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Diretrizes Diretrizes para para Membros Membros 1

Treinamento - WordPress.com · Web viewEle foi elaborado a partir de experiências práticas dos Grupos de Voluntários Andarilhos do Riso, Dose de Carinho, Doutores da Alegria, Doutores

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Treinamento

Diretrizes

para

Membros

. Elaborado pelos Coordenadores do Bula do Riso – abril de 2009.

. Grande parte do excelente material utilizado na elaboração deste documento, foi gentilmente cedido por Cyntya Brandão, do Grupo Semeando Sorrisos, a qual manifestamos nossa gratidão por sua especial contribuição.

INTRODUÇÃO:

Quantas serão as pessoas que acordarão em um leito de hospital?

Algumas para tratamentos ligeiros, outras para procedimentos complexos e demorados, muitas sentirão dor, tédio e solidão.

Estas pessoas necessitam de uma atenção diferenciada no momento de uma enfermidade, já que muitas se sentem sozinhas, pois às vezes pensam que os familiares e amigos os esqueceram em um leito de hospital.

Quantas pessoas estão acompanhando estes pacientes, muitas vezes se sentindo impotentes diante do que estão presenciando? E aqueles que atuam no hospital, junto a estas pessoas (enfermeiros, médicos e demais funcionários do hospital), muitas vezes lidando no dia a dia com o limiar entre a vida e a morte, como será que eles se sentem?

Estas pessoas também necessitam de carinho e atenção, pois muitas vezes vivem situações delicadas e às vezes até extremas, cotidianamente.

O Grupo Bula do Riso constitui-se num grupo de pessoas, sem fins lucrativos, sem vinculações políticas ou religiosas.

É um espaço de convivência criativo e de voluntariedade (definição de Cláudio Ricardo Chaves Moraes – Coordenador Técnico do Bula do Riso).

O Bula do Riso é um dos núcleos que atuam no HUB, vinculados à AVHUB – Associação dos Voluntários do HUB, que por sua vez, para que os seus voluntários sejam autorizados a atuar nas dependências do HUB, precisam acatar as orientações da direção do hospital; desta forma nossa atividade, assim como os demais Núcleos de Voluntários, necessariamente, precisa estar adequada às diretrizes da AVHUB.

O seu principal propósito é assegurar de forma contínua um programa de visitação de voluntários fantasiados de palhaços, conhecidos como Doutores em Palhaçada, dentro do HUB - Hospital Universitário de Brasília, realizando atuações adaptadas a cada pessoa (paciente, acompanhante, funcionário do hospital) e a cada situação.

Oficialmente constituído em 16/04/2002, foi resultado de um processo iniciado por Márcia Bernardes e Sílvia Agostinho, atuais Presidente e Vice-Presidente da AVHUB e Cláudio Moraes, Coordenador Técnico do Bula, da seguinte forma: em determinado momento as duas primeiras estavam no HUB redigindo um projeto intitulado “SOS Alegria” para palhaços de hospital e, repentinamente, Cláudio apareceu na porta e perguntou às duas como deveria proceder para se tornar um voluntário; Márcia perguntou ao mesmo se ele tinha alguma experiência com teatro e ele respondeu afirmativamente, desta forma ele foi convidado a participar do projeto. Cláudio ficou durante uma semana em laboratório na construção do seu palhaço Jurubeba e na semana seguinte iniciaram as atividades do “SOS Alegria” com alguns componentes, entre eles os fundadores: Márcia, Sílvia e Cláudio, que originalmente recebeu o nome de SOS Alegria, o qual originou o atual Bula do Riso. Posteriormente se juntou ao grupo “SOS Alegria” Natália Veil, que formou dupla com o palhaço Jurubeba.

Nossas atividades consistem em fazer com que os pacientes e outras pessoas vinculadas ao mesmo, no HUB, possam ter contato com o Doutor Palhaço, o mais doce trapalhão que eles jamais imaginaram.

