Travessia Torres Del Paine Circuito Completo

5/12/2018 Travessia Torres Del Paine Circuito Completo - slidepdf.com

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Travessia Torres del Paine Circuito Completo

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Travessia no Parque Nacional Torres del Paine – Sul da Patagônia

Chilena

Tento mostrar aqui as minhas principais impressões e descrevo o relatodia a dia de nossa travessia no Parque Nacional Torres del Paine.

Acompanhou-me na viagem Wagner P Oliveira, amigo de tantas trilhase outros tantos projetos.

Por Walter Matias

Parque Nacional Torres del Paine

O parque tem 2 circuitos principais, o Circuito W, que leva de 4 a 5 diaspara ser percorrido e o Circuito O que leva de 6 a 7 dias. No CircuitoCompleto nós percorremos os 2 circuitos que levam de 8 a 9 dias,lembrando que a caminhada pode se estender em mais dias em

função do clima.

Quando comecei a pesquisar a respeito de Torres del Paine encontreina internet muitos relatos de pessoas que não tinham nenhumafamiliaridade com as trilhas, que nunca haviam usado uma barraca oucozinhado sua própria comida com poucos instrumentos em condiçõescom um mínimo de adversidade. Esses relatos têm em comum opernoite nos refúgios e a maior parte não foram concluídos, seja emfunção do clima, de lesões, ou até mesmo da janela entre os vôos paraoutros destinos. Muitos não subiram até mirante da “Base de Las Torres.

Encontrei poucos relatos do Circuito Completo (O + W). Pesquiseitambém em sites de operadoras de turismo seus roteiros e o grau dedificuldade de cada trecho (lembrando que o grau de dificuldade éatribuído pela operadora). Conclui então que todo o circuito seria bem

parecido e calculei que a travessia seria como um longo passeio noparque em função de nossas experiências adquiridas em travessias e




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acampamentos. Perguntei a um conhecido, que já esteve no parque,se era possível concluir o Circuito Completo em 6 ou 7 dias que merespondeu: “E por que não 9 ou 10 dias?”– “Aproveite o máximo quepuder.”- Disse ele.

A partir daí comecei a planejar o nosso roteiro, decidindo por percorrer o Circuito Completo, deixando por último a subida até o mirante da“Base de Las Torres”, que seria o principal objetivo da travessia.Programei todo o roteiro para ser cumprido com tranquilidade em 8dias, levando em consideração a quantidade de horas e km a serempercorridos em cada dia.

Montei então o check-list dos equipamentos, roupas, documentos,remédios, artigos de higiene e alimentos. Organizei as informações

relevantes coletadas na internet e as imprimi. Na hora certa seria sópreparar a mochila.

Com as passagens compradas e com a mochila pronta, parti no dia24/10 para Ushuaia no extremo sul da Argentina, onde ficaria algunsdias até partir para Punta Arenas, no Chile.

Agora era só aguardar a chegada do Wagner em Punta Arenas no dia31/10.

Confesso que essa travessia muito me surpreendeu em grau dedificuldade e principalmente em relação à diversidade da vegetação,do solo e das condições climáticas.

Não tivemos problemas extraordinários e não sentimos nenhuma dor nunca sentida. Não tivemos problemas também com o frio ou comcalçados. Também não passamos fome. Escolhemos muito bem nossosequipamentos e alimentos. As experiências anteriores a viagem e oautoconhecimento foram de extrema importância para o sucesso

dessa viagem.

O que realmente contou foi o equilíbrio psicológico, porque a partir do4° dia a nossa coordenação motora já estava um tanto comprometidae a fadiga muscular (declínio da tensão muscular) já mostrava sinais. Emuma travessia como essa, a convivência também começa a ficar difícil.Antes da viagem já sabíamos que isso iria acontecer, mas fomosmelhores do que pensávamos, administramos bem nossos ânimos,sempre considerando o respeito mútuo.




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A trilha é bastante exigente, não recomendo para pessoas que nãotenham alguma experiência em longas caminhadas. A capacidadecardio-respiratória é colocada a prova a todo o tempo.

Para que tanto flagelo se posso ver a Base de Las Torres e percorrer o

Circuito W em 4 dias ao invés de percorrer quase 130 km em 8 dias?

