79
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE BIOSSISTEMAS NINA CARDOSO GRUBER TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA E POLÍTICAS PÚBLICAS NO CONTEXTO DO RIO CACERIBU-RJ Niterói-RJ 2016

TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENGENHARIA

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE BIOSSISTEMAS

NINA CARDOSO GRUBER

TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA E

POLÍTICAS PÚBLICAS NO CONTEXTO DO RIO CACERIBU-RJ

Niterói-RJ

2016

Page 2: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

NINA CARDOSO GRUBER

TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA E

POLÍTICAS PÚBLICAS RELACIONADAS NO RIO CACERIBU-RJ

Dissertação apresentada ao Curso de

Mestrado em Engenharia de Biossistemas da

Universidade Federal Fluminense, como requisito

parcial a obtenção do título de Mestre em

Engenharia de Biossistemas. Área de

concentração Recursos Naturais e Ambiente.

Linha de Pesquisa: Recursos Hídricos.

Orientadora: Drª. Lívia Maria da Costa Silva

Niterói, RJ

2016

Page 3: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

G885 Gruber, Nina Cardoso

Tratamento estatístico de parâmetros de qualidade da água e

políticas públicas no contexto do Rio Caceribu-RJ / Nina Cardoso

Gruber. – Niterói, RJ : [s.n.], 2016.

78 f.

Dissertação (Curso de Engenharia de Biossistemas) –

Universidade Federal Fluminense. Escola de Engenharia, 2016.

Orientadores: Lívia Maria da Costa Silva.

1. Degradação ambiental. 2.Recurso hídrico. 3. Monitoramento

ambiental. I. Título.

CDD 363.7

Page 4: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento
Page 5: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

RESUMO

A poluição de rios ocasionada pelo descarte de efluentes industriais e domésticos é uma

realidade presente em várias regiões do estado do Rio de Janeiro, como, por exemplo, a área

que abrange o rio Caceribu, engloba os municípios de Rio Bonito, Tanguá, Itaboraí e São

Gonçalo. A evolução de alguns parâmetros de qualidade da água do referido rio foi analisada

através de uma série histórica de dados do ano de 2008 a 2014, formada por dados coletados

pelo Instituto Estadual do Ambiente e por dados do Projeto Macacu, em três pontos de

monitoramento. Os parâmetros analisados foram: condutividade, oxigênio dissolvido,

turbidez, DBO, nitrito, nitrato, pH e fósforo total. A análise possibilitou inferir que

atualmente, o trecho permanece na mesma situação de degradação visualizada no período de

2008 a 2009, uma vez que os valores de média de OD e DBO não apresentaram variações,

estatisticamente, com o passar dos anos, de uma forma geral. Ademais, percebeu-se que o

último ponto de monitoramento do trecho de estudo apresentou valores de média de oxigênio

dissolvido fora dos padrões aceitáveis para rios de classe 2, conforme Resolução CONAMA

n° 357/05. Paralelamente, por meio de uma pesquisa sobre políticas públicas relacionadas a

qualidade das águas, foi possível verificar que existem apenas instrumentos no âmbito

estadual para implantação das políticas de controle do lançamento de efluentes industriais,

recuperação das matas ciliares e enquadramento em classes. A política de intervenção em

ações de saneamento é a única que possui instrumentos para ser implementada na esfera

municipal, sob a forma de planos municipais de saneamento básico. Mesmo havendo

instrumentos para implantação no âmbito estadual, não existem programas de monitoramento

e fiscalização para verificar se as mesmas estão sendo realmente colocadas em prática. A

análise dos parâmetros de qualidade da água possibilitou inferir que não houve uma situação

de melhora no corpo hídrico, fato que pode estar associado à falta de instrumentos de

preservação e recuperação do rio Caceribu. Desta forma, foi possível concluir que a ausência

de políticas públicas eficazes está relacionada com a atual configuração da qualidade da água

do rio Caceribu.

Palavras-chave: degradação ambiental, recurso hídrico, monitoramento.

Page 6: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

ABSTRACT

The pollution of rivers caused by the disposal of industrial and domestic wastewater is a

present reality in several regions of the state of Rio de Janeiro, for example, the area covering

the Caceribu River, encompassing the Rio Bonito, Tanguá, Itaboraí and São Gonçalo

municipalities. The evolution of some quality water parameters of the Caceribu was analyzed

through a historical series year data from 2008 to 2014, formed by data collected by the State

Environmental Institute and the Macacu Project, in three monitoring points. The parameters

analyzed were: conductivity, dissolved oxygen, turbidity, BOD, nitrite, nitrate, pH and total

phosphorus. The analysis made it possible to infer that currently, the Caceribu river remains

in the same state of degradation displayed in 2008 to 2009, since the average values of

dissolved oxygen and BOD showed no variations, statistically, over the years, in general. In

addition, it was realized that last monitoring point showed average values of dissolved oxygen

outside the acceptable standards for class 2 rivers, according to CONAMA Resolution nº.

357/05. At the same time, through a research on public policies related to water quality was

verified that there are only instruments at the state level to implement the policies of control

the release of industrial effluents, restoration of riparian forests and classification in use

classes. The intervention in sanitation actions policy is the only one that is put into practice at

the local level, in the form of municipal basic sanitation plans. Even with instruments for

implementation at the state level, there is no monitoring and enforcement programs to see if

they are really put into practice. The analysis of water quality parameters made it possible to

infer that there hasn’t been an improvement of the environment situation, which may be

associated with the lack of instruments for the preservation and restoration of Caceribu river.

Thus, it was concluded that the absence of effective public policies is related to the current

configuration of the Caceribu river water quality.

Keywords: environmental degradation, water resource, monitoring.

Page 7: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Fig. 1 Faixa Marginal de Proteção do rio Caceribu, f. 31

Fig. 2 Bacia hidrográfica da Baía de Guanabara, f. 35

Fig. 3 Pontos de coleta do Projeto Macacu, f. 41

Fig. 4 Postos de monitoramento do INEA no rio Caceribu, f. 42

Fig. 5 Localidade dos pontos CC0625 e Ponte de Tanguá, f. 43

Fig. 6 Localidade dos pontos CC0620 e Reta Nova, f. 44

Fig. 7 Localidade dos pontos CC0622 e BR-493, f. 44

Fig. 8 Localização do ponto 1 em relação a centros urbanos, f. 45

Fig. 9 Localização do ponto 2 em relação a centros urbanos, f. 45

Fig. 10 Localização do ponto 3 em relação a centros urbanos, f. 46

Fig. 11 Dados de condutividade elétrica dos pontos de monitoramento do período de

2008 a 2014 no rio Caceribu, f. 48

Fig.12 Dados de oxigênio dissolvido dos pontos de monitoramento do período de

2008 a 2014 no rio Caceribu, f. 50

Fig. 13 Dados de demanda bioquímica de oxigênio dos pontos de monitoramento do

período de 2008 a 2014 no rio Caceribu, f. 53

Page 8: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

Fig. 14 Dados de pH dos pontos de monitoramento do período de 2008 a 2014 no rio

Caceribu, f. 55

Fig. 15 Dados de nitrito dos pontos de monitoramento do período de 2008 a 2014 no

rio Caceribu, f. 57

Fig. 16 Dados de nitrato dos pontos de monitoramento do período de 2008 a 2014 no

rio Caceribu, f. 58

Fig. 17 Dados de fósforo dos pontos de monitoramento do período de 2008 a 2014 no

rio Caceribu, f. 60

Fig. 18 Dados de turbidez dos pontos de monitoramento do período de 2008 a 2014 no

rio Caceribu, f. 61

Page 9: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Parâmetros de qualidade da água, f. 13

TABELA 2 – Limites dos parâmetros para as classes de uso, f. 26

TABELA 3 – Concentrações máximas de DBO permitidas, f. 27

TABELA 4 – Estações de tratamento de esgoto de São Gonçalo, f. 39

TABELA 5 – Localização dos pontos de coleta do Projeto Macacu, f. 41

TABELA 6 – Localização dos postos de monitoramento do INEA, f. 42

TABELA 7 – Análise estatística da condutividade elétrica nos pontos 1, 2 e 3, f. 49

TABELA 8 – Análise estatística do oxigênio dissolvido nos pontos 1, 2 e 3, f. 52

TABELA 9 – Análise estatística da DBO nos pontos 1, 2 e 3, f. 54

TABELA 10 – Análise estatística do ph nos pontos 1, 2 e 3, f. 56

Page 10: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO, p. 10

1.1. OBJETIVO, p. 11

2. REFERENCIAL TEÓRICO , p. 12

2.1. QUALIDADE DAS ÁGUAS, p. 12

2.2. LEIS E RESOLUÇÕES RELACIONADAS À QUALIDADE DAS ÁGUAS, p. 23

2.3. ANÁLISE DAS POLÍTICAS PÚBLICAS, p. 27

3. MATERIAL E MÉTODOS, p. 35

3.1. CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO DE ESTUDO, p. 35

3.2. ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA DO RIO CACERIBU, p. 40

3.3. DADOS PLUVIOMÉTRICOS, p. 46

3.4. ANÁLISE ESTATÍSTICA, p. 47

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO , p. 48

4.1. PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA, p. 48

5. CONCLUSÕES, p. 62

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS, p. 64

ANEXOS, p. 74

Page 11: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

10

1. INTRODUÇÃO

Os recursos hídricos são de extrema importância para a sociedade, pois possuem usos

múltiplos como, por exemplo, navegação, lazer, geração de energia, pesca, irrigação e

consumo para abastecimento humano. Segundo a Lei Federal n° 9.433/97 (BRASIL, 1997),

que visa ordenar a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, a água é um recurso

natural limitado, de domínio público, e desta forma, seu acesso pela população, em qualidade

adequada, para os respectivos usos, deve ser assegurado.

O monitoramento da qualidade da água é uma importante ferramenta de gestão dos

recursos hídricos, pois além de determinar seus usos possíveis, auxilia no controle da

degradação hídrica, uma vez que serve como suporte à tomada de decisão para o manejo de

corpos d’águas. Porém, devido ao crescimento urbano sem planejamento, percebe-se cada vez

mais intervenções antrópicas nos corpos hídricos ocasionando a degradação dos mesmos.

O lançamento de efluentes domésticos e industriais, agrotóxicos e resíduos sólidos

gera a introdução de matéria orgânica nos rios, ocasionando a diminuição de oxigênio

dissolvido e consequente perda da biodiversidade. Esta realidade pode ser observada em

diversos corpos hídricos do estado do Rio de Janeiro, no qual se destaca o rio Caceribu. Ao

longo de seu percurso, este passa por municípios como Rio Bonito, Tanguá, Itaboraí e São

Gonçalo, sendo de suma importância para estas regiões. Por ser um dos contribuintes da Baía

de Guanabara, e desembocar na Área de Proteção Ambiental de Guapimirim, é necessário que

seja preservado e que suas águas possuam uma boa qualidade, porém, não é o que ocorre.

Estudos realizados por pesquisadores da Universidade Federal Fluminense, no

período de 2008 a 2009, apontaram que para vazões normais, foram observados valores não

muito altos de contaminantes no Caceribu, o que pode estar associado à diluição da

concentração dos mesmos a partir das respectivas vazões. Porém, uma modelagem para uma

situação crítica mostrou que o corpo hídrico não possui uma capacidade de assimilação de

compostos orgânicos, levando a uma degradação ambiental. Ademais, o estudo apresentou

indicadores de qualidade da água fora dos padrões aceitáveis, demonstrando que o rio

Caceribu sofre com a introdução de efluentes e matéria orgânica oriundos de indústrias

implementadas na região e de esgoto sanitário, devido à ausência, em algumas áreas, de um

sistema de saneamento básico. Portanto, a presença de grande quantidade de compostos

orgânicos no Caceribu pode ocasionar um aporte de nutrientes para a Baía de Guanabara,

acarretando em diversos problemas, como por exemplo o processo de eutrofização.

Page 12: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

11

A situação de degradação ambiental verificada no período de 2008 a 2009 tende a se

agravar com o passar dos anos, devido à um aumento demográfico nestas regiões. O aumento

da urbanização em uma escala global, sem o devido planejamento, gera uma sobrecarga no

sistema de saneamento precário existente, que não possuirá estrutura para atender a nova

demanda, ocasionando em uma maior eliminação de efluentes domésticos e deterioração da

qualidade da água.

Assim, o presente estudo teve por objetivo analisar a qualidade da água do rio

Caceribu, do período de 2008 a 2014, a partir de uma série histórica de dados de alguns

parâmetros de qualidade coletados em três pontos de monitoramento. Ademais, identificar a

conexão da realidade ambiental do Caceribu com as políticas públicas relacionadas, nos

âmbitos estaduais e municipais.

1.1. OBJETIVO

O presente trabalho teve por objetivo analisar a evolução da qualidade das águas do

rio Caceribu, de 2008 a 2014, de acordo com alguns parâmetros físico-químicos e biológicos,

em um determinado trecho de estudo, segundo a Resolução CONAMA nº 357/05, bem como

verificar e analisar a existência de políticas públicas relacionadas à qualidade das águas nos

âmbitos estadual e municipal e identificar as relações existentes entre estas políticas e a

situação do rio Caceribu.

Page 13: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

12

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. QUALIDADE DAS ÁGUAS

Segundo Branco et al. (2008), as propriedades físico-químicas e biológicas dos

sistemas lóticos refletem as características da água da chuva, da geologia, declive do leito, da

vegetação e das interferências humanas de uma determinada localidade. Estas propriedades,

resultado dos fenômenos naturais e antrópicos presentes em uma bacia hidrográfica, possuem

parâmetros vinculados, que por sua vez, são utilizados para a obtenção da qualidade da água

(NETTO et al., 2011). Estes, segundo a Resolução CONAMA n° 357/2005 (CONAMA,

2005), podem ser definidos como: “substâncias ou outros indicadores representativos da

qualidade da água”.

As águas dos corpos hídricos localizados em regiões cuja atividade humana é

intensa, geralmente, possuem uma qualidade ruim, com elevado grau de degradação, termo

definido pela Lei Federal nº 6.938/1981 (BRASIL, 1981) como sendo a alteração adversa das

características do meio ambiente. A falta de saneamento básico e o lançamento de efluentes

nos rios podem levar à degradação do meio, gerando graves problemas ambientais e de saúde

pública.

Devido ao lançamento de esgoto sem prévio tratamento nos corpos d’água, podem

ocorrer danos à qualidade da água, se a vazão do corpo receptor não for suficiente para diluir

a vazão esgotada. Ademais, pode haver o declínio dos níveis de oxigênio dissolvido, em

função da utilização deste gás para sua estabilização da matéria orgânica, ocasionando

diversas ações como, por exemplo, exalação de gases mal cheirosos, afetação da vida dos

seres aquáticos e possível contaminação de seres humanos e animais pelo consumo ou contato

com essa água (SARDINHA et al., 2008).

O lançamento de efluentes industriais também é responsável pelo desequilíbrio

ambiental nos corpos hídricos. Devido à sua composição, que na maioria das vezes, é formada

por metais pesados, podem suscitar a contaminação da estrutura dinâmica de um ecossistema

aquático, se forem introduzidos no meio sem o devido tratamento. Dependendo da espécie

química que esses metais se apresentam no efluente, podem proporcionar uma determinada

toxicidade ao ambiente aquático, visto que podem estar biodisponíveis aos seres vivos em que

se encontram no ambiente (BUENO, 2007).

O Brasil possui diversas legislações que tratam sobre a qualidade das águas, e, por

conseguinte, são consideradas instrumentos para serem utilizadas na avaliação e classificação

Page 14: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

13

das reservas hídricas (NAVARRO et al., 2006). Os parâmetros de qualidade da água,

normalmente mensurados em análises laboratoriais, podem ser classificados como físicos,

químicos e biológicos. Estes são utilizados para caracterizar as águas para abastecimento

público, águas residuais e caracterização de corpos receptores. Em uma análise de água,

devem-se selecionar os parâmetros que serão empregados, ou seja, aqueles que são

importantes para a determinação de um diagnóstico. Os parâmetros são aplicados em função

do objetivo pretendido e da legislação vigente relacionada à temática de interesse. A Tabela 1

apresenta os principais parâmetros de qualidade da água, segundo Sperling (2005).

Tabela 1: Parâmetros de qualidade da água.

PARÂMETROS FÍSICOS

Cor

Temperatura

Sabor e Odor

Turbidez

PARÂMETROS QUÍMICOS

pH

Dureza

Acidez

Cloretos

Nitrogênio

Fósforo

Oxigênio Dissolvido

Matéria Orgânica

Micropoluentes-inorgânicos

Micropoluentes-orgânicos

Ferro e Manganês

Alcalinidade

PARÂMETROS BIOLÓGICOS

Algas

Organismos indicadores

Bactérias decompositoras

Fonte: Sperling (2005).

A fim de se avaliar a qualidade das águas, em algumas situações, são analisados

índices de qualidade ao invés de parâmetros, por serem capazes de sintetizar em um único

valor ou categoria a informação, normalmente descrita a partir de um conjunto extenso de

variáveis de qualidade da água (PESSOA, 2015). O Instituto Estadual do Ambiente (INEA)

analisa a qualidade das águas através do Índice de Qualidade da Água das regiões

hidrográficas do estado do Rio de Janeiro. Estas análises estão inseridas nos boletins sobre

Page 15: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

14

qualidade da água de cada região, lançados no site da instituição e constantemente

atualizados.

O INEA é o órgão gestor e executor da política estadual de recursos hídricos, além

de ser responsável pela coordenação da gestão de recursos hídricos do estado do Rio de

Janeiro. Desta forma, possui diversas atribuições como por exemplos: coordenar o

planejamento e a gestão dos recursos hídricos, sem dissociação dos aspectos de quantidade e

qualidade, de modo integrado e participativo; promover tanto a integração da gestão dos

recursos hídricos com o gerenciamento costeiro, como a sua articulação com o uso e a

ocupação do território e coordenar a cobrança aos usuários pelo uso dos recursos hídricos,

sem prejuízo às atribuições dos demais órgãos do Sistema Estadual de Gerenciamento de

Recursos Hídricos. Este órgão é responsável pelo monitoramento contínuo e sistemático dos

corpos de água doce do Rio de Janeiro. A partir destas informações coletadas é possível

realizar o adequado manejo destes sistemas aquáticos, bem como a eficaz alocação de ações e

investimentos (INEA, 2015).

A análise da qualidade da água do rio Caceribu foi realizada anteriormente por

Barcellos et al. (2010), através da modelagem de diversos parâmetros coletados, para um

cenário crítico, utilizando-se o modelo QUAL-UFMG. Ademais, realizou-se uma comparação

dos parâmetros medidos; oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, nitrogênio

amoniacal, nitrito, nitrato, fósforo e colimetria com os valores determinados pela Resolução

CONAMA n° 357/2005, para rios de classe 2. A partir dos resultados, concluiu-se que, em

um cenário crítico, o rio Caceribu, além de possuir uma capacidade baixa de assimilação de

compostos orgânicos apresentou diversos parâmetros de qualidade da água fora dos limites

descritos pela resolução citada.

Araujo et al. (2015) avaliaram a qualidade das águas de seis rios que integram a

bacia hidrográfica da Baía de Guanabara, a saber: Guaxindiba, Imboaçu, Brandoa,

Maribondo, Bomba e Alcântara. Para tal, foram realizadas coletas mensais durante seis meses

do período de dezembro de 2010 a maio de 2011. Os parâmetros analisados foram salinidade,

pH, temperatura, oxigênio dissolvido, potencial de oxi-redução, sólidos totais dissolvidos e

condutividade elétrica. A partir dos resultados, foi possível inferir que todos os rios estudados

apresentaram elevado grau de poluição, diante de valores de Números Mais Prováveis acima

de 1.000/100 ml em todos os pontos amostrados, em 100% das coletas; valores de oxigênio

dissolvido inferiores a 5 mg/l também em todos os pontos analisados e valores de sólidos

totais dissolvidos acima de 0,5 g/l em três desses pontos. Desta forma, concluiu-se que os rios

Page 16: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

15

estudados influenciam negativamente a qualidade das águas da Baía da Guanabara, trazendo

impactos negativos tanto para os ecossistemas aquáticos quanto para a população.

No âmbito do estado do Rio de Janeiro, Matos et al. (2010) realizaram um

monitoramento da qualidade da água no rio Macaé devido ao lançamento de efluentes

oriundos de uma usina termelétrica no corpo hídrico relacionado. O monitoramento se baseou

na realização de medições e inspeções em campo no período de 2002 a 2008 dos parâmetros

óleos e graxas minerais, vazão, pH e cloro residual, em pontos a montante e a jusante do

lançamento. Estes foram comparados com os limites preconizados pela Resolução CONAMA

n° 357/2005. A partir dos resultados obtidos foi possível constatar que a usina não

perturbações significativas ao corpo hídrico, uma vez que os parâmetros medidos a montante

e a jusante foram considerados equivalentes entre si.