Nosso desafio é continuar a crescer, mantendo em mente que tudo o que é feito: cada sentimento que se doa, cada gesto, olhar e sorriso são feitos como uma semeadura em terreno fértil que faz brotar: alegria, amizade, amor e paz ao paciente hospitalizado e ainda capaz de alcançar àqueles que trabalham direta ou indiretamente com estes pacientes.

BULA DO RISO – “Bastidores”

Nos “bastidores” do Bula do Riso existe uma “base administrativa”, que é o suporte das nossas atividades, a qual permite que o mesmo funcione de forma estruturada. Ela tem por objetivo melhorar a cada dia as atividades desempenhadas pelo grupo, permitindo que o mesmo cresça de forma consolidada. Esta é a estrutura administrativa do Bula do Riso:

1) Coordenação Técnica

. Objetivo principal: capacitação da equipe.

2) Coordenação Afetiva

. Objetivo principal: integração da Equipe.

3) Coordenação de Equipe

. Objetivo principal: coordenar as equipes nos dias de atividades (orientação a toda a equipe, inclusive aos candidatos a ingressar no Grupo; controle de assiduidade; conscientização da equipe, etc).

4) Coordenação Administrativa

. Objetivo principal: tratar dos mais diversos assuntos administrativos (comunicados sobre as atividades do grupo: estrutura do Bula do Riso; solicitação de documentos; diretrizes de funcionamento; datas em que não ocorrem atividades; datas dos encontros das equipes – para vários fins: capacitação, integração, administrativo, etc; registro e divulgação dos assuntos tratados nas reuniões; cadastro de membros / candidatos a membros; controle da fila de espera de candidatos que desejam ingressar no Grupo, etc).

BULA DO RISO – “Formato de um dia de atividade”

. Chegada:

- Aproximadamente 30 minutos antes de iniciar as atividades, o grupo já deve estar na entrada do prédio da Administração do HUB.

. Preparo:

- Os membros do Grupo se dirigem aos banheiros para se arrumar; cada palhaço deverá se concentrar, se maquiar e “ir internalizando o seu palhaço”, e organizar as idéias neurobesteirológicas, as quais irá utilizar durante as atividades desenvolvidas.

- É importante que os banheiros sejam mantidos sempre limpos.

- Enquanto os palhaços se aprontam, os cabides deverão ficar na recepção aguardando, se possível, junto a um dos membros que já esteja pronto.

- Os pertences de todos deverão ser guardados na sala da AVHUB, a qual cada Coordenador de Equipe possui a chave (esta chave ficará sempre sob a responsabilidade do Coordenador de Equipe), devendo o mesmo manter a sala sempre trancada. O nosso grupo usa esta sala exclusivamente para guarda dos pertences nos dias de atividades.

. Roda inicial:

- Aproximadamente 15 minutos antes de iniciar as atividades, todos devem se organizar numa roda; os cabides deverão se apresentar a todo mundo e explicar por qual motivo desejam fazer parte do grupo para que todos possam começar a formar um perfil daquele novo voluntário.

- Dar boas-vindas aos cabides.

- Reforçar as orientações mais importantes sobre o comportamento dentro do hospital (higiene – lavar as mãos de forma correta, sempre que necessário; procedimentos quanto a situações delicadas, etc).

- Este momento também podem ser dados avisos sobre festas, encontros, eventos, reuniões, etc, desde que não se tratem de assuntos que possam gerar desarmonia no grupo.

. Definição das equipes de visita:

- O Coordenador de Equipe, junto com os membros, deverão definir as equipes de visita, lembrando que os cabides deverão estar sempre junto com um ou mais membros, devidamente identificados com o crachá de voluntário e os cabides portando crachás de visitantes.

. Início das atividades no Hospital:

- Uma vez definida as equipes, seguiremos enfim às dependências do hospital, espalhando alegria e neurobesteirologia a todos, observando a conduta que precisamos ter no hospital para o bom desenvolvimento das atividades da equipe, conforme será tratado em item específico.

