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TRAUMATISMOS E LESÕES ARTICULARES RESUMO  A articulação pode ser traumatizada por mecanismo direto ou indireto. Nas duas situações as lesões podem ser de gravidade variada, que vai desde um dano leve até uma condição grave com rotura completa de ligamento ou com fratura intra-articular. A semiologia vai depender da intensidade do trauma, do tempo de lesão e da articulação acometida. Às vezes, a fratura é pequena e não é visualizada na radiografia simples e outras radiografias em incidências diferentes ou tomografia computadorizada devem ser solicitadas para demonstrá-la. O quadro geral de um traumatismo articular é de uma j unta dolorosa, com limitação funcional, em atitude antálgica e pode, no sentido geral, ser classificado como: a)- entorse (simples, moderada, grave); b)- lesão meniscal; c)- fraturas intra- articulares e, d)- luxações. Dicionário: Traumatismo no idioma Português traumatismo (trau-ma-tis-mo)  s. m. Medicina Conjunto das perturbações do organismo resultante de uma causa externa (ferimentos, choque). Fig. Forte abalo físico ou moral. Sinônimos de traumatis mo: contusão·equimose·pisadura·trauma Lesão no idioma Português lesão (le-são)  s. f. Ato ou efeito de lesar. Dano, prejuízo, ofensa. Medicina Perturbação causada ao tecido de um órgão, como ferida, contusão, inflamação, tumor etc.:estado agravado por lesões internas. Dir. Prejuízo causado a uma parte em contrato oneroso. 1

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TRAUMATISMOS E LESÕES ARTICULARES

RESUMO

  A articulação pode ser traumatizada por mecanismo direto ou indireto.Nas duas situações as lesões podem ser de gravidade variada, que vai desdeum dano leve até uma condição grave com rotura completa de ligamento oucom fratura intra-articular.

A semiologia vai depender da intensidade do trauma, do tempo de lesãoe da articulação acometida.

Às vezes, a fratura é pequena e não é visualizada na radiografia simplese outras radiografias em incidências diferentes ou tomografia computadorizadadevem ser solicitadas para demonstrá-la.

O quadro geral de um traumatismo articular é de uma junta dolorosa,com limitação funcional, em atitude antálgica e pode, no sentido geral, serclassificado como:a)- entorse (simples, moderada, grave); b)- lesão meniscal; c)- fraturas intra-articulares e,d)- luxações.

Dicionário:Traumatismo no idioma Português

traumatismo (trau-ma-tis-mo)

 s. m.Medicina Conjunto das perturbações do organismo resultante de uma causaexterna (ferimentos, choque).Fig. Forte abalo físico ou moral.Sinônimos de traumatismo:

contusão·equimose·pisadura·trauma 

Lesão no idioma Português

lesão (le-são) s. f.Ato ou efeito de lesar.Dano, prejuízo, ofensa.Medicina Perturbação causada ao tecido de um órgão, como ferida, contusão,inflamação, tumor etc.:estado agravado por lesões internas.Dir. Prejuízo causado a uma parte em contrato oneroso.

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INTRODUÇÃO

A Articulação

A articulação representa uma especialização da região de contato entre doisossos e, basicamente, existe para permitir o movimento, embora algumasarticulações como as do crânio sejam estruturadas justamente para impedir amovimentação.

As principais articulações dos membros são do tipo diartroses (ou sinoviais)que tem estrutura básica representada pela cartilagem articular que reveste asextremidades ósseas e se assenta em um osso compactado chamadosubcondral. Esta cartilagem é altamente especializada de modo a permitir omovimento com o mínimo de atrito e desgaste; é renovável por meio dadivisão celular, porém tem capacidade de regeneração muito limitada.

