TREINAMENTO EM HIDROGINÁSTICA

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  • TREINAMENTO EM HIDROGINSTICA

  • Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) (Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Gonalves, Vera Lcia Treinamento em hidroginstica/ Vera Lcia Gonalves. - So Paulo: cone, 1996. - (Natao em Academias) Bibliografia. ISBN 85-274-0407-9

    1. Exerccios aquticos 2. Exerccios aquticos - Treinamento

    3. Ginstica I. Ttulo. II. Srie.

    96-1705 CDD-796.41

    ndices para catlogo sistemtico: 1. Hidroginstica: Treinamento: Esporte 796.41

  • VERA LLCIA GONALVES

    TREINAMENTO EM

    HIDROGINSTICA

    cone Editora

  • Srie Natao em Academias

    Apoio SEEAATESP Sindicato dos Estabelecimentos de Esportes aquticos, areos e terrestres do

    Estado de So Paulo

    Coordenador Prof. Gilberto Jos Bertevello

    Colaborador

    Prof. Paulo Henrique Bonacella

    Diagramao Rosicler Freitas Teodoro

    Reviso

    Vilma Mana da Silva

    Proibida a reproduo total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrnico, mecnico, inclusive atravs de

    processos xerogrficos, sem permisso expressa do editor (Lei n 5.988, 14/12/1973).

    Todos os direitos reservados pela

    CONE EDITORA LTDA.

    Rua das Palmeiras, 213 Sta. Ceclia CEP 01226-010 So Paulo SP

    Tels. (011)826-7074/826-9510

  • ndice Consideraes Gerais ..................................................................................... 6 Captulo 1.......................................................................................................... 8

    Propriedades Fsicas da gua........................................................................ 8 Captulo 2........................................................................................................ 12

    Tendncias e Programas dos Exerccios Aquticos..................................... 12 Captulo 3........................................................................................................ 15

    Aplicaes da Hidroginstica........................................................................ 15 Captulo 4........................................................................................................ 18

    Anamnese..................................................................................................... 18 Captulo 5........................................................................................................ 22

    Hidroginstica como Mtodo de Condicionamento Fsico ............................ 22 Captulo 6........................................................................................................ 27

    Planejamento de Aulas................................................................................. 27 Captulo 7........................................................................................................ 31

    Hidro Competitiva ......................................................................................... 31 Captulo 8........................................................................................................ 36

    Hidroginstica na Recuperao de Leses .................................................. 36 Efeitos Fsicos .............................................................................................. 36 Efeitos Fisiolgicos ....................................................................................... 36 Concluso..................................................................................................... 37

    Indicaes da Hidroterapia em Piscinas ................................................... 37 Contra-Indicaes da Hidroterapia em Piscinas ....................................... 38

    Capitulo 9........................................................................................................ 39 Hidroginstica Para Gestantes ..................................................................... 39

    BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 43

  • Consideraes Gerais HISTRICO A palavra Hidroginstica vem do grego e significa GINSTICA NA GUA". Esta atividade aqutica surgiu antes de Cristo. Hipocrates (460-375 a.C.) j utilizava banhos de contraste (gua quente e fria) no tratamento de algumas doenas. Nos dias de hoje esse tipo de tratamento bastante utilizado nos tratamentos fisioterpicos. Os romanos utilizavam a gua com finalidades recreativas e curativas. Existiam quatro tipos de banhos:

    - FRIGIDARIUM: banho frio utilizado para fins recreativos; - TEPIDARIUM: banho com gua morna, num ambiente com ar

    aquecido; - CALDARIUM; banho quente; - SUDATORIUM: um aposento saturado de ar mido quente, a fim

    de causar a sudorese. Ainda hoje existem estncias de guas muito semelhantes s antigas. As termas ou estncias de guas so pontos tursticos de vrias cidades como: Arax, Poos de Caldas, Caldas Novas, etc. Essas estncias atraem muitas pessoas que buscam nestes locais melhorar sua sade atravs de diferentes banhos e tratamentos aquticos. Os greos realizavam as caminhadas na gua. Em 1697 (Inglaterra) Sir John Flayer, mdico, arrendou terras e construiu piscinas compridas com gua pelo joelho e pedras no fundo. Ele fazia caminhadas teraputicas e, segundo se sabe, obteve resultados positivos. Os Spas realmente adotaram essa atividade, e os hspedes praticam diariamente as caminhadas aquticas. Em 1830, na Hungria, surgem os banhos em guas sulfurosas (quentes) com exerccios de calistnia. Essa tcnica deixa clara a preocupao em unir os benefcios do exerccio com as vantagens de estar trabalhando na gua. Mais tarde, mdicos americanos (E.U.A.) desenvolveram os primeiros programas de fisioterapia na gua, ou Hidroterapia.

  • Em 1903 foi aberto o primeiro centro de reabilitao na gua, em Boston. Ainda nos Estados Unidos, surgem mais tarde os programas para grupos de terceira idade (A.CM.). Talvez a tenha surgido o rtulo de que a "Hidra" era uma atividade voltada para pessoas idosas e, portanto, que era uma atividade leve e de baixa intensidade. Hoje essa idia foi modificada e o pblico em geral pratica a Hidroginstica. Hotis comeam a trabalhar com exerccios na gua com fins recreativos e logo depois os Spas adotam a Hidroginstica e incluem a atividade em seus programas. Para o Spa a Hidroginstica foi uma aquisio importantssima em seus programas. Os obesos praticam atividade fsica segura e eficiente com grandes possibilidades de perda de peso, se o programa for orientado nesse sentido. Clubes e academias introduzem a Hidroginstica gradativamente em seus programas. Nos clubes, atravs de programas recreativos, e nas academias, como aquecimento nas aulas de natao, at que finalmente a Hidroginstica conquistou seu espao prprio. A Hidroginstica j aplicada nos E.U.A. h aproximadamente 30 anos e no Brasil surgiu h mais ou menos 15 anos. No incio houve uma grande controvrsia de nomes, que determinavam a atividade, tais como: Aquanstica, Hidroaerbica, Aquaginstica, etc. Porm, o nome que sem dvida nenhuma define a atividade : "Hidroginstica".

  • Captulo 1

    Propriedades Fsicas da gua Agora que j entendemos como a Hidroginstica evoluiu at nossos dias, vamos conhecer mais de perto o meio no qual estaremos trabalhando. A gua possui caractersticas muito especficas que, quando bem exploradas, podem trazer grandes benefcios para os praticantes da "Hidro". Para que nos tornemos bons profissionais de "Hidro" precisamos somar o conhecimento das propriedades fsicas da gua com bons conhecimentos do exerccio propriamente dito e saber como aplicar esses exerccios dentro d'gua. Ento vamos conhecer mais de perto as propriedades fsicas da gua. As propriedades fsicas da gua so:

    - Massa - Peso - Densidade - Flutuao - Presso hidrosttica - Resistncia (viscosidade) - Temperatura

    MASSA Quantidade de matria que uma substncia compreende. PESO Fora com a qual a substncia atrada no sentido do centro da Terra. RELAO ENTRE MASSA E PESO A massa inaltervel e medida em quilogramas. O peso o efeito da gravidade sobre a massa e altera-se de acordo com a posio da substncia em relao Terra. A unidade de medida do peso o Newton. DENSIDADE A densidade de uma substncia a relao entre a sua massa e seu volume. A gua mais densa a 4C expandindo-se em temperaturas mais altas e em temperaturas baixas. O gelo menos denso do que a gua e por isso

  • flutua. Substncias misturadas na gua aumentam a sua densidade. Por isso a gua do mar mais densa do que a gua pura. DENSIDADE RELATIVA Ou gravidade especfica de uma substncia, a relao entre a massa de um dado volume da substncia e a massa do mesmo volume de gua. A densidade relativa da gua pura 1. Um corpo com gravidade especfica menor do que 1 flutuar; se este corpo tiver gravidade especfica maior do que 1, afundar na gua. FLUTUAO PRINCPIO DE ARQUIMEDES: quando um corpo est completa ou parcialmente imerso em um lquido em repouso, ele sofre um empuxo para cima, igual ao peso do lquido deslocado. Se um corpo tiver densidade relativa menor do que 1 ele flutuar porque o peso do objeto menor que o peso da gua deslocada. Se a densidade relativa for maior do que 1, ele flutuar logo abaixo da superfcie da gua. A densidade relativa do corpo humano com ar nos pulmes 0,95, por isso flutuamos. A flutuao a fora que atua no sentido oposto fora da gravidade (empuxo). Dentro d'gua nosso corpo est submetido a duas foras contrrias: gravidade (atua atravs do centro de gravidade) e flutuao (atua atravs do centro de flutuao = centro de gravidade do lquido deslocado). Se os dois centros se encontram na mesma linha vertical, o corpo permanece em equilbrio esttico; se isso no acontece, o corpo fica rolando at encontrar este equilbrio. A flutuao pode ser utilizada no auxlio do movimento, quando o membro movido para a superfcie da gua, e como resistncia ao movimento quando o membro vem da superfcie para a linha vertical do corpo. Quanto maior a alavanca maior ser a resistncia oferecida pela gua. Esta resistncia poder ser aumentada ainda mais se utilizarmos flutuadores, porque neste caso a posio do centro de flutuao ser alterada; a distncia deste ponto e o ponto em torno do qual a fora de flutuao exerce seu efeito mais curta e o momento de fora aumenta.