Bom, essa pergunta pode ter muitas respostas. Superação, amor anatureza, autoconhecimento, fotografia, treino, etc. O que mais memotiva é o desafio de chegar a um lugar tão fantástico e preservado,com uma realidade completamente distante daquela do nosso dia-a-dia. E é claro, viver mais experiências para poder buscar desafios cada

vez maiores.

Mirante com vista para os “Cuernos del Paine”

Travessia Torres Del Paine Circuito Completo

Nossa aventura iniciou-se no Aeroporto de Punta Arenas no dia 31/10.Pagamos CL$ 7.000 pela viagem de táxi do Aeroporto até a PlazaMuñoz Gamero, também conhecida como Plaza de Las Armas.Viajamos até Puerto Natales pela Buses Fernandez (Calle ArmandoSanhueza 745 – www.busesfernandez.com) vlr CL$ 7.000 ida e volta,com volta em branco. 3h de viagem.

Existem muitas opções de hospedagens em Puerto Natales e são bemcomuns donos de hostels é até mesmo proprietários de casas comunsestarem na garagem da Buses Fernandez para ofereceremhospedagens aos visitantes por preços bem justos.

Ficamos nesta noite hospedados na casa do Sr. Pepe na Rua ManoelBulnes em quarto duplo com banheiro privativo por CL$ 10.000 por




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pessoa, incluindo café da manhã. Ficaríamos no retorno do ParqueNacional hospedados no Hostel Lili Patagônicos na Rua Arturo Prat 479em quarto coletivo com banheiro compartido por CL$ 8.000 por pessoa,incluindo café da manhã.

Translado para o Parque Nacional Torres del Paine pela empresa ViaPaine Transportes por CL$ 13.000 ida e volta, com volta em branco. 2h30

de viagem.

Mirante com vista para os “Cuernos del Paine”

Iniciando a Travessia

Pagamos a entrada no parque no vlr de CL$15.000 e CL$ 2.500 peloTransfer até a Hosteria Las Torres.

1º dia da Travessia Torres del Paine Circuito Completo - 9 km da Hosteria

Las Torres até o Acampamento Serón.

O 1º foi bem tranquilo. Chegamos à guarderia do CONAF na LagunaAmarga por volta das 16:45, pagamos a entrada e fomos de Transfer até a Hosteria Torres. Permanecemos na Hosteria Torres até as 17:30hbatendo papo com o casal muito gente boa Marcos e Nere, de SãoJosé dos Campos .

Iniciamos aí nossa caminhada com algumas subidas curtas porémacentuadas, mas muito pequenas quando comparadas ao que estariapor vir. Mais adiante percorremos um trecho com muita lama em

função do derretimento da neve e do gelo. Em pouco tempo




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atravessaríamos uma cerca e entraríamos em terreno privado.Podíamos avistar agora o RIO PAINE.

A trilha é muito bem sinalizada, e por todo caminho avistávamosmargaridas amarelas, e muitas árvores mortas e tantas outras já caídasem função das queimadas promovidas pelo homem no passado1 epela ação dos ventos. Vale lembrar que o solo de todo o sul daPatagônia é extremamente rochoso, e que as raízes das árvores muitasvezes não ultrapassam 10 centímetros.

Mais a frente, chegamos a um belo e extenso vale, que serve de pastopara um gado muito bonito, de pelagem espessa e mais longa,diferente do gado tradicional criado no Brasil.

Chegamos então ao Acampamento Serón. O tempo estava a nossofavor, sem chuva e com algum vento. Percorremos esse trecho em4:00h.

O Acampamento Serón é em campo aberto. Muito bonito, mas pontode encontro de ventos de muitas direções. É bom tomar cuidado comos objetos soltos e com o fogo que pode se apagar, se isso acontecer evocê não perceber perderá boa parte do seu combustível. Aqui épossível avistar coelhos atravessando a área de camping.

Pagamos CL$ 4.000 para acampar no Serón, em área gramada e combanheiro e ducha quente. Tem mesas na área do camping, mas nãodispõe de área protegida para cozinhar. Funciona também comopequena mercearia.

2º dia da Travessia Torres del Paine Circuito Completo - 19 km do

Acampamento Serón até o Refúgio Dickson.