- Duração das atividades no hospital: 2 (duas) horas.

. Roda final após as atividades:

- Após as atividades, o grupo se dispõe em roda e o Coordenador de Equipe solicita a cada um que faça um rápido relato sobre as atividades do dia, inclusive mencionando quantas pessoas (pacientes, acompanhantes, etc) foram assistidas.

- O Coordenador de Equipe anota estes dados para que seja feito um relatório e encaminhado para a Coordenação Administrativa do Bula do Riso.

- Neste momento poderão ser tiradas dúvidas, fornecer esclarecimentos, etc.

- Se for necessário poderão ser dados e/ou reforçados avisos diversos.

- Todos devem pegar seus pertences e o Coordenador de Equipe tranca a sala da AVHUB.

MANUAL DE CONDUTA:

Este é o nosso manual de conduta como Doutores em Palhaçaria.

Ele foi elaborado a partir de experiências práticas dos Grupos de Voluntários Andarilhos do Riso, Dose de Carinho, Doutores da Alegria, Doutores do Riso, Operação Nariz Vermelho, e SOS Só Riso e outros grupos que possuem algum tipo de atuação voluntária nesta área.

Todos membros destes grupos possuem direitos e deveres que devem ser respeitados.

Abaixo segue direitos e deveres dos membros do Bula do Riso:

Direitos:

. Se divertir e/ou se emocionar interagindo com os pacientes, acompanhantes e funcionários do hospital (contando piadas e casos, recitando poesias, ouvindo as pessoas, cantando, etc) e ainda terá o direito de marcar uma vida para sempre.

. Ser bem recebido, respeitado e acolhido por todos os membros do Bula do Riso.

. Participar de oficinas, treinamentos; ter indicação de material de estudo, que possibilitem capacitação ao exercício das atividades como Doutores em Palhaçaria.

. Participar das confraternizações para integração do grupo.

.Ter acesso às informações pertinentes às atividades do Bula do Riso (diretrizes; dias de atividade; orientações, etc).

. Opinar quanto às decisões pertinentes às atividades do Grupo, inclusive oferecendo sugestões, propondo mudanças, se for o caso, enviando as mesmas, via e-mail para o seu Coordenador de Equipe.

. Conversar ou se dirigir a um dos Coordenadores (desde que não seja no momento das atividades), para tratar de assuntos não relacionados às atividades do grupo.

. Participar de outros eventos, os quais seremos eventualmente convidados (especialmente pela AVHUB).

. Participar das atividades vinculadas às Coordenações do Bula do Riso, devendo para tanto, fazer contato com a Coordenação específica, a qual desejo atuar.

Deveres:

. Respeitar as regras do HUB e, consequentemente, da AVHUB.

. Respeitar as regras e todos os integrantes do Grupo Bula do Riso, agindo sempre de forma cordial e respeitosa.

. Nos dias de atividades, se comprometer a desempenhar as mesmas, da forma mais harmônica possível, evitando qualquer procedimento inadequado com o trabalho do Bula do Riso, sempre seguindo as orientações dos Coordenadores.

. Participar das atividades desenvolvidas pelo grupo, especialmente nos dias de atividades (roda inicial / atividades no hospital / roda final).

. Comparecer às atividades com aparência bem cuidada (roupa limpa e passada; higiene pessoal).

. Manter-se atualizado quanto às diretrizes que vigoram no Grupo Bula do Riso (opções: participação das reuniões; leitura de informativos veiculados; contato com Coordenador de Equipe ou outro membro, solicitando material impresso, etc).

. Ter o seu próprio material de uso, desta forma deverá ter para seu uso individual: um kit de pintura de rosto (uma vez que, devido ao aspecto higiênico e de contaminação, não é aconselhável compartilhar este tipo de material); se assim o desejar também deverá providenciar material para remoção da pintura de rosto, após as atividades (sugestões: “lenços umedecidos” ou sabonete líquido).

