Click here to load reader
Upload
internet
View
179
Download
46
Embed Size (px)
Citation preview
TRATAMENTO DE OSTEÍTE PODAL EM EQUINO ACOMETIDO TRATAMENTO DE OSTEÍTE PODAL EM EQUINO ACOMETIDO POR LAMINITE: RELATO DE CASOPOR LAMINITE: RELATO DE CASO
TRATAMENT IN PEDAL OSTEITIS BY LAMINITIS AFFECTED HORSES: TRATAMENT IN PEDAL OSTEITIS BY LAMINITIS AFFECTED HORSES: A CASE REPORTA CASE REPORT
FERNANDA COUTINHO DE FREITAS¹FERNANDA COUTINHO DE FREITAS¹*; ANGÉLICA TRAZZI BENTO2; PAULA PIMENTEL VALENTE3; MARIA VIRGINIA DE OLIVEIRA CORAUCCI4.
1- Médica Veterinária do Hospital Veterinário da Fafram- Ituverava-SP.2- Professora Dra. do Curso de Medicina Veterinária da Fafram- Ituverava-SP.3- Professora Msc. do Curso de Medicina Veterinária da Fafram- Ituverava-SP.4- Graduanda do Curso de Medicina Veterinária da Fafram- Ituverava-SP.* [email protected]
INTRODUÇÃOINTRODUÇÃOA osteíte podal é a desmineralização da margem solear da falange distal, resultante de uma inflamação severa ou crônica, mas não compreendida totalmente e parece se tratar de um fenômeno secundário7. Manifesta-se radiograficamente como uma rugosidade das margens solear da falange distal2. A laminite está associada às alterações na falange distal7, e a infecção podal em eqüinos pode estar associada à laminite. A laminite crônica pode ocorrer em decorrência do estágio agudo e começa com os primeiros sinais de movimento da falange distal em relação ao casco4, sendo esta definida como a presença de colapso mecânico das lâminas e deslocamento da falange distal em direção a sola10. A perfusão regional intravenosa em equinos é uma técnica de administração de fármacos por difusão local aos tecidos, através do sistema venoso regional, utilizando-se uma veia superficial11;10. Esta técnica é preconizada, por não requerer equipamentos especiais, ser rapidamente realizada e de baixo custo, além de alcançar elevadas concentrações de antibióticos nos tecidos infectados, pobremente perfundidos, na extremidade distal dos membros de equinos7;3. A eficácia desta técnica depende de vários fatores, como o número de perfusões realizadas, as características da infecção, a realização do debridamento do tecido infectado, a sensibilidade do organismo, a dose e a concentração do antibiótico, bem como o seu mecanismo de ação e, possivelmente, a técnica de perfusão utilizada5.
RELATO DO CASORELATO DO CASO Este artigo descreve o caso de uma égua da raça Quarto de Milha de 12 anos, gestante, pesando 450kg, que foi encaminhada ao Hospital Veterinário da Fafram para avaliação e tratamento de laminite crônica nos membros pélvicos, apresentando evidente dificuldade deambulatória e de manter-se em estação. Ao exame clínico, o animal apresentou claudicação de grau 4, presença de depressões na parede do casco, necrose de ranilha e abaulamento da sola esquerda. Durante o tratamento clínico, o animal desenvolveu uma fístula secretora na face medial da coroa do casco esquerdo, drenando conteúdo purulento. O exame radiográfico foi realizado na projeção latero-medial da falange distal do membro pélvico esquerdo demonstrou a presença de osteófitos periarticulares no ápice e dorso da pinça e no processo alar; presença de trabeculação na face solear/plantar, foco radiolucente em face solear da falange distal e edema de partes moles; já no membro direito, presença de edema de partes moles e discreta proliferação óssea na pinça. Optou-se então pelo tratamento cirúrgico associado a antibioticoterapia regional com infusão lenta de sulfato de amicacina (500mg)8 diluído em 100 mL de solução isotônica a 0,9%, no total de 4 aplicações intercaladas a cada 3 dias. Para a realização da técnica, um torniquete foi colocado próximo ao local da infecção ou lesão e um antimicrobiano foi injetado sobre pressão no sistema venoso, de forma que a pressurização resultou em difusão do antibiótico no tecido afetado6. Realizou-se a abertura da sola do casco e curetagem da extremidade da falange distal removendo-se toda a área necrosada. Pedilúvio com permanganato de potássio foi realizado duas vezes ao dia, seguido de aplicação de tintura de iodo e formol a 10%. Após a secagem de todo o casco, uma bandagem foi feita em ambos os cascos. O acompanhamento radiográfico foi realizado a cada 15 dias, até a resolução da osteíte e alta do animal.