As extremidades ósseas são unidas pela cápsula articular que delimita acavidade articular. A cápsula é revestida internamente pela membrana sinovialque secreta o líquido sinovial, cuja função principal é nutrir a cartilagemarticular que é desprovida de vasos. Esta nutrição é realizada por embebição etambém por um sistema de bombeamento realizado pela movimentação. Olíquido sinovial atua, ainda, como lubrificante e, em situações patológicas,pode ter sua quantidade aumentada, formando o derrame articular.

Além do movimento, a articulação necessita de estabilidade que éconseguida ativamente pela ação muscular e, passivamente, pela cápsulaarticular, ossos e ligamentos.

Estes últimos podem estar incorporados à cápsula ou se apresentar comoestruturas individualizadas, podendo ser extra ou intra-articulares (exemplo:ligamentos cruzados do joelho).

Componentes básicos de uma articulação do tiposinovial: cartilagem articular (azul escuro), membranasinovial (vinho),cápsula articular (cinza) e espaço articular (preto)

Algumas articulações apresentam meniscos no interior cuja função principal éaumentar a estabilidade, redistribuir a carga e contribuir para a nutrição dacartilagem articular.

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TRAUMATISMOS E LESÕES ARTICULARES 

A articulação pode ser traumatizada por mecanismo direto ou indireto. Naprimeira situação, há impacto sobre a região levando à contusão articular. Asegunda condição é mais frequente e ocorre por torção aplicada à regiãoarticular, resultando uma entorse. Nas duas situações as lesões podem ser degravidade variada, que vai desde um dano leve até uma condição grave comrotura completa de ligamento ou com fratura intra-articular.

Quando a articulação é agredida instala-se uma reação local caracterizadapor inflamação da membrana sinovial (sinovite) que secreta líquido sinovial eque se acumula dentro da junta (derrame articular), distendendo a cápsula e

provocando dor. Este processo pode demorar algumas horas para se instalarcompletamente. A semiologia vai depender da intensidade do trauma, dotempo de lesão e da articulação acometida. Se esta for superficial como o joelho, tornozelo, cotovelo ou punho, o derrame articular pode ser facilmentepercebido à palpação. Lembre-se de que, às vezes, um grave traumatismoarticular não se acompanha de derrame porque há lesão da cápsula e o líquidosecretado esvazia-se pela rotura. O quadro geral de um traumatismo articular é de uma junta dolorosa, com

limitação funcional, em atitude antálgica e pode, no sentido geral, ser

classificado como:a)- entorse (simples, moderada, grave);b)- lesão meniscal;c)- fraturas intra-articulares e,d)- luxações.

 

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ENTORSES:

ENTORSE DO TORNOZELO:A Entorse esta classificada em: simples, moderada e grave.

Entorse simples:Ocorre mais frequentemente no joelho e tornozelo e, como o nome sugere,

não há lesão importante envolvida, constituindo-se, basicamente, de umainflamação (sinovite) pós traumática.Caracteristicamente, é aquele indivíduo que no esporte ou no trabalho torce o

tornozelo ou o joelho.Sintomas:

No momento não tem muita dor. Algumas horas mais tarde, ele é acometidopor dor provocada pelo processo inflamatório e derrame articular que seinstalou neste período, com distensão articular. Não há instabilidade articular.Diagnóstico:A radiografia é solicitada para descartar fratura associada.

Tratamento:A entorse simples é tratada com repouso relativo. Na fase aguda (primeiras

48 horas) aplica-se gelo em torno de toda a articulação (10-15 minutos, trêsou mais vezes ao dia), pode-se enfaixar ou usar contenções elásticas como joelheira e tornozeleira.

Anti-inflamatórios não hormonais podem ser prescritos, mas não sãoindispensáveis.

