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Treinamento físico para idosos com doenças associadas Prof. Dra. Bruna Oneda 2014

Treinamento físico para idosos com doenças associadas · Treinamento deve incluir: •Exercícios de força ... estágio 1 140-159 90-99 Hipertensão estágio 2 160-179 100-109

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Treinamento físico para idosos com doenças associadas

Prof. Dra. Bruna Oneda

2014

OsteoporoseTreinamento deve incluir:

• Exercícios de força• Exercícios de sustentação do próprio peso corporal• Atividades com impacto• Exercícios de flexibilidade, coordenação, equilíbrio e

condicionamento cardiovascular

• Objetivos:• Preservar e melhorar a força muscular• Aliviar dores e manter a flexibilidade• Evitar maiores deformidades e alterações posturais• Melhorar condicionamento físico• Melhorar equilíbrio e marcha• Manter AVDs

Hipertensão arterial sistêmica

Sindrome multicausal e multifatorial

caracterizada pela presença de níveis

elevados e normalmente associada a

distúrbios metabólicos, hormonais e

hipertrofias cardiaca e vascular.

Classifcação diagnóstica da hipertensão arterial (indivíduos maiores de 18 anos de idade)

Classificacão Pressão sistólica

(mmHg)

Pressão diastólica

(mmHg)

Ótima 120 80

Normal 130 85

Limítrofe 130-139 85-89

Hipertensão

estágio 1

140-159 90-99

Hipertensão

estágio 2

160-179 100-109

Hipertensão

estágio 3

180 110

Hipertensão

sistólica isolada

140 90

Prescrição do exercício aeróbio parahipertensos

• Frequência: a maior possível

• Duração de 20 a 60 minutos

• Intensidade: 40% a 80% do VO2 pico ou 50% a 70%

da FC reserva

FC treino = (FC máx - FC rep) x % + FC rep

Teste máx Após 5´

repouso

50% à 70%

Prescrição dos exercícios resistidos

• Exercitar os grandes grupos musculares antes dos pequenos

• Aumentar as cargas quando 12-15 repetições estiverem sendo

executadas confortavelmente

• Executar os movimentos de forma lenta e controlada

• Não realizar manobra de Valsalva (orientar respirar da forma mais

confortável)

Frequência: 2 a 3 vezes na semana

Duração: 20 a 40 min

Intensidade: 1 a 3 séries de 8 a 15 repetições

Escala de Borg entre 11 e 13 como guia de esforço

Prescrição dos exercícios resistidos

Parar o exercício no caso de sinais de

advertência ou sintomas,especialmente, vertigem,

arritmias, dispnéia, angina pectoris ou desconforto.

Não iniciar sessão de exercícios se PAS/PAD

estiverem superiores a 160mmHg e/ou 105mmHg

cardiopatias

Níveis desejáveis de colesterolColesterol total (mg/dL)

Menor que 200 Desejável

200 – 239 Limítrofe

240 ou maior Alto

LDL colesterol (mg/dL)

Menor que 100 ótimo

100 a 129 Quase ótimo

130 a 159 Limítrofe

160 a 189 Alto

Maior que 190 Muito alto

HDL colesterol (mg/dL)

Menor que 40 Baixo

Maior que 60 Alto

Níveis desejáveis de triglicérides

Triglicérides (mg/dL)

Menor que 150 Normal

150 a 199 Limítrofe

200 a 499 Alto

500 ou maior Muito alto

Doença isquêmica do coração

• Desproporção entre oferta e demanda de O2.

• Músculo cardíaco - metabolismo

predominantemente aeróbio com elevada extração

de O2 e baixa margem de reserva- não há estoques!

• Etiologia:

• Principal: estreitamento da luz da artéria por placa

de ateroma ≥75%

• Menor frequência vasoespasmo (comum em usuários

de drogas: cocaína e extase)

Tratamento

Reabilitação cardíaca: somatório das atividades

necessárias para garantir aos pacientes portadores

de cardiopatias as melhores condições fisica,

mental e social, de forma que eles consigam, pelo

seu próprio esforço, reconquistar uma posição na

comunidade e levar uma vida produtiva

Organização Mundial de Saúde, 1964.

