, conectando-se o pólo positivo, e conduzindo a corrente. Deve-se ter

cautela com o ponto Taiyo, pois conforme a constituição do paciente pode ocorrer

hemorragia subcutânea.

Para aumentar a força muscular ao redor da boca, aplica-se 7 mm no E-4,

conectando o pólo negativo e aplicando 1 cm nos pontos E-7 e E-5 conectando o

pólo positivo (SAWATSUGAWA, 1997).

Junying, (1996), prescreve os pontos Fenghi (VB-20), Yifeng (TA-14), Jiache

(E-6), Dicang (E-4), Hegu (IG-4) e Taichong (F-3). Para o autor, a enfermidade é

causada por ataque de vento frio patogênico nos meridianos Shaoyang e Yangming.

Por isso VB-20 e TA-14 são escolhidos para eliminar este patógeno. TA-14 é para

eliminar o patógeno e aliviar a dor. Indicado para a dor retroauricular na instauração

da doença. E-6 e E-4 pertencem ao Yangming e penetração de E-6 horizontalmente

em direção a E-4 tem efeito de revigorar o Qi dos meridianos. IG-4 e F-3 são pontos

distais. IG-4 é bom ao tratar doenças das regiões da face e cabeça, enquanto que o

método de redução aplicado a F-3 é eficaz ao tratar o desvio da boca.

Maciocia (1996a), afirma que apenas um ponto distal e 3 a 5 pontos locais

são aplicados no lado paralisado. Os pontos locais são: ID-18, TA-23, E-7, E-6, E-4

e os distais IG-4 e F-3, são chamados de 4 portas, expelindo o vento da face.

Os pontos indicados por ROSS (2003), são: tài yang, VB-14, TA-23, yú yão,

ID-18, E-2, E-3, E-4, E-6, E-7, VG-26 e VC-24 como pontos locais. Já os distais são:

IG-4, E-36, VB-20, TA-5 e TA-17.

2.4 MASSOTERAPIA

2.4.1 Breve Histórico da Massoterapia

A prática da massagem vem desde os tempos pré-históricos, com origens na

Índia, China, Japão, Grécia e Roma. A massagem tem sido mencionada na literatura

desde tempos remotos, sendo a referência mais antiga a que aparece no Nei Ching,

um texto médico chinês escrito num período anterior a 2500 a.C. Escritos posteriores

sobre a massagem foram desenvolvidos por eruditos e médicos, como Hipócrates no

século V a.C. e Avicena e Ambrose Pare nos séculos X e XVI (para alguns autores

seria o século XVII) d.C., respectivamente (CASSAR, 2001).

O conhecimento de que a massagem e o toque melhoram a saúde geral da

pessoa e reduzem a dor também é datado de tempos pré-históricos. O texto mais

antigo que descreve o toque como modalidade de cura é Huang Tingi Ching (manual

de Medicina Corporal do imperador Amarelo). Ele fornece, juntamente com a

acupuntura e o uso da dieta de ervas e de moxa, uma descrição detalhada não só

do nosso relacionamento com os elementos, com o tempo, com as estações e com

as mudanças metereológicas, mas também dos desbloqueios internos que o toque

exerce sobre nosso bem-estar geral (CROSS, 2002).

2.4.2 Massoterapia Chinesa

A massoterapia teve várias ramificações, e uma delas é a Massoterapia

Chinesa que é o uso da massagem ou manipulações para se conseguir um efeito

energético no corpo (CLINE, 2003). O tratamento com a massoterapia chinesa

desenvolveu-se gradativamente entre os trabalhadores da China mediante longo

processo de prática, vivência e luta contra a doença (HOSPITAL DA ESCOLA DE

MEDICINA ANHUI PEQUIM, 1997).

É um tratamento exercido há mais de 3 milênios pela Medicina Tradicional

Chinesa na cura de doenças internas do corpo mediante manipulação, pressão,

fricção e aquecimento, ou manipulação de agulhas em áreas superficiais do corpo.

Considera-se em geral que o tratamento pela massagem tem a capacidade de

regular a função nervosa, de aumentar a resistência corporal à doença, de depurar

os tecidos, melhorar a circulação sanguínea e tornar as articulações mais flexíveis

(HOSPITAL DA ESCOLA DE MEDICINA ANHUI PEQUIM, 1997).