Como regra geral, aplica-se RICE: r = rest ; I = ice; C = compression; E =elevation

Entorse Moderada:Corresponde a uma situação de média gravidade.Sintomas:

Anatomopatologicamente há esgarçamento da cápsula e estiramento deligamentos, de modo que pode existir pequena instabilidade na articulação.Ocorre com igual frequência no joelho e tornozelo.Diagnóstico:

Sempre se deve pesquisar com atenção a integridade dos ligamentos. Vale omesmo raciocínio já exposto na semiologia e conduta dos derramesarticulares .Tratamento:Também, fundamenta-se nos mesmos princípios da entorse leve (RICE),somente que, como a dor e os sinais locais são mais intensos, deve-se sermais rigoroso nas prescrições de repouso relativo e demais medidasterapêuticas. Pode-se indicar muletas para alívio da carga. Sempre deve serprescrito um tensor elástico. Se o paciente não tem condições econômicas paraadquirir uma tornozeleira ou joelheira ela pode ser  substituída pelo

enfaixamento, embora este apresente a desvantagem de diminuir a eficiênciado gelo.

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Entorse grave:Na entorse grave, frequentemente, há rotura de um ou mais ligamentos, de

modo que é fundamental uma boa semiologia da articulação com a finalidadede diagnosticar as instabilidades. Com certa frequência, as lesões ligamentarestem tratamento cirúrgico na fase aguda e não podem passar despercebidas.

Sintomas:Neste tipo de entorse o paciente não consegue andar ou o faz com muita

dificuldade. Os sinais locais são muitos exuberantes.Pode haver equimose periarticular e, geralmente, há grande derrame, sendo

necessário, no joelho, punção articular para se realizar a semiologia adequadae esvaziar o líquido sinovial que é francamente hemorrágico. A palpação sobrea região dos ligamentos é dolorosa.Diagnóstico:A artroscopia pode ser realizada para completar diagnóstico e para reparar aslesões intra-articulares (principalmente no caso do joelho).

Tratamento:O tratamento da entorse grave não pode ser apenas sintomático, porém é

dirigido ao reparo cirúrgico das lesões. Este raciocínio é particularmente válidopara o joelho com lesões ligamentares agudas. No tornozelo a sutura dosligamentos está indicada apenas em pessoas jovens e com atividade esportivaimportante. Caso contrário, é tratado com imobilização em tala gessada poruma semana e, depois, órtese imobilizadora ou gesso de marcha por mais trêssemanas. No joelho, a indicação de cirurgia é mais complexa e deve serrealizada pelo especialista, sempre na fase aguda do traumatismo (primeiros10 dias).

Quando não se pode concluir adequadamente sobre o grau de instabilidade oulesões ligamentares no primeiro atendimento do paciente, pode-se imobilizar o joelho por alguns dias até que haja regressão da reação dolorosa e, depois,reexaminar para a conclusão definitiva.Casos duvidosos podem ser esclarecidos com ressonância nuclear.

SIMPLES MODERADA GRAVE

Simples: pouco edema, consegue andar, às vezes piora mais tarde, apenasesgarçamento do ligamento talofibular anterior, outros ligamentos íntegros.

Moderada: edema maior, equimose, deambular difícil, mas possível, rotura doligamento talofibular anterior e lesão mais leve do calcâneo fibular.

Grave: grande edema e equimose, impossível deambular, rotura dos

ligamentos talofibular anterior e calcaneofibular, instabilidade.

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Qualquer entorse complicada é, portanto, um trabalho para o médico, cabendoao massagista apenas o tratamento de entorses banais e leves que são os queacometem com mais frequência.

TRATAMENTO HIDROTERAPÊUTICO:

Hidroterapia:

É o tratamento pela água sob suas diversas formas e a temperaturasvariáveis.

A água é um dos meios de cura, um veículo de calor ou frio para o corpo.Aplicada ao corpo, opera nele modificações que atingem, em primeiro lugar, osistema nervoso, o qual, por sua vez, age sobre o aparelho circulatório,

produzindo efeitos sobre regularização do calor corporal. As reações daaplicação da água são portanto, três: nervosa; circulatória e térmica.

 Água fria:

A água fria excita fortemente a sensibilidade periférica, e a excitaçãoexperimentada é levada, por via centrípeta, até os centros corticais,produzindo diversos reflexos, dos quais para nós os mais interessantesocorrem na periferia, nos vasos superficiais e nos órgãos subjacentes, na pele.