Deixamos o Acampamento Serón e voltamos a percorrer a trilha, aindaem terreno privado, em um lindo campo com muitas margaridas.Voltamos a avistar o Rio Paine, e mais adiante passamos pelo LagoPaine onde haviam muitos patos e marrecos. Iniciava-se nosso 2º dia desubidas. O tempo já não estaria tanto a nosso favor. Começou a chover e a ventar muito e essa subida era muito extensa, com trechos algumas

1Parte do trecho percorrido no 1° dia é feito em terreno privado, onde no passado foram promovidas

queimadas com o objetivo de formar pastos para o gado.




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vezes menos acentuados e em outras mais acentuados. No final destetrecho é possível avistar o Refúgio Dickson a menos de 700 metros dedistância, logo após contornarmos uma grande baia no Rio Paine.Temos realmente uma vista muito bela deste vale, tendo ao fundo o

Lago Dickson, com grandes blocos que desprenderam da geleira eagora flutuam no mesmo rio. Percorremos esse trecho em 6h45.

Chuva no 2º dia

Pagamos CL$ 3.500 para acampar no Dickson, em área gramada, combanheiro e ducha quente. Tem mesas na área do camping, mas nãodispõe de área protegida para cozinhar. Funciona também comopequena mercearia.

3º dia da Travessia Torres del Paine Circuito Completo - 9 km do Refúgio

Dickson até o Acampamento Los Perros.

Iniciamos o dia de caminhada já com uma subida bem longa e muitoacentuada, passando por uma mirante onde tem uma excelente vistado Lago Dickson e das duas geleiras que terminam no leito do mesmorio, avistamos também alguns picos nevados. Um momento demeditação.

Já na parte alta, caminhamos por um bosque muito grande e muitobonito, nesta parte do caminho existem grandes árvores que foramarremessadas ao chão pelo vento. Cruzamos o Rio Perros por duasvezes e atravessamos um longo caminho pantanoso por onde corre aágua do gelo derretido dos picos que cercam este vale. Por fimchegamos a uma grande moreia2, que são as pedras trazidas e

2Em geologia, a moreia, também conhecida como morena, é um amontoado de pedras que os glaciares,

ao descer, vão acumulando dos lados e na sua parte inferior. Fonte: Wikipédia.




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amontoadas pela ação das geleiras, e ao alcançar o cume dessemonte nos deparamos com o Glaciar Los Perros. Mais alguns momentosde contemplação é já estávamos prontos para os ultimos 500 metrospelo leito do Rio Los Perros até o Acampamento de mesmo nome.

Acumulamos 6h30 de caminhada nesse trecho.

Não pagamos para acampar no Los Perros. Esse refúgio é administradopela Vértice Patagônia, mas o funcionário disse que estava suspensa acobrança de tarifa de uso do camping. Não tive uma boa impressãodesse camping, pois havia muitas coisas amontoadas pelo terreno,desde carcaças de pequenos botes até latas podres e algum lixo,parece ser um lugar abandonado. Chão de terra batida com muitasraízes de árvores e pedras. Tem banheiro e ducha gelada. Dispõe de

área protegida pra cozinhar e funciona também como pequenamercearia.

4º dia da Travessia Torres del Paine Circuito Completo - 18 km do

Acampamento Los Perros até o Acampamento Los Guardas, passando

pelo Paso John Gardner e pelo Acampamento Paso.

A trilha se inicia com uma longa e acentuada subida com muita águacorrendo pelo caminho e muitos pontos lamacentos sempre dentro dafloresta em direção ao Paso Gardner. As árvores vão ficando para trás elogo alcançamos as rochas, algumas trechos com alguma vegetação eoutros tantos apenas com pedras. Passamos a percorrer trechos commuito gelo. Muito cuidado agora, é possível ver os galhos das árvores egrandes pedras através dos buracos das gretas. Caminhávamos sobreas pequenas árvores. Esse foi um trecho muito complicado dessa

travessia, porque é muito difícil caminhar sobre o gelo que já estáderretendo, ainda mais com a cargueira pesando mais de 20kg, mas omais difícil ainda estava por vir. Alguns trechos de escalaminhada,agora com os pés quase congelados e com a camiseta molhada pelosuor, cada vez mais fria. Finalmente alcançamos o trecho mais alto paraesse dia, apesar do frio e do vento muito forte, tivemos algunsmomentos de contemplação e, é claro, mais fotos. Apreciamos oGlaciar Grey, com todo magnitude em sua extensão pelo vasto Campode Hielo Sur. Um momento único em nossas vidas.