Entre as características que distinguem a Massoterapia Chinesa ou Tuiná,

dos outros tipos de massagem, está a grande quantidade e complexidade de

manipulações. Este fato também explica por que há poucos profissionais

qualificados em Tuiná no ocidente. Embora alguns movimentos das mãos sejam

simples e semelhantes aos de outros tipos de massagem, outros são específicos e

requerem precisão, destreza e graça. A diferença entre uma técnica de “massagem”

e uma manipulação de Tuiná é que o principal objetivo desta última é influenciar as

estruturas energéticas e físicas do corpo. Isso pode parecer uma distinção sutil, mas

é exatamente essa sutileza que separa a Tuiná dos outros tipos de manipulações

físicas (CLINE, 2003). As recomendações sobre as manipulações são as seguintes:

“Ao realizar algum tipo de manipulação ou técnica na Massoterapia Chinesa, é necessário fazer a escolha por tonificação ou sedação. A opção por tonificar ou sedar é um processo clínico constante. É importante não adquirir o hábito de usar a mesma técnica e suas características. Para tonificação, usar em casos de deficiência, para fortalecer um elemento que está fraco. Já a sedação, usar em casos de excesso de energia ou para resolver um problema de estagnação” (CLINE, 2003, p.25).

2.4.3 O Toque na Massoterapia Chinesa

O toque na Tuiná é muito importante. Massagear é tocar. O tipo de toque, a

profundidade da pressão e a delicadeza geral da técnica são considerações

importantes. Uma regra geral para um tipo certo de toque é limitar a pressão ao nível

da pele. Leve, rápido e vigoroso são as palavras-chaves quando você está

praticando essas técnicas (CLINE, 2003). Para Cassar (2001), a massagem tem um

efeito sobre o estado emocional do indivíduo e, portanto, sobre o seu

comportamento emocional. O toque auxilia no acesso de conteúdos inconscientes, o

que poderia auxiliar no processo clínico. O toque possui um imenso valor e transmite

uma mensagem imediata de carinho, aceitação e apoio. É fator essencial no

estabelecimento de um senso de auto-estima. Ajuda também a tratar a psique e

permite que a pessoa lide melhor com seus problemas e com as circunstâncias

vividas. Segundo Fritz (2002), o relaxamento proporcionado pela massagem irá

desde os músculos até o indivíduo como um todo, ocorrendo à substituição de

sentimentos internos como a tensão e a ansiedade por calma e tranqüilidade.

2.4.4 A Massoterapia Chinesa na Paralisia Facial Pe riférica

2.4.4.1 Histórico da Paralisia e a Massoterapia

Tibério (42 a.C – 37 d.C.), foi um médico romano, fez importantes declarações

em favor da massagem afirmando que ela curava a paralisia. Muito depois, no

começo do século XIX, o médico norte-americano Cornelius E. de Puy (Massage

Therapy Journal, 1991) usou técnicas de massagem para tratar paralisia e

apoplexia. De Puy foi membro fundador da Physico-Medical Society de New York, e

durante sua curta vida publicou três artigos para o Society sobre a aplicação da

massagem na medicina. Um deles, escrito em 1817, era sobre a eficácia da

massagem por fricção no tratamento da paralisia e da apoplexia (ele também

praticava sangrias e mudanças dietéticas como parte do tratamento). Em seus

escritos, que precederam aqueles de Per Henrik Ling (publicados na década de

1840 a 1850), ele ainda mencionou o uso de dispositivos ou implementos de

massagem como escovas de flanelas úmidas. Alguns anos depois, em 1860, os

benefícios da “Cura pelo Movimento” para a paralisia foram descritos e ilustrados

com um estudo de caso, por George H. Taylor (Taylor, 1860). Em 1886, William

Murrel também afirmou que a massagem era um instrumento para o tratamento da

paralisia infantil (CASSAR, 2001).

2.4.4.2 Tratamento pela Massoterapia Chinesa na Par alisia Facial Periférica

Em todos os tipos de Paralisa resultante de atrofia muscular, a massoterapia

pode acelerar o restabelecimento do tônus muscular normal e fortalecer os

músculos. As técnicas apresentadas pela Massoterapia Chinesa são aplicadas

principalmente para equilibrar os músculos e eliminar a rigidez. Embora essas

técnicas tenham um efeito relaxante, outras manobras de massagem podem ser

acrescentadas (em especial na face) para induzir o relaxamento profundo. Quando o

ventre do músculo é pressionado, o músculo ficará menos tenso, promovendo um

maior relaxamento do paciente (CASSAR, 2001). As manobras promovem segundo

Fritz (2002), uma maior circulação local e sistêmica, estimulação mecânica e reflexa

do fluxo sanguíneo, melhor remoção de metabólitos e alongamento da fáscia

muscular. O tratamento pela Massoterapia Chinesa também apresenta efeito reflexo

sobre as funções nervosas, fazendo com que os processos estimulantes e inibidores

atinjam um relativo equilíbrio (isto é, trazendo o Yin e o yang a um relativo equilíbrio)

(CROSS, 2002).