O sistema nervoso sensitivo, excitado na totalidade das suas ramificaçõesperiféricas, é estimulado e melhorado, nas suas funções, produzindo, no

indivíduo, uma sensação de bem estar, e a pessoa se sente reanimada, alegredisposta para o trabalho. O sistema nervoso recupera o seu tom. Por isso sepode dizer que a água fria é um tônico para o sistema nervoso. A aplicação deágua fria ao corpo ao mesmo tempo tônica e sedativa, regulariza as funçõesnervosas e é indicada na luxação.

 Água quente:

Há fortes indicações de que os asiáticos começaram e difundiram a práticaem aproximadamente 2400 aC. O ofuro é um tipo de banheira feita no Japãopara o usuário tomar banho com temperatura da água entre os 36 e 40°C. Seumaior benefício é a limpeza de pele e descontração muscular. No Brasil o climapredominante (tropical) não permite temperaturas tão elevadas, deve-serealizar hidroterapia em torno de 30 °C - 32 °C, para que haja umrelaxamento do músculo e aumento de flexibilidade sem lesionar a pele comqueimaduras.

O banho quente seguido de água fria (contraste) está associado à efeitosvasculares e condicionamentos da hemodinâmica, segundo os naturopatas.

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 A Hidroterapia e a Fisioterapia:

A Fisioterapia utiliza diferentes combinações de exercícios na água quente efria, tornando a utilização da água, tanto em piscinas quanto em banheiras

terapêuticas, um dos recursos mais famosos e utilizados por profissionaisfisioterapeutas pelas suas propriedades físicas, além de proporcionar prazer aopaciente.

Este processo dos banhos alternados produz uma verdadeira ginastica dosvasos sanguineos o que trás de cada vez a sua dilatação e contração; é umexcelente meio para lutar contra a espécie de paralisia que os atinge e solicita-os a evacuar o mais rápido possível as infiltrações edematosas. No mais oalivio obtido pela pessoa machucada é imediato.

MASSAGEM DE UMA ENTORSE:

Faz-se um deslizamento suave, porém prolongado da região do tornozelo,insistindo nas regiões subjacentes (ante pé) e superiores (braço e perna) pelos

quais se estende a inchação.Se as livrarmos do edema, facilitaremos a absorção posterior da infiltraçãoestabelecida no calcanhar.

Só depois de 3 ou 4 dias, quando a inchação diminuir por efeito do repousoe de banhos é que a massagem deve ser praticada.

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ENFAIXAMENTO:

Depois de uma sessão de massagem, para evitar que o pé se canse comestes movimentos imprevistos, e mais tarde, para que se ande seminconvenientes, é bom enfaixar o pé, o tornozelo e uma parte da perna.

1.Começar a enrolar a bandagem pelo centro da planta do pé, colocandoa extremidade inferior da bandagem na base dos artelhos (dedos).Mantendo tensão leve, enrolar a bandagem uma volta e meia ao redor dopé.

 

2.Prender a bandagem com o polegar da mão livre e começar a enrolarem volta do calcanhar, esticando a bandagem até que o retânguloselecionado tome a forma quadrada e, em seguida, dar uma volta aoredor do calcanhar, sobre a parte frontal do tornozelo e debaixo do arcodo pé, para cobrir o espaço livre.

3.Continuar esticando a bandagem até que o retânguloselecionado tome a forma quadrada. Circundar otornozelo e continuar subindo em forma de espiral pelaperna, sobrepondo a bandagem sobre a volta anterior emcerca de 50% de sua largura, usando a linha centralcontínua da bandagem como guia.

4.Ao atingir a área imediatamente abaixo do joelho, cortequalquer excesso de bandagem e prenda a ponta com

fita adesiva.