RESULTADO E CONCLUSÃORESULTADO E CONCLUSÃOA ocorrência de laminite nos membros pélvicos é de 40%4 e com o agravante da fêmea em questão encontrar-se prenhe. A separação da linha branca foi o fator predisponente para a infecção das lâminas dérmicas9, e posterior osteíte da falange distal. A perfusão regional tem sido considerada mais eficaz que a administração sistêmica para o tratamento das infecções ósseas10. De acordo com Bertone, A. L. et al. (1990), os ossos da porção isolada pelo torniquete também são difundidos e neles, a concentração do antibiótico também é elevada. O tratamento cirúrgico realizado juntamente com o protocolo de antibioticoterapia regional, mostrou ser eficaz no tratamento de osteíte da terceira falange.
Figura 1- Égua recém parida, portadora de laminite crônica e osteíte podal.Figura 2- Presença de fístula secretora na face medial da coroa do casco do membro pélvico esquerdo.
Figura 5- Perfusão regional realizada no membro pélvico direito.
Figura 3- Debridamento cirúrgico da falange distal do membro pélvico esquerdo. Figura 4- Aspecto solear do casco esquerdo após 15 dias do debridamento cirúrgico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS1- BERTONE, A.L. et al. Serum and synovial concentrations of gentamicin administered chronically to horses with experimentally-induced infectious arthritis. Veterinary Surgery, v.19, p.57, 1990.2- BURBA, D. J. et al. Poor performance requires accurate diagnosis. In: Equine Veterinary Research Program Newsletter 7:1, 1999.3- ERRICO, J.A. et al. Comparison of two indirect techniques for local delivery of a high dose of an antimicrobial in the distal portion of forelimbs of horses. American Journal of Veterinary Research, v.69, p.234- 342, 2008.4- HOOD, D.M. Laminitis in the horse. Vet. Clin. North Am. Equine Pract, v.15, p.287-294,1999.5- KETTNER, N.U. et al. Intraosseos regional perfusion for treatment of septic physitis in a two-week-old foal. Journal of American Veterinary Medical Association, v. 22, p. 346- 350, 2003. 6- LUGO, J. Regional Limb Perfusion with Antimicrobials. In: N. E. Robison & K. A. Sprayberry. Current therapy in equine medicine. 6.ed. St. Louis, USA: Saunders, 2009, p. 529- 531.7- MOYER, W.A. Pedal osteitis. In: COLAHAN, P.T. et al. Equine Medicine & Surgery. 5. ed., California: Mosby., 1999. 2 vol., p. 1507-1508.8- MURPHEY, E.D. et al. Regional intravenous perfusion of the distal limb of horses with amikacin sulfate. Journal of Vet Pharmacological Therapy, v.22, p.68-77, 1999.9- O’Grady, S.E., Steward, M.L. & Parks, A.H. How to construct and apply the wooden shoe for treating three manifestations of chronic laminitis [versão electrónica]. In: Proceedings of the 53rd Annual Convention of the American Association of Equine Practitioners 2007. Orlando, Florida, USA, 1-5 December. Disponível em: <www.ivis.org/Procedings/aaep/2007/ogrady/chapter.asp> Acesso em: 20 Jan 2010. 10- PARKS, A.H. Chronic laminitis. In: N. E. Robinson. Current therapy in equine medicine. 5. ed. St. Louis, USA: Saunders, 2003, p.520-528. 11- RUBIO-MARTINEZ, L. M.; CRUZ, A.M. Antimicrobial regional perfusion in horses. J Am Vet Med Assoc. v. 228, p. 706-712, 2006.
1
2
4
1
3
5
4