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“Campo de Hielo Sur”

Iniciamos então a descida que pensávamos que não seria tão difícil.Estávamos enganados. O peso nos impulsionava para frente e parabaixo sobre a grossa mais já frágil camada de gelo. Ao primeirodescuido, imergiríamos nossas pernas no gelo. Já começávamos aperder a coordenação de nosso passos e os bastões só serviam para

nos equilibrar ao invés de dar impulso. Havia também o medo que jános acompanhava desde o início da travessia, mas que agora semostrava maior, o de nos machucarmos. Estávamos no 4º dia e nãodaria mais para voltar e qualquer lesão seria trágica. Então vencemos oPaso John Gardner. Ainda tinhamos pelo menos 7km pela frente, queseriam percorridos lado a lado com o Glaciar Grey.

Chegamos então ao Acampamento Paso e logo mais a frente

encontramos uma difícil passagem, por onde descia o fiorde do Glaciar Olguim no inverno, e que agora estava apenas com moreias e umpequeno riacho formado a partir do degelo do mesmo glaciar. Hánesta passagem uma grande escada de metal usada para alcançar atrilha , mas a ação do gelo a arrancou do lugar original onde era fixadae agora estava de ponta cabeça e com a ponta inferior suspendidatornando o risco da passagem ainda maior. Vencemos mais esse trechocom muita atenção e algumas escalaminhadas.

Mais a frente encontrados outra passagem, também descendente doGlaciar Olguim, mas não encontramos grandes problemas paraatravessá-la.

Enfim chegamos ao Acampamento Los Guardas, que tem um miranteexcelente em frente ao Glaciar Grey. Caminhamos no 4º dia durante10h.

Uma boa comida e um bom vinho para comemorar.




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Mirante com vista para o Glaciar Grey no Acampamento Los Guardas

Camping gratuito no Acampamento Los Guardas, com chão de terrabatida sem muitas raízes de árvores e pedras. Tem banheiro, mas não

tem ducha e possui área protegida para cozinhar.

5º dia da Travessia Torres del Paine Circuito Completo - 22,6 km do

Acampamento Los Guardas até o Acampamento Italiano, passando

pelos Refúgios Grey e Paine Grande e pela Guarderia Lago Pehoe.

Dividimos esse dia em duas partes: a 1º do Acampamento Los Guardasaté o Refúgio Paine Grande e a 2º do Refúgio Paine Grande até oAcampamento Italiano. Iniciamos o dia atravessando mais uma grandepassagem também descendente do Glaciar Olguim. Até o RefugioGrey a trilha é bem tranquila e um pouco depois se inicia algumassubidas, em contra-partida temos a vista do Lago Grey e de umagrande maciço. Começamos então a descer por um lindo vale emdireção a Guarderia do Lago Pehoe, chegando no Refúgio PaineGrande.

Lago Pehoe

O Refúgio Paine Grande conta com uma ótima infra-estrutura, chãogramado na área de camping, banheiros com ducha quente, ecozinha. Possui também acesso a internet (CL$ 2.000 por 30’) e uma

grande loja que vende comida e souvenirs.




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Encontramos por acaso o casal Marcos e Nere, que conhecemos logono início da trilha e que estavam nesse momento encerrando atravessia do Circuito W. Compartilhamos então as impressões e asnovas experiências. Nos deram muitas informações a respeito do

caminho que ainda tinhamos a percorrer. Tomamos também a convitedesses novos amigos 1 caixa de vinho Gato tipo Cabernet Sauvignon ebatemos um agradável papo, enquanto aguardavam o barco que oslevaria até a Guarderia Pudeto.

Partimos então em direção ao Acampamento Italiano por umacaminho bem tranquilo. Mais uma hora e estávamos margeando oLago Skottsberg. Alcançamos então o Rio del Frances, agora era sósubir pelo leito do rio e atravessá-lo pela ponte na altura do

Acampamento Italiano. Embora fosse muito tranquila, a caminhada do5º dia exigiu muito fisicamente e psicologicamente, pois estávamosesgotados devido a travessia do dia anterior. Caminhada nesse trechoacumulada em 9h.

Camping gratuito no Acampamento Italiano, com chão de terra batidasem muitas raízes de árvores e pedras. Tem banheiro, mas não temducha e possui área protegida para cozinhar. Possui Guarderia doCONAF.