Dentro do território brasileiro, pesquisadores analisaram a qualidade da água de

diversos rios. Silva (2015), a fim de verificar a eficiência do programa Córrego Limpo, que

teve como meta a recuperação de corpos hídricos devido ao aumento do número de redes

coletoras e do tratamento de esgoto, estudou o histórico da DBO juntamente com o Índice de

Qualidade das Águas (IQA) no córrego Ibiraporã, em São Paulo. Ao final da pesquisa, foi

possível concluir que o programa Córrego Limpo auxiliou para que os teores de DBO

sofressem uma diminuição, fato que pôde ser confirmado pela classificação da condição das

águas como Boas/Naturais e boas, segundo o cálculo do Índice de Qualidade da Água.

Também no âmbito do estado de São Paulo, Sousa (2015) analisou a influência da

Estação de Tratamento de Esgoto Piracicamirim sobre a qualidade da água do rio Piracicaba,

levando em consideração o crescimento demográfico na região. Para tal, foram utilizadas

séries históricas de indicadores de qualidade de água monitorados pela Companhia Ambiental

do estado de São Paulo (CETESB), que abrangeram períodos anteriores e posteriores à

operação da estação, cuja atividade se iniciou em 1998. A partir deste estudo, foi possível

observar que a estação de tratamento auxiliou na melhora do corpo hídrico, uma vez que a

qualidade da água era considerada ruim do ano de 1980 a 1990, passando a ser constante a

partir da década de 2000 devido ao início das atividades da ETE. Rosa (2014), por sua vez,

avaliou a evolução do IQA em três pontos de monitoramento ao longo do rio Cotia, São

Paulo, e observou que os melhores valores foram medidos nos pontos com ausência de área

urbana no entorno. Desta forma, concluiu-se que as intervenções antrópicas nos recursos

hídricos estão intimamente relacionadas com a redução da qualidade das águas.

Aguiar (2015) analisou a qualidade da água em microbacias hidrográficas na região

amazônica, localizadas nos municípios de Santarém, Belterra e Pará, a partir da utilização do

Page 17: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

16

Índice de Estado Trófico (IET), levando-se em consideração usos do solo distintos. O que se

observou foi que as áreas pesquisadas apresentaram aumentos naturais ou antrópicos do teor

de fósforo, e que suas maiores concentrações foram visualizadas nas áreas de drenagem mais

desmatadas para a agricultura, principalmente no período chuvoso.

Em Santa Catarina, Von-ahn (2015) avaliou a qualidade da água ao longo do estuário

Itajaí-Açu através da análise da evolução de alguns parâmetros, do período de 2003 a 2011.

Ao final, foi possível constatar que os parâmetros oxigênio dissolvido, carbono orgânico

particulado, demanda bioquímica de oxigênio, coliformes fecais e nitrato, tiveram seus

maiores valores observados no alto estuário, já que este local abrange uma maior densidade

demográfica e a maior área destinada a agricultura. Os demais parâmetros analisados,

salinidade, pH, nitrito e nitrogênio amoniacal apresentaram maiores valores no médio e baixo

estuário, devido à penetração de cunha salina neste setor.

No Paraná, Fia et al. (2015) realizaram um estudo que teve por objetivo analisar a

qualidade da água da bacia hidrográfica do Ribeirão Vermelho através da utilização dos

Índices de Qualidade da Água e do Estado Trófico. A coleta de dados foi realizada em seis

períodos distintos entre janeiro e setembro de 2011, com o intuito de que as amostras fossem

representativas de períodos chuvosos e de seca. Ao final da pesquisa, concluiu-se que o

Ribeirão Vermelho e seus afluentes, com exceção de sua nascente, não apresentou uma boa

qualidade. Constatou-se que o rio de estudo sofre com a introdução de matéria orgânica

oriunda de efluentes domésticos sem o devido tratamento. Bregunce et al. (2011) também

avaliaram a qualidade da água, porém do ribeirão dos Muller, no mesmo estado, verificando

se o rio em questão permaneceu com a mesma classificação designada a ele, como sendo de

classe 3. Para tal foram coletadas 24 amostras de parâmetros de qualidade, de fevereiro a

agosto de 2007. A partir das análises foi possível concluir que o rio ribeirão dos Muller se

encontra degradado e possui baixa capacidade para depurar o material orgânico presente em

suas águas. Este fato pôde ser verificado em função de baixos teores de oxigênio dissolvido,

elevados teores de matéria orgânica, nitrogênio amoniacal, fósforo e coliformes

termotolerantes, relacionados com a eliminação de efluentes domésticos no rio. Ademais,

também foi possível concluir o rio ribeirão dos Muller se encontra fora do enquadramento de

classe 3, devido aos elevados valores que os parâmetros coletados apresentaram.

Em Minas Gerais, realizou-se a avaliação da qualidade das águas do Ribeirão de

Carrancas com o intuito de se verificar se as intervenções antrópicas estão influenciando sua

qualidade, bem como a investigação das condições de balneabilidade da Cachoeira da

Fumaça. A partir do Índice de Qualidade de Água, calculado em função de parâmetros de

Page 18: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

17

qualidade da água medidos, constatou-se que o Ribeirão de Carrancas apresentou condições

de que variaram de médio a ruim, na maior parte do período de estudo, devido ao lançamento

de efluentes sem tratamento adequado, levando o rio a uma condição de degradação. Com

relação a condição de balneabilidade da Cachoeira da Fumaça, esta foi considerada como

imprópria (LOPES, 2008).

Diante da observação de todos os estudos relacionados com a qualidade das águas,

listados anteriormente, foi possível verificar que na maior parte deles, a presença de efluentes

domésticos sem o devido tratamento nos corpos hídricos são responsáveis pela alteração da

qualidade das águas. No presente estudo, foram abordados apenas alguns dos parâmetros

analisados a partir das campanhas de amostragens realizadas por UFF/FEC (2010) e obtidos

pelas coletas feitas pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA) no rio Caceribu, a saber:

turbidez, condutividade, temperatura, pH, demanda bioquímica de oxigênio (DBO), oxigênio

dissolvido (OD), fósforo total, nitrito e nitrato.

2.1.1. Parâmetros Físicos

2.1.1.1. Turbidez

As partículas sólidas presentes na água podem atrapalhar a penetração de

luminosidade. Logo, a turbidez pode ser definida como a medida da capacidade da água em

dispersar a radiação solar pela presença de partículas em suspensão (BOLLMANN et al.,

2005; SILVA et al., 2008).

Este parâmetro provém da carga sólida erodida das rochas na área da bacia

hidrográfica, sendo constituída de partículas de argila e silte, ou provenientes de ações

humanas, como o despejo de efluentes domésticos e industriais. As algas e alguns tipos de

microrganismos, por outro lado, também influenciam na turbidez. Se as partículas são

provenientes de fontes naturais não existem inconvenientes sanitários diretos, porém, podem

servir de abrigo para microrganismos, podendo suscitar danos à saúde pública diante do

consumo desta água sem tratamento prévio (ANA, 2015).

Diante da possibilidade de redução da penetração de luz, o processo de fotossíntese

pode sofrer prejuízo, influenciando negativamente nas características do ecossistema aquático.

Ademais, as partículas de sólidos suspensos podem se sedimentar, formando uma parcela de

lodo que será degradada de forma anaeróbia, levando a formação de gases metano, carbônico,

nitrogênio gasoso e sulfídrico (MARQUES et al., 2007).

Page 19: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

18

Em suma, a turbidez é um parâmetro muito importante para o controle dos

procedimentos de coagulação, floculação, sedimentação e filtração, os quais ocorrem nas

estações de tratamento, uma vez que este indica a qualidade estética para o abastecimento

público (ANA, 2015).

2.1.1.2. Temperatura

A temperatura constitui-se do grau de agitação das moléculas sendo uma medida da

intensidade de calor. Quanto maior a temperatura do corpo hídrico, maior a agitação das

moléculas e a quantidade de calor presente. Este parâmetro tem como origem natural a

transferência de calor por radiação, condução e convecção, entre a atmosfera e o solo

(HALLIDAY, RESNICK, 1997).

A temperatura dos corpos hídricos pode ser alterada por influência antrópica, em

virtude do lançamento de águas de torre de resfriamento, de despejos industriais e sanitários,

que normalmente possuem uma temperatura maior que a temperatura natural do meio

ambiente. Este procedimento, responsável por elevar os valores das temperaturas naturais,

pode resultar em alterações no corpo hídrico, isto é, o aumento das taxas das reações físicas,

químicas e biológicas; diminuição da solubilidade dos gases como, por exemplo, oxigênio

dissolvido; e aumento da taxa de transferência de gases (UFF/FEC, 2010).

2.1.2. Parâmetros Químicos

2.1.2.1. Condutividade Elétrica

A condutividade elétrica é um dos parâmetros aplicados na avaliação da qualidade da

água e que pode ser influenciado pelo volume de chuvas de uma determinada área. É

determinada pela presença de substâncias dissolvidas, como cátions e ânions, capazes de

conduzir energia elétrica. Seu valor é dependente da temperatura e influenciado pelo tipo de

íon presente, visto que cada um conduz energia de forma diferente (ESTEVES, 2011; SILVA

et al., 2008).

A composição iônica da água é determinada pela composição das rochas, diante de

um cenário de alta pluviosidade e predominância de rochas sedimentares; e determinada por

produtos de intemperismo de rochas magmáticas, diante de baixa precipitação e

predominância de rochas do tipo citado anteriormente (ESTEVES, 1998).

Page 20: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

19

As águas naturais não são soluções simples como as águas puras, pois contém uma

grande quantidade de substâncias dissociadas e não dissociadas. Assim sendo, não se espera

uma relação direta entre este parâmetro e a concentração de sólidos dissolvidos totais, como

acontece em uma solução com apenas um tipo de soluto. Conforme a concentração iônica

aumenta, a condutividade desta solução também cresce. De certo modo, a relação entre ambos

os parâmetros citados se apresenta bem definida nas águas naturais de certas regiões no qual

exista uma predominância bastante evidente de determinado íon (LIBÂNIO, 2008).

2.1.2.2. pH

O potencial hidrogeniônico, mais conhecido como pH, representa a concentração de

íons de hidrogênio (H+) e indica o balanço entre ácidos e bases na água. O seu valor varia de 0

a 14, expressando se o meio é ácido, neutro ou básico (ANA, 2015). O valor 7 representa

neutralidade e, quanto menor a medida do pH, mais ácido é o meio e consequentemente,

quanto maior seu valor, mais básico.

A forma do constituinte responsável por este parâmetro são os sólidos e gases

dissolvidos provenientes da dissolução de rochas, absorção de gases da atmosfera, oxidação

da matéria orgânica e fotossíntese. Também podem possuir origem antrópica, como da

oxidação da matéria orgânica resultante do despejo de resíduos domésticos ou da lavagem

ácida de tanques, oriundos de despejos industriais (SPERLING, 2005).

Medidas de pH afastados da neutralidade podem afetar a vida aquática, uma vez que

este parâmetro interfere no transporte iônico intra e extracelular e entre os organismos e o

meio. Conforme Esteves (2011), o pH atinge diretamente os processos de permeabilidade da

membrana celular.

Existem diversos fatores que podem influenciar os valores de pH nos corpos

hídricos, dentre estes podem-se destacar o processo de dissociação do ácido carbônico,

responsável pelo aumento de íons de hidrogênio e consequente queda no valor de pH, e as

reações de íons carbonato e bicarbonato com a molécula de água, que elevam a medida deste

parâmetro para a faixa alcalina (SILVA et al., 2008).

O pH da água depende de sua origem e características naturais, mas pode ser alterado

pela introdução de resíduos e contaminantes. O aumento do teor de matéria orgânica, por

exemplo, pode ser responsável por baixos valores de pH, pois a degradação desse material

ocasiona a queda na concentração de oxigênio dissolvido disponível (SANTI et al. 2012).

Page 21: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

20

É importante ressaltar que a água da chuva é considerada um importante fator

influenciador deste parâmetro. Diante de um cenário de alta pluviosidade, em virtude de um

maior volume de água presente no corpo hídrico, intercorre um aumento do valor deste

parâmetro, que tende a se aproximar da neutralidade, fato derivado da maior diluição dos

compostos dissolvidos e escoamento mais rápido (CARVALHO et al., 2000).

2.1.2.3. Demanda Bioquímica de Oxigênio

A matéria orgânica carbonácea, com base no carbono orgânico, pode ser classificada

como não biodegradável e biodegradável, estando ambos os tipos presentes em suspensão e

dissolvidos (SPERLING, 2005). Nesse contexto, a demanda bioquímica de oxigênio (DBO)

representa a quantidade de oxigênio necessária para degradar uma quantidade de matéria

orgânica biodegradável em um ambiente aquático, que pode ser composta por proteínas,

carboidratos, gordura e óleos, ureia, surfactantes, fenóis, pesticidas, dentre outros. A presença

desta matéria em grandes quantidades gera graves problemas de poluição ambiental, de fato

que para a sua estabilização, é utilizado o oxigênio em processos metabólicos realizados por

microrganismos, ocasionando sua depleção (SPERLING, 2005).

Certamente, a principal demanda bioquímica de oxigênio ocorre devido ao aporte de

efluentes domésticos e industriais nos rios, que possuem elevado teor de matéria orgânica.

Desta forma, a DBO é considerada como um importante indicador de qualidade da água

(UFF/FEC, 2010). O valor deste parâmetro é obtido através da diferença na concentração de

oxigênio dissolvido em amostras de água em um período de cinco dias e temperatura de 20

°C, com a interferência de bactérias durante a oxidação da matéria orgânica. Desta forma é

chamado de DBO5 (LIBÂNIO, 2008; SPERLING, 2005).

A medição da DBO não é de fácil realização, pois existem diversos fatores que

podem interferir na sua determinação, dentre estes a oxidação de íons de ferro, de

componentes sulfatados e de formas reduzidas de nitrogênio (nitrogênio orgânico e amônia), e

a proporção entre orgânicos solúveis e particulados, e sólidos suspensos e sedimentáveis

(APHA, 1995).

2.1.2.4. Oxigênio Dissolvido

O oxigênio é o principal gás dissolvido nos corpos hídricos, pois é empregado em

diversas reações químicas pelos seres aeróbicos nos ambientes aquáticos. Seu padrão de

Page 22: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

21

distribuição neste tipo de ambiente é inverso ao do gás carbônico. Este fato pode ser

observado com mais evidência durante um dia com elevada luminosidade, no qual há um

intenso consumo de gás carbônico para a realização da fotossíntese e consequente produção

de oxigênio (ANA, 2015).

A solubilização do oxigênio depende da temperatura e pressão. Quanto maior a

temperatura e menor a pressão, menor será a concentração deste gás. Portanto, corpos hídricos

localizados em regiões cujo clima é tropical, possuem uma menor solubilização de oxigênio,

em comparação com aqueles presentes em regiões de clima temperado (FILHO, 2005). Por

fim, com o propósito de se obter os valores de saturação de oxigênio no ambiente aquático,

expresso em porcentagem, é necessário relacionar os teores absolutos de oxigênio dissolvido

com a temperatura e pressão atmosférica (ESTEVES, 2011).

O oxigênio dissolvido presente na água pode ser proveniente do processo de

fotossíntese realizado por seres autótrofos ou da atmosfera. Sendo assim, a concentração do

gás na água depende do coeficiente de troca entre a atmosfera e a superfície da mesma, no

qual sua dissolução ocorre devido ao um processo lento de difusão e transporte por convecção

ou em situações de intensa circulação vertical (PORTO et al., 1991; TUNDISI &

MATSUMURA TUNDISI, 2008). Em contrapartida, a depleção de oxigênio ocorre devido ao

dispêndio do mesmo para decomposição da matéria orgânica, respiração dos seres aquáticos e

oxidação dos íons metálicos, isto é, o ferro e manganês (ESTEVES, 2011), gerando regiões

anaeróbicas no ambiente aquático, podendo ocasionar a mortandade de seres e diminuição de

espécies (UFF/FEC, 2010).

Em termos de corpos hídricos, analisando-se os teores de oxigênio dissolvido

percebe-se que, se forem inferiores aos valores de saturação, significa que há presença de

matéria orgânica e se estiverem acima, é possível constatar que existam algas neste ambiente

(SPERLING, 2005). Assim, segundo Sperling (2005), o oxigênio dissolvido é um parâmetro

de grande importância, utilizado para caracterizar os efeitos da poluição de corpos hídricos

causados por despejos orgânicos.

2.1.2.5. Fósforo Total

O fósforo é um elemento de grande importância, visto que faz parte de moléculas

essenciais como as de trifosfato de adenosina (ATP), de ácido desoxirribonucleico (ADN) e

ácido ribonucleico (ARN); e é indispensável para o crescimento de algas e microrganismos

responsáveis pela estabilização da matéria orgânica no ambiente aquático (ANA, 2015).

Page 23: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

22

Sua origem natural está associada com a dissolução de compostos do solo,

decomposição da matéria orgânica e pode ser proveniente da composição celular de

microrganismos. Por outro lado, o fósforo presente no ambiente aquático também pode advir

de fontes antrópicas, como os despejos domésticos e industriais, detergentes, excrementos de

animais e fertilizantes (UFF/FEC, 2010).

O elemento em questão é o menos abundante, e por isso é considerado como o fator

mais limitante na produção primária. Por consequência, quando suas concentrações nos

corpos hídricos são altas, podem ocorrer crescimentos de algas, ação intensificada pela

elevada taxa de nutrientes, resultando no processo natural de eutrofização. Entretanto,

dependendo do nível deste seguimento, o teor de oxigênio pode sofrer uma atenuação,

sucedendo-se a uma mortandade de espécies aquáticas (ANA, 2015).

O fósforo pode se apresentar nas formas de ortofosfato, polifosfato e fósforo

orgânico. Os polifosfatos são moléculas que possuem dois ou mais átomos de fósforo,

consideradas então mais complexas. Os ortofosfatos, por sua vez, são moléculas que não

necessitam de conversões para formas mais simples, estando diretamente disponíveis para

serem utilizados nas atividades metabólicas biológicas, sendo apresentadas na água como

PO4-3

, HPO42-

, H2PO4- e H2PO4, dependentes do pH do meio (SPERLING, 2005).

2.1.2.6. Nitrato e Nitrito

O nitrogênio é um elemento integrante da molécula de proteína e constituinte da

composição celular de microrganismos. Igualmente, é de extrema importância para o

desenvolvimento de algas, sendo apontado como um dos mais importantes elementos

limitantes à vida dos organismos aquáticos. Seu elevado nível em corpos hídricos pode

ocasionar também o processo de eutrofização, bem como acontece com o elemento fósforo

(BOLLMANN et al., 2005). Ambos se encontram na forma de sólidos em suspensão ou

dissolvidos, possuindo como origem antrópica os despejos industriais e domésticos,

excrementos de animais e fertilizantes (SPERLING, 2005).

A origem natural de nitrogênio, elemento constituinte das moléculas de nitrato e

nitrito está associada às chuvas, material orgânico e inorgânico de origem alóctone e a fixação

do nitrogênio molecular dentro do ambiente aquático, proveniente da atmosfera, que possui

70% deste elemento, na forma de N2 (ESTEVES, 2011). De acordo com Martins (2013), o

nitrogênio dentro do corpo hídrico pode aparecer de diversas formas, como resultado de

Page 24: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

23

processos sofridos dentro de seu ciclo, no qual se destacam a fixação biológica, amonificação,

nitrificação e desnitrificação, descritos a seguir:

A fixação biológica é o processo no qual o nitrogênio atmosférico é transformado em

hidróxido de amônia, amônia (NH3) e nitrato (NO3-), sendo este último realizado por

cianobactérias;

A amonificação, por outro lado, é realizada por fungos e bactérias e consiste na

produção de amônia, elemento tóxico a peixes, e proveniente da decomposição da

matéria orgânica;

A nitrificação, ademais, pode ser entendida como a transformação de amônia em

nitrato, passando pela forma de nitrito, que é extremamente tóxico à maioria dos

organismos aquáticos. Este processo tende a consumir o gás oxigênio presente no meio,

levando à sua redução. Apesar disso, o nitrato, juntamente com o hidróxido de amônia é

a principal fonte de energia para produtores primários;

A desnitrificação representa a mudança de nitrato em nitrogênio molecular.

Assim sendo, segundo Esteves (2011), pode-se encontrar no corpo hídrico o

nitrogênio sob as formas de nitrato, nitrito, amônia, hidróxido de amônio, óxido nitroso,

nitrogênio molecular, nitrogênio orgânico dissolvido (peptídeos, purinas, aminas,

aminoácidos, etc.), nitrogênio orgânico particulado (bactérias, fitoplâncton, zooplâncton e

detritos). As formas das quais o nitrogênio se encontra representam uma importante

ferramenta para a determinação do grau de poluição de um recurso hídrico. Diante da aparição

de nitrogênio orgânico ou de amônia, pode-se constatar a ocorrência de uma poluição recente

naquele meio, enquanto a presença de nitrato está associada a uma poluição mais remota

(SPERLING, 2005).