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 A MARCHA:

Marcha é a sequência dinâmica de eventos que permite que o indivíduo sedesloque, mantendo a posição bípede. É uma atividade complexa, resultado deações reflexas e voluntárias. A marcha normal é cíclica, com fases alternando-se com o apoio e balanceio do membro inferior. A fase de apoio inicia-se como toque do calcanhar, segue-se o apoio completo do pé, impulsão (apoiono antepé) e desprendimento. Em seguida, o pé deixa o solo e inicia a fasede balanceio. Sem o apoio, entra em fase de aceleração, desaceleraçãopara, novamente ir ao solo com o toque do calcanhar. Enquanto um pé seapoia, o outro está elevado . Há, associadamente, balanço do tronco, emovimentos pendulares alternados dos membros superiores, tambémrealizando aceleração e desaceleração. O membro superior de um ladoacompanha o membro inferior do lado oposto.Há muitos tipos de marcha alterada:

A marcha é antálgica  quando a fase de apoio do lado doloroso estáencurtada e, geralmente, acompanhada de um esboço de saltitar na tentativade aliviar o peso e encurtar a fase de apoio.

Na marcha por insuficiência do glúteo médio  o tronco inclina-seexcessivamente para o lado do apoio.Quando a insuficiência é bilateral o tronco balança para um lado e para o

outro, denominando-se marcha anserina. Esta marcha é típica de muitasmiopatias, da luxação congênita do quadril e da coxa vara.  Marcha talonante  é quando o toque do calcanhar é feito com muita

intensidade, produzindo um som típico, como se a pessoa estivesse andandode salto alto.Ocorre em neuropatias que afetam a sensibilidade profunda e percepção

vibratória. Na marcha espástica o indivíduo anda como se fosse um robô,com dificuldade de alternância de movimentos e com movimentação grosseira.Na marcha atetoica há exagero de movimentação, com arremesso casual dosmembros, tronco e cabeça em várias direções.Na marcha por insuficiência de quadríceps  a pessoa coloca a mão no

 joelho para bloqueá-lo, durante o apoio.

CICLO DA MARCHA

 APOIO BALANÇO

Sequência da marcha. A fase de apoio corresponde a 60% do ciclo e a fasede balanço, ao restante

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Após a aplicação da massagem, pode-se permitir que o paciente andeimediatamente, sendo a melhor maneira de lutar contra a rigidez articular, quepode persistir mesmo depois da cura, porém andar é o exercício que maiscansa a articulação do tornozelo, a qual suporta o peso de todo o corpo. Além

disso, é em pé que o sangue tem mais dificuldade de subir para o coração e,por conseguinte, andar só favorece a persistência do edema.

É melhor impor o repouso com perna elevada, mesmo quando se trata deuma leve torção; a cura será muito mais rápida. Depois das sessões demassagem podemos e devemos executar uma extensa mobilização de toda aarticulação sendo completada por exercícios ativos, executados pelo paciente;flexão, extensão e rotação do pé em todos os sentidos.

Assim a força e a tonicidade dos músculos se recuperam progressivamente,ao mesmo tempo em que a elasticidade é mantida, e o paciente voltará aandar com facilidade, quando puder.

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ENTORSE DO JOELHO E DERRAME DA SINÓVIA:

ENTORSE DE JOELHO:

A entorse do joelho é provocada por excessiva distensão das estruturas quegarantem a estabilidade da articulação – ligamentos, por exemplo , originadapor movimentos bruscos ou traumatismos. O trauma mais comum que causaa lesão é a torção com trauma na face externa do joelho, levando aoestiramento do ligamento colateral medial (LCM), localizado na face internado joelho. Este ligamento geralmente cicatriza sem necessidade deintervenção cirúrgica.

Outras lesões comumente associadas à entorse do joelho são a do meniscomedial e a do ligamento cruzado anterior (LCA).