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6º dia da Travessia Torres del Paine Circuito Completo - 7,5 km ida a

partir do Acampamento Italiano pela Trilha do Vale do Francês até o

Mirador com vista para os Cuernos del Paine + 7,5 km de volta até o

Acampamento Italiano e mais 5,5 km até o Refúgio Los Cuernos a partir

do Acampamento Italiano num total de 20,5 km percorridos no 6º dia.

Levantamos, arrumamos as mochilas e tomamos café. Deixamos ascargueiras dentro das barracas, e seguimos para o mirador apenas comos documentos, garrafa para água e as câmeras fotográficas. A subidaé bem tranquila, é claro que não estar com as cargueiras contribuibastante. A trilha é muito bonita e é feita próxima ao leito do Rio delFrancês. Por todo o percurso é possível avistar lindas geleiras. Passamospelo Acampamento Britânico, que dispõe apenas de algumas áreas

protegidas do vento por troncos de árvores empilhados . Chegamos aomirante de onde era possível avistar todo o vale, incluindo o LagoNordenskjold e também os Cuernos del Paine. Mais um momento decontemplação. Retorno tranquilo ao Acampamento Italiano comdireito a bônus: uma parte da geleira que se formou em um dosCuernos se partindo e caindo.

Pequena avalanche no “Vale del Francês”

Desmontamos as barracas, e aproveitamos para almoçar. Assimpoderíamos percorrer os 5,5 km até o Refúgio Los Cuernos com

tranquilidade.

A trilha para o Refúgio Los Cuernos é bem tranquila e os 2 últimos km são

percorridos próximos a margem do Lago Nordenskjold, e pelo menos300 metros por sua praia, um excelente lugar para parar, contemplar efotografar. Não tivemos problemas com o vento, que costuma ser muitoforte nesse trecho. Percorremos esse trecho em 3h, que leva do

Acampamento Italiano até o Refúgio Los Cuernos.

No Refúgio Los Cuernos paga-se CL$ 6.000 para acampar e possuialguns pontos gramados e outros com raízes, piso bastante irregular esempre com muitas pedras. Possui banheiro e ducha quente. Tem mesas

na área do camping, mas não dispõe de área protegida para cozinhar.Possui um restaurante e também vende comida e souvenirs.




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Aproveitamos para comprar mais uma caixa tetrapack de CabernetSauvignon, é um pouco caro mas vale a pena.

7º dia da Travessia Torres del Paine Circuito Completo – 18 km do

Refúgio Los Cuernos seguindo pelo desvio até o Acampamento Torrres

passando pelo Acampamento Chileno.

A maior parte desse techo é percorrido na mesma trilha que leva até aHosteria Las Torres, sempre as margens do Lago Nordenskjold.

Lago Nordenskjold

Logo no início encaramos algumas subidas curtas, porém muito fortes

que segundo a placa de orientação da trilha, algo em torno de ¼ detodo o percurso. Até o desvio que leva até o Acampamento Chileno(logo após a 3º placa indicativa do trecho) o caminho é bem tranquilo.Logo após o desvio entramos em um pasto de gado com vacas deuma pelagem muito espessa e muito bonita, então avistamos lindos eenormes cavalos. A partir daí iniciamos a subida para o AcampamentoChileno, com alguns trechos curtos e fortes e outros longos e tranquílos.Mais a frente, já no Valle del Rio Ascênsio, essa trilha se junta a que vemda Hosteria Las Torres e que iríamos percorrer no sentido contrário nopróximo dia. Esse trecho é percorrido na maior parte sobre um outravariedade de moreia, uma mistura de areia e cascalho, é como se




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tivesse sido colocada ali propositalmente para calçar a trilha3.Chegamos então ao Acampamento Chileno.

Não ficamos no Acampamento Chileno que é pago. Possui refúgio parapernoite. Tem banho quente, mas não dispõe de área protegida paracozinhar. Aparentemente o chão também é bastante irregular, commuitas raízes. Pernoite no camping por CL$ 6000 . Possui um restaurante

e também uma pequena mercearia.

Partimos então em direção ao último trecho desse dia, atravessandoum longo bosque de Lengas. Forte subida entre as árvores. A partir daqui não é possível ver muita coisa. Chegamos então ao bosqueNothofagus e em seguida ao Acampamento Torres. 6h30 decaminhada acumuladas no 7º dia.