Cline (2003) e Cassar (2001) sugerem a seguinte seqüência básica, que pode

ser adaptada, de tratamento para a Paralisia Facial Periférica:

1- Para a realização das manobras, o paciente deita-se em decúbito dorsal,

com uma almofada de apoio sob os joelhos e outra sob a cabeça e com todas as

outras regiões do corpo cobertas por uma toalha ou cobertor para manter a

temperatura corporal;

2- Leve deslizamento pela face e pescoço;

3-Pressionar o VB-2 (10 a 20 vezes). Efeito: Expele o vento e o frio

4- Pressionar o E-4 (10 a 20 vezes). Efeito: é indicado em casos de desvio da

boca. Expele o vento

5- Pressionar E-6 (5 a 10 vezes, depois pressionar e fazer movimentos

circulares de 30 a 50 vezes ou pressionar 5 vezes, depois pressionar e fazer

movimentos circulares 30 vezes). Efeito: drena e abre bloqueios ou

obstruções.

6- Pressionar o TianTing (na testa, do centro da linha mediana até a

depressão abaixo do lábio inferior, 3 a 5 vezes cada ponto em seqüência).

Efeito: Elimina o vento frio exógeno e patogênico;

7- Pressionar e girar todo ponto dolorido na região afetada;

8- Finalizar com leve deslizamento superficial sobre toda a face.

3 METODOLOGIA

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO

Este estudo pode ser considerado, conforme conceitos de RUDIO (2003),

como um estudo multicaso experimental, por haver intervenção em variáveis.

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A amostra do estudo compõe-se por uma paciente M.B., com idade de 36

anos, caucasiana, convidada pela autora a participar do estudo.

A amostra, conforme conceitos de RUDIO (2003) é considerada como não-

probabilística e intencional por haver o convite à participante.

3.3 INSTRUMENTAÇÃO

3.3.1 Para Avaliação funcional da Musculatura Facia l

Para desenvolver o estudo, foram utilizadas o questionário de avaliação

funcional da mímica facial (Anexo 1), e análises fotográficas ( Figuras 6, 7, 8, 9, 10).

Estes métodos foram utilizados com o intuito de obter o grau da simetria da face e

avaliar a evolução do caso.

3.3.2 Para Avaliação em Medicina Tradicional Chines a

Foi utilizada a Ficha de Diagnóstico de paciente empregada no Centro de

Estudos e Pesquisas do Homem (CIEPH), em anexo (Anexo 2), para avaliação da

paciente em Medicina Tradicional Chinesa.

3.3.3 Para o Tratamento

- agulha Marca Dong Bang, 0,25x30 mm, filiforme, em aço inoxidável,

esterilizada por raios gama;

- bandeja de aço inoxidável, pinça, algodão e álcool 70%;

- maca, travesseiro, lençol descartável.

- Eletroestimulador para Eletroacupuntura (aparelho EL 608, marca NKL).

3.4 PROCEDIMENTOS

3.4.1 Para Avaliação da Musculatura Facial

A avaliação da Musculatura da mímica facial através de testes faciais e a

análise fotográfica tem o intuito de medir a gravidade e avaliar as condições da

musculatura facial em movimentos voluntários.

Os testes faciais consistiram em uma lista de 4 movimentos: contração e

elevação do supercílio, Franzir o nariz, aproximar e comprimir os lábios, Fechar e

abrir os olhos com força. Cada um destes movimentos contém uma escala de 0%

(sem movimentos) a 100% (total movimento) que foram avaliados e respondidos

pela paciente durante as sessões. A paciente foi submetida à avaliação da

musculatura facial antes e depois de cada sessão.

Já as analises fotográficas foram realizadas através de fotografias frontais

padrão da face em 4 intervalos do tratamento: Inicio, com 3 imagens (Figuras 6, 7 e

8); durante, após a 3ª sessão (Figura 9); depois, após a ultima e 4ª sessão (Figura

10).