  • graas flutuao que o peso corporal na gua fica reduzido em quase 90% do peso real*. A coluna, articulaes e os msculos ficam livres de impacto. PRESSO HIDROSTTICA A gua exerce uma presso adicional sobre cada partcula da superfcie de um corpo imerso. LEI DE PASCAL - essa presso exercida igualmente sobre todas as reas da superfcie de um corpo imerso em repouso, a uma dada profundidade. A presso aumenta com a densidade do lquido e com a profundidade. Um indivduo em p na gua sofre maior presso nos ps do que no trax. RESISTNCIA A gua muito mais resistente do que o ar, exigindo assim maior esforo para realizao dos exerccios (fortalecimento muscular). A resistncia a sobrecarga natural que impomos aos alunos iniciantes (sem necessidade da utilizao de materiais). VISCOSIDADE Atrito ou frico que ocorre entre as molculas de um lquido e que causa resistncia ao fluxo do mesmo. Lquidos com muita viscosidade (leo) fluem lentamente e com pouca viscosidade (gua) fluem rapidamente. A viscosidade uma resistncia ao movimento porque as molculas de um lquido tendem a se aderir superfcie de um corpo movendo-se atrs do mesmo. A turbulncia aumenta com a velocidade, que aumenta a resistncia (quanto maior a viscosidade, maior a turbulncia e maior a resistncia). Porm, se este lquido for aquecido, sua viscosidade diminui porque as molculas do lquido ficam mais separadas. A viscosidade da gua da piscina menor do que a da gua do mar. A turbulncia ocorre quando a velocidade do lquido aumentada alm da chamada velocidade crtica. Lquido com alta viscosidade possui alta velocidade crtica. O fluxo turbulento um movimento irregular do lquido. Este fluxo cria movimentos rotatrios: redemoinhos movimentos aleatrios das molculas da gua. Quando o fluxo do lquido alinhado, a resistncia diretamente proporcional velocidade; mas se o fluxo turbulento, a resistncia diretamente proporcional ao quadrado da velocidade.

    * Com gua na altura do peito

  • A resistncia oferecida pelo fluxo alinhado o resultado do atrito entre as camadas das molculas do lquido. No fluxo turbulento a resistncia se d devido ao atrito entre molculas individuais do lquido. Quanto mais rpido o movimento maior a turbulncia. Desta forma podemos graduar a intensidade do exerccio, graduando a velocidade do mesmo de acordo com nossos grupos. TEMPERATURA A temperatura tem papel importante quando pretendemos alcanar o efeito de reduo do tnus muscular (descontrao, relaxamento). Se a temperatura estiver abaixo de 27C - 28"C, este objetivo no ser alcanado. Em contrapartida temperatura acima de 31C s recomendada no caso de trabalhos teraputicos (patologias). Para a Hidroginstica o ideal que a temperatura fique entre 27C e 31C. Uma das grandes dvidas com relao ao trabalho da Hidroginstica entender o porqu da atividade no ter uma resposta de dor aps a aula. Pesquisas tm demonstrado que atividades fsicas com impacto provocam micro-rupturas nas fibras musculares e a somatria destas microleses resultam numa resposta de dor ps-atividade. A Hidroginstica tem o impacto muito reduzido e isto diminui o risco das microleses, o que tambm diminui as dores musculares depois do exerccio.

  • Captulo 2

    Tendncias e Programas dos Exerccios Aquticos J vimos como a "Hidro" evoluiu e tomou a forma de aplicao que conhecemos hoje. Mas esta forma na realidade tem muitas tendncias e vrios programas diferenciados. So muitas as metodologias utilizadas pela Hidroginstica. Aqui esto relacionadas algumas delas. EUROPA KNEIP - Caminhada em gua fria na altura dos joelhos e com pedras no fundo que ativam a circulao. Livro: Minha Cura Atravs da gua. ESCOLA ALEM - EBERLEIN / KAALASSEN WASSER GIMNASTICK AQUATITIMIC. gua acima da cintura. Repetem trs vezes o mesmo exerccio. * E.U.A. HYDROROBICS - JOSEPH KRASEVEC considerado um grande profissional na Amrica. Esteve no Brasil varias vezes ministrando cursos e divulgando o Hydro-robics. Seu trabalho tem as seguintes caractersticas: gua no peito - grande fase aerbica - parte local usando a borda como apoio - utiliza diferentes materiais e hoje aplica seus conhecimentos com atletas. DEEP WATER - Exerccios aquticos praticados em piscina funda onde os alunos no tocam os ps no cho. Esse trabalho tem impacto zero e deve-se utilizar um colete ou cinto de flutuao. Dentro desta estratgia pode-se optar por dois programas: DEEP WATER EXERCISE - utilizando isoladamente exerccios especficos para diferentes segmentos musculares como: abdmen, adutores e abdutores, quadrceps, etc. Podemos ainda recorrer utilizao de equipamentos que aumentem a resistncia da gua como hidro halteres, botinhas flutuadoras ou tornozeleiras. WATER RUNNING - Nesta estratgia so utilizados programas de corrida na gua. Este programa e o anterior, Deep Water Exercise, so muito usados por atletas lesionados que no podem diminuir sua capacidade aerbica durante a recuperao das leses (desde que o mdico autorize o trabalho).

  • AOUAMOTION - PEGGY BUCHANAS e DEBBY MILLES Surgiu em 1984. Tem linguagem prpria, os exerccios tm nomes de seres aquticos e constitudo por 16 exerccios bsicos com variaes. Os exerccios so realizados em trs nveis: REBOUND, SUSPEND e NEUTRAL. Objetivo Principal: ENDURANCE - Resistncia fadiga em trabalhos de longa durao com intensidade moderada. Benefcios do Endurance:

    a. aumento da capilarizao; b. aumento do tnus muscular: c. pequena hipertrofia; d. melhora da flexibilidade.

    As professoras utilizam "talking test". Conversam com os alunos durante a aula para sentirem se o trabalho aerobico est sendo alcanado. Estrutura da aula:

    - 5' a 8' de aquecimento - 30' a 35' de trabalho aerobico - 5' a 8' de relaxamento

    STRENGTH TRAINING (Treinamento de Fora) - principal objetivo: fora muscular (body building). Utilizao de equipamentos como HIDRO-TONE/AQUA-TONER. FLEXIBILITY TRAINING (Treinamento de Flexibilidade) - o principal objetivo deste programa melhorar a flexibilidade. AQUA-POWER AEROBICS - combinao do trabalho crdio-respiratrio, trabalho de fora e de resistncia muscular (parte aerbica da aula). Utilizao de equipamentos. SPORT SPECIFIC AND SPORTS CONDITIONING - nestes programas so trabalhados exerccios especficos para diferentes esportes como: voley, basket, futebol, tnis, etc. STEPS AEROBICS - trabalho com step na gua visando ao condicionamento crdio-vascular. INTERNAL TRANING - dirigido a atletas bem condicionados. Combinao de exerccios de alta, mdia e baixa intensidade. CIRCUIT TRAINING - exerccios de fora e exerccios aerbicos intercalados em estaes.