A análise da qualidade da água através de parâmetros conduz a uma melhor

compreensão do comportamento dos efluentes lançados nos corpos hídricos, além da sua

relação com fatores climáticos naturais e da sociedade (MATOS et al. 2010).

2.2. LEIS E RESOLUÇÕES RELACIONADAS A QUALIDADE DAS ÁGUAS

As leis, normas ou resoluções referentes aos recursos hídricos podem ser de âmbito

estadual ou federal, no qual sua aplicabilidade é determinada em função da dominialidade dos

rios. Segundo a Constituição Federal (BRASIL, 1988) no Capítulo 2, artigo 20, inciso III:

São bens da União os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu

domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países,

Page 25: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

24

ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos

marginais e as praias fluviais,

E segundo artigo 26, inciso I:

São bens dos estados as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e

em depósito, ressalvadas neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras

públicas da União.

2.2.1. Domínio Federal

2.2.1.1. Resolução CONAMA nº 274/2000

A Resolução CONAMA nº 274/2000 (CONAMA, 2000) define os critérios de

balneabilidade em águas brasileiras, no qual as águas doces, salobras e salinas destinadas à

recreação de contato primário, têm sua condição avaliada nas categorias de própria e

imprópria. As águas próprias podem ser subdivididas nos segmentos excelente, muito boa e

satisfatória.

É considerada excelente quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras

obtidas em cada uma das cinco semanas anteriores, colhidas no mesmo local, houver, no

máximo, 250 coliformes fecais (termotolerantes) ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos

por 100 mililitros (padrão referente às águas marinhas). Quando considerada muito boa, na

mesma situação, deve possuir, no máximo, 500 coliformes fecais (termotolerantes) ou 400

Escherichia coli ou 50 enterococos por 100 mililitros, e satisfatória se houver, no máximo

1.000 coliformes fecais (termotolerantes) ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por 100

mililitros. As águas são consideradas impróprias no trecho diante da ocorrência de uma das

situações listadas a seguir:

Não atendimento aos critérios estabelecidos para as águas próprias;

O valor obtido na última amostragem for superior a 2500 coliformes fecais

(termotolerantes) ou 2000 Escherichia coli ou 400 enterococos por 100 mililitros;

Incidência elevada ou anormal, na região, de enfermidades transmissíveis por via

hídrica, indicada pelas autoridades sanitárias;

Presença de resíduos ou despejos, sólidos ou líquidos, inclusive esgotos sanitários,

óleos, graxas e outras substâncias, capazes de oferecer riscos à saúde ou tornar

desagradável a recreação;

Page 26: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

25

Valor de pH menor que 6,0 ou maior que 9,0 (águas doces), à exceção das condições

naturais;

Floração de algas ou outros organismos, até que se comprove que não oferecem riscos

à saúde humana;

Outros fatores que contraindiquem, temporária ou permanentemente, o exercício da

recreação de contato primário.

2.2.1.2. Resolução CONAMA nº 357/2005

A Resolução CONAMA nº 357/2005 (CONAMA, 2005) dispõe sobre a classificação

dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, além de estabelecer as

condições e padrões de lançamento de efluentes, sendo alterada e complementada pela

Resolução CONAMA n° 430/2011 (CONAMA, 2011). As águas doces podem ser

enquadradas nas classes especial, 1, 2, 3 e 4, enquanto que as águas salobras e salinas apenas

nas classes especial e de 1 a 3, em função dos valores obtidos para cada parâmetro de

qualidade da água.

A legislação também diz respeito aos padrões de qualidade da água que cada classe

deve seguir. Para rios de classe 1, tem-se os seguintes limites: a DBO5,20 deve ser de até 3

mg/l de oxigênio, o oxigênio dissolvido em qualquer amostra, não deve ser inferior a 6 mg/l, a

turbidez deve ser de até 40 UNT, o pH deve variar de 6,0 a 9,0, o nitrato deve apresentar

como limite o valor de 10,0 mg/l de nitrogênio e o nitrito, o valor de 1,0 mg/l de nitrogênio.

Para águas doces de classe 2, as condições para a classe 1 também são aplicáveis, com

exceção de alguns parâmetros. A turbidez deve ser de até 100 UNT, a DBO 5,20 de até 5 mg/l

de oxigênio e o oxigênio dissolvido em qualquer amostra não deve ser inferior a 5 mg/l.

As águas doces de classe 3, por sua vez, devem apresentar as principais condições

descritas a seguir: DBO 5,20 de até 10 mg/l de oxigênio, oxigênio dissolvido em qualquer

amostra, não deve ser inferior a 4 mg/l, a turbidez deve ser de até 100 UNT e o pH deve variar

de 6,0 a 9,0. A tabela 2 apresenta os limites descritos anteriormente.

Page 27: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

26

Tabela 2: Limites dos parâmetros para as classes de uso.

Classes 1 2 3

Parâmetros

Demanda Bioquímica de Oxigênio ≤ 3 mg/l ≤ 5 mg/l ≤ 10 mg/l

Oxigênio Dissolvido ≥ 6 mg/l ≥ 5 mg/l ≥ 4 mg/l

Turbidez ≤ 40 UNT

≤ 100

UNT

≤ 100

UNT

Nitrato ≤ 10 mg/l ≤ 10 mg/l ≤ 10 mg/l

Nitrito ≤ 1 mg/l ≤ 1 mg/l ≤ 1 mg/l

PH 6 a 9 6 a 9 6 a 9

Fonte: Resolução CONAMA n° 357/05.

2.2.2. Domínio Estadual

Inicialmente, deve-se destacar que o rio Caceribu tem nascente e foz inseridos no

estado do Rio de Janeiro, portanto, dominialidade estadual, devendo seguir as normas do

INEA. Por ainda não ser enquadrado em nenhuma classe de uso, segundo UFF/FEC (2010),

de acordo com o art. 42 da Resolução CONAMA nº 357/2005, deve ser considerado como de

classe 2, nas regiões cujas águas são doces e de classe 1, onde há presença de águas salobras.

2.2.2.1. NT-202.R-10

A Norma Técnica NT-202.R-10 (INEA, 1986) estabelece os critérios e padrões para

o lançamento de efluentes líquidos, sendo aplicável àqueles diretos ou indiretos provenientes

de atividades poluidoras em águas interiores ou costeiras, superficiais ou subterrâneas do Rio

de Janeiro, através de quaisquer meios de lançamento, inclusive da rede pública de esgotos.

De acordo com esta norma, para o possível lançamento de efluentes nos recursos hídricos,

devem-se levar em consideração as situações mais desfavoráveis para os cálculos de diluição

e de outros possíveis efeitos.

Estas condições estão relacionadas àquelas de vazão máxima e mínima dos cursos

d’água, cuja última citada adotada é a Q7,10 – a média de sete dias consecutivos com intervalo

de recorrência de dez anos. Diante da inexistência desta informação, utiliza-se a mínima

média mensal com período de recorrência de um ano, ou ainda na inexistência desta, a vazão

mínima estimada em estudos baseados nos dados pluviométricos da região. Além disso, é

importante ressaltar que o regime de lançamento deve ser tal que a vazão máxima seja até

uma vez e meia a vazão média do período de atividade diária do poluidor.

Page 28: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

27

Segundo a Norma (INEA, 1986), os efluentes líquidos poderão ser lançados desde

que obedeçam diversos padrões, como por exemplo: pH entre 5,0 e 9,0; temperatura inferior a

40ºC; materiais sedimentáveis até 1,0 mg/l, em teste de 1 hora em “Cone Imnhoff”; ausência

de materiais sedimentáveis em teste de 1 hora em “Cone Imnhoff” para lançamentos em

lagos, lagoas, lagunas e reservatórios e ausência virtualmente de materiais flutuantes.

2.2.2.2. DZ.215.R-1

A Diretriz DZ.215.R-1 (INEA, 1994) estabelece exigências de controle de poluição

das águas que resultem na redução de carga orgânica biodegradável de origem não industrial,

como parte integrante do Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras, SLAP.

Estabelece que os efluentes devem ser tratados antes de serem lançados em corpo hídrico e,

portanto, devem apresentar determinadas concentrações máximas de DBO em função do tipo

de tratamento utilizado, que são apresentadas na Tabela 3.

Tabela 3: Concentrações máximas de DBO permitidas.

CARGA ORGÂNICA BRUTA

(C) (kgDBO/dia)

EFICIÊNCIA MÍNIMA DE

REMOÇÃO (%)

CONCENTRAÇÕES MÁXIMAS

PERMITIDAS (mg/l)

DBO RNFT

C≤ 10 30 180 180

25 < C ≤ 100 70 80 80

50 < C ≤ 100 80 60 60

C>100 90 30 30

* Contribuição de 1 pessoa/dia = 0,054 kg DBO *RNFT – Resíduos Não Filtráveis Totais

Fonte: INEA (1994).

2.3. ANÁLISE DAS POLÍTICAS PÚBLICAS

A região hidrográfica da Baía de Guanabara, no qual se insere o rio Caceribu, possui

o mais complexo contexto social e econômico de todo o Estado, que se agrava à medida que

as áreas urbanas se expandem de forma desordenada e sem planejamento, e novas indústrias

com alto poder poluidor são implementadas na área. Portanto, a gestão de recursos hídricos

nesta região é de suma importância, a fim de que a população local tenha acesso a água em

quantidade e qualidade adequadas (COPPETEC, 2013).

Page 29: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

28

Desta forma, é importante que sejam implementadas políticas públicas a fim de

preservar os recursos hídricos. Neste estudo foram analisadas políticas públicas tanto no

âmbito estadual como no municipal, que podem influenciar na qualidade das águas do rio

Caceribu. São elas: ações e intervenções de saneamento básico, através da expansão da rede

de coleta e tratamento dos efluentes lançados na baía; controle do lançamento de efluentes

industriais; recuperação da cobertura vegetal das áreas desmatadas para controle da erosão

dos solos e consequente assoreamento dos cursos d’água, e enquadramento dos corpos d’água

em classes de uso.

2.3.1. Enquadramento dos Corpos Hídricos em Classes de Uso

O enquadramento em classes de acordo com seu uso tem por objetivo estabelecer

metas de qualidade de água pretendidas para um recurso hídrico, não necessariamente tendo

relação com a situação atual do mesmo. Este instrumento tem por objetivo assegurar os usos

preponderantes estabelecidos, e suas propostas devem ocorrer de forma participativa e

descentralizada (INEA, 2013). A fim de se alcançar a qualidade futura, compatível com os

usos estabelecidos e pretendidos para uma determinada região, é necessário realizar medidas

para mitigar os impactos ambientais existentes nos corpos hídricos. Para tal, é de suma

importância identificar a situação atual, para a elaboração de metas com o intuito de se

alcançar a qualidade desejável.

O estado do Rio de Janeiro possui instrumentos para o enquadramento em classes de

uso do rio Caceribu, como por exemplo a Diretriz DZ-106.R-0 (INEA, 1977), que tem por

intuito a classificação dos corpos receptores da Baía de Guanabara. Porém, analisando-se os

possíveis usos da água que foram considerados nesta diretriz, apenas para preservação da

flora e fauna naturais, e irrigação de culturas arbustivas e cerealíferas, constata-se que a

classificação não condiz com a realidade, uma vez que não se levou em consideração como

uso a diluição de despejos.

O Plano Diretor da Região Hidrográfica da Baía de Guanabara (INEA, 2004)

também contém uma proposta de enquadramento para a região hidrográfica da Baía da

Guanabara, agrupando em cinco classes de usos preponderantes. Nesta classificação, o rio

Caceribu é considerado de classe 2, bem como todos os cursos d’água pertencentes às bacias

dos rios Suruí, Roçador, Guapimirim, Macacu e Caceribu, uma vez que são considerados

trechos fluviais que devem ser preservados para abastecimento doméstico, com tratamento

convencional, em irrigação de hortaliças, fruteiras e criação de peixes.

Page 30: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

29

O Plano Estadual de Recursos Hídricos do Rio de Janeiro possui um projeto que tem

por objetivo a aplicação de enquadramento em classes de uso dos corpos d’água prioritários

do estado, uma vez que não existem legislações específicas neste âmbito. Ademais, existem

projetos para a ampliação da rede de monitoramento da qualidade de água, afim de se oferecer

melhor suporte aos comitês para análise de parâmetros (INEA, 2013).

Assim, a fim de se atingir o nível de qualidade pretendida para rios de classe 2, é

importante que sejam realizadas medidas para despoluir o rio. Apesar de não haver projetos

relacionados à despoluição das águas do rio Caceribu no âmbito dos municípios, na esfera

estadual o plano de recursos hídricos descreve um programa que tem por objetivo elaborar

estudos e projetos para revitalização de rios retificados do estado, através da análise das

possibilidades e definição das ações necessárias para restabelecer processos naturais de rios e

lagoas, o mais próximo possível das condições originais (INEA, 2013).

2.3.2. Implantação de Saneamento Básico

Saneamento básico, segundo o artigo 3º da Lei Federal n° 11.445, de 05 de janeiro de

2007 (BRASIL, 2007), é definido como:

O conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos,

drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.

Segundo a mesma legislação, compete a prefeitura de cada município prestar

diretamente, ou via concessão a empresas privadas, os serviços de saneamento básico, além

da elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico, no qual constam os estudos

financeiros para a prestação do serviço, definição de tarifa, dentre outros.

A ausência deste conjunto de serviços leva ao despejo irregular de resíduos sólidos e

efluentes líquidos, podendo prejudicar a qualidade de recursos naturais como o solo e os

corpos hídricos.

Por conseguinte, o saneamento básico apresenta papel fundamental em uma

sociedade desenvolvida, pois configura ações de utilidade pública que têm por objetivo

melhorar a qualidade de vida e das condições de saúde da população, evitando a proliferação

de doenças e garantindo a preservação do meio ambiente (RIO DE JANEIRO, 2015).

No âmbito estadual, além do projeto de melhoria do sistema de coleta e tratamento

descrito pelo Plano Estadual de Recursos Hídricos, o principal instrumento para implantação

da política pública de intervenções de saneamento básico consiste no Decreto Estadual nº

Page 31: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

30

42.930/2011 (RIO DE JANEIRO, 2011), o Pacto do Saneamento, que tem por objetivo

universalizar, no estado do Rio de Janeiro, o acesso aos sistemas de saneamento básico,

minimizando os impactos negativos na esfera da saúde e do meio ambiente, decorrentes da

inexistência deste sistema.

O pacto envolve dois programas, o Lixão Zero e o Rio+Limpo. O primeiro visa

erradicar os lixões localizados nos municípios do Estado, e modificar o local de despejo dos

resíduos, que após o programa, deverão ser eliminados em aterros sanitários.

O programa Rio+Limpo, por sua vez, tem como meta a coleta e tratamento de 80%

do esgoto de todo o Estado até 2018. A partir do ano de 2010, foi possível visualizar

resultados positivos oriundos do programa, no qual se verificou a ampliação de 20% em 2010,

e 35% no ano de 2013, da parcela de esgoto tratado no estado (RIO DE JANEIRO, 2015).

No âmbito dos municípios, o Pacto do Saneamento tem auxiliado algumas cidades

fluminenses na elaboração de planos municipais de saneamento básico, promovendo a

implementação da universalização do acesso aos serviços de saneamento. Desta forma, os

municípios de Itaboraí, Tanguá e São Gonçalo elaboraram seus respectivos Planos Municipais

de Saneamento Básico.

2.3.3. Recuperação das Matas Ciliares

A mata ciliar é uma vegetação responsável pela proteção e suporte das margens

evitando a erosão. Ademais tem a função de conter sedimentos oriundos de processos

erosivos de solos vulneráveis devido a retirada da cobertura vegetal da bacia hidrográfica, que

podem ser carreados para os rios e causar o assoreamento dos mesmos (RIO DE JANEIRO,

2003). Além de reter sedimentos, pode barrar agroquímicos como agrotóxicos e fertilizantes

em locais onde se desenvolvem atividades agropecuárias.

As matas ciliares possuem papel fundamental, pois são responsáveis pela ciclagem

de nutrientes, integrando os ecossistemas aquático e terrestre, contribuindo para a salubridade

do corpo hídrico e manutenção da biodiversidade. A ausência deste tipo de vegetação pode

ocasionar o assoreamento de rios e contaminação por agroquímicos, influenciando na

qualidade das águas (INEA, 2015).

Na esfera estadual não existem projetos para a implantação da política pública de

recuperação da cobertura vegetal de áreas desmatadas para controle da erosão do solo e

consequente assoreamento dos rios, apenas para preservação. A Lei Estadual nº 1.130/87

define as Faixas Marginais de Proteção (FMP) de rios, lagos, lagoas e reservatórios d’água,

Page 32: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

31

áreas de proteção permanente, que são faixas de terra delimitadas com o intuito de proteger,

defender e conservar as matas ciliares. Estas áreas são determinadas em projeção horizontal

levando em consideração os níveis máximos de água e suas larguras delimitadas por

legislação podem ser ampliadas em função de ecossistemas adjacentes que possuam

relevância ambiental.

As FMP são importantes pois além de garantir a conservação das matas ciliares,

permitem a variação livre dos níveis de água, em sua elevação ordinária, proporcionando uma

melhor qualidade de vida para a população local (RIO DE JANEIRO, 2003). De acordo com a

Portaria SERLA nº 324/2003, o rio Caceribu apresenta uma faixa marginal de proteção com

largura de 30 metros, uma vez que a largura de sua seção é menor do que 10 metros de

comprimento. A Figura 1 apresenta a faixa de proteção marginal do rio Caceribu, onde é

possível constatar que a delimitação desta faixa não é respeitada próximo ao ponto 1, no

município de Tanguá, no qual observa-se a presença de diversas moradias no leito do rio.

O controle do uso e ocupação do solo, por meio de legislações e fiscalizações do

cumprimento da mesma, se torna importante, a fim de se garantir o desenvolvimento

sustentável da bacia para todos os usos da água (SOUZA, 2015).

Figura 1: Faixa Marginal de Proteção do rio Caceribu.

Fonte: Google Maps.

Os municípios localizados próximo ao rio Caceribu apresentam precariedade em

instrumentos e projetos para a implantação da política pública em questão, uma vez que não

foi possível identificar programas que tenham por objetivo recuperar as matas ciliares

localizadas às margens do rio Caceribu. Apesar deste fato, a Agenda 21 de cada município

Page 33: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

32

propõe projetos e diretrizes no âmbito municipal para a recuperação da cobertura vegetal das

áreas desmatadas, com o intuito de preservar e conservar os recursos hídricos da região. É

importante ressaltar que as ideias contidas na Agenda 21 são apenas planos para cada

localidade, e desta forma, não necessariamente serão implementados pelas secretarias

responsáveis.

A Agenda 21 de Comperj destaca como principais projetos a retirada da população

das margens, a construção de um centro de pesquisa e um banco de dados sobre os recursos

hídricos do município e a elaboração de projetos de proteção de nascentes de rios no

município e programa de colaboração com outros municípios, como Rio Bonito e Itaboraí,

bem como a fiscalização destas localidades. Apesar de serem apenas planos, um destes foi

posto em prática, e que consistiu no reflorestamento das matas ciliares, que é integrante do

programa de gestão dos recursos hídricos, da Agenda 21 de Tanguá. A iniciativa foi realizada

pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente do município, em parceria com a de Rio Bonito,

e consistiu no plantio de 1.000 mudas de espécies nativas nos rios dos Duques (afluente do

Caceribu) e rio Tomascar, envolvendo a população local através das crianças provenientes de

escolas municipais. Pretende-se dar continuidade ao projeto, no qual seu objetivo principal é

de tornar cada morador responsável pela qualidade de um trecho do rio, através do

impedimento de descarte de resíduos sólidos e manutenção da mata ciliar a fim de evitar o

assoreamento do corpo hídrico.

Para a implantação do projeto foi necessário limpar as margens e desassorear o rio

Caceribu e seus afluentes, Tanguá, dos Duques e Ipitangas, processo que foi finalizado em

2011. Atualmente, são realizadas ações de manutenção. As ações que foram realizadas com o

intuito de preservar a qualidade dos rios descrita pela agenda 21 não condizem com a

realidade, pois através dos dados coletados para turbidez no ponto localizado no município de

Tanguá, é possível constatar que estes ainda se encontram fora dos limites propostos pela

legislação, portanto, o procedimento de desassoreamento não foi feito de forma eficaz.