LESÃO DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR 

O ligamento cruzado anterior (LCA), é uma estruturalocalizada no centro da articulação do joelho à frentede um outro importante ligamento, oligamento cruzado posterior. Ambos tem aimportante função de manter a estabilidade daarticulação .O LCA tem aproximadamente 04 cm decomprimento, é constituído por duas bandas, que

mantém a estabilidade do joelho em flexão e extensão, estas bandas sãoconstituídas por fibras de colágeno e têm sua origem no fêmur (local ondefrequentemente ocorrem as lesões) e sua inserção na tíbia .

A lesão do LCA ocorre geralmente por um entorse do joelho com o pé fixo nosolo, podendo também ocorrer após trauma (menos comum). 

SINTOMAS:-Dor importante no momento do entorse com possível estalido na articulação;

-Edema e derrame articular, devido à ruptura do ligamento, podendo ocorrersangramento dentro da articulação;-Limitação da movimentação do joelho, ocorre na fase inicial devido ao

derrame articular;-Sensação de “falseio” ou de “algo que desencaixa” no joelho, devido a

instabilidade ocasionada pela lesão;-Insegurança/incapacidade para descer escadas ou ladeiras;

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DIAGNÓSTICO: O diagnóstico é feito pelo ortopedista através de manobraspara testar a estabilidade do joelho, podendo ser auxiliado (à critério domédico) por exames de imagem como Radiografias e Ressonância NuclearMagnética.

TRATAMENTO: O tratamento da lesão do ligamento cruzado anterior é cirúrgicona grande maioria dos casos, salvo raras exceções como por exemplo empacientes sedentários com idade avançada e sem limitação importante nasatividades diárias (descer escadas, ladeiras,...).

A cirurgia consiste na reconstrução do ligamento, realizada por vídeo(artroscopia), sendo utilizados tendões do próprio joelho como enxerto parasubstituir o ligamento lesado.

TRATAMENTO COM MASSAGEM: As Sequelas prolongadas, serão facilmente

evitadas pela massagem e mobilização precoce; este tratamento só temvantagens e nenhum inconveniente, quando se trata de traumatismo fechado.Apenas em casos de feridas profundas e de artrites infecciosas ele é contraindicado formalmente.

 DERRAME DA SINÓVIA:

No joelho o derrame articular tem semiologia mais rica e pode ser classificadocomo:a- pequena quantidade. Não provoca muita dor, leva à claudicação discreta,

não causa aumento significativo do volume da articulação e, tipicamente,provoca retificação da concavidade normal da face interna do joelho. O líquidointra-articular não chega a ser palpável, mas pode ser mobilizado dentro daarticulação. Para tanto, com o indivíduo comodamente deitado e relaxado, comuma das mãos, o examinador comprime a região suprapatelar e, com a outra,faz leve compressão da face interna do joelho, próximo da patela. Com isto,esta região se esvazia e surge a concavidade normal. Em seguida, comprime-se a face oposta do joelho, mobilizando-se o derrame que se acumulanovamente na região medial. Desta forma, o derrame, embora pequeno, podeser diagnosticado.

b- média quantidade. Provoca dor moderada, maior claudicação e maioraumento de volume. O derrame articular pode ser palpável e surge o choquepatelar. Para se pesquisá-lo posiciona-se o paciente com já descrito.

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Com uma das mãos faz-se compressão na região suprapatelar e, com a outra,aplicam-se pequenos golpes sobre a patela. Quando osinal é positivo sente-se o impacto da patela contra o fêmur (choque patelarpositivo).c- grande quantidade. Provoca grande dor e grande incapacidade funcional. O

 joelho apresenta-se com grande aumento de volume, está em atitude antálgicade semiflexão e facilmente palpa-se o líquido intra-articular. Frequentemente, adistensão articular provoca saliência do contorno do fundo de sacosuprapatelar. Geralmente, é impossível examinar adequadamente o joelhodevido à dor. Para aliviá-la deve-se fazer esvaziamento do derrame articularpor meio da punção articular.A punção articular, de maneira geral, está indicada nas seguintes situações:1- Colheita de líquido para exame de suas características macroscópicas,microscópicas, testes laboratoriais específicos ou cultura paramicroorganismos.