  • WATER WALKING - caminhada com gua na altura do peito visando o trabalho crdio-respiratorio. OBS.: algumas pesquisas demonstraram que quanto maior a profundidade maior o gasto calrico. Alguns estudos provaram que em um percurso de trs milhas percorrido em uma hora com a gua na altura da coxa so gastos aproximadamente 460 cal. WATER JOGGING - corrida na gua, tocando os ps no cho. Pode-se variar a direo da corrida (lateral, frente ou para trs), o movimento de braos e o trabalho de elevao de calcanhares ou joelhos. WATER TONNING - trabalha a resistncia muscular e o tnus muscular. O mesmo movimento repetido muitas vezes. So trabalhados alternadamente membros superiores, inferiores e abdmen. BRASIL GINSTICA AQUTICA - um programa que mistura vrios mtodos. Utiliza diversos equipamentos. HIDROSTEP - banco ou step na gua. Trabalha coordenao motora, equilbrio, ritmo e melhora o condicionamento crdio-respiratrio. HIDROGINSTICA INTEGRATIVA - bioenergtica dentro d'gua. Trabalho alternativo, visa o equilbrio corpo, mente e esprito. HIDROGINSTICA COMPETITIVA - objetivo: aumentar a intensidade do trabalho crdio-respiratrio, trabalhar ritmo, agilidade e coordenao. Atrair o pblico jovem para a atividade. Como pudemos perceber, existem vrias formas de aplicar os exerccios aquticos. Cada profissional pode criar seu estilo, seu programa, desde que respeite a estrutura da aula e no fuja dos objetivos tcnico-pedaggicos da Hidroginstica. Nesses quase 10 anos de trabalho eu tambm criei uma metodologia na qual me baseio para estabelecer e estruturar minhas aulas.

  • Captulo 3

    Aplicaes da Hidroginstica Levando-se em considerao que a "Hidro" mais um mtodo de condicionamento fsico, devemos estabelecer as metas a serem atingidas com esse trabalho. OBJETIVOS GERAIS

    - Melhorar as condies crdio-respiratrias. - Trabalhar a fora e resistncia muscular. - Melhorar a flexibilidade. - Trabalhar coordenao motora global, ritmo e agilidade.

    OBJETIVOS ESPECFICOS

    - Reeducao respiratria (presso hidrosttica). - Melhorarei postura (conhecimento corporal, equilbrio e

    propriocepo). - Melhorar o relaxamento.

    BENEFCIOS A "Hidro" vem ganhando mais e mais espao a cada dia. E no para menos; alm dos benefcios da atividade fsica em si, podemos aproveitar os benefcios do exerccio feito dentro da gua. Vejamos alguns deles:

    - Auxilia na correo postural, conhecimento corporal e equilbrio. Boa atitude corporal (presso hidrosttica).

    - Auxilia o retorno venoso (presso hidrosttica). - Auxilia a reeducao respiratria (presso hidrosttica). - Melhora as qualidades e capacidades fsicas, bem como o

    condicionamento fsico geral, aerbico e muscular (resistncia da gua).

    - Desenvolvendo a boa forma fsica, proporciona ao indivduo uma aparncia saudvel e jovial, diminuindo as probabilidades de doenas.

    - Proporciona ao indivduo maior capacidade de resistncia ao stress.

    - Auxilia no relaxamento (flutuao, turbulncia e temperatura - efeito massageador).

    VANTAGENS DO TRABALHO COM A HIDROGINSTICA A gua um elemento vital em nossas vidas. Sem gua no sobrevivemos. A gua um meio que nos proporciona prazer e relaxamento. S com o fato de estarmos dentro d'gua j sentimos os benefcios que o meio oferece.

  • A grande vantagem do nosso trabalho exatamente estarmos nos exercitando na gua. Mas vamos citar algumas outras vantagens.

    - A movimentao corporal facilitada pela sustentao (flutuao). O peso corporal aliviado em aproximadamente 90% dentro d'gua (desde que o indivduo esteja com a gua na altura do peito). A gua auxilia os exerccios mais difceis.

    - A diminuio do impacto - articulao, msculos e coluna podem ser trabalhados com maior segurana.

    - Ambiente descontrado - alunos mais vontade, relaxados, sem preocupao com a silhueta no espelho, com a roupa que esto usando ou com a falta de coordenao e habilidade. Dentro d'gua os alunos no se enxergam direito porque a gua fica na altura do peito.

    - Melhora a autoconfiana - o indivduo consegue realizar movimentos dentro d'gua que seriam impossveis em terra. Mesmo aqueles que no sabem nadar podem praticar a Hidroginstica.

    - Performance global - a resistncia da gua atua tridimensionalmente exigindo trabalho da musculatura agonista e antagonista.

    - Ausncia do desconforto da transpirao (na gua perdemos calor por conduo).

    - A gua um bom condutor de energia. - Sobrecarga natural: a resistncia da gua. - As dores musculares aps a "Hidra'' so menos presentes,

    devido diminuio sensvel do impacto e pouca utilizao de contraes excntricas.

    RESUMO Uma atividade fsica em que alcanamos os mesmos benefcios de qualquer outro mtodo de condicionamento fsico, sem preocupao com impactos (leses), sem o desconforto da transpirao e da exausto, num ambiente descontrado e num meio atrativo: A GUA. DESVANTAGENS

    - Trabalho muito subjetivo (pouca pesquisa). - Difcil avaliao. - Profissionais mal orientados.

    PBLICO No incio os indivduos que procuravam a Hidroginstica eram na maioria colunopatas, cardacos, obesos, idosos, pessoas com problemas de joelhos, tornozelos e aqueles que eram radicalmente contra as atividades muito intensas, como corrida, ginstica aerbica, etc.

  • Hoje nosso pblico constitudo por homens e mulheres sadios, alm de jovens e at crianas, todos com muito "'pique". At os grandes times de futebol, voley, basquete, etc. j aderiram Hidroginstica. Seja na recuperao ps-jogo, ou na recuperao de atletas lesionados. ONDE PRATICAR? CLUBES - As piscinas normalmente so descobertas, os grupos pouco assduos e a temperatura (clima) instvel de algumas cidades "(SP) deixam o trabalho prejudicado. Se a piscina for coberta, o rendimento do grupo ser bem maior. SPA - a Hidroginstica parte integrante do programa. A grande parte do pblico do SPA obeso e a "Hidro" tem uma resposta muito positiva com os obesos. ACADEMIAS - ideal porque rene as melhores condies para o nosso trabalho. A piscina coberta e aquecida. O pblico mais assduo porque paga a mensalidade. Os alunos passam pela avaliao mdica. O trabalho do professor facilitado. PISCINA IDEAL PARA O TRABALHO DA HIDROGINSTICA PROFUNDIDADE: de 1,20m a l,50m. Nestas condies podemos receber alunos com diferentes estaturas e todos trabalharo com segurana. TEMPERATURA: DE 28C a 31C. A temperatura da gua vai variar de acordo com o local onde vai ser desenvolvido o trabalho (So Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, etc). AVALIAO MDICA Nenhum aluno dever iniciar as aulas de Hidroginstica sem antes ter passado pela avaliao mdica da entidade (clube, academia, etc). Se a academia ou clube no possuir uma estrutura mdica satisfatria, interessante que o professor solicite de seus alunos um exame ergomtrico (mulher acima dos 30 anos e homens acima dos 35 anos). Alm destas medidas, os alunos devem preencher tambm uma ficha de sade (anamnese), para que o professor conhea mais profundamente a sade de seus alunos, e possam assim planejar adequadamente suas aulas. A seguir sugiro um modelo de Ficha de Anamnese.