Os demais municípios, Itaboraí, São Gonçalo e Rio Bonito não apresentam projetos

no âmbito municipal para solucionar tais problemas, apenas propostas da Agenda 21 de cada

região e dentre as propostas da Agenda 21 de Itaboraí (ITABORAÍ, 2015) podem-se destacar:

Elaborar e implantar Programas de Recuperação de Áreas Degradadas (Prad) nas regiões de

meandros dos rios, elaborar Programas Ecológicos de Longa Duração (Peld) em áreas de rios,

lagoas e nascentes, para coibir o manejo inadequado dos recursos hídricos e elaborar cartilhas,

alertando sobre a importância de proteger as nascentes e áreas de recarga, e de evitar danos

ambientais pela contaminação do lençol freático.

Page 34: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

33

Rio Bonito, por sua vez, aposta nas seguintes propostas: Desenvolver ações

relacionadas às políticas públicas estadual e federal de recursos hídricos (preservação das

faixas marginais de proteção dos rios e nascentes, participação efetiva do município junto aos

Comitês de Bacias, entre outros), e desenvolver programas de recuperação de áreas

degradadas nas matas ciliares, mananciais e nascentes (RIO BONITO, 2015).

São Gonçalo, o maior município dentre os demais é o que mais apresenta propostas

para a recuperação de matas ciliares. Dentre as quais se destacam a recuperação das matas

ciliares e áreas de nascentes com o replantio de espécies nativas da Mata Atlântica, identificar

e demarcar as nascentes que se encontram em áreas particulares de forma a possibilitar sua

proteção, fiscalizar as áreas de nascentes e matas ciliares, aplicando multas aos infratores e

criar nas escolas programas de sensibilização sobre a recuperação das matas ciliares (SÃO

GONÇALO, 2015).

2.3.4. Controle do Lançamento de Efluentes Industriais

O lançamento de efluentes tanto industriais como domésticos nos corpos hídricos

sem o devido tratamento podem gerar problemas ambientais relacionados a qualidade das

águas. A introdução de compostos pode ocasionar o aumento da carga orgânica e de

elementos tóxicos, prejudicando a biota aquática e a sociedade que deve possuir o acesso a

uma água com boa qualidade.

Uma das políticas públicas relacionadas a qualidade das águas é o controle do

lançamento de efluentes industrias, que pode ser implementado no âmbito estadual pela

Norma Técnica NT-202.R-10, que estabelece os critérios e padrões para o lançamento de

efluentes líquidos, sendo aplicável àqueles diretos ou indiretos provenientes de atividades

poluidoras em águas interiores ou costeiras, superficiais ou subterrâneas do estado do Rio de

Janeiro, através de quaisquer meios de lançamento, inclusive da rede pública de esgotos.

De acordo com esta norma, para o possível lançamento de efluentes nos recursos

hídricos, deve-se levar em consideração as situações mais desfavoráveis para os cálculos de

diluição e de outros possíveis efeitos. Estas condições estão relacionadas àquelas de vazão

máxima e mínima dos cursos d’água, cuja última citada é adotada como a média de sete dias

consecutivos com intervalo de recorrência de dez anos. Diante da inexistência desta

informação, utiliza-se a mínima média mensal com período de recorrência de um ano, ou

ainda na inexistência desta, a vazão mínima estimada em estudos baseados nos dados

pluviométricos da região.

Page 35: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

34

No âmbito municipal, não existem instrumentos para a implantação desta política,

sendo apenas utilizada a legislação estadual para o controle do lançamento de efluentes. No

entanto, a Agenda 21 dos municípios propõem algumas ideias para serem colocadas em

prática. Itaboraí, juntamente com São Gonçalo, propõem elaborar um Programa de

Despoluição para Corpos Hídricos, visando conter o lançamento de substâncias tóxicas, bem

como a contaminação do lençol freático, enquanto que Rio Bonito, Tanguá e Itaboraí

propõem monitorar e fiscalizar a fim de se conter ações poluidoras em áreas de interesse

ambiental.

Page 36: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

35

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO EM ESTUDO

A bacia hidrográfica da Baía de Guanabara possui uma área continental de 4.066 km2

e um espelho d’água de 400 km2, sendo limitada a sudoeste pelas bacias da baixada de

Jacarepaguá e da lagoa Rodrigo de Freitas; a oeste pela bacia da baía de Sepetiba; ao norte

pela bacia do rio Paraíba do Sul (rios Piabanha e Dois Rios); a leste pela a bacia dos rios

Macaé e São João; e a sudeste pelas as bacias das lagunas de Piratininga, Itaipu e Maricá

(INEA, 2004).

A bacia engloba dezesseis municípios no total, sendo seis inseridos parcialmente na

bacia; rio de janeiro, Niterói, Nova Iguaçu, Rio Bonito, Cachoeira de Macacu e Petrópolis, e

dez totalmente inseridos; Nilópolis, São João de Meriti, Belford Roxo, Duque de Caxias,

Guapimirim, Magé, Itaboraí, Tanguá e São Gonçalo. A Figura 2 apresenta a bacia

hidrográfica da Baía de Guanabara, bem como suas sub-bacias contribuintes. Dentro de seus

domínios é possível constatar uma grande variedade topográfica nesta bacia, incluindo as

zonas montanhosas, áreas planas de baixada e restinga, mangues e praias (COELHO, 2007).

Figura 2: Bacia hidrográfica da Baía de Guanabara.

Fonte: Coelho (2007).

Page 37: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

36

Os rios que deságuam na Baía de Guanabara possuem alto curso reduzido, grande

energia e poder erosivo, tendo suas nascentes na Mata Atlântica e caminhos de descida a

escarpa frontal da serra do mar e maciços costeiros. Devido à brusca mudança de velocidade

de escoamento nas regiões de baixada, ocorre rápida perda de energia e, por conseguinte,

extravasamento de leitos em grandes alagados, formando meandros na planície sedimentar

quaternária, estreita e de drenagem inexpressiva (COELHO, 2007).

A bacia do rio Caceribu está localizada no Rio de Janeiro e possui uma área de

drenagem de 846,7 km2 e 60 km de extensão, o que corresponde a 20% do total da área

continental de contribuição à Baía de Guanabara (NEGREIROS et al., 2002). Na serra do

Sambê, assentada no município de Rio Bonito, está localizada a principal nascente do rio

Caceribu, na cota de 740 m, que segue pela direção leste-oeste percorrendo uma distância de

61 km de extensão. É importante ressaltar que todos seus afluentes estão localizados na

margem esquerda, com exceção dos rios dos Duques, Iguá e Porto das Caixas, e tem como

seus principais tributários os rios Aldeia, dos Duques, Bonito e Tanguá (INEA, 2004).

Os rios Macacu e Caceribu eram as principais vias de transporte de mercadorias e de

pessoas, tornando-se os fundamentais eixos estruturadores da região. Em virtude de obras de

engenharia realizadas para melhorar o saneamento da baixada fluminense, entre os anos 40 e

60, o rio Macacu foi desviado para o Guapimirim, fazendo com que o rio Caceribu deixasse

de ser seu afluente. Portanto, desde aquele momento até a atualidade a bacia do rio Caceribu

se encontra isolada, desaguando na foz do antigo Macacu (ITABORAÍ, 2014). O rio

Caceribu, diferentemente daqueles pertencentes à vertente norte/nordeste da bacia da Baía de

Guanabara, reflete as condições intensas de ocupação urbana e industrial. Durante seu trecho,

verifica-se um lançamento demasiado de efluentes industriais provenientes principalmente da

Companhia Brasileira de Antibióticos, empresa localizada as margens do rio (INEA, 2004).

O rio Caceribu possui dois trechos bem definidos. O alto curso, que apresenta uma

declividade acentuada, e o baixo curso, posicionado em cotas menores, sendo a parte mais

expressiva, cuja declividade é constante e bem menos reduzida com relação ao primeiro

trecho. Durante seu trajeto percorre as regiões de Rio Bonito, Tanguá Itaboraí e São Gonçalo

(ROBERTO, 2009).

Page 38: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

37

3.1.1. Município de Tanguá

O município de Tanguá, em comparação com o de Itaboraí, possui uma população

estimada para o ano de 2014, bem menor, aproximadamente de 32.140 habitantes que povoam

um território de 145,503 km2, cuja densidade demográfica gira em torno de 211,21 hab/ km

2

(IGBE, 2015).

Analisando-se o sistema de esgotamento sanitário da região, percebe-se que o mesmo

não possui infraestrutura suficiente, diante da existência de apenas o Sistema Pinhão,

inaugurado em 2012, e composto por uma rede coletora separadora com um recalque para

uma estação de tratamento com vazão nominal de 4,6 l/s. Esta ETE é responsável pelo o

tratamento dos efluentes domésticos dos bairros Pinhão e Bandeirantes, o que atende a apenas

3% da população. Os bairros que não atendidos por este sistema Centro, Posse dos Coutinhos

e parte do Minério e Bandeirantes, têm seus efluentes lançados in natura em córregos e em

canais principais através da rede coletora mista. (TANGUÁ, 2013)

Por outro lado, o município conta com sistemas coletivos de fossa-filtro,

encarregados de tratar esgotos de 1.200 habitantes dos bairros Bandeirantes e Ampliação, e

sistemas individuais, instalados nos imóveis do bairro de Duques, a partir do ano de 2012, nas

ruas de maior adensamento populacional. Desse modo, os efluentes passaram a receber

tratamento primário antes de serem encaminhados nas redes de esgoto (TANGUÁ, 2013).

O município de Tanguá lançou, em 2013, o plano municipal de saneamento básico,

que tem como principal objetivo promover a implantação de um serviço de coleta e

tratamento de esgoto eficiente, que atenda a toda a população, resultando em uma diminuição

dos custos ambientais promovendo condições para uma melhor qualidade de vida para os

residentes locais. A principal meta do plano é que em 2032, 100% da população tenha acesso

a um serviço eficiente de coleta e tratamento de esgoto, através da execução de 3.810 ligações

prediais de esgoto e implantação de rede coletora, interceptores e acessórios na área urbana.

Ademais, prevê-se o monitoramento permanente do esgoto bruto, tratado e do corpo receptor,

relativos ao sistema público de esgotamento sanitário, além do controle permanente dos

sistemas individuais, que são aqueles implementados em zonas rurais, e que, portanto, não

compõem o Sistema de Esgotamento Sanitário Central devido às longas distâncias entre as

residências.

Page 39: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

38

3.1.2. Município de Itaboraí

O município de Itaboraí engloba uma área de 430,374 km2 e densidade demográfica

de 506,55 hab/ km2, cuja população estimada para o ano de 2014 foi de 227.168 habitantes

(IBGE, 2015). No que diz respeito ao saneamento básico, apenas 42,88% da população foram

atendidos com serviços de esgotamento sanitário no ano de 2013 (SNIS, 2015).

Itaboraí possui sistemas de esgoto operados pela Companhia Estadual de Águas e

Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE) e pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE). A

primeira opera a ETE Apolo, localizada no município de São Gonçalo, que possui uma

interligação ao sistema coletor Apolo III, fixado em Itaboraí, totalizando 24 km de rede

coletora. Já o sistema operado pela SAAE compreende oito bacias de esgotamento, cada uma

atendida por uma estação de tratamento com suas respectivas estações elevatórias. Contudo,

apenas três (ETE - Grande Rio I, ETE - Grande Rio II e ETE – Novo Horizonte) se encontram

ativas em condições precárias de funcionamento, sem controle das vazões afluentes, qualidade

do efluente tratado e fases de tratamento (ITABORAÍ, 2004).

Em função da construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro

(COMPERJ), estavam previstas obras de esgotamento sanitário para atender a população atual

e futura do município, que contará com 167 km de redes coletoras, 22 estações elevatórias e

respectivas linhas de recalque, e uma estação de tratamento de esgoto com capacidade

nominal de 330 l/s. A obra tem como meta o atendimento a 90% da população até o ano de

2049, e será construída em duas etapas, sendo a verba da primeira advinda da Petrobras, já

que esta fase compõe o programa de compensação ambiental pela construção do COMPERJ,

e a segunda advinda do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) (ITABORAÍ, 2004).

3.1.3. Município de São Gonçalo

São Gonçalo é o município mais populoso dentre os listados anteriormente, com uma

população prevista para o ano de 2014 como sendo de 1.031.903 habitantes, em uma área de

247,709 km2 e densidade demográfica de 4.036 hab/ km

2 (IGBE, 2015).

Observando o ano 2010, o município de São Gonçalo apresentava 325.360

domicílios particulares permanentes, dos quais 222.320 eram atendidos por rede coletora

(esgoto ou pluvial), o que representava cerca de 68,3% dos domicílios. Com relação à fossa

séptica, 44.629 (13,7%) dos domicílios do município dispunham deste sistema

(POPULACIONAL, 2010).

Page 40: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

39

De acordo com o SNIS (2013), 400.976 habitantes foram atendidos efetivamente

pelo sistema de esgotamento sanitário, o que corresponde a aproximadamente 39 % da

população. O sistema de esgotamento sanitário do município engloba seis estações de

tratamento de esgoto (Tabela 4) e estações elevatórias, além de fossas sépticas.

É importante ressaltar que a existência de redes coletoras de esgoto não

necessariamente reflete a eficiência do sistema de esgotamento sanitário, pois ao invés de

transportarem os efluentes para uma estação a fim de receberem o devido tratamento, os

mesmos são coletados e em seguida despejados in natura nos córregos e rios. Logo, é possível

constatar que não há padrão operacional que garanta a qualidade do sistema (SÃO

GONÇALO, 2012).

Tabela 4: Estações de tratamento de esgoto de São Gonçalo

BACIA DESCRIÇÃO SITUAÇÃO PRESTADOR DE

SERVIÇO

Alcântara ETE Jardim

Catarina Em operação CEDAE

Alcântara ETE Boa Vista

do Laranjal Desativada

Prefeitura de São

Gonçalo

Alcântara ETE Tribobó

City Em obras

Prefeitura de São

Gonçalo

Guaxindiba ETE Apolo Em operação CEDAE

Guaxindiba ETE Santa Luzia Desativada Prefeitura de São

Gonçalo

Imboassú ETE São

Gonçalo Em obras CEDAE

Fonte: Transcrito de São Gonçalo (2012).

Não foi possível ter acesso aos relatórios Prognóstico e Concepção- Projetos e ações

a serem implementadas, que são integrantes do Plano Municipal de Saneamento Básico do

Município de São Gonçalo.

3.1.4. Município de Rio Bonito

Rio Bonito é o município com a segunda menor população, aproximadamente,

57.284 habitantes, prevista para o ano de 2014, e sua área é de 456,455 km2, com densidade

demográfica de 121,70 hab/ km2. (IBGE, 2015). A situação do esgotamento sanitário da

região é precária, uma vez que faltam redes coletoras de efluentes, tecnologias para seu

tratamento e a construção de ETEs, fato que pode ser constatado diante da observação do

censo do ano de 2009, que relata sobre o não atendimento da população municipal por redes

Page 41: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

40

coletoras oficiais até àquele ano. Em algumas localidades o esgoto corre a céu aberto e é

descartado in natura nos rios, gerando graves problemas ambientais (RIO BONITO, 2011).

Apesar do cenário atual, o município de Rio Bonito desenvolveu algumas propostas

com o intuito de melhorar a condição do saneamento básico da região em um futuro próximo.

Com relação ao sistema de esgotamento sanitário, são previstos principalmente a ampliação

da rede de esgotos através da cobrança do tratamento para todos os bairros, articular parcerias

com o setor público e com instituições privadas, para levar a rede às áreas não assistidas,

prover estudos técnicos sobre tipos de tratamento, criar redes separadas de água pluvial e

esgoto e construir ETEs (RIO BONITO, 2011).

Quanto ao município de Rio Bonito, não foi possível ter acesso ao plano municipal

de saneamento básico, porém o mesmo desenvolveu algumas propostas com o intuito de

melhorar a condição do saneamento básico da região em um futuro próximo, através de sua

Agenda 21. Com relação ao sistema de esgotamento sanitário, são previstos principalmente a

ampliação da rede de esgotos através da cobrança do tratamento para todos os bairros,

articular parcerias com o setor público e com instituições privadas, para levar a rede às áreas

não assistidas, prover estudos técnicos sobre tipos de tratamento, criar redes separadas de

água pluvial e esgoto e construir ETEs (RIO BONITO, 2011).

3.2. ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA DO RIO CACERIBU

3.2.1. Campanhas de Amostragem Realizadas no Projeto Macacu (UFF/FEC, 2010)

O planejamento estratégico da região hidrográfica dos rios Guapi-Macacu e

Caceribu-Macacu foi um projeto elaborado, no ano de 2010, pela Universidade Federal

Fluminense. No âmbito deste projeto, foram realizadas análises da qualidade da água do rio

Caceribu através de amostras de parâmetros coletados nos pontos Ponte de Tanguá, Reta

Nova e Ponte BR-493, em um intervalo de um ano, do mês de setembro de 2008 a agosto de

2009. Os parâmetros foram medidos apenas em um determinado dia de cada mês do período

de estudo. A demanda bioquímica de oxigênio e o oxigênio dissolvido foram analisados

segundo a metodologia APHA (1995), enquanto que o nitrito, nitrato e fósforo total seguiram

a metodologia de análise proposta por Grasshoff et al. (1983). Os parâmetros pH, turbidez e

condutividade elétrica foram determinados em campo. A Tabela 5 apresenta os pontos de

coleta e suas respectivas coordenadas, que podem ser visualizadas na Figura 3.

Page 42: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

41

Tabela 5: Localização dos pontos de coleta do Projeto Macacu.

NOME COORDENADAS PERÍODO DE OBSERVAÇÃO

LATITUDE LONGITUDE INÍCIO FIM

Ponte de Tanguá 22° 43' 37" 42° 43' 35" Set/08 Ago/09

Reta Nova 22° 42' 35" 42° 48' 29" Set/08 Ago/09

Ponte BR-493 22° 42' 46" 42° 57' 11" Set/08 Ago/09

Fonte: UFF/FEC (2010).

Figura 3: Pontos de coleta do Projeto Macacu.

Fonte: Google Maps.

O Projeto Macacu (UFF/FEC, 2010) no total realizou 12 medições de cada parâmetro

em cada ponto de monitoramento, com exceção do nitrato, que apresentou falha de

aproximadamente 8,33% no ponto Reta Nova e do parâmetro DBO, que apresentou falha de

aproximadamente 16,66% nos pontos Tanguá e Reta Nova, e 50% no ponto BR-493. O

Anexo A apresenta os valores coletados.

3.2.2. Campanhas de Amostragem Realizadas Pelo INEA

O INEA possui 4 estações de monitoramento da qualidade da água na bacia do rio

Caceribu, a saber: CC0630, CC0625, CC0620 e CC0622. A Figura 4 apresenta a localização

dos postos.

Page 43: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

42

Figura 4: Postos de monitoramento do INEA no rio Caceribu.

Fonte: Google Maps.

Foram selecionados os postos do INEA coincidentes ou próximos geograficamente

àqueles no qual foram coletadas as amostras pelo Projeto Macacu. Os postos de

monitoramento de água escolhidos foram o CC0622, com localização próxima ao ponto BR-

493, CC0620, próximo ao Reta Nova e CC0625, próximo ao ponto Ponte de Tanguá. Devido

à falta de compatibilidade o posto CC0630 foi excluído das análises. A Tabela 6 apresenta as

coordenadas dos postos selecionados.

Tabela 6: Localização dos postos de monitoramento do INEA.

NOME COORDENADAS PERÍODO DE OBSERVAÇÃO

LATITUDE LONGITUDE INÍCIO FIM

CC0625 22° 43' 38,04" 42° 43' 33,05" JAN/10 AGO/14

CC0620 22° 42' 40" 42° 48' 35" JAN/10 AGO/14

CC0622 22° 42' 47,22" 42° 57' 12,23" JAN/10 AGO/14

Fonte: INEA (2015).

Os parâmetros de qualidade da água: condutividade elétrica, DBO, oxigênio

dissolvido, ph, nitrato, nitrito, fósforo total e turbidez, foram medidos em um determinado dia

Page 44: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

43

de alguns meses de cada ano do período de 2010 a 2014 e obtidos junto ao site1 do INEA. A

metodologia de análise dos dados foi feita segundo APHA (1995). Os dados coletados pelo

INEA são apresentados no Anexo B, com inexistência de falhas.

A fim de se gerar a série histórica, os dados de qualidade da água dos pontos de

monitoramento de (UFF/FEC, 2010) e do INEA (2015) coincidentes ou próximos foram

agrupados. Portanto, ao final, foram obtidos 3 pontos, no qual o primeiro englobou os dados

dos pontos CC0625 e Ponte de Tanguá; o segundo, os dados do CC0620 e Reta Nova e o

terceiro os pontos CC0622 e BR-493. As Figuras 5, 6 e 7 mostram as posições geográficas

dos grupamentos, respectivamente. A partir das Figuras 8, 9 e 10, é possível constatar que

estes pontos se encontram próximos de centros urbanos, podendo sofrer interferências

antrópicas em suas águas.