. Ter um jaleco (cor de livre opção), o qual deverá ser colocada a logomarca do “Bula do Riso”. O Coordenador da sua Equipe vai orientá-lo como deve proceder a respeito. Este jaleco deverá sempre ser mantido em boas condições de uso.

. Manter os seus dados cadastrais sempre atualizados.

. Em hipótese alguma utilizar o nome do “Bula do Riso” em atividades desvinculadas do grupo.

. Estar disposto a se capacitar para exercer melhor as atividades pertinentes ao trabalho desenvolvido.

. Manter e apresentar a sua Carteira de Vacinação devidamente atualizada. Fornecer cópia da mesma para o Coordenador de Equipe.

. Só fornecer informações para a mídia (entrevistas a jornais, televisão, etc), se devidamente autorizado pela Coordenação do Bula do Riso.

. Comunicar previamente, ao Coordenador de Equipe, a ausência às atividades, informando a justificativa (ficando ciente que, tendo em vista a fila de espera de candidatos para entrar no Grupo, após 3 faltas consecutivas, sem prévia e justa justificativa, o mesmo será encaminhado para o final da fila de espera, devendo, se for do interesse, aguardar vaga para retornar a grupo).

. Comunicar ao Coordenador de Equipe quando desejar sair do grupo.

Filmagens e fotografias:

. Tendo em vista a peculiaridade do ambiente no qual exercemos nossas atividades, em cada dia de atividade apenas um membro está devidamente autorizado a realizar filmagens e/ou fotografias (e o mesmo tomará as precauções necessárias, evitando filmagens e fotografias que aparecem os pacientes e acompanhantes, exceto com expressa autorização).

. Todo o material, resultado destas atividades, será encaminhado para o Coordenador Administrativo do Grupo, que procede a devida triagem e disponibiliza para aquele membro que desejar o mesmo.

Expressamente proibido:

. Solicitar “favores” aos funcionários do hospital, tais como medicamentos, consultas, cirurgias ou qualquer outro procedimento.

. O grupo não visita as pessoas com o intuito de receber estes tipos de “favores” em troca, vamos ao hospital com a idéia de levar alegria e paz àquelas vidas.

. Efetuar doações a quem quer que seja; as doações deverão ser encaminhadas à AVHUB, a qual decidirá sobre o destino das mesmas.

AS REGRAS DO HOSPITAL:

O ambiente hospitalar tem algumas características especiais e então, há regras que precisam ser respeitadas por todos para garantir a ordem e principalmente a higiene e evitar a contaminação.

Seguindo orientações do HUB e da AVHUB, o Grupo Bula do Riso adota as seguintes regras:

       Um dos membros do Grupo, sempre ao chegar na ala, dirigir-se ao Posto de Enfermagem, tirar o nariz de palhaço, se identificar (informar o nome ‘verdadeiro’ e nome do grupo que fazemos parte) e solicitar informação se há algum paciente com restrição de visita.

        O membro da equipe deverá exercitar o seu olhar 360 graus, isto é, observar atentamente todos os aspectos vinculados a situação naquele momento, procurando ter sensibilidade para perceber o que cada pessoa está necessitando (exemplo: paciente está sensibilizado, devido ao seu pós-operatório e naquele momento não deseja interagir; o paciente está tão sensível que ele não consegue sequer suportar ruídos próximo, imaginemos então que a presença de um palhaço pode provocar certo descontentamento no mesmo).

        Nenhum tipo de alimento pode ser oferecido aos pacientes e/ou acompanhantes ou funcionários do Hospital (para nenhuma pessoa).

        Não oferecer qualquer tipo de presente aos pacientes; podemos doar, se desejar, o nariz de palhaço, previamente higienizado com água e sabão ou álcool – que vincula à nossa atividade, porém sem o elástico, que pode gerar contaminação e também com intuito de desconstruir uma visão equivocada de que o palhaço de hospital sempre tem que doar algum presente ou ‘lembrancinha’ para o público.