Medicamentos

Cirurgia

Angioplastia

Técnica que utiliza um minúsculo balão inflado

dentro da artéria obstruída com placas de gordura

e sangue, além de uma “mini-tela” de aço que,

aberta, facilita a passagem do sangue.

Formas clínicas

• Angina

• Infarto do miocárdio

• Insuficiência cardíaca

• Morte subita de origem cardíaca

Angina

• Fluxo coronário é insuficiente para suprir as

necessidades de O2 e nutrientes do miocárdio

• Sintoma: dor precordial geralmente desencadeada

por exercício físico, estresse mental, alimentação,

exposição ao frio

• Duração: ≤ 15 min

melhora com repouso ( FC)Angina estável

Angina instável

Exercícios aeróbicos e angina

Intensidade: entre 40 a 60% do VO2 máx. ou 50

a 70% da FC de reserva.

Percepção subjetivo do esforço entre 12 e 13 da

escala de BORG

10bpm abaixo do ponto em que ocorreram

alterações no teste de esforço

FC treino = (FC máx - FC rep) x % + FC rep

Teste máx Após 5´

repouso

50% à 70%

Exercícios resistidos e angina

O treinamento resistido:

1) Avaliado boa condição ventricular esquerda

e boa condição cardiorrespiratória.

2) Uso correto da medicação prescrita pelo

médico.

3) Pressão Arterial controlada.

1 a 3 séries de 8 a 15 repetições

40% a 60% da força voluntária máxima prevista

Infarto do miocárdio

Manifestação clínica de isquemia miocárdicaimportante e/ou prolongada causando morte dascélulas miocárdicas, decorrentes da presença detrombos totalmente oclusivos em placacomplicada

Características da dor:

Pressão, aperto, esmagamento

Queimação, indigestão

Pontada

Irradiação braço esquerdo, ombro esquerdo, mandíbula e

pescoço

Infato do miocárdio

Fatores desencadeantes:

Exercício físico intenso (maior em sedentários)

Estresse mental (raiva)

Ritmo circadiano (maior incidênica as 6hs e 24hs –

pico de cortisol)

Infato do miocárdio

Personalidade predisposta: tipo A

Agressividade latente

Impaciência

Competitividade

Estado permanente de stress

Comportamento e comunicação rudes

Pressão por falta de tempo no dia-a-dia

Cuidados

• Não se exercitar em jejum

• Fazer uso da medicação prescrita

• Fazer reposição hidrica

• Uso de roupas adequadas a condições de

temperatura e umidade do ar

• Equipamento e material de emergência

Prescrição de exercícios

• Individualizada

• Monitorização eletrocardiográfica pode ser

necessária para pacientes que apresentem

arritmias desencadeadas ou agravadas pelo

esforço e limiar baixo de isquemia silenciosa

• Na presença de isquemia, recomenda-se

monitorização por 6 -12 sessões até que se

estabeleça o nível de tolerância ao exercício

Prescrição de exercícios aeróbios

• Intensidade: 50% a 80% do VO2 pico

• 70-85% da FC máxima

• 50-75% da FC de reserva

• Percepção de esforço: 12 a 16 pela escala de Borg

• 10bpm abaixo do ponto em que ocorreram alterações

no teste de esforço

• Duração: de 20 a 70 minutos

• Frequência: De 2 a 4 dias na semana

Prescrição de exercício resistido

• 1 a 2 séries de 8 a 10 repetições

• 30% a 60% da carga voluntária máxima estimada

• Grandes grupos musculares

• Evolução lenta

Efeitos favoráveis do exercício físico

Interfere favoravelmente na esfera emocional.