Figura 5: Localidade dos pontos CC0625 e Ponte de Tanguá.

Fonte: ArcGIS 10.

1 http://200.20.53.7/dadosaguaweb/

Page 45: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

44

Figura 6: Localidade dos pontos CC0620 e Reta Nova.

Fonte: ArcGIS 10.

Figura 7: Localidade dos pontos CC0622 e BR-493.

Fonte: ArcGIS 10.

Page 46: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

45

Figura 8: Localização do ponto 1 em relação a centros urbanos.

Fonte: ArcGIS 10.

Figura 9: Localização do ponto 2 em relação a centros urbanos.

Fonte: ArcGIS 10.

Page 47: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

46

Figura 10: Localização do ponto 3 em relação a centros urbanos.

Fonte: ArcGIS 10.

Os parâmetros analisados foram: turbidez, condutividade, temperatura, pH, demanda

bioquímica de oxigênio, oxigênio dissolvido, fósforo total, nitrito e nitrato. Assim, o presente

estudo realizou uma análise da qualidade da água do rio Caceribu por meio de uma série

histórica de alguns parâmetros, do ano de 2008 a 2014, formada por dados obtidos por

UFF/FEC (2010) e pelo INEA (2015), em três pontos de monitoramento.

3.3. DADOS PLUVIOMÉTRICOS

A qualidade das águas pode ser fortemente influenciada pelo uso e manejo dos solos

de uma bacia hidrográfica bem como pelo regime hídrico. Segundo Cunha (2013), durante o

período chuvoso ocorre o arraste de materiais superficiais para os corpos hídricos. Desta

forma, os parâmetros de qualidade selecionados foram analisados juntamente com os dados

pluviométricos do dia de coleta e do dia anterior, adquiridos através das seguintes estações

pluviométricas: Ponte de Tanguá, BR-101, Duques e Tanguá. Estes postos foram selecionados

em função de estarem às margens do rio Caceribu e próximos aos pontos de monitoramento

escolhidos. O Anexo C apresenta os valores de intensidade pluviométrica.

Page 48: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

47

3.4. ANÁLISE ESTATÍSTICA

A estatística é de extrema importância em estudos científicos, pois permite

dimensionar a confiança que se pode ter no resultado de uma pesquisa. Desta forma, após o

estudo da evolução dos valores dos parâmetros de qualidade da água, estes foram submetidos

à um tratamento estatístico, que consistiu na análise de variância através do programa

computacional Sistema para Análise de Variância - SISVAR (FERREIRA, 2005) com as

médias submetidas ao teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Este teste tem por

objetivo identificar as diferenças significativas entre as médias do tratamento, através de uma

comparação entre elas. A fim de se analisar uma série temporal maior e obter uma análise

estatística com menos erros, esta foi realizada em cada ponto de monitoramento selecionado,

1, 2 e 3. Em função do número de falhas que alguns parâmetros apresentaram, não foi

possível realizar uma análise considerando todos os pontos ao longo do trecho do rio.

A análise foi realizada para cada posto de monitoramento, utilizando-se os valores de

cada parâmetro para todo o período de estudo. Foram considerados como tratamentos os anos

de 2008 a 2014 e como repetições, os 3 valores mais condizentes com a realidade de cada

parâmetro observados no respectivo ano. Devido à presença de falhas nas amostras de nitrito,

nitrato, turbidez e de DBO, do período de 2008 a 2009, que foram coletadas pelo Projeto

Macacu (UFF/FEC, 2010), optou-se por não realizar a análise de variância, pois a mesma

poderia estar comprometida.

Page 49: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

48

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA

4.1.1. Condutividade Elétrica

Como observa-se na Figura 11, as águas do Caceribu nos pontos de monitoramento 1

e 2 possuíram valores de condutividade abaixo de 0,5%o (aproximadamente 270 uS.cm-1

),

variando de 100 a 200 uS.cm-1

, condizentes com águas doces, segundo a Resolução

CONAMA nº 357/2005, com exceção de junho de 2010, no ponto 2, cujo valor chegou a 900

uS.cm-1

, condizente com águas salobras.

Os valores de condutividade podem ser influenciados pela presença de chuvas.

Diante da existência de dados pluviométricos, observou-se que os valores deste parâmetro

tenderam a reduzir diante da presença de chuvas devido a uma maior diluição. Este fato pôde

ser constatado no ponto 1, por exemplo, de janeiro a novembro de 2013, no qual o menor

valor do intervalo, de 138 uS.cm-1

, foi observado no mês de novembro, que apresentou o

maior índice pluviométrico, de 29,2 mm, segundo dados do Anexo C.

Segundo a análise estatística realizada (Tabela 7), os valores de média do parâmetro

apresentaram uma diferenciação entre si, tanto no ponto 1 como no ponto 2, durante o período

de estudo, uma vez que os testes de variância apresentaram efeito significativo. A

Figura 11: Dados de condutividade elétrica dos pontos de monitoramento do período de 2008 a 2014 no rio Caceribu.

Page 50: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

49

diferenciação entre as médias para condutividade elétrica está relacionada com a quantidade

de sais presentes na água, que pode estar associada com a ocorrência de precipitações, visto

que a presença de chuvas pode ocasionar a redução dos valores de condutividade. Desta

forma, as médias para o parâmetro variaram ao longo dos anos, pois houve alteração dos

valores de sais contidos na água, como confirma as análises descritas anteriormente.

Diante da observação da Figura 11, os maiores valores de condutividade foram

medidos no ponto 3, pois estão localizados próximos a Baía de Guanabara, sofrendo,

portanto, influência da água do mar e penetração da cunha salina (UFF/FEC, 2010). O ponto

em questão diferiu dos demais por apresentar um maior número de picos. Suas águas foram

classificadas como salobras na maior parte do período, porém, apresentou águas salinas em

fevereiro de 2011 e setembro de 2008, cujos valores de condutividade foram de 20.900 e

18.300 uS.cm-1

, respectivamente, e águas doces em alguns períodos, cujos valores de

condutividade se apresentaram menores que 270 uS.cm-1

.

A condutividade elétrica no ponto 3, apesar de apresentar uma grande variação ao

longo dos anos (Figura 11), estatisticamente suas médias anuais não apresentaram

diferenciação entre si, com exceção da média do ano de 2013 em relação a do ano de 2014. O

Tabela 7: Análise estatística da condutividade elétrica nos pontos 1, 2 e 3.

Page 51: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

50

efeito não significativo entre as médias do ano de 2008 a 2013 pode estar associado à

contínua penetração de cunha salina, tornando a quantidade de sais e os valores de média de

condutividade similares entre si.

4.1.2. Oxigênio Dissolvido

A Figura 12 apresenta os níveis de oxigênio dissolvido dos pontos de monitoramento

do período de 2008 a 2014 ao longo do rio Caceribu. Este é considerado como de classe 2 em

locais cujas águas são doces e de classe 1 em regiões que apresentam águas salobras.

Analisando-se a Figura 12, foi possível observar que as águas dos pontos 1 e 2

apresentaram valores de oxigênio dissolvido dentro dos limites propostos para águas doces de

classe 1, até junho de 2009, conforme a Resolução CONAMA nº 357/2005, com exceção das

medidas de outubro de 2008 e junho de 2009, no ponto 2, no qual ambos alcançaram o valor

de 5,7 mg/l, condizente com rios de água doce de classe 2. Tanto o maior valor quanto o

menor valor medido dentre os pontos 1 e 2 durante o período de estudo ocorreram no ponto 1,

em dezembro de 2008 e outubro de 2012, cujos valores foram de, respectivamente, 15,95 mg/l

e 2 mg/l.

Pôde-se constatar que as medidas deste parâmetro nos pontos 1 e 2 passaram a ter

uma maior variação a partir do ano de 2009, com tendência de decrescimento. Este fato pode

estar associado a uma maior introdução de carga orgânica no rio, levando a uma diminuição

Figura 12: Dados de oxigênio dissolvido dos pontos de monitoramento do período de 2008 a 2014

no rio Caceribu.

Page 52: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

51

deste parâmetro. Após junho de 2014, os valores obtidos no segundo ponto citado tenderam a

crescer, alcançando seu valor máximo de 9,2 mg/l em agosto do mesmo ano, se enquadrando

na classificação de águas doces de classe 1, o que se leva a crer que houve uma redução na

introdução de cargas orgânicas neste ponto.

Esta tendência de alteração dos teores de oxigênio dissolvido (Figura 12), pôde ser

confirmada pela estatística, apresentada na tebela 8, através da diferenciação entre médias dos

anos de 2008 e 2009 no ponto 1; e dos anos de 2012 e 2013 no ponto 2, evidenciando uma

perturbação no rio Caceribu. Em contrapartida, as médias calculadas para o parâmetro não

apresentaram efeito significativo no ponto 1, retirando-se a média para o ano de 2008, e no

ponto 2, dentro do intervalo de 2008 a 2012 e de 2013 a 2014. Desta forma, apesar do teor de

oxigênio dissolvido apresentar uma tendência de redução, que pode estar associada a

possíveis perturbações no meio em alguns períodos, estatisticamente, de forma geral, os

valores deste parâmetro apresentaram equivalência em praticamente todo o período de estudo,

salvo exceções, o que leva a crer que a qualidade ambiental do Caceribu visualizada, em

2008, por UFF/FEC (2010) não sofreu alteração.

As taxas de oxigênio dissolvido medidos no ponto 3, cujas águas podem ser

enquadradas como águas salobras, apenas atenderam aos limites para corpos hídricos de

classe 1 (OD ≥ 5 mg/l) durante os primeiros meses de coleta (setembro, outubro e novembro

de 2008). A partir de janeiro de 2009, as medidas foram tão reduzidas que nem chegaram a

alcançar valor igual ou maior a 4 mg/l, referente às águas salobras de classe 2, com exceção

de outubro de 2008, cujo valor foi de 4,99 mg/l. A partir de fevereiro de 2011, os teores de

oxigênio dissolvido não atenderam nem as exigências propostas para águas salobras de classe

3, com exceção de julho de 2012, setembro de 2013 e março e agosto de 2014, que

apresentaram valores iguais ou maiores que 3 mg/l. O maior valor observado neste ponto foi

de 13,50 mg/l em setembro de 2008, constatando-se que neste período a qualidade da água era

boa, em função do elevado teor de oxigênio dissolvido. O menor valor, de 0,4 mg/l, foi

visualizado em janeiro de 2013.

Baixos valores estão relacionados com a introdução de matéria orgânica no corpo

hídrico, podendo comprometer a qualidade e a vida aquática existente no meio (NETTO et al.

2011). É importante ressaltar que a precipitação gera a diluição de compostos orgânicos,

influenciando assim na medição real deste parâmetro.

Page 53: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

52

Ao se observar a análise estatística realizada no ponto 3 (tabela 8), verificou-se que

as médias para o oxigênio dissolvido só apresentaram variações de 2008 a 2010, no qual se

observou uma tendência de queda neste intervalo, levando a crer que houve uma perturbação

no ambiente aquático. A partir do ano de 2011, as médias apresentaram comportamento

equivalente, levando a crer que, estatisticamente, só houve variação do teor deste parâmetro

nos três primeiros anos de estudo, fato contrário ao observado diante da análise dos valores de

oxigênio dissolvido ao longo dos anos.

4.1.3. Demanda Bioquímica de Oxigênio

A demanda bioquímica de oxigênio para corpos hídricos de água doce e classe 2,

segundo a Resolução CONAMA nº 357/2005, deve ser menor ou igual a 5 mgl/l. Entretanto,

com relação às águas salobras, não existe nenhum limite estabelecido para este parâmetro na

referida legislação. Os dados dos pontos 1 e 2, conforme mostrado na Figura 13, apresentaram

uma grande oscilação, de 0,1 mg/l a 16 mg/l, ao longo do período de estudo, alcançando picos

maiores com o passar dos anos. Os teores de DBO nos referidos pontos se encontraram dentro

do limite permissível para rios de águas doces de classe 2, de 5 mg/l, em apenas alguns

períodos de estudo. Esta grande oscilação entre os valores de DBO pode estar associada a

introdução de cargas orgânicas no corpo hídrico, que em alguns momentos se faz presente,

Tabela 8: Análise estatística do oxigênio dissolvido nos pontos 1, 2 e 3.

Page 54: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

53

ocasionando uma perturbação no meio e em outros se apresenta de forma reduzida, levando a

diminuição deste parâmetro.

Diante da inexistência de um valor limite para a DBO em águas salobras, realizou-se

a comparação dos dados coletados no ponto 3 com os valores limites deste parâmetro

determinados na Resolução CONAMA nº 357/2005 para corpos hídricos de águas doces de

classe 2. Através da Figura 13, foi possível constatar a inexistência de muitos dados referentes

à demanda bioquímica de oxigênio no ponto 3, e analisando os existentes, verificou-se que

estes se encontram dentro do limite permissível de 5 mg/l, do período de 2008 a 2009.

A partir de 2009, foi possível realizar uma melhor caracterização em função de uma

maior quantidade de dados. Analisando todo o período de estudo, constatou-se que há uma

grande oscilação dos valores, nos pontos 1 e 2, e que em diversos meses a DBO alcançou

unidades acima de 5 mg/l. Os valores deste parâmetro no ponto 3, localizado próximo a foz,

variaram de 0 a 24 mg/l, tendo seu valor máximo ocorrido em janeiro de 2013. Este ponto

apresentou os maiores valores de DBO pois se encontra no final do trecho de estudo,

recebendo as cargas orgânicas não só da área urbana na qual está inserido, como também dos

demais pontos a montante.

Realizando uma análise de todo o período descrito, de 2008 a 2014, foi possível

verificar uma discrepância, onde grande parte dos dados de 2010 a 2014, se encontra fora dos

padrões estabelecidos. Ademais, também constatou-se que as medições do parâmetro em

questão indicaram valores cada vez maiores, com o passar dos anos, o que representou um

aumento da carga de DBO. Em contrapartida, diante da análise estatística apresentada na

Figura 13: Dados de demanda bioquímica de oxigênio dos pontos de monitoramento do período de

2008 a 2014 no rio Caceribu.

Page 55: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

54

tabela 9, percebeu-se que os valores deste parâmetro se apresentaram constantes, nos pontos

de monitoramento 1 e 2 ao longo do período de estudo, ou seja, estatisticamente não houve

alteração de DBO, diferentemente do que se concluiu diante da análise dos dados

isoladamente.

4.1.4. pH

As águas doces enquadradas como classe 2 devem possuir um valor de pH dentro do

intervalo de 6 a 9, enquanto que águas consideradas como salobras de classe 1 devem possuir

pH entre 6,5 a 8,5, segundo a Resolução CONAMA nº 357/2005.

Segundo a Figura 14, os valores de pH das amostras dos pontos 1 e 2 apresentaram

variação entre si, porém dentro do intervalo proposto pela legislação para águas doces de

classe 2. O ponto 3, cujas águas são salobras, também apresentou valores dentro da

determinação da legislação, com o maior valor, 8,4, registrado em julho de 2009. Devido à

inexistência de dados pluviométricos para o período, não foi possível identificar a relação

entre o valor observado e a ocorrência de chuvas, porém, como este valor se encontra dentro

do intervalo de neutralidade, acredita-se que a causa para esta discrepância se dá em função

de causas naturais, uma vez que o ph está relacionado com os sólidos e gases dissolvidos

Tabela 9: Análise estatística da DBO nos pontos 1, 2 e 3.

Page 56: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

55

provenientes da dissolução de rochas, absorção de gases da atmosfera, oxidação da matéria

orgânica e fotossíntese.

As análises realizadas puderam ser confirmadas pela estatística realizada,

apresentada na tabela 10. O teste de variância para o parâmetro em questão apresentou efeito

significativo, apontando para uma variação entre as médias de pH ao longo do período de

estudo, para os pontos de monitoramento 1, 2 e 3, porém, dentro do intervalo proposto pela

legislação.

Figura 14: Dados de pH dos pontos de monitoramento do período de 2008 a 2014 no rio Caceribu.

Page 57: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

56

4.1.5. Nitrito e Nitrato

O parâmetro nitrito, do período de 2008 a 2009, foi analisado segundo a metodologia

proposta por Grasshoff (1983), enquanto que os valores de 2010 a 2014 foram analisados

segundo APHA (1995). A análise da série histórica do parâmetro só foi possível, pois ambos

os métodos citados anteriormente se basearam em um mesmo princípio, na determinação do

nitrito através da espectrofotometria de um corante azo, produto da reação do nitrito com uma

amina aromática, levando à formação de um composto de diazônio que casa com uma

segunda amina também aromática.

De acordo com a Figura 15, tanto o ponto 1 como o 2, cujas águas podem ser

consideradas como doces de classe 2, possuíram valores de nitrito bastante similares entre si e

dentro do limite proposto pela CONAMA nº 357/2005, com exceção do valor de 1,47 mg/l

em novembro de 2013, no ponto 2, considerado o maior do período. De uma forma geral, os

valores elevados de nitrito podem estar associados a grande pluviosidade ou às fontes de

poluição advindas das descargas de esgoto de longa distância (NETTO et al. 2011). O valor

de 1,47 mg/l pode estar associado a grande pluviosidade que ocorreu no local, o que pode ter

ocasionado um maior transporte de compostos orgânicos para o rio e consequente acréscimo

Tabela 10: Análise estatística do ph nos pontos 1, 2 e 3.

Page 58: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

57

no valor deste parâmetro. Apenas na estação de Duques choveu no total 15 mm no dia

anterior e 29,2 mm no mesmo dia de coleta. O menor valor referente a estes pontos, por sua

vez, foi de 0,005 mg/l em maio de 2010, no ponto 1. Devido a inexistência de dados

pluviométricos para a data, não foi possível identificar as causas da ocorrência deste valor

reduzido.

O ponto 3, por apresentar águas salobras, possui um valor limite preconizado pela

legislação menor do que o citado anteriormente. De acordo com a legislação descrita, os

valores de nitrito não podem ultrapassar 0,07 mg/l, o que não foi visualizado em praticamente

todos os meses do período de estudo. O maior valor verificado, de 4,57 mg/l, ocorreu em

maio de 2014. Apesar de ter chovido 0,2 mm na respectiva data, o índice pluviométrico foi

considerado baixo para influenciar o valor em questão, e, desta forma, a ocorrência deste pode

estar associado a outros fatores.

Realizando uma análise geral, foi possível concluir que os valores de nitrito nos

pontos 1 e 2 se encontraram dentro do limite proposto para rios de águas doces de classe 2,

com exceção da coleta realizada em novembro de 2013. O ponto 3, por sua vez, apresentou a

maioria dos valores fora do limite de 0,07 mg/l, para águas salobras de classe 1. Devido à

grande presença de falhas na série história de nitrito, não foi possível realizar uma análise

estatística e, consequentemente, confirmar a tendência de evolução do parâmetro em questão.

Segundo a Resolução CONAMA nº 357/2005, para rios de águas doces de classe 2,

o valor de nitrato não pode ultrapassar 10 mg/l, enquanto que para águas salobras de classe 1,

este parâmetro deve possuir valor máximo de 0,40 mg/l. O parâmetro em questão, bem como

no caso do nitrito, foi analisado pelas metolodogias sugeridas por Grasshoff (1983) e APHA

Figura 15: Dados de nitrito dos pontos de monitoramento do período de 2008 a 2014 no rio Caceribu.

Page 59: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

58

(1995), do período de 2008 a 2009 e 2010 a 2014, respectivamente. Estas possuem o mesmo

princípio, que consiste na determinação do nitrato através de sua redução a nitrito, em um

redutor preenchido com cobre revestido com grânulos de cádmio. A similaridade entre ambos

os métodos possiblitou a análise da evolução da série histórica de nitrato.

A partir da Figura 16, foi possível observar que os valores de nitrato para os pontos 1

e 2, cujas águas são doces, se encontraram dentro do limite de 10 mg/l, variando de 0,05 mg/l

a 8,0 mg/l, no qual o valor máximo ocorreu em outubro de 2012, no ponto 1.

O ponto 3 apresentou praticamente metade dos dados dentro do limite de 0,40 mg/l

para águas salobras de classe 1. O maior valor observado foi de 2,02 mg/l, em setembro de

2013, e pode estar interligado a pluviosidade que ocorreu no local, que foi de 1,6 mm no dia

anterior e 0,2 mm no dia de coleta. Durante os períodos chuvosos, as águas pluviais

transportam inúmeras espécies químicas, entre as quais o nitrito e o nitrato, que são muito

solúveis em água, aumentando suas concentrações nos recursos hídricos (SILVA et al., 2010).

O menor valor, no entanto, de 0,01 mg/l, ocorreu em fevereiro de 2009, e devido a ausência

de dados pluviométricos para o respectivo dia, não foi possível identificar a razão para tal

ocorrência.