É proibido o uso de balão, tendo em vista o risco de contaminação que o manuseio do mesmo possibilita.

        Conter a curiosidade, e jamais questionar sobre a enfermidade do paciente, seja com ele ou acompanhantes.

        Estar ciente de que alguns pacientes podem apresentar quadros delicados e lidar com tais situações com naturalidade (se não conseguir, ausentar-se naturalmente do quarto ou do local).

        Estar sempre com o cartão de vacinas atualizado.

        Evitar fazer as unhas, pelo menos dois dias antes de cada visita.

        Guardar sigilo das situações e procedimentos observados.

        Sempre que necessário lavar as mãos com água e sabão – de forma correta ou utilizar álcool em forma de gel, próprio para assepsia; manter a assepsia dos objetos lúdicos (microfone, estetoscópio, etc.), antes e após contato com os pacientes (em casa, lavar com água e sabão e/ou passar álcool).

        Não interferir quando os profissionais envolvidos no processo terapêutico estiverem em procedimento ou em visitas ao paciente; neste momento, se julgar necessário, afastar.

        Não levar o celular durante as visitas.

        Não pegar crianças no colo.

        Não tocar em pacientes em isolamento ou com precauções de contato.

        Nunca entrar em áreas fora de atuação, nem facilitar a inserção de pessoas não autorizadas no ambiente hospitalar.

        Nunca trabalhar quando apresentar quadro viral (gripe, alergia, tosse, febre, etc.).

        Nunca deitar ou sentar no chão do hospital ou nos mobiliários do hospital (camas, cadeiras, etc).

        Um membro de cada equipe terá que no final da visita fazer um relatório (na ‘roda final’), onde deverá conter a ala visitada, a quantidade de pacientes visitados, se possível o nome dos voluntários da equipe e ainda deverá relatar os casos que mais lhe chamaram a atenção naquele dia.

        Observar sempre se os pacientes ou acompanhantes estão dormindo e observar isto também quando estiver no trabalho com o paciente ao lado; se for o caso evitar atividade neste momento, afastar e retornar depois, se possível.

       O cabide está sob responsabilidade do membro da equipe, que por sua vez está sob a responsabilidade da Coordenação do Grupo.

        Saber que o trabalho voltado para os acompanhantes, médicos, enfermeiras, segurança e todos os funcionários do hospital é tão importante quanto àquele que é voltado ao paciente.

        Sempre pedir autorização para entrar em cada quarto. Entrar de forma tranqüila e harmônica.

        Sempre respeitar e obedecer as regras do hospital e do grupo.

        Evitar ruídos altos, não bater palmas; tomar cuidado com o tom de voz, principalmente se for cantar.

        Utilizar apenas sapatos fechados.

        Evitar tocar em qualquer objeto do hospital.

        Jamais devemos ter qualquer atitude conflituosa com qualquer pessoa que atua no hospital. Se verificarmos qualquer situação delicada, devemos nos afastar, em silêncio; se for necessário, relatar a situação para o Coordenador da Equipe, o qual entrará em contato com a responsável pelos Núcleos de Voluntários da AVHUB e com a Coordenação do Bula do Riso.

FAZENDO A DIFERENÇA E QUEBRANDO AS BARREIRAS:

Quantas vezes, diante de algumas realidades difíceis, as pessoas dizem: “Alguém deveria fazer alguma coisa”.

A vida nos coloca diante de situações em que podemos reclamar e até mesmo encontrar culpados.

O que muitos não sabem é que diante das dificuldades é que podemos descobrir o nosso real, e quem sabe maior potencial.

Nos dias atuais as pessoas vivem cuidando de suas próprias vidas, tentando cumprir com seus deveres familiares e profissionais, entretanto não conseguem ficar satisfeitas e felizes consigo mesmas.