3.4.2 Para Avaliação em Medicina Tradicional Chines a

Os procedimentos utilizados para a avaliação em Medicina Chinesa são:

questionário (para o levantamento de informações paciente através da Ficha de

Avaliação do CIEPH); observação do paciente (para que sejam somadas as

possibilidades de procedimento e intervenção no caso); análise e interpretação de

documentos (estudo da Ficha de Avaliação do CIEPH, ficha de evolução e revisão

bibliográfica referente ao caso) e análise e interpretação de dados coletados

(através da análise da nutrição, hidratação, excreção intestinal e urinária,

menstruação, transpiração, oxigenação, fonação, sono e repouso, humor, órgãos

dos sentidos e algias em geral).

Foram realizadas análises do pulso e língua da paciente como procedimentos

complementares no diagnóstico da Medicina Tradicional Chinesa.

3.4.3 Para o Tratamento

A paciente foi submetida a um total de 4 sessões de tratamento, entre os dias

04/07/2007 a 18/07/2007.

M.B recebeu tratamento por eletroacupuntura seguida de massoterapia

chinesa.

A escolha dos pontos tratados em cada sessão de eletroacupuntura foi

utilizada conforme o diagnóstico em Medicina Tradicional Chinesa.

3.5 TRATAMENTO DOS DADOS

Após a realização de todos os procedimentos necessários para obtenção dos

resultados, serão comparados os valores alcançados com os dados presentes na

bibliografia, para a validação ou não das práticas e metodologia adotadas.

Com posse da avaliação realizada seguindo os procedimentos citados, se

apresentará um quadro comparativo, dos resultados obtidos com as sessões, e os

dados levantados do paciente no início dos atendimentos. Este quadro comparativo

representará uma evolução, uma regressão ou uma indiferença no comportamento

do paciente frente à metodologia e práticas aplicadas.

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

4.1 APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO

4.1.1 Caso M.B.

M.B., sexo feminino, caucasiana, 35 anos chegou ao Centro integrado de

Estudos e Pesquisas do Homem, no dia 04 de julho de 2007, com a queixa de

Paralisia Facial Periférica. Segundo a paciente, os sintomas iniciaram no dia 24 de

Junho de 2007 e exames associaram a paralisia ao estresse e baixa imunidade. Até

o momento, a paciente estava utilizando as seguintes medicações prescritas:

Lacrima Plus, Corticorten e Epitezan (pomada oftálmica). Quanto ao exame físico

realizado durante a avaliação inicial no dia 04 de Julho, observou-se um desvio

lateral da rima bucal contralateralmente a face acometida, ausência de movimento

ao elevar e franzir sobrancelhas e ao realizar batimento de asa de nariz. A paciente

também apresenta ausência do reflexo de piscar, não conseguindo realizar

fechamento da pálpebra acometida.

Através do questionário realizado presente na ficha de diagnóstico da

Medicina Chinesa (Anexo 6), M.B. relatou não realizar atividades físicas e fumava,

em média, 1 carteira de cigarro por dia. Sua alimentação era baseada em frituras e

carboidratos. Relatou sentir pouca sede e segundo a Medicina Chinesa, este

aspecto relata deficiência de Yang Qi e frio no meridiano de Estômago. Eliminações

intestinais, menstruação, transpiração e Urina não apresentavam alterações. Quanto

a oxigenação, apresentava suspiro o que acusa estase do Qi do Fígado. Sono e

repouso apresentavam alterações, onde M.B. relatou não dormir bem, alertando

para a M.T.C. calor no meridiano do Coração e deficiência do Yin do Coração. A

paciente relatou apresentar, como características de seu humor, tendências a

irritabilidade (alteração no Fígado).

Quanto ao exame físico da cabeça, a paciente relatou sintomas de algia

frontal (retenção de alimentos no Estômago) e algia temporal (Hiperatividade do

Yang do Fígado – calor umidade no Fígado e Vesícula Biliar). Na região do tronco

dorsal da coluna, relatou algia na região coxígea. Na região ventral – torácica,

relatou opressão torácica (frio umidade) e gastrite (calor e fogo no Estômago). Não

apresentou alterações nos membros superiores; inferiores e órgãos dos sentidos.