Realizando uma análise geral, foi possível constatar que os valores dos pontos 1 e 2

apresentaram uma tendência de crescimento com o passar dos anos, mesmo que dentro do

limite estipulado pela Resolução CONAMA nº 357/2005, enquanto que o ponto 3 apresentou

uma maior oscilação entre seus valores em comparação com os demais pontos. Em função da

presença de falhas na série história de nitrato, bem como no caso do nitrito, nos três pontos de

Figura 16: Dados de nitrato dos pontos de monitoramento do período de 2008 a 2014 no rio Caceribu.

Page 60: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

59

monitoramento, não foi possível realizar a análise estatística e determinar assim o real

comportamento do nitrato com o passar dos anos.

4.1.6. Fósforo Total

A presença do fósforo na água está associada à decomposição de matéria orgânica e

tem como origem antrópica os despejos industriais e domésticos. Segundo a Resolução

CONAMA nº 357/2005, para rios de água doce de classe 2, como é o caso das águas nos

pontos 1 e 2, sua concentração não deve ultrapassar o valor de 0,030 mg/l e para águas

salobras de classe 1, caso do ponto 3, o valor máximo é de 0,124 mg/l.

Os dados referentes ao período de 2008 a 2009 foram analisados segundo a

metodologia proposta por Grasshoff (1983), enquanto que os dados do período de 2010 a

2014 foram analisados segundo APHA (1995). A grande variação entre os valores de fósforo

total no primeiro e segundo período citado pode estar associada às diferenças presentes em

ambos os métodos de análise, tornando inviável a análise estatística do fósforo total.

Com relação à análise da série histórica, conforme visualizado na Figura 17, os

valores das amostras dos pontos 1 e 2 apresentaram pouca variação entre si e completamente

fora dos estipulados na legislação citada anteriormente para rios de classe 2 de águas doces. O

maior valor observado, de 21,99 mg/l ocorreu em fevereiro de 2009 no ponto 2, e o menor

valor, de 0,08 mg/l em março de 2012, no ponto 1. O ponto 3 também apresentou todos os

valores fora do limite de 0,124 mg/l, para águas salobras de classe 1, com exceção de julho de

2010, cujo valor de fósforo chegou a 0,1 mg/l. Por sua vez, o maior valor 15,99 mg/l, foi

constatado em novembro de 2008. Devido a inexistência de dados pluviométricos do período

de 2008 a 2012, não foi possível identificar as causas reais para os maiores valores

observados, de 21,99 mg/l e 15,99 mg/l, e o menor valor apresentado, de 0,08 mg/l. Valores

elevados podem estar associados à elevados índices pluviométricos ou à grande introdução de

carga orgânica nos rios.

Page 61: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

60

4.1.7. Turbidez

A Figura 18 apresentou os valores de turbidez dos pontos de monitoramento 1, 2 e 3

do período de 2008 a 2014 no rio Caceribu. Foi possível observar que os primeiros pontos

citados, que apresentam águas doces de classe 2, possuíram valores similares entre si, com

exceção do valor discrepante de 842 uT, que ocorreu em fevereiro de 2009 no ponto 2, e dos

valores de 275 uT e 284 uT, que ocorreram nos pontos 1 e 2, respectivamente, em novembro

de 2013 . Estes valores se encontraram fora do limite estipulado pela Resolução CONAMA nº

357/2005 para este tipo de água de classe 2, cuja turbidez deve apresentar valor máximo de

100 UNT ou uT.

Figura 17: Dados de fósforo dos pontos de monitoramento do período de 2008 a 2014 no rio

Caceribu.

Page 62: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

61

Os valores de pico de turbidez apresentados podem estar interligados à ocorrência de

precipitação no mesmo dia ou dia anterior a coleta. A ocorrência de chuvas gera o aumento

dos valores de turbidez registrados, já que estas são responsáveis por transportar sedimentos,

detritos orgânicos, dentre outros, para o leito dos rios (NETTO et al. 2011). Devido a

inexistência de dados pluviométricos para a data de fevereiro de 2009, não foi possível

verificar a causa para o valor discrepante de 842 uT, porém, em contrapartida, os elevados

valores visualizados no período de novembro de 2013 podem ser explicados pelo elevado

índice pluviométrico apresentado para a data, de 29,2 mm no dia de coleta e 15 mm no dia

anterior ao da coleta.

O ponto 3 apresentou valores menores de turbidez em comparação com os demais,

variando de 5,7 a 85 uT. A Resolução CONAMA n° 357/05 não apresenta um valor limite de

turbidez para águas salobras de classe 1, desta forma, comparou-se os valores medidos no

ponto em questão com o limite proposto para águas doces de classe 2. Assim, conclui-se que a

turbidez medida no ponto 3 se apresentou dentro do limite aceitável utilizado para

comparação.

Analisando a Figura 18, foi possível constatar que os valores de turbidez dos pontos

de monitoramento, apesar de sofrerem variações com o passar dos anos, não ultrapassaram o

valor limite para águas de classe 2 de acordo com a Resolução CONAMA nº 357/2005, salvo

poucas exceções. Devido a presença de falhas apresentadas pelo parâmetro, não foi possível

realizar a análise estatística.

Figura 18 - Dados de nitrato dos pontos de monitoramento do período de 2008 a 2014 no rio

Caceribu

Page 63: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

62

5. CONCLUSÕES

De posse de todos os dados coletados durante o Projeto Macacu, de 2008 a 2009, e

os coletados pelo INEA, de 2010 a 2014, foi possível constatar, diante das séries históricas

dos parâmetros de análise que, apesar dos valores de oxigênio dissolvido e DBO possuírem

uma tendência de decrescimento e aumento com o passar dos anos, respectivamente, nos três

pontos de monitoramento, a análise estatística apontou para uma constância de valores do

período de 2008 a 2014, salvo algumas exceções para o caso do primeiro parâmetro citado. A

equivalência de médias dos parâmetros oxigênio dissolvido e DBO durante o intervalo de

estudo leva a crer que o estado de degradação do rio Caceribu, já visualizado em trabalhos

anteriores, no período de 2008 a 2009, permanece.

A situação na qual o Caceribu se encontra está ligeiramente associada à falta de

instrumentos para implantação das políticas públicas relacionadas à qualidade das águas,

pelos municípios da baixada fluminense, que circundam o rio Caceribu. Estas são

desenvolvidas pelo INEA, de forma centralizada para a região do estado do Rio de Janeiro,

sob a forma de normas e diretrizes, uma vez que o Caceribu é um rio estadual. Apesar da

existência de instrumentos no âmbito estadual, estes não têm sido postos em prática, de forma

eficiente, nos municípios supracitados. Observa-se que a fiscalização não é eficiente para se

certificar de que os instrumentos são desenvolvidos em cada município ou responsabilização

àqueles que não cumprem as diretrizes e normas estabelecidas pelo órgão ambiental

competente.

A política de intervenção para a implantação de um sistema do saneamento básico é

a única que se faz presente tanto na esfera estadual como municipal, através do pacto do

saneamento e dos planos municipais de saneamento básico. Apesar de terem sido lançados a

pouco tempo, podem ser considerados como um avanço na melhoria da qualidade de vida

local.

O não desenvolvimento das políticas públicas pode levar ao maior lançamento de

efluentes industriais e domésticos, além do desmatamento das matas ciliares, ocasionando em

um maior aporte de nutrientes, sedimentos e contaminantes para o rio Caceribu, piorando a

qualidade de suas águas. Por se tratar de um rio que desemboca na Baía de Guanabara, e se

encontra próximo de centros urbanos com concentrações populacionais, é de suma

importância que o mesmo seja preservado, e que os municípios às margens do Caceribu,

Page 64: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

63

realizem as propostas presentes nos planos de saneamento para que não haja mais

lançamentos de efluentes no recurso hídrico e que coloquem em prática as ideias lançadas na

Agenda 21 de cada município, relacionadas a recuperação das matas ciliares e controle do

lançamento de efluentes industriais.

Em conclusão, é recomendável a realização de um projeto de despoluição para

melhorar a qualidade das águas do Caceribu, bem como o seu contínuo monitoramento, a fim

de se verificar como se desenvolve a situação ambiental do rio. É importante que hajam mais

pontos de coleta para o monitoramento dos parâmetros, e que esta seja feita diariamente, com

o intuito de se obter uma série com um maior número de dados, uma vez que uma medição

realizada em um dia de um determinado mês não é representativo da qualidade da água para

mês em questão. Apenas desta forma, a população poderá ter uma qualidade de vida melhor e

o rio poderá voltar a ter uma boa qualidade.

Page 65: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

64

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9800: Critérios

para o lançamento de efluentes líquidos industriais no sistema coletor público de esgoto

sanitário – Elaboração, Rio de Janeiro: 1987.

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9896: Poluição

das águas - Terminologia – Elaboração, Rio de Janeiro: 1993.

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Unidade 2: Qualidade da água em reservatórios.

Brasília, 2015.

AGENDA 21 COMPERJ. Plantio das matas ciliares de Tanguá. Disponível em: <

http://agenda21comperj.com.br/en/node/7868>. Acesso em: 29 set 2015.

AGUIAR, Christiane Patrícia Oliveira. et al. Nível de trofia em microbacias hidrográficas sob

diferentes usos de solo, na região amazônica. Revista Brasileira de Recursos Hídricos. v.

20, n. 4, p. 1093-1102, out/dez 2015.

APHA, Awwa. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, v. 20,

1995.

ARAUJO, Fabio Vieira de et al. Avaliação da qualidade das águas de seis rios de São

Gonçalo e do risco de contaminação à Baía de Guanabara, RJ. Revista Biociências, v. 21, n.

1, p. 1-13, 2015.

BARCELLOS, R. G. S.; FERNANDEZ, A. P.; WASSERMAN, J. Modelagem de cenário

crítico de qualidade de água utilizando QUAL-UFMG como subsídio à gestão de bacias

hidrográficas costeiras. Associação Brasileira de Oceanografia. p. 1-4, mai. 2010.

BARRETO, Luciano Vieira. et al. Relação entre vazão e qualidade da água em uma seção de

rio. Revista Ambiente & Água. v. 9, n. 1, p. 118-129, jan/mar 2014.

BOLLMANN, Harry Alberto; CARNEIRO, Charles; PERGORINI, Eduardo. Qualidade da

Água e Dinâmica de Nutrientes. In: ANDREOLI, Cleverson; CARNEIRO, Charles. Gestão

Integrada de Mananciais de Abastecimento Eutrofizados. Curitiba: Grafica Capital

LTDA, 2005. 500p. cap. 7, p. 213-270.

BRANCO, Ciro Cesar Zanini; KRUPEK, Rogério Antonio; PERES, Clérito Kaveski; PERES,

Cleto Kaveski. Diagnóstico da Qualidade da Água do Rio Cascavel, Município de

Guarapuava, Estado do Paraná. Revista Ambiência, Paraná, v.4, n.1, p.25-35, jan./abr. 2008.

BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 274, de 29 de novembro de

2000. Define os critérios de balneabilidade em águas brasileiras. Ministério do Meio

Ambiente, Brasília, p. 70-71, 2001.

BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 357, de 17 de março de 2005.

Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento. Ministério do Meio Ambiente, Brasília, p. 58-63, 2005.

Page 66: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

65

BRASIL. Constituição. Constituição da República Federativa do Brasil, ed. 19ª. Brasília:

Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 1988.

BRASIL. Lei Federal de nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007. Lei Federal do Saneamento,

Brasília, 2007.

BRASIL. Lei Federal de nº 6.938 de 31 de agosto de 1981. Política Nacional de Meio

Ambiente, Brasília, 1981.BRASIL. Lei Federal de nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997. Lei

Federal do Saneamento, Brasília, 1997.

BREGUNCE, Denise Teixeira. et al. Avaliação da qualidade da água do Ribeirão dos Muller,

Curitiba - PR. Revista Brasileira de Recursos Hídricos. v. 16, n. 3, p. 39–47, jul/set 2011.

BUENO, Cristiane Imenes de Campos; CARVALHO, Wagner Álves. Remoção de chumbo

(II) em sistemas descontínuos por carvões ativados com ácido fosfórico e com vapor.

Química Nova, Campinas, v. 30, n. 8, p. 1911-1918, mai./out. 2007.

CARVALHO, Adriana Rosa; SCHLITTLER, Flávio Henrique Mingante; TORNISIELO,

Valdemar Luiz. Relações da atividade agropecuária com parâmetros físicos químicos da

água. Química Nova, v. 23, n. 5, p. 618-622, jan. 2000.

CUNHA, Raquel W. et al. Qualidade de água de uma lagoa rasa em meio rural no sul do

Brasil. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental. Campina Grande, v.17,

n.7, p.770–779, jul 2013.

ENGEL, Stefanie; SCHAEFER, Marleen. Ecosystem services: a useful concept for

addressing water challenges? Current Opinion in Environmental Sustainability. Elsevier. v. 5,

n. 6, p. 696 707, dez 2013.

ESTEVES, Francisco de Assis. Fundamentos de limnologia. 2. ed. Rio de Janeiro:

Interciência, 2011.

FAUSTINO, Cristiane; FURTADO, Fabriana. Indústria do petróleo e conflitos ambientais

na baía de Guanabara: O caso do COMPERJ. Rio de Janeiro: Relatoria do direito humano

ao meio ambiente, 2013.

FERREIRA, Daniel Furtado. Análises estatísticas por meio do SISVAR para

Windows. Universidade Federal de Lavras, Minas Gerais, 2005.

FIA, Ronaldo. et al. Qualidade da água de um ecossistema lótico urbano. Revista Brasileira

de Recursos Hídricos. v. 20, n. 1, p. 267-275, jan/mar 2015.

FILHO, Edemar Benedetti; FIORUCCI, Antonio Rogério. A importância do oxigênio

dissolvido em ecossistemas aquáticos. Química Nova na Escola, n. 22, p. 10-14, nov. 2005.

GRASSHOFF, Klaus et al. Methods of seawater analysis. v. 2, 1983.

HALLIDAY, David; RESNICK, Robert. Fundamentos de física II. Compania Editorial

Continental, 1997.

Page 67: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

66

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Disponível

em:<http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.pHp?lang=&codmun=330190&search=rio-de-

janeiro>. Acesso em: 3 abr 2015.

INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE. Diretriz DZ-106.R-0, de 27 de outubro de 1977.

Diretriz de classificação dos corpos receptores da bacia da Baía de Guanabara. Rio de Janeiro,

p. 1-9, 1977.

INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE. Diretriz nº 215. Diretriz de controle de carga

orgânica biodegradável em efluentes líquidos de origem não industrial. Rio de Janeiro, 2002.

INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE. Disponível em:

<http://www.inea.rj.gov.br/Portal/MegaDropDown/Monitoramento/Qualidadedaagua/aguasIn

teriores/InformaesBsicasAguas/index.htm&lang=> . Acesso em: 10 ago 2015.

INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE. Elaboração do Plano Estadual de Recursos

Hídricos do estado do Rio de Janeiro. Relatório Gestão de Recursos Hídricos, Instituto

Estadual do Ambiente, Rio de Janeiro, 2013.

INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE. Faixa Marginal de Proteção (FMP).

Disponível em:<

http://www.inea.rj.gov.br/Portal/MegaDropDown/Licenciamento/RecursosHidricos/FaixaMar

ginaldeProtecaoFMP/index.htm&lang=>. Acesso em: 10 set 2015.

INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE. Nota técnica NT-202. R-10. Critérios e padrões

para lançamento de efluentes líquidos. Rio de Janeiro, 1986.

INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE. Plano Diretor de Recursos Hídricos da Baía

de Guanabara- PDRH-BG. Rio de Janeiro, 2004.

ITABORAÍ. Agenda 21. Disponível em: < http://agenda21riobonito.com.br/agenda-21-

local/recursos-hidricos/>. Acesso em: 29 set 2015.

ITABORAÍ. Prefeitura Municipal. Relatório do Plano Municipal de Água e Esgoto do

Município de Itaboraí. Rio de Janeiro, 2004.

LIBÂNIO, Marcelo. Fundamentos de qualidade e tratamento de água. Átomo, 2008.

LOPES, Frederico Wagner de Azevedo; MAGALHÃES JR, Antônio Pereira; PEREIRA, José

Aldo Alves. Avaliação da qualidade das águas e condições de balneabilidade na bacia do

Ribeirão de Carrancas-MG. Revista Brasileira de Recursos Hídricos. v. 13, n. 4, p. 111–

120, out/dez 2008.

MARQUES, Maria Nogueira; COTRIM, Marycel Barbosa; PIRES, Maria Aparecida

Faustino. Avaliação do impacto da agricultura em áreas de proteção ambiental, pertencentes à

bacia hidrográfica do Rio Ribeira de Iguape, Sao Paulo. Química Nova, v. 30, n. 5, p. 1171-

1178, jan./jul. 2007.

Page 68: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

67

MARTINS, Claudia Rocha. et al. Ciclos globais de carbono, nitrogênio e enxofre: a

importância na química da atmosfera. Química Nova na Escola, n. 5, out. 2013.

MATOS, Adriana Sant’Ana Tenório. et al. Monitoramento ambiental da qualidade da água no

Rio Macaé associado ao lançamento de efluentes de termelétrica: um estudo de caso do

lançamento de efluentes da UTE Mário Lago no rio Macaé, RJ. Boletim do Observatório

Ambiental Alberto Ribeiro Lamego, v. 4, n. 1, p. 127-140, 2010.

NAVARRO, André Luiz Sanchez; PIRANHA, Joseli Maria; PACHECO, Alberto. Estudo de

indicadores da qualidade da água em manancial superficial de abastecimento público. Revista

Ciência em Extensão, São José do Rio Preto, v. 3, n. 1, p. 81-97, set./dez. 2006.

Negreiros, Dora. et al. Nossos Rios. Niterói: Instituto Baía de Guanabara, 2002.

NETTO, Fausto Miguel da Luz; DANELON, Jean Roger Bombonatto; RODRIGUES, Silvio

Carlos. Avaliação da qualidade da água e do uso da terra da bacia hidrográfica do córrego

terra branca – Uberlândia – MG. Revista Geográfica Acadêmica, Uberlândia, v. 5, n. 2, p.

66-75, 2011.

PESSOA, Marco Antonio Ribeiro; AZEVEDO, José Paulo Soares de; DOMINGOS, Patrícia.

Comparing the responses of two water quality índices using simulated and real data. Revista

Brasileira de Recursos Hídricos. v. 20, n. 4, p. 905-913, out/dez 2015.

POPULACIONAL, Censo. Censo Populacional 2010. 2010.

PORTO, M. F. A.; BRANCO, S. M.; LUCA, S. J. Caracterização da Qualidade da Água.

In: PORTO, R. L. L.; BRANCO, S. M.; CLEARY, R. W. et al. Hidrologia ambiental. São

Paulo: Edusp: Associacao Brasileira de Recursos Hidricos, v. 3, 1991.

RIO BONITO. Agenda 21. Disponível em: < http://agenda21riobonito.com.br/agenda-21-

local/recursos-hidricos/>. Acesso em: 3 out 2015.

RIO DE JANEIRO. Decreto Lei nº 42.930, de 18 de abril de 2011. Cria o programa estadual

Pacto Pelo Saneamento. Governo do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, p. 1-5, 2011.

RIO DE JANEIRO. Governo do estado. Pacto Pelo Saneamento. Disponível em:<

http://www.rj.gov.br/web/sea/exibeconteudo?article-id=330838>. Acesso em 06 out 2015.

RIO DE JANEIRO. Governo do estado. Secretaria de Estado do Meio Ambiente e

Desenvolvimento Urbano. Plano Diretor de Recursos Hídricos da Região Hidrográfica da

Baía de Guanabara – Síntese. Programa de Despoluição da Baía de Guanabara – Projetos

Ambientais Complementares, 2005.

RIO DE JANEIRO. Lei Estadual de nº 1.130 de 12 de fevereiro de 1987. Define as áreas de

interesse especial do estado. Governo do estado do Rio de Janeiro, 1987.

RIO DE JANEIRO. Portaria SERLA de nº 324 de 28 de agosto de 2003. Define a base legal

para estabelecimento da largura mínima da FMP e dá outras providências. Secretaria do

Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, p. 1-2, 2003.

Page 69: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

68

ROBERTO, Douglas Mendes. Diagnóstico da Hidrografia Estação Ecológica da

Guanabara e Região. Plano de manejo da estação ecológica da Guanabara. Rio de Janeiro:

Ecomek, 2009.

ROSA, Claudinor Alves da Santa; OLIVEIRA, Antonio Manoel dos Santos; SAAD, Antonio

Roberto. A expansão urbana e o IQA como ferramentas de avaliações e análises da evolução

da qualidade das águas do rio Cotia, região metropolitana de São Paulo, Brasil. Revista

Brasileira de Recursos Hídricos. v. 19, n. 4, p. 114–123, out/dez 2014.