Um modo muito eficiente de tornar-se mais feliz é abrir seu coração para o próximo, através de dedicação a um ideal, a uma ação socialmente relevante.

Este grupo entendeu que deixar de esperar pelo outro e começar a agir, tomar a frente do que precisa ser mudado é o caminho que pode nos levar a uma alegria e esta alegria qualquer um pode atingir basta que se queira quebrar a barreira da inércia e decidir fazer a diferença por onde se passar.

PRECISA-SE DE PALHAÇOS:

Muitas pessoas que participam dos treinamentos para se tornar Doutor em Palhaçaria dizem que escolheram este trabalho porque trazem em seus corações o desejo de ajudar quem precisa, porém sejamos sinceros... Quem necessita de um ou de alguns palhaços?

Não seriam os palhaços criaturas supérfluas, num mundo de tantos afazeres e de tanto sofrimento?

Não vamos contradizer a informação de que há muito trabalho e dor no mundo, mas também são inegáveis que o bom humor, a alegria e a ternura do palhaço são algumas das formas mais saudáveis de se lidar com essas contingências da vida.

Precisamos rir de nós mesmos!

Precisamos com urgência aprender a encarar as coisas de forma positiva, sabendo que para tudo há um propósito seja este com fim de aprendizagem ou libertação.

O palhaço traz estampada em si a imagem da leveza e da descontração, que nos arrancam da rotina muitas vezes maçante, ou da auto-piedade, para lembrar que existe vida, alegria e cor no mundo e que há pensamentos belos e divertidos, mudando assim a nossa perspectiva diante das circunstâncias.

HÁ UM PALHAÇO DENTRO DE CADA UM DE NÓS:

É bom saber que ninguém será jogado em uma batedeira com ovos, farinha de trigo, fermento e açúcar para ser assado durante 30 minutos em temperatura média e sairá pronto.

Não existe uma receita pronta, porque o palhaço é feito de sentimento e espontaneidade, basta tratar cada paciente e cada caso como um espetáculo único.

Cada fase vivida pelo cabide é importante porque é nela que os novos voluntários poderão ter contato com os colegas do grupo e criar intimidade, fazendo com que estes encontros tornem–se estímulos para a exteriorização do palhaço que existe dentro de cada um de nós.

CARACTERIZAÇÃO:

Esta é uma das etapas mais importantes, pois é nesta etapa que você irá diferenciar a fantasia da realidade, você deixará de existir e dará vez a outra pessoa divertida e atrapalhada, mas que possui um coração enorme, capaz de dar amor e carinho a quem encontrar pela frente.

É o momento em que assumimos o personagem e suas características, para poder interagir com as pessoas.

A caracterização do palhaço de hospital não precisa ser cara nem complicada, pois ele não é como um ator de um espetáculo circense nem de teatro. A aparência deve ser simples e deve transmitir ainda uma aparência limpa e bem cuidada.

O carinho com que nos caracterizamos e nos maquiamos reflete diretamente no que sentimos pela atividade e pelas pessoas com quem vamos interagir.

Existem lindos apetrechos prontos, vendidos em lojas especializadas, mas mãos habilidosas e imaginação saem na frente neste tipo de atividade, por exemplo: tênis usados, chapéus fora de moda, brinquedos diversos e outros objetos baratos que não são menos interessantes.

As únicas peças indispensáveis são: o jaleco, devidamente identificado com a logomarca do “Bula do Riso”, que deve estar sempre limpo e com boa aparência e a maquiagem, que como já foi falada, deve ser simples.

Afinal, não somos palhaços, somos “Doutores em Palhaçaria”.

Transforme o momento da caracterização num tempo aplicado em concentrar-se, em relembrar seu compromisso, seu objetivo e a mensagem que veio transmitir, sintonize-se com seus melhores sentimentos e com Deus.

PERANTE O PACIENTE:

Nosso objetivo principal é ajudar as pessoas a se sentirem melhor, levando alegria e descontração para ambientes geralmente tensos e repletos de emoções complexas.