O Acampamento Torres é gratuito, com chão de terra batida semmuitas raízes de árvores e pedras. Tem banheiro mas não tem ducha,área protegida para cozinhar. Possui Guarderia do CONAF.

8º dia da Travessia Torres del Paine Circuito Completo – 1,2 km do

Acampamento Torres até a “Base de Las Torres”, e + 9,5 km até a

Hosteria Las Torres num total de 10,7 km percorridos no 8º dia.

Levantamos, arrumamos as cargueiras, tomamos café e partimos emdireção até a Base de Las Torres. Novamente deixamos as mochilasguardadas dentro das barracas. Este seria um trecho curto porém muito

acentuado. Levamos apenas os equipamentos de caminhada e acâmera fotográfica.

Iniciamos a subida passando por um bosque de Lengas, que logo seriasubstituído por um extenso trecho de rochas. Levamos 50 minutos doAcampamento Torres até o mirante da “Base de Las Torres”. Haviam por enquanto poucas pessoas no mirante e o tempo era muito bom semqualquer neblina cobrindo as Torres. Esse era realmente um momento

3Após pesquisar a respeito da ação geológica dos glaciares, conclui que essa formação é dada em

função do recuo dos glaciares, que se deu no último período mais frio do Quaternário, que é umperíodo da era Cenozóica (Era do Gelo) que terminou em torno de 12.000 anos atrás. Fonte: Wikipédia,

geodinamica.no.sapo.pt .




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especial. Tiramos algumas fotos e descemos até o lago. Levamos 30minutos para retornar ao Acampamento Torres e encontramos muitaspessoas que subiam da Hosteria Las Torres. Encontramos muitoseuropeus já idosos percorrendo esta parte da trilha, sempre em

excelente forma. Encontramos também muita gente jovem com certadificuldade, na maioria das vezes sem equipamentos e até mesmo semcalçados apropriados para a caminhada. Pessoas com excesso deroupa e com falta de disposição, algumas com a cara amarrada, que

nos dizia “o que estou fazendo aqui?”4.

Base de “Las Torres”

Chegamos ao Acampamento Torres, desmontamos a barraca e fizemosum rápido almoço. Teríamos pelo menos mais 3h30m até a Hosteria LasTorres.

4Existem muitos pacotes de diferentes operadoras que levam de Puerto Natales ou El Calafate até o

Parque Nacional Torres del Paine, que variam de 01 até 10 dias. Muita gente compra esses pacotescontanto com certas facilidades e deixando de levar em conta o grau de dificuldade do passeio e essas

operadoras por sua vez, não classificam corretamente a exigência de cada trilha.




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A descida foi tranquila, logo chegamos ao AcampamentoChileno, onde havia um grupo bem grande (com guia) se preparandopara subir até a Base de Las Torres. Mais algumas subidas e depoissomente uma longa descida.

Na Hosteria Las Torres informamos ao recepcionista que desejávamosutilizar o transfer para a Laguna Amargo, e o mesmo pediu pelo rádio

que o motorista passasse ali para nos pegar.

Transfer no vlr de CL$ 2.500 até a Laguna Amarga.

Contabilizados 126,8 km percorridos a pé dentro do Circuito Completo.

Check-list

Equipamentos individuais para caminhada:

Bota Salomon cano longo

Polaina Quechua

Calça impermeável

Fleece fino

02 pares de meia sendo 01 par de meias grossas paramontanhismo e 01 par de meiafina tipo social

Jaqueta impermeável tipoanorak para vento, frio e chuva.

01 par de bastões

01 garrafa Nalgene de 1 litro

01 óculos polarizado

Lenço para o pescoço

Mochila Cargueira de 75 litros

Capa para a mochila de 100litros




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Equipamentos individuais para camping:

Barraca

Isolante EVA

Isolante inflável

Cobertor de segurança(aluminizado) para forrar abarraca

Saco de dormir

Roupas para dormir (calça defleece, casaco de fleece, 1 par de meias grossas, camiseta ecalção, luvas)

01 par de chinelos havaianas

Lanterna de cabeça e pilhasextras

Equipamentos coletivos de cozinha:

Fogareiro e refil

01 panela pequena de alumíniopara camping

01 caneca pequena de alumínio

02 Isqueiros

01 kit de talher para camping

01 caneca de plástico parabebidas quentes

01 par de luvas de borracha

Esponja

Comida liofutizada: arroz, feijão com carne e bacon, strogonof de

frango, strogonof de Carne, carne com azeitonas, purê de batatas.