SANTI, Giuliana. et al. Variabilidade espacial de parâmetros e indicadores de qualidade da

água na sub-bacia hidrográfica do igarapé São Francisco. Ecologia Aplicada, Rio Branco, v.

11, n. 1, p. 23-31, jan./ago. 2012.

SÃO GONÇALO. Agenda 21. Disponível em: <

http://agenda21saogoncalo.com.br/agenda21local/recursoshidricos/#sthash.KAHLIauw.dpuf>

. Acesso em: 3 out 2015.

SÃO GONÇALO. Prefeitura Municipal. Relatório do Plano Municipal de Saneamento

Básico do Município de São Gonçalo. Rio de Janeiro, 2012.

SARDINHA, Diego de Souza. et al. Avaliação da qualidade da água e autodepuração do

ribeirão do meio, Leme (SP). Engenharia Sanitária e Ambiental, Rio de Janeiro, v. 13, n. 3,

p. 329-338, jan./ago. 2008.

SILVA, Ana Elisa Pereira. et al. Influência da precipitação na qualidade da água do Rio

Purus. Acta Amazonica, Amazonas, v. 38, n. 4, p. 733-742, 2008.

SILVA, Gilmar Silvério. et al. Avaliação da qualidade das águas do Rio São Francisco Falso,

tributário do reservatório de Itaipu, Paraná. Eclética Química, v.35, n.3, p.117−122, set 2010.

SILVA, Juliana Caroline de Alencar. et al. Utilização de índices físicos, químicos e biológicos

para avaliação da qualidade de corpos d’água em processo de recuperação – Córrego

Ibiraporã, SP. Revista Brasileira de Recursos Hídricos. v. 20, n. 4, p. 959-969, out/dez

2015.

SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE SANEAMENTO. Disponível

em:< http://app.cidades.gov.br/serieHistorica/>. Acesso em: 21 de jul 2015.

SOUSA, Rodrigo Santos; SEMENSATTO, Décio. Qualidade da água do rio Piracicaba:

estudo de caso do efeito da Estação de Tratamento de Esgoto Piracicamirim, município de

Piracicaba (SP). Revista Brasileira de Recursos Hídricos. v. 20, n. 3, p. 629-638, jul/set

2015.

SOUZA, Marielle Medeiros de; GASTALDINI, Maria do Carmo Cauduro; ARAÚJO,

Ronaldo Kanopf. Probabilidade de atendimento aos padrões de qualidade da água no rio

Vacacaí-Mirim, Santa Maria - RS. Revista Brasileira de Recursos Hídricos. v. 20, n. 4, p.

1076-1083, out/dez 2015.

SPERLING, Marcos. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. 3ª. ed.

Belo Horizonte: SEGRAC, 2005.

Page 70: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

69

TANGUÁ. Prefeitura Municipal. Plano Municipal de Saneamento Básico - Água e Esgoto

de Tanguá. Rio de Janeiro,2013.

TUNDISI, Jose Galizia; TUNDISI-MATSUMURA, Takako. Limnologia. São Paulo: Oficina

de Textos, 2008.

UFF/FEC (2010). Planejamento Estratégico da Região Hidrográfica dos Rios Guapi-

Macacu e Caceribu-Macacu. 544p. Niterói - RJ. Disponível em:

<http://www.uff.br/projetomacacu/>. Acesso em 5 de maio de 2015.

VON-AHN, Cátia Milene Ehlert; FILHO, Jurandir Pereira. Diagnóstico da qualidade de água

ao longo do estuário do rio Itajaí-Açu SC. Revista Brasileira de Recursos Hídricos. v. 20, n.

2, p. 331-342, abr/jun 2015.

Page 71: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

70

ANEXOS

Parâmetros Coletados pelo Projeto Macacu (UFF/FEC, 2010)

CONDUTIVIDADE (us.cm-1

)

Posto Tanguá Reta Nova Ponte BR-493

Amostra Data Hora Valor Amostra Data Hora Valor Amostra Data Hora Valor

AGUA 01/09/2008 10:50 142,50 AGUA 01/09/2008 12:00 164,50 AGUA 01/09/2008 09:10 18300,00

AGUA 01/10/2008 13:40 162,00 AGUA 01/10/2008 12:20 162,00 AGUA 01/10/2008 09:37 280,00

AGUA 01/11/2008 13:21 61,50 AGUA 01/11/2008 13:40 176,60 AGUA 01/11/2008 08:40 437,00

AGUA 01/12/2008 12:50 121,40 AGUA 01/12/2008 14:00 147,90 AGUA 01/12/2008 08:15 216,60

AGUA 01/01/2009 13:30 110,80 AGUA 01/01/2009 13:00 37,00 AGUA 01/01/2009 10:45 208,60

AGUA 01/02/2009 12:35 94,10 AGUA 01/02/2009 8:25 69,20 AGUA 01/02/2009 08:20 179,80

AGUA 01/03/2009 12:10 108,70 AGUA 01/03/2009 8:15 121,00 AGUA 01/03/2009 08:40 290,70

AGUA 01/04/2009 11:40 111,80 AGUA 01/04/2009 124,10 AGUA 01/04/2009 08:20 203,90

AGUA 01/05/2009 8:40 115,20 AGUA 01/05/2009 126,10 AGUA 01/05/2009 08:15 1577,00

AGUA 01/06/2009 9:05 109,00 AGUA 01/06/2009 9:50 132,00 AGUA 01/06/2009 08:40 1729,00

AGUA 01/07/2009 17:06 92,00 AGUA 01/07/2009 11:55 202,10 AGUA 01/07/2009 10:40 450,70

AGUA 01/08/2009 11:00 168,10 AGUA 01/08/2009 11:55 194,50 AGUA 01/08/2009 09:50 2276,00

OXIGÊNIO DISSOLVIDO (mg.l-1

)

AGUA 01/09/2008 10:50 14,40 AGUA 01/09/2008 12:00 7,00 AGUA 01/09/2008 09:10 13,50

AGUA 01/10/2008 13:40 6,60 AGUA 01/10/2008 12:20 5,70 AGUA 01/10/2008 09:37 6,70

AGUA 01/11/2008 13:21 8,80 AGUA 01/11/2008 13:40 8,80 AGUA 01/11/2008 08:40 7,50

AGUA 01/12/2008 12:50 15,95 AGUA 01/12/2008 14:00 13,30 AGUA 01/12/2008 08:15 4,99

AGUA 01/01/2009 13:30 7,64 AGUA 01/01/2009 13:00 7,15 AGUA 01/01/2009 10:45 1,33

AGUA 01/02/2009 12:35 8,30 AGUA 01/02/2009 8:25 9,97 AGUA 01/02/2009 08:20 3,99

AGUA 01/03/2009 12:10 7,98 AGUA 01/03/2009 8:15 7,98 AGUA 01/03/2009 08:40 3,66

AGUA 01/04/2009 11:40 7,39 AGUA 01/04/2009 8,73 AGUA 01/04/2009 08:20 3,02

AGUA 01/05/2009 8:40 7,39 AGUA 01/05/2009 8,40 AGUA 01/05/2009 08:15 3,69

AGUA 01/06/2009 9:05 6,38 AGUA 01/06/2009 9:50 5,71 AGUA 01/06/2009 08:40 3,02

AGUA 01/07/2009 17:06 8,00 AGUA 01/07/2009 11:55 7,60 AGUA 01/07/2009 10:40 3,70

AGUA 01/08/2009 11:00 6,69 AGUA 01/08/2009 11:55 8,02 AGUA 01/08/2009 09:50 1,67

DBO (mg.l-1

)

AGUA 01/09/2008 10:50 6,10 AGUA 01/09/2008 12:00 AGUA 01/09/2008 09:10 5,00

AGUA 01/10/2008 13:40 AGUA 01/10/2008 12:20 AGUA 01/10/2008 09:37

AGUA 01/11/2008 13:21 0,10 AGUA 01/11/2008 13:40 0,40 AGUA 01/11/2008 08:40

AGUA 01/12/2008 12:50 10,97 AGUA 01/12/2008 14:00 7,64 AGUA 01/12/2008 08:15

AGUA 01/01/2009 13:30 4,32 AGUA 01/01/2009 13:00 0,17 AGUA 01/01/2009 10:45 0,33

AGUA 01/02/2009 12:35 3,32 AGUA 01/02/2009 8:25 3,66 AGUA 01/02/2009 08:20 1,00

AGUA 01/03/2009 12:10 2,33 AGUA 01/03/2009 8:15 1,99 AGUA 01/03/2009 08:40 0,00

AGUA 01/04/2009 11:40 AGUA 01/04/2009 2,01 AGUA 01/04/2009 08:20

AGUA 01/05/2009 8:40 3,86 AGUA 01/05/2009 2,01 AGUA 01/05/2009 08:15

Page 72: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

71

AGUA 01/06/2009 9:05 5,71 AGUA 01/06/2009 9:50 3,69 AGUA 01/06/2009 08:40 2,35

AGUA 01/07/2009 17:06 7,70 AGUA 01/07/2009 11:55 7,00 AGUA 01/07/2009 10:40 3,30

AGUA 01/08/2009 11:00 6,36 AGUA 01/08/2009 11:55 7,35 AGUA 01/08/2009 09:50

pH

AGUA 01/09/2008 10:50 6,87 AGUA 01/09/2008 12:00 6,75 AGUA 01/09/2008 09:10 6,74

AGUA 01/10/2008 13:40 7,07 AGUA 01/10/2008 12:20 6,40 AGUA 01/10/2008 09:37 6,60

AGUA 01/11/2008 13:21 6,75 AGUA 01/11/2008 13:40 6,48 AGUA 01/11/2008 08:40 6,41

AGUA 01/12/2008 12:50 6,72 AGUA 01/12/2008 14:00 6,56 AGUA 01/12/2008 08:15 6,25

AGUA 01/01/2009 13:30 6,72 AGUA 01/01/2009 13:00 6,51 AGUA 01/01/2009 10:45 6,12

AGUA 01/02/2009 12:35 6,45 AGUA 01/02/2009 8:25 6,22 AGUA 01/02/2009 08:20 5,92

AGUA 01/03/2009 12:10 7,11 AGUA 01/03/2009 8:15 6,89 AGUA 01/03/2009 08:40 6,61

AGUA 01/04/2009 11:40 6,60 AGUA 01/04/2009 7,10 AGUA 01/04/2009 08:20 6,37

AGUA 01/05/2009 8:40 6,81 AGUA 01/05/2009 6,92 AGUA 01/05/2009 08:15 6,44

AGUA 01/06/2009 9:05 6,96 AGUA 01/06/2009 9:50 7,00 AGUA 01/06/2009 08:40 6,89

AGUA 01/07/2009 17:06 6,30 AGUA 01/07/2009 11:55 6,79 AGUA 01/07/2009 10:40 8,54

AGUA 01/08/2009 11:00 6,93 AGUA 01/08/2009 11:55 7,00 AGUA 01/08/2009 09:50 6,82

NITRITO (mg.l-1

)

AGUA 01/09/2008 10:50 0,34 AGUA 01/09/2008 12:00 0,50 AGUA 01/09/2008 09:10 0,14

AGUA 01/10/2008 13:40 0,30 AGUA 01/10/2008 12:20 0,54 AGUA 01/10/2008 09:37 0,04

AGUA 01/11/2008 13:21 0,08 AGUA 01/11/2008 13:40 0,18 AGUA 01/11/2008 08:40 0,02

AGUA 01/12/2008 12:50 0,34 AGUA 01/12/2008 14:00 0,54 AGUA 01/12/2008 08:15 0,12

AGUA 01/01/2009 13:30 0,42 AGUA 01/01/2009 13:00 0,28 AGUA 01/01/2009 10:45 0,08

AGUA 01/02/2009 12:35 0,17 AGUA 01/02/2009 8:25 0,13 AGUA 01/02/2009 08:20 0,02

AGUA 01/03/2009 12:10 0,24 AGUA 01/03/2009 8:15 0,35 AGUA 01/03/2009 08:40 0,08

AGUA 01/04/2009 11:40 0,42 AGUA 01/04/2009 0,27 AGUA 01/04/2009 08:20 0,14

AGUA 01/05/2009 8:40 0,34 AGUA 01/05/2009 0,37 AGUA 01/05/2009 08:15 0,15

AGUA 01/06/2009 9:05 0,33 AGUA 01/06/2009 9:50 0,42 AGUA 01/06/2009 08:40 0,21

AGUA 01/07/2009 17:06 0,29 AGUA 01/07/2009 11:55 0,18 AGUA 01/07/2009 10:40 0,15

AGUA 01/08/2009 11:00 0,22 AGUA 01/08/2009 11:55 0,31 AGUA 01/08/2009 09:50 0,11

NITRATO (mg.l-1

)

AGUA 01/09/2008 10:50 0,62 AGUA 01/09/2008 12:00 AGUA 01/09/2008 09:10 0,29

AGUA 01/10/2008 13:40 0,70 AGUA 01/10/2008 12:20 1,16 AGUA 01/10/2008 09:37 0,62

AGUA 01/11/2008 13:21 0,34 AGUA 01/11/2008 13:40 0,80 AGUA 01/11/2008 08:40 0,14

AGUA 01/12/2008 12:50 0,68 AGUA 01/12/2008 14:00 1,17 AGUA 01/12/2008 08:15 0,34

AGUA 01/01/2009 13:30 2,29 AGUA 01/01/2009 13:00 3,61 AGUA 01/01/2009 10:45 0,38

AGUA 01/02/2009 12:35 1,05 AGUA 01/02/2009 8:25 1,25 AGUA 01/02/2009 08:20 0,01

AGUA 01/03/2009 12:10 1,21 AGUA 01/03/2009 8:15 1,79 AGUA 01/03/2009 08:40 0,46

AGUA 01/04/2009 11:40 2,01 AGUA 01/04/2009 2,50 AGUA 01/04/2009 08:20 2,01

AGUA 01/05/2009 8:40 1,36 AGUA 01/05/2009 2,78 AGUA 01/05/2009 08:15 1,36

AGUA 01/06/2009 9:05 1,09 AGUA 01/06/2009 9:50 2,77 AGUA 01/06/2009 08:40 1,31

AGUA 01/07/2009 17:06 1,51 AGUA 01/07/2009 11:55 1,10 AGUA 01/07/2009 10:40 0,52

AGUA 01/08/2009 11:00 0,90 AGUA 01/08/2009 11:55 2,61 AGUA 01/08/2009 09:50 0,65

FÓSFORO TOTAL (mg.l-1

)

AGUA 01/09/2008 10:50 5,72 AGUA 01/09/2008 12:00 6,76 AGUA 01/09/2008 09:10 5,08

AGUA 01/10/2008 13:40 8,52 AGUA 01/10/2008 12:20 6,58 AGUA 01/10/2008 09:37 10,75

Page 73: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

72

AGUA 01/11/2008 13:21 5,25 AGUA 01/11/2008 13:40 4,21 AGUA 01/11/2008 08:40 15,99

AGUA 01/12/2008 12:50 4,67 AGUA 01/12/2008 14:00 3,78 AGUA 01/12/2008 08:15 4,93

AGUA 01/01/2009 13:30 4,13 AGUA 01/01/2009 13:00 5,65 AGUA 01/01/2009 10:45 8,06

FÓSFORO TOTAL (mg.l-1

)

AGUA 01/02/2009 12:35 4,88 AGUA 01/02/2009 8:25 21,99 AGUA 01/02/2009 08:20 10,42

AGUA 01/03/2009 12:10 5,75 AGUA 01/03/2009 8:15 4,69 AGUA 01/03/2009 08:40 5,75

AGUA 01/04/2009 11:40 5,26 AGUA 01/04/2009 4,05 AGUA 01/04/2009 08:20 7,42

AGUA 01/05/2009 8:40 7,54 AGUA 01/05/2009 6,21 AGUA 01/05/2009 08:15 6,46

AGUA 01/06/2009 9:05 4,20 AGUA 01/06/2009 9:50 1,67 AGUA 01/06/2009 08:40 4,17

AGUA 01/07/2009 17:06 3,91 AGUA 01/07/2009 11:55 8,09 AGUA 01/07/2009 10:40 4,54

AGUA 01/08/2009 11:00 7,76 AGUA 01/08/2009 11:55 6,62 AGUA 01/08/2009 09:50 4,19

TURBIDEZ (NTU)

AGUA 01/09/2008 10:50 65,14 AGUA 01/09/2008 12:00 55,35 AGUA 01/09/2008 09:10 43,87

AGUA 01/10/2008 13:40 44,00 AGUA 01/10/2008 12:20 33,70 AGUA 01/10/2008 09:37 52,50

AGUA 01/11/2008 13:21 91,50 AGUA 01/11/2008 13:40 24,80 AGUA 01/11/2008 08:40 50,10

AGUA 01/12/2008 12:50 39,60 AGUA 01/12/2008 14:00 34,60 AGUA 01/12/2008 08:15 84,80

AGUA 01/01/2009 13:30 39,20 AGUA 01/01/2009 13:00 38,20 AGUA 01/01/2009 10:45 39,50

AGUA 01/02/2009 12:35 52,70 AGUA 01/02/2009 8:25 842,00 AGUA 01/02/2009 08:20 51,70

AGUA 01/03/2009 12:10 33,90 AGUA 01/03/2009 8:15 26,00 AGUA 01/03/2009 08:40 30,80

AGUA 01/04/2009 11:40 62,90 AGUA 01/04/2009 65,20 AGUA 01/04/2009 08:20 85,00

AGUA 01/05/2009 8:40 28,70 AGUA 01/05/2009 38,00 AGUA 01/05/2009 08:15 30,90

AGUA 01/06/2009 9:05 16,50 AGUA 01/06/2009 9:50 15,50 AGUA 01/06/2009 08:40 31,20

AGUA 01/07/2009 17:06 56,70 AGUA 01/07/2009 11:55 21,60 AGUA 01/07/2009 10:40 14,20

AGUA 01/08/2009 11:00 24,40 AGUA 01/08/2009 11:55 24,70 AGUA 01/08/2009 09:50 9,76

TEMPERATURA (°C)

AGUA 01/09/2008 10:50 3810 AGUA 01/09/2008 12:00 1395 AGUA 01/09/2008 09:10 2190

AGUA 01/10/2008 13:40 Xxx AGUA 01/10/2008 12:20 360 AGUA 01/10/2008 09:37 420

AGUA 01/11/2008 13:21 1020 AGUA 01/11/2008 13:40 420 AGUA 01/11/2008 08:40 1920

AGUA 01/12/2008 12:50 1320 AGUA 01/12/2008 14:00 1440 AGUA 01/12/2008 08:15 300

AGUA 01/01/2009 13:30 Xxx AGUA 01/01/2009 13:00 xxx AGUA 01/01/2009 10:45 xxx

AGUA 01/02/2009 12:35 Xxx AGUA 01/02/2009 8:25 14400 AGUA 01/02/2009 08:20 xxx

AGUA 01/03/2009 12:10 2700 AGUA 01/03/2009 8:15 1800 AGUA 01/03/2009 08:40 600

AGUA 01/04/2009 11:40 13440 AGUA 01/04/2009 10200 AGUA 01/04/2009 08:20 2040

AGUA 01/05/2009 8:40 6240 AGUA 01/05/2009 1020 AGUA 01/05/2009 08:15 xxx

AGUA 01/06/2009 9:05 2880 AGUA 01/06/2009 9:50 1980 AGUA 01/06/2009 08:40 600

AGUA 01/07/2009 17:06 Xxx AGUA 01/07/2009 11:55 xxx AGUA 01/07/2009 10:40 xxx

AGUA 01/08/2009 11:00 Xxx AGUA 01/08/2009 11:55 xxx AGUA 01/08/2009 09:50 xxx

Page 74: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

73

Parâmetros de qualidade da água obtidos pelo INEA (2015).