  • Captulo 4

    Anamnese Nome: ____________________________________________________ Atividade: _______________________ Idade: ___________________ Dias: ___________________________ Horrio: __________________ Profisso: __________________________________________________ Quais so seus objetivos ao procurar a Hidroginstica? ( ) esttica ( ) condio fsica ( ) lazer ( ) aprendizagem ( ) teraputico ( ) convvio social ( ) outros___________________________________________________ Pratica alguma atividade fsica atualmente? Em caso afirmativo: O qu?_________________________________________ Local___________________________________________________________ Quantas vezes por semana?________________________________________ H quanto tempo?________________________________________________ J praticou alguma atividade fsica? ( ) sim ( ) no O qu?_________________________________________________________ Durante quanto tempo?____________________________________________ Quantas vezes por semana?________________________________________ H quanto tempo interrompeu?______________________________________ Est em dieta para emagrecer? ( ) sim ( ) no Ou ganhar peso? ( ) sim ( ) no Em caso afirmativo especifique o tratamento/medicao: ______________________________________________________________________________________________________________________________ Voc fuma? ( ) sim ( ) no J fumou? ( ) sim ( ) no Se deixou de fumar, quando?_______________e por qu?________________ _______________________________________________________________ Sofre ou sofreu de algum problema na coluna? ( ) sim ( )no Especifique qual tratamento:________________________________________ _______________________________________________________________ J sofreu algum tratamento sseo? ( ) sim ( ) no Especifique:__________________________________________________ Mencione qualquer doena seria e/ou internao hospitalar. (No caso de parto especifique quantos, h quanto tempo e quais as condies)___________________________________________________

  • Sofre de hipertenso? ( ) sim ( ) no Faz tratamento mdico? ( ) sim ( ) no Especifique tratamento e medicao: ___________________________ Sofre de diabete? ( ) sim ( ) no Faz tratamento mdico? ( ) sim ( ) no Especifique tratamento e medicao:_________ Sofre no momento de qualquer mal ou algo que deva ser salientado, que necessite de cuidados especiais durante a aula? (exemplo: asma, bronquite, problemas cardacos, etc.)____________ Atualmente encontra-se cm tratamento mdico? ( ) sim ( ) no Especifique:________________________________________________ Em caso de urgncia a quem devemos chamar? Nome: ____________ Endereo: ______________________________________Fone:_________ Nome e telefone do mdico responsvel: Peso:____________________________Altura:_____________________ Presso Arterial:______________________________________________ Freqncia Cardaca em Repouso:______________________________ Freqncia Cardaca Mxima (220 - idade): ______________ Freqncia Cardaca Sub-Mxima (195 - idade):__________________ OBSERVAES: Use o espao abaixo para qualquer coisa que voc ache importante para que possamos atender ainda mais suas necessidades individuais:___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

  • AVALIAO TCNICA Avaliao computadorizada - com reavaliao de 6 em 6 meses (ideal). Pr-teste - ABDOMINAL / FLEXIBILIDADE / BANCO/ ALTURA / PESO / DOBRAS CUTNEAS Reavaliao de 3 em 3 meses. OBS.: Todos estes testes so realizados em terra. Circuito de avaliao - atravs de estaes:

    - Sempre as mesmas estaes; - Cada aluno tem uma ficha individual; - Reavaliar todo ms (ltima aula do ms).

    OBS.: O circuito cria expectativa e motivao ao grupo, porm uma avaliao muito subjetiva e nada cientfica. CONDIES IDEAIS PARA O TRABALHO importante que voc tenha uma piscina adequada, com profundidade e temperatura corretas. A segunda preocupao com o grupo. O ideal que o grupo seja homogneo quanto idade (adultos/adolescentes/crianas) e quanto ao nvel tcnico (bsico/intermedirio/adiantado). IDEAL:

    - Grupos com no mximo 18 alunos por professor. Mais do que isso, necessita de um assistente;

    - Os grupos podem ou no ser mistos; - Grupos divididos em nveis tcnicos.

    DIVISO DE NVEIS TCNICOS NVEL I - BSICO Trabalho de base com introduo aos exerccios da Hidroginstica. Preocupao com a postura, limpeza dos movimentos e muita correo (40' de aula). NVEL II INTERMEDIRIO Aumentar a velocidade aumentando a intensidade dos exerccios. Introduo de exerccios combinados de maior complexidade. Introduo aula coreografada (45' a 50' de aula).

  • NVEL III ADIANTADO Propor maior intensidade e complexidade nos exerccios. Introduzir as ligaes e coreografias (60' de aula). Na realidade, o mais importante o "feeling" do professor, o bom senso. Adaptao e criatividade so indispensveis para o professor da Hidroginstica. ESTRUTURA DA AULA O tempo real de cada fase da aula dever variar com a durao total da aula. AQUECIMENTO

    - (de 8" a 10') prepara o corpo para o trabalho. Previne leses, aumenta a capacidade do corpo para receber trabalho aerbico.

    - O aquecimento aumenta a freqncia cardaca gradualmente: - Aumenta a temperatura corporal; - Supre de sangue, articulaes e msculos.

    PARTE PRINCIPAL (TRABALHO AERBICO)

    - (de 20 a 25' no mnimo) - o objetivo a elevao da freqncia cardaca at atingir a freqncia alvo (efeito sobre o sistema crdio-respiratrio). Para atingirmos este objetivo podemos utilizar: saltitamentos, deslocamentos, exerccios combinados para desenvolver a coordenao, ritmo, agilidade.

    LOCALIZADA

    - (de 10' a 15') - trabalho de fora e resistncia muscular. importante para a "conscincia corporal".

    Podemos utilizar para apoio diferentes materiais: a borda da piscina, uma barra, pranchas, hidro halteres, tornozeleiras, etc. VOLTA CALMA

    - (de 5' a 8') visa diminuio gradativa da freqncia cardaca at o batimento do corao voltar ou se aproximar da Freqncia Cardaca de Repouso.

    Para isso temos diversas formas de trabalho:

    - Alongamento: - Relaxamento induzido; - Trabalho com turbulncia, etc.

  • Captulo 5

    Hidroginstica como Mtodo de Condicionamento Fsico A todo momento, durante nossas aulas, estamos usando o termo FITNESS e falando sobre a importncia da atividade fsica para a manuteno da sade. Mas ser que sabemos exatamente o conceito e o alcance desses termos? Vamos detalhar melhor Fitness e Sade: FITNESS "Capacidade de realizar atividades dirias com vigor e energia, e uma demonstrao de traos e capacidades que so associados a um baixo risco de desenvolvimento prematuro de doenas hipocinticas" (PAT - 1988). SADE "Sade um estado de completo bem-estar fsico, mental e social" (conceito da OMS - Organizao Mundial de Sade). "Condio humana com dimenses fsica, social e psicolgica, cada uma caracterizada por um continuum de plos positivos e negativos. A sade positiva associa-se capacidade de apreciar a vida e de resistir aos desafios, no meramente ausncia de doenas. A sade negativa associa-se morbidade e no extremo mortalidade" (BOUCHARD- 1990). Para ns, professores de Hidro, faz-se muito importante dominar a fundo estes conceitos de sade, pois um dos principais objetivos a ser alcanado pelos alunos que nos procuram. TRABALHO AERBICO O "American College of Sports Medicine" (1978) recomenda que os exerccios aerbicos sejam realizados por um perodo de 15' a 60'. Como a durao das aulas variam entre 45' a 60' , 20' a 30' o tempo destinado a esta fase. Para se queimar suficiente quantidade de calorias, aplicar estmulos satisfatrios para melhorar a capacidade aerbica e a composio corporal, devemos trabalhar no mnimo 20', desde que a intensiddae seja satisfatria. Para que nosso trabalho seja seguro e alcance o ganho cardiovascular que procuramos, a maioria dos especialistas recomenda exerccios aerbicos a uma intensidade de 60 % a 80 % da Freqncia Cardaca Mxima de reserva (F. C. Mx.) de acordo com a frmula de Karvonen: 220 - idade = F.C. MAX F.C.MAX - F.C. BASAL = F.C. DE RESERVA

  • F.C.DE RESERVA x 60% + F.C.REPOUSO = F.C. MIN. DE TREINAMENTO F.C.DE RESERVA x 80%; + F.C.REPOUSO = F.C. MAX DE TREINAMENTO Segundo Cooper (1982), aulas com exerccios aerbicos com 30' de durao, 3 a 5 vezes por semana, aumentam a capacidade aerbica e criam uma significativa proteo contra molstias cardiovasculares. FONTES ENERGTICAS GLICOGNIO - MSCULO - LIMITADO Aps 25 de trabalho diminui o glicognio e o corpo pede a ajuda ao AGL (cido graxo livre). QUANTO MAIOR O TEMPO DO EXERCCIO - MAIS AGL UTILIZADO QUANTO MAIOR A MASSA MUSCULAR - MAIOR O GASTO ENERGTICO QUANTO MAIOR O TEMPO DE TRABALHO - MAIOR GASTO ENERGTICO EXERCCIOS LOCALIZADOS Objetivo: melhorar a fora e a resistncia dos principais grupos musculares. Fora e resistncia muscular esto relacionadas entre si, mas no so a mesma coisa. A fora muscular pode se manifestar sob duas formas: DINMICA e ESTTICA Fora dinmica - encurtamento das fibras musculares - o movimento presente. Fora esttica - no existe encurtamento das fibras musculares (contrao isomtrica), no h movimento. FORA DINMICA EXCNTRICA E CONCNTRICA Fora dinmica concntrica - a fora maior do que a sobrecarga do movimento. Fora dinmica excntrica - a fora menor do que a resistncia oferecida. Por um pequeno momento o msculo sofre um alongamento enquanto se contrai. Ex: os movimentos de volta posio inicial (a resistncia volta). muito importante manter a massa muscular; o tecido muscular responsvel pela queima de calorias. Durante regimes o corpo tenta preservar a gordura corporal o mais que puder para us-la em ltimo recurso. Sendo