Está provado que as emoções negativas nos impedem de enxergar claramente as coisas e, até mesmo, de tomar decisões melhores, agindo com mais eficiência.

A presença do palhaço serve, então, como foco de situações e diálogos que geram estados emocionais mais serenos e confortadores, influenciando positivamente no estado geral dos pacientes, acompanhantes e funcionários da unidade hospitalar.

DESENVOLVENDO A PERCEPÇÃO:

Ao chegar na ala o membro da equipe deverá, obrigatoriamente, identificar o grupo na enfermaria responsável pela ala e se informar se há casos de isolamentos e que pacientes poderão ser visitados naquele dia (é importante o membro da equipe memorizar o nome do responsável que prestou as informações na enfermaria para evitar eventuais divergências de informação).

Antes de entrar no quarto o grupo deverá pedir permissão para os pacientes e acompanhantes que ali estiverem.

A primeira atitude será, então, de observar o ambiente o máximo possível (avisos, cama, aparelhos), sendo discreto.

Observar como o paciente está emocionalmente e se é portador de alguma deficiência.

Socialmente, somos habituados a enxergar as pessoas de acordo com seu estilo de se vestir e sua cultura. Estas são dimensões quase sempre impossíveis de serem apreciadas, além de pouco relevantes, quando se trata de pacientes de hospital. Ali, as pessoas podem tornar-se muito parecidas e as informações visuais podem enganar.

Pode-se parecer mais velho do que se é ou menos doente do que realmente se está.

O mais importante, então, é perceber como o paciente e acompanhantes estão naquele momento e como se sentem, porque aí é que surge o campo de atuação do doutor palhaço. Esta percepção lhe dará melhores condições de escolher o próximo passo, se escolherá o diálogo fraterno ou uma brincadeira, se contará uma história motivadora ou cantará uma música, etc.

Não se conversa sobre doenças e busca-se, ao contrário, ressaltar as qualidades do paciente, como seus olhos, seu sorriso, rosto, etc.

LIDANDO COM A TIMIDEZ:

Se você se considera uma pessoa tímida, isto não é empecilho para ser um palhaço de hospital.

O palhaço não tem obrigação de ser extrovertido e um palhaço tímido também pode atuar muito bem nesta função.

Pra começar, a simples presença do palhaço já pode ter um efeito positivo sobre o paciente, pelas associações com situações positivas que sua imagem sugere. Além disso, não podemos nos esquecer que sua vibração sinceramente amorosa é muito importante, mais do que palavras e brincadeiras vazias de sentimentos.

Enfim, para terminar, as pessoas são mais ou menos tímidas em situações diferentes, por isso nunca se sabe quando uma pessoa introvertida vai se revelar um palhaço exuberante!

POLÍTICA, RELIGIÃO E FUTEBOL:

Assim como a nenhum voluntário foi indagado a respeito de sua opção política, religiosa e para qual time de futebol torce, também não haverá preleções e discussões sobre religião com pacientes e acompanhantes.

O palhaço pode mencionar Deus em seus diálogos, da mesma forma que poderá mencionar, valores universais como o amor, a paz, o respeito e a bondade são apropriados, mas valores e práticas religiosas específicas estarão fora de nossas cogitações.

Se o paciente quiser falar de sua religião e, eventualmente, entregar um folheto ou objeto relativo à sua crença, ele será respeitosamente aceito pelo doutor palhaço e, ao sair do hospital, o doutor palhaço lhe dará o destino que desejar.

LIDANDO COM A EMOÇÃO:

Não dá para se tornar uma pessoa fria instantaneamente, e nem isso é desejável, mas há diferença entre ser “frio” e ser equilibrado.

Mesmo que se sinta chocado com alguma situação, é importante que a condição emocional do palhaço seja de equilíbrio íntimo, exteriorizada em atitudes naturais.