CONDUTIVIDADE (umho.cm-1

)

CC0622 CC0625 CC0620

DATA HORA VALOR DATA HORA VALOR DATA HORA VALOR

14/01/2010 7.00 140 14/01/2010 9.10 120 14/01/2010 6.20 140

12/05/2010 9.00 190 12/05/2010 7.40 100 12/05/2010 8.30 150

17/06/2010 7.10 140 17/06/2010 6.10 120 17/06/2010 6.40 900

14/07/2010 8.00 10400 14/07/2010 6.30 140 14/07/2010 7.10 150

22/09/2010 8.20 624 22/09/2010 7.00 153 22/09/2010 7.40 145

09/12/2010 7.30 314 09/12/2010 05.55 145 09/12/2010 6.40 157

17/02/2011 8.50 20900 17/02/2011 6.25 174 17/02/2011 8.00 180

07/04/2011 7.50 275 07/04/2011 6.40 119 07/04/2011 7.20 120

01/06/2011 7.10 258 01/06/2011 6.10 144 01/06/2011 6.30 160

12/01/2012 7.00 245 29/03/2012 06:40 44 12/01/2012 6.35 165

29/03/2012 08:00 424 23/05/2012 06:45 167 29/03/2012 07:30 182

23/05/2012 08:20 280 25/07/2012 06:30 185 23/05/2012 07:30 184

25/07/2012 07:40 1442 31/10/2012 06:10 221 25/07/2012 06:50 206

31/10/2012 07:50 14080 31/01/2013 06:25 131 31/10/2012 07:00 193

31/01/2013 08:10 212 12/06/2013 06:50 154 31/01/2013 07:40 143

12/06/2013 08:40 345 22/08/2013 07:00 175 12/06/2013 07:30 172

22/08/2013 08:40 654 18/09/2013 06:30 172 22/08/2013 07:45 183

18/09/2013 08:10 3900 06/11/2013 07:00 138 18/09/2013 07:20 207

06/11/2013 08:30 15770 15/01/2014 06:40 153 06/11/2013 07:50 180

15/01/2014 08:50 1285 18/03/2014 07:00 153 15/01/2014 07:30 165

18/03/2014 08:40 9410 14/05/2014 06:20 171 18/03/2014 08:00 215

14/05/2014 07:50 920 27/08/2014 06:30 44 14/05/2014 07:00 174

27/08/2014 07:25 11840 27/08/2014 06:30 44 27/08/2014 08:05 237

OXIGÊNIO DISSOLVIDO (mg.l-1

)

14/01/2010 7.00 2,2 14/01/2010 9.10 4,6 14/01/2010 6.20 5,4

12/05/2010 9.00 3,8 12/05/2010 7.40 7,6 12/05/2010 8.30 8,4

17/06/2010 7.10 8,4 17/06/2010 6.10 7,4 17/06/2010 6.40 3,6

14/07/2010 8.00 5,4 14/07/2010 6.30 5,6 14/07/2010 7.10 6,8

22/09/2010 8.20 3,2 22/09/2010 7.00 4 22/09/2010 7.40 5,4

09/12/2010 7.30 6,2 09/12/2010 05.55 6,8 09/12/2010 6.40 6,4

17/02/2011 8.50 2 17/02/2011 6.25 3,4 17/02/2011 8.00 6

07/04/2011 7.50 2,6 07/04/2011 6.40 6,8 07/04/2011 7.20 6,4

01/06/2011 7.10 2,4 01/06/2011 6.10 7 01/06/2011 6.30 7,8

29/03/2012 08:00 0,6 29/03/2012 06:40 8,6 12/01/2012 6.35 8

23/05/2012 08:20 2,2 23/05/2012 06:45 5,8 29/03/2012 07:30 6,6

25/07/2012 07:40 3,2 25/07/2012 06:30 4,4 23/05/2012 07:30 7,2

31/10/2012 07:50 2,4 31/10/2012 06:10 2 25/07/2012 06:50 5,8

31/01/2013 08:10 0,4 31/01/2013 06:25 6 31/10/2012 07:00 3,6

12/06/2013 08:40 1,2 12/06/2013 06:50 5,8 31/01/2013 07:40 6,2

Page 75: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

74

OXIGÊNIO DISSOLVIDO (mg.l-1

)

22/08/2013 08:40 1,8 22/08/2013 07:00 4 12/06/2013 07:30 7

18/09/2013 08:10 5,4 18/09/2013 06:30 2,6 22/08/2013 07:45 5,8

06/11/2013 08:30 2,6 06/11/2013 07:00 6,2 18/09/2013 07:20 4,6

15/01/2014 08:50 1,6 15/01/2014 06:40 3 06/11/2013 07:50 5,2

18/03/2014 08:40 3 18/03/2014 07:00 2,6 15/01/2014 07:30 5,6

14/05/2014 07:50 2,6 14/05/2014 06:20 6 18/03/2014 08:00 3,4

27/08/2014 07:25 3,6 27/08/2014 06:30 9,2 14/05/2014 07:00 4,4

27/08/2014 08:05 2,2

DBO (mg.l-1

)

14/01/2010 7.00 2 12/05/2010 7.40 2,2 14/01/2010 6.20 2

12/05/2010 9.00 8 17/06/2010 6.10 2,2 12/05/2010 8.30 2,4

17/06/2010 7.10 2 14/07/2010 6.30 4 17/06/2010 6.40 4

14/07/2010 8.00 2 22/09/2010 7.00 2,4 14/07/2010 7.10 11,5

22/09/2010 8.20 6 09/12/2010 05.55 2 22/09/2010 7.40 4

09/12/2010 7.30 2 17/02/2011 6.25 8 09/12/2010 6.40 2

17/02/2011 8.50 6 07/04/2011 6.40 2 17/02/2011 8.00 3,2

07/04/2011 7.50 2 01/06/2011 6.10 3 07/04/2011 7.20 2

01/06/2011 7.10 3 29/03/2012 06:40 2 01/06/2011 6.30 2,8

12/01/2012 7.00 12 23/05/2012 06:45 4,4 12/01/2012 6.35 2

29/03/2012 08:00 3 25/07/2012 06:30 2 29/03/2012 07:30 2,4

23/05/2012 08:20 2 31/10/2012 06:10 4 23/05/2012 07:30 2,8

25/07/2012 07:40 2 31/01/2013 06:25 8,8 25/07/2012 06:50 2

31/10/2012 07:50 2,8 12/06/2013 06:50 6 31/10/2012 07:00 2

31/01/2013 08:10 24 22/08/2013 07:00 2,4 31/01/2013 07:40 11,2

12/06/2013 08:40 2 18/09/2013 06:30 10 12/06/2013 07:30 3,4

22/08/2013 08:40 4 06/11/2013 07:00 6,6 22/08/2013 07:45 2,4

18/09/2013 08:10 2,8 15/01/2014 06:40 16 18/09/2013 07:20 4,8

06/11/2013 08:30 3,2 18/03/2014 07:00 3 06/11/2013 07:50 9,2

15/01/2014 08:50 20 14/05/2014 06:20 4,4 15/01/2014 07:30 5

18/03/2014 08:40 3 18/03/2014 08:00 2

14/05/2014 07:50 2 14/05/2014 07:00 2

pH

14/01/2010 7.00 6,7 14/01/2010 9.10 6,8 14/01/2010 6.20 6,2

12/05/2010 9.00 6,5 12/05/2010 7.40 6,6 12/05/2010 8.30 6,8

17/06/2010 7.10 7,2 17/06/2010 6.10 6,8 17/06/2010 6.40 6,9

14/07/2010 8.00 7 14/07/2010 6.30 6,9 14/07/2010 7.10 6,7

22/09/2010 8.20 6,9 22/09/2010 7.00 6,8 22/09/2010 7.40 6,9

09/12/2010 7.30 6,6 09/12/2010 05.55 6,5 09/12/2010 6.40 6,7

17/02/2011 8.50 7 17/02/2011 6.25 7,2 17/02/2011 8.00 7,3

07/04/2011 7.50 6,7 07/04/2011 6.40 6,8 07/04/2011 7.20 6,9

01/06/2011 7.10 6,9 01/06/2011 6.10 7,2 01/06/2011 6.30 7,4

29/03/2012 08:00 7 29/03/2012 06:40 7 12/01/2012 6.35 8,1

23/05/2012 08:20 7 23/05/2012 06:45 6,9 29/03/2012 07:30 7,5

25/07/2012 07:40 7 25/07/2012 06:30 7,2 23/05/2012 07:30 7

Page 76: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

75

31/10/2012 07:50 7,2 31/10/2012 06:10 7,9 25/07/2012 06:50 7,4

pH

31/01/2013 08:10 6,9 31/01/2013 06:25 8 31/10/2012 07:00 7,8

12/06/2013 08:40 7,4 12/06/2013 06:50 7,1 31/01/2013 07:40 7,3

22/08/2013 08:40 6,9 22/08/2013 07:00 6,9 12/06/2013 07:30 7,6

18/09/2013 08:10 7,2 18/09/2013 06:30 7,1 22/08/2013 07:45 7,2

06/11/2013 08:30 7 06/11/2013 07:00 6,6 18/09/2013 07:20 7,7

15/01/2014 08:50 6,8 15/01/2014 06:40 6,8 06/11/2013 07:50 7,2

18/03/2014 08:40 7 18/03/2014 07:00 6,6 15/01/2014 07:30 6,9

14/05/2014 07:50 7,1 14/05/2014 06:20 6,9 18/03/2014 08:00 6,8

27/08/2014 07:25 7,6 27/08/2014 06:30 7,3 14/05/2014 07:00 6,6

27/08/2014 08:05 7,5

NITRITO (mg.l-1

)

12/05/2010 9.00 0,06 12/05/2010 7.40 0,005 12/05/2010 8.30 0,06

17/06/2010 7.10 0,09 17/06/2010 6.10 0,06 17/06/2010 6.40 0,1

14/07/2010 8.00 0,08 14/07/2010 6.30 0,08 14/07/2010 7.10 0,15

22/09/2010 8.20 0,09 22/09/2010 7.00 0,08 22/09/2010 7.40 0,14

09/12/2010 7.30 0,04 09/12/2010 05.55 0,11 09/12/2010 6.40 0,11

17/02/2011 8.50 0,1 17/02/2011 6.25 0,8 01/06/2011 6.30 0,3

07/04/2011 7.50 0,11 01/06/2011 6.10 0,19 12/01/2012 6.35 0,31

01/06/2011 7.10 0,16 29/03/2012 06:40 0,03 29/03/2012 07:30 0,36

12/01/2012 7.00 0,37 23/05/2012 06:45 0,1 23/05/2012 07:30 0,15

29/03/2012 08:00 0,02 25/07/2012 06:30 0,03 25/07/2012 06:50 0,18

23/05/2012 08:20 0,06 31/10/2012 06:10 0,03 31/10/2012 07:00 0,08

25/07/2012 07:40 0,08 31/01/2013 06:25 0,01 31/01/2013 07:40 0,01

31/10/2012 07:50 0,34 12/06/2013 06:50 0,06 12/06/2013 07:30 0,02

31/01/2013 08:10 0,02 22/08/2013 07:00 0,11 22/08/2013 07:45 0,12

12/06/2013 08:40 0,01 18/09/2013 06:30 0,01 18/09/2013 07:20 0,02

22/08/2013 08:40 1,06 06/11/2013 07:00 < 0,01 06/11/2013 07:50 1,47

18/09/2013 08:10 0,09 15/01/2014 06:40 < 0,01 15/01/2014 07:30 < 0,01

06/11/2013 08:30 1,69 18/03/2014 07:00 < 0,01 18/03/2014 08:00 0,03

15/01/2014 08:50 1,18 14/05/2014 06:20 < 0,01 14/05/2014 07:00 < 0,01

18/03/2014 08:40 < 0,01

14/05/2014 07:50 4,57

NITRATO (mg.l-1

)

12/05/2010 9.00 0,15 12/05/2010 7.40 0,4 12/05/2010 8.30 0,25

17/06/2010 7.10 0,2 17/06/2010 6.10 0,09 17/06/2010 6.40 0,2

14/07/2010 8.00 0,2 14/07/2010 6.30 0,05 14/07/2010 7.10 0,2

12/01/2012 7.00 0,41 23/05/2012 06:45 0,38 12/01/2012 6.35 5

23/05/2012 08:20 0,61 25/07/2012 06:30 0,03 23/05/2012 07:30 1,2

25/07/2012 07:40 0,57 31/10/2012 06:10 8 25/07/2012 06:50 1,42

31/10/2012 07:50 3,2 31/01/2013 06:25 1,5 31/10/2012 07:00 3,4

31/01/2013 08:10 0,91 12/06/2013 06:50 3,5 31/01/2013 07:40 1,5

12/06/2013 08:40 1,7 22/08/2013 07:00 2,13 12/06/2013 07:30 3

22/08/2013 08:40 0,57 18/09/2013 06:30 3,7 22/08/2013 07:45 3,51

Page 77: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

76

18/09/2013 08:10 2,02 06/11/2013 07:00 1,84 18/09/2013 07:20 3,48

NITRATO (mg.l-1

)

06/11/2013 08:30 0,14 15/01/2014 06:40 3,4 06/11/2013 07:50 0,88

15/01/2014 08:50 1,05 18/03/2014 07:00 5,08 15/01/2014 07:30 3,06

18/03/2014 08:40 1,81 14/05/2014 06:20 3,35 18/03/2014 08:00 3,73

14/05/2014 07:50 0,06 14/05/2014 07:00 2,48

FÓSFORO TOTAL (mg.l-1

)

14/01/2010 7.00 0,2 14/01/2010 9.10 0,2 14/01/2010 6.20 0,2

12/05/2010 9.00 0,35 12/05/2010 7.40 0,2 12/05/2010 8.30 0,2

17/06/2010 7.10 0,2 17/06/2010 6.10 0,2 17/06/2010 6.40 0,25

14/07/2010 8.00 0,1 14/07/2010 6.30 0,4 14/07/2010 7.10 0,25

22/09/2010 8.20 0,59 22/09/2010 7.00 0,36 22/09/2010 7.40 0,21

09/12/2010 7.30 0,34 09/12/2010 05.55 0,33 09/12/2010 6.40 0,24

17/02/2011 8.50 0,21 17/02/2011 6.25 0,32 17/02/2011 8.00 0,19

07/04/2011 7.50 0,32 07/04/2011 6.40 0,2 07/04/2011 7.20 0,26

01/06/2011 7.10 0,28 01/06/2011 6.10 0,22 01/06/2011 6.30 0,3

12/01/2012 7.00 0,31 29/03/2012 06:40 0,08 12/01/2012 6.35 0,22

29/03/2012 08:00 0,53 23/05/2012 06:45 0,26 29/03/2012 07:30 0,29

23/05/2012 08:20 0,26 25/07/2012 06:30 0,27 23/05/2012 07:30 0,26

25/07/2012 07:40 0,27 31/10/2012 06:10 0,69 25/07/2012 06:50 0,14

31/10/2012 07:50 0,21 31/01/2013 06:25 0,38 31/10/2012 07:00 0,12

31/01/2013 08:10 0,57 12/06/2013 06:50 0,3 31/01/2013 07:40 0,42

12/06/2013 08:40 0,26 22/08/2013 07:00 0,43 12/06/2013 07:30 0,24

22/08/2013 08:40 0,47 18/09/2013 06:30 0,43 22/08/2013 07:45 0,43

18/09/2013 08:10 0,19 06/11/2013 07:00 0,72 18/09/2013 07:20 0,2

06/11/2013 08:30 0,85 15/01/2014 06:40 0,63 06/11/2013 07:50 0,6

15/01/2014 08:50 0,47 18/03/2014 07:00 0,25 15/01/2014 07:30 0,2

18/03/2014 08:40 0,18 14/05/2014 06:20 0,32 18/03/2014 08:00 0,13

14/05/2014 07:50 0,48 27/08/2014 06:30 0,1 14/05/2014 07:00 0,21

27/08/2014 07:25 0,4 27/08/2014 08:05 0,35

TURBIDEZ (uT)

22/09/2010 8.20 35 22/09/2010 7.00 9 22/09/2010 7.40 9,5

09/12/2010 7.30 66 01/06/2011 6.10 15,5 09/12/2010 6.40 69

01/06/2011 7.10 50,5 12/01/2012 06:00 5,4 01/06/2011 6.30 31,2

12/01/2012 07:00 18 29/03/2012 06:40 80 12/01/2012 6.35 23

29/03/2012 08:00 25 23/05/2012 06:45 19 12/01/2012 06:35 11

23/05/2012 08:20 23 25/07/2012 06:30 17 29/03/2012 07:30 23

25/07/2012 07:40 12 31/10/2012 06:10 6 23/05/2012 07:30 14

31/10/2012 07:50 7,2 31/01/2013 06:25 18 25/07/2012 06:50 11

31/01/2013 08:10 17 12/06/2013 06:50 18 31/10/2012 07:00 3,3

12/06/2013 08:40 12 22/08/2013 07:00 9,9 31/01/2013 07:40 20

22/08/2013 08:40 9,6 18/09/2013 06:30 11 12/06/2013 07:30 17

18/09/2013 08:10 10 06/11/2013 07:00 275 22/08/2013 07:45 7,7

06/11/2013 08:30 13 15/01/2014 06:40 19 18/09/2013 07:20 6,4

15/01/2014 08:50 13 18/03/2014 07:00 12 06/11/2013 07:50 284

Page 78: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

77

18/03/2014 08:40 8,4 14/05/2014 06:20 17 15/01/2014 07:30 7,6

TURBIDEZ (uT)

14/05/2014 07:50 5,7 27/08/2014 06:30 5,9 18/03/2014 08:00 7

27/08/2014 07:25 7,1 14/05/2014 07:00 6,8

27/08/2014 08:05 3,3

TEMPERATURA (°C)

17/06/2010 7.10 19 17/06/2010 6.10 17 17/06/2010 6.40 19

12/01/2012 7.00 24 12/01/2012 6.00 22 12/01/2012 6.35 22

12/01/2012 07:00 24 12/01/2012 06:00 22 12/01/2012 06:35 22

29/03/2012 08:00 24 29/03/2012 06:40 22 29/03/2012 07:30 23

23/05/2012 08:20 20 23/05/2012 06:45 18 23/05/2012 07:30 20

25/07/2012 07:40 19 25/07/2012 06:30 19 25/07/2012 06:50 19

31/10/2012 07:50 29 31/10/2012 06:10 27 31/10/2012 07:00 27

31/01/2013 08:10 24 31/01/2013 06:25 22 31/01/2013 07:40 23

12/06/2013 08:40 21 12/06/2013 06:50 19 12/06/2013 07:30 20

22/08/2013 08:40 21 22/08/2013 07:00 20 22/08/2013 07:45 21

18/09/2013 08:10 24 18/09/2013 06:30 22 18/09/2013 07:20 24

06/11/2013 08:30 21 06/11/2013 07:00 20 06/11/2013 07:50 21

15/01/2014 08:50 27 15/01/2014 06:40 25 15/01/2014 07:30 27

18/03/2014 08:40 28 18/03/2014 07:00 25 18/03/2014 08:00 26

14/05/2014 07:50 18 14/05/2014 06:20 17 14/05/2014 07:00 18

27/08/2014 07:25 20 27/08/2014 06:30 19 27/08/2014 08:05 20

Page 79: TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE …pgeb.uff.br/pgeb/documentos/publicacoes/D/D_publicacao_2017.03.17-… · Ademais, percebeu-se que o último ponto de monitoramento

78

Dados Pluviométrico

DIA ANTERIOR A COLETA

DATA

MESMO DIA DA COLETA

Postos Postos PONTE DE

TANGUÁ BR-101 DUQUES TANGUÁ

PONTE DE

TANGUÁ BR-101 DUQUES TANGUÁ

sem dados sem dados sem dados sem dados 14/01/2010 sem dados sem dados sem dados sem dados

sem dados sem dados sem dados sem dados 12/05/2010 sem dados sem dados sem dados sem dados

sem dados sem dados sem dados sem dados 17/06/2010 sem dados sem dados sem dados sem dados

sem dados sem dados sem dados sem dados 14/07/2010 sem dados sem dados sem dados sem dados

sem dados sem dados sem dados sem dados 22/09/2010 sem dados sem dados sem dados sem dados

sem dados sem dados sem dados sem dados 09/12/2010 sem dados sem dados sem dados sem dados

sem dados sem dados sem dados sem dados 17/02/2011 sem dados sem dados sem dados sem dados

sem dados sem dados sem dados sem dados 07/04/2011 sem dados sem dados sem dados sem dados

sem dados sem dados sem dados sem dados 01/06/2011 sem dados sem dados sem dados sem dados

0 sem dados sem dados sem dados 12/01/2012 0 sem dados sem dados sem dados

7 sem dados sem dados sem dados 29/03/2012 1,2 sem dados sem dados sem dados

0 sem dados sem dados sem dados 23/05/2012 1,8 sem dados sem dados sem dados

0 sem dados sem dados sem dados 25/07/2012 0 sem dados sem dados sem dados

0 sem dados sem dados sem dados 31/10/2012 0 sem dados sem dados sem dados

0 0,4 0,4 0,2 31/01/2013 8,2 0,2 0,2 5

sem dados 0 0 0 12/06/2013 sem dados 0 0 0

sem dados 0 0 0 22/08/2013 sem dados 0 0 0

sem dados 0,6 1,6 0,8 18/09/2013 sem dados 0,4 2 0

sem dados 13,2 15 0,4 06/11/2013 sem dados 2,8 29,2 0

sem dados 0 0 0 15/01/2014 sem dados 0 1,8 0

sem dados 0 0 0 18/03/2014 sem dados 0 0 0

sem dados 0 0 0 14/05/2014 sem dados 0 0,2 0

sem dados 0 0 0 27/08/2014 sem dados 0,4 0 0