Sua face estava opaca e escurecida na região dos olhos, relatando

deficiência de Qi e lesão em Rim. A língua da paciente estava pálida e úmida

(deficiência de Yang Qi), com saburra (umidade), ponta vermelha (fogo no Coração),

trêmula (vento no fígado) e levemente denteada (umidade e deficiência no Qi do

Baço - Pâncreas).

O pulso estava em corda na posição do Fígado (Deficiência de Xue e invasão

de vento), escorregadio, rápido e cheio na posição de Baço-Pâncreas (umidade e

deficiência Qi do BP) e rápido e profundo na posição do Rim (deficiência).

4.2 EVOLUÇÃO DO TRATAMENTO

4.2.1 Evolução do Caso M.B.

De acordo com o quadro exposto, os pontos escolhidos para o tratamento da

paciente M.B. foram de acordo com as sessões:

PRIMEIRA SESSÃO:

A paciente foi orientada para que fosse preenchido o questionário de

avaliação funcional da mímica facial (Anexo 1). Finalizado o questionário, a face de

M.B. foi fotografada, em posição frontal, com câmera digital, modelo NIkon D50.

Foram obtidas 2 imagens: face em repouso e face em movimento voluntário

(sorrindo). Em seguida, a paciente foi encaminhada ao início das aplicações de

acupuntura e massoterapia chinesa.

Para a acupuntura, foram selecionados os seguintes pontos: lado direito-local:

TA-23, ID-18, E-7/6/4, VG-26, VC-24 (com método de harmonização) e lado

esquerdo-distal: IG-4, TA-5, VG-20 (com método de harmonização), F-3 (com

método de sedação), E-36 e R-7 (com método de tonificação).

Para a eletroacupuntura, o aparelho foi programado para as seguintes

opções: Onda esparsa com freqüência de 5 a 15 Hertz e corrente avançada. O

tempo de aplicação foi de 20 minutos

Já na Massoterapia Chinesa, a seqüência utilizada foi a sugerida por Cline

(2003) com: Deslizamento superficial sobre a face, pressão com a ponta dos dedos

nos pontos: VB-2, E-4, E-6 e pontos ashi (15 vezes cada) e finalização com

deslizamento superficial. Logo após, foi utilizado moxabustão na região acometida.

Finalizando as aplicações, foi orientado para que a paciente evitasse o vento

e o frio na face após a sessão.

Após o termino do atendimento, foi solicitado novamente para que a paciente

preenchesse o questionário de avaliação funcional da mímica facial (Anexo 1). Foi

observado que M.B. respondeu 0% em todos os movimentos faciais, tanto antes

como após a sessão (Tabela 1), apresentando média percentual de 0%. Desta

forma, os valores demonstraram que as técnicas de Eletroacupuntura e

Massoterapia Chinesa não surtiram efeito na primeira sessão.

Tabela 1: Evolução da Força Muscular Facial

Primeira sessão (em %) Movimentos Antes Depois Contração e elevação do supercílio

0 (%) 0(%)

Franzir o nariz 0(%) 0(%) Aproximar e comprimir os lábios

0(%) 0(%)

Fechar e abrir os olhos com força

0(%) 0(%)

Total (média percentual) 0(%) FONTE: Dados coletados pela autora.

Quanto à análise fotográfica, foi observado nas imagens: desvio lateral da

rima bucal contralateralmente a face acometida (Figura 4), e comprometimento do

músculo orbicular do olho (Figura 5) e risório (Figura 6).

Figura 4: Foto da face em repouso com desvio latera l da rima bucal

FONTE: Foto capturada pela autora

Figura 5: Foto da face em movimento voluntário (sor rindo), comprometimento do músculo orbicular do olho.

FONTE: Foto capturada pela autora

Figura 6: Foto da face em movimento voluntário (sor rindo), comprometimento do músculo risório.

FONTE: Foto capturada pela autora

SEGUNDA SESSÃO:

M.B. relatou melhora na sensibilidade principalmente na língua, onde voltou a

sentir o gosto dos alimentos. Relatou dores no músculo esternocleidomastóideo.

Logo após os relatos referentes a evolução do tratamento, a paciente foi orientada

novamente para que fosse preenchido o questionário de avaliação funcional da

mímica facial (Anexo 1). Em seguida, a paciente foi encaminhada ao início das

aplicações de acupuntura e massoterapia chinesa.