Ação anti-depressiva

Comparado com angioplastia, reduz eventos em

univasculares com menor custo

Reduz morbidade e mortalidade cardiovascular na

doença coronariana e na insufiência cardíaca crônica

Diminui elementos pró-inflamação

Diabetes

Síndrome caracterizada por hiperglicemia

resultante de defeitos na SECREÇÃO

de insulina associados ou não à

RESISTÊNCIA a ação

deste hormônio

Classificação

Baseia-se no processo patogênico:

a) Diabetes tipo I – destruição das células Beta do pâncreas (células

que secretam a insulina)

Pode ser: auto-imune ou idiopática

Normalmente surge até os 20 anos de idade

Associação Americana de Diabetes, 2003

b) Diabetes tipo II – graus variados de deficiência e resistência à

insulina.

Magro: deficiência da secreção

Obeso: resistência à ação

Normalmente surge em adultos

Diabetes tipo 1

Diabetes juvenil ou insulinodependente – 10% dos

diabéticos preferencialmente crianças e adolescentes (5 e 14

anos)

Associação familiar em 5% e 6% dos casos

Interação de fatores genéticos predisponentes, ambientais e

imunológicos, culminando com a destruição das células ß-

pancreáticas e a deficiência da insulina

Processo pode levar vários anos

Progressão é variável:

• rápida na criança (dependência total de insulina)

• mais lenta no adulto (pode necessitar insulina após 1 ano)

Diabetes tipo 2

Diabetes do adulto ou não dependente de insulina – 90%

dos diabéticos

Risco familiar até 40% quando os dois pais são diabéticos

Influências genéticas e ambientais

Hiperglicemia envolve: aumento da produção hepática de

glicose, diminuição na secreção e ação da insulina (resistência

à insulina), redução da utilização e armazenagem de glicose

Fatores de risco para DM tipo 2

Idade superior a 45 anos

Obesidade central

Dislipidemia

- HDL baixo e triglicérides elevados

Hipertensão arterial

Doença cardiovascular

Antecedente familiar de diabetes

Diabetes gestacional prévio

Síndrome Metabólica

Ahima RS. The Journal of Clinical Investigation, v.121, n.6, 2011

História natural do DM2: obesidade resulta em um aumento nas celulas

ß e secreção de insulina, o que compensa a resistência à insulina. Depois de

um tempo, a compensação das celulas ß falha em alguns indivíduos, levando

a intolerância à glicose.

Resistência a insulina

É a inabilidade da insulina em reduzir,

efetivamente, a glicose

Dificuldade da glicose em entrar nas células

Defeito no metabolismo da glicose, no qual a

resposta a insulina é menor que a habitual ou

esperada (também chamado de sensibilidade

diminuída à glicose)

ALTOS NÍVEIS DE GLICOSE E INSULINA

Resistência à insulina

GLICOSE

INSULINA CÉLULA

GLICOSE

INSULINA CÉLULARESISTÊNCIA

À INSULINA

Hipoglicemia

Liberação hormonal

Glucagon

Adrenalina

Hormônio de

crescimento

Sintomas adrenérgicos

Tremor

Ansiedade

Palpitação

Sudorese

Fome

75

70

65

60

55

50

45

40

35

30

Alterações mentais

Visão turva

IncoordenaçãoConvulsões, coma

GLICEMIA (mg/dL)

Complicações agudas

Hipoglicemia

Níveis muito baixos de glicemia

COMA HIPOGLICÊMICO

• Causa – dose alta de insulina

para a ingesta de CHO

ou prática de exercício

• Sintomas – fraqueza, tontura,

tremor, palpitação,

suor frio, fome,

confusão mental,

convulsão, desmaio.

Problemas - < 60 mg/dl

sérios <40 mg/dl

Hiperglicemia

Níveis muito altos de glicemia

COMA HIPERGLICÊMICO

• Causa – dose baixa de insulina

ou de antidiabético oral

para a ingesta de CHO

Cetoacidose

• Sintomas – fraqueza, tontura,

sede, muita urina,

face vermelha,

respiração rápida

desmaio

Problemas - > 160 mg/dl

Complicações crônicas

COMPLICAÇÕES MICROVASCULARES

Neuropatia (dores, parestesias e úlceras em MMI, paralisia motoras);

Nefropatia (edema, hipertensão);

Retinopatia (alterações visuais, cegueira).