2- Esvaziamento articular para alívio da dor e permitir exame adequado daarticulação. A punção articular é um ato médico e deve ser realizada com todoo cuidado de assepsia e antissepsia (antisséptico, luvas e camposesterilizados). No joelho os locais de punção mais frequentemente usados sãono ângulo súpero-lateral e superomedial da patela, sobre o espaço articularque é facilmente palpável, pois está aumentado pelo derrame articular.No tornozelo usa-se um ponto situado entre os tendões do músculo tibialanterior e extensor longo do hálux, sobre a interlinha articular. Usa-se agulhade grande calibre (nº 12), fazendo, antes um botão anestésico nas partesmoles.

As punções devem ser realizadas com normas de assepsia e antissepsia, poisnão são raros os casos de artrite séptica por contaminação.Derrames articulares de média e pequena quantidade são formados por

líquido sinovial de aspecto macroscópico límpido ou levemente hemorrágico. Olíquido dos grandes derrames frequentemente é hemorrágico devido aosangramento de estruturas lesadas. Quando ele é francamente hemorrágico(hemartrose) e se instala rapidamente, deve-se suspeitar de lesão internaimportante como rotura de ligamentos ou meniscos. Se há gotículas degordura sobrenadando o líquido hemorrágico isto é indicativo de fratura intra-articular, pois a gordura provém da medula óssea e só atinge a articulação

quando há comunicação entre os dois sítios. Às vezes, a fratura é pequena enão é visualizada na radiografia simples e outras radiografias em incidênciasdiferentes ou tomografia computadorizada devem ser solicitadas parademonstrá-la.

 

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LUXAÇÕES DOS MENISCOS SEMILUNARES:

Uma luxação é o deslocamento repentino e duradouro, parcial ou completode um ou mais ossos de uma articulação.  Sucede quando uma força atuadiretamente ou indiretamente numa articulação empurrando o osso para umaposição anormal.

Os meniscos do joelho podem ser lesados quando se faz uma torção da juntacom o membro apoiado. O menisco medial é mais frequentemente lesado e,neste caso, o joelho é torcido externamente e forçado em valgo. O meniscolateral é lesado com o trauma em sentido oposto: torção interna e varo. Emambas as situações o menisco migra para a parte mais central da articulaçãosendo esmagado entre o côndilo femoral e a tíbia antes que haja tempo de

recuar à sua posição normal.Dificilmente faz-se diagnóstico de lesão meniscal na fase aguda do trauma, a

menos que seja feita artroscopia ou ressonância magnética. No primeiroatendimento pode-se suspeitar da lesão pelas características do trauma, e opaciente deve ser notificado desta possibilidade. Do ponto de vista clínico,predomina o quadro de uma entorse grave que deve ser tratada conforme jáexposto.

Há associação frequente de lesão meniscal e de ligamentos do joelho. Estapossibilidade deve sempre ser indicada. Em uma fase tardia, se houver lesãodo menisco, haverá história de dores no joelho quando é feito o apoio domembro forçando a torção da junta, acompanhadas de entorses e derramesarticulares repetidos. Com o tempo, o paciente apresenta episódios de falseioda articulação e, algumas vezes, o joelho "trava", o que significa bloqueio daextensão.

Há algumas manobras semiológicas para pesquisar rotura de menisco,porém, frequentemente, elas são inconclusivas, de modo que, ainda, a históriaclínica é o elemento mais importante e a ressonância nuclear é diagnóstica.

A lesão mais típica do menisco é a alça de balde que corresponde a umarotura longitudinal apenas da porção central do menisco. Quando o joelho ficabloqueado esta alça coloca-se medialmente, de modo que o contato entre o

côndilo femoral e a tíbia se faz através da rotura, provocando o bloqueiomecânico dos últimos graus da extensão.Um joelho travado pode ser desbloqueado por meio de manobras adequadas.