  • assim, o corpo procura outras fontes de energia; e o tecido muscular, que no est sendo utilizado pelo exerccio, passa a ser usado para a energia. O corpo comea a se consumir. Dietas pobres em carboidratos inibem a utilizao de gorduras, aumentando assim a perda de msculo. Estudos mostram que o gasto dos msculos no acontece se a dieta acompanhada por exerccios localizados. Assim a massa muscular preservada ou aumentada e mais gordura perdida. FREQNCIA CARDACA ALVO Se pretendemos desenvolver o condicionamento aerbico em nossos alunos, devemos utilizar os princpios de treinamento j mencionados. Durante o trabalho aerbico a Freqncia Cardaca (F.C.) dos alunos deve atingir a Freqncia de Treinamento. Nossa primeira medida ensinar nossos alunos a medirem a F.C. e explicar o porqu deste procedimento. So conhecidas algumas frmulas que exprimem a F.C. de treinamento, mas para facilitar nosso trabalho sugiro duas formas para o clculo: ZPT ZPT (Zona Pessoal de Treinamento) usada principalmente nas aulas de ginstica aerbica.

    220 - IDADE = F.C. MXIMA Se o indivduo trabalhar entre 72% e 87% da F.C. MX., ele estar na zona de treinamento. Exemplo: 220 - 30 = 190 (F.C. MX.) 190 x 72% = 136 (F.C MNIMA DE TREINAMENTO) 190 x 87% = 165 (F.C.MXIMA DE TREINAMENTO) F.C. SUBMXIMA Freqncia Cardaca SUBMXIMA 220 -IDADE = F.C. MXIMA 195 - IDADE = F.C. SUBMXIMA O clculo da F.C. SUBMXIMA bastante simples e o resultado prximo F.C.MXIMA DE TREINAMENTO (Z P T). Exemplo: 195 - 30 = 165 (este o mximo que a frequncia dever atingir).

  • Sabemos que a maioria de nossos alunos no esto habituados a fazer este tipo de medio. Sendo assim, esta forma de avaliao no tem muita fidedignidade. importante que o professor conhea os limites de seus alunos. O rosto do aluno demonstra seu cansao. Uma forma muito utilizada o "talking test". Converse com seus alunos durante a parte aerbica e sinta as condies de fadiga deles. Devido recuperao da F.C. na gua ser mais rpida (dissipao de calor mais veloz atravs da conduo), utilizamos a medio em 6 seg. Uma pesquisa realizada com nadadores comprova que a F.C. na gua 13% mais baixa. Porm, no existe ainda uma pesquisa com exerccios de Hidroginstica. Apesar da F.C. ser mais baixa, o consumo de oxignio dentro e fora d'gua o mesmo. BATIMENTO CARDACO NA GUA Alguns indivduos percebem a F.C. mais baixa na gua durante o exerccio. Muitos estudos vm sendo realizados na tentativa de provar que a F.C. se mantm mais baixa em atividades fsicas na gua. Surgem ento algumas teorias. TEORIAS POR VARIAO: CALOR Com o exerccio a temperatura corporal aumenta. O corpo libera este calor atravs da evaporao (suor) e conduo (transferncia de calor para a pele). Como a dissipao do calor na gua mais rpida, pois perdemos calor por conduo, menor o stress e menor o batimento cardaco. GRAVIDADE Na gua o efeito da gravidade menor, porque o empuxo age em sentido contrrio gravidade. O sangue tem mais facilidade de ser bombeado para cima. de volta ao corao. Isso significa menor esforo para o msculo cardaco, menor batimento cardaco. COMPRESSO A Presso Hidrosttica: aumentando a presso nos vasos, o retorno venoso facilitado e o corao tem menos stress.

  • PRESSO PARCIAL Os gases penetram nos lquidos mais facilmente sob presso. Dessa forma, durante o exerccio, o oxignio absorvido mais facilmente pelo sangue. Maior eficincia de absoro; menor trabalho do corao. REFLEXO DE MERGULHO Um primitivo reflexo associado com um nervo da regio nasal chamado de reflexo de mergulho. Quando o rosto est submerso, este reflexo diminui o batimento cardaco e a presso sangunea. Estudos sugerem que apenas a aproximao da gua no rosto j ativa o reflexo de mergulho. Um estudo feito na The Human Performance Lab at Adelphi University descobriu que na gua a F.C. diminui aproximadamente 13% (Lindle, 1989). The Institu For Aerobics Research (Instituto de Pesquisas Aerbicas) em Dallas, Texas, determina uma reduo de 17 batimentos por minuto, no trabalho dentro d'gua (Windhorst and Chossek, 1988). MacArdle, 1986 similar para exerccios na horizontal.

  • Captulo 6

    Planejamento de Aulas Uma das grandes dificuldades do professor no deixar suas aulas carem na rotina para que os alunos no percam a motivao. Para que isso no ocorra preciso criatividade e versatilidade, alm, claro, de muito conhecimento da tcnica, porque no podemos fugir dos objetivos previamente estabelecidos. Existem muitas estratgias para alcanarmos a melhoria cardio-respiratria, fora e resistncia muscular. A primeira medida estabelecer os objetivos a longo, mdio e curto prazos. Planejar 8 aulas (mais 2 de reserva) se a freqncia 2 vezes por semana e 12 aulas (mais 2 de reserva) se for 3 vezes por semana. Turmas com aulas 3 vezes por semana =12 aulas/ms Turmas com aulas 2 vezes por semana = 8 aulas/ms

    Sugesto de Planejamento Mensal (8 aulas):

    Aquecimento Parte aerbica Local Volta calma Articular Deslocamento com corrida Articular Deslocamento com corrida Articular Deslocamento com corrida Articular Deslocamento

    Exerccios sem deslocamento Exerccios com deslocamento Trabalho em duplas Aerolocal Resistncia de Membros Inferiores Halteres Plsticos Resistncia de membros superiores Aula Coreografada Circuito de avaliao

    Borda Membros interiores Pranchas Abdominal Duplas Local na borda Abdominal Tornozeleiras Halteres Membros superiores Luvas Circuito

    Alongamento Relaxamento com prancha Transporte Soltura Dana Alongamento Relaxamento com apoio halteres Hidromassagem Relaxamento induzido

  • VARIAES

    - Aula equipada; - Aula em grupos; - Circuito gigante: - GAP (glteo/abdmen/perna), etc.

    VARIAES DE AULA Podemos utilizar muitos materiais, mas importante que aproveitemos as caractersticas dos materiais: flutuabilidade, resistncia, apoio, etc. Alm dos materiais j conhecidos, temos agora as luvas, o hidrostep e o acquatub. Diferentes materiais:

    - Pranchas; - Bolas; - Bias de brao; - hidro halteres; - Palmares; - Barra; - Luvas; - hidrostep; - tornozeleiras; - Cinto de flutuao; - acquatub.

    Outras variaes:

    - Aula em duplas; - Aula em grupos; - Circuito gigante; - Recreativa, etc.

    Aulas especiais:

    - Dia das mes; - Dia dos pais; - Aula dos namorados; - Aula em famlia, etc.

    TRABALHO EM CIRCUITO Por que utilizar o circuito em nossas aulas?

    - Aumentar a intensidade do trabalho aerbico e/ou localizado; - Variao de aula; - Como forma de avaliao peridica.