Caso não consiga lidar com a situação do paciente saia imediatamente do quarto, porém de forma discreta e converse a respeito do ocorrido com a coordenação do grupo.

LIDANDO COM A FRUSTAÇÃO:

A atuação do palhaço de hospital, ao mesmo tempo em que tem a capacidade de elevar a imaginação dos pacientes e acompanhantes, também possui suas limitações.

A necessidade de lidar com a frustração é uma necessidade não apenas da vida, como da tarefa do palhaço de hospital.

Quando nossa brincadeira não arranca risos ou, mesmo, quando o paciente não aceita a presença do palhaço em seu quarto, isso pode ocorrer por causa da condição psicológica dele, paciente, não por falta de empenho e carinho do palhaço. Ele pode estar sob o efeito de medicações que alteram sua maneira de reagir, pode estar triste ou sentindo dor... Isto tudo é possível porque o ambiente em que estamos é um hospital.

Não podemos criar traumas por isso, pois logo em frente vem o próximo quarto e o próximo paciente, que merece o melhor de nós! Este exercício pode ainda nos ajudar a desenvolver nossa capacidade de superação.

SITUAÇÕES ESPECIAIS:

Errar é humano, perdoar-se é indispensável.

As atividades humanas carregam a beleza dos sentimentos e virtudes já desenvolvidos, mas também os inevitáveis atos falhos e equívocos.

Todos somos aprendizes e o palhaço de hospital não foge à regra. Não sendo resultado da displicência e da negligência, as falhas são humanamente aceitáveis e precisam ser incorporadas como lições para os futuros empreendimentos.

O importante é que o medo de errar não nos impeça de tentar novamente.

CASOS EXTREMOS:

O hospital é um lugar onde as pessoas adentram para buscar recuperação da saúde física, mas o desfecho nem sempre é a cura.

Algumas pessoas estão ali vivendo os últimos momentos de sua vida. Se, por um lado, merecem a presença e o conforto do palhaço, quando o instante do desenlace se aproxima, a família passa por horas difíceis que merecem todo o respeito. Não é hora de fazer graça, nem de brincadeiras.

Se a morte física é recente, perante a família abalada emocionalmente, o palhaço deve se descaracterizar e passa a agir como ele próprio, não mais como o personagem. Se usar o nariz de plástico, ele é tirado neste momento.

O AMOR EM PRIMEIRO LUGAR (Autor desconhecido, Adaptado)

Quando você colocar o amor em primeiro lugar,

Nem o medo, nem a vergonha, nem a dúvida,

Nem o desânimo, nem a preguiça,

Nada deixará você parar.

Quando você colocar o amor em primeiro lugar,

Você abrirá mão das suas poucas horas de descanso.

Vestirá seu jaleco, irá se maquiar, colocar seu nariz de palhaço.

E se transformará em um doutor, tentando levar alegria e esperança a pessoas que você nunca viu, não sabe como se chamam, nem onde moram, e muito menos que idade têm.

E que se um dia você as encontrar na rua e com certeza não lhe reconhecerão...

Mas ao se lembrar da sensação que sentiu em receber aquele sorriso, nem que tenha sido somente o sorriso do olhar.

Você terá a certeza que valeu a pena ter colocado o amor em primeiro lugar e saído por aí sorrisos a semear...

“Tudo no final dá certo, se ainda não deu é porque não chegou o final.”

Fernando Sabino

Diz o ditado:

Aquele que nunca errou é aquele que nunca tentou!

“O Senhor nos deu olhos para ver e ouvidos para ouvir, se você gastar o tempo todo dormindo, acabará pobre, trabalhe e terá comida com fartura”.

Provérbios 20:12e13

Atenção!!!

O sorriso:

Aumenta os batimentos cardíacos;

Melhora a oxigenação do sangue;

Massageia os músculos dos órgãos vitais;

Diminui o stress e ainda diminui a dor.

CUIDADO: O Sorriso pode ser altamente contagioso!

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