COMPLICAÇÕES MACROVASCULARES

Insuficiências vascular periférica (úlcera, isquemia e

gangrena de MMII), coronariana (IM) e cerebral (AVC)

Risco cardiovascular e diabetes

Tanto DM1 como DM2 são fatores de risco

isolados para doença cardiovascular

A mortalidade por doença cardiovascular aumenta

de 4 a 8 vezes em diabéticos

De Angelis, et al, 2006.

Treinamento físico

Diminuição de fatores de risco para o desenvolvimento

do DM

Melhora no perfíl lipídico

Redução da resistência à insulina

Redução da ocorrência de disfunções ventriculares ou

autonômicas

Diminuição do risco cardiovascular e mortalidade

Treinamento - Diabético Tipo 1

Melhora a sensibilidade a insulina

Adaptações:

Aumento da densidade capilar,

Aumento da expressão e translocação de GLUT 4 para

membrana plasmática

Aumento das fibras musculares mais sensíveis à ação da

insulina

Aumento das atividades glicolíticas e oxidativas

Aumento da atividade da glicogênio-sintase

Aumento do conteúdo de glicogênio muscular e hepático

Treinamento - Diabético Tipo 1

Menor aumento de de glucagon, GH e cortisol durante

exercício moderado

Potencialização da mobilização de glicose hepática –

melhor manutenção da concentração sanguínea de glicose

durante exercício

Não melhora o controle glicêmico

Melhora cardiovascular e no perfil lipídico:

↓triglicérides,

↓LDL- colesterol e

↑aumentar níveis de HDL- colesterol

Treinamento - Diabetico tipo 2

Observa-se mais facilmente o controle glicêmico

desses pacientes (redução de 10% a 20% dos

valores basais de hemoglobina glicada)

Após exercício a musculatura exercitada passa

a realizar maior captação de glicose mediada pela

insulina

Essa captação pode se manter elevada até 4

horas após o exercício

Treinamento - Diabetico tipo 2

Redução do peso melhora sensibilidade insulina

Mesmo que não ocorra redução do peso –

exercício reduz gordura visceral diminuindo

impacto da resistência insulínica.

Melhora captação de glicose pela via não

insulínica

Exercícios aeróbios

Exercício mais indicado

Duração: 20 a 60 minutos

Freqüência: 2 a 6 vezes na semana

Intensidade: moderada

FC treino = (FC máx - FC rep) x 50% - 70% + FC rep

Exercícios resistidos

A sensibilização à insulina aumenta em toda a massa muscular durante o

exercício físico, mas esse aumento é maior na musculatura que está sendo

utilizada durante o exercício

Grandes grupos musculares

Objetivar resistência muscular localizada

Séries de 8 a 10 repetições para normotensos

Evitar exercícios isométricos e manobra de valsalva mesmo em normotensos

Não realizar teste de força máxima nem de repetição máxima

Exercícios de alongamento

O distúrbio do metabolismo da glicose no

diabético pode produzir uma superglicozilação de

colágenos específicos → o acúmulo de tecido

conjuntivo com espessamento das membranas,

aumentando as ligações cruzadas.

Diabéticos: limitações na amplitude dos

movimentos

Alongamentos devem fazer parte de um

programa de treinamento

Glicemia (mg/dL) Conduta

Até 80 Não realizar exercício

80-100 Ingerir CHO; medir novamente a

glicemia

100*-250 Realizar exercícios

200-300 Realizar exercícios com

acompanhamento de um médico

Acima de 250, com cetonúria, ou

acima de 300**

Não realizar exercícios

Cuidados

* 120 para crianças e adolescentes **Acima de 300, sem cetonúria e sem sintomas

de hiperglicemia para DM2 pode-se realizar exercícios sob supervisão. Adaptada

de ACSM, ADA, SDB.

CuidadosUsuários de insulina:

• Não se exercitar no horário de pico da insulina

•A dose e o tipo de insulina precisam ser ajustados, sob

orientação médica

•Evitar aplicar insulina na musculatura que será mais

solicitada

•Diabéticos que usam bomba de infusão de insulina devem

desligá-la ou retirá-la quando realizarem exercícios por 40 a

45 minutos

•Cuidados com os pés

•Material de emergência