  • FORMAS DE CIRCUITO, exemplos: 1. Estaes: Circuito local: somente estaes com exerccios localizados (diferentes grupos musculares). Circuito aerolocal: intercalar estaes aerbicas e localizadas. OBS.: A forma escolhida depende do objetivo proposto pelo professor. O nmero de estaes, o tempo de durao das estaes e o intervalo dependem do estgio de treinamento do grupo. 2. Circuito aerolocal gigante: Dividir o grupo em dois subgrupos. Trabalhar uma estao aerbica, todos juntos no centro, e uma local (intercalando). Todos fazem a parte local ao mesmo tempo empados diferentes da piscina. HIDROGINSTICA COREOGRAFADA A quem se destina? R: Aula aplicada para grupos intermedirios e adiantados. Somente depois de os alunos dominarem (com segurana e eficincia) os exerccios e movimentos bsicos da Hidroginstica, podemos "incrementar" nossas aulas com a coreografia. OBJETIVOS

    - Aumentar a intensidade do trabalho aerbico; - Aumentar o grau de dificuldade dos exerccios, trabalhando ainda

    mais a coordenao motora global, agilidade e ritmo; - Dar maior motivao aos grupos, tornando a aula mais dinmica

    e estimulante. APLICAO Exemplo de estratgia para "passar" a coreografia:

    - Ter certeza de que o grupo est preparado para este tipo de aula;

    - Passar em primeiro lugar os exerccios isolados e corrigir a tcnica;

    - Treinar muito estes exerccios bsicos; - Durante o incio do trabalho, utilizar ritmo moderado para que

    todos possam acompanhar; - Acrescentar um exerccio por vez; - Incluir as ligaes;

  • - No incio, treinar a seqncia, repetindo muitas vezes o mesmo exerccio (exemplo: 16 tempos) para depois determinar o nmero de repetio desejado em cada exerccio (exemplo: 8 tempos ou 4 ou at 2 tempos).

    OBS.: 1. LIGAES: so deslocamentos, elementos de dana, de natao e ginstica. Importante: devem ser harmoniosas. 2. DESLOCAMENTOS: do dinmica coreografia (corridas para frente, para trs, etc). 3. FIGURAS: colunas, fileiras, crculos, etc, auxiliam na dinmica e aumentam o grau de dificuldade da coreografia. 4. A partir da Hidro Coreografia da aula, podemos montar uma equipe e partimos para a HIDRO COMPETITIVA.

  • Captulo 7

    Hidro Competitiva O que Hidro Competitiva? R: uma nova modalidade de atividade fsica aqutica, baseada no trabalho pedaggico da Hidroginstica. Onde e como surgiu? Pelo que se tem notcia, o Brasil o primeiro pas a desenvolver a Hidro Competitiva, que se iniciou em So Paulo, e foi desenvolvida pela Prof- Vera Lcia Gonalves. Em 1989, aps o 1Q Curso Internacional de Hidro, surgiu a ideia de se montar uma equipe para apresentar no ano seguinte a primeira coreografia e planejar o l Festival de Hidro Competitiva. OBJETIVO Treinamento especfico de fora, flexibilidade, ritmo e coordenao. Desenvolvimento de elementos da Natao, Nado Sincronizado e Ginstica Acrobtica, alm dos exerccios da Hidroginstica, e claro: a Competio! Por que a Hidro Competitiva?

    - Dar maior estmulo aos alunos adiantados; - Captar um nmero maior de alunos, principalmente o pblico

    jovem; - Ampliar as opes de trabalho dentro da Hidroginstica; - Como complemento do trabalho aerbico (condicionamento

    cardiovascular); - Proporcionar maior motivao a professores (criao de

    coreografias e treinamento das mesmas). O Bal Aqutico e o Nado Sincronizado so modalidades aquticas que desenvolvem a competio h muito tempo, porm sua difcil tcnica limita o pblico praticante, fato este que no ocorre com a Hidro Competitiva, pois no exige treinamento de alto nvel para sua prtica; apenas dedicao e paixo.

    PRINCIPAIS DIFERENAS ENTRE A HIDROGINSTICA E A HIDRO COMPETITIVA

    Objetivos - como j citamos anteriormente, temos objetivos muito especficos neste trabalho.

  • O grupo (equipe) - composto por alunos ou atletas com nvel adiantado quanto tcnica de execuo dos exerccios. O grupo dever ser o mais homogneo possvel e ter um excelente condicionamento aerbico e muscular. Treinamento - os treinos devem acontecer no mnimo trs vezes por semana com durao de aproximadamente 2 horas. Esses treinos devero ser divididos entre:

    - Trabalho aerbico (na gua, atravs de exerccios especficos de Hidro);

    - Fora (na gua com sobrecarga hidro halteres, luvas, etc. e/ou na sala de musculao);

    - Exerccios para domnio do corpo na gua, adaptao gua e exerccios acrobticos (cambalhotas, esquadros, etc).

    COREOGRAFIA Recurso didtico utilizado para desenvolver resistncia crdio-respiratria e coordenao motora. uma combinao de habilidades. Para compor uma coreografia utilizamos:

    - Exerccios especficos de Hidroginstica; - Exerccios acrobticos; - Exerccios adaptados de nado sincronizado, natao e ginstica

    geral; - Elementos e tcnica de dana. Tendo como elementos de

    variao as capacidades perceptivas: corpo, espao/direo e tempo/ritmo.

    TIPOS DE COREOGRAFIA Bsica - composta de uma ou duas habilidades com baixo nvel de complexidade. Intermediria - combinao de habilidades bsicas com exerccios especficos de Hidroginstica, utilizando elementos de variao. Solicita maior ateno e memria motora. Avanada (Demonstrao) - combina habilidades bsicas, exerccios especficos de Hidroginstica, elementos de outras modalidades aquticas ou adaptadas gua, utilizando elementos de variao. E realizada em forma de duplas ou grupos. Competio - especialmente elaborada para competio, obedecendo regulamento estabelecido. Combina habilidades especficas, elementos e tcnicas de dana, exerccios de ginstica geral, tcnicas de natao e nado sincronizado, exerccios e principalmente exerccios especficos de Hidroginstica.

  • MSICA A msica elemento de extrema importncia na montagem das coreografias. Alm de fornecer o ritmo dos exerccios, fator determinante na motivao da mesma. Sendo assim, todos os praticantes da Hidro Competitiva devem dominar os conceitos bsicos de msica, tais como ritmo, compasso, frase musical, etc. RITMO Conceito: toda sensao de movimento. Exemplo: as batidas do corao, o pndulo do relgio, o pra-brisas do carro. um padro regular de movimento e/ou som, que pode ser sentido, visto ou ouvido (Harris, 1978). Na msica, ritmo a ordem a que obedecem os sons no discurso musical. Percebemos o ritmo atravs dos acentos fortes e fracos. TEMPO BATIDAS Movimentos que fixam a durao absoluta dos valores. Batidas que ocorrem em um padro contnuo de pulsaes fortes e fracas (mais ou menos acentuadas). COMPASSO REUNIO DE TEMPOS Binrio: 2 tempos (1 forte e o 2- fraco) Exemplo: marcha, samba, baio. Tercirio: 3 tempos (1 forte, 2 e o 3 fracos) Exemplo: valsa, minueto. Quaternrio: 4 tempos (Ia forte, 2 fraco, 3 forte e o 4 fraco). Exemplo: rock, bossa nova, bolero, fox. Existem tambm compassos mistos: Setenrio (ternrio e quaternrio) Quinrio (binrio e tercirio) O 1 tempo sempre mais forte. O quaternrio o compasso mais usado em nossas coreografias. Utilizamos dois compassos quaternrios para a contagem, por isso contamos at 8. Em alguns casos ainda subdividimos o compasso quando aumentamos a velocidade dos exerccios. ANDAMENTOS So graduaes do movimento em que se executam os trechos da msica (velocidade do ritmo). So eles: vagarosos: de 40 a 72 bpm; moderados: de 72 a 120 bpm; rpidos: de 120 a 180 bpm.