Para a acupuntura, foram selecionados os seguintes pontos: lado direito-local:

TA-23, ID-18, E-7/6/4/2, VG-26, VC-24 (com método de harmonização) e lado

esquerdo-distal: IG-1/4/11, E-36/45 (com método de harmonização), F-3 (com

método de sedação), e R-7 (com método de tonificação).

Na eletroacupuntura, o aparelho foi programado para as seguintes opções:

onda esparsa com freqüência de 5 a 15 Hertz e corrente avançada. O tempo de

aplicação foi de 20 minutos

Já na Massoterapia Chinesa, a seqüência utilizada foi a sugerida por Cline

(2003) com: Deslizamento superficial sobre a face, pressão com a ponta dos dedos

nos pontos: VB-2, E-4, E-6 e pontos ashi (15 vezes cada) e finalização com

deslizamento superficial. Logo após, foi utilizado moxabustão na região acometida.

Após o termino do atendimento, foi solicitado novamente para que a paciente

preenchesse o questionário de avaliação funcional da mímica facial (Anexo 1). Foi

observado que M.B. respondeu o valor de 70% nos movimentos: Contração e

Elevação do supercílio e Elevação da asa do nariz tanto antes como após a sessão.

Nos movimentos de Protrusão e retração dos lábios, a paciente avaliou como 60% a

evolução do movimento. Já no movimento de Fechamento e piscada natural dos

olhos, a paciente avaliou como 80% a evolução do movimento. A média percentual

desta sessão foi de 70% (Tabela 2). Desta forma, os valores demonstraram que as

técnicas de Eletroacupuntura e Massoterapia Chinesa, na segunda sessão, surtiram

efeitos significativos com percentual maior em todos os movimentos, em especial ao

movimento de Fechamento e Piscada Natural dos olhos.

Tabela 2: Evolução da Força Muscular Facial

Segunda Sessão ( em %) Movimentos Antes Depois Contração e elevação do supercílio

70(%) 70(%)

Franzir o nariz 70(%) 70(%) Aproximar e comprimir os lábios

60(%) 60(%)

Fechar e abrir os olhos com força

80(%) 80(%)

Total (média percentual) 70(%) FONTE: Dados coletados pela autora.

TERCEIRA SESSÃO:

A paciente relatou que conseguiu dormir sem o tampão no olho. Sentiu e

observou que sua boca está mais centralizada e afirmou que a sensibilidade da

língua está maior sentindo ainda mais o sabor dos alimentos. Logo após os relatos

referentes à evolução do tratamento, a paciente foi orientada novamente para que

fosse preenchido o questionário de avaliação funcional da mímica facial (Anexo 1).

Finalizado o questionário, a face de M.B. foi fotografada novamente, em posição

frontal, com câmera digital, modelo NIkon D50. Foi obtida 1 imagem: face em

movimento voluntário (retração dos lábios) (Foto 4). Em seguida, a paciente foi

encaminhada ao início das aplicações de acupuntura e massoterapia chinesa.

Para a acupuntura, foram selecionados os seguintes pontos: lado direito-local:

TA-23, ID-18, E-7/6/4/2, VG-26, VC-24 (com método de harmonização) e lado

esquerdo-distal: IG-1/4/11, E-36/45, TA-5 (com método de harmonização), F-3, CS-7

(com método de sedação) e R-7 (com método de tonificação).

Na eletroacupuntura, o aparelho foi programado para as seguintes opções:

onda esparsa com freqüência de 5 a 15 Hertz e corrente avançada. O tempo de

aplicação foi de 20 minutos.

Já na Massoterapia Chinesa, a seqüência utilizada foi a sugerida por Cline

(2003) com: Deslizamento superficial sobre a face, pressão com a ponta dos dedos

nos pontos: VB-2, E-4, E-6 e pontos ashi (15 vezes cada) e finalização com

deslizamento superficial. Logo após, foi utilizado moxabustão na região acometida.

Após o termino do atendimento, foi solicitado novamente para que a paciente

preenchesse o questionário de avaliação funcional da mímica facial (Anexo 1). Foi

observado que M.B. respondeu o valor de 80% nos movimentos: Contração e

Elevação do supercílio e Elevação da asa do nariz tanto antes como após a sessão.