Outros alimentos: macarrão, sardinha enlatada, marisco enlatado,salsichas, molho de tomate, margarina, batata palha, pão, doce deleite, chocolate em barra, chás, barrinhas de cereais, suco em pó,vinho.

Artigos individuais de uso pessoal:

Escova de dente, pasta, fio dental, sabonete, shampoo, toalhapequena, cortador de unhas, papel higiênico, lenços umidecidos,barbeador.




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Remédios:

Tanderalgin, dipirona, paracetamol, dicoflenáco sódico, ibuprofeno,

cefalexina e polaramine.

Nebacetin, dicoflenáco potássico, pomada para assadura, cremehidratante para os pés, protetor solar, protetor solar labial, repelente.

Repositor energético em comprimidos.

Estojo, solução, colírio e 01 par de lentes extras.

Óculos de grau.

Não relacionei as marcas dos artigos e quantidades de comida, poisacredito que cada pessoa possui preferências diferentes em função das

suas próprias necessidades e das suas condições.

Não relacionei também a quantidade de roupas íntimas, assim como aquantidade de camisetas e meias usadas durante toda a travessia. Eupor exemplo, levei uma quantidade suficiente para a travessia,lembrando que lavava as roupas sempre que podia e as deixava secar fora nos intervalos do jantar e no recuo da barraca durante a noite.

Acondicionei todos os itens em diferentes e resistentes sacos plásticos,descartando assim a necessidade de usar bolsa de higiene ou de

remédios.

Levei somente o que julguei necessário.

Não existem restrições em relação a comida industrializada paraconsumo próprio. Recomendo levar apenas comida liofutizada do Brasil,os outros alimentos você encontra em qualquer supermercado. Em

relação aos combustíveis (refil de gáz, benzina, outros) você encontracom facilidade e com preços justos, bem inferiores aos praticados aquino Brasil. Basta procurar por uma “FERRAMENTARIA”.

Leve sempre dinheiro de sobra, desta forma você não terá problemasem relação a alimentação, sempre há comida para comprar nosrefúgios pagos (Seron, Dickson, Los Perros, Grey, Pehoe, Los Cuernos,Chileno e Las Torres). Vendem também ovos que dá pra reforçar o caféda manhã. Com um bom desjejum você não terá problemas durante

caminhada.




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Você não sentirá tanta sede em função da sensação térmica, maslembre-se que é necessário se hidratar. A água em Torres Del Paine épotável, mas sempre verifique se é corrente, pois existem muitospântanos e turfeiras no circuito completo. Leve sempre Clorin, e na

dúvida não exite em usar. Cuidada para não se hidratar demais, o queocasiona a uma maior perda de importantes sais minerais. Existem avenda pastilhas repositoras de eletrolíticos, fáceis de encontrar em lojasde suplementos para musculação e de esportes.

Procure iniciar a caminhada logo pela manhã, assim você poderápercorrer a trilha com tranqüilidade e com tempo de sobra paracontemplar e fotografar, não deixando nenhum detalhe passar despercebido. Lembre-se que você pode caminhar com segurança até

as 21h, pois ainda haverá luz natural de sobra.Sugiro também pausa para almoço e descanso.

Recomendo o início do circuito a partir da Hosteria Las Torres em sentidoanti-horário, guardando a visita as torres para o final da travessia.Acredito que o objetivo principal de todos que visitam o ParqueNacional TDP é subir as até a Base de Las Torres. Desta forma você, emmomento algum pensará em abortar a travessia completa, ao contráriodaqueles que visitam a Base de Las Torres no primeiro dia com o

objetivo de percorrer o circuito no sentido horário e repentinamente (nasegunda perna do W, pra ser mais preciso no Lago Pehoe) decidem

não percorrer o circuito completo.

Encerro aqui esse relato e espero de alguma forma poder contribuir com a comunidade trilheira e com todos os amigos que se sentem dealguma forma incomodados com a rotina urbana e que nunca

desistem de percorrerem as trilhas da vida, sempre em busca do melhor caminho.




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Walter Matias

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Wagner P Oliveira

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