  • REGULAMENTO DA HIDRO COMPETITIVA A avaliao dos exerccios da Hidro Competitiva est dividida em dois itens: BONIFICAES PERFORMANCE (TCNICA) Seleo de exerccios adequados gua; Execuo tcnica dos exerccios aquticos Sincronismo do grupo/dupla; Qualidade e dinamismo dos movimentos. APRESENTAO Criatividade; Coreografia; Carisma; Musicalidade; Visual (aparncia). EXERCCIOS OBRIGATRIOS Polichinelos; Abdominais; Superiores do tronco; Saltos; Exerccios adicionais de dificuldade. PENALIZAES rea de competio; Tempo de apresentao; Exerccios contra-indicados; Adaptao dos atletas ao meio lquido. DINMICA NA MONTAGEM DA COREOGRAFIA 1. EQUIPE - principais caractersticas:

    1. a. boa noo de ritmo (musicalidade); 1. b. bom condicionamento aerbico muscular; 1. c. excelente tcnica quanto execuo dos exerccios aquticos; 1. d. visual atltico e boa postura; 1. e. carisma.

    2. MSICA - elemento muito importante na montagem. Deve-se utilizar os breques, os efeitos. A msica ser interpretada atravs da coreografia (a coreografia interpreta a msica). A msica deve ser:

  • 2. a. motivante, contagiante; 2. b. deve ter um BPM adequado aos exerccios aquticos/velocidade adequada ao trabalho aqutico; 2. c. incio e finais marcantes; 2. d. durao 4' (mnimo de 3'5(T e mximo de 4' 10") para categoria grupo; 2. e. durao de 3' (mnimo de 2'50" e mximo de 3' 10") para categoria dupla.

    3. SELEO DOS EXERCCIOS Temos dois grupos de exerccios: obrigatrios e livres.

    3. a. exerccios obrigatrios: abdominais, superior de tronco, saltos com a parte superior do tronco fora d'gua e polichinelo; 3. b. todos os exerccios devem ser adequados gua e eficientes, isto assegura uma execuo limpa dos movimentos; 3. c. os exerccios devem estar adequados ao ritmo da msica; 3. d. as transies devem ser sutis e sempre dando continuidade ao exerccio; 3. e. os deslocamentos determinam e auxiliam na dinmica da coreografia. Podem ser utilizados nas transies de um exerccio para outro ou para a formao das figuras; 3. i. figuras - colunas, fileiras, crculos ou outras formaes geomtricas. Determinam um bonito visual e o sincronismo do grupo; 3. g. incio (dentro ou fora d'gua) deve ser empolgante e criativo; 3. h. final tambm criativo, inesperado, marcante. Deve "mexer" com os espectadores.

  • Captulo 8

    Hidroginstica na Recuperao de Leses Na realidade a Hidroginstica vai atuar na recuperao de leses somente aps o paciente ter tido alta do seu fisioterapeuta. ele quem decide o momento de o paciente parar com a fisioterapia e iniciar a Hidroginstica. Mesmo em alguns casos a Fisioterapia e a Hidroginstica atuam de forma muito semelhante e, s vezes, at em conjunto. A fisioterapia de reabilitao subaqutica compreende exerccios e movimentos determinados pelas necessidades especficas de cada indivduo, quer sejam ps-cirrgicas ou clnicas. Realizamos esta modalidade teraputica utilizando as propriedades fsicas e fisiolgicas da gua e tambm os princpios gerais de cinesiologia dos movimentos. A fisioterapia de reabilitao atua nos nveis preventivo, curativo e reabilitador. A Hidroterapia em piscinas apresenta caractersticas que permitem sua utilizao em fase precoce de recuperao. benfica por proporcionar s articulaes e aos msculos um aquecimento contnuo durante todo o tratamento. Para melhor compreendermos o mecanismo de ao teraputica da Hidroterapia, podemos dividi-lo em: efeitos fsicos, efeitos fisiolgicos e efeitos teraputicos.

    Efeitos Fsicos

    - Variaes da densidade relativa do corpo humano, ou seja, onde ele afundar ou flutuar - equilbrio.

    - Condies de flutuao: fora do empuxo em ao oposta da gravidade, alvio do peso.

    - Presso hidrosttica: presso exercida pela gua sobre todas as superfcies do corpo imerso.

    - Turbulncia: reduo da presso ou empuxo na flutuao; facilita e resiste ao movimento.

    Efeitos Fisiolgicos Numa piscina aquecida, as respostas fisiolgicas so, os resultados normais de um exerccio executado, sendo produzidas por qualquer outra forma de calor, mas de forma generalizada e contnua. As respostas variam de acordo com:

    - A temperatura da gua; - A presso da gua; - A durao do tratamento;

  • - A intensidade do exerccio. - Quanto dor e ao edema: o calor relativamente quente da gua

    reduz a sensibilidade das terminaes nervosas sensitivas, proporcionando a diminuio da dor e, sob ao da presso hidrosttica, a diminuio do edema.

    - Quanto musculatura: a partir do aquecimento dos msculos, ocorre a diminuio do tnus muscular, favorecendo o relaxamento e a diminuio do espasmo muscular. O aquecimento possibilita tambm o alongamento muscular, fortalecimento e aumento da resistncia muscular.

    - Quanto articulao: facilita a mobilidade e a manuteno da amplitude articular com menor esforo.

    - Quanto ao equilbrio e ao esquema corporal: utilizam-se as propriedades fsicas da gua para favorecer o equilbrio, a recuperao e a conscientizao do esquema corporal.

    - Quanto a reeducao da marcha: a utilizao da relao entre a profundidade da piscina e a descarga do peso corporal favorece a etapa de suporte gradual do peso corporal na reeducao da marcha.

    OBS.: a descarga do peso corporal inversamente proporcional profundidade da piscina, ou seja, quanto mais profunda, menor a descarga do peso corporal nos membros inferiores. Quanto preveno de deformidades: a Hidroterapia em piscinas pode manter ou aumentar a amplitude de movimento, pois proporciona uma ao espontnea atividade. O meio hdrico facilita a ao cintica, ajudando a superar a inibio funcional, alm de favorecer o processo de reabilitao e prevenir possveis deformidades.

    Concluso Consideramos a reeducao subaqutica uma atividade gratificante para o paciente, j que a submerso proporciona uma ao espontnea ao movimento e atividade, constituindo importante fator de motivao do paciente para o trabalho teraputico. O meio hdrico facilita a ao cintica, ajudando a superar a inibio funcional e a tenso psicossomtica formando uma atividade receosa em uma atividade otimista, construtiva e prazerosa.

    Indicaes da Hidroterapia em Piscinas A Hidroterapia em piscinas indicada para os estados subagudos e crnicos, de leses que no necessitam de imobilizaes, ps-imobilizaes, ps-cirurgias j cicatrizadas, ps-consolidaco de fraturas. Tambm pode ser indicada nos seguintes casos:

  • - Desenvolvimento da amplitude do movimento; - Alongamento e fortalecimento muscular; - Reeducao precoce da marcha.

    A facilidade na execuo dos exerccios subaquticos, em comparao com os executados em terra, reside em uma de suas principais vantagens, permitindo a realizao de movimentos suaves.

    Contra-Indicaes da Hidroterapia em Piscinas A Hidroterapia em piscinas contra-indicada nas leses agudas do tornozelo, porque nesta fase o paciente apresenta quadro lgico e alteraes vasomotoras (processo inflamatrio) acentuadas. Fazem parte das contra-indicaes as leses infecciosas e contagiosas da pele que, atravs da gua aquecida da piscina, favorecem sua transmisso.