Nos movimentos de Protrusão e retração dos lábios e de Fechamento e piscada

natural dos olhos, a paciente avaliou como 90% a evolução do movimento (antes e

após o tratamento). A média percentual desta sessão foi de 85% (Tabela 3). Desta

forma, os valores demonstraram que as técnicas de Eletroacupuntura e

Massoterapia Chinesa, na terceira sessão, surtiram efeitos significativos com

percentual maior em todos os movimentos, em especial aos movimentos de

Fechamento e Piscada Natural dos olhos e Protrusão e Retração dos lábios.

Tabela 3: Evolução da Força Muscular Facial

Terceira Sessão (em %) Movimentos Antes Depois Contração elevação do supercílio

80(%) 80(%)

Franzir o nariz 80(%) 80(%) Aproximar e comprimir os lábios

90(%) 90(%)

Fechar e abrir os olhos com força

90(%) 90(%)

Total (média percentual) 85 (%)

FONTE: Dados coletados pela autora.

Quanto à análise fotográfica, foi observado na imagem: possibilidade de

realizar o movimento de aproximar e comprimir os lábios (Figura 7).

Figura 7: Foto com movimento de aproximar e comprim ir os lábios

FONTE: Foto capturada pela autora

QUARTA SESSÃO:

M.B. relatou que todos os movimentos da face recuperaram seus

movimentos, não apresentando mais a paralisia facial periférica. Logo após os

relatos referentes à evolução do tratamento, a paciente foi orientada novamente

para que fosse preenchido o questionário de avaliação funcional da mímica facial

(Anexo 1). Finalizado o questionário, a face de M.B. foi fotografada novamente, em

posição frontal, com câmera digital, modelo NIkon D50. Foi obtida 1 imagem: face

em movimento voluntário (sorrindo) (Figura 8). Em seguida, a paciente foi

encaminhada ao início das aplicações de acupuntura e massoterapia chinesa como

forma de manutenção do tratamento.

Para a acupuntura, foram selecionados os seguintes pontos: lado direito-local:

TA-23, ID-18, E-7/6/4/2, VG-26, VC-24 (com método de harmonização) e lado

esquerdo-distal: IG-4, TA-5, P-7 (com método de harmonização), F-3 (com método

de sedação) e BP-6 (com método de tonificação).

Na eletroacupuntura, o aparelho foi programado para as seguintes opções:

onda esparsa com freqüência de 5 a 15 Hertz e corrente avançada. O tempo de

aplicação foi de 20 minutos

Já na Massoterapia Chinesa, a seqüência utilizada foi a sugerida por Cline

(2003) com: Deslizamento superficial sobre a face, pressão com a ponta dos dedos

nos pontos: VB-2, E-4, E-6 e pontos ashi (15 vezes cada) e finalização com

deslizamento superficial. Logo após, foi utilizado moxabustão na região acometida.

Após o termino do atendimento, foi solicitado novamente para que a paciente

preenchesse o questionário de avaliação funcional da mímica facial (Anexo 1). Foi

observado que M.B. respondeu 100% em todos os movimentos faciais, tanto antes

como após a sessão (Tabela 4), apresentando média percentual de 100%. Desta

forma, os valores demonstraram que as técnicas de Eletroacupuntura e

Massoterapia Chinesa surtiram efeito em 4 sessões de tratamento na paciente M.B.

Tabela 4: Evolução da Força Muscular Facial

Quarta sessão ( em %) Movimentos Antes Depois Contração elevação do supercílio

100(%) 100(%)

Franzir o nariz 100(%) 100(%) Aproximar e comprimir os lábios

100(%) 100(%)

Fechar e abrir os olhos com força

100(%) 100(%)

Total (média percentual) 100% FONTE: Dados coletados pela autora.

Quanto à análise fotográfica, foi observado na imagem (Foto 5): ausência de

desvio lateral da rima bucal e ausência de comprometimento do músculo orbicular

do olho e risório.

Figura 8: Foto com a face em movimento voluntário ( sorrindo)

FONTE: Foto capturada pela autora

4.3 DISCUSSÃO DOS DADOS

Os resultados desta pesquisa podem ser reforçados pelos dados

apresentados por Junying (1996), onde o autor afirma que a acupuntura e a

massoterapia chinesa são relativamente efetivas no tratamento da Paralisia Facial

Periférica. O autor Swatsugawa (1997), afirmou também em seu trabalho que o

estímulo ideal para aumentar a função da musculatura facial comprometida pela

Paralisia é o tratamento pela acupuntura com eletroestimulação. Ele afirmava que

efetuando-se estes métodos simultaneamente ou em seqüência, a terapia de

mobilização no músculo afetado voluntariamente atingirá o resultado pretendido.