O tratamento definitivo da lesão do menisco é cirúrgico, por via artroscópica,quando se faz a resseção apenas da porção lesada.

 

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  A localização da lesão têm sua importância relacionada ao fato do meniscoser uma estrutura com vascularização variável, sendo dividido (conforme oesquema) em 03 zonas:

 

ZONA VERMELHA: de localização mais periférica e mais vascularizada,portanto com maior índice de cicatrização;ZONA VERMELHA/BRANCA : de localização intermediária e com vascularizaçào

variável; ZONA BRANCA : localizada no 1/3 central e com vascularização pobre.

Os tipos de lesão, variam quanto à sua estabilidade e são divididos em :-lesão vertical;-lesão radial;-lesão horizontal (com ou sem flap);-lesão complexa (inclui lesão em alça de balde). TRATAMENTO COM MASSAGEM:

A massagem consistirá em moldar pacientemente todos os ligamentos e

tendões musculares situados na região do joelho, e terminará sempre por umdeslocamento bem prolongado, executado com a polpa dos polegares ou dosoutros dedos sobre a linha intra-articular, no ponto correspondente ao meniscoem causa.

Deve-se massagear também o quadríceps, a barriga da perna e todos osoutros músculos do membro inferior. Fazendo movimentos de flexão eextensão na posição sentada, no inicio sem resistência e depois contraresistência e com flexão e extensão na posição vertical. De quinze dias a ummês, após o tratamento, é importante fortificar com praticas esportivas,praticando um esporte que trabalhe o joelho sem que ele tenha que suportar o

peso do corpo. Ex: ciclismo, natação.

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Bibliografia:

Grande Enciclopédia Médica Abril CulturalEditor e Diretor: VITOR CIVITA.

Faculdade de Medicina de Ribeirão PretoTEXTO BÁSCIO DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA PARA O ACADÊMICO.Apostila de Graduação de: JOSÉ B. VOLPON – 2011.

Revista de Medicina Desportiva In Forma – Maio de 2010 | Rev Medic Desp in forma,1 (3), pp.10-12, 2010 Derrame Articular do JoellhoAutor:Dr Henrique Jones | Ortopedia / Medicina Desportiva | Dir. Serviço deOrtopedia do Hospital da Força Aérea - Médico Ortopedista da FederaçãoPortuguesa de Futebol

www.acupunturacuritiba.pro.br 

Referência de sites relacionados:

www.revistadesportiva.pt

www.eisten.br/hospital/ortopedia

www.patologiasdojoelho.com

www.wikipedia.org

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PROGRAMA ESCOLA DA FAMÍLIAGUARATINGUETÁ – SP/DATA: 14/04/2012

SUMÁRIO

Resumo.......................................................................................1

Dicionário.....................................................................................1

Introdução....................................................................................2

Traumatismos e lesões articulares....................................................3

Entorses: Entorse do tornozelo...................................................4 e 5

Tratamento hidroterapêutico............................................................6

Massagem em uma entorse.............................................................7

Enfaixamento................................................................................8

A marcha................................................................................9 e 10

Entorse do joelho e derrame da sinóvia................................11, 12 e 13

Luxações dos meniscos semilunares..........................................14 e 15

Bibliografia...................................................................................16

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MARTA TIEKO TAKEIVERA LUCIA DA SILVA VITELBO

TRAUMATISMOS E LESÕES ARTICULARES

Trabalho redigido e apresentado ao

professor José Antunes Coelho Filho

do curso de Massoterapia

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PROGRAMA ESCOLA DA FAMÍLIA

E.E. ``FRANCISCO AUGUSTO DA COSTA BRAGA``

TRAUMATISMOS E LESÕES ARTICULARES

MARTA TIEKO TAKEIVERA LUCIA DA SILVA VITELBO

GUARATINGUETÁ-SP

ABRIL - 2012