  • Capitulo 9

    Hidroginstica Para Gestantes Hoje em dia as gestantes no mais encaram a gravidez como perodo de recluso e sedentarismo. comum termos nas academias gestantes buscando, praticar uma atividade segura, que proporcione um bom condicionamento fsico, alm do relaxamento e um bom convvio social. Os prprios mdicos recomendam a suas pacientes que pratiquem uma atividade fsica. As atividades mais indicadas so: Natao e Hidroginstica. Alm de todos os benefcios j citados, no caso especfico das gestantes esta lista ainda maior. A medicina registra que as complicaes com as gestantes atletas so muitos menores do que em pacientes sedentrias, alm de que estas gestantes retornam a sua performance anterior gravidez muito mais rpido do que as gestantes sedentrias. O exerccio durante a gravidez benfico, mas necessita de recomendao mdica e orientao especializada. So muitos os efeitos do exerccio na gestante, no feto e na placenta. A gravidez afeta a Habilidade em realizar atividades fsicas, alm de afetar o metabolismo da me e o sistema cardio-respiratrio. O aumento de aproximadamente 30% no consumo de oxignio em repouso quase que exclusivamente devido ao aumento da massa dos tecidos. Ajustes Fisiolgicos Na Gravidez Durante a gravidez ocorrem uma srie de ajustes fisiolgicos e endcrinos que visam criar um ambiente timo para o feto. Os sistemas orgnicos da gestante bem como sua personalidade so envolvidos neste complexo processo. O abdmen protuso, o caminhar desajeitado e a lordose so caractersticas familiares da gravidez normal. A causa destas mudanas o constante crescimento do tero. At a 12 semana de gestao o tero um rgo plvico, depois torna-se um rgo abdominal e suas dimenses aumentam 150 vezes, a capacidade mais de 100 vezes e seu peso at 20 vezes poca do parto. Esta expanso do tero desloca o centro de gravidade

  • da mulher, o que resulta na lordose progressiva e a rotao da plvis sobre o fmur. Para compensar a lordose e manter a linha da viso, ocorre uma maior flexo anterior da coluna cervical, alm da abduo dos ombros. O aumento das mamas (500g poca do parto) tambm contribui para a mudana do centro de gravidade que acaba se tornando alto e instvel. O trabalho aumentando dos msculos da coluna na tentativa de estabilizar o corpo acaba causando a dor lombar comum na gravidez. Na gravidez a liberao de estrgeno e relaxina aumentam o relaxamento dos ligamentos. Este amolecimento da cartilagem e o aumento de sinvia e fluido sinovial distendem as articulaes plvicas. Esta mobilidade articular aumentada determina a instabilidade da plvis (andar de pato). A partir do 3ms, algumas alteraes so causadas pela reteno de gua (edema de tornozelos e mos). A intensificao ou embotoamento do paladar e olfato causam avidez e averso a certos alimentos. Outras alteraes no sistema nervoso central podem causar insnia, alterao de humor e ansiedade. O gasto energtico da gravidez fica por volta de 80.000 kcal ou 300 kcal/dia. Esse gasto necessrio para o crescimento e desenvolvimento do bebe, alm dos tecidos da me como tero e mamas , e tambm, compensar o aumento do metabolismo cardiovascular, respiratrio e urinrio, alm do metabolismo do beb. Alguns hormnios, principalmente a progesterona, causam lassido e sonolncia na gestante; este tambm um fator que faz a gestante diminuir sua atividade fsica. Devemos ter um cuidado especial quanto posio da gestante durante os exerccios. A posio supina contra indicada por causa da modalidade do tero que nesta posio se desloca para trs e pressiona a veia cava inferior e a aorta abdominal. O resultado disto e um dbito cardaco reduzido e hipotenso. Os ovrios so a fonte de produo da relaxina, um harmnio detectvel apenas na gravidez. Sua funo principal conduzir ao relaxamento dos ligamentos, amolecendo e alongando fibrocartilagens para a preparao do parto. A progesterona o hormnio mais essencial e vital para a manuteno da gravidez ( 90% origina-se da placenta). Alm desses, ainda o estrgeno que e produzido pela unidade feto-placentna.

  • Prescries de Exerccios Para a Gestante Em primeiro lugar a gestante s poder praticar atividades fsicas se tiver autorizao do seu mdico. O programa de exerccios deve ser seguro e levar em considerao todas as modificaes fisiolgicas que tratamos aqui, portanto devemos montar um programa adaptado gravidez. Os seguintes sinais e sintomas devem indicar paciente quando deve interromper o exerccio e procurar seu mdico: a) dor de qualquer tipo, dor torcica, cefalia, b) contraes uterinas (com intervalos de 20 min), c) hemorragia vaginal, vazamento de lquido amnitico; d) vertigens, fraqueza; e) dificuldade respiratria; f) palpitaes e taquicardia, g) vmitos e nuseas; h) dor nas costas; i) dor pbica ou de quadril; j) dificuldade para caminhar; k) edema generalizado; I) atividade fetal diminuda. As pacientes devem ser educadas para reconhecer e estar alertas aos sinais e sintomas acima descritos. RESTRIES DOS EXERCCIOS DURANTE A GRAVIDEZ As seguintes alteraes anatmicas e fisiolgicas podem afetar a capacidade de participao de atividades de exerccios na gravidez:

    - Primeiro trimestre: nuseas, vmitos, taquicardia. - Segundo e terceiro trimestres: mudana do centro de

    gravidade, frouxido aumentada dos tecidos conectivos consequentemente instabilidade articular, lordose, cifose, taquicardia e hiperventilao (estas alteraes reduzem a reserva cardaca e a capacidade pulmonar residual).

    1 Os exerccios balsticos (saltos, balanos, etc.) devem ser evitados (impactos). Estes exerccios podem levar ao aborto ou parto pr-maturo. 2. A flexo ou extenso mxima das articulaes deve ser evitada devido frouxido ligamentar. Evitar atividades que requeiram saltos, movimentos bruscos ou rpidas mudanas de direo, devido instabilidade articular. 3. Os batimentos cardacos no devem ultrapassar os 140 bpm. Se isso acontecer, corremos o risco de expor o bebe falncia circulatria (menor fluxo de oxignio). Por isso, nas gestantes, o controle da F.C. deve acontecer com mais freqncia do que em grupos normais.

  • 4. A partir do 4 ms de gestao os exerccios na posio supina so contra indicados (em terra), porm na gua, pelo fato da me e do beb estarem flutuando, a presso do tero sobre a veia cava e aorta abdominal, praticamente no ocorre. 5. Exerccios que empregam a manobra de Valsava devem ser evitados. Estes exerccios aumentam a presso interna abdominal e causam uma diminuio na F.C., diminuindo o fluxo de oxignio placentrio. 6. Os exerccios que trabalham a musculatura oblqua so normalmente recomendados porque esta musculatura auxilia a sustentao da barriga da gestante. 7. Durante o primeiro trimestre, os exerccios devem ter cuidados redobrados. Normalmente os mdicos s liberam suas pacientes aps o terceiro ms de gestao, isso porque o incio da gestao sempre uma incgnita. CONCLUSO Por tudo que nos foi apresentado, fica bastante claro o por que dos mdicos indicarem a Hidroginstica como atividade fsica adequada s gestantes. Cabe a ns, profissionais da rea, buscarmos cada vez mais informaes sobre o tema, para que possamos ajudar muitos bebs a nascerem felizes, j gostando da gua.

  • BIBLIOGRAFIA DUFFIELD - EXERCCIOS NA AGUA SKIHHEI, AUSON T. I THOMSON, ANN M. Editora Manole HIDROGINASTICA KRASEVEC, JOSEPH/GRIMES, DIANE. Editora Hemus DEEP WATER - EXERCISES FOR HEALTH AND FITNESS MCIVAKES, J. GLEAJ APOSTILAS AQUAMOTION. BUCHANAS, PEGGY/MILLES, PEGGY MANUAL DO INSTRUTOR F/C FISIOTERAPIA NAS LESES DE TORNOZELO SALGADO, AFONSO SMIGUEMI. Editora Lovise EXERCCIOS NA GRAVIDEZ AQUATICS - THE COMPLETE GUIDE FOR AQUATIC FITNESS PROFESSIONALS SOVA, RUTH Jones and Bartlett Publishers - Boston THE COMPLETE WATER POWER WORKOUT BOOK HUEY, LVNDA I FORSTER, ROBERT Random House New Yotk CONSULTORES PROF. FERNANDO G. NOGUEIRA (fisioterapeuta) DRA. THAIS HELENA YUMI K. PASSOS (ginecologista e obstetra)

    Consideraes Gerais Captulo 1 Propriedades Fsicas da gua Captulo 2 Tendncias e Programas dos Exerccios Aquticos

    Captulo 3 Aplicaes da Hidroginstica

    Captulo 4 Anamnese

    Captulo 5 Hidroginstica como Mtodo de Condicionamento Fsico

    Captulo 6 Planejamento de Aulas

    Captulo 7 Hidro Competitiva

    Captulo 8 Hidroginstica na Recuperao de Leses Efeitos Fsicos Efeitos Fisiolgicos Concluso Indicaes da Hidroterapia em Piscinas Contra-Indicaes da Hidroterapia em Piscinas

    Capitulo 9 Hidroginstica Para Gestantes

    BIBLIOGRAFIA