Para os efeitos na Massoterapia Chinesa, esta pesquisa também é reforçada

pelos autores Fritz (2002), Cassar (2001) e Cross (2002), onde em seus trabalhos

constam que todos os tipos de Paralisa resultante de atrofia muscular, a

massoterapia chinesa pode acelerar o restabelecimento do tônus muscular normal e

fortalecer os músculos.

Diante das afirmações dos autores, esta pesquisa obteve sucesso, pois o

tratamento com Eletroacupuntura e Massoterapia Chinesa auxiliaram no aumento da

força muscular facial na paciente, passando de 0% para 100% (Tabela 1 e 4). Na

análise fotográfica, foi possível observar que a paciente passou de desvio lateral da

rima bucal contralateralmente a face acometida (Anexo 2), comprometimento do

músculo orbicular do olho (Anexo 3) e risório (Anexo 3) para ausência de desvio

lateral da rima bucal e ausência de comprometimento do músculo orbicular do olho e

risório ao final da 4ª sessão.

5 CONCLUSÃO

Sendo a face um segmento mais exposto do corpo e valorizado na sociedade,

a sensação de exposição devido a Paralisia Facial pode levar a pessoa a sentir-se

inadaptada e inferiorizada, prejudicando a sua qualidade de vida e bem-estar. As

conseqüências físicas como edemas na hemiface, alterações da mímica, perda

gustativa, alterações da secreção da salivar e lacrimal prejudicam ainda mais as

atividades diárias do individuo portador de Paralisia Facial periférica.

Desta forma, esta pesquisa teve com objetivo demonstrar a eficácia do

tratamento com Eletroacupuntura e Massoterapia Chinesa em um estudo de caso.

Ao longo das sessões, esta pesquisa apresentou dados importantes para o estudo.

Através da análise fotográfica e o teste de avaliação da musculatura facial, a

evolução do tratamento pode ser observada, onde a paciente apresentou alivio dos

sintomas e pode, desta forma, retornar as suas atividades diárias com normalidade,

sentindo-se bem e confiante.

E por fim, é relevante mencionar a necessidade da realização de mais

trabalhos de pesquisa com pacientes que apresentem quadro de Paralisia Facial

Periférica relacionados às diferentes etiologias. A avaliação deverá ser mais

detalhada, a fim de oferecer maior número de informações e o acompanhamento é

indispensável a estes pacientes para adicionar informações sobre a evolução destes

quadros.

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ANEXOS

ANEXO 1

FICHA DE AVALIAÇÃO FUNCIONAL DA MUSCULATURA FACIAL

DATA:

SESSÃO:

Responda as questões abaixo: 1- Contraia e eleve as sobrancelhas (Contração elev ação do supercílio ) conforme as figuras abaixo:

Figura 9: Contração e elevação do supercílio FONTE: http:// www.sarah.br De 0% a 100%, que nota você dá para estes movimento s? ( ) 0% ( ) 10% ( ) 20% ( ) 30% ( ) 40% ( ) 50% ( ) 60% ( ) 70% ( ) 80% ( ) 90% ( ) 100% 2- Contraia o nariz (Franzir o nariz)

Figura 10: Movimento de Franzir o nariz FONTE: http:// www.sarah.br De 0% a 100%, que nota você dá para este movimento? ( ) 0% ( ) 10% ( ) 20% ( ) 30% ( ) 40% ( ) 50% ( ) 60% ( ) 70% ( ) 80% ( ) 90% ( ) 100%

3- Contraia os lábios

Figura 11: Movimento de aproximar e comprimir os lá bios FONTE: http:// www.sarah.br De 0% a 100%, que nota você dá para este movimento? ( ) 0% ( ) 10% ( ) 20% ( ) 30% ( ) 40% ( ) 50% ( ) 60% ( ) 70% ( ) 80% ( ) 90% ( ) 100% 4- Feche e abra os olhos com força

Figura 12: Movimento de fechar e abrir os olhos com força FONTE: http:// www.sarah.br De 0% a 100%, que nota você dá para este movimento? ( ) 0% ( ) 10% ( ) 20% ( ) 30% ( ) 40% ( ) 50% ( ) 60% ( ) 70% ( ) 80% ( ) 90% ( ) 100%

Elaborado por: Michele Hister